Revista Cidade Verde 140

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CAPA




Índice

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Capa

O universo da memória 5. Editorial

Páginas Verdes Oscar Motomura

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O importante é ler

Semeadores da fé

COLUNAS

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43. ESPECIAL É Ouro Brasil!

13. Cidadeverde.com Yala Sena

62. GERAL Paixão sobre duas rodas

30. Ponto de Vista Elivaldo Barbosa

66. SAÚDE Pele lisinha para o verão

41. Tecnologia Marcos Sávio

26. POLÍCIA O mercado do contrabando

70. CADERNO ESPECIAL Hora de organizar a agenda das férias

60. Economia e Negócios Por Jordana Cury

38. SAÚDE Margarina x Manteiga

90. POESIA SEMPRE Por Álvaro Pacheco

14. Palavra do leitor 20. POLÍTICA Como é feita a escolha dos mesários 23. POLÍTICA SPC eleitoral

82. Passeio Cultural Eneas Barros 86. Perfil Péricles Mendel

Articulistas 15

Jeane Melo

42

Zózimo Tavares

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Cecília Mendes


foto Manuel Soares

Para não esquecer o essencial Se, por um lado, a velocidade do mundo virtual consegue nos manter informados em tempo real sobre o que acontece ao redor do planeta, por outro, provoca uma sobrecarga de informações jamais vista em nosso cérebro. Some-se a isso a quantidade de senhas que somos obrigados a memorizar para fazer nossa vida funcionar em ações elementares, como ligar o telefone celular, o computador ou acessar a conta no banco. Com tantos dados chegando ao mesmo tempo, a memória não tem como armazenar tudo e, por isso, acaba “deletando” uma ou outra informação. É por essa razão que cada vez mais pessoas se queixam de estar esquecendo coisas básicas. As falhas de memória tornaram-se um problema comum da era moderna. Mas não há motivo para pânico. A memória pode ser estimulada com exercícios específicos e com um estilo de vida mais saudável, segundo os neurologistas. O assunto é destaque nesta edição da Revista Cidade Verde, que foi ouvir especialistas no assunto para saber como preservar a memória ou usá-la de forma seletiva, resguardando o que é essencial para nossa vida. A capacidade de armazenar informações varia de pessoa para pessoa. Célebre personagem criado pelo inglês Arthur Conan Doyle, o deteive Sherlock Holmes, por exemplo, possuía uma memória prodigiosa, que o permitia guardar detalhes preciosos da cena do crime que estava investigando. As explicações para essa façanha estão na reportagem da página 54. A sedução do mundo digital é responsável por outro fenômeno mundial, que se repete também aqui no

Piauí: o crescimento dos chamados e-book. Mas eles não foram capazes de acabar com os livros físicos. A prova está no Salão do Livro do Piauí - SALIPI , que em sua 14ª edição reuniu um bom público, formado por pessoas que não abrem mão do prazer de folhear as páginas de papel e de sentir o cheirinho inconfundível de livro novo. Esta foi a constatação da repórter Caroline Oliveira, que visitou o Salão em busca das novidades literárias. Na área da alimentação, uma dúvida costuma acompanhar os consumidores na hora de comprar um produto indispensável no café da manhã. O que é mais saudável: a manteiga ou a margarina? Ambas já foram objeto de estudos com resultados que apontam vantagens e desvantagens de uma e de outra. Nós fomos tentar descobrir qual delas traz menos prejuízos à saúde e qual a opção que pode ser adotada para substituí-las. E nas Páginas Verdes, as dicas do executivo Oscar Motomura sobre liderança em tempos de crise. Em uma entrevista exclusiva, ele fala sobre o papel do líder como catalisador do processo criativo dentro das empresas e das experiências inovadoras que rompam com o modelo tradicional de hierarquia nas organizações. Um desafio estimulante para os novos tempos de contínuas mudanças.

Cláudia Brandão Editora-chefe

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Entrevista POR CLÁUDIA BRANDÃO

Oscar Motomura

claudiabrandao@cidadeverde.com

Inovação é a chave para o futuro Foto: Arquivo pessoal

Em um tempo marcado por mudanças a todo instante, as empresas enfrentam o desafio permanente de desenvolver soluções criativas a cada crise que surge. E o papel do líder é fundamental nesse cenário de incertezas que pede novas soluções para os problemas que aparecem. O Brasil vive hoje uma das piores recessões da sua história, com reflexos diretos na vida das empresas que lutam para manter-se em atividade dentro de um mercado altamente competitivo. O desafio dos líderes é saber conduzir as organizações com estabilidade em um mundo que passa por constantes transformações. Para o executivo Oscar Motomura, especialista em estratégia, a solução é investir em criatividade e inovação como ferramentas para garantir a sobrevivência e, mais que isso, o crescimento das empresas, sejam elas públicas ou privadas. Essas e outras dicas de como conduzir as empresas na era moderna, você confere nessa entrevista concedida com exclusividade por Oscar Motomura à Revista Cidade Verde.

RCV - A crise é, de fato, um momento de oportunidade ou de cautela para os empresários? OM - O xis do problema não está

na crise... Está em quem vai para a ação e quem não vai... O xis do verdadeiro problema está na grande maioria que se armadilha em todo tipo de paralisia. Explico. Muitos sabem que nas crises surgem oportunidades. Poucos, porém, aproveitam bem as janelas para inovação que essas crises trazem junto com os pro8 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE


blemas. Têm medo dos riscos e ainda justificam: “... em épocas de crise, o risco de inovar é maior”. Pronto. A armadilha está montada. É a mesma coisa com relação à cautela. Cautela não é paralisia. Ficar parado, muitas vezes, implica risco maior que o movimento mais ousado (num mundo que muda com a velocidade do século 21...). Existe também a cautela positiva, embora tardia: aproveitar a crise para fazer todas as mudanças que já deveria ter feito há muito tempo. A crise torna-se assim argumento forte para tirar o atraso. Na verdade, a vida é uma sucessão contínua de “crises”. A vida nos surpreende o tempo todo... Algumas “crises” são maiores, outras menores. Algumas são aparentes e outras ocultas... O xis está em nossas ações. E na criatividade “sob medida” com que se age em cada momento. Existe um risco enorme em reagir a crises por meio de receitas prontas ou por “não ação” — ou seja, por paralisia...

RCV - Criatividade é um talento nato ou pode ser cultivado dentro das organizações? OM - O ser humano é um ser que

cria. Por natureza, somos todos criativos. Mas as estruturas “mecânicas”, hierárquicas, de comando e controle, que ainda prevalecem na maioria das organizações e na própria sociedade, estão continuamente abafando a criatividade das pessoas. Somos instados a seguir ordens e cumprir procedimentos para sermos bons funcionários. Somos “inovadores” quando simplesmente emulamos melhores práticas que outros criaram... Quando temos um problema ou desafio,

Para ser líder na era moderna é preciso ser um visionário, conseguir enxergar essa visão de mundo melhor... Sem esse tipo de visão, a organização está perdida. pesquisamos soluções prontas... É assim que nossa criatividade vai minguando. É claro que algumas pessoas têm um potencial maior de criatividade do que outras. Mas potencial, tão somente, não gera resultados diferenciados. Se a pessoa com alto potencial criativo for preguiçosa, ela pode ser ultrapassada por alguém com potencial menor, mas muito mais aplicado... Mais do que falar de cultivar a criatividade dentro das organizações, deve-se buscar libertar o potencial criativo das pessoas pela modernização das estruturas.

RCV - Como aproveitar melhor o potencial criativo dos colaboradores da empresa? OM - Só de libertá-los das amarras de estruturas obsoletas os resultados já vão aparecer. Por outro lado, como as relações hierárquicas nos acompanham desde que nascemos, será preciso investir em evolução cultural, preparar o “software men-

tal” dos colaboradores para que se sintam autoconfiantes e livres para exercer a criatividade que têm em sua plenitude. Além disso, para fecharmos o novo círculo por completo, precisamos de pessoas libertadoras (no lugar de chefes opressores e controladores) em todos os postos de liderança da organização. Assim fazendo, temos estruturas mais abertas, mentes soltas para exercer liberdade criativa e líderes que incentivam cada vez mais a criatividade na organização como um todo. E o que poderá fazer rodar com excepcional nível de resultados esse círculo que acabamos de descrever são os desafios — o que definimos, em nossos programas de formação de líderes, como “equações impossíveis”. As crises dos novos tempos nos trazem muitas equações desse tipo. É fundamental que os líderes tragam essas equações impossíveis para a mesa de decisão e façam a organização inteira trabalhar em sua solução. Vistas por esse ângulo, sim, as crises trazem muitas oportunidades...

RCV - Qual o papel do líder em tempos de turbulência? OM - Um dos principais papéis

do líder é assegurar que a organização como um todo honre a cada momento o que estiver acontecendo no contexto maior, na comunidade, na sociedade, no país, no mundo. Quando a organização se desliga dessa realidade maior, surgem os problemas nos resultados, na posição de mercado, no valor percebido pelos clientes e pela sociedade como um todo. Em tempos como os atuais, de grandes turbulências, o valor desse papel do líder REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 9


é ainda maior. Honrar o que está acontecendo é assegurar uma postura coletiva pró-solução. É o líder que faz a organização como um todo buscar soluções para as situações inéditas que as turbulências geram quase todos os dias. E aqui não estou falando das saídas fáceis de redução de custos e outras nessa linha, mas de ações radicalmente criativas, fora do tradicional, estas sim que acabam por criar o inédito no dia a dia e geram máximo aproveitamento das tais das oportunidades que as crises geram.

RCV - Quais as características essenciais a um líder na era moderna? OM - São as mesmas característi-

cas de um verdadeiro estadista: um líder que se caracteriza por uma visão clara e profunda do mundo em que vive, da comunidade local até o todo global, e por uma preocupação genuína em fazer diferença, em fazer com que esse todo evolua em benefício do bem comum. Estar bem preparado tecnicamente e saber fazer a empresa crescer e gerar retorno aos acionistas é muito pouco... Para ser líder na era moderna é preciso ser muito mais. É preciso ser um visionário. É conseguir enxergar essa visão de mundo melhor, de modo que tudo que ele ou ela fizer esteja indo nessa direção. Sem esse tipo de visão, a organização está perdida... Está presa na correria do dia a dia e não sabe para quê corre e para onde está indo. Como estadista e como visionário, o líder consegue compreender as próprias crises, sejam as locais ou as globais, sob uma perspectiva mais clara e ampla, e as-

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a evolução da organização a longo prazo. Em caso extremos, acabam assim decretando a morte prematura da organização.

Muitas organizações, e até governos, entram na armadilha de gerar resultados no curto prazo, ‘sacando contra o futuro’. sim enxergar as macro saídas com mais precisão e eficácia. E sempre de forma serena, natural...

RCV - Em um mundo de informações e decisões rápidas, o plano de ação do gestor deve ser voltado para cenários de curto ou longo prazo? OM - Com certeza, todos eles: ce-

nários de curtíssimo, curto, médio e longo... (risos). Vocês sabem que no Brasil não é brincadeira lidar com “as surpresas do dia” e ter que mudar as táticas e até as estratégias do negócio a cada instante. Está difícil até falar de cenário de curtíssimo prazo... Mas uma coisa é certa: todas as soluções que criamos até no curtíssimo prazo precisam contribuir para a construção do longo prazo. Muitas organizações, e até governos, entram na armadilha de gerar resultados no curto prazo “sacando contra o futuro”, ou seja, maximizam os resultados de hoje prejudicando

RCV - O que fazer para não cair na acomodação quando a empresa está dando lucros? Programas de incentivo e diferentes formas de meritocracia para aumentar a produtividade? OM - A coisa mais importante é a

própria consciência de que a empresa está acomodada. Somente verdadeiros líderes conseguem perceber isso, no meio da euforia dos lucros abundantes. A maioria pressiona por mais e mais resultados por meio de incentivos à produtividade e reforço de uma “meritocracia” cujo único mérito recompensado com ganhos extras é a contribuição para cada vez mais resultados. Muitas vezes, mais do mesmo... O que o líder que percebe tudo isso pode e deve fazer? Deve criar crises artificiais, deve introduzir “distúrbios” que tirem todos os colaboradores, da cúpula à base, de zonas de acomodação. Esses distúrbios podem vir na forma de grandes desafios que o líder coloca para pessoas, setores, divisões inteiras e até a organização como um todo. Um exemplo real disso é o de uma multinacional que, numa das reuniões de planejamento anual, fez todos os executivos trabalharem numa simulação, em vez de fazerem apresentações tradicionais. Foram três dias trabalhando na simulação de que a empresa tinha acabado de falir e que eles precisariam criar um plano altamente criativo de recuperação rápida.Nessa reunião, que ti-


rou todos de suas respectivas zonas de conforto, os executivos acabaram por criar caminhos altamente inovadores para evitar um possível declínio e, ao mesmo tempo, chegar a um futuro muito diferente de forma altamente eficaz.

RCV - Empresas que desenvolvem ações sociais têm melhor desempenho interno e externo, ou essas ações funcionam apenas como ferramenta de marketing? OM - Sim. Há uma conexão direta

entre ações sociais e desempenho. E se forem autênticas, genuínas — movidas por uma intenção de fazer o bem pelo bem —, também melhoram a imagem e têm “força de marketing”... O inverso, não. Empresas que fazem essas ações somente com a intenção de vender mais, como ferramenta de marketing, poderão ver o inverso acontecer. O público está cansado de ser manipulado... O valor está no verdadeiro, no que é pra valer. As empresas que se engajam com intenções nobres em causas sociais acabam conseguindo, como consequência, um engajamento maior dos próprios colaboradores, da cúpula à base. Uma premissa que podemos constatar é que as pessoas que se engajam em projetos sociais são também as mais engajadas dentro das organizações. Aqui também há um verdadeiro ganha-ganha-ganha... Por outro lado, é preciso registrar também que, na medida em que as empresas se tornem cada vez mais responsáveis, social e ecologicamente, a linha que divide o mundo privado do público vai se diluindo... Na verdade, o que justifica

É preciso reconhecer que o caminho para a evolução nunca termina. Ao chegar a um novo patamar, não podemos achar que atingimos o topo. a existência de uma empresa é que ela deve atender a alguma necessidade da sociedade. Nessa visão, toda empresa já nasceria no lado do servir ao público, não é mesmo?

RCV - Quais são os principais sinais de que o modelo de gestão da empresa está envelhecendo e é hora de mudar? OM - Os primeiros sinais dentro da

própria empresa estão na forma das pessoas trabalharem: funcionários apáticos, trabalhando no piloto automático, sentindo-se distantes da liderança, do centro das decisões. Os próprios líderes mais preocupados com a luta por poder do que com a evolução da organização. Tendência a investir energia mais pra dentro do que para os clientes, para o mercado. Nessa forma de atuar, a empresa já está declinando e não sabe... Outro sinal muito relevante vem de fora da empresa: clientes insatisfeitos, surgimento

de novos concorrentes, emergência de novos produtos e serviços melhores, mais baratos e até mais divertidos de consumir: empresas novas que encantam os clientes pela experiência única que proporcionam — ou seja, vão além do consumo frio de um produto ou serviço que se tornaram commodities indiferenciadas. Outro sinal de declínio é quando a força motriz/ empreendedora que sempre esteve presente desde o nascimento da empresa vai se perdendo. Os postos de liderança passam a ser ocupados por “gerentões”, mais preocupados em manter o que existe por meio de uma gestão de comando e controle. Para finalizar, é preciso reconhecer que o caminho para a evolução nunca termina. Ao chegar a um novo patamar, não podemos achar que atingimos o topo, o final da linha. É só mais um degrau em nossa jornada. É preciso, então, estarmos extremamente atentos a novos chamados que virão. Chamados que, se atendermos, nos levarão a patamares mais elevados de evolução na vida. Os chamados sempre vêm. Às vezes, não queremos ouvi-los. E decidimos parar... Aí, o declínio começa. Mas quando atendemos todos os chamados, por mais desafiadores que possam parecer, estamos em parceria com a vida. Uma nova energia emerge, a ajuda necessária aparece quase do nada, nos surpreendendo. E será assim até o final. É assim que descobrimos que o final não existe. Estamos todos a serviço do bem comum. Inclusive, pelo legado que deixamos, o bem comum de futuras gerações. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 11


A Revista Cidade Verde é um periódico quinzenal da Editora Cidade Verde Ltda. A Cidade Verde, não necessariamente, se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos ou por qualquer conteúdo publicitário e comercial, sendo esse último de inteira responsabilidade dos anunciantes. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra através de qualquer meio, seja ele eletrônico, mecânico, fotografado ou gravado sem a permissão da Editora Cidade Verde.

PRESIDENTE Jesus Tajra Filho Conselho Editorial: Jesus Tajra (presidente) José Tajra Sobrinho (vice-presidente) Diretoria da Editora Cidade Verde: Elisa Tajra Diretoria de Assinaturas e Circulação: Clayton Nobre Riedel Filho e Valdinar Lima Júnior Diretoria Comercial: Cristina Melo Medeiros e Marina Lima Diretoria de Publicidade e Marketing: Jeane Melo, Caroline Silveira, Rafael Solano, Itallo Holanda e Airlon Pereira Editora-Chefe: Cláudia Brandão - DRT/PI 914 Chefe de redação: Arlinda Monteiro Repórteres: Caroline Oliveira, Jordana Cury, Marta Alencar, Severino Filho e Ubiracy Sabóia Repórteres fotográficos: Thiago Amaral e Wilson Filho Redação (articulistas): Cecília Mendes, Cineas Santos, Eneas Barros, Elivaldo Barbosa, Fonseca Neto, Jeane Melo, Marcos Sávio, Péricles Mendel, Pe. Tony Batista, Rayldo Pereira e Zózimo Tavares Colaboradores desta edição: Ascom Fiepi e Ascom Sebrae Editores de Arte/Diagramadores: Cicero Willison e Magnaldo Júnior Ilustrador: Izânio Façanha Revisão: Keula Araújo Impressão: Halley S.A. Gráfica e Editora

Revista Cidade Verde e Editora Cidade Verde Ltda Rua Godofredo Freire, nº 1642 / sala 35 / Monte Castelo Teresina, Piauí CEP: 64.016-830 CNPJ - 13284727/0001-90 email: revista@cidadeverde.com fone: (86) 3131.1750

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YalaSena

yalasena@cidadeverde.com

Aplicativo CPF na Nota

Foto: Yala Sena

O piauiense ganhou mais uma ferramenta para fiscalizar as empresas que não emitem o CPF na nota. Através do aplicativo Nota Piauiense, ele pode tirar fotos da nota fiscal e enviar para a Secretaria de Fazenda pela internet. Ficará a cargo da Sefaz notificar as empresas reclamadas. O aplicativo já teve mais de 500 downloads e, por enquanto, só está disponível para smartphones com sistema operacional Android.

