Índice
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Capa
Selo de qualidade para as empresas 5. Editorial 16. SAÚDE A vida ficou mais fácil para os diabéticos 24. GERAL A importância do segundo idioma na carreira
Páginas Verdes Ana Cristina Barros
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A vida ficou mais fácil para os diabéticos
32. GERAL A comodidade de trabalhar em casa 38. GERAL O valor da pós 72. GERAL A festa da premiação 78. GERAL Trabalho voltado para pessoas
28. GERAL Carreiras do futuro
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80. EMPREENDEDORISMO 86. INDÚSTRIA
Carreiras do futuro
18. Economia e Negócios Por Jordana Cury 22. Ponto de Vista Elivaldo Barbosa 37. Chão Batido Cineas Santos 51. Tecnologia Marcos Sávio 82. Playlist Rayldo Pereira 88. Perfil Péricles Mendel
Articulistas 13
Jeane Melo
55
Fonseca Neto
COLUNAS
40
90
Tony Batista
foto Manuel Soares
Satisfação na empresa O trabalho é uma das formas de realização do ser humano. A sensação de sentir-se útil, produtivo, capaz de utilizar os seus dons para realizar uma determinada atividade, dá sentido à vida e faz aumentar a autoestima do indivíduo. Muito mais que uma fonte de renda para o próprio sustento, o trabalho é visto como uma conquista importante para qualquer pessoa. Por isso mesmo, o local de trabalho deve ser um ambiente agradável, no qual o profissional sinta-se valorizado e estimulado a fazer render ao máximo sua capacidade. A gestão moderna tem criado diferentes formas de proporcionar um ambiente favorável ao pleno desenvolvimento dos seus colaboradores, por meio de programas e incentivos que aproveitam o potencial criativo de cada um, além de preocupar-se com a saúde e o bem-estar de todos. Este ano, pela segunda vez, a Revista Cidade Verde, em parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos - Secção Piauí e com o Instituto Great Place to Work, realiza a premiação das empresas vencedoras, que receberam o certificado de melhores empresas para trabalhar no Piauí. A seleção é feita a partir de um questionário aplicado pelo Instituto GPTW, uma instituição reconhecida internacionalmente, entre os funcionários de cada uma das empresas que se inscrevem gratuitamente para par-
ticipar do evento. São os próprios colaboradores que expressam, de forma sigilosa e espontânea, o seu grau de satisfação com relação ao local onde trabalham. Na edição 2016, quinze empresas piauienses foram selecionadas e receberam o selo GPTW, em evento realizado no dia 23 de novembro. São empresas que se esforçam para oferecer aos funcionários um ambiente saudável, com oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Um reconhecimento que faz bem não só para o público interno, como também para os clientes, que são atendidos por quem está feliz com o seu local de trabalho. Aqui na Revista, o clima empresarial também está presente em reportagens sobre as carreiras do futuro, a importância de dominar uma segunda língua (de preferência uma terceira ou quarta) para obter melhores chances e salários no mercado e uma nova modalidade de trabalho: o home office, ou escritório doméstico. Até mesmo os órgãos públicos já estão adotando o home office como forma de economizar custos e aumentar a produtividade. Os funcionários também economizam o tempo perdido no trânsito, o combustível e ainda podem montar um horário flexível para ficar mais tempo com a família. Cláudia Brandão Editora-chefe
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HOUS PUBLIC
SE D1 CIDADE
Entrevista
Ana Cristina Barros
claudiabrandao@cidadeverde.com
foto Thiago Amaral
POR CLÁUDIA BRANDÃO
A administradora Ana Cristina Barros é mestra em Recursos Humanos, área à qual vem se dedicando ao longo da carreira, seja como professora ou palestrante. Seu trabalho é voltado, principalmente, para a organização de empresas, plano de cargos e salários, avaliação de desempenho, implantação do órgão de RH, recrutamento e seleção e treinamentos corporativos. Na bagagem, além das experiências vividas aqui no Brasil, Ana Cristina carrega ainda os ensinamentos aprendidos na Universidad de Valladolid, na Espanha, onde estudou Novas Tendências em Gestão de Empresas.
“Valorizar as pessoas dá resultado.” As empresas piauienses, pouco a pouco, estão percebendo que o investimento em recursos humanos gera dividendos sociais e econômicos, com satisfação garantida para todas as partes envolvidas. 8 | 27 DE NOVEMBRO, 2016 | REVISTA CIDADE VERDE
É sócia-fundadora e diretora acadêmica do Instituto de Estudos Empresariais - IEMP. Foi também uma das fundadoras e, depois, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos/Piauí, ocasião em que propôs a vinda do Great Place to Work, em parceria com a Revista Cidade Verde e a ABRH/PI, para premiar as melhores empresas para trabalhar no estado. Atualmente, ela leciona na Universidade Federal do Ceará, mas veio a Teresina na semana passada para assistir à premiação 2016, quando concedeu a entrevista a seguir.
RCV – Como surgiu a ideia de trazer a premiação do Great Place to Work para o Piauí?
AC – É muito comum as empre-
sas buscarem algum tipo de reconhecimento das boas práticas que exercem, como forma de compartilhar os seus méritos com a sociedade. O GPTW trata-se de um prêmio sério e que conta com o apoio das ABRHs em vários outros estados do Brasil, estabelecendo-se através de um parceiro de mídia que também tenha a imagem de credibilidade consolidada no mercado. No Piauí, precisávamos ter algo assim, de reputação inquestionável e de credibilidade internacional, como é o prêmio GPTW. Foi dessa forma que, em contato com o CEO do Instituto, Ruy Shiozawa, pensamos em trazer a premiação para o Piauí, a fim de mostrarmos as nossas empresas que possuem boas práticas de gestão e que são exemplos para o mundo. E o veículo escolhido naturalmente foi a Revista Cidade Verde, que já contava com credibilidade no mercado.
