Revista Cidade Verde 119

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HOUS

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Índice 48

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Páginas Verdes Kléber Montezuma

5. Editorial

38. Serviço público O efeito greve

07. Cidadeverde.com Yala Sena

COMPORTAMENTO 60. Drogas Mudando vidas

24. Economia e Negócios Da redação RCV

9. Opinião 12. Páginas Verdes Kléber Montezuma concede entrevista à jornalista Dina Magalhães 20. É a lei Teresina sediará eventos jurídicos nacionais 22. Indústria ECONOMIA 26. Mercado Mercado de seguros em expansão

28. Ponto de Vista Elivaldo Barbosa

TECNOLOGIA 68. Inovação Piauí inovador

67. Chão Batido Cineas Santos

76. Retratos da Vida Luiz Gonzaga Soares Viana

72. Tecnologia Marcos Sávio

ESPORTE 80. Jogos de salão Jogando à moda antiga

82. Elas por Elas Eli e Élida 86. Perfil Péricles Mendel

GERAL 34. Patrimônio A busca pela legalidade

Articulistas

Patrimônio da Humanidade em risco

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Jeane Melo

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Fonseca Neto

COLUNAS

Capa

Piauí na rota do tráfico

O senhor servidor

62

90

Tony Batista


foto Manuel Soares

Drogas, tô fora! O problema das drogas em nosso Piauí está se agravando a cada dia. Cresce o consumo de cocaína, maconha e crack. E mais recentemente, os policiais da Delegacia de Entorpecentes realizaram uma operação, em Teresina, de combate ao tráfico de drogas sintéticas, principalmente LSD. Três pessoas foram presas na zona leste da Capital, suspeitas de envolvimento com o crime. As Nações Unidas, em um relatório recente, mostrou que o Brasil é um dos poucos países no mundo onde o consumo de cocaína e crack está aumentando. Portanto, deveríamos adotar políticas vigorosas para diminuir o fluxo de cocaína no Brasil. Já foi apontado também que toda essa cocaína não seria produzida se não houvesse uma rede sofisticada de produtos químicos para ajudar nesse processo. O único país da região com condições de fornecer esses produtos é o Brasil. Esforços vigorosos deveriam ser feitos para identificar as empresas que estão fornecendo esses produtos e fecharmos esse fluxo de exportação clandestina. A partir dos anos 80, tivemos uma explosão do consumo de cocaína, na forma em pó, e uma expansão enorme da rede de distribuição. A partir de meados dos anos 90, o crack surgiu na cidade de São Paulo e expandiu-se para o interior do estado. Mais recentemente, nos últimos 10 anos, o crack expandiu-se para todo o país. O crack nada mais é do que a cocaína que pode ser fumada, tornando-a muito mais poderosa na criação de dependência e de uma série de problemas, em especial a violência. E o que é pior, é uma “sub-droga” e, desta forma, mais barata. Todas as cidades onde o crack apareceu relatam um aumento de vários tipos de crimes. A primeira vítima da violência relacionada ao crack é a

própria família do usuário. É muito comum que comecem a roubar objetos diversos de suas próprias casas, como aparelhos de som, televisores e botijões de gás para vender e sustentar o consumo. Esgotada essa fonte, partem para crimes aquisitivos, como roubo de carros, assaltos, etc. Cerca de 1% da população brasileira faz algum consumo de cocaína, e, aparentemente, metade desse consumo é na forma de crack. A estimativa do Ministério da Saúde é de que temos 600 mil usuários de crack no Brasil. O grande problema dos usuários do crack se deve ao volume de problemas de saúde, problemas familiares e sociais que desenvolvem em paralelo ao consumo. Essa é uma droga cuja dependência é muito grave e dificilmente o usuário consegue interromper o uso sem uma rede de tratamento muito bem organizada. No nosso entendimento, o usuário não deve ser tratado como criminoso. Entretanto, muitas vezes, ele se envolve em outros crimes por causa do uso de drogas. O ideal é não tratar o usuário como criminoso, mas encaminhá-lo para tratamento. No entanto, é preciso que a legislação deixe claro o que fazer em casos de pessoas que cometam crimes sob efeito de drogas e em casos de venda de drogas pelos usuários para sustentar seu próprio vício. A Revista Cidade Verde trás à tona o debate. Que nossas autoridades, médicos e estudiosos, além dos envolvidos em ações de combate, como a Polícia Federal, possam em conjunto com a sociedade civil organizada nos mostrar uma luz no fim do túnel. Dina Magalhães Editora-chefe

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A Revista Cidade Verde é um periódico quinzenal da Editora Cidade Verde Ltda. A Cidade Verde, não necessariamente, se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos ou por qualquer conteúdo publicitário e comercial, sendo esse último de inteira responsabilidade dos anunciantes. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra através de qualquer meio, seja ele eletrônico, mecânico, fotografado ou gravado sem a permissão da Editora Cidade Verde.