Cidadão piauiense O mais novo cidadão piauiense, Salgado Maranhão, prepara exposição iconográfica sobre sua vida em espaço no Rio de Janeiro. Ele, que já recebeu o prêmio Jabuti, em 1999, o maior do Brasil na literatura, promete trazer a mesma mostra para Teresina. Salgado venceu o prêmio da Academia Brasileira de Letras, em 2011, com o livro “A cor da palavra”.

TOP FIVE

Museu da Imagem e do Som

PF prende bando que desviou R$ 10 milhões do INSS de Valença do Piauí: bit.ly/InssValenca

Teresina vai ganhar o Museu da Imagem e do Som, que funcionará no antigo prédio da Câmara Municipal, na rua climatizada. Haverá pavimentos com lojas, café, cineclube, auditório, estúdio de som, laboratório de cinema, midiateca, núcleo de digitalização, restauração, laboratório de fotografia e espaço destinado a eventos. O projeto será desenvolvido em parceria com a ABD (Associação Brasileira de Documentaristas).

Sesapi lançará edital para 172 vagas na Maternidade Evangelina Rosa: bit.ly/ConcursoEvangelina Após vazamento de vídeo, Polícia Civil investiga novo estupro coletivo no PI: bit.ly/NovoEstuproPI Grupo no Piauí defende Bolsonaro e diz que torturador Ustra foi ‘cara excepcional’: bit.ly/BolsoPiaui Advogado é executado a tiros por vingança após processo em Barras: bit.ly/AdvBarras

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Palavra do leitor @rcidadeverde

revista@cidadeverde.com

/cidadeverde

Capa Ano 06 Edição 139

REVISTA CIDADE VERDE É sempre uma alegria receber quinzenalmente o meu exemplar da Revista Cidade Verde. A qualidade da apresentação e as matérias irretocáveis cada vez me encantam mais. Na última edição, tocou-me, especialmente, a matéria “AMH: dias de luta e esperança”, assinada por Marta Alencar. Parabenizo a todos, em especial à jornalista Cláudia Brandão, que tão bem dirige essa jovem, talentosa e promissora equipe. Eldina Rocha Martins Soares Parabéns à Revista Cidade verde por trazer temas atuais e culturais e boas entrevistas. Socorro Vaz

NOS VAGÕES DA HISTÓRIA Ao ler a narrativa de Fonseca Neto sobre Dom Joaquim Antônio de Almeida, primeiro Bispo da recém criada Paróquia Nossa Senhora das Vitórias, no interior do Piauí, saltou-me aos olhos a nossa falta de conhecimento sobre a história da Igreja no nosso Estado, e beleza de lição de vida e trabalho deste ordenado na tentativa de tornar a Igreja mais “Igreja”. Parece que os que lutam por ideais de justiça sempre são injustiçados por isso. Mas, o mérito do texto reside, além do fato narrado, em clarear o passado para entendermos o futuro. Ah, se todos os cidadãos piauienses soubessem ler, e além disso, se interessassem pela leitura! Dr Fernando Luiz Lima de Oliveira

PERFIL DO PÉRICLES: PASCOAL PINHEIRO A Revista Cidade Verde tem uma linha editorial singular, abordando questões regionais sem perder a conexão com os acontecimentos de âmbito nacional. Diria que tem uma visão equilibrada, ao inserir os nossos valores no contexto brasileiro. Leonardo Gomes Ribeiro Gonçalves

ARTIGO DE PRIMEIRA

Competente na vida pessoal e profissional! Grande exemplo. Côndia Boavista

30 ANOS DE UESPI Orgulho por ter sido Aluno e Professor dessa Instituição! Parabéns pela matéria Caroline Oliveira!

Parabéns pelo artigo publicado na última edição da Revista Cidade Verde. Sua mensagem descreve com precisão o Luís, meu primo, meu tio e grande companheiro de convivência. Muito obrigado pela manifestação.

Herb Barreto

Pedro Augusto Melo

Na edição 139, página 43 (Caderno Olimpíadas), onde se lê: “Em 1981, o forte inverno impossibilitava a prática de esportes ao ar livre”, o correto é “Em 1891”. Pedimos desculpas aos nossos leitores.

Mande sua mensagem ou opinião sobre a Revista para o e-mail: revista@cidadeverde.com 14 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

ERRATA


JeaneMelo

Artigo de primeira

jeane@cidadeverde.com

Salve o mundo com amor

É

difícil educar, moldar um filho para que ele seja humano, de caráter bonito e sensibilidade equilibrada. Criar de verdade “são outros quinhentos”. Não há nada mais desafiador do que tatear um filho no dia a dia, reconhecendo que ele também é personagem ativo da própria história, em qualquer idade, já que há uma essência e um jeito de ser crescendo ali, diante dos olhos e do coração de quem o colocou no mundo. Aquela criaturinha saiu de você, mas é outra pessoa. E até o dia em que qualquer situação definitiva e feliz se desenhe, o medo fará morada em qualquer pai ou mãe, assim como aquela sensação de impotência, principalmente sobre aquilo que não dominamos: o próprio mundo, por exemplo. Nele mora o seu país, a sua cidade, o seu bairro. Você, sua família, seus filhos. A calçada da escola, o trabalho, a parada de ônibus, o dia a dia. Aí vem a pergunta difícil: mesmo indo aos mesmos lugares diariamente, para onde estão indo os nossos filhos de verdade? Tenho medo dessa resposta, do mundo e das pessoas que nele moram. Como é ter um filho solto no ir e vir em tempos de intolerância e extremo radicalismo? Nesse mun-

do em que os valores reais, aqueles que não têm preço, andam valendo muito pouco. Como preparar um filho para o mundo se nem nós, os próprios pais, conseguimos racionalizar a tragédia que é a vida real? As dores do mundo irradiam em nós cada vez mais. É realmente um abuso essa história de estupro coletivo. Como não ter empatia pelo outro, meu Deus? E as crian-

A consequência do amor é a luz no final do túnel. ças que roubaram um carro em São Paulo, com 10 e 11 anos? Não é que a “brincadeira” custou a vida de uma delas (Os carrinhos são outros, meninos! Onde estavam os pais de vocês?)? E em quem confiar no país da delação premiada? Em quem confiar na próxima eleição e em todas as outras que vierem na sequência? Como confiar no ser humano? Sim, dói ter medo do outro e ao mesmo tempo ter a sensação de que tudo está perdido. Mas aí você lembra que colocou alguém no

mundo e que ele deve ser uma parte boa junto a tantos outros filhos criados com amor, para o amor. São privilegiados em tempos de desigualdade amorosa, a maior tragédia da atualidade. Há mães e pais de todas as modalidades colocando gente no mundo de qualquer jeito, repetindo histórias de falta de carinho e de atenção. Em famílias ricas ou pobres, a herança pode ser a mesma: a abundância de amor ou a falta dele. Este é o ouro emocional que garante parte de uma vida mais bem resolvida e mais segura. A consequência do amor é a luz no final do túnel. Já posso até respirar aliviada. Há gente bem amada pelo mundo onde meu filho anda, e gente bem amada respeita e sabe amar. Não vai sair encrencando com opção sexual de ninguém ou com qualquer opinião divergente sobre qualquer tema. Nem vai sair julgando ou rotulando, muito menos pela cor da pele, pela escolha religiosa ou pelos quilinhos a mais ou a menos. Nem vai correr atrás do exercício do poder a qualquer custo. São seres incríveis que não nasceram prontos e que, sem dúvida, deram muito trabalho nessa vida. Mas quem disse que seria fácil? A parte boa é o exercício do amor conversado, fortalecido, amadurecido e abraçado sem medo. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 15


Foto: Wilson Filho

Cultura

O importante é ler Livros físicos e e-books dividem a opinião dos leitores.

POR CAROLINE OLIVEIRA

O prazer de retirar um livro da prateleira, sentir seu cheiro, folheá-lo e marcar as páginas é praticamente insubstituível. Mas, atualmente, há outras maneiras de praticar a leitura, principalmente para aqueles que gostam de experimentar novas tecnologias, através dos livros digitais — os e-books. As duas realidades começam a ser comparadas pelos leitores que discutem se são opostas ou se complementam. 16 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

Leitor assíduo de vários títulos e com uma biblioteca em casa com mais de cinco mil livros, o publicitário Dilson Tavares disse que o espaço físico para guardar tantos exemplares o fez experimentar os livros digitais. No entanto, ele admite que ainda prefere os físicos. “Estou em fase de transição, querendo testar, porque lá em casa tem muito livro e, apesar de já ter doado mais de mil títulos recentemente, a gente mora em apartamento e está um pouco sem espaço. Mas, por exemplo, na plataforma iBooks da

Apple, eles dão 30 páginas do livro para gente ler de graça e, quando eu gosto, em vez de comprar o digital, vou e compro o físico. Mas já estou começando a me acostumar com o e-book”, afirma o publicitário, que foi entrevistado enquanto comprava obras físicas no 14° Salão do Livro do Piauí (Salipi), realizado em Teresina, de 10 a 19 deste mês. O Salão, que atraiu cerca de 180 mil pessoas nos dez dias de feira, é considerado um dos maiores eventos literários do Nordeste, com leitores de todas as idades, e faz parte


Retratos da leitura no Brasil

do calendário cultural do Estado. Nesta edição, com o tema “Onde eu não estou as palavras me acham”, frase do poeta brasileiro Manoel de Barros, o evento apostou no público jovem, trazendo nomes como: a escritora mineira Paula Pimenta; o jovem poeta conhecido nas redes sociais Zack Magiezi; e a vlogueira carioca Jout Jout.

“Sempre tive o hábito de ler, meus pais me davam livros de presente. Acho que a internet complementa, mas eu não mudaria dos livros de papel para o e-book. Um ex-namorado meu lia e-book e eu sempre achei estranho, pode ser até que me acostume, mas, por enquanto, não, prefiro o físico”, destaca a universitária. Para o jornalista Pedro Rodrigues, o Salipi é um exemplo de local em que as pessoas vão buscar um livro com prazer, pois entram no universo da leitura e, às vezes, acabam levando mais de um. “É o prazer de você vir buscar o livro. Muitas vezes você vem com um título na

cabeça, mas só em ler a lombada de outro livro já desperta a curiosidade e aguça a inteligência da pessoa. O e-book pode-se carregar para todo lugar, mas o livro você também carrega. A plataforma digital é uma coisa forçosa, desagradável, e ainda tem as redes sociais que tiram sua atenção, então acho

que o livro é uma concentração única”, argumenta.

Mercado de livros A chegada de uma nova tecnologia sempre põe em xeque o futuro da precursora. Foi assim com o rádio e a televisão, a pintura e a fotografia,

Foto: Wilson Filho

Na fila desde as 15 horas para pegar uma senha que seria seu passaporte para conseguir um autógrafo da vlogueira, que só iria receber os fãs às 21 horas, a estudante de psicologia Deborah Falconete, 20 anos, diz que gosta muito de internet, assiste a vídeos online, navega pelas redes sociais, acompanha youtubers, mas na hora da leitura prefere o livro físico.

A pesquisa sobre Retratos da Leitura no Brasil, divulgada este ano, revela que 56% da população leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses da realização do questionário. Em comparação com a pesquisa anterior, realizada em 2011, o número de leitores aumentou em 10 milhões. Os dados são coletados pelo Ibope Inteligência com realização do Instituto Pró-Livro. Dos leitores, apenas 26% já leram conteúdos digitais e, destes, apenas 15% leram livros. A maior parte (52%) lê notícias e informações em geral.

Amigos, Dilson e Pedro divergem sobre o e-book, mas concordam quando o assunto são livros. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 17


por exemplo, e agora a contenda chegou à linha editorial. O professor Feliciano Bezerra ressalta que com a chegada dos e-books, vindos como uma grande novidade, achava-se que o Brasil iria dar um salto nas vendas desse produto, no entanto, ele não abalou o mercado impresso.

Foto: Wilson Filho

“Acho que vai haver um convívio entre os dois suportes. No Brasil, de forma específica e contraditória, houve um boom editorial de livros impressos. Revistas físicas estão surgindo. Evidentemente, as facilidades de aquisição de obras pelo e-book são mais rápidas e eficientes, mas aqui no Brasil, por exemplo, pensava-se que o

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Foto: Wilson Filho

Cultura

Deborah Falconete navega pelo universo virtual, mas não dispensa uma boa leitura física.

e-book iria dar um salto, mas está estagnado. Há nesse momento um embate, mas não creio numa su-

peração absoluta. Os jornais estão investindo mais no online, a mídia em si, mas a literatura acho


Uma estimativa anual sobre a produção e venda de livros, realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), pelo Sindicato Nacional das Editoras de Livros (Snel) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), constatou que em 2015 foram comercializados 389.274.495 livros impressos em todos os segmentos. Já o número de títulos de conteúdo digital foi de 1.264.517. Professor de Robótica e Tecnologia da Informação (TI) em escolas de ensino médio e fundamental, Jenner Vaz afirma que, este ano, já colocou todo o material didático de suas aulas de TI no meio virtual, e apenas 10% dos alunos preferiram imprimir. Ele acredita que as novas gerações estão mais adaptadas, porém alerta que é preciso dar um suporte à escola para que o conteúdo seja o único a ser acessado em sala de aula. “Eu sugiro que eles baixem para os tablets, smartphones e até para o videogame deles o material e leiam. Porque você não vai ver com muita frequência um menino no shopping com um livro. Depende muito do hábito da família, que está cada vez com menos tempo em casa, deixando que outros tomem conta e a gente sabe que quando o pai não está envolvido, não tem quem o substitua nesse processo. E acho que não vai prejudicar o desempenho escolar, desde que haja controle. Tem que ter uma tecnologia por trás que diga o que ele pode

Foto: Wilson Filho

Feliciano Bezerra acredita que e-book e livros vão sempre existir em consenso.

fazer e ter ferramentas para barrar o que não pode fazer”, ressalta o Jenner Vaz, que dá aulas de computação há 20 anos. Mergulhar em uma obra, degustando cada frase e se entregando à imaginação são sensações que todos devem experimentar diante de um livro, seja ele em papel ou em tela. O importante é não deixar de ler.

Livros infantis no Salipi

Os livros infantis têm se aperfeiçoado a cada edição do Salipi. Neste ano, eles vieram mais sonoros, com espaço para colorir, com quebra-cabeças ou outros objetos que atraem a atenção dos pequeninos, sem perder a ideia principal, que é a leitura.

Ilustração: Izânio Façanha

que não, continua sendo no livro. Sempre vai existir um consenso”, justifica o professor.

REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 19


Política

Como é feita a escolha dos mesários Os convocados pela Justiça Eleitoral para trabalhar no dia da votação não têm escolha. Eles são obrigados a colaborar com o processo eleitoral e podem ser punidos em caso de falta.

POR UBIRACY SABÓIA

quando necessário. O trabalho inicia antes mesmo da abertura da seção eleitoral e só termina depois que é emitido o boletim da urna, com o registro do voto de todos os eleitores. Além de cansativo, é um trabalho

Foto: Reprodução internet

Eles são parte fundamental nas eleições. Estão presentes em todas as seções, sendo responsáveis pela condução do processo elei-

toral desde o recebimento do título do eleitor até sua devolução, depois que o voto é registrado na urna eletrônica. Cabe aos mesários, ainda, a manutenção da ordem dentro da seção, podendo até mesmo requisitar a força pública

20 | 28 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE


gratuito. Os mesários são escalados pela Justiça Eleitoral e, uma vez solicitados, não podem recusar a tarefa, a não ser em condições excepcionais. As desistências só são aceitas por meio de um requerimento fundamentado, a ser analisado pelo juiz eleitoral, e a falta sem justa causa resulta em multa ou suspensão de até 15 dias, no caso dos servidores públicos.

Há três tipos de função distribuídas entre as pessoas que vão trabalhar em uma seção eleitoral: presidente, mesário e secretário (ver quadro ao lado). A responsabilidade é grande, mas há quem goste do trabalho, como a contadora Luciane Almeida Tobler, servidora do Tribunal de Contas do Estado, que já atua como mesário há quatro eleições. “No início, meu objetivo de ser mesário em uma eleição era para ganhar a folga de dois dias, por cada um trabalhado”. Hoje, ela já encara como uma atividade prazerosa e não reclama por ser chamada a cada nova eleição.

Em compensação, existem alguns benefícios para quem atua como colaborador nas eleições. Para cada dia de convocação, o mesário tem direito a dois dias de folga no trabalho, sem prejuízo do salário. Tem direito, ainda, a créditos em disciplinas de cursos em instituições de ensino superior. No caso do Piauí, a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) tem um convênio com o Tribunal Regional Eleitoral, segundo o qual o trabalho como mesário conta como crédito de atividade extracurricular. Ele também conta como vantagem em desempate nos concursos públicos, como o da Justiça Eleitoral, se houver previsão em edital. Além disso, no dia da votação os mesários recebem auxílio-alimentação.

Foto: Roberta Aline

Nos municípios de Buriti do Lopes, Buriti dos Montes, Castelo do Piauí, Caxingó, José de Freitas e Juazeiro do Piauí existem leis criadas, a partir de entendimento com o TRE, que concedem benefícios extras a quem é convocado para trabalhar nas eleições. Nesses municípios, os mesários têm direito à isenção total das taxas em concursos públicos municipais.

Ao contrario do que se pensa, segundo ela, o trabalho de mesário é muito bom e não tem nada de monótono, justamente por causa do contato com várias pessoas. “Eu estou esperando ser convocada novamente este ano. A melhor parte do trabalho é o contato com as mais diferentes pessoas no dia da eleição.”

O que fazem os

mesários

PRESIDENTE: é a maior autoridade da seção; Verificar as credenciais dos fiscais; Adotar os procedimentos para a emissão da zerésima; Iniciar e encerrar a votação; Digitar o número do título do eleitor no terminal do mesário, autorizando-o a votar ou a justificar; Receber as impugnações em relação à identidade do eleitor; Providenciar a entrega dos materiais à junta eleitoral. MESÁRIO: localizar o nome do eleitor no caderno de votação e colher sua assinatura; Ditar o número do título ao presidente; Entregar o comprovante de votação ou de justificativa e devolver os documentos ao eleitor. SECRETÁRIO: responsável pelo preenchimento da ata da mesa receptora de votos, relacionando as ocorrências registradas no dia no campo “Anotações”; Orientar os eleitores na fila e verificar se pertencem àquela seção, conferindo seus documentos; Controlar a entrada e a movimentação das pessoas na seção; Verificar o correto preenchimento do formulário Requerimento de Justificativa Eleitoral; Distribuir aos eleitores, às 17 horas, as senhas de entrada.

