Revista Cidade Verde 134

Page 1

CAPA


2 | 3 DE ABRIL, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE


REVISTA CIDADE VERDE | 3 DE ABRIL, 2016 | 3


Índice

08

Capa

Medicina a serviço da beleza 5. Editorial 8. Páginas Verdes Fábio Novo concede entrevista à jornalista Cláudia Brandão 12. Palavra do leitor 18. SAÚDE Dor sem trégua 22. CIDADE Triste retrato 28. GERAL Infrações que alimentam a corrupção 32. POLÍTICA A complicada matemática da eleição

Páginas Verdes Fábio Novo

56

66

Naturalmente saudável

O resgate do Club dos Diários

38. CIDADE Quase lá

17. Cidadeverde.com Yala Sena

42. SAÚDE Incômodas veias

34. Ponto de Vista Elivaldo Barbosa

70. ESPORTE O voo do Galo

26. Economia e Negócios Por Jordana Cury

72. GERAL Uma obra edificante

64. Tecnologia Marcos Sávio

82. ESPORTE Alunos piauienses disputam Torneio Mundial na França

86. Perfil Péricles Mendel

90. POESIA SEMPRE Por Keula Araújo

Articulistas 13

Jeane Melo

62

Zózimo Tavares

84

COLUNAS

48

Eneas Barros


foto Manuel Soares

Vaidade sem limites Em busca do modelo ideal de beleza, ou de uma aparência eternamente jovem, homens e mulheres travam uma luta incessante, que demanda tempo e dinheiro. Contra eles, corre a idade, insensível aos sonhos dos que buscam a perfeição nas formas e medidas. A seu favor, está a medicina, especialmente a parte que trata da cirurgia plástica, sempre trazendo novidades para alimentar a indústria da estética, que não conhece limites, nem mesmo financeiros. Recorrer a um procedimento estético para manter uma aparência jovial e bonita é absolutamente normal. O problema é quando isso vira uma obsessão e o paciente insiste em voltar no tempo, como super-homem, tentando aparentar ser um adolescente, quando a idade madura já bate à sua porta. Intervenções radicais, que desfigurem o rosto das pessoas, são totalmente condenadas pelos próprios médicos. Pelo menos os que exercem a medicina de forma consciente e responsável. Atualmente, há uma infinidade de procedimentos, que vão dos mais simples aos mais complexos, e que cabem em todos os orçamentos, para dar aquela repaginada no visual e melhorar a autoestima de quem está desgostoso com o próprio rosto ou corpo. O importante é procurar um profissional qualificado e uma clínica

responsável, para não pôr em risco a saúde, quando se procura justamente uma aparência saudável. E por falar em saúde, nossa equipe mostra que a alimentação é fator importante para quem quer se manter em forma e longe das doenças. É por isso que o mercado de produtos orgânicos vem crescendo entre os consumidores, apesar dos preços ainda pouco atrativos. Livres de agrotóxicos, os orgânicos são vistos como uma fonte de alimentação natural. Para os saudosistas, que lá viveram grandes momentos e também grandes encontros que resultaram em namoros e até casamentos, a Revista Cidade Verde mostra como ficou o Club dos Diários depois da reforma que recuperou seus traços arquitetônicos originais. Agora restaurado, o Club volta a ter vida ativa no cenário cultural. Cultura é também o tema da nossa entrevista especial das Páginas Verdes, com o secretário Fábio Novo, que está cheio de ideias para revitalizar os espaços públicos com oficinas de música, dança e teatro.

Cláudia Brandão Editora-chefe

REVISTA CIDADE VERDE | 3 DE ABRIL, 2016 | 5




Entrevista

Fábio Novo

claudiabrandao@cidadeverde.com

Novo sopro na cultura piauiense Apaixonado por arte, o deputado Fábio Novo vem desenvolvendo uma política de resgate dos espaços culturais que estavam esquecidos no Piauí. A princípio, o deputado Fábio Novo resistiu bastante em assumir a Secretaria de Cultura do Estado. Ele já tinha em mente vários planos para desenvolver durante seu mandato como parlamentar na Assembleia Legislativa. Com a insistência do governador Wellington Dias, acabou cedendo e, hoje, vem revelando-se um dos secretários mais atuantes da equipe de governo. Sendo 8 | 3 DE ABRIL, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

ele próprio um artista (até hoje faz questão de encenar o papel de Herodes no espetáculo Paixão de Cristo, em Bom Jesus), é capaz de entender e atender as reivindicações dos diversos grupos de arte que o procuram. Com um olhar sensível para o patrimônio cultural, está conseguindo recuperar vários prédios e escolas de arte, resgatando talentos e vocações adormecidas.

