O Pátio - Edição 55

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ESCOLA PORTUGUESA DE MOÇAMBIQUE

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CENTRO DE ENSINO E LÍNGUA PORTUGUESA

10 contos ANO VI

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NÚMERO 55

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MARÇO/ABRIL 2008

VISITA DE SUA EXCª O PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA À EPM-CELP

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JORNAL MENSAL

MASTERCLASS 2008

COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL

DESTAQUES Balanço da Avaliação do 2º Período....................................6 Visita de Sua Exª O Presidente da República .........................10 Baile de Finalistas 2008 .......14 Masterclass 2008..................15 Semana das Ciências .......... 16 Comemorações do 25 de Abril na EPM-CELP........................ 18


EDITORIAL A EPM-CELP é uma escola integrada, o que significa que grande parte dos alunos faz aqui toda a sua aprendizagem, passando cerca de 15 anos da sua vida neste espaço de ensino, de construção de identidades e de partilha de afectos. Por essa razão o nosso trabalho como educadores reveste-se de uma responsabilidade acrescida: tudo o que aqui acontece constitui os alicerces do futuro dos nossos alunos. Nestes dois meses, para além dos quotidianos da sala de aula, muitos foram os marcos visíveis do trabalho conjunto da comunidade educativa. O baile de finalistas para os cerca de 100 alunos que, este ano, terminarão o 12º ano, é o momento tão esperado para festejar o culminar de uma etapa tão importante das suas vidas e abre novas perspectivas, incitando à tomada de decisões determinantes para o futuro. A beleza e o profissionalismo com que os finalistas revestiram este momento é um espelho da instituição que só nos pode encher de orgulho. Nas semanas temáticas os diferentes grupos disciplinares realizaram vários trabalhos, trouxeram até à escola experiências e vivências do meio envolvente e levaram também os alunos a conhecer um pouco da realidade em que vivem: das energias alternativas à gastronomia do mundo inteiro. As artes, que o nosso projecto educativo tanto valoriza, fizeram-se representar pelo grande acontecimento musical do ano: a V Masterclass de violinos, com violinistas consagrados internacionalmente que, lado a lado com os nossos alunos, trouxeram a beleza e a força da arte cimentada com suor e dedicação. Os festejos do 25 de Abril coordenados pelos grupos disciplinares de História e de Português marcaram a ideia de que é necessário manter vivos os ideais de justiça, de igualdade e de liberdade e que muito há ainda a fazer para que estes ideais se tornem realidade viva. E como esta é a nossa casa, foi como enorme prazer e honra que abrimos as portas para receber o Presidente Cavaco Silva e a comunidade portuguesa que neste País trabalha.

O Conselho Directivo da EPM-CELP

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A EPM-CELP EM FOCO ÁREA DE PROJECTO Sob o tema «Teatro, Música e Dança»

Na manhã do dia 18 de Março, no auditório Carlos Paredes, os alunos do 7º ano apresentaram aos seus colegas do 3º ciclo, professores e Direcção da Escola, os trabalhos realizados no 1º e no 2º períodos, a propósito do tema “Teatro, música e dança” abordado na disciplina Área de Projecto. A Área de Projecto é uma área curricular não disciplinar que tem como objectivo desenvolver nos alunos competências para a realização completa de projectos: desde a escolha de um tema, passando pela planificação,pesquisa, elaboração e apresentação. Promove a interdisciplinaridade e ajuda os alunos a trabalhar em grupo, para que cresçam numa vivência dirigida para a sociedade. Nesse dia, a actividade iniciou-se por uma breve apresentação em PowerPoint pela turma do 7º A, onde se descreveu alguns instrumentos tradicionais moçambicanos. Esta descrição foi enriquecida pela presença do músico moçambicano Maneto, que nos presenteou com uma pequena actuação, utilizando três instrumentos tradicionais moçambicanos. As turmas B, C e D do 7º ano também apresentaram os seus PowerPoints sobre o mesmo tema. Decorreram, também, várias interpretações musicais de alguns autores moçambicanos e estrangeiros. Todas as turmas apresentaram uma dança e terminaram as suas actuações com uma passagem de modelos, tendo alguns dos trajes sido criados pelos próprios alunos. Foi ainda convidado a participar no evento um grupo de alunos do 9º ano, que interpretou uma canção à guitarra. Em paralelo decorria, também, no átrio da escola, uma exposição de alguns trabalhos, realizados ao longo do 1º e do 2º períodos, pelos alunos, visando o tema “Instrumentos musicais e trajes moçambicanos”. Apesar do nervosismo inicial por parte dos alunos, a apresentação dos trabalhos decorreu como o planeado e, no final, tanto os alunos como os professores da disciplina ficaram satisfeitos. EA, FA e SL


A EPM-CELP EM FOCO notícias curtas

notícias curtas

HOMENAGEM À MULHER

DIA MUNDIAL DA TERRA

Março e Abril foram meses de homenagem à mulher. No dia 8 de Março comemorou-se o dia Internacional da Mulher e um mês depois, mais precisamente no dia 7 de Abril, em Moçambique, celebrou-se o Dia da Mulher Moçambicana. Lembrar o papel da mulher na sociedade não é tema esgotado. Sabemos que a luta pela igualdade de oportunidades entre géneros está ainda longe de terminar. Educar para o respeito entre todos e para o reconhecimento das acções da mulher enquanto motor de desenvolvimento social são, também, finalidades da Escola. Na EPM-CELP, estas datas não foram esquecidas. Lembramos, por exemplo, a mensagem enviada via e-mail à comunidade educativa pelo grupo disciplinar de História, louvando a mulher; e como é desde cedo que se deve educar para a cidadania, o grupo do pré-escolar desenvolveu, igualmente, actividades relacionadas com esta temática. Aqui fica o olhar dos mais pequenos … EP

notícias curtas SEPNA NA EPM-CELP

No dia 22 de Abril comemora-se O Dia Mundial da Terra! As alterações climáticas verificadas nos últimos anos, fruto, como se sabe, dos elevados índices de poluição à escala mundial, são mais do que suficientes para a tomada de consciência de que o planeta precisa de todo o nosso cuidado. Educar para o respeito e preservação da natureza são valores a desenvolver nos alunos desde cedo. Assim, o dia do nosso planeta não foi esquecido na EPM-CELP. As alunas Lara Fraga, Patrícia Novais e Sumaiyah Omar desenvolveram, no âmbito da disciplina de área de projecto do 12º ano, uma manifestação a favor das tartarugas marinhas com as turmas do 3º A e 5.º B. Esta marcha começou no Pátio das Laranjeiras e percorreu a escola, ao som de bombos e de palavras de ordem: Vamos Salvar as Tartarugas! Vamos Salvar as Tartarugas!

No mesmo dia, e ainda no âmbito da referida disciplina, a aluna Malitsa Francisco realizou uma palestra sobre a erosão costeira da baía de Maputo para os alunos das turmas 10ºA1 e 10º A2, na Biblioteca Poeta José Craveirinha, alertando para a gravidade da situação. AB e AC

No dia 28 de Abril, o SEPNA Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente - levou a cabo, no Auditório Carlos Paredes, uma campanha de sensibilização para a protecção do ambiente. A Guarda Nacional Republicana, força policial portuguesa que contempla um serviço especialmente dedicado à protecção da natureza e do ambiente, tem vindo a realizar acções junto das escolas, sensibilizando as crianças para os problemas do ambiente e para os seus meios de prevenção. Uma vez que o grupo do 4º Ano de escolaridade tem estado a trabalhar a temática da “Poluição e Meios de Prevenção”, foi com agrado que os elementos da GNR partilharam com os alunos os seus diversos conhecimentos na área do ambiente. Os alunos escutaram e participaram com grande interesse, pois muitos dos assuntos abordados já faziam parte dos seus conhecimentos.

MV

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EPM-CELP EM FOCO VISITA DE ESTUDO AO MUSEU DE GEOLOGIA

No passado dia 11 de Março, terça-feira, no âmbito do programa disciplinar de Geologia, a turma A do 12º ano deslocou-se ao Museu Nacional de Geologia, com o intuito de melhor conhecer a estrutura geológica de Moçambique. Chegámos ao museu por volta das 9h10 da manhã, onde fomos recebidos por dois responsáveis. Um deles acabou por ser o nossa guia durante toda a visita. Começámos por visualizar um painel, onde estava representada uma escala geológica da Terra, com os principais seres vivos que caracterizaram cada período. Passámos depois para uma sala onde identificámos os diferentes tipos de carvão mineral e vegetal existentes em Moçambique. Em seguida, observámos as diversas cartas de Moçambique (carta de jazigos, carta geológica entre outras) e até uma carta geológica de alto relevo. Esta observação permitiu-nos identificar o tipo de rochas existentes em Moçambique, do litoral ao interior e do norte ao sul. Nas salas que se seguiram, vimos os diversos minerais que constituem as rochas e pudemos identificar a sua dureza, densidade e outras características. Ficámos a conhecer, igualmente, as aplicações dos diferentes minerais metálicos e não metálicos. A visita foi muito boa, pois serviu para que compreendêssemos melhor a constituição geológica de Moçambique. Achámos o Museu pequeno, mas bem organizado e enriquecido, tendo um bocadinho de tudo. Foi possível concluir que todos os museus, tal como o Museu Nacional de Geologia, são importantes na educação, permitindo a cada visitante um conhecimento mais profundo sobre tudo aquilo que o rodeia. Alunos do 12ºA