A servidora pública gosta do trabalho de mesário nas eleições. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 21


Como ser mesário Por causa dos benefícios, existe quem se ofereça voluntariamente para trabalhar no dia da votação. Para essas pessoas, o Tribunal Superior Eleitoral dispõe de um programa chamando Mesário Voluntário. O interessado deve acessar o site do Tribunal Regional Eleitoral do seu estado e se informar das condições para fazer a inscrição. Para se cadastrar, o cidadão deve acessar o formulário de cadastro de mesário voluntário. Outra forma de cadastro é pelo Disque Eleições, por meio do número 0800007-9797, ou diretamente no cartório eleitoral. Após preencher a ficha, o interessado deve aguardar o contato do Juiz Eleitoral da zona na qual é inscrito como eleitor. Mas o TSE explica que a realização do cadastro não garante que o eleitor será convocado para o trabalho. O Cartório Eleitoral vai analisar a ficha de inscrição e verificar se existe vaga em sua seção de votação. Havendo vaga e não existindo impedimento, o eleitor poderá ser convocado. Se convocado, receberá uma carta de convocação no endereço cadastrado junto à Justiça Eleitoral. Qualquer eleitor maior de 18 anos pode ser mesário. Mas existem algumas restrições que impedem a pessoa de trabalhar em uma seção eleitoral. É o caso de candidatos e seus parentes, até o segundo grau, 22 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

Foto: Raoni Barbosa

Política

Os mesários garantem o bom andamento e a transparência do processo eleitoral.

ainda que por afinidade, inclusive o cônjuge; membros de diretórios de partidos políticos que exerçam função executiva; autoridades e agentes policiais e funcionários que desempenham cargos de confiança no Executivo; funcionários que pertencem ao serviço eleitoral; e eleitores menores de 18 anos.

Os que são admitidos, ou convocados, contribuem, na verdade, com muito mais que um simples dia de trabalho. Eles tornam-se uma peça importante do processo eleitoral que escolhe os novos governantes e parlamentares, ajudando a consolidar a democracia do país.


Politica

SPC eleitoral

Foto: Reprodução internet

As listas dos gestores irregulares junto aos Tribunais de Contas serão a base para a concessão dos registros de candidatura e são um filtro para evitar que candidatos “ficha suja” concorram às eleições.

POR UBIRACY SABÓIA

Quando as pessoas comuns pagam suas contas em dia, mantêm o crédito e o nome limpo. Quem não paga tem seu nome colocado na lista dos inadimplentes e dos órgãos de proteção ao crédito, como SPC e Serasa. Na vida pública não é muito diferente. Os gestores, os que podem ser eleitos ou não, devem prestar contas da sua administra-

ção junto aos órgãos de controle externo, como os Tribunais de Contas do Estado e da União. Quando as contas de gestores, como governadores, prefeitos, secretários de Estado e de municípios, são reprovadas, eles são colocados em uma relação denominada “ficha suja”, que pode levar ao impedimento da candidatura. É a temida lista dos inelegíveis. Com a proximidade das convenções partidárias, em que serão escolhidos os candidatos a prefeito e a vereador

para a próxima eleição, os Tribunais de Contas fecham as listas que serão encaminhadas para a Justiça Eleitoral, que servem como filtro para evitar que maus gestores continuem a exercer cargos públicos. O conselheiro substituto do Tribunal de Contas do Estado, Jaylson Campelo, afirmou que a lista está no site do TCE e é atualizada periodicamente. “À medida que as contas são reprovadas, vamos colocando os nomes lá. Assim como à medida que as contas vão sendo REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 23


regularizadas, vai-se retirando”, explica. Segundo ele, desta vez o TCE decidiu antecipar a lista e colocar no site do tribunal para que o gestor saiba que está com problemas e regularize a situação.

Foto: Wilson Filho

Politica

Até o final da primeira quinzena de junho, no site do Tribunal de Contas do Estado, havia 2.907 ocorrências de contas reprovadas de prefeitos, vereadores e outros gestores (como diretores de hospitais, secretários municipais, etc.). Este grande numero de ocorrências é justificado por existirem casos de várias reprovações de contas para um mesmo gestor. As contas na lista são referentes aos exercícios de 2005 até 2013 e foram julgadas pelo TCE no período entre os anos de 2008 e 2016. No caso do Tribunal de Contas da União, a relação de gestores com contas irregulares no Estado do Piauí traz 215 nomes (pessoas com contas julgadas) em 341 ocorrências; os casos do TCU foram julgados de outubro de 2008 até junho deste ano. A relação fechada deve ser encaminhada até o inicio de julho à Justiça Eleitoral. “Depois da lista encaminhada, começa o trabalho do Ministério Público Eleitoral e dos agentes políticos para pedir as ações de inelegibilidade”, completou o conselheiro substituto. Com a lista das contas reprovadas fechada e encaminhada pelos Tribunais de Contas do Estado e da União, começa o trabalho do Ministério Público Eleitoral. O procurador Regional Eleitoral, Israel Gonçalves Santos Silva, diz que são 24 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

Jaylson Campelo: a lista com as contas rejeitadas está disponível para a consulta pública.

vários os requisitos para rejeitar o registro de uma candidatura, e a lista de contas reprovadas dos órgão de controle é uma delas. Ele explica que a Lei Complementar 64/1990, que trata do caso de inelegibilidade, foi ampliada pela Lei da Ficha Limpa. “Deve ficar claro que apenas uma alínea da lei trata dos casos de inelegibilidade com base na lista das contas rejeitadas. Mas esta representa a maioria dos casos de rejeição de registros de candidaturas”, diz ele. O procedimento segue algumas etapas: a primeira é quando o TCE e o TCU encaminham a lista para a Justiça Eleitoral e a relação das pessoas que tiveram suas contas rejei-

tadas fica em um banco de dados. A segunda etapa acontece quando a pessoa solicita o registro de candidatura na Justiça Eleitoral. Segundo o procurador, é feito um primeiro cruzamento de informações: se o nome da pessoa que solicitou o pedido de registro e candidatura constar na relação das contas reprovadas, o MPE abrirá um procedimento. Este procedimento é a Ação de Impugnação de Registro de Candidatura, que vai apurar se a pessoa cometeu ato, dentro dos crimes de improbidade administrativa, que tenha causado lesão ao erário ou enriquecimento ilícito. “O Tribunal Regional Eleitoral pode informar de forma automática


O sistema é integrado e alimentado com informações coletadas pelo MPE em todo o país. “Nós pedimos às Câmaras Municipais as relações de políticos cassados (prefeitos e vereadores) nos últimos oitos anos. Às Prefeituras e ao Governo do Estado, solicitamos os nomes dos servidores públicos que foram demitidos a bem do serviço público; e aos conselhos federais, a relação das pessoas dos seus quadros que tenham cometido algum ato que caia na ‘ficha limpa’”, explica. Neste trabalho, o MPE utiliza a lista do TRE (as contas julgadas do TCE e TCU) e do Sisconta para fazer a análise dos registros de candidaturas, com o objetivo de retirar da disputa eleitoral as pessoas que estão com a “ficha suja”.

Os prazos O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina que as convenções partidárias, para a escolha dos candidatos pelos partidos, e a deliberação sobre coligações devem ocorrer de

Foto: Wilson Filho

ao juiz que há a rejeição de contas, e o juiz, de ofício, pode indeferir a candidatura. Ou então o Ministério Público ou um partido político podem pedir o indeferimento por meio de uma ação”, afirma. Para auxiliar este trabalho de investigação da vida de quem quer ser candidato, o procurador disse que existe, desde 2014, um banco de dados no sistema de informação do MPE que possui todas as informações sobre condenações que caiam dentro da cobertura da ficha limpa. O nome do sistema é Sisconta.

Israel Gonçalves: A lista de contas reprovadas é um dos requisitos para impedimento da candidatura.

20 de julho a 5 de agosto. No caso das convenções não indicarem o número máximo de políticos, as vagas que sobram devem ser preenchidas em até 30 dias antes do pleito, não mais 60 dias, como era na legislação anterior. E o prazo limite para a solicitação do requerimento para registro de candidatura a cargo eletivo em cartório ou na secretaria do

TRE, ou doTSE, vai até as 19h do dia 15 de agosto deste ano, sem possibilidade de prorrogação. A análise destes processos de registro de candidatura deve ser feita até a primeira semana de setembro e o prazo de impugnação do MPE é de cinco dias. Para ver a lista dos inelegíveis, acesse os sites: www.tce.pi.gov.br e portal.tcu.gov.br. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 25


Foto: Thiago Amaral

Polícia

Carregamento de cigarro apreendido neste mês de junho está avaliado em mais de R$ 375 mil. 26 | 28 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE


O mercado do contrabando

Do universo de produtos contrabandeados em todo o país, menos de 10% são apreendidos, causando danos milionários à economia brasileira. E o Piauí é um dos estados consumidores desses produtos.

POR JORDANA CURY

O contrabando de mercadorias tira R$ 100 bilhões do mercado brasileiro todos os anos e, apesar das fiscalizações constantes, estima-se que menos de 10% dos produtos contrabandeados são apreendidos. Os dados são do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF). O Piauí, apesar de não ser considerado porta de entrada, é destino final de itens que entram de forma irregular — ou ilegal — no país. O cigarro é o principal produto contrabandeado no Estado, causando prejuízos diretos à economia e à saúde pública porque, além de não sofrer tributação, também não passa pela fiscalização dos órgãos de controle. Somente no primeiro semestre deste ano, pelo menos dois carregamentos ilegais de cigarro foram flagrados pela Delegacia Especializada em Crimes Contra a Ordem Tributária (Deccortec). Em abril, as 75 caixas de maços de cigarro apreendidas foram avaliadas em

R$ 75 mil. Em junho, a mercadoria apreendida passou de R$ 350 mil. Para a polícia e para a Receita Federal, a principal dificuldade no combate a esse tipo de crime está no dinamismo das rotas. O Brasil tem 16.850 quilômetros de fronteiras e poucas barreiras naturais. “Há locais em que não sabemos onde termina a cidade estrangeira e começa a brasileira. E é uma extensão tão grande que é impossível fechar. O Piauí está fora dessa realidade porque não temos fronteiras preocupantes e

os voos do exterior para cá não são regulares, mas o Estado é um consumidor dessas mercadorias”, explica Carlos Eduardo Ribeiro Leite, auditor fiscal da Receita Federal. Ele ressalta que esses produtos entram no Brasil principalmente através das fronteiras com o Paraguai e a Bolívia e chegam ao Piauí após passarem pelos estados do Sul e por São Paulo. Segundo o auditor, os produtos que mais entram de forma irregular no Piauí são os cigarros, os eletrônicos e os itens de vestuário. “O prejuízo

R$ 1,8 bilhão Esse foi o valor contábil total das mercadorias apreendidas pela Receita Federal em 2014 em todo o país. O valor é 7,11% maior que o R$ 1,68 bilhão registrado em 2013. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 27


para a economia é gigantesco. O dinheiro com que se compra um xampu, por exemplo, é dividido entre o supermercado e a fábrica do produto. Essa fábrica vai precisar desse valor para pagar o fornecedor, que vai pagar o funcionário, que vai ao supermercado comprar esse mesmo xampu. É tudo interligado. Se o consumidor não compra, a economia toda desacelera e as pessoas acabam perdendo o emprego, porque, sem demanda, as indústrias deixam de contratar”, argumenta Carlos Eduardo.

Foto: Thiago Amaral

Polícia

Canal do contrabando A fronteira de Foz do Iguaçu — que liga o Brasil ao Paraguai — é considerada a principal rota de entrada de mercadorias clandestinas. O IDESF calcula perda anual de R$ 20 bilhões em receita, causada somente pelo contrabando realizado por esse canal — e 67,44% desse valor estão relacionados ao cigarro. Os eletrônicos estão em segundo lugar, com 15,42%, seguidos de materiais de informática (5,04%) e peças de vestuário (3,03%). De acordo com o levantamento, os chamados sacoleiros — pessoas que viajam regularmente para o exterior para comprar produtos e revender no Brasil — têm impacto pequeno no montante de perdas gerado pelo contrabando. O prejuízo maior aos cofres públicos é de grupos organizados. Nessa fronteira, pelo menos 15 mil pessoas estão diretamente envolvidas com o contrabando. Esses carregadores, motoristas, olhei28 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

O auditor da Receita Federal Carlos Eduardo alerta para os riscos e prejuízos do contrabando.

ros e entregadores de mercadorias recebem uma média salarial mensal de R$ 985.

Riscos à saúde

neração dos olhos. “No caso dos tênis, a diferença de um milímetro entre um pé e outro pode gerar problemas na coluna, nos joelhos e no quadril”, alerta o auditor da Receita Federal.

Além de afetar diretamente a economia, alguns produtos que entram de forma ilegal no Brasil são nocivos à saúde, como o cigarro, os tênis e os óculos — cujo comércio é bastante comum no Piauí. Estudo da Associação Brasileira das Indústrias Óticas mostra que o uso de óculos falsificados pode causar catarata e danos irreversíveis, como a dege-

Por esse motivo, o material apreendido tem que ser destruído. “Produtos atentatórios à saúde, à moral e aos bons costumes são destruídos. A incineração é uma das maneiras de fazer isso, mas, pela lei, não posso incinerar o cigarro, porque agride o meio ambiente. Depende de cada produto. Os óculos, por exemplo, são triturados”, esclarece Carlos


Eduardo. Dentre os produtos destruídos também estão os brinquedos que não têm o selo do Inmetro e os telefones chineses não autorizados pela Anatel. Já produtos de informática e outros eletrônicos podem ser incorporados ao patrimônio público. “Se há uma apreensão de pen drive ou de computadores, podemos distribuir na Receita Federal e em outros órgãos, de acordo com a necessidade. Há também mercadorias que são postas à venda, e aí a lei determina que seja feito o leilão. Mas, atualmente, temos feito poucos leilões porque as apreensões são, na maioria, de produtos para destruição”, completa o auditor. No caso dos leilões, a Receita faz ampla divulgação e geralmente permite a participação de pessoas físicas. A revenda dos produtos não é permitida.

É comum falar em contrabando quando a mercadoria entra de forma irregular no país, mas existe uma pequena diferença entre os termos “contrabando” e “descaminho”. O contrabando acontece quando a mercadoria é proibida de entrar ou se, para entrar, ela precisa do aval de algum órgão de fiscalização, como o cigarro e os medicamentos. O descaminho é quando não existe restrição, mas a mercadoria entra sem passar pelos devidos trâmites burocráticos e tributários. Um carregamento de relógios é descaminho, não contrabando. Outro detalhe é que os produtos que chamamos de “falsificados” são, na verdade, “contrafeitos”, ou seja, são feitos sem a autorização do detentor da marca. No Piauí, é comum encontrarmos produtos não originais (contrafeitos) de marcas mundialmente famosas.

Carlos Eduardo acrescentou que as fiscalizações estão mais frequentes e que, além da necessidade de apresentar a nota fiscal da mercadoria, os comerciantes devem ter garantia da procedência dos produtos. “Quando fazemos a apreensão, não observamos somente a nota fiscal. Nós intimamos quem emitiu para comprovar como essa mercadoria entrou no país. Se não for comprovado, a mercadoria não é devolvida ao comerciante. É dada pena de perdimento. Ou seja, é o comerciante quem vai sofrer o dano porque o país não pode ficar no prejuízo. Quem compra produtos irregulares assume esse risco”, alerta. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 29


Ponto de vista! POR ELIVALDO BARBOSA

pontodevista@cidadeverde.com

Prudência O deputado federal Marcelo Castro, presidente do PMDB no Piauí, mantém cordial relação política com o governador Wellington Dias. Mas esclarece: o amistoso relacionamento não implica adesão do PMDB ao governo. Segundo Marcelo Castro, ainda não há sinalização de Wellington Dias para um acordo formal que assegure a presença do PMDB na base aliada ao governo. As eleições municipais serão importante marco para um possível entendimento. O momento, na avaliação de Marcelo Castro, é de cautela nos movimentos políticos. Foto: Raoni Barbosa

Dúvida

Prazo

O denso bloco de partidos aliados à campanha de reeleição do prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), ainda não decidiu estratégia para as coligações proporcionais. São cerca de 15 partidos, divididos em várias teses: uma grande aliança com todas as legendas, três coligações ou deixar as siglas livres para chapas puras de candidatos a vereador. O prefeito Firmino Filho trabalha para evitar arestas no palanque majoritário.

Até o dia 2 de julho, os prefeitos que serão candidatos à reeleição correm contra o tempo para entregar obras, anunciar medidas simpáticas à população, enfim, cumprir agendas positivas. A partir de julho, a legislação eleitoral será rigorosa em relação a condutas vedadas a agentes públicos durante campanha eleitoral.

Aperto A Associação Piauiense de Municípios (APPM) termina o primeiro semestre atenta à crise financeira das prefeituras. Uma Assembleia Geral no dia 27 discutirá as consequências das constantes quedas nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), principal receita para a maioria das cidades do Estado.

De volta à base O deputado estadual Evaldo Gomes (PTC) retornou ao bloco governista na Assembleia Legislativa. As bases do acordo foram tratadas diretamente com o governador Wellington Dias e estabelecem ações do governo em municípios administrados por aliados do deputado. A ocupação de cargos fica para depois das eleições municipais. Foto: Raoni Barbosa

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Outros casos

LDO

O governador Wellington Dias decidiu acompanhar de perto as movimentações políticas dos aliados na fase de definições de alianças para as eleições municipais, a começar pelo PT em Teresina, com focos de resistência para aprovar apoio ao petebista Amadeu Campos.

No interior, o governador dispensa especial atenção aos municípios de Parnaíba, Esperantina, Picos e Pedro II, considerados estratégicos para o PT seguir à frente das administrações. O partido precisa superar dificuldades para fechar acordos e formar palanques robustos.

Os deputados estaduais aprovarão, até o dia 15 de julho, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que define as bases para a elaboração, no segundo semestre, do orçamento do Estado para 2017. A presidente da Comissão de Finanças, Flora Izabel (PT), é a relatora da LDO.

Capital

Majoritário

Definitivamente, o deputado federal José Maia Filho muda seu foco político. O parlamentar assumiu a presidência do PP em Teresina, após longo período de atuação política centrada no interior, principalmente em seu principal reduto, o município de Itainópolis.

