A VOZ CONFUSA DO UNIVERSO NO ESPÍRITO DE DESCONTENTAMENTO DA PSICOLOGIA PROFUNDA DE DEUS, QUE GANHOU A LICITAÇÃO DA 666ª HILUX PARA EXPLICAR DE UMA VEZ POR TODAS PORQUE NÃO SÃO EXPULSOS DO ESTADO APOCALÍPTICO O ESPAÇO E O PODER DO REINO DOS QUE TRAFICAM A IDÉIA DE QUE OS MÁRTIRES NÃO CANTAM POR ESTAREM EMBRIAGADOS COM AS PRÓPRIAS DORES. GUSTAVO HENRIQUE DE AGUIAR PINHEIRO 2008
Rel贸gio Fundido, do grande mestre do surrealismo, Salvador Dali.
DEDICATÓRIA
Aos Gênios da música e das idéias, para que suas vidas não sejam pronunciadas em vão.
A Silas Munguba e a sua Juventude em Desafiar.
A Carl Gustav Jung.
CENA I
O UNIVERSO
UNIVERSO “Não devemos nos identificar com a própria razão, pois o homem
não é apenas racional, não pode e nunca vai sê-lo. Todos os mestres da cultura deveriam ficar cientes disso. O irracional não deve e não pode ser extirpado. Os Deuses não podem e não devem morrer”. (C.G. Jung)
MESTRE
“Havia um tempo em que eu vivia Um sentimento quase infantil Havia o medo e a timidez Todo um lado que você nunca viu
Agora eu vejo, Aquele beijo era mesmo o fim Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim E agora eu ando correndo tanto Procurando aquele novo lugar Aquela festa o que me resta
Encontrar alguém legal pra ficar Agora eu vejo, Aquele beijo era mesmo o fim Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim {2x} E agora é tarde, acordo tarde Do meu lado alguém que eu não conhecia Outra criança adulterada Pelos anos que a pintura escondia E agora eu vejo, Que aquele beijo era mesmo o fim Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim”. (A Cruz e a Espada, Paulo Ricardo)
CENA II O INDIVIDUAL E O COLETIVO
UNIVERSO “Afora as recordações pessoais, existem em cada indivíduo as grandes
imagens
‘primordiais’,
como
foram
designadas
acertadamente por Jakob Burchhardt, ou seja a aptidão hereditária da imaginação humana de ser como era nos primórdios. Essa hereditariedade explica o fenômeno, no fundo surpreendente, de alguns temas e motivos de lendas se repetirem no mundo inteiro e em formas idênticas, além de explicar por que os nossos doentes mentais podem reproduzir exatamente as mesmas imagens e associações que conhcemos dos textos antigos”.
“Isso não quer dizer, em absoluto, que as imaginações sejam hereditárias; a hereditária é apenas a capacidade de ter tais imagens, o que é bem diferente”. (C.G. Jung) MESTRE
“Estátuas e cofres E paredes pintadas
Ninguém sabe O que aconteceu...
Ela se jogou da janela Do quinto andar Nada é fácil de entender...
Dorme agora Uuummhum! É só o vento Lá fora...
Quero colo! Vou fugir de casa Posso dormir aqui Com vocês Estou com medo Tive um pesadelo Só vou voltar Depois das três...
Meu filho vai ter Nome de santo Uummhum! Quero o nome Mais bonito...
É preciso amar haahaa as pessoas Como se não houvesse amanhã Por que se você parar Prá pensar Na verdade não há...
Me diz, por que que o céu é azul Explica a grande fúria do mundo São meus filhos Que tomam conta de mim...
Eu moro com a minha mãe Mas meu pai vem me visitar Eu moro na rua Não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar...
Já morei em tanta casa Que nem me lembro mais Eu moro com os meus pais Huhuhuhu!...ouh! ouh!...
É preciso amar as pessoas Como se não houvesse amanhã Por que se você parar Prá pensar Na verdade não há...
Sou uma gota d'água Sou um grão de areia Você me diz que seus pais Não entendem Mas você não entende seus pais...