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VISITA AO INSTITUTO DO CORAÇÃO

No dia 11 de Março de 2008, pelas 11:00 horas, a turma do 9º C foi ao Instituto do Coração, acompanhada pela professora Ana Catarina Carvalho, com os objectivos de conhecer melhor o dia-a-dia dos profissionais de saúde e da realidade moçambicana. A recepção foi feita pelo Dr. Loui, que ao longo da visita nos guiou, ajudando-nos a aprofundar os nossos conhecimentos sobre o sistema circulatório e as novas tecnologias. Adquirimos novos conhecimentos, como por exemplo, a função do electrocardiógrafo, que regista o ritmo cardíaco. Também tivemos oportunidade de conhecer melhor os espaços desta unidade de saúde. O Instituto tem uma sala de reanimação e duas salas de cirurgia. Na sala de cirurgia existem vários aparelhos, tais como a mesa operatória e monitores dos sinais vitais. Para uma maior higiene e segurança do Instituto e dos seus pacientes, tivemos, ao entrar nestas salas, de colocar umas botas de pano por cima dos sapatos. As doenças relacionadas com o coração mais frequentes em Moçambique são a tetralogia de Fallot, a febre reumática e a hipertensão arterial. Estas doenças têm maior incidência em Inhambane (Inharrime), de tal maneira que tiveram de abrir uma secção apenas para este tipo de doenças. Neste Instituto, existem cerca de doze enfermeiros, cinco médicos, uma directora, um vice-director, uma funcionária administrativa, um contabilista, três cozinheiros, alguns auxiliares, guardas e um jardineiro. Inicialmente o Instituto era apenas para crianças desfavorecidas, ou seja, que não tinham possibilidades de pagar, mas hoje em dia o Instituto é para todos. É feito um inquérito aos pacientes de maneira a que o Instituto possa saber quem tem possibilidades de pagar e quem não tem. O Instituto do Coração é bastante importante para o país, pois é acessível aos mais desfavorecidos, que podem viver uma vida sem problemas cardiovasculares. Alunos do 9ºC/AC


EPM-CELP EM FOCO VISITA DE ESTUDO À RECICLA

No passado dia 18 de Abril, as alunas Mónica Francisco e Raquel Soares do 12º ano e a turma do 8º B realizaram, em conjunto, uma visita de estudo ao centro de reciclagem RECICLA. Esta visita foi organizada pelas alunas do 12º ano, no âmbito da disciplina de Área Projecto, para os alunos da turma B do 8º ano. A escolha deste centro para a realização da visita deveu-se, essencialmente, à relação directa entre a natureza do projecto do centro e o trabalho desenvolvido pelas alunas, Reciclagem do Plástico, que por sua vez se insere no programa da disciplina de Ciências Naturais Desenvolvimento Sustentável. A visita foi coordenada pelas professoras Ana Besteiro, professora e directora de turma do 8º B, e Ana Catarina Carvalho, professora de Área Projecto do 12º A, e contou com o total apoio da RECICLA e do seu gestor, o Sr. Tomás. Mas afinal o que é a Recicla? A RECICLA – Centro de Valorização do Lixo Plástico de Maputo – situa-se a cerca de 15 minutos do centro da cidade de Maputo, no bairro de Hulene B, junto à lixeira municipal. Este centro surgiu devido à ausência de uma entidade específica no país para a recolha e reciclagem do lixo plástico e partiu de uma iniciativa conjunta entre o Conselho Municipal de Maputo, a Caritas Moçambicana e Italiana, a L.V.I.A. (Associação Internacional de Voluntários Leigos), a GTZ, a AGRESU, a Regione Veneto e a República Federal da Alemanha (através do Ministério para a Cooperação Económica). Os principais objectivos deste projecto, sem fins lucrativos, são a resolução do problema ambiental existente no país, principalmente na cidade de Maputo e a reinserção social dos catadores provenientes da lixeira, através da oferta de trabalho remunerado. Num futuro próximo, o centro pretende ainda criar pontos de recolha por toda a cidade e implementar medidas de educação ambiental para a população. AC

VISITA DE ESTUDO AO CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM SAÚDE DA MANHIÇA Manhiça é uma pequena localidade rural, situada a 80 Km a norte de Maputo, que desde 1996 tem em funcionamento o Centro de Investigação em Saúde da Manhiça. Este Centro resulta de uma parceria entre o governo moçambicano, representado pelo Ministério da Saúde Moçambicano e pela Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane, e o governo espanhol, representado pela Fundació Clínic perl a Recerca Biomédica e pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional. A sua missão é fundar um centro de excelência numa zona rural, contribuindo para o melhoramento da saúde e do desenvolvimento, na área da investigação biomédica, da assistência técnica e sanitária e da formação de moçambicanos na área cientifica.

O Centro é constituído por vários laboratórios, alguns dos quais a prestar apoio ao hospital central da Manhiça, e tem vindo a estudar a malária, assim como outras doenças que causam problemas na área onde o Centro se encontra, nomeadamente a tuberculose e o HIV/SIDA. Neste momento, encontra-se a testar a vacina da malária, de forma a poder proporcionar um bem-estar social, diminuindo a taxa de mortalidade e aumentando a esperança média de vida da população. No dia 13 de Março, a turma A do 11º Ano, no âmbito dos conteúdos programáticos de Biologia/Geologia, efectuou uma visita de estudo a esse Centro de Investigação. O início da visita deu-se por volta das 8.00, numa viagem que demorou cerca de hora e meia. Começámos por ser recebidos pelo responsável administrativo da instituição, que explicou, numa palestra, o modo de organização do Centro, bem como a sua função. Depois da breve e clara explanação, começámos a visita pelos diferentes sectores, a saber: Laboratório de Parasitologia/ Micro bacteriologia; Biologia Molecular; Imunologia; Base de dados, fundamental para a investigação do centro; e Sector de Demografia, onde pudemos ver os dados referentes à população da área onde se AB está a realizar a investigação.

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EPM-CELP EM FOCO BALANÇO DO 2º MOMENTO DE AVALIAÇÃO SUMATIVA No Ensino Básico A nível da Educação Pré-Escolar, o Projecto Curricular foi cumprido e os objectivos propostos alcançados. De uma forma geral, o desenvolvimento global dos alunos é bom. No 1º ano, foram avaliados 78 alunos. Em relação ao período anterior, três alunos anularam a matrícula. Mesmo assim, houve uma boa evolução, atendendo a que neste ano de escolaridade as crianças estão a aprender a ler e a escrever.

No 2º ano foram avaliados 94 alunos. Estes são considerados assíduos com um comportamento satisfatório e um aproveitamento bom. Alguns apresentam dificuldades a nível de Língua Portuguesa e de Matemática. A turma “D”, devido à sua constituição inicial, pois foi constituída no 2º período do 1º Ano, recebeu alunos com algumas dificuldades a nível de Matemática e Língua Portuguesa, o que tem contribuído para que o rendimento desta turma, em relação às outras, seja mais fraco. Em relação ao 3º ano, foram avaliados 83 estudantes. Os alunos são assíduos, o comportamento é satisfatório e o aproveitamento é bom. Alguns alunos apresentam dificuldades a nível de Língua Portuguesa, de Matemática e de Inglês. No 4º ano, ano de transição de ciclo, foram avaliados 103 alunos. São alunos assíduos, o comportamento é satisfatório e o aproveitamento a nível desde ano é bom MF

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Em relação ao 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, realizaram-se vinte Conselhos de Turma de Avaliação, correspondentes a 8 turmas do 2º Ciclo e 12 turmas do 3º Ciclo. O número de alunos por turma situa-se entre 22 e 27. Para o caso das turmas do 2º Ciclo, relativamente ao 5º Ano de Escolaridade, o número varia entre 23 e 25 alunos, e no 6º Ano de Escolaridade, o número varia entre 22 e 27 alunos. No 3º Ciclo, no 7º Ano de Escolaridade, o número de alunos varia entre 22 e 23 alunos, no 8º Ano de Escolaridade, entre 21 e 25 alunos, no 9º Ano de Escolaridade, entre 23 e 25 alunos. Realizado o balanço dos resultados da avaliação, é de salientar que o comportamento dos alunos das turmas do 5º Ano de Escolaridade foi considerado, no geral, Satisfatório, com excepção das Turmas B e D, cujo comportamento foi considerado Bom.

As turmas do 5º e 6º Anos de Escolaridade apresentaram um aproveitamento Suficiente, constituindo excepção as Turmas C e D do 5º Ano de Escolaridade, que apresentam um aproveitamento Bom. Não se apresentam disciplinas com percentagens iguais ou superiores a 50% de níveis inferiores a três, nas turmas deste ciclo, em geral; contudo, o 6º C apresenta, na disciplina de Matemática, uma percentagem superior a 50% de níveis inferiores a três.

