Índice Capa Os desafios da gestão municipal
5. Editorial 8. Páginas Verdes João Henrique concede entrevista à jornalista Cláudia Brandão 14. Palavra do leitor 16. POLÍTICA PEC do barulho 26. POLÍTICA Prefeito e vereadores tomam posse com o compromisso de gastar menos 40. COMPORTAMENTO Mudança de hábito
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Páginas Verdes João Henrique
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O dia em que a cidade tremeu
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MP cobra ocupação total do HU
56. GERAL Uma saída para a Ceapi
13. Cidadeverde.com Yala Sena
62. GERAL Cuidados na hora da matrícula
30. Ponto de Vista Elivaldo Barbosa
66. SAÚDE Dieta com ou sem glúten?
44. Economia e Negócios Por Jordana Cury
70. GERAL O ano jubilar da Igreja do Amparo
82. Tecnologia Marcos Sávio
76. ECONOMIA Espaços de coworking surgem em Teresina
86. Perfil Péricles Mendel
90. POESIA SEMPRE Por Ananda Sampaio
Articulistas 15
Jeane Melo
COLUNAS
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Cecília Mendes
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Zózimo Tavares
foto Manuel Soares
Novo ano, novas promessas. 2017 está começando com a expectativa de que este ano não seja igual àquele que passou, afinal 2016 foi um ano carregado de sobressaltos e tragédias. Mas, como em todo início de um novo ciclo, as esperanças se renovam com a expectativa de dias melhores. No último dia primeiro, os prefeitos eleitos em outubro tomaram posse com a promessa de desenvolver políticas públicas para melhorar a vida da população.
meiro dia do ano. Eles são cientes dos desafios que terão pela frente. Mas há como driblar a crise econômica e realizar uma boa gestão, usando práticas inovadoras que trazem resultados positivos, com a captação de recursos externos para realizar obras e projetos de grande porte.
Na economia, ainda é difícil prever o que vai acontecer nos próximos meses, mas, pelo menos, o primeiro passo já foi dado, com a decisão do governo de controlar os gastos públicos. Seguindo o exemplo do governo federal, o governo do Piauí também elaborou um pacote de medidas para estabelecer um teto para as despesas do estado. O Projeto de Emenda Constitucional foi aprovado no finalzinho do ano, sob protestos e quebradeira na Assembleia Legislativa.
Para orientar os prefeitos e seus assessores nesta missão, o Grupo Cidade Verde, formado por TV, Portal e Revista, irá realizar o Congresso das Cidades, um evento que tem por objetivo integrar todos os municípios piauienses, com o objetivo de promover o desenvolvimento das diversas regiões do estado. Durante três dias, os novos gestores terão acesso a palestras e oficinas, com orientações sobre como elaborar projetos para obter financiamentos, realização de parcerias público-privadas e experiências exitosas realizadas em outros municípios que podem ser replicadas aqui também. Uma oportunidade única para quem quer fazer uma administração eficiente.
No entanto, o controle é inevitável, do contrário o estado irá à falência, como já aconteceu com os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Aqui no Piauí, as medidas valem por dez anos, metade do tempo preconizado pelo governo federal como necessário para o equilíbrio das contas públicas. Foi difícil para o governo petista conseguir convencer os sindicalistas da importância das medidas restritivas dos gastos, até porque o Partido dos Trabalhadores foi contra a PEC nacional. Mas, ao final, o projeto piauiense foi aprovado com folga pelos parlamentares.
Na esfera federal, a cobrança por melhorias na área da saúde vem do Ministério Público, que entrou com uma ação civil para que o Hospital Universitário passe a funcionar com sua plena capacidade. O HU é um hospital-escola vinculado à Universidade Federal do Piauí, que consumiu muito tempo e dinheiro até ficar pronto. Dotado de uma infraestrutura de fazer inveja a muitos hospitais do Nordeste, o desafio agora é fazer com que ele atenda um número maior de pacientes nas diversas especialidades, para que não haja ociosidade em suas dependências. É o que todos esperam.
Também de olho nas finanças públicas, os prefeitos eleitos em outubro do ano passado tomaram posse no pri-
Cláudia Brandão Editora-chefe
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HOUS
SE D1
Entrevista POR CLÁUDIA BRANDÃO
João Henrique
claudiabrandao@cidadeverde.com
De olho em 2018 Foto: Wilson Filho
O ex-ministro João Henrique de Almeida Sousa não perdeu tempo e já lançou seu nome para disputar o governo do Piauí nas próximas eleições.