RCV – Em tempo de crise econômica, a cultura costuma ser a primeira área afetada. Como o senhor vem conseguindo realizar reformas em tantos prédios e, ao mesmo tempo, promover eventos culturais em todo o Estado? FN – Mesmo em um ano de crise, nós conseguimos com o governador que não houvesse corte no orçamento da cultura. Nosso orça-

Foto Wilson Filho

POR CLÁUDIA BRANDÃO


mento corresponde a 0,3% do orçamento do Estado, o que equivale a R$ 35 milhões para o ano inteiro. Houve, sim, corte em todas as pastas, exceto a da cultura. Primeiro, porque nós mostramos ao governador que não valia a pena cortar de uma secretaria que já dispõe de orçamento tão pequeno; e colocamos para ele que a ideia era fazer a “qualidade” do gasto, porque, às vezes, você gasta numa secretaria pequena o mesmo valor de uma secretaria grande e a qualidade do gasto não se comprova. Segundo, resolvemos focar em algumas coisas. Entendemos que no ano de 2015, desde que assumimos no segundo semestre, e este ano também, a gente precisaria recuperar o patrimônio. Por exemplo: nós temos algumas escolas que são fomentadoras da nossa cultura, que podem e devem fazer com que nosso artista seja profissionalizado. Mas essas escolas estavam bastante deterioradas, como a Escola de Dança, a Escola de Música e a Escola de Teatro. Outras três escolas também merecem nossa atenção: a de Bandolins, a de Rabeca e a de Sanfonas. Nessa primeira etapa, nós já recuperamos as escolas de Dança e de Música, no Centro Artesanal. São duas escolas que estão no centro da capital e que têm, hoje, uma capacidade de atender 3.000 alunos por dia. Atualmente, estamos com 2.500 alunos, nos três turnos, dentro de um bom padrão, com equipamentos novos, todas climatizadas, com instalações elétricas e hidráulicas recuperadas. Estamos finalizando, agora, outras duas escolas no interior do Piauí: a Escola de Bandolins, em Oeiras, que

Nós vamos fazer um processo de modernização, também, no Teatro, para começar a vender os ingressos pela internet, com cadeira numerada.

vai ser aberta dia 8 de abril, com a entrega da reforma do sobrado do Major Selemérico; e a Escola de Rabecas, em Bom Jesus. O próximo passo é fazer as escolas de Sanfona, na região de São Raimundo Nonato; e de Teatro, em Teresina, que já funciona, mas também está em situação muito precária. Nós compreendemos que, com essas escolas funcionando bem, elas irão fomentar a nossa cultura, porque por elas passarão os nossos artistas que precisam se qualificar para que o fazer cultural chegue com mais qualidade. Concomitante, nós estamos trabalhando na reforma e revitalização dos espaços culturais, como o Maria Bonita, em Floriano; o Cine

Teatro Oeiras; o Centro Cultural de União; o Zumbi dos Palmares, em Teresina; a Biblioteca Cromwell de Carvalho; o Museu do Piauí; e vamos dar continuidade ao Espaço Cultural Expedito Resende, em Piripiri.

RCV – O Club dos Diários já foi um símbolo da vida cultural e social de Teresina. Depois da atual reforma, a ideia é trazer novamente espetáculos e exposições para aquele espaço? FN – Sem dúvida. O Club dos Diários é a única galeria que nós temos. E já elaboramos, inclusive, depois da sua reinauguração, uma programação bastante disputada para lá. Demos o nome da galeria ao artista Nonato Oliveira, abrimos com uma exposição dele, e já temos uma exposição programada com o piauiense José de Arimateia, artista plástico, que hoje é professor da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro e tem telas belíssimas para serem apresentadas. Estamos também com uma exposição programada por conta da Semana Nacional dos Museus e vamos abrir agora o projeto “É Proibido Cochilar”, que vai acontecer com a exibição de filmes no horário do almoço, na sala Torquato Neto. E, ainda, estamos encerrando o edital do Projeto Boca da Noite, para a temporada 2016, que ocupará o outro espaço que também recuperamos, o Osório Júnior. A parte administrativa do Teatro também está sendo finalizada, com mais duas salas: a Chico Pereira e a Procópio Ferreira, que terão oficinas permanentes. Esses espaços estão todos ocupados. A partir do momento em que você restaura, moderniza, REVISTA CIDADE VERDE | 3 DE ABRIL, 2016 | 9


os próprios artistas começam a procurar. Se você perguntar pela pauta do Teatro 4 de Setembro, por exemplo, ela vai estar ocupada até o final do ano.