No que se refere ao 3º Ciclo de Estudos – 7º, 8º e 9º Anos de Escolaridade – o comportamento, em termos globais, foi também considerado Satisfatório, com excepção da Turma C, do 8º Ano de Escolaridade, que apresenta um Bom comportamento. O aproveitamento, de uma forma geral, no 3º Ciclo, foi considerado Suficiente, destacando-se as Turmas A e D, do 7º Ano de Escolaridade, com um aproveitamento Insuficiente, a Turma D do 8º Ano de Escolaridade e a Turma D do 9º Ano com um aproveitamento também considerado Insuficiente. Neste Ciclo de Estudos as disciplinas com percentagens de níveis inferiores a três iguais ou superiores a 50% são as de Matemática, Ciências Físico-Químicas e Ciências Naturais no 7º Ano de Escolaridade; Língua Portuguesa, Matemática e Ciências FísicoQuímicas, no 8º Ano de Escolaridade; História, Matemática e Ciências Físico-Químicas, no 9º Ano de MC Escolaridade.


EPM-CELP EM FOCO No Ensino Secundário

No 10º ano de escolaridade, a disciplina de Matemática é a que apresenta o maior número de classificações inferiores a dez valores. No total de 66 alunos avaliados, 34 tiveram uma classificação inferior a dez valores. Se estivéssemos no fim do ano lectivo, haveria 25 alunos reprovados, isto porque há 25 alunos com mais de três classificações inferiores a dez valores. O comportamento das turmas foi considerado Satisfatório, bem como o aproveitamento. No que concerne ao 11º ano, as disciplinas com maior índice de insucesso são Matemática (turmas A e B), com uma percentagem de insucesso de 63,5% e Físico-Química A com a percentagem de 51,2%. Há 19 alunos em situação de reprovação, dado que possuem mais de duas classificações inferiores a dez valores. O comportamento das turmas foi considerado Satisfatório, bem como o aproveitamento. Relativamente ao 12ºAno, não existem disciplinas com percentagens de insucesso. Todavia é preciso estar-se atento às disciplinas de Matemática, e à disciplina de História B no 12º B, tendo presente que são disciplinas sujeitas a exame nacional. O comportamento das turmas foi considerado Satisfatório, bem como MV o aproveitamento.

REUNIÕES ENTRE A DIRECÇÃO E ALUNOS

Nestas reuniões procura-se estimular nos alunos uma reflexão critica do desempenho a fim a induzir melhorias nos resultados obtidos

O início de um novo período reveste-se de uma importância vital para a vida de qualquer aluno. Há que repensar a forma como se encara a vida escolar e, se necessário, traçar uma nova rota para levar o barco a bom porto. Assim, e à semelhança do que já é prática na EPM-CELP, o Conselho Directivo promoveu reuniões com os alunos dos diversos ciclos de estudo, com o propósito de promover uma reflexão cuidada sobre os resultados obtidos. Nestes encontros, os alunos tiveram oportunidade de conhecer os resultados das turmas do respectivo Ciclo de Ensino e de se pronunciar sobre as dificuldades encontradas e o que fazer para melhorar a sua atitude face às actividades lectivas. Através da visualização de um pequeno vídeo, exemplificando que é possível vencer as dificuldades, os alunos reconheceram que : É possível vencer as dificuldades desde que se tenha força de vontade. EP

Às Mulheres da Minha Terra

O kulunguana soa ao ritmo da festa no amarrar da capulana que a alegria manifesta. São as Mulheres da minha terra que celebram o seu dia com lindos passos de dança na marrabenta que toca em harmonia. As vozes perdidas no canto que mata o sofrer, na sua melodia, destas Mulheres que em armas lutaram pelo bem do país e da sua democracia. E nas suas mãos o amor pela enxada deixou as marcas do trabalho lindo, nas machambas de onde o verde brotou. Viva as nossas mamanas viva as mães da nação viva as Mulheres Moçambicanas. Viva também... aquelas que sem serem moçambicanas lutaram pela educação e pelo bem-estar do povo lado a lado com as nossas mamanas. Viva, viva, viva a coragem e o sacrifícios dessas Mulheres que de esperança animam o nosso povo que de amor sustentam a nossa nação. Fernandes Sitoe, 11º C NR: Poema escrito por ocasião das comemoraçãoes do Dia da Mulher Moçambicana, dia 7 de Abril.

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ASSOCIAÇÃO DE PAIS A ELEGÂNCIA A Associação de Pais e Encarregados de Educação da EPM-CELP pretende ser um elo de ligação vivo entre as famílias e a Escola. Disso são testemunho as actividades levadas a cabo como a feira do livro e o concurso Uma estória desenhada. O artigo que se segue, da responsabilidade deste organismo, assume-se como um contributo sério na arte do saber estar. Vale a pena ler.

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a “Elegância do Comportamento”. É um dom que vai muito além do uso correcto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. É a Elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma ‘elegância’ desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz quando se dirigem às pessoas mais humildes. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais. Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber um telefonema, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está. Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se superar para o fazer. É elegante não mudar o seu estilo apenas para se adaptar ao outro.

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É muito elegante não falar de dinheiro em conversas informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade. É elegante o silêncio, diante de uma rejeição. Apelido, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do Gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens. Abrir a porta para alguém...é muito elegante. Dar o lugar para alguém sentar...é muito elegante Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma. Oferecer ajuda...é muito elegante. Olhar nos olhos, ao conversar, é essencialmente elegante. Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que indepente de status social: é só pedir “licencinha” para o nosso lado mais primitivo, que acha que “com amigo não tem que ter estas coisas”. Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura. Nós, como Encarregados de Educação e Pais, temos que estar atentos para que, tanto em casa como na escola, estejamos sempre passando aos nossos filhos essa Elegância para que no futuro possamos ter uma sociedade mais justa e digna.

APEE - EPM


EPM-CELP EM FOCO COMEMORAÇÃO DO DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL O dia internacional do Livro Infantil, dia 2 de Abril, foi comemorado na nossa escola com a apresentação do livro “Mimosa”, uma história criada pela psicóloga escolar Janaína Tomás e Melo. A obra conta com ilustrações de Athayde e Melo e com o prefácio de Mia Couto. No auditório Carlos Paredes, os mais pequeninos ouviram a “menina grande”, que pensou esta história, e até o ilustrador ali esteve presente, deliciando os pequenotes com outros e variados desenhos. Criou-se assim ambiente para um diálogo vivo e animado entre todos, sendo muitas as questões dos pequeninos cuja curiosidade era difícil de saciar. Vamos ouvir o que tem a dizer Janaína Tomás e Melo, a autora. PL – Como nasceu a Mimosa? JM- A Mimosa surgiu a partir de duas coisas: a minha filha, que aqui vivia longe da família, com saudades de todos, o que lhe gerou problemas de auto-estima, e a minha vontade de escrever para crianças. Um dia conheci um contador de histórias e fiquei com esta vontade, a de escrever uma história que pudesse ajudar a minha filha. Eu queria escrever e o meu marido queria ilustrar. PL – Foi o que se pode chamar de um trabalho familiar? JM- Sem dúvida! E foi um trabalho de todos, quando o digo, é porque foi mesmo de todos. O meu marido pintou e desenhou ao lado dos filhos e o último desenho da Mimosa é inspirado num auto-retrato feito pela Nayma, a minha filha. No primeiro livro, “Feiosa Mimosa”, surgem mais brincadeiras familiares e a carta escrita no avião foi mesmo escrita pela minha filha, as legendas que surgem com letra de criança também foram escritas por ela e, em determinado momento, há um quadro da bisavó que é um quadro real que foi fotografado e incluído na história! PL – Qual o principal objectivo desta história? JM- Bem, eu trabalho sempre com objectivos. Na primeira história, o meu objectivo era trabalhar a família, os dias da semana, criar uma história que pudesse ser trabalhada, por exemplo, numa sala de aula com os meninos. Na segunda história eu quis trabalhar outros temas como a gravidez, como receber um mano, ou o luto pela morte, pois nesta história há uma avó que está doente e a Mimosa começa a perceber que um dia a avó não vai aparecer... PL – Como foi o encontro com as crianças? JM- Este não foi o primeiro encontro. Gostei mesmo muito. É muito bom escrever para os nossos filhos mas escrever para outras crianças também e eu senti que o lançamento

do livro é uma oportunidade para contar a história e perceber o impacto da história nas crianças. PL – Qual a pergunta mais curiosa que lhe colocaram? JM- No auditório, recebi as crianças da Pré-Primária e depois as crianças do 1.º ciclo. Foram duas as questões e quando as colocaram eu até fiquei aflita! Uma delas foi “Como entrou a semente na barriga da mãe?” e outra “Como saiu o bebé?” PL – E quais foram as respostas? Ficaram esclarecidos? JM- Sim, à primeira questão respondi que os pais namoraram e assim o pai colocou a semente na barriga da mãe. Já à segunda questão, expliquei que a mãe foi para o hospital e o médico ajudou o bebé a sair. PL – Qual o balanço da comemoração do Dia do Livro Infantil? JM- Excelente! Nunca na escola tinha sido assim celebrado, o dia do Livro Infantil! Foi muito bem organizado este dia, pena não ter sido possível abranger todo o 1.º ciclo! Eu gostaria até que em futuras ocasiões se organizasse a semana do livro infantil e aí trabalhar o livro como um processo de construção, ou seja, o mesmo livro seria trabalhado de forma diferente atendendo às classes etárias dos alunos. Se com uns se trabalharia a história, com outros trabalhar-se-ia a parte gráfica, por exemplo. PL – Teve oportunidade de estar com os mais pequenos. Gostaria de deixar algumas palavras aos mais crescidos? JM - Sim, ler, ler e ler...isto para os pais, para os meninos já mais crescidos, para todos! Aprendi com o mesmo contador de histórias que, se se entra no quarto de uma criança e ela tem mais brinquedos que livros, algo está mal!