Após a reeleição na presidência da Assembleia Legislativa, o próximo desafio político do deputado estadual Themístocles Filho (PMDB) será majoritário, em 2018. O parlamentar é nome forte para compor chapa majoritária como vice-governador. O governador Wellington Dias (PT) é o potencial e desejado aliado.

Foto: Wilson Filho

Em campo

Militar na política Cresce a presença de militares na política piauiense. Este ano, a novidade é a tenente-coronel Júlia Beatriz, que será candidata a vice-prefeita de Teresina na chapa do deputado Dr. Pessoa (PSD).

Foto: Raoni Barbosa

Aconteceu

Esse é o PT

Nos 35 anos de existência do PT, divergências pré-eleitorais sempre ocorreram. A mais recente ocorreu em 2012 na capital. Prévias aprovaram apoio à reeleição do então prefeito Elmano Férrer (PTB), mas a convenção, de última hora, decidiu lançar candidato próprio a prefeito em Teresina.

Foto: Arquivo RCV

REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 31


Foto: Thiago Amaral

Geral

A Caminhada começou com a missa no adro da Igreja São Benedito.

Semeadores da fé

Há 21 anos, a Caminhada da Fraternidade reúne milhares de fiéis e ajuda inúmeros necessitados no Piauí. E, a cada edição, semeia a fé, o amor e a solidariedade. POR MARTA ALENCAR

A Caminhada da Fraternidade escolheu para este ano um tema tão atual quanto urgente — “Mãe Terra: Nossa Casa, Nossa Causa”. Foi com esse slogan, inspirado na encíclica Laudato Si (Louvado sejas), escrita pelo Papa Francisco, que milhares de pessoas participaram da 21ª Caminhada da Fraternidade em Teresina, no segundo domingo do mês de junho. 32 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

Desde a criação até agora, o homem tem devastado e destruído o bem mais precioso que Deus lhe deu: o planeta Terra. Por outro lado, faltam políticas públicas que assegurem o desenvolvimento sustentável, como a proteção dos nossos mananciais. Teresina é um exemplo. A capital piauiense dispõe de apenas 18,6% de cobertura de esgoto. E, diante desta realidade, os teresinenses disseram sim ao chamado da Arquidiocese de Teresina para caminharem juntos em defesa de um mundo mais justo,

onde haja respeito e cuidado com a casa comum e com todos os seus habitantes. “O cuidado que temos com a ‘Mãe Terra’, que o Papa mencionou, temos que ter também com os moradores dela. Porque eu não posso cuidar só do chão, se eu também não posso cuidar de quem habita esse chão. Ou seja, nós queremos um mundo verde, mas essencialmente cheio de esperança. Pois, afinal, quem ama, cuida”, explica o Pe. Tony Batista, presidente da


A caminhada começou às 7h da manhã com uma missa presidida pelo arcebispo Dom Jacinto Brito e concelebrada por padres de várias paróquias da capital no adro da Igreja São Benedito. Lá, os fiéis receberam o alimento espiritual para, logo em seguida, saírem dispostos e solidários, semeando a fé, o amor e a fraternidade pelas principais avenidas da capital.

Frutos da solidariedade A Caminhada da Fraternidade nasceu em 1995 para defender os excluídos, principalmente os portadores do vírus HIV. À época, o preconceito com as vítimas da AIDS ainda era muito grande e boa parte delas acabava sendo abandonada pela família, sem ter a quem recorrer. Foi para acolher essas pessoas e oferecer a elas abrigo e tratamento digno que surgiu a Caminhada da Fraternidade. Com o dinheiro arrecadado com a venda dos kits, compostos por camiseta, boné e mochila, foi construído o Lar da Fraternidade, um espaço de vivência em Teresina que hospeda uma média de 60 pacientes por mês, portadores do vírus HIV/AIDS. Até hoje, o Lar da Fraternidade se mantém exclusivamente com os recursos oriundos da Caminhada.

Pe. Tony relembra que o começo foi muito difícil. “Iniciamos um trabalho com pessoas que viviam e conviviam com a AIDS. E, na época, foi muito difícil por duas razões: tanto pelo preconceito, que era terrível, como também pela falta de recursos. E foram essas duas realidades que nos levaram às ruas, pois era preciso, sobretudo, enfrentar o preconceito. Mas, graças à Caminhada da Fraternidade, hoje é possível ver que a cidade mudou e se tornou mais humana e solidária.”

alimentação equilibrada, assistência médico-farmacêutica, atividade física, lazer e assistência espiritual cristã, entre outros serviços. “Antes da Caminhada, os pacientes do Lar da Fraternidade enfrentavam inúmeras dificuldades, principalmente com relação ao preconceito. Mas, hoje, muita coisa mudou. E estou muito agradecida por essa oportunidade, pois ela é ímpar. Sem a Caminhada, o Lar da Fraternidade não poderia existir, porque ela sustenta totalmente a instituição.”

Segundo a coordenadora do Lar da Fraternidade, Enildes Costa, a instituição oferece moradia digna,

Além do Lar da Fraternidade, quem compra o kit da Caminhada também ajuda a manter outros serviços

Foto: Thiago Amaral

Ação Social Arquidiocesana (ASA) e idealizador da caminhada.

REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 33


prestados pela ASA, como o Lar de Misericórdia, que acolhe pacientes em tratamento de câncer; e o Centro Maria Imaculada, que trata pacientes com hanseníase. Uma parte dos recursos arrecadados também é partilhada com entidades e organizações sociais de reconhecida atuação em nossa cidade. No ano passado, essa partilha foi feita com a Casa Frederico Osanam, a Fundação Maria Carvalho, Abrigo São Lucas e a Fundação Mateus Pereira. Para ajudar todas as pessoas cuidadas por essas entidades, uma multidão tomou conta novamente das ruas de Teresina na manhã do domingo em que era celebrado o Dia dos Namorados.

34 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

Foto: Thiago Amaral

Geral

O Lar da Fraternidade é mantido totalmente com os recursos da Caminhada.


Emocionada, a aposentada Isabela Alencar de Sousa, oriunda de Im-

peratriz (MA), relatou que essa foi a primeira vez que participou da Caminhada. “Eu assistia pela televisão,

mas decidi que este ano iria acompanhar e ouvir a Palavra de Deus de perto”, expressou. A Caminhada reu-

Foto: Thiago Amaral

E foi com amor que o casal Regina Vieira e Salvador Ramos vestiu a camisa da solidariedade e pôs os pés na avenida, seguindo os passos de quem caminha para levar esperança aos doentes e excluídos. Os dois são voluntários e integrantes da Paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, em Teresina, e participam da ação há 19 anos. A cada edição, eles levam os dois filhos para acompanhá-los. “A Igreja Católica tem esse propósito de salvar o povo e também de cuidar do nosso planeta”, declarou Salvador a respeito do tema da edição.

Foto: Thiago Amaral

Afinal, a Caminhada da Fraternidade é também um ato de amor.

Padre Tony Batista comemora o sucesso da Caminhada. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 35


Geral

Há 16 anos, Edmar Alves de Barros, participa da Caminhada da Fraternidade. Responsável pelos serviços gerais do Centro Pastoral Paulo VI, Edmar afirma que começou a caminhar desde a sua conversão, Foto: Thiago Amaral

Natural do Paraná, o noviço jesuíta Lucas Pedro dos Santos relata que essa foi a primeira vez que esteve na

ação da Arquidiocese. “O trabalho que a Arquidiocese de Teresina desenvolve no âmbito social é que me motivou a participar da Caminhada. Eu queria sentir de perto o que é ser igreja na capital piauiense e também compartilhar a fé e a emoção com outros fiéis”, revela.

Foto: Thiago Amaral

niu gente de todas as idades, algumas até com dificuldade de locomoção, como a dona Graça Mota que, mesmo com 100 anos de idade, fez questão de participar. Os pés frágeis já não conseguem mais caminhar, por isso ela precisou da ajuda da família para empurrar a cadeira de rodas na qual fez todo o percurso de 6 km, da Igreja São Benedito, no centro, até a Avenida Universitária, na zona leste.

Uma multidão tomou conta do percurso de 6km .

Com 100 anos de idade, Dona Maria acompanhou todo o percurso. 36 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

quando foi liberto do vício das drogas e curado de um câncer de estômago. “No dia em que me encontrei com Deus, eu estava sujo e fedido e passei em frente a um grupo de oração chamado ‘Jesus é a nossa força’. Foi quando decidi conhecer o grupo na igreja. As pessoas que estavam lá me abraçaram e disseram: ‘Jesus te ama’. E foi então que me arrependi de todas as besteiras que fiz na vida”, disse. Hoje, Edmar é um testemunho de vida, exemplo para muitos jovens da sua paróquia e um dos principais incentivadores da Caminhada.


Foto: Thiago Amaral

O sol forte que aquece Teresina no mês de junho fez brilhar mais ainda o espírito de fraternidade dos participantes, que não se intimidaram com o calor e foram às ruas para mostrar a generosidade do povo piauiense com quem mais precisa.

Edmar Alves de Barros participa há 16 anos da Caminhada da Fraternidade. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 37


Saúde

Margarina Manteiga

Manteiga ou margarina fazem parte do café da manhã de quase todos os brasileiros e, também, da receita de muitos alimentos como bolos, tortas e doces. Mas ainda há dúvida entre os consumidores sobre qual delas é a mais saudável. POR CAROLINE OLIVEIRA

Consumidores que procuram evitar alimentos gordurosos não hesitam no supermercado: compram sempre margarina em vez de manteiga. Mas quem disse que uma é mais saudável que a outra? Quando a margarina surgiu em 1950, a propaganda mostrava que o produto era mais saboroso, barato e saudável que a manteiga. Porém, em 1980, veio o alerta: colocadas lado a lado, as curvas de incidência de ataques cardíacos em quem consumia margarina coincidiam com 38 | 12 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

as da manteiga. A suspeita recaiu sobre a gordura artificial (gordura trans) do produto, que foi condenada. No entanto, hoje já existem margarinas sem gordura trans no mercado, mas, mesmo assim, nutricionistas e cardiologistas recomendam o não uso ou o uso moderado do alimento. Tanto as margarinas quanto as manteigas são gorduras. Margarinas são óleos vegetais transformados a partir da hidrogenação ou interesterificação para ganhar consistência sólida. Já a manteiga é basicamente creme de leite (nata) e sal, batidos até se transformarem numa emulsão cremosa.

“Dependendo do processo pelo qual foram produzidas, as margarinas podem conter ou não gorduras trans. A hidrogenação permite transformar os óleos vegetais em gordura hidrogenada, dando origem às margarinas ricas em gorduras trans. Já a interesterificação modifica os óleos formando uma gordura mais dura, sem produzir o tipo trans”, explica a nutricionista Nívea Maria Costa Sousa, mestre em Alimentos e Nutrição. A nutricionista destaca que as margarinas e manteigas, quando consumidas em excesso, podem elevar o consumo calórico diário.


A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que se a ingestão de gordura saturada for moderada e dentro das recomendações (7 a 10% do total de calorias por dia), poderá fazer parte da dieta. Por outro lado, o consumo de ácidos graxos trans provenientes de produtos industrializados deve ser o mais reduzido possível, não ultrapassando 1% das calorias ingeridas diariamente.

Consumo intenso O funcionário público Mauro César Soares, 40 anos, não dispensa o uso da margarina em sua alimentação. Ele afirma que, no café da manhã e no jantar, o potinho sempre está sobre a mesa, seja com que alimento for. “Minha esposa diz que como margarina com cuscuz e não cuscuz com margarina”, relata

Foto: Wilson Filho

“A margarina não é mais saudável que a manteiga por dois motivos principais: primeiro, por causa dos aditivos químicos, que são necessários para conferir cremosidade, durabilidade, cor, sabor e odor característicos e que podem provocar reações alérgicas e afetar a saúde. E, segundo, devido ao tipo de gordura. Enquanto a manteiga possui gordura saturada, as margarinas são feitas a partir da hidrogenação de óleos vegetais, apresentam gorduras trans, conhecidas por reduzir o bom colesterol (HDL-c) e elevar o mau colesterol (LDL-c), bem mais prejudiciais ao organismo”, afirma a mestre em Alimentos e Nutrição.

Nutricionista diferencia manteiga e margarinas e alerta para o excesso no consumo.

preocupam em reduzir as gorduras ruins, também não tomo refrigerante, não bebo álcool e faço checkup todo ano. Até agora, estou inteiro”, afirma o funcionário público.

Mauro, que também usa manteiga. “Nunca parei para pensar quanto tempo dura um pote lá em casa, mas é bastante consumido com pão, biscoito, bolos, sanduíche, carne, cuscuz e tapioca”, especifica.

Substituição dos alimentos

Mauro Soares diz que sabe dos danos que essas gorduras podem causar à sua saúde, mas que procura outros meios para substituir o exagero. “Sei que não é tão saudável, mas procuro as marcas que mais se

O cardiologista Benício Sampaio afirma que a alimentação é um hábito e que uma série de fatores

Uma colher de chá (8 gramas)

Manteiga

58,64 17,52 4,04 Calorias

Colesterol

Gordura saturada

54,8

0

0

0

6,48

Gordura trans

Gordura total

0,7 6,06

Margarina

REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 39


Foto: Thiago Amaral

Saúde

Cardiologista Benício Sampaio recomenda mudança de hábitos e substituição de produtos.

influenciam para que as doenças cardiovasculares se desenvolvam. E afirma que ele mesmo não possui margarina ou manteiga em sua casa. “Uma das doenças que mais se destacam entre as cardiovasculares é a aterosclerose, que é o envelhecimento do sistema arterial com a deposição de placas de gorduras nas artérias, que é mais frequente nos vasos do sistema coronário que interligam o coração. No princípio, se forma só uma plaquinha que não interfere em nada e com o tempo ela vai tomando uma proporção que vai obstruir o vaso e provocar os infartos”, explica o especialista.

Foto: Thiago Amaral

O médico conta que o que as pessoas devem fazer é tentar substituir a manteiga ou a margarina por re-

Mauro César consome margarina, sabe dos danos, mas diz que não descuida da saúde.

queijão light, queijos brancos e outros produtos sem gorduras, que tenham efeito parecido. Mas, se realmente quiserem utilizar, que consumam as marcas com selo da Sociedade de Cardiologia, por exemplo. A nutricionista Nívea Sousa destaca que hoje as margarinas contêm ômega-3, fitoesteróis (que auxiliam na redução da absorção de colesterol), vitaminas e outros ingredientes benéficos. “Ainda existem controvérsias no meio científico acerca dos efeitos do consumo de margarina para o organismo humano. Portanto, é importante ter cautela ao adotar certos hábitos alimentares, já que podem induzir ao aumento do risco de desenvolver doenças cardiovasculares e a alterações do perfil lipídico”, esclarece a especialista. Portanto, deve-se sempre procurar orientações com profissionais capacitados, lembrando que as mudanças na alimentação devem ser acompanhadas de um estilo de vida saudável.

A criança é um organismo em desenvolvimento e sua dieta é diferente das dietas passadas para os adultos. O cardiopediatra Luiz Carlos Silva Júnior afirma que as gorduras são importantes para a mielinização do sistema nervoso infantil e, por isso, as crianças devem ter gorduras em sua dieta, principalmente as menores de dois anos, quando está em formação o sistema nervoso central. E aconselha consumir manteiga em quantidade limitada e não consumir margarina. Ele ressalta que a dieta em crianças é de substituição e não de restrição da alimentação. “As gorduras têm que fazer parte de 25 a 30% das calorias ingeridas por dia, mas tem que restringir ao máximo as gorduras trans, que têm que ser menos de 1% ou zero mesmo. As mães têm que olhar cada vez mais para o que há nos rótulos dos produtos para ver se têm gordura trans ou não. Se tiver, é melhor nem ingerir”, destaca o cardiopediatra. O especialista sugere um consumo de gorduras saturadas que deve corresponder a 10% das calorias ingeridas; o restante deverá ser de gorduras insaturadas, que são os óleos vegetais, como óleo de canola, de girassol, de milho, de soja, de gergelim e o azeite de oliva. “Abacate, nozes, castanhas e azeitona são boas fontes naturais de gorduras insaturadas”, acrescenta.


Tecnologia POR MARCOS SÁVIO

twitter: @masavio

TV anti-mosquito Essa é a TV que nenhum mosquito gostaria de encostar. A LG lançou na Índia uma TV que promete tornar a sala ou quarto livres de mosquitos. O televisor, claro, não espirra spray repelente contra insetos. Em vez disso, usa uma tecnologia chamada de “mosquito away” que utiliza ondas sonoras específicas para espantar os mosquitos. Quando lançada no Brasil, promete fazer muito sucesso.

Vídeo em alta As principais redes sociais, serviços e aplicativos do mundo estão esquentando a disputa por novos usuários. O Twitter anunciou uma série de novidades para o uso e a publicação de vídeos em sua plataforma e também no Vine, permitindo upload de vídeos com até 140 segundos de duração. O Tumblr, por sua vez, deu início a sua entrada no universo do live-streaming.

Instagram cresce O Instagram anunciou que possui mais de 500 milhões de contas ativas, sendo que 35 milhões delas se encontram somente no Brasil. O país só fica atrás dos Estados Unidos em número de usuários. A base global do Instagram mais que dobrou de tamanho nos últimos dois anos. Em média, são mais de 4,2 bilhões de curtidas por dia no mundo.

A cabo A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) prevê que a queda do número de assinantes de TV a cabo no Brasil deve ser interrompida a partir do mês de julho. O setor teve uma das maiores quedas da sua história e ficou abaixo dos 19 milhões de assinantes, mesmo patamar de 2013 e anos anteriores. A ABTA mantém o discurso, já adotado desde 2015, de culpar a crise econômica, mas não o Netflix, pela queda significativa de assinantes enfrentada pelo setor nos últimos 12 meses. Estudos independentes apontam que o Brasil já é um dos quatro maiores mercados do Netflix no mundo.