Redução no valor da bandeira

PRESIDENTE Jesus Tajra Filho Conselho Editorial: Jesus Tajra (presidente) José Tajra Sobrinho (vice-presidente) Conselheiros: Amadeu Campos, Dina Magalhães, Fonseca Neto, Jeane Melo, Nadja Rodrigues e Yala Sena Diretoria da Editora Cidade Verde: Elisa Tajra Diretoria de Assinaturas e Circulação: Clayton Nobre Riedel Filho e Valdinar Lima Júnior Diretoria Comercial: Cristina Melo Medeiros e Marina Lima Diretoria de Publicidade e Marketing: Jeane Melo, Caroline Silveira, Rafael Solano, Itallo Holanda e Airlon Pereira Editora-Chefe: Dina Magalhães - DRT/RJ 174.12/97 Chefe de redação: Arlinda Monteiro Repórteres: Caroline Oliveira, Jordana Cury, Marta Alencar, Severino Filho e Ubiracy Sabóia Repórteres fotográficos: Thiago Amaral e Wilson Filho Redação (articulistas): Cecília Mendes, Cineas Santos, Élida de Sá, Eli Lopes, Eneas Barros, Elivaldo Barbosa, Fonseca Neto, Jeane Melo, Marcos Sávio, Péricles Mendel, Pe. Tony Batista e Zózimo Tavares Colaboradores desta edição: Antônia Pessoa, Ascom Fiepi, OAB Editores de Arte/Diagramadores: Cicero Willison e Magnaldo Júnior

Na edição 112, do dia 31 de maio deste ano, foi veiculada uma reportagem sobre as bandeiras tarifárias adotadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nas contas de energia dos domicílios brasileiros. Classificadas em verde, amarelo e vermelha, as bandeiras representam os custos que a agência tem na produção energética do país. Na época, a bandeira vermelha, em vigor desde janeiro, custava R$ 5,50, e para que a despesa com a luz não pesasse no orçamento familiar, foram dadas dicas para economizar no consumo. A partir deste mês, a Aneel decidiu que o valor da bandeira vermelha vai ser reduzida para R$ 4,50. Considerando o consumo médio residencial, o impacto nas contas de luz deve ser de 2% nos domicílios brasileiros. A redução se deve pelo desligamento de 21 termelé-

Ilustrador: Izânio Façanha Revisão: Joca Nettu (Joaquim Lopes da Silva Neto) Foto de capa: Thiago Amaral Impressão: Halley S.A. Gráfica e Editora

Revista Cidade Verde e Editora Cidade Verde Ltda Rua Godofredo Freire, nº 1642 / sala 35 / Monte Castelo Teresina, Piauí CEP: 64.016-830 CNPJ - 13284727/0001-90 email: revista@cidadeverde.com fone: (86) 3131.1750

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tricas no início de agosto, que são as mais caras em operação. No entanto, a Revista Cidade Verde orienta que os consumidores continuem economizando energia.


YalaSena

yalasena@cidadeverde.com

Foto: Yala Sena

Funkeira contra o machismo

Foto: Thiago Amaral

Bombou na internet o último clipe da funkeira curitibana Mc Mayara. Nova no cenário do eletrofunk, ela chama atenção pela irreverência e músicas com temáticas feministas. O vídeo de “Ai como eu tô bandida - Dois” alcançou mais de um milhão de visualizações em uma semana e foi sucesso nas redes sociais. A cantora fez show em Teresina e falou ao Cidadeverde.com sobre as ideias que coloca em suas músicas. “Eu quero passar a mensagem de que as mulheres têm os mesmos direitos que os homens, que podem viver livremente. Tenho foco no empoderamento feminino”, declarou. Acesse entrevista completa no Cidadeverde.com no link: http://bit.ly/1hrN2rr

Mães pela igualdade Piauí ganha um núcleo do movimento “Mães pela Igualdade”, entidade criada por mães e pais que levantam a luta pelo respeito à diversidade e exigem o fim da discriminação e da violência às pessoas LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgênero). A entidade é em homenagem a José Ricardo, que foi morto em 2010, em Recife, e é o 1º caso no Brasil de condenação por homofobia ocorrida neste ano. O núcleo dará apoio psicológico e jurídico para as famílias.