O Pátio das Laranjeiras soube, um dia após a realização da entrevista, que a autora foi contactada para a tradução da sua história para uma editora inglesa. Parece que a Mimosa vai viajar e trazer ainda mais surpresas!!! Parabéns à autora e obrigada pelas palavras! MV

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EPM-CELP EM FOCO VISITA DE SUA EXCELÊNCIA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA À EPM-CELP património cultural comum, sublinhando-se o papel estratégico da Língua Portuguesa a nível global. Para a concretização destes objectivos, contribuíram os encontros do Presidente Cavaco Silva com os dirigentes políticos Moçambicanos,

O Presidente da República no acto de assinatura do livro de honra da EPM-CELP

A Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa teve a honra de receber a visita de Sua Excelência, o Presidente da República Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva e da Dr.ª Maria Cavaco Silva, no passado dia 26 de Março, último dia da Visita de Estado a Moçambique, realizada a convite do seu homólogo Moçambicano, o Presidente Armando Guebuza. Os Ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, da Defesa Nacional, da Educação e da Cultura, assim como os Secretários de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e Comércio faziam parte da comitiva. Tratou-se da primeira Visita de Estado do Presidente Cavaco Silva a Moçambique, revestindo-se, naturalmente, de grande interesse no que concerne ao desenvolvimento de boas relações políticas e de amizade entre os dois países. As acções levadas a cabo pela Presidência da República, entre 24 e 26 de Março, tiveram como objectivos fundamentais a promoção de um novo ciclo de cooperação económica e empresarial, a par da valorização do

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nomeadamente, com o Presidente Armando Guebuza, assim como a sua participação empenhada nos vários eventos organizados no âmbito da sua deslocação a Moçambique. No que respeita ao incremento das relações económicas entre os dois países, destacam—se o Seminário Económico e a Exposição “Portugal Inovação”. O Seminário Económico, que teve lugar no dia 24 de Março, no Hotel Avenida, em Maputo, permitiu aprofundar o conhecimento entre os mais diversos agentes económicos com vista ao desenvolvimento das relações económicas e financeiras entre os dois países. Ainda neste primeiro dia de visita, foi inaugurada a exposição “Portugal Inovação”, que esteve patente ao público durante quatro dias, no Centro Cultural Português, contando com a participação de quatro dezenas de empresas. Nesta, foi possível conhecer o que de mais inovador se tem feito, em Portugal, em áreas económicas tão diversas como a banca, a indústria alimentar,

o turismo, a saúde, as tecnologias da informação e comunicação, a construção e os transportes e serviços. Se o potenciar das relações económicas é de importância vital para a promoção de um relacionamento cada vez mais próximo entre Portugal e Moçambique, não menos importante, é o código linguístico comum em que todo este processo se desenrola: a Língua Portuguesa. É precisamente neste contexto, da necessidade de uma reflexão profunda acerca das políticas linguísticas em contextos multiculturais que decorreu, no dia 25 de Março, o Colóquio: Português, Língua Global, organizado pelo Instituto Camões. A riqueza do programa e do painel de conferencistas foi reveladora da importância de que se revestiu este acontecimento. Tratou-se de um momento em que se procurou através da pluralidade das comunicações apresentadas, dar conta, quer da dimensão global da Língua Portuguesa, quer da necessidade de um olhar mais atento à sua promoção e relacionamento com a diversas línguas dos países lusófonos. Na abertura deste encontro, o Presidente Cavaco Silva fez uma intervenção de uma riqueza e clareza inabaláveis, frisando a importância da nossa língua como veículo de comunicação entre povos, de promoção da educação e

A EPM-CELP engalanou-se na visita Prof. Dr. Cavaco Silva, obrigando à mobilização de um forte dispositivo protocolar.


EPM-CELP EM FOCO PROF. DOUTOR ANÍBAL CAVACO SILVA consequentemente do desenvolvimento dos povos, assim como a consciência da urgência em que se passe das palavras aos actos no que toca a uma política linguística mais activa. No último dia da visita, Cavaco Silva deslocou-se à Ilha de Moçambique, terminando o dia em Maputo onde, como já se referiu, visitou a EPM-CELP, que neste dia foi também palco da Recepção em Honra da Comunidade Portuguesa em Moçambique. A visita do Presidente foi preparada com o empenho e a dedicação de que se revestem os momentos solenes da vida de qualquer instituição.

Não obstante a sua experiência e dinamismo na realização de eventos, o acontecimento constituiu um desafio à capacidade logistica e de protocolo da EPM-CELP

O Presidente Cavaco Silva, a sua esposa e restante comitiva, chegaram cerca das 19h à EPM-CELP, tendo sido recebidos calorosamente pelo Conselho Directivo, Coordenadores de Ciclo, de Áreas Disciplinares, Docentes, funcionários e Associação de Pais e Encarregados de Educação desta Instituição. Seguidamente, fez-se uma visita às instalações da Escola passando pela Biblioteca Poeta José Craveirinha, onde foi oferecida uma escultura, da escultura moçambicana Reinata. Foi ainda neste bonito espaço, que o Presidente assinou o Livro de Honra

A recepção à mais alta figura do Estado Português foi abrilhantada com a actuação da Tuninha Sol e Dó que presenteou a assistência com a interpretação coral dos Hinos da República de Moçambique e da República Portuguesa

da Escola e o músico, patrono da ala de Música, Dilon Ndjindgi, ofereceu um dos seus últimos trabalhos discográficos, que inclui uma homenagem à Escola Portuguesa de Moçambique. Durante esta visita, a Escola Portuguesa de Moçambique teve a honra de ver inaugurados, pelo Presidente da República, o tríptico de azulejaria, da autoria do Comendador Gilberto Leal, alusivo à Literatura Lusófona, e o Pavilhão Gimnodesportivo da EPM- CELP. Entretanto, deu-se início à recepção em honra da comunidade portuguesa. O Presidente não deixou de saudar todos quantos dignificam o nome de Portugal em Moçambique. A esta intervenção de apreço à

O Músico Moçambicano Dillon Ndjindji lê uma dedicatória ao Presidente da República Portuguesa

comunidade portuguesa em Moçambique, seguiu-se a condecoração, com o grau da Ordem de Mérito, do Padre Anastácio Jorge Martins da Rocha, responsável pelo Centro de Dia “Mães de Mavalane”Escola Secundária de Solidariedade. A recepção seguiu num ambiente de salutar convívio onde não faltaram saborosos acepipes.

Quem seguiu de perto a deslocação do Presidente Cavaco Silva pôde ver o político e o homem em uníssono. Moçambique não é terra estranha para Cavaco Silva. Aqui viveu na sua juventude, pelo que a sua memória afectiva está impregnada de recordações que cimentam um respeito inabalável por um país que vai crescendo com o querer do seu povo e de todos quantos com ele EP colaboram.

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VISITA DE SUA EXCª O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

FOTOREPORTAGEM

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FOTOREPORTAGEM

PROF. DR. ANÍBAL CAVACO SILVA

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EPM-CELP EM FOCO BAILE DE FINALISTAS 2008 Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas. Falar deste momento tão especial para cada um de nós, é falar de um sonho colectivo, que com muito trabalho, empenho e dedicação foi transformado em realidade. A realização deste sonho foi, para nós, um desafio em que nos confrontámos com situações nunca antes esperadas, superámos obstáculos e barreiras, encontrámos soluções completamente inovadoras, e muitas vezes, ultrapassámos limites que nunca pensámos que pudessem ser ultrapassados. Podemos dizer que saímos da escola quase formados em relações públicas e organização de eventos. Porém esta noite simboliza para nós, não só a concretização de um sonho, mas a chegada a um patamar onde os desafios são cada vez maiores. Conclui-se aqui uma etapa e inicia-se outra. Chegou, então, o momento de reflexão e perguntamos: o que é que a escola nos deu? E a resposta é, TUDO, sim esta escola deu-nos TUDO! Aqui aprendemos deste o início o significado de sermos humanos, de caminharmos para a contrução de um mundo melhor sempre de mãos dadas, pois a UNIÃO FAZ FORÇA! Uma escola onde sempre fomos família e muitas vezes mundo, onde com os professores do primeiro ciclo aprendemos a cantar “todos diferentes, todos iguais” e a valorizar a diferença como um valor enriquecedor. Somos e seremos sempre parte deste lugar, disso não há qualquer dúvida. Convivemos com grandes pensadores, como Platão, com eles saímos da caverna e demos os primeiros passos, no campo do conhecimento. Aprendemos então que apesar da crueldade, têm de ser os jovens a mudar o mundo e a torná-lo mais humano.