Muito na frente O Spotify, que adotou uma política agressiva de captação de novos usuários com a oferta de preços bastante competitivos, superou a marca de 100 milhões de usuários ativos pelo mundo. A marca possui 30 milhões de assinantes pagos, aproximadamente o dobro do rival Apple Music. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 41


ZózimoTavares

revista@cidadeverde.com

O homem e o menino

E

le cumpriu a sina de muitos meninos sertanejos que, naqueles tempos de grande atraso, deixavam de coração partido o lar paterno, querido e pobre, no interior, com o sonho de ganhar o mundo. Na capital, foi generosamente acolhido por parentes abastados que puseram em suas mãos as chaves do conhecimento. Um deles, seu tio, orgulho maior da família e, depois, do Piauí, marcou indelevelmente sua alma e influenciou de modo decisivo a sua formação cultural e humana. Na biblioteca do tio intelectual, imensa e eclética, às vezes até furtivamente, o menino familiarizou-se, no início da adolescência, com Jean Anouilh, Anatole France, Balzac, Victor Hugo, Lamartine. Conheceu D. Quixote e Romeu e Julieta... Ainda aluno do Velho Liceu, plasmava com a leitura dos clássicos da literatura universal o espírito literário que o revelaria mais tarde um dos mais inspirados e mais fecundos poetas brasileiros do seu tempo. O homem e o menino são, respectivamente, o jurista Cláudio Pacheco e o poeta Álvaro Pacheco, dois ícones da Academia Piauiense de Letras. O primeiro escreveu, durante 15 longos anos, em 14 volumes, o monumental Tratado das Constituições Brasileiras, o mais comple-

42 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

to estudo comparativo de Direito Constitucional jamais realizado no Brasil, sempre atualizado e que, no fim da vida longeva, adaptou à Constituição de 1988. Outra obra de fôlego de sua autoria é a História do Banco do Brasil, em 8 volumes, trabalho que é a própria história da economia brasileira por mais de um século e meio. E ainda publicou o romance As Pedras Ficaram Magras, editado no Rio de Janeiro.

O Piauí não saiu de sua alma nem de sua poesia, como ele mesmo confessa. O segundo reuniu sua obra poética em 16 livros: Os Instantes e os Gestos (1958); Pasto da Solidão (1965); Margem, Rio, Mundo (1966); O Sonho dos Cavalos Selvagens (1967); A Força Humana (1970); A Matéria do Sonho (1971); Tempo Integral (1973); O Homem de Pedra (1975); Itinerários (1983); Seleção de Poemas (1984); Balada do Nadador do Infinito (1984); A Geometria dos Ventos (1992); Tryptique Pour Vang Gogh (1994); Solstício de Inverno (1998);

A Balada e Outros Poemas (2001) e Epifania das Estrelas para Galileu Galilei (2002). Em 1985, o poeta foi agraciado com o Prêmio Nacional de Literatura do Pen Clube do Brasil, por seu livro Balada do Nadador do Infinito. Em 2002, a União Brasileira de Escritores (UBE) o concedeu, unanimemente, o Prêmio Cecília Meireles de Poesia pela antologia A Balada e Outros Poemas. Álvaro Pacheco foi o homenageado do Salão do Livro do Piauí – Salipi 2016. Não pôde estar presente para receber e agradecer as homenagens. Durante o evento, recuperando-se de cirurgia no ombro, após uma queda, ele seguia a rigorosa recomendação médica de passar pelo menos três semanas sem viajar de avião. No Rio, que lhe abriu as portas para o sucesso, como jornalista, advogado, poeta, editor e distribuidor cinematográfico, um dos principais do país, ele cumpre aos 84 anos um exílio iniciado em 1955. Mas o Piauí não saiu de sua alma nem de seus versos, como ele mesmo confessa: “A poesia fez-me, cada vez mais, olhar para o passado, vasculhar a memória das emoções e dos deslumbramentos e querer e querer e querer a minha terra e as minhas origens.”


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Foto: Thiago Amaral

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A chama está acesa Tocha olímpica leva imagens do Piauí a todo o planeta e faz estado entrar no clima das Olimpíadas. POR FÁBIO LIMA

Os treinos são intensos. As viagens, constantes. A rotina extenuante tem foco voltado para a Rio 2016. Sarah Menezes só pensa nisso. Mesmo assim, parece que ela só sentiu que o evento está próximo ao conduzir a tocha olímpica em Parnaíba. “Para mim, a Olimpíada começou agora, neste momento”, declarou a judoca, agora ainda mais comprometida com a busca pelo bicampeonato.

Esse é o poder da chama olímpica, capaz de proporcionar momentos inesquecíveis por onde passa. Não foi diferente no Piauí, onde aportou no dia 9 de junho, em um dos braços do Delta do Rio Parnaíba. A primeira tocha foi acesa sobre as águas, nas mãos do major Rivelino Moura. Na proa da embarcação, o comandante do Corpo de Bombeiros de Parnaíba ergueu a tocha com um largo sorriso antes de passar a chama para Pedro “Holandês”, guia turístico, que correu pelas dunas do local.

A chama acesa na Grécia foi para a zona urbana de Parnaíba, onde percorreu cerca de quinze quilômetros. A cada condutor, uma festa diferente. Gente do esporte ou que faz arte, pessoas reconhecidas por seu trabalho ou exemplo de vida foram escolhidas para mostrar que a Olimpíada é de todos. E o revezamento percorre todo o país para mostrar que os Jogos são do Brasil inteiro. Depois do Delta, outra operação especial, no dia seguinte, levou a chama

Foto: Washington REVISTA Alves/COB CIDADE VERDE | 26 OLIMPÍADAS DE JUNHO, 2016 ESPECIAL | 43

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Pelo trajeto, mais histórias se somaram à de Giuliano. O revezamento trouxe a Teresina o medalhista paralímpico Antônio Delfino, corredor de Redenção do Gurgueia (PI) e um dos maiores nomes da história do paradesporto brasileiro. Mais adiante, Luís Carlos Cardoso, atleta da paracanoagem, representou a esperança de medalha piauiense na Rio 2016. Simão Teles Bacelar, o Sima, maior artilheiro do futebol do Nordeste, passou pelo Palácio da Cidade como um velocista, aos 68 anos. Patriarca do esporte no Piauí, Abdias Queiroz emocionou judocas no Marquês. Mestre Albino

44 | ESPECIAL OLIMPÍADAS

Foto: Thiago Amaral

Teresina já vivenciou algo parecido em 2007, no revezamento da tocha dos Jogos Pan-Americanos. Nada daquela época, no entanto, se compara ao que se viu na noite do dia 10 de junho. Foram 17 quilômetros e 70 condutores, em uma programação de aproximadamente quatro horas. Giuliano Ramos, técnico que levou a escola Caic Balduíno Barbosa de Deus ao vice-campeonato mundial de handebol escolar, teve a honra de dar a largada na avenida Presidente Kennedy, na zona leste da capital.

Major Rivelino Moura, do Corpo de Bombeiros: o primeiro a conduzir a tocha no Delta do Parnaíba.

Pedro “Holandês”, guia turístico, leva a chama nas dunas do Delta.

Foto: Thiago Amaral

para o Parque Nacional de Sete Cidades. As formações rochosas inusitadas, entre os municípios de Piracuruca e Piripiri, foram apresentadas pela guia Maria de Sousa e ganharam destaque na página do Comitê Olímpico Internacional. O site também repercutiu o vídeo com Chico dos Romances, cordelista piripiriense, e Marinalva Santana, líder do movimento LGBT, que conduziram a tocha no interior do estado. Campo Maior e Altos também estavam no roteiro.

Foto: Thiago Amaral

Especial Olimpíadas

Sarah Menezes foi aplaudida ao carregar a tocha em Parnaíba.


Depois de passar por Teresina, o revezamento da tocha buscou emoção em outras cidades. A chama abençoou um pedido de casamento surpresa entre condutores da tocha em São Luís (MA), em pleno 12 de junho, Dia dos Namorados. Mais ao Norte, em Macapá (AP), o fogo foi levado por Aída Gemaque Mendes, a Vovó Iaiá, 107 anos de idade, que entrou para o livro dos recordes como a mulher mais velha a pular de paraquedas.

Francisco de Carvalho no Parque Nacional das Sete Cidades.

Simão Teles Bacelar, o Sima, com a tocha na Prefeitura de Teresina.

Foto: Rio2016-Marcos de Paula

Até 5 de agosto, serão muitas histórias de um Brasil repleto de belezas e exemplos de superação e cidadania a ser seguidos por todos. A maior de todas as histórias deverá ser a escolhida para acender a pira olímpica, no estádio do Maracanã, na cerimônia de abertura.

Foto: Rio2016-Marcos de Paula

Entre tantos destaques, coube a um agricultor encerrar o revezamento e acender a pira instalada em Teresina. Raimundo Alves, 54 anos, desenvolve e compartilha técnicas que ajudam a preservar o meio ambiente. Histórias que nem todos os piauienses conheciam. Mais um momento que só a chama acesa na Grécia poderia proporcionar.

Foto: Wilson Filho

dançou capoeira em cima da Ponte Estaiada.

Maria de Sousa, guia que levou a tocha no Parque Nacional das Sete Cidades. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 45


Especial Olimpíadas

Munique 1972: a Olimpíada do terror

Logo no início dos Jogos, terroristas invadem a Vila Olímpica e matam atletas. As competições prosseguiram, mas o medo embaçou o brilho das medalhas. POR SEVERINO FILHO

Já estávamos com uma semana de competições quando, na madrugada de 5 de setembro, oito terroristas palestinos, da organização Setembro Negro, invadiram a Vila Olímpica, dirigiram-se ao alojamento dos atletas de Israel e mataram dois deles, fazendo outros nove de reféns. Queriam a libertação de 250 extremistas e um avião para a fuga. Já no aeroporto, a polícia alemã resolveu atacá-los. Quatro deles foram mortos, mas os nove reféns foram assassinados, além de um policial. Não adiantou o reforço na segurança. O medo rondou a Vila Olímpica até o último dia das competições.

O terror chega aos Jogos Olímpicos. 46 DE 46 | 26 JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE | ESPECIAL OLIMPÍADAS

Entre as medalhas olímpicas daquele ano, houve vários destaques, mas nenhum deles comparável ao nadador americano Mark Spitz, medalha de ouro em sete modalidades (nos 100 m borboleta, 100 m livre, 200 m borboleta, 200 m livre, 4x100 livre, 4x100 medley e nos 4x200 livre). Este recorde só seria superado 36 anos depois, em Pequim, pelo seu compatriota Michael Phelps, que atingiu a marca de oito medalhas de ouro na ocasião. O Brasil, por sua vez, teve uma participação discreta, com direito a apenas duas medalhas de bronze — Nelson Prudêncio, no salto triplo, e Chiaki Ishii, no judô.

Nelson Prudêncio, uma de nossas poucas alegrias.

boa história, ressalte-se a amizade surgida entre a alemã, criada no Brasil, Sílvia Sommerlath, e o príncipe sueco Carlos Gustavo, que resultou em casamento. Gustavo tornou-se rei, e Sílvia, chefe das recepcionistas dos XX Jogos Olímpicos, entrou para a realeza nórdica, tornando-se Rainha da Suécia.

QUADRO DE MEDALHAS

No campo afetivo, no qual os Jogos Olímpicos sempre reservam uma

1º 2º 3º 4º 5º 41º

União Soviética 50 Estados Unidos 33 Alemanha Oriental 20 Alemanha 13 Japão 13 Brasil 0

27 31 23 11 8 0

22 30 23 16 8 2


Montreal 1976: o bronze no sonho do ouro

Vinte anos depois da nossa última medalha de ouro — a de Adhemar Ferreira da Silva, em Melbourne — a esperança se renova com João Carlos de Oliveira. POR SEVERINO FILHO

Nossa última medalha de ouro havia sido em 1956, com o bi de Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo, em Melbourne. Já havíamos passado por Roma (1960), Tóquio (1964), Cidade do México (1968) e Munique (1972), e nem mesmo o futebol, já com três títulos em Copas do Mundo, fora capaz de nos devolver a alegria dourada. Todavia, quando, em 15 de outubro de 1975, o cabo do Exército Brasileiro João Carlos de Oliveira, 21 anos, conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, também no salto triplo, a esperança de ver um brasileiro no alto do pódio renasceu em todos nós. Não apenas pela carência de conquistas olímpicas de grande vulto, mas, seguramente, pelo expressivo resultado que ele acabara de estabelecer.

O salto triplo de João do Pulo: prata em Montreal.

Com inacreditáveis 17,89 m, João do Pulo ganhou o apelido que virou marca registrada e estabeleceu o novo recorde mundial da modalidade, superando em 45 cm o recorde anterior. Um feito tão espetacular que só seria quebrado dez anos depois. Em Montreal, não tinha como não esperar medalha. De fato, ela veio, mas com ares de frustração. Nosso recordista mundial trouxe o bronze. Mesma cor da outra medalha que o Brasil conquistou em 1976, com Peter Ficker e Reinaldo Conrad, na vela. No plano geral dos Jogos de Montreal, além do boicote de vários países africanos por questões políticas, ressalte-se o duelo entre União Soviética e Estados Unidos pela liderança no quadro das medalhas, com supremacia do bloco socialista, detentor de 125 medalhas, contra 94 dos norte-americanos, que também foram ultrapassados pelos alemães

orientais. Entre as 49 medalhas soviéticas, muitos destaques, como o bicampeão olímpico no halterofilismo (peso superpesado), Vasily Alexeiev. Uma disputa que o Haiti andou bem longe de atrapalhar. O ditador Baby Doc dispensava as seletivas olímpicas, escolhendo entre seus amigos quem deveria representar o esporte do país em Montreal.

QUADRO DE MEDALHAS

1º 2º 3º 4º 5º 34º

União Soviética Alemanha Oriental Estados Unidos Alemanha Japão Brasil

49 40 34 10 9 0

41 25 35 12 6 0

35 25 25 17 10 0

REVISTA CIDADE VERDE | 26 OLIMPÍADAS DE JUNHO, 2016 ESPECIAL | 47 | 47


Especial Olimpíadas

Moscou 1980: é doce vencer no mar O esporte brasileiro não ganhava uma medalha de ouro há cinco Olimpíadas. O jejum foi quebrado em Moscou. POR SEVERINO FILHO

Em treze edições dos Jogos Olímpicos — a partir da sua primeira participação, em 1920 —, o Brasil havia ganho apenas três medalhas de ouro, duas delas com Adhemar Ferreira da Silva (salto triplo) e outra com Guilherme Paraense (tiro). Além do histórico ser modesto, nas cinco últimas o ouro não passou por aqui. Em Moscou, porém, a quebra do jejum veio em dose dobrada, com duas medalhas de ouro na vela, conquistadas nas águas do Mar Báltico. Na classe 470, com a dupla Eduardo Penido e Marcos Soares; na classe Tornado, com Alexandre Welter e Lars Bjorkstrom. De quebra, ainda ficamos com o bronze do salto triplo, com João Carlos de Oliveira, e da natação (revezamento 4x200).

Pela primeira vez na história dos Jogos, o Brasil encerrava sua participação com duas medalhas de ouro. Mas poderiam ser três, se os juízes soviéticos não prejudicassem abertamente o então recordista mundial do salto triplo, João Carlos de Oliveira, anulando nove de suas tentativas, uma delas atingindo a marca que lhe daria o ouro (17,80m). Tudo arrumado para que Viktor Saneyev ganhasse sua quarta medalha de ouro consecutiva, para tornar-se tetracampeão da modalidade, pois já havia vencido em 1972, 1974 e 1976. Mas se tiraram de João do Pulo, também não conseguiram a marca histórica para Saneyev. O ouro ficaria com outro soviético — Jaak Udmae, com 17m35.

derado pelo presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, em face da invasão do Afeganistão pelo exército da União Soviética. Resumo da ópera: a ausência de 63 delegações, dentre as quais Estados Unidos, Japão e Alemanha Ocidental, o que, seguramente, beneficiou os anfitriões na conquista do ouro em modalidades onde, em condições normais, talvez nem subissem ao pódio. Todavia, necessário se faz afirmar que nem juízes e nem a presença de outras potências olímpicas colocariam em risco a vitória do boxeador cubano Teófilo Stevenson, tricampeão olímpico com medalha de ouro em Munique, Montreal e Moscou. E nem o bicampeonato da ginasta romena Nadia Comaneci.

Lamentável, além de manobras como esta, só mesmo o boicote li-

QUADRO DE MEDALHAS

Depois do ouro em Moscou, Alexandre e Lars são homenageados antes de um jogo no Morumbi.

48 DE 48 | 26 JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE | ESPECIAL OLIMPÍADAS

1º União Soviética 80 Alemanha Oriental 2º 47 3º Bulgária 8 Cuba 4º 8 5º Itália 8 Brasil 17º 2

69 37 16 7 3 0

46 42 17 5 4 2


Los Angeles 1984: ouro com DNA piauiense Um filho de piauienses brilha no atletismo e fica com a medalha de ouro nos 800 metros. POR FÁBIO LIMA

Seus pais já haviam deixado Corrente, no sul do Piauí (818 km de Teresina), quando Joaquim Cruz nasceu a 12 de março de 1963, em Taguatinga, no Distrito Federal. Ali mesmo foi descoberto por seu treinador. Quando chegou a Los Angeles, para os XXIII Jogos Olímpicos, nosso atletismo já havia perdido João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, que teve uma perna amputada em decorrência de acidente automobilístico três anos antes. Nossas chances de ouro estavam reduzidas. Mas foi esse grande desafio um dos maiores incentivos para Joaquim Cruz buscar o ouro nos 800 metros, superando adversários consagrados,

O filho de piauienses é ouro em Los Angeles.

A suíça Gabrielle: imagem que correu mundo.

como o britânico Sebastian Coe. Um dos favoritos desde as eliminatórias, Cruz não só venceu como também estabeleceu um novo recorde olímpico, com a marca de 1min43s00. É bem verdade que foi nosso único ouro em Los Angeles, mas a bandeira brasileira tremulou no pódio mais sete vezes — o que nunca tinha acontecido antes. Cinco medalhas de prata vieram da natação (Ricardo Prado), do judô (Douglas Vieira), do iatismo (Torben Grael, Daniel Adler e Ronaldo Senfft), do vôlei masculino e do futebol. As outras duas, de bronze, foram conquistadas pelos judocas Walter Carmona (médio) e Luís Onmura (leve). Também é fato que o boicote dos países do leste europeu foi significativo para o Brasil conquistar oito medalhas. Na oportunidade, alegando falta de segurança, a União Soviética liderou um boicote que, na verdade, era apenas uma represália ao boi-

cote americano em 1980. Desta vez, além dos soviéticos, mais 17 países deixaram de participar dos Jogos. Nada, porém, fez o mundo esquecer a imagem da suíça Gabrielle Andersen-Scheiss, que, trôpega e desfigurada, completou os últimos 400 metros da maratona. Nem mesmo o grande nome do evento, o norte-americano Carl Lewis, medalha de ouro nos 100m, 200m, revezamento 4x100m e salto em distância.

