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Palavra

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CRIS BERGER

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PARA ALEGRAR O CORAÇÃO

Pandemia... que loucura, né?

Aqui em São Paulo as coisas parecem mais calmas do que no sul. Depois de cumprir 110 dias em um isolamento quase enlouquecedor, declarei liberdade ou morte.

Voltei para o Spaces (meu escritório), pego Uber para ir e vir todos os dias, uso a máscara, passo álcool em gel nas mãos e paramos por aí. Todo mundo vai ter contato com o vírus e vamos torcer para não ser forte demais.

No mais, ainda acredito em sol, exercício físico, sorriso nos lábios e algumas vitaminas para garantir.

Por isso, vamos falar de diquinhas (e comidas!) para alegrar o dia, a alma, o coração?

SAMPA LITORAL

Recentemente, conheci um hotel no Guarujá que é uma graça. Ele chama Doral e fica na frente da praia da Enseada, tem uma piscina de respeito e quartos ultra-aconchegantes. Fui para dar uma assessoria pet friendly e fiz questão de testar a temperatura da água da piscina e o conforto das espreguiçadeiras. Dei nota 10 para ambas. Ainda pelos lados da Baixada Santista, aconselho fazer um passeio de barco até as praias de Camburi e Camburizinho e desfrutar da paz do isolamento (neste caso, desejado e não imposto). Quem gosta de peixes e frutos do mar deve colocar na agenda um almoço para sair do regime (mesmo!) no Tahiti. Comi a melhor porção de camarão da minha vida e uma moqueca de peixe e camarão de respeito!

SAMPA CAPITAL

Pela capital paulista, estou apaixonada pelo sanduíche de pão fininho e recheio farto do Piadina Tree. Quando meus pais vêm me visitar em SP, os levo para comer carne no Varal 87. Na esquina da minha casa tem a padaria belga Le Pain Quotidien, de que sou fã de carteirinha e suaviza a saudade que sinto da nossa Barbarella Bakery. O burger vegetariano mais gostoso da capital paulista é o Green One da Bullguer. E quando se trata de peixes e frutos do mar, aposto sem hesitar no Dalmo.

No mais, fé na vida e no amor! E que venha logo a vacina, porque isolamento em excesso não combina com a gente, não é mesmo? Como eu sempre digo: sou um bicho social, preciso de gente.

CRIS BERGER É JORNALISTA E ESCRITORA

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Refúgiosbrasileiros

CONHEÇA 2 DESTINOS PARA VIAJAR DENTRO DO BRASIL E CURTIR A NATUREZA:

REFÚGIO NA MATA – BELMOND CATARATAS, NO PARANÁ, E REFÚGIO NA PRAIA – PONTA DOS GANCHOS, EM SANTA CATARINA

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Ao longo dos últimos 35 anos viajei muito, inicialmente por puro prazer e depois também profissionalmente, conduzindo os Grand Tours by Beto no Mundo. Na minha “rotina” de meia dúzia de viagens internacionais por ano, percorri 139 países nos 6 continentes, mergulhando na diversidade cultural e natural do planeta.

O ano de 2020 começou nesse ritmo, com caçada à Aurora Boreal no Círculo Polar Ártico Russo em janeiro, velejando com a família nas Ilhas Virgens Britânicas em fevereiro e acompanhando o Grand Tour pelo mundo Maia Guatemalteco no início de março.

Mas... no final de março o mundo parou em função da pandemia da Covid-19 e passamos os sete meses seguintes observando o devido distanciamento social e as restrições de deslocamento. Em 1º de setembro a STB Trip & Travel, empresa de viagens que coordeno há mais de 30 anos, retomou o atendimento presencial e no mês seguinte me senti seguro para retomar experiências de viagens, respeitando todos os protocolos. Comecei o mês de outubro quebrando um jejum de mais de meio ano: fui comemorar o aniversário de minha filha Elena junto à natureza mais impressionante de nosso estado, os cânions do parque nacional dos Aparados

da Serra. A primeira viagem foi de carro, só com meu núcleo familiar, para atividades ao ar livre – o que já garante naturalmente o arejamento e o distanciamento social. Escolhemos o Aires de Patagônia, um hotel-estância de apenas 5 quartos no meio de uma ampla fazenda, para nosso “debut” em hotelaria após o início da pandemia. Lá andamos a cavalo e saboreamos pela primeira vez a boa gastronomia fora de casa.