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Hoje, podemos afirmar, em convição que daqui saímos com bases éticas e morais sólidas, com espírito humanista, e com a certeza de que a mudança deve partir de nós. Por tudo isto agradecemos aos professores do primeiro ciclo, que nos deram a mão quando o medo do desconhecido era maior do que a vontade de brincar e aprender, que com as suas canções e brincadeira tornaram a nossa primeira fase, com certeza, mais colorida e alegre. A vós devemos muito do que somos hoje, a todos vós que nos acompanharam nos primeiros passos. Aos professores que se seguiram, o nosso muito obrigado, pela calma e paciência que tiveram connosco, naqueles momentos em que o corpo está em permanente mudança. Obrigada pela partilha! Partilha de conhecimento! Partilha de experiência, e partilha de afectos ! Aos professores do ensino secundário, o nosso especial obrigado, por terem desempenhado, nas nossas vidas, um papel fundamental. Professores que nos fizeram perceber que o mundo que nos rodeia não tem apenas tons rosa, que viver não se resume à sobrevivência quotidiana, mas exige esforço contínuo, entrega e perseverança. Convosco aprendemos que viver é derrubar obstáculos, é resolver problemas! Muitos obstáculos foram ultrapassados! Outros virão, certamente, mas a têmpera que adquirimos na vossa companhia, irá nortear-nos durante toda a vida! Gostariamos, igualmente, de endereçar uma palavra de encorojamento aos nossos colegas que se encontram, ainda a caminho da meta final: NUNCA DESISTAM! Isto é, apenas, uma etapa das nossas vidas. Bem-haja a todos! Vamos sentir MUITAS SAUDADES!

À semelhança do que acontece todos os anos, no dia oito de Março, realizou-se na Escola Portuguesa de Moçambique o Baile de Finalistas. Esta actividade é um dos momentos mais esperados pelos alunos do 12º ano, quer pelo empenho que colocam na sua preparação , quer como símbolo do atingir de uma etapa marcante das suas vidas escolares. O texto acima transcrito é o discurso proferido pelos alunos nesta cerimónia, evidenciando a sua pespectiva relativamente ao seu percurso na EPMCELP. A todos o «Pátio das Laranjeiras» congratula, desejando que no seu futuro próximo as suas experiências e escolhas sejam tão enriquecedoras e marcantes como a que, (são os próprios a reconhecer) tiveram ao passar por esta escola. EP


EPM-CELP EM FOCO MASTERCLASS 2008

No passado dia 18 de Abril, a Estação Central dos Caminhos de Ferro de Moçambique, em Maputo, foi mais uma vez palco de um concerto – a V Masterclass de Violino em Moçambique. Este evento é promovido pela EPM-CELP e apadrinhado por empresas moçambicanas e portuguesas. Este acontecimento assume-se como a face visível de uma filosofia educativa em que a Música surge como um valor a transmitrir aos alunos. Nunca será demais recordar que a EPM-CELP abraçou o projecto-piloto de iniciação musical em violino em Outubro de 2003 baseado no método Suzuki e orientado especialmente para crianças de seis anos de idade. De salientar que, segundo este método, qualquer criança que domine a sua língua materna é capaz de tocar um instrumento musical com um nível técnico elevado. Tal princípio combate o lugar comum de que tocar um instrumento requer competências extraordinárias. Outra característica interessante deste método é a influência dos pais na evolução das aprendizagens dos alunos, uma vez que recebem instruções específicas que ajudam a orientar o estudo das crianças em casa. Tal como em edições anteriores, este concerto foi o culminar de mais uma Masterclass, isto é, de uma semana de trabalho intenso em que alunos e professores prepararam afincadamente todo o espectáculo com que nos brindaram. Desta feita, contou-se com a preciosa colaboração dos professores: Nelson Ferreira (violoncelo), Tonymingos Fortuna (piano) Gonçalo Ruivo (violino), Luís Santana (violino) e Xuan Du (violino). Aconteceu música na Estação Central dos Caminhos de Ferro de Moçambique. O concerto iniciou-se com a entusiasta actuação do Coro da EPM-CELP e da Banda de Sopros da EPM. Dado o mote, o concerto seguiu pela mão de professores e alunos. Ouviu-se Mozart, Scott Joplin, Shuman,Vivaldi, J.S.Bach, Paganini, Haydn S.Suzuki, entre outros.

A experiência de ouvir música ao vivo é única. Ouvi-la por quem a carrega na alma é uma sorte. Aos professores e alunos que tornaram possível mais um momento de encantamento musical, e porque aqui o aplauso não se ouve, obrigado por partilharem connosco o vosso trabalho e talento. Aqui fica o testemunho de uma das intérpretes do concerto. Se procurarmos no dicionário o significado de “música”, ficaremos a saber tudo, sem perceber coisa alguma: “Música, s.f. arte que ensina a tocar ou a cantar”. Se perguntarmos a alguém “O que é a música?”, obviamente iremos obter um leque enorme de respostas. Por isso, esperar por uma resposta universal a “O que é a Música?” pode ser tão inútil como esperar que o mesmo sucedesse quando questionássemos “O que é a Filosofia?” - sem exageros. Para mim, Música é a arte de combinar os sons de forma a serem capazes de alterar o nosso estado de espírito; é transformar cada nota tocada/cantada num verso poético, num movimento. O maior desafio que nos é entregue quando tocamos ou cantamos é exprimir emoções e, fundamentalmente, transmitir uma ideia. Cada figura musical de uma partitura escrita há séculos atrás por amantes da música e compositores, serve de estrutura a uma ideia, ideia esta que pode ser transmitida através de arcadas vivas de um violinista ou do canto brincalhão de uma flauta transversal. Acho que o meu gosto, a minha atracção pela Música é o reflexo do desafio que tocar violino me oferece. É impossível saber o máximo sobre a Música. É uma aprendizagem constante, crescente e desafiadora, porque transmitir ideias sem o apoio dos nossos meios de comunicação habituais (o código oral e escrito, os gestos e as expressões faciais) é, sem dúvida, o maior desafio que, EP/Mónica Amorim 10ºA2 até hoje, me foi proposto.

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EPM-CELP EM FOCO A SEMANA DAS CIÊNCIAS Entre os dias 9 e 11 de Abril decorreu, na nossa Escola, a Semana das Ciências. Esta semana é organizada anualmente pelos grupos de Ciências Naturais e Ciências Físico-Químicas e nela são integradas diversas actividades de modo a permitir aos alunos, desde a mais tenra idade, estar em pé de igualdade com o mundo que os rodeia e abrir-se sem dificuldade aos problemas colocados pelo desenvolvimento sempre mais rápido das ciências e das técnicas, permitindo assim à Escola um melhor cumprimento da sua função. . Aqui ficam testemunhos do que se viveu nestes dias!

À DESCOBERTA DOS VEGETAIS

WORKSHOP SOBRE RECICLAGEM E ARTESANATO DE PAPEL Nos passados dias 9, 10 e 11 de Abril, realizou-se na Escola Portuguesa de Moçambique um workshop sobre Reciclagem e Artesanato de Papel.

A actividade, À descoberta dos Vegetais, realizada no dia 11 de Abril, foi um jogo muito engraçado que fizemos em conjunto com a turma do 3º ano A. Dias antes do jogo, os alunos das duas turmas foram divididos em quatro equipas. Cada equipa era composta por alunos do 3º e do 5º ano e identificada pela sua cor (amarela, verde, laranja e branca). Foram escolhidos quatro alunos ( dois do 5º e dois do 3º ano) para fazerem parte do júri que iria fazer a contagem dos pontos. Havia um mini-mercado de hortaliças, onde dois membros de cada equipa teriam de identificar os vegetais pedidos na lista e levá-los à sua equipa para confirmar em conjunto se estava tudo certo. O grupo que conseguiu, em menos tempo, os alimentos correctos, ganhou. Na segunda parte, cada equipa teve de responder a um questionário sobre os vegetais. Ganhou o grupo que obteve em menos tempo, mais respostas certas. Quando acabou, foram entregues prémios aos vencedores. Achamos que este tipo de jogos serve para duas coisas: aprender e divertir. Aprendemos, analisando o que acertamos e erramos, e divertimo-nos, ao competir uns com os outros. Gostámos muito desta actividade!

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Alunos do 5ºC

Nestes três dias, os alunos desta escola tiveram a oportunidade de aprender como fazer carvão a partir do papel, reciclar papel e criar produtos tão variados como folhas de papel reciclado e esculturas de papel. Também foi possível conhecer outras aplicações que pode ter o papel usado, como os fogões solares e os briquetes de papel. No primeiro dia, os alunos do 8º ano aprenderam a fazer o carvão de papel. No segundo dia, os alunos do 4º ano envolveram-se entusiasticamente na reciclagem de papel propriamente dita, criando peças variadas. Por fim, no terceiro dia, foi dado a conhecer o trabalho realizado na escola através de uma exposição/venda de peças feitas a partir do papel reciclado. É de salientar e agradecer a participação e ajuda fornecida pela AMDU (Associação para o Desenvolvimento Urbano). Esta associação disponibilizouse para realização destas actividades em parceria com as alunas Lee Sun Almeida e Ivandra Simão que desenvolveram este projecto no âmbito da disciplina de Área Projecto. Tratou-se de uma actividade de extrema importância, no que respeita ao desenvolvimento de uma consciência ecológica mais profunda e da utilidade que a reciclagem tem no desenvolvimento económico de qualquer país, especialmente daqueles que têm poucos recursos.

