ENTREVISTA
Luísa Antunes Adjunta da CAP
As famílias e os alunos perceberam a relevância da escola presencial e do processo de ensino-aprendizagem A pandemia causada pelo coronavírus exigiu mudanças comportamentais e estratégicas em todos os setores. Como foi gerida a pandemia na EPM-CELP com vista a cumprir o plano pedagógico 2019/2020? Estamos a viver uma situação excecional que implica soluções inusitadas. A nossa prioridade é conseguir trazer os alunos de volta à escola, de forma gradual, progressiva e em segurança. Apesar dos suportes virtuais de comunicação, temos plena consciência de que fisicamente os alunos estiveram demasiado tempo afastados e isolados perdendo importantes contactos de socialização. Um dos objetivos do nosso projeto educativo prende-se com a cidadania, por isso é prioritário termos os alunos na escola. Desconhecemos por quanto tempo irá manter-se o ensino a distancia. Assim, temos de fazer uma série de reajustes que contemplam a alteração de alguns critérios de avaliação e 16
a atualização das metodologias de ensino a distancia, através da formação dos docentes. Apesar do nosso otimismo relativamente ao expectável retorno à normalidade, a eclosão de novos surtos não nos garante podermos manter o regime misto. Como a Escola garantiu inclusão e igualdade na assistência a todos os alunos, remotamente, em termos de materiais e equipamentos? À semelhança do último ano letivo, depois do levantamento dos alunos que não têm acesso à Internet, disponibilizamos os materiais em suporte papel e, para os alunos que beneficiam da ação social escolar, a escola irá facilitar cartões de acesso àquele serviço. Para os alunos sem computador, telemóvel ou tablet, a escola promoveu uma campanha de solidariedade para a recolha de computadores que as famílias já não estejam a usar. Por outro lado, ainda que não
cheguemos a todos pela via digital, preservaremos a estratégia do ano anterior, ou seja, os professores e os diretores de turma farão chegar, semanalmente, materiais e tarefas em suporte de papel, paralelamente à implementação da plataforma Moodle e das aulas síncronas. Na aula digital não temos este contacto visual, por isso o foco tem de estar, sobretudo, no trabalho autónomo do aluno. Como avalia a reação nesse processo de migração em massa para o ensino a distância? Foi uma reação de choque. Mas percebemos que os alunos e as famílias estão ansiosos para que se retome a normalidade, na escola. No entanto, tivemos surpresas agradáveis porque, até nas faixas etárias mais baixas, incluindo o primeiro ciclo do ensino básico, temos tido retornos positivos sobre a autonomia adquirida pelas crianças em contexto de