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Mercado de GNV registra queda de 60% nas vendas

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e emissão da NFe

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Até 4 mil veículos passam pela desinstalação de equipamentos de conversão para Gás Natural Veicular (GNV) por mês no Rio Grande do Sul. A informação é do vice-presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado e integrante do Comitê Nacional do GNV – ligado ao Sistema Firjan –, Paulo Fernando Paim. Ele estima que o número seja ainda maior, chegando a 6 mil carros, já que nem todo proprietário busca uma empresa homologada para o serviço.

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No RS, são 26 convertedoras autorizadas, a maioria localizada na região metropolitana de Porto Alegre. Conforme o empresário, o cenário é positivo para veículos com uso do diesel, pois a economia para quem circula mais com esse combustível é vantajosa ainda, mas a instalação, nos primeiros meses do ano para o chamado ciclo Otto (o qual abrange gasolina e etanol), é inexistente no Estado.

“Com isso, perde-se com a manutenção anual”, salienta ao falar dos negócios e destacar que faltam incentivos como a redução no valor do IPVA para os convertidos. Outro impeditivo de crescimento para o setor é o preço do GNV. “Se a redução do preço fosse repassada aos postos, o mercado seria outro”, declara Paim.

Na Revenda

Diretor para revendedores de GNV do Sulpetro, Luís Frederico Otten ressalta que o cenário é negativo. “A venda está abaixo de 60% do volume de média histórica e segue caindo de forma mais forte mês após mês neste ano.” Além disso, de acordo com ele, com perda de volume, as margens estão muito próximas do ponto de equilíbrio. “Sem dúvida, as menores margens já praticadas no GNV desde que estou neste mercado, há 15 anos”, diz.

Para o diretor, o segmento ainda sofrerá com meses de retração. “Mesmo que o GNV recupere essa competitividade, ainda demora um certo tempo até que novos carros sejam convertidos e esse novo consumo chegue às revendas”, esclarece. Ele defende um incentivo maior por parte do governo. “A conversão ainda é acessível para as camadas mais populares e poderia ser utilizada em escala muito maior. Diferentemente dos carros elétricos, que são acessíveis somente a uma pequena parte da população e contam com isenção de IPVA em nosso estado”, conclui.

Vice-presidente do Sulpetro e atuando desde 2003 com a revenda de GNV, Eduardo Pianezzola registra queda de 62% nas vendas do combustível nos primeiros meses do ano em relação aos períodos na pré-pandemia. O primeiro impeditivo para crescimento ou estabilidade do mercado, segundo ele, é o preço. “Se não for alterada a relação de preço da gasolina e do etanol para o gás, não teremos indicador de sucesso”, alerta. Ele ressalta os problemas de margem se equiparando à gasolina e os custos com consumo de energia elétrica para o compressor e com as manutenções.

A falta de incentivos, o equipamento inutilizando parte do porta-malas, maior peso do veículo, gastos com vistorias anuais e abertura de postos diluindo o volume de vendas também foram apontados por Pianezzola como empecilhos para novas conversões ou mesmo o consumo do GNV.

Um projeto de lei (PL 151/2021) tramita na Assembleia Legislativa gaúcha e pretende reduzir em 50% o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para os movidos a GNV. Em outros estados, além de diferenças no preço do combustível, há casos com isenção do IPVA para carros convertidos.

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