Ivandra Simão e Lee Almeida, 12º A


EPM-CELP EM FOCO À DESCOBERTA DO SISTEMA DIGESTIVO No dia 11 de Abril os alunos do 9º C, com a ajuda da professora Ana Catarina Carvalho, organizaram um jogo sobre o sistema digestivo, no âmbito da Semana das Ciências. O professor Calisto Namburete ajudou na construção do jogo. Os alunos do 6º B e 6º C estavam divididos em seis equipas, de seis elementos cada uma, estando o jogo organizado em seis partes: boca, esófago, estômago, duodeno, intestino delgado e grosso. Em cada uma das etapas era-lhes feita uma pergunta, onde o grupo poderia discutir as respostas, mas apenas o elemento a quem era feita a pergunta, é que podia responder. No decorrer do jogo, os grupos tiveram de experimentar um sumo de limão amargo e foram molhados com bisnagas de água, para que o jogo parecesse mais real, simulando os sucos digestivos. No fim do jogo, foram feitas as contagens e eleitos os primeiros três classificados.

9º C, Profª. Ana Catarina

VISITA AOS LABORATÓRIOS

Com a intenção de promover o gosto pela Ciências realizaram-se visitas aos Laboratórios de Ciências Físico-Químicas e Biologia. O laboratório de Ciências Físico-Químicas recebeu os alunos do 5º e 6º ano que saciaram a sua curiosidade realizando experiências sob a orientação dos docentes desta área disciplinar. Experiências como o balão, o vulcão químico, a impressão digital, o fogo de artifício e o jogo das densidades foram permitindo a descoberta da existência de diferentes elementos químicos e respectivas propriedades. Ao laboratório de Biologia chegaram os alunos do pré-escolar e do 1ºCiclo ávidos de saber. Para eles estavam preparados quatro espaços distintos, onde era possível alimentar a curiosidade científica. Os pequenos cientistas poderiam ficar a saber como se trabalha num laboratório, fazer descobertas microscópicas, conhecer melhor o corpo humano e os seus mistérios. EP

TESTEMUNHOS DOS ALUNOS

A nossa Escola realizou, entre os dias 9 e 11 de Abril, actividades alusivas à Semana das Ciências. Primeiro, fomos ao Laboratório de Química ver algumas experiências feitas pelos professores que lá estavam. Essas experiências envolveram água, álcool, brilhantes, fogo e outros materiais. No dia 11 participámos, juntamente com a turma do 6°C, num concurso organizado pela turma do 9°C. Era um jogo sobre o sistema digestivo. As turmas B e C do 6° ano foram divididas em grupos com nomes de nutrientes: vitaminas, proteínas, lípidos, minerais e água. O grupo vencedor foi o dos minerais (6°C), em segundo lugar ficou o grupo das vitaminas e em terceiro o das proteínas. Como bonús, todos os grupos terão oportunidade de ver um filme no auditório da Escola.

David, 6° B Do dia 9 ao dia 11 de Abril celebrouse a Semana das Ciências na nossa Escola. Das turmas do 6º ano, só participaram as turmas B e C. Gostámos muito e foi pena não termos ganhado, mas o que importa é, como diz o provérbio, “perder ou ganhar é desporto”. Foi muito divertido, porque cada turma tinha que se dividir em três grupos e um dos grupos da nossa turma ficou em segundo lugar e outro em terceiro. Claro que ficámos contentes pelo facto de os nossos colegas terem ganhado. Não é por isso que vamos ficar de cabeça para baixo! E queremos jogar de novo no próximo ano; quem sabe assim ganhamos. Ah! Também queremos dar os parabéns aos vencedores! Agradecemos ao 9°C pelo enorme esforço que fizeram para o 6° ano poder participar nesta actividade da Semana das Ciências. Também queremos agradecer à professora Ana Catarina por nos ter explicado as regras do jogo e a uma menina chamada Ana Cristina, que nos orientou.

Jade Freire, 6B

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EPM-CELP EM FOCO O 25 DE ABRIL DE 1974 Foi há 34 anos que às 00.30h do dia 25 de Abril, se ouviu, na Rádio Renascença, a canção de Zeca Afonso, “Grândola, Vila Morena”. Era a senha para o início da revolução. Era o desmoronar do “Estado Novo” imaginado por Salazar. Era o fim da ditadura e o advento da liberdade e da democracia para Portugal e para os portugueses. Antecedentes Em 1974 o regime político português encontrava-se ao nível político e social praticamente esgotado. Os ventos da mudança tinham chegado a Portugal. Salazar morrera há já cinco anos. Os portugueses, aproveitando uma era de expansão económica – que viria a acabar com a subida do preço do petróleo em 1973 – tinham melhorado muito o seu nível de vida. O número de televisores e automóveis subira consideravelmentee. Entretanto, a Guerra Colonial continuava há já 13 anos, sem solução à vista e fazendo Portugal quase figura de D. Quixote, pois todas as antigas potências coloniais já haviam promovido a independência das suas colónias. Embora o número de mortos e feridos nessa guerras não fosse muito elevado, a ida para o exército não deixava de ser um risco. Os custos em vidas e em recursos materiais tinham conduzido a sociedade portuguesa a um profundo estado de esgotamento. A situação nos campos também se havia modificado, com a partida de milhares de homens “a salto”, (isto é, emigrando ilegalmente) para França, Luxemburgo e Alemanha, o que tornou os trabalhadores menos dependentes dos antigos patrões e mais conhecedores da realidade europeia. Finalmente, o chefe de governo, o professor Marcelo Caetano, era muito mais professor do que político, e não era certamente um condutor de homens. O governo de Marcelo Caetano ia, dia após dia, perdendo prestígio. O isolamento internacional era total. Arrastando-se a guerra em África por mais de 13 anos e faltando candidatos às carreiras militares, o governo decidiu ir buscar os antigos oficiais milicianos que tivessem cumprido uma comissão de serviço no Ultramar e que, após um curso acelerado, eram promovidos a capitães. Era a política do exército barato. A medida foi muito mal recebida pelos militares de carreira. As reuniões multiplicavam-se. Nestas reuniões começaram a abordar o problema da Guerra Colonial e a queda do regime. Este movimento militar, o Movimento das Forças Armadas – MFA, era composto quase exclusivamente por capitães e escolheu para a sua cúpula as mais altas chefias militares, o Chefe e o Vice-Chefe do Estado Maior do Exército, generais Costa Gomes e António de Spínola . Em Fevereiro de 1974, António de Spínola, general prestigiado nas forças armadas, provoca um terramoto político ao propor no seu livro “Portugal e o Futuro” uma evolução das colónias portuguesas para uma comunidade de Estados.

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Este livro provoca a demissão de Spínola a 14 de Março e a 16 acontece a revolta das Caldas da Rainha, mas o movimento, mal estruturado e sem apoios fracassou. A 25 de Abril, nova revolução, desta vez com outro nível de organização. A Revolução Na noite de 24 para 25 de Abril, duas estações de rádio lançam para o ar duas canções que irão adquirir um simbolismo particular: “E Depois do Adeus”, interpretada por Paulo de Carvalho, que soa como uma despedida do governo marcelista, e “Grândola, Vila Morena”, interpretada por José Afonso, com um conteúdo opositor ao regime. Estas canções desencadearam as operações militares coordenadas pelo major Otelo Saraiva de Carvalho. Todos os pontos estratégicos do país foram ocupados. Sem disparar um único tiro cobrem praticamente todo o país. Marcello Caetano, refugiado no quartel do Carmo, acaba por se render ao general António de Spínola. Só um incidente irá manchar os acontecimentos: agentes da polícia política PIDE/DGS, barricados na sua sede, abrem fogo sobre manifestantes causando alguns mortos e feridos. Algumas horas após a transmissão de poderes de Marcello Caetano para as mãos de Spínola, constituiu-se um órgão de governo provisório, com representação de todos os ramos das Forças Armadas, a Junta de Salvação Nacional. A 26 de Abril, os presos políticos são libertados, os refugiados políticos regressam do estrangeiro e os agentes da polícia política são presos. Nos meses que se irão seguir o país assiste a uma movimentação febril sem precedentes: constituem-se partidos políticos, surgem organizações sindicais, floresce uma variadíssima imprensa livre, estabelecem-se relações diplomáticas com quase todos os países do globo e procede-se à descolonização por via negocial. A “Revolução dos Cravos”, onde as flores substituíram as balas, lançou a liberdade sobre Portugal e estendeu-a às colónias, que se FM tornaram independentes.


EPM-CELP EM FOCO AS COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL NA EPM-CELP sobre a mesma. Os mais pequeninos, alunos do pré-escolar e 1º Ciclo, não foram esquecidos e para eles o grupo do quarto ano preparou uma apresentação em Power Point sobre este marco histórico, tendo-se, também, escutado canções alusivas à data.