QUADRO DE MEDALHAS

1º Estados Unidos 2º Romênia 3º Alemanha Ocidental 4º China 5º Itália 19º Brasil

83 20 17 15 14 1

61 16 19 8 6 5

30 17 23 9 12 2

REVISTA CIDADE VERDE | 26 OLIMPÍADAS DE JUNHO, 2016 ESPECIAL | 49 | 49


50 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

Ouro em Atlanta (1996) Ouro em Atenas (2004)

ROBERT SCHEIDT VELA CLASSE LASER


REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 51


52 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE


REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 53


Capa

O universo da memória Lapsos de memória estão mais comuns entre jovens profissionais, e isso pode estar diretamente relacionado à qualidade de vida.

POR JORDANA CURY

Quantas vezes você esqueceu onde deixou a chave do carro? Ou não conseguiu lembrar o nome daquela pessoa com quem conversou por horas ontem? E as senhas?! Atire a primeira pedra quem nunca esqueceu a senha para acessar o e-mail ou até teve que cancelar um cartão de crédito porque não se lembrou de anotar a senha nova? Lapsos de memória como esses são comuns diante da quantidade de informações que o cérebro tem que absorver todos os dias. Porém, pesquisas recentes apontam que esses esquecimentos estão crescendo entre os jovens profissionais na faixa dos 30 aos 40 anos – ou até antes disso. A dentista Thainá Cabral, 28 anos, lembra detalhes da primeira infância, mas acontecimentos recentes já não são gravados com tanta facilidade. “Eu fiquei muito doente quando tinha menos de um ano e fiz um longo tratamento. E me lembro da clínica aonde eu ia sempre, da sala de espera, do corredor e do médico. Mas hoje em dia esqueço facilmente as coisas que não considero muito importantes. Acontecimentos passageiros, por exemplo, não lembro quase nunca”, conta a jovem. O neurologista e neurorradiologista Elizeu Neto explica que, atualmente, o ritmo de vida é um dos principais vilões da memória. “A ansiedade, o estresse e o maior acesso à informação deixam o cérebro sobrecarregado. Se fazemos múltiplas atividades, podemos não gravar in54 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE


formações. E os pacientes entre 30 e 40 anos estão no auge da produtividade, por isso, podem ter esses esquecimentos”, completa. A rotina da dona de casa Antônia Artemis, 60 anos, é cheia de pequenos lapsos que, segundo ela, chegam a ser engraçados. “Saio de um local e esqueço o que ia fazer, esqueço onde coloquei o celular, abro a geladeira e esqueço o que ia pegar... isso acontece várias vezes, mas eu considero normal. Quando é alguma coisa importante, eu anoto, como o dia de pagar as contas”, relata. Ela acredita que os esquecimentos são ocasionados pelo excesso de afazeres. “É muita coisa para lembrar e, desse jeito, tem que aumentar o espaço da memória”, brinca.

Os fatores Apesar de falar em tom cômico, Antônia tem razão ao citar o preenchimento do espaço da memória. O neurologista e professor doutor da Universidade Federal do Piauí, Raimundo Nonato Campos, afirma que os esquecimentos acontecem porque, diferente de um computador, o cérebro humano não salva todas as memórias de forma definitiva. “O nosso cérebro não faz backup indelével de todas nossas experiências vividas no cotidiano. A maioria dos fatos ou acontecimentos precisa ser esquecida, enquanto outros episódios necessitam ser aprendidos e estocados na nossa memória de acordo com sua relevância”, destaca.

O problema é quando os assuntos mais relevantes são esquecidos. Um estudo dirigido pelo International Stress Management Association, no Brasil, revelou que o estresse é capaz de inibir as conexões entre as células nervosas, o que prejudica a memória de curto prazo ou operacional – aquelas usadas para realizar as ações simples do dia a dia. O neurologista Elizeu Neto alerta que, além do estresse do cotidiano, os distúrbios de humor, como ansiedade e depressão, e a falta das vitaminas B12, D e E também podem provocar esses lapsos. “Assim como a ingestão excessiva de álcool, o uso de drogas e os problemas relacionados à falta de atenção”, acrescenta.

Foto: Thiago Amaral

Causas comuns

dos lapsos de memória nos jovens Estresse, ansiedade e depressão Sono inadequado (sono fragmentado ou insônia) Alimentação inadequada: falta de vitaminas B12, D e E Ingestão de álcool e drogas ilícitas Drogas lícitas, como benzodiazepínicos (para controlar a ansiedade) e propranolol (para controlar a pressão arterial) Déficit de atenção Thainá consegue lembrar detalhes da infância, mas esquece acontecimentos do dia a dia.

Fatores que aumentam as doenças cardiovasculares (sedentarismo, obesidade, diabetes e hipertensão arterial). REVISTA CIDADE VERDE | 26 28 DE JUNHO, 2016 | 55


Capa Foto: Wilson Filho

O professor Nonato Campos reforça que, por isso, pessoas com déficit de atenção também terão problemas de memória e aprendizado. “A atenção é uma função comportamental da consciência que visa a abrir a porta para a memorização e o aprendizado, focando em eventos que são ou se tornaram temporariamente relevantes. Ter uma boa concentração e vigilância é necessário para estocar informações”. É exatamente por causa disso que, apesar de o cérebro humano ser capaz de dividir a atenção — como ao andar na rua, quando é preciso ficar atento a vários estímulos (semáforos, buzinas, degraus, calçadas, etc) — nos processos de aprendizado, a atenção deve ser focalizada em um único estímulo.

Foto: Wilson Filho

No caso dos idosos, comprovadamente, a população tende a ter mais problemas de memória. “Muitos ido-

Dona Antônia anota os compromissos mais importantes para não esquecer.

sos apresentam doenças cerebrais degenerativas, vasculares, transtornos medicamentosos e demais comorbidades crônicas de outros órgãos que afetam o funcionamento do cérebro”, esclarece Nonato Campos. Porém, o especialista revela que quando se compara idosos saudáveis no início da oitava década com jovens não se observa muita diferença no resultado final das tarefas que envolvem memória. “Desde que se conceda o tempo necessário para a realização dessa atividade”, ressalta o médico.

Tipos de Memória Quanto ao tempo de retenção, a memória pode ser dividida em retrógrada (lembranças mais antigas) e anteretrógrada (lembranças mais recentes). Ou de forma mais detalhada: Memória sensorial: de milésimos de segundo a segundos; Memória de curto prazo: segundos a minutos Memória de longo prazo: dias, anos ou toda a vida.

Elizeu Neto alerta que falta de vitaminas prejudica a memória. 56 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE


Treino para o cérebro Para o neurologista Nonato Campos, a rotina tende a não estimular ou permitir a formação de ligações entre os neurônios ou novas sinapses, que são a base para aquisição e consolidação de novas memórias. Ele alerta que uma medida simples — e bastante prazerosa — pode estimular o cérebro e exercitar a memória: fazer novos amigos. “O convívio social com novas amizades abre um mundo de experiências novas e favorece o cérebro. Velhos amigos fazem bem ao coração, novos amigos fazem bem ao cérebro”, enfatiza. Além disso, estudos científicos já revelaram que o nível sócio-cultural está diretamente relacionado à doença mais famosa quando o assunto é esquecimento — o mal de Alzheimer. “Quanto mais baixo o nível sócio-cultural e educacional, maior o risco de desenvolvimento da doença. Em outras palavras, quem estuda menos, tem mais chances de ter Alzheimer”, explica Elizeu Neto.

A doença de Alzheimer Com o envelhecimento da população, o número de pessoas com doenças relacionadas à idade tem aumentado. Doenças como o Alzheimer tornaram-se um problema grave de saúde pública. A Doença de Alzheimer é um distúrbio neurodegenerativo que apresenta declínio progressivo das funções mentais cognitivas – como a memória – assim como transtornos das funções executivas e alterações de localização espacial (desorientação). Nonato Campos destaca que pacientes com Alzheimer se perdem até mesmo dentro de casa e é comum terem perdas progressivas das habilidades psicomotoras, que resultam em dificuldades para se vestir, tomar banho e andar.

VELHOS AMIGOS fazem bem ao coração, novos amigos

fazem bem ao cérebro.

Raimundo Nonato Campos, neurologista.

O médico observa que ler é uma espécie de ginástica para o cérebro, até melhor do que os famosos jogos de palavras-cruzadas e de memorização. “Não se deve ficar limitado a jogos. É importante manter a leitura, seja no meio eletrônico ou impresso. A compreensão facilita o aprendizado e a memorização”, complementa. O escritor Reinaldo Polito, autor de 25 livros que venderam mais de REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 57


1 milhão de exemplares, também considera que a leitura é a fonte mais importante do conhecimento. Ele dá uma dica prática para ajudar a fixar na memória o conteúdo lido: resuma o conteúdo, o significado da mensagem, como se precisasse expor o assunto diante de uma plateia, de preferência em voz alta. “Isso ajudará a aprender o conteúdo com mais tranquilidade e ainda melhora a expressão verbal”, acredita.

Foto: Divulgação

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Métodos de concentração No Brasil, vários cursos garantem treinar o cérebro para melhorar a memória. A técnica é trabalhar

Para fixar conteúdos, Reinaldo Polito sugere resumir uma leitura e apresentá-la para uma plateia imaginária.

Memórias invejadas Dois personagens da ficção têm uma incrível capacidade de memorização rápida e detalhada. O mais famoso deles é Sherlock Holmes, da literatura britânica. Seu cérebro funciona como um compartimento mobiliado. Ele se assegura de preencher o compartimento mental apenas com dados que podem lhe ser úteis no futuro. Ou seja, ele seleciona os dados que podem ser armazenados na sua memória. O outro é Robert Langdon, personagem de Anjos e Demônios, de Dan Brown. Langdon é um apaixonado pela arte, por códigos e pela simbologia que tem uma memória fotográfica incrível. No filme e no livro, essa memória é enfatizada como uma espécie de “encaixe de informações”.

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Foto: Wilson Filho

a concentração, pois a atenção é vista como a forma mais eficaz de memorizar o conteúdo. “Desde a infância, é importante incentivar a memorização. Logo aos três anos de idade, é possível trabalhar isso com os sons. Na escola, a concentração tem que ser exercitada em cada disciplina, todos os dias. Conseguir se concentrar é fundamental para potencializar o aprendizado”, argumenta Kleisth Barbosa, orientadora de um dos métodos de concentração já presentes em Teresina. Para Kleisth, além da leitura constante, jogos como pega-varetas, que ajudam a trabalhar a concentração, e caça-palavras, que incrementam o vocabulário, são excelentes formas de diversão que treinam o cérebro para melhorar a memorização.

Exercícios e alimentação A leitura, as técnicas de concentração e os jogos são alguns dos fatores que exercitam o cérebro para melhorar a memória, mas dois outros aspectos, ligados à qualidade de vida, estão ao alcance de todos e também são peças-chave nessa questão: a boa alimentação e a prática de exercícios físicos. A dica do neurologista Nonato Campos é evitar alimentos processados e ricos em gordura saturada e dar preferência a frutas e vegetais. “Exercícios físicos parecem ser mais efetivos que exercícios mentais”, finaliza o especialista.

Doutor em Neurologia, Nonato Campos acredita que exercícios físicos são melhores para a memória do que os exercícios mentais.

Você sabia.. que cientificamente não existe nada que comprove diferenças entre a memória do homem e da mulher? Apesar das inúmeras comédias que apontam os homens como “esquecidos”, o neurologista Elizeu Neto esclarece que o gênero não influencia na memória. Porém, ele considera que, se levarmos em conta a frequência dos distúrbios de humor, são as mulheres que têm maior tendência aos esquecimentos, principalmente por causa das chamadas “flutuações hormonais”.

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Economia & Negócios jordanacury@cidadeverde.com

Controle de gastos O governo do Piauí voltou a ultrapassar o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e, por isso, está impedido de conceder aumento salarial a servidores públicos de qualquer categoria, assim como de criar novos cargos e contratar pessoal. O pagamento de horas extras também está suspenso. O Estado já comprometeu 47,22% da Receita Corrente Líquida com a folha de pagamento. O limite prudencial é de 46,17%. O secretário da Administração e Previdência, Franzé Silva, justificou que a situação contábil do Estado foi agravada pela queda na arrecadação e pela regularização das leis referentes aos Planos de Cargos e Salários. No início do mês de junho, a pasta enviou uma circular a todos os gestores, solicitando a racionalização dos gastos.

O preço do feijão Reduzindo a Folha Para tentar amenizar a situação do Piauí frente à LRF, o governo adotou medidas que visam reduzir os gastos com a Folha de Pagamento dos servidores. As três principais são: de folhas de 1 cruzamento pagamento com outros órgãos de contas 2 recadastramento salariais do ponto eletrônico 3 implantação integrado à folha

Em percentual, as plantações de feijão foram as mais afetadas com a estiagem dos últimos meses. Como consequência, o preço do produto subiu mais de 30% nos supermercados, surpreendendo os consumidores. Essa realidade não ocorre só no Piauí. Em alguns estados, o preço do quilo de feijão chega a ser igual a cinco quilos de arroz. O feijão carioca, o mais vendido, foi justamente o que sofreu maior alta, fazendo com que os brasileiros redirecionem a preferência para o feijão preto, que chega a ser até 40% mais barato. Os preços elevados do alimento até viraram piada nas redes sociais. A boa notícia é que, segundo o IBGE, o valor deve cair um pouco nos próximos meses.

Construção sustentável Investidores de São Paulo estão negociando a instalação de uma indústria sustentável em Teresina. Reunidos com o secretário do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Fábio Nery, os representantes da Pro Alumi propuseram deixar 30% da rentabilidade líquida na capital. A empresa comercializa insumos para a construção civil.

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Foto: Arquivo RCV

POR JORDANA CURY


Prejuízo confirmado O IBGE confirmou a previsão de prejuízo na safra do Piauí — a agricultura do Estado amarga a pior perda dos últimos 30 anos, com a estimativa de queda de 62,26% na produção de grãos. Diferente dos anos anteriores, desta vez a estiagem prejudicou além da agricultura familiar. Os Cerrados também foram afetados, apesar da alta tecnologia empregada. Em números, a safra deste ano só deve chegar a 1.431.774 toneladas, enquanto a previsão de janeiro era de 3,8 milhões. As maiores quedas estão previstas nas seguintes plantações:

Feijão

-68,53% (31.098 toneladas)

Soja

-63,66% (644.263 toneladas)

Milho

-60,82% (687.103 toneladas)

Arroz

-56,58% (58.337 toneladas)

Juros mantidos O Banco Central decidiu, por unanimidade dos analistas, não alterar os juros básicos da economia. Pela 7ª vez seguida, a Selic ficou em 14,25% ao ano, e a previsão é que a taxa seja mantida inalterada até o final do ano. A justificativa é a inflação acumulada dos últimos 12 meses, que impede o corte nos juros. Desde julho do ano passado, a taxa Selic está nesse patamar.

Menos empresas Pela primeira vez desde 2007, o número de empresas brasileiras caiu no Brasil. Os dados foram divulgados no último dia 17, com base no Cadastro Central de Empresas (Cempre) e se referem ao ano de 2014: foram 289 mil negócios formais a menos que em 2013. A queda é de 5,4%. Os 5,1 milhões de empresas ocupavam 55,4 milhões de pessoas.

Gente Especial Por causa de dificuldades técnicas com as operadoras de telefonia, o Programa Gente Especial, que iria ao ar no dia 1º de julho, com transmissão pela TV Cidade Verde, teve de ser adiado. O Gente Especial é uma realização das entidades AMA, AMH, Apaes de Picos e Parnaíba e ADEVIC. Assim que o problema for resolvido, será anunciada a nova data para a exibição do programa. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 61


Geral

Paixão sobre duas rodas

Nos últimos anos, o ciclismo vem conquistando cada vez mais adeptos no Piauí e transformando a vida de centenas de piauienses. POR MARTA ALENCAR

5h da manhã. É o horário que o coordenador de vendas Jonas Figueiredo levanta todos os dias para ir ao trabalho. Em vez de utilizar o carro para se deslocar, ele prefere a bike. Há sete anos, Jonas dirige o veículo não apenas como meio de transporte, mas também como prática esportiva e de lazer. Segundo ele, a bicicleta o ajudou a perder 52 Kg e a ganhar mais qua62 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

lidade de vida. “Eu tinha obesidade mórbida, cheguei a pesar 128 Kg. E um dia vi várias bicicletas no estacionamento de um shopping. Foi então que me empolguei para comprar uma. Em seguida, comecei a participar das competições e notei que estava perdendo peso gradativamente”, conta Figueiredo.

tins, proprietária de um salão em Teresina, ingressou na atividade há dois anos. “Como não sou muito fã de academia, foi meu marido quem me incentivou a participar. Ele disse: ‘usa uma bicicleta e dá uma volta para você ver’. Gostei tanto que me vicei na bicicleta, porque ela me dá liberdade de ir para qualquer lugar”, conta.

Assim como Jonas, milhares de piauienses vêm aderindo ao ciclismo no Estado. Andréa Silva Mar-

Após dois meses, Andréa notou resultados muito satisfatórios, como perda de peso e um corpo mais


Antes e depois da bike

torneado e definido. “Notei que meu corpo ficou mais definido em pouco tempo, em comparação com o resultado obtido em academia. Observei que perdi peso facilmente e minhas pernas ficaram mais tonificadas e fortes. Além disso, tenho mais disposição para outras atividades”, revela.

Ainda segundo Rodrigues, a FCP atua no Piauí desde 2004. Atualmente, a entidade possui quinze equipes e cinco clubes homologados. “Temos uma Federação muito atuante no Estado. E um calendário bem vasto, pois todo mês realizamos uma ou duas provas. Promovemos eventos em vários municípios, como Esperantina, Picos, Parnaíba, Altos, Castelo do Piauí, Pedro II, Barras e Oeiras”.

Segundo pesquisas recentes, o Brasil possui mais de 60 milhões de bicicletas.

uns amigos e desde então não parei mais. Com o passar dos anos, fui me dedicando cada vez mais ao esporte e hoje não me vejo mais longe dela (bike)”, confessa o administrador. Após o ingresso no ciclismo, Nilo decidiu cursar nutrição para ter uma alimentação mais adequada para a prática esportiva. “O ciclismo representa tudo na minha vida, porque me disciplinou com relação à alimentação e quanto a horários. Fez também eu diminuir a vida no-

Foto: Wilson Filho

O presidente da Federação de Ciclismo do Piauí (FCP), George Rodrigues, acredita que o ciclismo teve um crescimento mundial por oferecer mais qualidade de vida aos praticantes. “O ciclismo é uma atividade que, além de fazer bem ao corpo, à mente, à alma e ao coração, libera duas substâncias: adrenalina e endorfina (hormônios da superação). E isso traz a sensação de bem-estar para as pessoas que praticam. Além do resultado físico, o ciclismo proporciona um contato direto com a natureza e com outras pessoas. Ele faz com que a pessoa pedale ao extremo com prazer. E quando termina a atividade, o corpo pode estar até sofrido e dolorido, mas ela fica ansiosa para pedalar no dia seguinte”, declara o presidente.