João Henrique de Almeida Sousa é um homem com vasta experiência política e administrativa nas três esferas de poder: municipal, estadual e federal. Advogado por formação, encontrou na vida pública a sua grande vocação. Já exerceu os cargos de secretário do estado nas pastas da Educação, da Administração, do Governo e da Cultura. Na Prefeitura de Teresina, foi secretário municipal de governo. Filiado ao PMDB, transita com desenvoltura por diferentes espectros políticos, tendo sido ministro dos Transportes no governo Fernando Henrique Cardoso; presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no governo Lula; e, atualmente, presidente do Conselho Nacional do SESI, no governo Michel Temer, de quem é amigo pessoal. Mas o seu projeto agora é chegar ao comando do Palácio de Karnak, sucedendo o governador Wellington Dias (PT). Para isso, irá iniciar uma caravana de visitas ao interior do estado ainda este ano, começando pela cidade de Piripiri, no próximo dia 15. A ideia é levar a sua proposta de governo para os piauienses de norte a sul.
RCV - O Brasil está atravessando uma das piores recessões econômicas, com fechamento de empresas e de postos de trabalho. O que a indústria pode esperar para este ano? JH – Eu acho que vamos ter um
2017 com uma retomada ainda leve, mas já significativa. Eu tenho viajado pelo país todo, no desempenho desta função para a qual eu fui nomeado pelo presidente Michel Temer, que é a presidência do Conselho Nacional do SESI, e isso me
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tem colocado em contato com os presidentes das federações das indústrias de todo o Brasil. Inclusive, eu queria registrar que nós idealizamos que, uma vez a cada mês, o presidente da república se encontre com um grupo de empresários de quatro estados. Cada presidente de federação convida seis empresários do seu estado e apresenta o que é necessário para o desenvolvimento das indústrias locais, entregando um documento com sugestões e reivindicações ao presidente da república. Por essas conversas, nós percebemos que já começamos a deslanchar, embora de forma lenta, porque encontramos o país em uma situação gravíssima.
RCV – A reforma apresentada no final do ano passado pelo governo, com a flexibilização dos contratos de trabalho, já é fruto dessas conversas com os representantes da indústria? JH – Eu acredito que sim. Em todas
essas conversas que ele tem mantido com o empresariado, têm sido levantadas questões de ordem trabalhista e entraves burocráticos que existem para o desenvolvimento da indústria. E o presidente, atento a isso, começou a tomar providências no sentido de que sejam desburocratizadas as relações trabalhistas.
RCV – Aqui no Piauí, outro entrave que atrapalha o desenvolvimento da indústria, segundo os próprios empresários, é a má prestação no fornecimento de energia elétrica. O que pode ser feito para
Eu acredito que, com a privatização, haverá condição de ter mais investimentos no setor energético do Piauí.
atender a essa reclamação da indústria piauiense? JH – Quando houve o encontro com
os empresários piauienses, este foi um ponto abordado pelo presidente da FIEPI, José Filho. E o presidente da república tomou alguma providência nesse sentido, e eu destaco aqui a possibilidade, já concreta, de que as empresas de distribuição de energia possam passar por uma privatização. Já foi demonstrado que a Cepisa não tinha mais condição; depois, a Eletrobrás fez uma compra de seis empresas de distribuição de energia elétrica, inclusive a nossa. E agora se vê que a Eletrobrás, que é uma empresa geradora e não distribuidora de energia, não tem a devida estrutura para implementar uma distribuição de energia. Daí porque nós caminhamos para a privatização. Eu creio que, uma vez privatizada, haverá condição de ter mais investimento no setor energético do Piauí.
RCV – Qual é a avaliação que o senhor faz dos primeiros meses de governo do presidente Michel Temer? JH – Eu hoje estava lendo um arti-
go publicado no jornal Folha de São Paulo que mostra que o presidente Michel, nesses seis meses de governo, conseguiu aprovar no Congresso Nacional projetos que há muito tempo se tentava aprovar e não se conseguia. Por exemplo: a Lei do Petróleo, que acaba com a obrigatoriedade da participação de 30% da Petrobrás na abertura dos poços do pré-sal. Em consequência disso, empresas já estão habilitadas para começar a fazer o trabalho do pré-sal, que estava totalmente engessado e, por conta disso, o valor das ações da Petrobrás já subiu fortemente. Depois, ele aprovou a Lei da Governança das Estatais, que determina quem pode presidir uma estatal hoje. Há uma série de condicionantes para que alguém possa presidir uma estatal a partir de agora, o que foi extremamente importante. Tem ainda a PEC do teto, que tinha que acontecer porque não havia mais condição de ficar como estava. Fazia-se um orçamento para o Brasil sem teto, ou seja, se colocava o que queria, em expectativa de receitas que não vinham, havia a pressão no sentido das verbas serem liberadas e o Estado começou a se endividar, na proporção de fechar o ano de 2015 com esse déficit de R$ 170 bilhões. Isso foi equacionado com a PEC do teto. Eu acho que isso, por si só, já é uma vitória considerável.