A revolução dos Cravos fez 34 anos. As gerações do pós 25 de Abril cresceram em liberdade. Para elas o pensamento não está encarcerado. Para elas o sonho é possível. Para elas a igualdade entre as pessoas é possível. Sabemos, no entanto, que nem sempre foi assim em Portugal e nos territórios que estavam sob o seu domínio. Foi longo o caminho que levou à democracia. Sabemos que a liberdade foi amputada do país durante um largo período de tempo. Sabemos que a palavra e a música tiveram a força de mil canhões disparando o sentir de tantos quantos acreditaram que o homem deve ser livre. Sabemos que é urgente dar testemunho da história para que as gerações futuras vivam como nasceram: livres. E haverá melhor lugar para ensinar a viver em liberdade do que a escola? Certamente que não. Imbuída deste espírito, A EPM-CELP foi mais uma vez palco de algumas iniciativas alusivas à efeméride que visaram, por um lado, veicular informação sobre a Revolução do 25 de Abril, ajudando a desenvolver a consciência crítica face aos valores da liberdade, da democracia, e, por outro dar a conhecer o papel da música, da poesia no desbravar dos caminhos da liberdade.

Durante a tarde decorreu um espectáculo da responsabilidade das áreas disciplinares de Português e História que mais não pretendeu do que mostrar pedaços de um tempo tenebroso em que o pensamento era a única arma para alcançar a luz. Primeiro, lembrou-se o contexto histórico que levou à revolução de Abril, através de um diaporama. Seguidamente, pela linguagem do cinema ficou a conhecer-se a crueldade dos interrogatórios feitos pela PIDE. Depois, foi a vez do teatro entrar em cena, dramatizando-se o quotidiano daqueles que punham a sua vida ao serviço dos ideais de uma sociedade democrática. Por fim, ouviram-se canções de intervenção, frisando-se o valor da música como agente de mudança social em tempos em que a palavra era objecto de censura. Grândola Vila Morena, símbolo da Revolução, fez-se ouvir pelas vozes de uma plateia que vivendo em liberdade, tem o dever de a valorizar e conservar para as gerações vindouras, não deixando a mais pequena brecha para que as conquistas de Abril não desmoronem.

EP

Viva a liberdade!

No dia 24 de Abril, esteve patente, no átrio da escola, uma exposição sobre esta época histórica permitindo a toda a comunidade educativa aprofundar os seus conhecimentos

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CENTRO DE RECURSOS EDUCATIVOS PUBLICAÇÃO «PALAVRAS DE ABRIL» Receita para se fazer um herói

Inserida nas comemorações do 25 de Abril, foi lançada na nossa escola uma publicação intitulada Palavras de Abril, com poesia de intervenção e de combate, portuguesa e das excolónias de Portugal. Palavras de Abril pretende dar a conhecer aos mais jovens o ambiente que esteve por detrás do 25 de Abril. Vários foram os factores que levaram a que a revolta dos capitães encontrasse o eco na população portuguesa que fez com que a Revolução triunfasse. A literatura portuguesa e dos países que na altura viviam sob a dominação de Portugal reflecte necessariamente esses mesmos factores. Eles impõem-se por si. Ali está a crítica de uma ditadura totalitária, ali está o sofrimento das prisões, a clandestinidade, a pobreza e a emigração, o colonialismo e o sentimento de injustiça do colonizado. Não inventamos nada, fomos buscar os testemunhos de quem sentiu na pele a repressão, a falta de liberdade de expressão e de oportunidades, a guerra… Interessante é notar que quase todos os grandes poetas portugueses se pronunciaram de uma forma ou de outra criticamente sobre a realidade que se vivenciava na altura. De Fernando Pessoa a Manuel Alegre, passando por Carlos de Oliveira, Alberto de Lacerda, Luís Pignatelli, Miguel Torga, Ana Hatherly, Sophia de Mello Breyner, Alexandre O’Neil, António Gedeão, Fernando Namora, José Gomes Ferreira, Natália Correia, do lado português, mas também Mutimati Barnabé João, Arlindo Barbeitos, Costa Andrade, Fernando Ganhão, Jorge Rebelo, Marcelino dos Santos, Armando Geubuza, Alda Espírito Santos, Kaboverdiano Dambará, das então colónias, emana uma visão multifacetada do ambiente que antecedeu o 25 de Abril. Para facilitar a leitura, dividimos o livro em 5 temáticas: a ditadura, a guerra, a prisão e a clandestinidade, o colonialismo e a liberdade. Aqui vão alguns textos, para aguçar a curiosidade.

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Tome-se um homem Feito de nada, como nós, E em tamanho natural. Embeba-se a carne, Lentamente, Duma certeza aguda, irracional, Intensa como o ódio ou a fome Depois, perto do fim, Agite-se um pendão E toque-se um clarim Serve-se morto, Reinaldo Ferreira

Edital Ontem à noite - a uma hora determinada da noite Desapareceu um homem que sabia um segredo A família procurou-o sem qualquer resultado: Ninguém o viu, não deixou indícios, Desapareceu como uma nuvem da noite negra. Era um homem calmo, ponderado Tinha um rosto vulgar, não era desordeiro, Gostava de passear nos campos aos domingos, Hábitos simples, dois filhos, o curso de farmácia O homem que sabia um segredo Não regressou a casa para dormir A família procura o seu grito Edito Gonçalves

TN


CENTRO DE RECURSOS EDUCATIVOS ÁREA DA MANUTENÇÃO E OBRAS

Entre as diversas valências do Centro de Recursos Educativos encontra-se o cuidado e atenção prestado ao espaço físico da EPM-CELP cuja responsabilidade pertence ao sector de manutenção e obras. Para um maior conhecimento do funcionamento deste serviço o Pátio das Laranjeiras conversou com o Engenheiro Jeko Marinov, coordenador desta área, cuja entrega e dedicação às actividades que desenvolve é sobejamente conhecida. PL - Em que consiste o trabalho realizado na Área de Manutenção e obras? Engº Jeko - A área da manutenção zela pelo funcionamento geral dos diferentes espaços físicos da EPM-CELP. Estes vão desde as salas de aulas aos diferentes espaços exteriores envolventes. O trabalho realizado visa quer a manutenção dos espaços referidos quer a resolução de problemas que possam surgir. Estes trabalhos vão desde as obras gerais, como a pintura do edifício ao conserto de portas e janelas, a manutenção das instalações eléctricas até à manutenção da piscina da escola... PL - Quais os recursos afectos a este sector? Engº Jeko - A EPM-CELP trabalha com seus recursos – um carpinteiro, um chefe de manutenção e dois auxiliares - e com a colaboração de empresas subcontratadas para a realização de tarefas específicas para as quais não há capacidade de resposta. Em áreas como a manutenção e tratamento dos jardins, a manutenção e substituição necessária de bombas e filtros de água da piscina, instalações eléctricas e cabos telefónicos, é necessária a intervenção de empresas uma

vez que para a escola seria pouco rentável adquirir os recursos técnicos implicados que seriam utilizados esporadicamente. PL - Na sua opinião quais são as prioridades neste tipo de funções? Engº Jeko- As salas de aula e seu funcionamento são sempre a grande prioridade. Paralelamente a manutenção da rede de electricidade é determinante para o funcionamento da EPM-CELP. Não podemos esquecer de forma alguma o parque infantil cuja vigilância e manutenção são essenciais para o bom funcionamento e segurança das crianças. PL - Como se pode solicitar um trabalho neste domínio? Engº Jeko- O professor ou funcionário que percebe a necessidade da nossa intervenção deve preencher uma requisição especificando o trabalho a efectuar. Em seguida, regista-se o pedido e procede-se à resolução do problema indicado, seja através dos nossos funcionários, seja recorrendo aos nossos colaboradores externos. PL - Que dificuldades que encontra neste sector? Engº Jeko - Até agora temos conseguido sempre realizar o trabalho a que nos propomos. As dificuldades que surgem têm a ver, sobretudo, com a aquisição de materiais e a gestão de recursos humanos. PL - O que mais lhe agrada nas funções que exerce? Engº Jeko - O que realmente me agrada é a finalização dos projectos. Ver que tudo foi feito. Compete-me controlar a execução e finalização das tarefas. Devo dizer que a seriedade com que a direcção encara este tipo de trabalhos tem contribuido para a rápida resolução de EP/MV possíveis constrangimentos.