Já a primeira viagem de avião foi em um voo curto e direto – para a vizinha Florianópolis – seguindo direto do aeroporto ao Ponta dos Ganchos Exclusive Resort. Novamente a escolha foi por um destino não urbano, com pouca gente e no meio da natureza – e não poderia ter sido melhor. Eu, que amo o mar, quando dei o primeiro mergulho depois de tanto tempo foi como ser abraçado pela mãe-natureza.

Terminei o mês de outubro em um dos nossos cartões-postais nacionais: as cataratas de Iguaçu. Fiquei hospedado no hotel Belmond, dentro do Parque Nacional e em frente às cataratas. O voo para lá também foi direto e de apenas uma hora de duração.

Compartilho com vocês, a seguir, as minhas duas primeiras viagens interestaduais desde o início da pandemia. Viagens com sabor de volta ao mundo. MINHAS VIAGENS APÓS

O INÍCIO DA PANDEMIA

FORAM INTERESTADUAIS,

PARA DESTINOS EM MEIO

À NATUREZA, PEGANDO

VOOS DIRETOS E CURTOS

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PRIVACIDADE, EXCLUSIVIDADE, PAZ E A EXUBERÂNCIA DA NATUREZA DA BAÍA DOS GANCHOS

Refúgio na Praia – Ponta dos Ganchos Resort

Minha ligação com o mar é muito grande. Nasci em início de dezembro e com menos de um mês fui para meu primeiro veraneio em Rainha do Mar, praia de que meu pai foi um dos fundadores e até hoje a base familiar de verão. Lembro de meu ano sabático pela Ásia – entre os Himalaias, desertos e florestas –, era nas praias da Indonésia ou da Índia que me sentia “em casa”. As areias e o mar resgatavam a sensação de familiaridade e pertencimento, mesmo em locais tão distantes.

Para quebrar meu jejum de viagens foi óbvia a escolha de litoral como destino, e como queria algo bem especial, selecionei o Ponta dos Ganchos Exclusive Resort, que faz parte da rede VIRTUOSO da qual a Trip & Travel também participa, e é referência na excelência em serviços – muito importante neste momento onde cada detalhe faz a diferença. A localização era perfeita, em uma península particular, proporcionando toda o isolamento que a pandemia ainda exigia, imersa a uma natureza exuberante.

Do aeroporto de Florianópolis o traslado me levou direto ao hotel, que fica 50 km ao norte da capital, em um cenário de enseadas e baías, que me proporcionou os vários dias tão ansiados de tranquilidade e privacidade.

O cenário não podia ser mais paradisíaco – com o verde das montanhas compondo com as águas claras do mar da Costa Esmeralda cercado por três pequenas ilhas e uma baía de areia branca. Além disso, todo o charme autêntico local com vilas de pescadores nas vizinhanças com os barcos tradicionais dando um colorido extra. Ao entrar na minha “casinha” no topo da colina, com piscina privativa, sombreado por palmeiras e com uma baita vista do mar, me senti abençoado. Os sete meses de resguardo em Porto Alegre sendo premiados com essa baita imersão nesta natureza envolvente. O Ponta dos Ganchos, que comemora duas décadas em 2021 e tem a chancela de qualidade do The Leading Hotels of the World, se espraia por uma área de 8 hectares onde os 25 bangalôs distribuídos em diferentes níveis, e no meio do bosque, garantem privacidade e uma deslumbrante vista para o mar da Costa Esmeralda.

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Achei a equipe “trigentil”, com o cuidado de interagir nos momentos apropriados, oportunizando privacidade e atenção na medida certa. Muito legal a proposta do hotel de qualificar e utilizar a jovem mão de obra local.

Outra questão que me encantou é todo o cuidado com a sustentabilidade nas construções, utilização de produtos locais, compostagem e horta, e outras soluções eco-friendly.