Você culpa seus pais por tudo Isso é absurdo
São crianças como você O que você vai ser Quando você crescer? (Pais e Filhos, Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá)
CENA III A ETERNA MOVIMENTAÇÃO
UNIVERSO “Além do material reprimido, o inconsciente contém todos aqueles componentes psíquicos subliminais, inclusive a percepção subliminal dos sentidos. Sabemos, além disso, tanto por uma farta experiência como por razões teóricas, que o inconsciente também inclui componentes que ainda não alcançaram o limiar da consciência. Constituem eles as sementes de futuros conteúdos conscientes. Temos igualmente razões para supor que o inconsciente jamais se acha em repouso, no sentido de permanecer inativo, mas está sempre empenhado em agrupar e reagrupar seus conteúdos” (C.G. Jung) MESTRE
“Quando penso em você Fecho os olhos de saudade Tenho tido muita coisa Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento Nem aquilo a que me entrego Já me dá contentamento
Pode ser até manhã Cedo, claro, feito o dia Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
(Refrão 2X) Eu só queria ter do mato Um gosto de framboesa Pra correr entre os canteiros E esconder minha tristeza E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ... E deixemos de coisa, cuidemos da vida Senão chega a morte Ou coisa parecida E nos arrasta moço Sem ter visto a vida
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho É um caco de vidro, é a vida, é o sol É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol São as águas de março fechando o verão É promessa de vida em nosso coração”. (Canteiros Fagner / sobre poema de Cecília Meireles)
CENA IV A 666ª HILUX
UNIVERSO “Nem pedras, nem plantas, nem argumentos, nem teólogos provam a existência de Deus. Apenas a consciência humana revela Deus como fato, porque é fato que haja uma idéia de um ser divino na psique humana”. (C.G. Jung) MESTRE
“Vou te contar o que me faz andar Se não é por mulher não saio nem do lugar Eu já não tento nem disfarçar Que tudo que eu me meto é só pra impressionar
Mulher de corpo inteiro Não fosse por mulher eu nem era roqueiro Mulher que se atrasa, mulher que vai na frente Mulher dona-de-casa, mulher pra presidente
Mulher de qualquer jeito Você sabe que eu adoro um peito
Peito pra dar de mamar E peito só pra enfeitar
Mulher faz bem pra vista Tanto faz se ela é machista ou se é feminista 'Cê pode achar que é um pouco de exagero Mas eu sei lá, nem quero saber, eu gosto de mulher, eu gosto de mulher eu gosto de mulher
Ooo ooo ooo oo Eu gosto é de mulher! Ooo ooo ooo oo Eu gosto é de mulher! Ooo ooo ooo oo Eu gosto é de mulher! Ooo ooo ooo oo Eu gosto é de mulher! Ooo ooo ooo oo Eu gosto é de mulher!
Nem quero que você me leve a mal Eu sei que hoje em dia isso nem é normal
Eu sou assim meio atrasadão Conservador, reacionário e caretão
Pra quê ser diferente Se eu fico sem mulher eu fico até doente Mulher que lava roupa, mulher que guia carro Mulher que tira a roupa, mulher pra tirar sarro
Mulher eu já provei Eu sei que é bom demais, agora o resto eu não sei Sei que eu não vou mudar Sei que eu não vou nem tentar
Desculpe esse meu defeito Eu juro que não é bem preconceito Eu tenho amigo homem, eu tenho amigo gay Olha eu sei lá, eu sei que eu não sei, Eu gosto é de mulher Eu gosto é de mulher
[Refrão]
Eu adoro mulher! Eu não durmo sem mulher!”. Eu Gosto de Mulher Ultraje A Rigor (Eu Gosto é de Mulher, Ultraje a Rigor, Roger)
CENA V A DROGA
UNIVERSO “Não
criamos
Deus,
nós
o
escolhemos.
(...)
Raramente
encontramos alguém que não seja influenciado ou mesmo dominado
por
desejos
hábitos,
impulsos,
prejuízos,
ressentimentos e por todo tipo concebível de complexo”. (C.G. Jung) MESTRE
“A burguesia fede A burguesia quer ficar rica Enquanto houver burguesia Não vai haver poesia
A burguesia não tem charme nem é discreta Com suas perucas de cabelos de boneca A burguesia quer ser sócia do Country A burguesia quer ir a New York fazer compras
Pobre de mim que vim do seio da burguesia Sou rico mas não sou mesquinho
Eu também cheiro mal Eu também cheiro mal
A burguesia tá acabando com a Barra Afunda barcos cheios de crianças E dormem tranqüilos E dormem tranqüilos
Os guardanapos estão sempre limpos As empregadas, uniformizadas São caboclos querendo ser ingleses São caboclos querendo ser ingleses
A burguesia fede A burguesia quer ficar rica Enquanto houver burguesia Não vai haver poesia
A burguesia não repara na dor Da vendedora de chicletes A burguesia só olha pra si
A burguesia só olha pra si A burguesia é a direita, é a guerra
A burguesia fede A burguesia quer ficar rica Enquanto houver burguesia Não vai haver poesia
As pessoas vão ver que estão sendo roubadas Vai haver uma revolução Ao contrário da de 64 O Brasil é medroso Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia Vamos pra rua Vamos pra rua Vamos pra rua Vamos pra rua Pra rua, pra rua
Vamos acabar com a burguesia Vamos dinamitar a burguesia
Vamos pôr a burguesia na cadeia Numa fazenda de trabalhos forçados Eu sou burguês, mas eu sou artista Estou do lado do povo, do povo
A burguesia fede - fede, fede, fede A burguesia quer ficar rica Enquanto houver burguesia Não vai haver poesia
Porcos num chiqueiro São mais dignos que um burguês Mas também existe o bom burguês Que vive do seu trabalho honestamente Mas este quer construir um país E não abandoná-lo com uma pasta de dólares O bom burguês é como o operário É o médico que cobra menos pra quem não tem E se interessa por seu povo Em seres humanos vivendo como bichos Tentando te enforcar na janela do carro
No sinal, no sinal No sinal, no sinal
A burguesia fede A burguesia quer ficar rica Enquanto houver burguesia Não vai haver poesia� (Burguesia, Cazuza, Ezequiel Neves, George Israel)
CENA VI O TRÁFICO DE IDÉIAS
UNIVERSO “Os conteúdos psíquicos transpessoais não são inertes ou mortos e, portanto, não podem ser manipulados à vontade. São entidades vivas que exercem sua força de atração sobre a consciência. A identificação com o próprio cargo ou título pode ser muito tentadora, mas é o motivo pelo qual tantas pessoas não são mais do que a dignidade a elas concedida pela sociedade. Procuraríamos em vão uma personalidade atrás da casca. Sob o envoltório pomposo encontraríamos um homenzinho deplorável. O cargo ou qualquer tipo de casca exterior exerce um grande fascínio,
porque
representa
uma
fácil
compensação
das
deficiências pessoais”. (C.G. Jung) MESTRE
“A solução pro nosso povo Eu vou dá Negócio bom assim Ninguém nunca viu Tá tudo pronto aqui
É só vim pegar A solução é alugar o Brasil!...