RCV – No entanto, apesar da aprovação de todas essas meREVISTA CIDADE VERDE | 8 DE JANEIRO, 2017 | 9
didas, a popularidade do Presidente Michel Temer continua caindo. Nesse cenário, ele vai conseguir manter o apoio necessário para votar as reformas que ainda faltam, como a da previdência, por exemplo? JH – Eu acho que, em determina-
do instante, o presidente tinha que optar: ou ele ia para a rua se apresentar como um presidente popular e fazer o que a população gosta, como vinha sendo feito, ou ele teria que enfrentar a questão do Brasil, que era muito grave. Creio que, pela responsabilidade dele, pela estrutura e dimensão política que tem, ele resolveu fazer aquilo que realmente deveria fazer: enfrentar a realidade brasileira, voltar a fazer por onde o país possa retomar um grau de desenvolvimento. Nós começamos o ano com quase 11% de inflação e estamos fechando com 6%. Isso é resultado de um trabalho de política econômica, uma vez que a inflação é o mais violento dos impostos, porque corrói o bolso de todo mundo. Eu acredito que, enfrentadas essas dificuldades, haverá de chegar o momento em que a população irá reconhecer o trabalho do presidente Michel Temer.
RCV – Ele já disse, certa vez, que ia fazer o que tivesse que ser feito, porque não tinha pretensão de se candidatar novamente. Essa afirmação deve ser cumprida, mesmo em uma situação de recuperação da economia? JH – Creio que sim. Ele não pretende
realmente entrar na seara de buscar uma reeleição. Ele diz sempre que reconhece que recebeu o Brasil numa 10 | 8 DE JANEIRO, 2017 | REVISTA CIDADE VERDE
O Partido dos Trabalhadores terá um viés e nós teremos outro. Nós não temos como compartilhar o mesmo palanque. situação caótica e que o seu trabalho é recuperar o país e entregá-lo ao seu sucessor extremamente melhor do que recebeu.
RCV – Ainda falando no presidente, ele tinha uma visita agendada para o Piauí no final do ano passado, que foi cancelada em função da agenda de votações no Congresso. Já há uma nova data marcada para ele vir aqui? JH – Ainda não há uma data agen-
dada, mas tenho certeza que ele virá ao Piauí. Inclusive, tem obras que foram concluídas agora no governo dele, que ele pretende vir pessoalmente entregar.
RCV – Mudando de assunto, o PMDB está voltando a assumir o protagonismo político, com o comando da república, do senado e da vice-prefeitura aqui em Teresina. Com isso, já começa a sonhar também com o Palácio de Karnak. O
senhor está mesmo disposto a sair candidato a governador do Piauí? JH – O que eu tenho feito é buscar
um entendimento para que o partido possa ter um candidato. A minha tese é que o PMDB, pela dimensão nacional que obteve, com a presidência da república e do Senado Federal, tenha um candidato a governador aqui no Piauí. Eu creio que o partido dispõe de nomes, e o meu é um deles, assim como há outros que possam a vir a disputar a eleição em 2018. Acredito muito nisso.
RCV – Com quem o PDMB poderia compor para disputar o governo do estado? JH – Eu acredito que, primeiramen-
te, devemos definir a possibilidade de termos um candidato. Todos sabem que o PMDB andou muito próximo de compor com o atual governador. Mas, ao final de uma reunião, que eu considerei histórica, o PMDB, com sua executiva toda reunida, preferiu não fazer essa composição; no que, no meu entender, tomou uma decisão muito certa. Eu não vejo como estarmos no mesmo palanque em 2018. Evidente que o destino do PMDB não será o destino do PT. O Partido dos Trabalhadores terá um viés e nós teremos outro. Nós não temos como compartilhar o mesmo palanque. Em consequência disso, ficou acertado naquela reunião, e isso tem sido cumprido, que a bancada do PMDB na Assembleia Legislativa não faltaria ao estado. E, portanto, tem feito isso, independente de poder fazer uma coligação. Eu até disse que o modelo do PT para o Piauí esgotou, que não há mais propostas