Além da perda de peso, Jonas Figueiredo afirma que vive menos estressado e tem mais amigos. “Divido a minha vida da seguinte maneira: antes e depois da bike. Porque antes só bebia. Hoje, tenho uma alimentação adequada e me socializo melhor e com mais pessoas. Minha autoestima também melhorou. Ou seja, hoje eu realmente tenho qualidade de vida”, afirmou. A convite dos amigos, o administrador Nilo Veloso Neto aderiu ao ciclismo desde 2008. No início, era apenas por diversão e lazer, hoje o ciclismo é uma das maiores paixões na vida dele. “Comecei a convite de

BICICLETAS

Jonas perdeu 52 Kg andando de bicicleta.

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turna, trabalhar em grupo e pensar mais no próximo”. O administrador também revela que chegou a perder mais de 16 kg. Hoje, Nilo acumula vários prêmios e recordes em campeonatos locais e nacionais. Ele é tricampeão na modalidade Mountain Bike 2012, 2014 e 2015, e campeão na modalidade Ciclismo 2015. A partir dos exemplos de Jonas, Andréa e Nilo, o educador físico Alberto Chaves elenca que o ciclismo oferece inúmeros benefícios aos seus usuários. “É um esporte que proporciona vários benefícios para o indivíduo: desde uma maior qualidade de vida, emagrecimento e estética. Ele também ajuda a combater a depressão e o estresse, fortalecer os músculos e reduzir o colesterol”, explica.

Andréa faz questão de pedalar com toda a família.

procurar um profissional de educação física. “Mas também é importante comprar uma bike do tamanho ideal para o seu corpo e com a regulagem correta”, ressalta. Atualmente, Teresina tem vários profissionais de bikefitting. Segundo o Pro Bike Fitter Daniel Ferreira, o bikefitting é o ajuste dos pontos de contato da bike (guidão, selim e pedais) com o ciclista, que tem como objetivo proporcionar mais conforto, eficiência e evitar eventuais lesões durante o “pedal”. Foto: Ascom FCP.

E para quem ficou interessado em aderir ao ciclismo, o educador físico orienta que o primeiro passo é realizar um checkup e, em seguida,

Foto: Thiago Amaral

Geral

Nilo Veloso Neto é recordista em vários campeonatos.

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“Precisamos entender que bicicletas são equipamentos simétricos e seres humanos são completamente assimétricos. Pessoas de mesma altura possuem troncos e membros superiores e inferiores de tamanhos diferentes. Por tal motivo, quando se pensa em adquirir uma bicicleta, não existe um tamanho de ‘quadro perfeito’, mas aproximado. Passada a primeira fase de aquisição da bicicleta com tamanho de quadro aproximado, partimos pra segunda, os ajustes da bicicleta para as dimensões do ciclista, e isso deve ser feito com um profissional habilitado, um Bike Fitter”, explica Ferreira.

Adrenalina no trânsito Apesar dos inúmeros benefícios proporcionados pelo esporte, os ciclistas piauienses enfrentam vários desafios e perigos no trânsito. De acordo com Jonas Figueiredo, quando ele sai de casa para ir ao trabalho, o medo, a adrenalina e a ansiedade aumentam ao percorrer as ruas e avenidas da cidade. “Acho o trânsito de Teresina muito perigoso. Eu vivo o tempo todo com


medo. Considero que a adrenalina no trânsito é até maior do que nas competições, porque os carros ficam muito próximos dos ciclistas. Você não vê muitas ciclovias e os motoristas não respeitam”, disse. Esse é o mesmo medo de Nilo, que diz que os condutores não respeitam os ciclistas no trânsito. “Eles acham que a gente tem de esperar por eles. Mas somos mais frágeis no trânsito. Além disso, quanto mais ciclovias existirem na cidade, melhor. Elas são ideais para a mobilidade urbana, mas principalmente para quem vai se deslocar ou passear”.

Para enfrentar os riscos no trânsito, Figueiredo utiliza vários equipamentos de segurança, como capacete, luvas, óculos, tênis e vestimenta especializada. Ele acrescenta que possui duas bikes. “Tenho uma que é praticamente o preço do meu carro, ela custou R$ 36.500. E a outra custou por volta de R$ 14 mil”.

CATEGORIAS NO PIAUÍ De acordo com a Federação de Ciclismo do Piauí, o estado possui 12 categorias divididas por idade e critério técnico: Juvenil (14 a 16 anos) Júnior (17 a 18 anos) Elite (19 a 23 anos) Sub-30 (24 a 30 anos) Master 1 (30 a 34 anos) Master 2 (35 a 39 anos) Master B1 (40 a 44 anos) Master B2 (45 a 49 anos) Master C (50 a 54 anos) Over 55 (acima de 55) Feminina Elite (entre 19 e 29 anos) ou critério técnico Master Feminino (acima de 30 anos) ou iniciante

Foto: Thiago Amaral

O presidente da Federação do Ciclismo afirma que a entidade sem-

pre participa de audiências públicas como a do Plano de Mobilidade Urbana do município. “Estamos sempre cobrando as ciclovias e as ciclofaixas. Em Teresina, as ciclovias e as ciclofaixas dos canteiros centrais vão sair para dar espaço aos ônibus, por causa da integração. E depois elas serão feitas na faixa à direita”, conclui.

Em Teresina, os ciclistas se encontram mais no turno da noite e de madrugada. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 65


Saúde

Pele lisinha para o verão

A depilação é um dos procedimentos estéticos mais procurados por mulheres e homens em Teresina, especialmente no período que antecede as férias.

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POR MARTA ALENCAR

Com o início do período das férias escolares, muitos piauienses aproveitam para viajar, principalmente para ir à praia. Para as mulheres, além da preocupação de estar com o corpo em forma, há ainda aquele incômodo a mais da depilação, pois pernas, axilas e virilhas ficam à mostra. Seja com cera, lâmina, creme depilatório ou linha, o procedimento muitas vezes não dura o período inteiro de férias. Além disso, algumas pessoas têm alergia a determinados produtos ou até mesmo à lâmina. Por isso, antes de fazer a depilação, é preciso escolher o tipo mais adequado para sua pele e o objetivo a ser alcançado. Aos 12 anos de idade, a estudante de fisioterapia Sabrine Moura começou a retirar os pelos indesejados do corpo. “No início, comecei usando o aparelho com lâmina, até porque

A dermatologista esclarece que os métodos variam de acordo com o tipo de pele de cada pessoa. Foto: Wilson Filho

só eram alguns pelinhos que começaram a aparecer e incomodar. Depois de um tempo, fiz a meia perna e o contorno na área íntima com cera”, disse a jovem. A estudante conta também que, antes de ir à praia, prefere a cera por apresentar um resultado mais satisfatório. “Pelo fato de a cera deixar o pelo bem mais fino”, argumentou. Mas, há três meses, Sabrine tem adotado a depilação a laser em duas regiões do corpo: axila e buço. “Em apenas três sessões, já notei o resultado. E está sendo muito satisfatório, pois a depilação com cera dura no máximo 15 dias, enquanto no laser pago

apenas uma vez e dura mais de um ano”, revela. A procura por métodos duradouros de depilação tem crescido cada vez mais em Teresina. Mas, segundo a dermatologista esteticista Fernanda Ayres, é preciso analisar sempre qual o tipo de procedimento que mais se adequa a cada paciente. “Tem paciente que prefere o método mais definitivo, que é o laser. E outros optam por métodos mais simples, como linha, cera ou aparelho depilatório”, afirma. Ela esclarece que a depilação é dividida em dois grandes grupos: o dos métodos que retiram o pelo pela raiz, como a cera; e o daqueles que cortam o pelo, como a lâmina. “Quando o procedimento é feito com pinça, cremes, cera ou linha, os pelos demoram, REVISTA CIDADE VERDE | 28 DE JUNHO, 2016 | 67


Saúde

Mas, de acordo com Fernanda, isso não impede que o paciente negro realize o procedimento. “Só que é importante usar um laser mais específico. Pois um procedimento inadequado pode queimar a pele do paciente. E ainda tem aquelas pessoas que possuem alguma alteração hormonal. Nesse caso, o laser não vai apresentar resultados definitivos, já que vai existir aquele estímulo hormonal e os pelos não vão sumir 100%”. A especialista explica ainda que para os pacientes com a pele mais sensível ou com foliculite (inflamação dos folículos pilosos), o mais recomendado é a depilação a laser. Já com relação aos cremes depilatórios, Fernanda esclarece que eles são eficazes, mas que apresentam efeito temporário. “Eu sempre alerto quanto à alergia. É preciso fazer um teste antes de utilizar a primeira vez porque qualquer produto químico que você usa na pele pode vir a causar alergia”, ressalta. E no caso de pessoas que têm pseudofoliculite (tendência do pelo encurvar e/ou encravar), Fernanda Ayres afirma: “o problema só se resol68 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

Foto: Arquivo pessoal

em média, 30 dias para voltar a crescer. Já com aparelhos depilatórios e máquinas elétricas, eles voltam no intervalo de tempo de dois a três dias”. Em relação à questão da depilação a laser, é necessário verificar a espessura do pelo. “Quanto mais grosso o pelo e mais clara a pele, melhores serão os resultados”, garante.

O campeão do Arnold Classic Brasil 2016, Pedro Lima, também realiza depilação a laser.

ve com a eliminação do pelo, por isso, nesses casos, é recomendável a depilação definitiva”.

Depilação para homens Depilação não é mais assunto apenas de mulher, os homens também buscam cada vez mais os procedimentos. O advogado e fisiculturista Pedro Lima realiza a depilação a laser mensalmente, principalmente quando se prepara para as competições. “Na verdade, eu tenho alergia a todo tipo de depilação. Os outros métodos me causavam alergia e vermelhidão na pele, por isso decidi aderir ao laser”, conta.

Campeão do Arnold Classic Brasil 2016 (maior evento multiesportivo do mundo), ele afirma que a depilação total que realiza no corpo é fundamental para as apresentações. “O pelo esconde a definição muscular. É por isso que quanto mais a pele estiver sem pelo, melhor para o atleta”. A dermatologista Fernanda Ayres reconhece o aumento da procura dos homens por métodos de depilação. “Os homens geralmente procuram por causa das foliculites na barba. Mas também para eliminar os pelos nas costas e em outras áreas que os incomodam”, finaliza.


Procedimentos depilatórios Em Teresina, existem vários procedimentos de depilação. Os mais procurados são a cera e a linha. Mas o crescimento da depilação a laser é evidente. O procedimento é o mais caro, no entanto, oferece um resultado a longo prazo.

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A média dos preços também varia, principalmente, de acordo com a região do corpo. Por exemplo, a depilação na axila com cera custa, em média, R$ 18. Com a linha, sai por R$ 25. Enquanto a laser a depilação na axila custa R$ 380 por sessão.

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Guia de Férias

Hora de organizar a agenda das férias Por conta da correria do dia a dia, muita gente escolhe o mês de julho para colocar a vida em ordem. POR ARLINDA MONTEIRO

O tão aguardado mês das férias está chegando e já tem gente se preparando para aproveitar os dias de folga, 70 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

não só para viajar, mas também para resolver as pendências deixadas de lado por conta da correria do dia a dia. Como já é tradicional, a Revista Cidade Verde traz mais um guia especial com dicas de produtos e serviços. Confira!


O Resort Hotel Atlantic City Náutico Club conta com conforto, tranquilidade e segurança. Disponibiliza área de lazer, parque aquático, apartamentos luxuosos, estacionamento e auditório com capacidade para até 1.000 pessoas. Tem ainda o Pesque e Pague, que funciona todos os dias das 08h às 17h para sócios e não sócios, e fica aberto 24 horas para hóspedes. É possível desfrutar também das delícias do restaurante Bambu III, além de pista de cooper, academia, piscinas e uma capela para todas as religiões. Organiza e realiza casamentos, batizados e outros eventos. O local possui um dos melhores parques aquáticos do Nordeste. Não perca tempo, seja um sócio!

Foto: Arquivo pessoal

Paraíso em Teresina

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Guia de Férias

Cuidados especiais Aproveite os dias em casa para dar ainda mais amor aos seus animais de companhia. Na hora de cuidar da saúde e da estética de cães e gatos, a dica é procurar o pet shop e clínica veterinária Bichos em Casa. Além de um ótimo atendimento, ainda estão disponíveis rações, vacinas, brinquedos e roupas, entre outros acessórios e produtos espe72 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

ciais. “Os tutores podem aproveitar o período para colocarem as vacinas de cães e gatos em dia, assim como a vermifugação. Oferecemos ainda serviços como o táxi-dog, que pega e deixa o animal em casa, SPA e hospedagem, para aqueles tutores que vão viajar”, conta a médica veterinária Marineusa Carvalho. Serviços como acupuntura, cirurgias e fisioterapia também são oferecidos no lugar.

Quem não sonha em ter um cantinho para chamar de seu? Os dias de férias podem ser um ótimo momento para pesquisar com calma e, enfim, adquirir ou alugar um imóvel. “E, para quem deseja ser locador, nós também oferecemos um serviço com total segurança, para que o proprietário não tenha dores de cabeça. Fica sob nossa responsabilidade a quitação das contas como energia, água, IPTU e condomínio e, caso o locatário não cumpra com suas obrigações, nós temos um consultor jurídico que nos ajuda nessas situações”, diz o empresário Rafael Nascimento, da HR Imóveis, no mercado teresinense há cinco anos.

Foto: Thiago Amaral

Foto: Wilson Filho

Lar, doce lar


Segunda volta às aulas

Foto: Leal Comunicação & Assessoria

Se a mochila rasgou ou o caderno acabou, então é hora de ir às compras. A Shoppingráfica reno-

vou seu estoque, esperando pais e alunos para novas compras de materiais escolares e produtos de papelaria para o segundo semestre do ano. Há uma infinidade de marcas, cores e preços, tudo para agradar os mais diversos públicos.

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Foto: Thiago Amaral

Guia de Férias

Comodidade e praticidade Não importa qual seja o destino, os táxis estão aí para levar você com segurança e conforto a qualquer lugar. A Teletaxi disponibiliza dois números de telefone fixo e mais outros três de celulares, que funcionam 24 horas por dia para não deixar ninguém na mão, além de carros novos e com ar-condicionado.

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CecíliaMendes

ceciliamendes@cidadeverde.com

Um Senhor Arquiteto

A

expressão Senhor não está aqui no sentido de maturidade ou senectude, mas na acepção de magnitude e respeito a um profissional que merece reconhecimento não só pela obra que vem realizando em nossa terra e alhures, como pela pessoa que é: íntegra, simples e verdadeira. Refiro-me ao arquiteto Antônio Luiz Dutra de Araújo, mineiro de oitenta anos, que há quarenta e oito se estabeleceu em Teresina, abrindo escritório original, hoje denominado Maloca Arquitetura e Estruturas Ltda. Já é cidadão teresinense, e a cidade muito lhe deve pela enorme contribuição que trouxe no processo de modernização da Arquitetura local, a partir do final da década de 60, quando Teresina abandonou as estruturas urbanas coloniais e os estilos Neoclássico, Eclético e Art Déco de suas edificações. Antônio Luiz veio com a família: três filhos e a mulher — Maria Amélia, que aqui se tornou artista plástica —, sua “eterna musa”, a “maravilhosa companheira” de mais de cinquenta anos de vida em comum. Também ela aqui se impôs como competente administradora: chefiou a Casa da Cultura, presidiu a UAPPI (União dos Artistas Plásticos do Piauí) e atualmente dirige o Museu de Arte Sacra.

A Arquitetura de Antônio Luiz revela sua adesão ao movimento modernista inspirado nos cinco pontos defendidos por Le Corbusier: os pilotis, os tetos-jardins, a planta livre, a janela horizontal e a fachada livre. Aplica também novos materiais e técnicas construtivas, como a solidez do aço, o vidro e o concreto, às vezes na sua forma aparente,

A Arquitetura de Antônio Luiz revela sua adesão ao movimento modernista inspirado em Le Corbusier. sem desprezar o uso de materiais locais de qualidade como o tijolo e a telha colonial, e o pau d’ arco ou ipê. Na decoração, emprega murais e painéis de azulejo. Aliás, Antônio Luiz, também artista, defende a integração da Arquitetura com as outras artes visuais e demonstra isso em alguns de seus projetos, como o da sede da CEPISA (escolhido por concurso em 1o lugar) e o do Banco do Estado do Piauí, em Teresina.