Depois de tanto tempo em casa, foi muito bom ser bem servido com uma gastronomia clássica com toque contemporâneo, valorizando a culinária regional. Meu dia começava com o café da manhã degustação de 10 tempos, uma sequência de gostosuras, todas cuidadosamente apresentadas. Sem pressa, dá para passar horas saboreando os quitutes e a vista estupenda de uma baía com barcos de pescadores.

Tratei de queimar as energias nas trilhas no meio da mata dentro da propriedade, em alguns trechos costeando o mar sobre as grandes rochas lavadas pelas ondas, em outros através dos bucólicos recantos de jardins bem tratados e por entre a horta orgânica que abastece o chef com produtos frescos para nossas saudáveis refeições.

Nos “compromissos” da tarde, tênis em uma quadra de saibro com uma baita vista da Costa Esmeralda e aula de Yoga em uma perfeita união com a natureza.

Relaxado e sem culpa, já estava pronto para apreciar o jantar do chef José Nero, harmonizado com vinhos e especialmente selecionados pelo sommelier do resort – com o som ambiente das ondas e a ventilação natural da brisa do mar. Terminei a noite com uma boa leitura na varanda de casa, sob o luar e as estrelas.

Nos dias seguintes aproveitei a pequena baía da praia particular com suas águas tranquilas para praticar o equilíbrio no stand up paddle e me exercitar remando por entre as ilhotas. Além de malhar na academia e dar umas braçadas na piscina aquecida, ambas agendadas para uso individual.

Recomendo a experiência de massagem relaxante no SPA, com o som do mar e dos pássaros proporcionando ainda maior conexão entre o corpo e a mente. Saindo zen para desfrutar de mais um belo pôr do sol.

Uma experiência muito legal de contato com a natureza foi o passeio em barco tradicional de pesca, contornando as baías e enseadas, atracando em praias virgens para um mergulho e degustando as ostras frescas da região. Entre tantos outros bons momentos, adorei o trekking subindo e descendo colinas, atravessando partes de mata Atlântica, por áreas descampadas com vistas para a ilha Grande, até uma costa rochosa que lá do alto desvendava a Praia de Fora, com 100 metros de área branquíssima e água cristalina. Com acesso só a pé ou de barco, esta praia é o paraíso de pescadores e surfistas, com sua natureza selvagem intacta. A sensação de mergulhar no imenso mar, após todos esses meses de “reclusão”, foi de liberdade total. Um resgate das ondas furadas na Rainha do Mar de minha infância.

AS ACOMODAÇÕES DO RESORT SÃO AMPLAS, TÊM VISTAS INCRÍVEIS, CONFORTO E LUXO NA MEDIDA CERTA

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Refúgio na Mata Belmond Cataratas

A primeira viagem internacional da minha vida foi de DKW, com meu amigo João e seus pais, desde Caxias do Sul até Foz do Iguaçu. Eu tinha 12 anos e era muito legal a sensação de estar on the road. Lembro bem da experiência de passar pela primeira vez por uma imigração, e aí na tríplice fronteira foi em dose dupla.

Com as restrições de deslocamento deste ano, acabei revisitando o marco inicial de minha trajetória. Adorei retornar a este local que remete às lembranças afetivas e que assumiu um novo significado: foi a primeira viagem que fiz sozinho com minha filha Elena. Nossa parceria ficou ainda mais forte após esses dias desvendando, juntos, as aves e matas do parque nacional, e as cataratas – uma das finalistas das Sete Novas Maravilhas da Natureza.

Escolhemos o Belmond Hotel das Cataratas por ser o único dentro do Parque Nacional do Iguaçu, rodeado por 185 mil hectares de floresta tropical e exuberantes espécies da fauna e da flora brasileiras. Em época de isolamento social, estávamos literalmente no meio da mata. Além disso, a gerente geral do hotel, a alemã Andrea Emmerling, preparou a reabertura do hotel combinando os cuidados germânicos de higiene com o acolhimento brasileiro da sua equipe comprometida. O resultado foi perfeito, minimizando o impacto dos novos protocolos e fazendo-nos sentir seguros e cuidados, bem como leves e relaxados durante toda estada. Elena aprovou e se divertiu muito na enorme piscina, observando os quatis e tucanos, colhendo flores dos jas-

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O BELMOND OFERECE

ATIVIDADES E TERAPIAS

DE RECONEXÃO COM A

NATUREZA, ALÉM DE VISTAS

DESLUMBRANTES

mins-manga e brincando nos recantos dos jardins bem cuidados, decorados com orquídeas.