Nós não vamo paga nada Nós não vamo paga nada É tudo free! Tá na hora agora é free Vamo embora Dá lugar pros gringo entrar Esse imóvel tá prá alugar Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!...
Os estrangeiros Eu sei que eles vão gostar Tem o Atlântico Tem vista pro mar A Amazônia É o jardim do quintal E o dólar dele Paga o nosso mingau...
Nós não vamo paga nada Nós não vamo paga nada É tudo free! Tá na hora agora é free Vamo embora Dá lugar pros gringo entrar Pois esse imóvel está prá alugar Alugar! Ei! -Grande Solução!...
Nós não vamo paga nada Nós não vamo paga nada Agora é free! Tá na hora é tudo free Vamo embora Dá lugar pros outro entrar Pois esse imóvel tá prá alugar Ah! Ah! Ah! Ah! Nós não vamo paga nada Nós não vamo paga nada Agora é free!
Tá na hora é tudo free Vamo embora Dá lugar pros gringos entrar Pois esse imóvel Está prá alugar...
Está Prá Alugar Meu Deus! Nós não vamo paga nada! Nós não vamo paga nada! É tudo free! Vamo embora!”. Aluga-se Raul Seixas (Aluga-se, Raul Seixas e Claudio Roberto)
CENA VII AS DORES
UNIVERSO “A energia tem o inconveniente de exigir um fluxo adequado para se produzir; caso contrário, fica represada e torna-se destrutiva”. (C.G. Jung) MESTRE
“Dizem que ela existe Prá ajudar! Dizem que ela existe Prá proteger! Eu sei que ela pode Te parar! Eu sei que ela pode Te prender!...
Polícia! Para quem precisa Polícia! Para quem precisa
De polícia...(2x)
Dizem prá você Obedecer! Dizem prá você Responder! Dizem prá você Cooperar! Dizem prá você Respeitar!...
Polícia! Para quem precisa Polícia! Para quem precisa De polícia...(2x)”. (Polícia, Titãs, Tony Bellotto)
CENA FINAL A CONCLUSテグ
UNIVERSO “Nossa psique consciente e pessoal repousa sobre a ampla base de uma disposição psíquica herdada e universal, cuja natureza é inconsciente; a relação da psique pessoal com a psique coletiva corresponde, mais ou menos, à relação do indivíduo com a sociedade”. (C.G. Jung) MESTRE
“Êh! Uma esmola pelo amor de Deus Uma esmola Meu! Por caridade Uma esmola Pr'o ceguinho, pr'o menino Em toda esquina Tem gente só pedindo...
Uma esmola pr'o desempregado Uma esmolinha
Pr'o preto pobre doente Uma esmola Pr'o que resta do Brasil Pr'o mendigo, pr'o indigente...
Ele que pede, eu que dou Ele só pede, o ano é mil Novecentos e noventa e tal Eu tô cansado de dar esmola Qualquer lugar que eu passo É isso agora...
Uma esmola pelo amor de Deus Uma esmola Meu! Por caridade Uma esmola Pr'o ceguinho, pr'o menino Em toda esquina Tem gente só pedindo...
Uma esmola pr'o desempregado
Uma esmolinha Pr'o preto pobre doente Uma esmola Pr'o que resta do Brasil Pr'o mendigo, pr'o indigente...
Eu tô cansado, meu bom De dá esmola Essa quota miserável da avareza Se o país não for prá cada um Pode estar certo Não vai ser prá nenhum...
Não vai não! Não vai não! Não vai não! Não vai não! Não vai não! Não vai não! Não vai não! No hospital, no restaurante No sinal, no Morumbi No Mário Filho, no Mineirão...
Menino me vê Começa logo a pedir Me dá, me dá Me dá um dinheiro aí Mas menino me vê Começa logo a pedir Me dá, me dá Me dá um dinheiro aí..
Uma esmola pelo amor de Deus Uma esmola, meu, por caridade Uma esmola Pr'o ceguinho, pr'o menino Em toda esquina Tem gente só pedindo...” (Esmola, Skank, Samuel Rosa e Chico Amaral)
CAEM AS COTINAS E A MÚSICA CONTINUA PEDINDO UMA ESMOLA