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A quem interessa a “Reforma” da Previdência?: articulações entre a psicologia e os direitos das trabalhadoras e trabalhadores

a versão oficial é uma mentira. Além disso, desse choque com essa subcultura e esses valores, o serviço policial é estressante por natureza, muitas vezes o policial vai se deparar com situações que confrontam o seu senso de justiça e a sua percepção de mundo, os limites entre o certo e errado podem ser abalados, há um sofrimento, mesmo que não admito pelo policial, eles poderão se tornar pessoas solitárias e desenvolver um certo distanciamento emocional em relação às pessoas, uma frieza, e até mesmo uma indiferença com a dor alheia. Nos Estados Unidos há pesquisas indicando que o estresse ocupacional na polícia é resultante tanto de fatores estressantes do ofício do policial e das características da vida privada, dos problemas comuns a todos nós. Estudos alemães indicam que o exercício da polícia, da atividade policial, com o exercício da atividade policial, as pessoas deixam de ser elas mesmas, há perda da identidade pessoal e quando se aposenta há um vazio, é a síndrome do super-herói sem função, podemos dizer assim, ele tira a roupa do super-herói e há um oco, um vazio, ele não é ele, ele é o que ele foi percebido, como um membro do grupo, e foi assimilado como membro do grupo. Uma crise de identidade, havendo risco de suicídio, adoecimento psíquico e ficar totalmente desconectado com a realidade, essa pessoa não é mais ela, afirmam os pesquisadores alemães, ela é o policial, só isso, ela passa a ser essencialmente a profissão. Contudo, há gargalos institucionais, podemos dizer assim, a instituição não quer tocar nesse assunto, sofrimento policial, subcultura policial, não quer admitir o problema, o trabalho de prevenção que deve agregar várias áreas não é desenvolvido, as instituições, inclusive, podem limitar a atuação do profissional de saúde, o médico, no caso o psiquiatra, ou o psicólogo e alguns... das polícias que têm o serviço de atendimento psicológico e até mesmo do assistente social. Ou seja, acaba tendo serviço à disposição dos policiais, mas acaba tendo no papel, porque na prática não surte efeito, porque muitas vezes a atuação do psicólogo é limitada pela instituição. Tudo isso gera sofrimento ao policial, mesmo que ele não admita conscientemente, como ele não consegue elaborar esse sofrimento adequadamente, inclusive com auxílio do profissional, ele poderá produzir mecanismos de defesa para tentar lidar com essa situação, com essa realidade que traz dor e sofrimento, os trabalhos do Christophe Dejours, um dos expoentes da teoria da psicodinâmica do trabalho, comprovam muito bem as estratégias que os trabalhadores de uma fábrica desenvolvem pra lidar com a insensibilidade dos chefes e com o ambiente (inint 43:50) ambiente de trabalho, e se aplica aos policiais militares, a teoria da psicodinâmica do trabalho. Como dizia a nossa querida e saudosa professora Lígia Assumpção Amaral, os mecanismos de defesa são estratégias que a personalidade total produz para tentar manter o equilíbrio intrapsíquico, eles podem ser de natureza individual, e aqui nós temos mecanismos de projeção, o recalque, o falso self, como bem apresentado por Winnicott, né, como mecanismo de defesa individual. Que pode resultar o que? Na produção de letalidade, matar alguém, ou no suicídio, se matar pra tentar dar cabo a esse sofrimento. E mecanismos de defesa de natureza coletiva, como nós temos a virilidade, sustentada pelo grupo, o segredo e a subcultura policial, entre outros. E também poderá levar a atitudes letais para com outras pessoas para consigo mes-

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