RCV – Como as empresas piauienses receberam essa novidade? AC – Como tudo que é novo,
sempre há um receio inicial. Além do mais, quando a gente fala de premiação, existe um ranço no mercado, que acontece nas outras praças também, em função de algumas premiações que são puramente comerciais. Mas como no nosso caso as instituições que estavam à frente eram
boas práticas de gestão nas empresas piauienses? AC – A gente percebe que essa
As empresas piauienses descobriram que era fundamental considerar as pessoas como um diferencial competitivo no mercado.
todas sérias, como a ABRH, o Instituto Great Place to Work e a Revista Cidade Verde, as empresas perceberam que era uma premiação séria. Nós fizemos vários encontros e reuniões para desmistificar a ideia que as pessoas tinham de premiação. No início, muitas me perguntavam se tinham que pagar para poder participar. Então, nós fomos esclarecendo todos os critérios de seleção.
RCV – Pela sua experiência na área, qual a avaliação que você faz da evolução das
evolução ainda está acontecendo. De início, nós éramos copiadores, a gente via o que acontecia lá fora e replicava aqui, muitas vezes sem as adaptações necessárias, sem o devido cuidado de ver como isso iria funcionar aqui. Havia boa intenção, até porque não tem problema em copiar o que é bom, mas, na verdade, ainda não era um processo legítimo, nascido aqui. Então, as empresas começaram a perceber o quanto era importante investir nas pessoas, em todos os sentidos: em desenvolvê-las profissionalmente, em investir em treinamentos, no ambiente em que elas trabalhavam. Elas descobriram que era fundamental considerar as pessoas como um diferencial competitivo no mercado. Daí, elas passaram a evoluir em suas práticas de gestão. Não bastava pensar apenas na estratégia de marketing, na campanha publicitária, na distribuição dos produtos ou na nova tecnologia a ser adquirida. Era preciso pensar em como trabalhar com as pessoas para que elas se tornassem mais produtivas e gerassem mais resultados, sendo, portanto, mais felizes.
RCV – Que critérios são avaliados pelo Instituto para escolher os vencedores? AC – Primeiro, vale dizer que
quem avalia são os próprios colaboradores da empresa, que respondem a um questionário de
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forma sigilosa. São consideradas cinco grandes dimensões do ambiente de trabalho: credibilidade, respeito, imparcialidade (associada à confiança que os funcionários depositam nos gestores), orgulho da empresa e do trabalho e camaradagem dos colegas.
Com um ambiente saudável para o trabalho, as pessoas se sentem mais motivadas, além de gerar um clima de pertencimento que reflete diretamente no aumento da produtividade.
RCV – Qual o valor de um selo como o do GPTW para a imagem de uma empresa? AC – Além de fazer com que, in-
ternamente, o clima organizacional seja elevado positivamente, estimulando mais ainda o desenvolvimento e a criação de novas práticas que favoreçam o ambiente de trabalho saudável, externamente, para a sociedade, a empresa fica legitimada como uma organização de sucesso, tendo sua imagem atrelada a conceitos de eficiência, de valorização das pessoas, de gestão profissional e, ainda, de ser atrativa para o mercado como uma empresa boa para se trabalhar.
RCV – Que tipo de reflexo um bom ambiente de trabalho pode trazer para a produtividade da empresa? AC – A interferência é total.
Com um ambiente saudável para o trabalho, as pessoas se sentem mais motivadas, têm mais interesse em contribuir, em fazer parte, além de gerar um clima de pertencimento que reflete diretamente no aumento da produtividade.
RCV – O que mais motiva os colaboradores a se sentirem satisfeitos nos seus ambientes de trabalho? AC – Existem vários fatores e isso
pode variar de empresa para empresa, mas considero a influência da liderança um dos principais motivos para gerar um ambiente saudável para o trabalho. Um bom líder consegue fazer com que sua equipe busque, junto com ele, as outras condições para a satisfação coletiva. Portanto, o perfil do líder acaba por envolver a todos num clima favorável. Também não podemos transferir só para o líder a responsabilidade de tornar o ambiente saudável e feliz, como se isso estivesse na sua lista de atribuições e fosse competên-
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cia exclusiva sua. O mesmo vale para qualquer outro colaborador. A responsabilidade é de todos, afinal o ambiente de trabalho só existe porque existem pessoas desempenhando os seus papéis lá e são elas que fazem um ambiente feliz. A gestão pode oportunizar boas práticas, mas quem vai poder dizer se está feliz naquele lugar é o colaborador, esteja ele na condição de líder ou não.
RCV – Como o líder deve se comportar em um ambiente de desafios e competições? AC – O papel da liderança hoje
em dia é fundamental. Esse contexto é uma realidade para todos, mas fazer uma equipe entender que precisa contribuir mais ainda com suas competências e sua dedicação para vencer as adversidades e manter a sustentabilidade dos negócios em que está envolvida é, na verdade, o maior desafio. Portanto, o papel de estimular as pessoas a darem o seu melhor, de gerir conflitos, de entender as dificuldades e de buscar soluções, de ser exemplo, tudo isso realmente engrandece o perfil de um líder.
RCV – Que tipo de bônus e programas de incentivo trazem mais retorno às empresas? AC – Diante das boas práticas das
empresas que são premiadas pelo GPTW, observa-se que, às vezes, ações bem simples causam efeitos