Antônio Luiz é ferrenho defensor da Lei do Direito Autoral, condena a desfiguração das obras e protesta corajosamente, e com razão, contra a falta de manutenção dos prédios e os abusos impostos ao patrimônio edificado da cidade para a qual contribuiu com mais de cento e vinte projetos institucionais ou comerciais e mais de oitenta residenciais. Alguns projetos não foram executados por questões financeiras ou problemas com o terreno, mas o que fez é bastante expressivo. Creio que nenhum outro profissional daqui o supera em produção. Além dos projetos arquitetônicos, realizou trabalhos como logotipos e desenho de mobiliário. Sobram razões para a procura do trabalho de Antônio Luiz: a modernidade, a beleza aliada à funcionalidade e à simplicidade e a excelência que ele persegue em cada projeto que cria. Ao comemorar os cinquenta anos da Maloca, Antônio Luiz lançou o livro Arquitetura - como a vejo, em que fala do amor por seu trabalho, dos valores que defende, da importância do trabalho de equipe, da valiosa parceria com o engenheiro Lourival Sales Parente. Apesar de dizer que não é um livro didático, a obra oferece belas lições, não só para os arquitetos, mas para toda pessoa que se interessa pelas artes. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 75


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Empreendedorismo POR ANTÔNIA PESSOA

O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no Piauí, realiza um trabalho bastante focado nos pequenos negócios da região de Bom Jesus, cidade do extremo sul piauiense, localizada a 632 quilômetros de Teresina, onde, no ano passado, foi instalado um escritório da instituição. Entre as ações dessa regional estão o atendimento a empresas por meio do Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), cursos, consultorias, seminários e palestras sobre os mais diversos assuntos relacionados ao universo empresarial. “Temos atuado em várias frentes, a fim de contribuir para a melhoria do cenário dos pequenos negócios nessa região, que tem grande potencial. As oportunidades existem em diversos segmentos, como agronegócios, comércio, serviços e indústria. Ao longo do último ano, muito já foi feito, mas precisamos avançar ainda mais. As parcerias têm sido fundamentais para que consigamos obter resultados cada vez mais positivos”, destaca o gerente do Escritório do Sebrae em Bom Jesus, Kássio Castelo Branco. Uma das empresas atendidas pelo Sebrae em Bom Jesus é o Shopping Merlin, loja de vestuário, acessórios, cosméticos, artigos de bebê, gêneros alimentícios, entre outros produtos. “A chegada do Sebrae foi um divisor de águas para a minha empresa. Hoje, nós temos acesso a capacitações que muito nos ajudam na condução dos ne78 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

Foto: Antônia Pessoa

Sebrae atende empreendedores e empresários do extremo sul piauiense

Marilene Lorenz comemora os resultados do seu empreendimento após as ações do Sebrae.

gócios, como técnicas de layout, controles financeiros, atendimento e recursos humanos. Participei do Empretec, um seminário que promoveu uma virada no Shopping Merlin. É realmente o antes e o depois”, afirma a empresária Marilene Lorenz. Ainda segundo Marilene, o Programa ALI também é de grande valia para a sua empresa. “Adquiri mais segurança para tomar decisões e estamos sempre contando com a ajuda da agente de inovação. Antes não fazíamos controle de estoque, comprávamos uma quantidade enorme de mercadorias que ficavam amontoadas e dificultavam as vendas; a relação com os fornecedores nos prejudicava; enfim, eram vários problemas que foram resolvidos com soluções simples. Ainda falta muito, mas aos poucos estamos conseguindo melhorar mais e mais”, acrescenta.

O ALI é uma parceria do Sebrae com o CNPq, que tem como objetivo promover a prática continuada de ações de inovação nas empresas, por meio da orientação proativa, gratuita e personalizada de agentes capacitados pelo Sebrae. Os agentes, conhecidos como ALI, visitam os empreendimentos e apresentam soluções para as demandas do negócio. As mudanças podem gerar impacto direto na gestão, na melhoria de produtos e processos e na identificação de novos nichos de mercado para os produtos, bem como oportunidades de crescimento. Para saber mais sobre os projetos e as ações do Sebrae na região de Bom Jesus, os interessados podem procurar o Escritório Regional da instituição, localizado na Av. Getúlio Vargas, S/N – Centro; ou ligar para (89) 99428-2346.


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Indústria POR ASCOM FIEPI

FIEPI promove reunião com representantes do Banco de Desenvolvimento Chinês em Teresina Foto: Ascom FIEPI

O objetivo foi mostrar as oportunidades que o Banco tem a ofertar aos empreendedores piauienses.

Empresários e diretores da FIEPI falaram sobre oportunidades de financiamento de pequenas e microempresas.

O representante do Banco de Desenvolvimento da China, no escritório do Rio de Janeiro, Su Bin, acompanhado por Xu Yuankun e Zhao Hao, da Commissioner for International Cooperation, esteve reunido com empresários e agentes do governo do Piauí, no dia 16 de junho, na Federação das Indústrias do Estado Piauí (FIEPI), para mostrar as oportunidades que o Banco tem a ofertar aos empreendedores piauienses. O diretor de Assuntos Econômicos da FIEPI, Freitas Neto, e o assessor de Relações Exteriores do Governo do Estado, Sérgio Vilela, representaram, respectivamente, a FIEPI e o governo estadual. Inicialmente, Sérgio 80 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

Vilela apresentou as potencialidades do Estado e, em seguida, o diretor da FIEPI, Freitas Neto, fez perguntas aos chineses sobre oportunidades de eventuais financiamentos voltados para as micro e pequenas empresas, através de repasses do Banco do Brasil. O presidente da Associação Industrial do Piauí, Joaquim Costa, mostrou a evolução dos setores de cerâmica e celulose e as potencialidades de suas matérias-primas (argila e eucalipto), que poderiam ser focos de investimentos por parte do Banco. A missão do Banco está no Piauí analisando possibilidades de investimentos, com interesse especial em áreas

de mineração, agricultura, ferrovias e energia eólica. A FIEPI, por meio do seu Centro Internacional de Negócios (CIN), tem realizado várias ações no sentido de aproximar empresários piauienses do mercado internacional, inclusive por meio de capacitações na área de comércio exterior e do Programa Nacional de Cultura Exportadora. “A FIEPI tem dado apoio ao fomento à internacionalização de empresas, e essa visita dos representantes do Banco de Desenvolvimento da China ao Piauí é parte desta articulação”, disse o gestor do CIN/FIEPI, Islano Marques.


SESI certifica parceiros durante evento em Parnaíba O evento aconteceu no auditório da escola do SESI, em Parnaíba, com a participação de muitas instituições e empresários. O Serviço Social da Indústria (SESI-PI) promoveu, no auditório da Escola SESI Integrada Dep. Moraes Souza, a entrega de certificados aos parceiros que colaboraram na realização da 23ª edição da Ação Global e, ainda, da certificação das 35 empresas participantes do projeto Trabalhador Consciente Indústria Crescente, ambos desenvolvidos nos meses de abril e maio, no município de Parnaíba.

Na ocasião, a equipe do SESI apresentou os números referentes à Ação Global 2016, que registrou este ano mais de 10 mil pessoas beneficiadas, tendo sido feitos 43.732 atendimentos durante o mutirão da cidadania, no último dia 21 de maio. Kátia Luz reforçou a importância dos parceiros no alcance desses números, e disse: ”Sem vocês, não seria possível fazermos um evento tão significativo”. Ela destaca que foram 76 empresas e instituições parceiras, que ofereceram

Após a entrega dos certificados aos parceiros da Ação Global, foi a vez de fazer o reconhecimento as indústrias participantes do Projeto Trabalhador Consciente Indústria Crescente. A ideia do projeto, segundo o superintendente, é ajudar o trabalhador a ter uma percepção maior sobre as atividades desempenhadas por ele, dentro e fora do trabalho, e, com essa realidade, intervir em situações que mereçam atenção, sempre buscando promover a saúde dos indivíduos. Na sua fala, Mardônio Neiva destacou o projeto como uma ação positiva e diferenciada, tanto para o trabalhador quanto para a indústria, que foi assistida por estas atividades. Para ele, o projeto veio para auxiliar o empresário a reduzir os impactos gerados pelo absenteísmo, além de conscientizar o trabalhador sobre a importância de estar bem para produzir melhor.

Fotos: Ascom FIEPI

A solenidade contou com a presença do Diretor Regional do SENAI e Superintendente do SESI-PI, Mardônio Neiva, do Diretor de Qualidade de Vida, Marcos Siqueira, da Diretora de Educação Profissional e Tecnológica do SENAI, Sandra Ataíde, da co-

ordenadora de Promoção de Saúde do SESI, Kátia Luz, e da coordenadora de Saúde e Segurança no Trabalho do SESI, Teresa Cronenberg.

serviços gratuitamente nas áreas de cidadania, educação, saúde e lazer.

Superintendente Mardônio Neiva e diretoria do SESI em Parnaíba.

Entrega de certificados aos parceiros da Ação Global e do Projeto Trabalhador Consciente Indústria Crescente. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 81


Passeio

Cultural

No lado direito da nave principal da Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Parnaíba, uma lápide chama a atenção pelo seu enunciado. Ali está sepultada Carolina Thomazia Dias de Seixas e Miranda, filha de Simplício Dias da Silva com Maria Izabel Thomazia de Seixas e Silva. O sobrenome Miranda, de Carolina, vem de seu esposo José Francisco de Miranda, que em 1842 foi mandante da mor-

te do cunhado, Antônio Raimundo. Outras tragédias se abateram sobre os Dias da Silva, mas a de Carolina chama a atenção pelos dizeres em sua lápide: “victima da crueldade de um execrando monstro”. Atribui-se a um escravo o assassinato de Carolina, com um tiro de espingarda, no dia 27 de agosto de 1850. Depois de alguns meses, o escravo foi preso e enforcado sem julgamento. Teria sido

Na estante

O ESCRAVO E O SENHOR DA PARNAHIBA de Eneas Barros

O romance conta a história de um escravo músico, que montou uma orquestra a mando de Simplício Dias da Silva. Retrata as relações sociais na região norte do Piauí, entre os séculos XVIII e XIX. 82 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE

Curiosidade piauiense

CAPELA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO Mausoléu construído por Domingos Dias da Silva, localizado no interior da Igreja de Nossa Senhora da Graça, abriga os corpos de Domingos e de seus dois filhos, Simplício e Raimundo, cujas lápides indicam que os três estão sepultados no chão da capela. As paredes da igreja sepultam outros corpos.

ele mesmo? Dizem uns que Carolina teria uma paixão oculta pelo agressor; outros, que seria ele levado por uma paixão impossível. O certo é que o litoral piauiense, por tempos, foi um entreposto de escravos, onde eram comercializados para movimentarem a economia local. Muitos chegavam a bordo dos navios de Simplício, vindos de portos distantes. Era previsível que tragédias assim viessem a ocorrer, pelas estranhas relações entre senhores e escravos.

Postal

PORTO DAS BARCAS O espaço arquitetônico do Porto das Barcas é composto de antigos armazéns de cargas, que movimentavam a economia da região. Foi transformado em espaço cultural e hoje abriga lojas de artesanato, restaurantes, sorveterias, bares e agências de viagens.

Foto: Eneas Barros

Foto: rarehistoricalphotos.com

“UM EXECRANDO MONSTRO”


Eneas Barros

eneas@piaui.com.br

ENTREVISTA ESPECIAL RAIMUNDO UCHÔA

EB – Parafraseando Euclides da Cunha, o piauiense é antes de tudo um forte? RU – Sim! Não é fácil nascer no estado

considerado, até pouco tempo, o mais pobre da Federação, experimentar vários tipos de discriminação, enfrentar inúmeras dificuldades e, mesmo assim, vencer na vida. Temos vários exemplos de superação e vitória!

“Os ideais e a ideologia são o principal motor das mudanças sociais”, afirma o sociólogo e mestre em Ciência da Informação.” EB – É possível comparar a escravidão à submissão dos judeus ao Nazismo? RU – A Sociologia, segundo Florestan

Fernandes, estuda as interações sociais de forma contextualizada. Isso nos permite dizer que as duas situações guardam contextos e objetivos distintos, embora se aproximem muito na prática da maldade expressada através da ignorância e do desprezo à figura humana.

EB – O domínio brutal de uma classe sobre outra, que gerou a escravidão, é marca também da sociedade moderna? RU – Sem dúvida! Desde a organiza-

ção geopolítica dos países em blocos econômicos, até o planejamento dos centros urbanos, observamos a prevalência da hegemonia das classes dominantes, segundo a perspectiva marxista.

EB – O que levaria um senhor de escravos a investir em uma

orquestra de escravos, como fez Simplício Dias da Silva em Parnaíba? RU – Simplício foi influenciado pelo

Iluminismo, durante suas andanças pela Europa. Como gostava de ser pioneiro e revolucionário, resolveu dar vazão a isso e à sua sensibilidade, criando a orquestra, bem como lutando para criar uma Alfândega em Parnaíba.

EB – A sociedade retrocedeu, se comparada à época da escravidão? RU – A sociedade sempre viveu ci-

clos de mutação. Acredito que estamos prestes a dar uma guinada rumo a uma depuração benéfica, em todos os sentidos. As constantes crises do capitalismo provam que o consumismo escraviza e adoece, desperta a cobiça e o exibicionismo. Cada realidade deve ser analisada observando-se seu contexto. Os movimentos sociais são cíclicos e, às vezes, causam impressão de retrocesso.

Lápide de Carolina Thomazia, na Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Parnaíba.

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Gente

Gente por Péricles Mendel

Perfil Valdenê Albino Empresária

O que te faz feliz? Estar ao lado

Qual a sua maior qualidade?

Determinação.

da minha família.

E seu maior defeito? Sinceridade.

Um momento que definiu sua vida? Quando fui mãe pela pri-

Quem te inspira? Mulheres inte-

meira vez.

ligentes, trabalhadoras e determinadas.

Melhor conselho que já deu?

“Valorize sempre sua família.”

Do que você tem orgulho? Da minha história de vida.

Tipo de gente que você tem dificuldade de conviver? Pessoas

e humildade acima de tudo.

Quem você gostaria de ser se não fosse você mesma? Não

tenho vontade de ser outra pessoa além de mim mesma.

Se pudesse viajar no tempo, para onde iria? Minha adoles-

cência.

Qual é o defeito mais fácil de perdoar? Ingenuidade. Momento preferido do dia? A

“sonequinha” depois do almoço.

Gasta muito com: Sapatos e per-

falsas.

fumes.

Um sonho? Ficar bem velhinha ao

Lembranças da infância: Os ba-

O que mais aprecia em seus amigos? Lealdade.

O que é sagrado para você? Fa-

mília.

O que seria a maior das tragédias? Perder as pessoas que amo.

Se não fosse empresária, seria: Arquiteta.

Maior conquista como empresária? Ver os resultados dos nos-

Com quem você adoraria conversar por horas? Com minha

lado daqueles que amo.

sos esforços.

Ideia de felicidade: Estar em paz com a consciência.

Foto: Wilson Filho

Segredo para o sucesso profissional? Ter iniciativa, persistência

O que lhe tira do sério? Injustiça. O que não entra em sua casa?

Olho gordo.

nhos de chuva com os meus irmãos.

mãe, se ainda tivesse o privilégio de tê-la presente.

Que livro mudou sua vida? Nosso Lar (André Luiz/Chico Xavier). Se o Céu existe, o que gostaria de ouvir de Deus ao chegar lá?

“Você cumpriu sua missão.”


periclesmendel@cidadeverde.com

Fica a dica Izi Vieira Katiúscia Pereira Psicanalista

Nós mulheres precisamos fazer as pazes com nosso sagrado feminino e resgatar o arquétipo da mulher selvagem que existe em nós e, neste livro, através da interpretação de dezenove lendas e histórias antigas, entre elas Barba-Azul, Patinho Feio, Sapatinhos Vermelhos e La Llorona, a autora identifica o arquétipo da Mulher Selvagem ou a essência da alma feminina, sua psique instintiva mais profunda. E propõe o resgate desse passado longínquo, como forma de atingir a verdadeira libertação.

Stylist

No filme Alice através do Espelho, Alice (Mia Wasikowska) retorna, após uma longa viagem pelo mundo, e reencontra a mãe. No casarão, onde acontece uma grande festa, ela percebe a presença de um espelho mágico. A jovem atravessa o objeto e retorna ao País das Maravilhas, onde descobre que o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) corre risco de morte após fazer uma descoberta sobre seu passado. Para salvar o amigo, Alice deve conversar com o Tempo (Sacha Baron Cohen) para voltar às vésperas de um evento traumático e mudar o destino do Chapeleiro. Nesta aventura, também descobre um trauma que separou as irmãs Rainha Branca (Anne Hathaway) e Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter).

Katya Cilene Publicitária

Assessora de Encrenca, foi um livro que gostei de ler, de Gilda Mattoso. Ela foi assessora de grandes nomes da música popular brasileira. Gilda reencontrou seu grande ídolo, Vinícius de Moraes, com quem acabou se casando. O livro traz situações pelas quais os assessores passam e sacia a curiosidade em relação ao mundo dos famosos. “Assessora de Encrenca” é, sem dúvida, uma boa pedida para uma leitura despretensiosa. Por não possuir uma narrativa linear, permite ao leitor ir e vir, escolher uma história a esmo e se divertir com ela. REVISTA CIDADE VERDE | 26 DE JUNHO, 2016 | 87


Por Aí Por Aí por Péricles Mendel periclesmendel@cidadeverde.com

Déborah Radassi Jornalista

A artista da dança e jornalista Déborah Radassi já fez duas tatuagens. A primeira mostra um coração rendado inspirado nas pinturas de rena, feitas nas noivas da Índia. Além da delicadeza do traço, a inspiração romântica também motivou a jornalista, que possui ainda uma mandala na perna e já pensa em fazer a terceira.

Igor Leite Empresário

Minhas tatuagens faço por intuição. Não sonho, não imagino e nem calculo. Tatuo por inspiração! Amo culturas diferentes, sou fascinado por países distantes, marco nos meus braços todos os lugares que conheço na vida. Sou aquariano e sou louco por “sempre mais e mais”.

Leonardo Lima Dj LeuZz

Minhas tatuagens todas têm motivos egípcios e árabes, até porque eu sou descendente de árabes. E todas elas têm um cunho religioso, também. A do braço esquerdo é um Pai Nosso completo e a do braço direito, que é todo fechado, tem várias frases árabes, símbolos religiosos do Oriente Médio e hieróglifos egípcios, que significam o dia a dia das pessoas, trabalho, família, fé, esforço, bom humor, tudo isso. O braço direito ainda não está fechado, faltando ainda umas seis sessões para terminar. Fiz a primeira em 2003. Hoje, não consigo mais contar. Elas foram se unindo para fazer o braço inteiro. A última vez que contei, tinham 16. Todas no braço. Não tenho em outra parte do corpo. Mas esse número hoje passou de 16. 88 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE


Foto: Karina Lessa

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1 - Renata Albino, Polyana Melo, Rondinele Albino, Valdenê Albino, Benedito Cirilo e Roberta Albino no animado Arraiá dos Albinos. 2 - Rannyere Pinto, Morgana Denardim, Armindo Denardim e Carla Morgana no Arraiá do Sítio Solar Antíque. 3 - Robert Rios e Elice Brandão clicados em arraiá no sítio da empresária Carla Morgana. 4 - Um clique na deputada federal Iracema Portella, no melhor estilo caipira. 5 - Nailza Meneses, Socorro Bringel, Zuita Vascon-

celos e Jane Fernandes foram as anfitriãs do Arraiá do Lótus, que aconteceu na casa de Zuíta.

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6 - A oftalmologista e empresária Kaline Carvalho em badalado arraiá. 89


A CACIMBA de água salobra; em torno os bichos espreitam minha sede: imaginam mares e fontes cristalinas e eu não consigo sequer pensar e os bichos me olham uma pena muda um homem com sede e vazio de água salobra, um homem seco como uma pedra, como um céu escuro — e tão pobre como. Álvaro Pacheco - Jaicós

Ilustração: Genivaldo Costa 90 | 26 DE JUNHO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE




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