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CENTRO DE FORMAÇÃO e DIFUSÃO da LÍNGUA PORTUGUESA NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS (N.E.E.) – DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

ACÇÃO DE FORMAÇÃO EM FLASH

Com a democratização do ensino, a Escola, que se pretende para todos, está com muitas dificuldades em dar resposta ao cada vez maior e diversificado número de problemas apresentados pelos alunos que a frequentam. Assim, no sentido de preparar os docentes da EPM-CELP para esta problemática, decorreu entre os dias 31de Março e 05 de Abril de 2008, a acção de formação Necessidades Educativas Especiais (N.E.E.) – Dificuldades de Aprendizagem, para docentes do Ensino Pré-escolar, 1º e 2º ciclos do Ensino Básico e dinamizada pela Dra. Filomena Maia. Esta teve como objectivo fornecer aos docentes da EPM-CELP uma série de estratégias, técnicas e instrumentos de avaliação, que permitam melhorar a sua intervenção com alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, resultantes de várias problemáticas que interferem no processo de ensino-aprendizagem. Na acção de formação foram focalizados os seguintes aspectos: 1-Necessidades Educativas Especiais: o que são? 2-Dificuldades de Aprendizagem – Dislexia (Prevenção, Despiste e Intervenção); 3-Hiperactividade –O que é? (Descrição Clínica, Modelos de intervenção pedagógica, O papel dos professores e O papel dos pais); 4-Transtornos por défice de atenção com ou sem hiperactividade – Hiperactividade, Impulsividade e Défice de atenção; 5-Autismo Sindroma de Asperger – O que é? Como intervir? 6-A psicomotricidade como facilitadora da aprendizagem. No final, a Psicomotricidade, foi sem dúvida alguma o ponto mais alto das actividades de intervenção apresentadas pela Formadora. Na verdade, as diversas dificuldades de aprendizagem e perturbações tratadas ao longo da semana, têm a Psicomotricidade como área fundamental de intervenção por ser um elemento facilitador do processo aprendizagem. Aspectos como a coordenação motora, o domínio da lateralidade, o ajustamento postural, elementos espacio-temporais, a auto-regulação da atenção, entre outros aspectos, estão presentes, por exemplo, no processo de ensino da leitura e da escrita. Assim, se desde cedo as crianças tiverem um desenvolvimento psicomotor adequado, poderão desenvolver uma aprendizagem de forma mais equilibrada e saudável.

JC/AM

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Entre os dias 08 de Abril e 02 de Maio, no âmbito do processo de formação contínua do pessoal docente e não docente, decorreu na EPM-CELP, uma acção de formação dedicada à criação de recursos multimédia em Flash , dinamizada pelo Dr. João Graça, com a duração de 45 horas. Este momento de formação visou dotar o pessoal afecto ao Centro de Recursos Educativos, nomeadamente o da Oficina Didáctica, de competências que lhes permitam responder a solicitações de índole tecnológica cada vez mais exigentes, feitas pela comunidade educativa, tais como diaporamas institucionais, vídeos, manutenção da página da Internet e do blogue da EPM. Saliente-se que o Flash constitui uma ferramenta de animação, multifacetada, que pode ser utilizada para criar desenho, editar imagem e criar animações multimédia em múltiplos suportes (INTERNET, CD-ROM, apresentações digitais). Assim, o Centro de Formação procurou, mais uma vez, responder à necessidade premente que há em acompanhar evolução das tecnologias de informação e comunicação.

JC


PSICOLOGANDO EFEMÉRIDE DOS AFECTOS – O Dia do Pai Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai.” Sigmund Freud

O Dia do Pai tem origem na antiga Babilónia, há mais de 4 mil anos. Um jovem chamado Elmesu ssculpiu em argila o primeiro cartão. Desejava sorte, saúde e longa vida ao seu pai. Nos Estados Unidos, Sonora Luise, resolveu criar o Dia do Pai em 1909, motivada pela admiração que sentia pelo seu pai. Após a morte da sua mulher no parto, ao dar à luz o seu sexto filho, o pai ficou a cuidar dos seus seis filhos sozinho. Sonora sentia-se orgulhosa ao vê-lo ultrapassar todas as dificuldades sem ajuda alguma. O primeiro Dia do Pai norte-americano foi comemorado a 19 de Junho daquele ano, aniversário do pai de Sonora. A rosa foi escolhida como símbolo do evento, sendo que as vermelhas eram dedicadas aos pais vivos e as brancas, aos falecidos. Em Portugal, juntamente com Espanha e Itália, o Dia do Pai é comemorado a 19 de Março, dia de S. José. Esta data difere, no entanto, de país para país, não se comemorando em todos! De qualquer forma, a este dia, é sempre atribuído um significado afectivo especial. Pensa-se que este dia foi criado para fortalecer os laços familiares e o respeito por aqueles que nos deram vida. E hoje, passados tantos anos, desde a primeira comemoração, que significado tem o Dia do Pai entre nós? Neste dia as escolas organizam as suas actividades de forma a marcar a data, toda ela repleta de significado para as crianças. Neste dia os filhos pensam nos pais de um modo especial, oferecemlhe um presente lembrando assim o seu valor.

Carl Larsson - Brita and I (1895)

O gabinete de psicologia conversou com alguns filhos e alguns pais sobre o significado afectivo desta data: Alguns dos nossos meninos do 4º ano D falaram connosco. Todos eles concordam que “é um dia muito especial.” Porquê? Dizem-nos alguns -”… Como ele trabalha nós ficamos felizes. Ele tenta proteger-nos.”; “Gosto de fazer prendas e também dar um beijo e um xi-coração bem forte.”; “…Ele dános carinho”; “ … Eu gosto muito de lhe dar coisas para o escritório e para o quarto dele. Mas se eu tivesse um padrasto, eu nunca ia substituir o meu PAI”; “… Porque é um dia para os pais descansarem e estarem connosco.” “…O nosso pai trabalha para nos dar comida e água.”

Desenho de Filipa Figueiredo, 4º D

E alguns dos nossos papás também: “O dia do Pai é um formalismo. Faz parte do folclore. Recorda-se porque os filhos o lembram…Significado afectivo? Não tem. Eu não estou à espera do Dia do Pai para ser pai. Não é aí que vou construir a minha afectividade. Sou pai no dia-a-dia.”; “O Dia do Pai é para fazer as crianças reflectir sobre a importância do Pai, o que contribui para reforçar os laços afectivos entre pais e filhos. E isto integra também a mãe, pois ela participa nas surpresas que normalmente os filhos fazem nestas datas. Cria um ambiente mais afectivo. É um dia da família!” AM

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ÚLTIMA PÁGINA PAÍSES E POVOS NA NOSSA ESCOLA

Tewan MikKel nasceu na Dinamarca e veio para Moçambique ainda pequeno. F ica três anos no Xai-Xai instalando-se mais tarde em Maputo. Hoje, com doze anos, e a estudar na nossa escola, Tewan conta-nos um pouco da sua vida. PL - Partilha connosco a tua chegada. TM- Eu cheguei a Moçambique com dois anos de idade. Fui viver para o Xai-Xai, com a minha mãe, e só aos cinco anos regressei a Maputo. Fui primeiro para uma escolinha e para a Escola Portuguesa vim com seis anos. PL – Recorda características do teu país de origem que mais te agradam. TM- Eu saí de lá muito pequeno e as recordações vão-se fazendo. Recordo a igreja onde fui baptizado, a cidade...a praia e a casa dos meus tios e do meu pai! PL-. Continuas a visitar o país? TM- Sim, visito o meu pai nas férias grandes.

DINAMARCA LÍNGUA OFICIAL:

Dinamarquês

CAPITAL:

Copenhaga

ÁREA TOTAL:

43.094 Km2

POPULAÇÃO:

5.475.791 Millhões Hab

DENSIDADE POPULACIONAL: MOEDA: HORÁRIO: RAÍNHA:

129 hab/km2 Coroa UTC +1 Margarida II

PL – Quando lá estás, mesmo em visita, o que gostas de fazer? TM- Passeio com a família, ando de barco, vou às compras e brinco com o meu pai. PL – Imagina que tens de apresentar Moçambique a um estranho. O que lhe dirias? TM- Bem tentaria falar-lhe do país...de como são as pessoas, é uma pergunta difícil! PL – O que gostas de fazer no teu dia-a-dia? TM- Bem eu venho para a escola todos os dias, brinco....estou com a minha família.... PL – Vamos agora fazer um jogo. Sugerimos uma palavra e tu respondes com outra relacionada com a mesma. Moçambique - calor Dinamarca - neve Casa - família MV Pátio das Laranjeiras, n.º 55 Directora: Dina Trigo de Mira . Coordenação Editorial: Estela Pinheiro e Rodrigo Borges . Coordenação Executiva: Jeremias Correia,Judite dos Santos. Redacção: Á. D. de Ciências Naturais; Cláudia Costa; Coordenadoras de Ciclo; Estela Pinheiro; Francisco Mascarenhas; Margarida Vasconcelos eTeresa Noronha. Concepção Gráfica e Paginação: Rodrigo Borges . Fotografia: Filipe Mabjaia . Colaboração: Alunos do 5ºC,6ºB, 9ºC,10ºA2,11ºC, 12ºA;Alexandra Melo, G. do Pré-escolar e 1º Ciclo, Jeremias Correia. Revisão: Estela Pinheiro, Eugénia Marques, Francisco Mascarenhas e Margarida Vasconcelos. Produção: Centro de Recursos Educativos, Abril de 2008. Propriedade: Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa, Av. do Palmar, 562 . Caixa Postal 2940 . Maputo . Moçambique . Telefone: 00 258 21 481300 . Telefax: 00 258 21 481343 , www.edu-port.ac.mz .epm-celp@edu-port.ac.mz . E-mail: patiodaslaranjeiras@edu-port.ac.mz

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