Desde a época que fazia parte da rede Tropical o prédio emblemático dos anos 1950 em estilo fazenda me fascinava. Restaurado impecavelmente ao seu charme original pelo grupo Belmond, faz tambérm parte da rede VIRTUOSO e se distingue como o único hotel 5 estrelas na América do Sul pela Forbes Travel Guide.

O bárbaro de estar acomodado no Belmond é poder visitar as cataratas antes da abertura do parque aos outros visitantes. Com Elena nos ombros, fizemos a trilha a partir do hotel passando por mirantes, percorrendo parte no meio do bosque, passarelas junto ao penhasco e sobre o rio, apreciando esse sistema único de 275 cachoeiras ao longo de 2,7 km do rio Iguaçu. O trecho final é a parte mais dramática e cênica – a Garganta do Diabo, uma queda de água de 82 metros de altura em forma de U, com 150 metros de largura e 700 metros de comprimento, marcando a fronteira entre a Argentina e o Brasil.

Embora nosso território abrigue mais de 95% da bacia do rio Iguaçu, dois terços das cataratas ficam em território argentino. Os hermanos têm as cataratas e

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O PARQUE NACIONAL DE

IGUAÇU FOI DECLARADO PATRIMÔNIO NATURAL DA

HUMANIDADE E ABRIGA UMA

INCRÍVEL BIODIVERSIDADE

nós ficamos com a vista. O Parque Nacional de Iguaçu foi criado em 1937 como área de conservação da mata Atlântica e das cataratas. Em 1986 foi declarado pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade. Quanto à biodiversidade, foram registradas 257 espécies de borboletas e a onça pintada entre os 45 mamíferos e 200 espécies de aves.

O hotel oferece Nature Therapies de reconexão com a natureza. O Forest Bathing, voltado para a prática do mindfulness, é realizado dentro do parque por um guia especializado e combina caminhada com técnicas de relaxamento. Já o Breath of Nature é uma trilha que passa por uma cachoeira e termina nas margens do rio, para

que você possa fazer passeio de caiaque, stand up paddle ou prática de yoga. Aconselho também pegar uma das bicicletas do hotel para exercitar-se imerso nessa natureza imponente. Depois de tantas atividades, nada melhor que a boa gastronomia do chef Jean Paul Barbier, que utiliza ingredientes locais no pirarucu com beurre blanc de tucupi, e o maravilhoso risoto de cogumelos da estação com magret de pato e figos.

Uma experiência única que vi acontecer, mas que não chegamos a fazer, é o piquenique no gramado em frente ao hotel, com a cesta e o ambiente preparados pela equipe, com toalhas e almofadas e vista para as Cataratas.

Elena, que adora animais, gostou muito do Parque das Aves, que busca a conservação das aves da Mata Atlântica. Nos cinco viveiros de imersão, pudemos observar bem de perto o tucano com seu enorme bico e uma revoada de dezenas de araras. Uma experiência de conexão com as aves e a biodiversidade da floresta – patrimônio natural de importância global.

Eu já curti mais a adrenalina do Macuco Safari, que inclui uma trilha de 2 km em meio à floresta, em carreta aberta, aprendendo sobre a fauna e flora, seguido de caminhada que passa pela cachoeira do Salto Macuco e terminando no barco que segue rio acima até as Cataratas do Iguaçu e passa por baixo das quedas d’água, deixando os passageiros ensopados.

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Dica de Viagem

No campo, na praia e na floresta, essas escapadas são perfeitas para se energizar junto à natureza em locais isolados onde o distanciamento social acontece automaticamente.

Mais informações sobre experiências de charme pelo Brasil e no mundo com beto@triptravel.tur.br e acompanhe a serie BETO no MUNDO no www.triptravel.com.br/eventos

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