RCV – Por falar em Teatro 4 de Setembro, a população está comemorando a volta do Projeto Seis e Meia, pela qualidade dos artistas que têm se apresentado. Ele deve seguir no mesmo nível? FN – Sim. Nós abrimos a tempora-

da 2016 com a Zizi Possi e tivemos que fazer duas sessões. Nós já estamos com a perspectiva de que a Maria Gadu também venha a fazer duas sessões, em função da procura que já existe. No show da Zizi Possi, os ingressos foram esgotados em 5 horas. Quando a gente tem uma política continuada, não precisa mais nem fazer propaganda dos shows. As pessoas sabem que tem o Seis e Meia desde julho do ano passado, então, elas se programam pelas redes sociais e pela fan-page do projeto. Nós vamos fazer um projeto de modernização, também, no Teatro, para começar a vender os ingressos pela internet, com cadeira numerada. Nós estamos trabalhando para finalizar o site da Secretaria, que vai incluir esse programa para permitir mais comodidade à pessoa que está em casa e quer comprar um ingresso, visualizando o mapa do Teatro para escolher a melhor cadeira. Esse projeto ainda deve demorar uns dois meses.

RCV – A Secretaria de Cultura realizou um curso com a cantora Maristela Gruber para seleção de vozes líricas no Estado. Existe a intenção de formar o Corpo de Ópera do Piauí? 10 | 3 26DE DEABRIL, JULHO, 2016 2015 | REVISTA | REVISTA CIDADE CIDADE VERDE VERDE

Estamos trabalhando uma parceria junto com a Secretaria de Educação para que possamos levar a cultura para dentro das escolas.

FN – Esse é o caminho. Nós conver-

samos com a Maristela e ela assinou um contrato conosco para vir três vezes por ano ao Piauí. Nós fizemos, agora, um curso de 40h, destinado a 40 pessoas. Pra mim, foi uma grata surpresa ver os talentos que estavam aí escondidos e que começam a ser lapidados através dessa ação. É claro que isso demanda tempo, essa formação não se faz da noite para o dia. Mas a Maristela topou e a ideia é que a gente vá avançando nesse sentido, porque nós estávamos muito perdidos nessa questão do canto lírico. Isso traz novamente uma esperança para a gente constituir esse Corpo.

RCV – Dentro dessa política cultural que o senhor está projetando para o Estado, há a

preocupação em realizar oficinas para os jovens piauienses, de forma a afastá-los das ruas e das drogas? FN – Eu acho que projetos como o Boca da Noite, que revelam apenas novos talentos, e que devem ser expandidos para o interior, cumprem esse papel. A ideia é ocupar todos os espaços que estão sendo restaurados. Por exemplo: em Floriano, Oeiras, União, onde já existem espaços recuperados, nós queremos ocupar essas casas com oficinas permanentes de teatro, de dança, de música. Estamos trabalhando uma parceria junto com a Secretaria de Educação para que a gente possa levar a cultura para dentro das escolas, por meio de várias oficinas. A proposta é que a gente pegue os melhores professores e os melhores alunos das escolas de Dança, Música e Teatro e comece a inserir essa cultura dentro das escolas também. Eu acredito que é um caminho que a gente pode trilhar.

RCV – O Piauí conta com muitas vocações artísticas, como grupos de bandolins, rabeca, sanfona, reisado, congo... Existe uma preocupação em reforçar e manter essa identidade cultural do Estado? FN – A partir do momento em que

nós fazemos o que acabamos de fazer em Oeiras, na Semana Santa, com o Festival de Bandolins, com a Escola de Rabeca e com a Escola de Sanfonas que vamos abrir em São Raimundo Nonato, nós estamos preservando a identidade cultural. Eu acho que o nosso papel tem que ser também de fomentador. Nós temos uma dívida muito grande com o Boi do Piauí, e temos que pensar a


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.