Especial transporte coletivo Um “raio X” do transporte coletivo urbano de Teresina foi mostrado no Portal Cidade Verde. A equipe acompanhou trajetos em todas as zonas nos horários de pico. Conversou com pessoas que utilizam os ônibus, ouviu suas principais queixas, mostrou as mudanças da integração e falou com motoristas dos veículos e cadeirantes que utilizam ônibus coletivos. O Especial mostra também o registro dos primeiros transportes coletivos da capital, dentre outras informações. As reportagens contêm vídeos, infográficos, charges e galerias de fotos. Para conferir basta clicar http://bit.ly/1LOeCMV

TOP FIVE

Professor é preso suspeito de matar asfixiada a travesti Makelly Castro - bit.ly/CasoMakelly Chimbinha nega que tenha amante, pede perdão e se declara: “Não quero viver longe de Joelma” - bit.ly/ ChimbinhaAmante Homem tem ataque de fúria e quebra carro de luxo no centro - bit.ly/CheveteFuria Quatro são detidos após pouso irregular em fazenda do ex-governador Zé Filho - bit.ly/PousoAeroporto Parada homenageia Makelly, vaia a homofobia e reúne mais de 100 mil - bit.ly/ParadaGayPiaui2015

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JeaneMelo

Artigo de primeira

Tirando onda das provações

D

e repente uma onda maior do que a gente nos engole. A onda é o divisor de águas, o momento crucial entre o “está tudo bem” e o “meu Deus, o que está acontecendo comigo?”. A onda não se governa e nem tem dó. Ela vem forte como se fosse um desastre catastrófico sincronizado pela natureza e nos encontra sempre desprevenidos a maior parte das vezes. Devasta-nos por dentro e deságua pelos olhos, extravasando excessos pelo canal lacrimal. Água salgada nos afoga de tristeza. É quando a onda forte prova que a terra firme nunca foi o único destino. A onda é o destino, isso sim. Quem foi imunizado contra as adversidades? Temos uma ligação humana universal com as intempéries. Sim, uma hora elas chegam grandes ou pequenas. Do tamanho do nosso despreparo. Mesmo conhecendo bem o terreno que nos dá a falsa sensação de segurança, podemos nos deparar, no seco mesmo, com a “maré-alta-além-da-conta”. A maré cheia que traz os obstáculos insuportáveis e impensáveis é a mesma que nos deixa ilhados em pensamentos diversos e, muitas vezes, de um pessimismo de tirar o fôlego. E, até mesmo quando a maré resolve ceder, nem sempre nos levantamos determinados. Na verdade, capengamos emocionalmente até com marolinhas leves depois dos sustos. Aliás, não é preciso nem acontecer uma tragédia. O que nem

aconteceu nos aflige. O que vai acontecer não pode dar errado; portanto, já adoecemos de ansiedade. Não aceitamos a companhia da desilusão e nem da tristeza, pois elas, para a maioria das pessoas, sempre batem na porta errada.

Sim, nem sempre seguramos a onda. Infelizmente, ainda encaramos as dificuldades indesejadas com a sensação de impotência e injustiça, ao mesmo tempo em que disfarçamos tristezas como se elas representas-

Quantas vezes olhamos para trás abismados com as nossas reações, com o poder de celeridade e resolutividade em situações emergentes? sem apenas o fracasso. O que vai valer nesta hora é a força interior e a vontade de levantar, mesmo que a tristeza sabote a princípio todos os planos de autorresgate. No fundo, sempre penso que tudo tem um porquê e que a onda é só uma provação necessária que nos ajuda a fortalecer os músculos da alma. Aqueles músculos capazes de gerar uma força interior inabalável que nos joga pra frente. E quem tem essa força? Todos. (Mas nem todos sabem disso.) Quantas vezes olhamos para trás abismados com as nossas reações, com o poder de

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jeane@cidadeverde.com

celeridade e resolutividade em situações emergentes? Quantas vezes nos impressionamos com a nossa coragem diante dos perrengues? É o lado bom dos desafios. Assim, crescemos, viramos gigantes. Sim, gigantes tristes, assustados. Gigantes humanizados pela dor, pelo desapontamento, pelos desafios. Gigantes fortalecidos pela simples vontade de vencer. O poder de recuperação é certo quando nos concentramos naquilo que desejamos. Li outro dia um artigo que afirmava que muitas vezes nossa força de vontade pode ficar fraca ou ausente pelo fato de nos distrairmos demais. Criamos uma espécie de “dependência de baixo nível”. Ou seja, ficamos grudados na vida dos outros, no celular, nas redes, na moda disso ou daquilo. Esquecemos que os bons hábitos nos fortalecem – espiritualidade, generosidade, lealdade - e que o passado é exercício, referência. Sempre teremos uma história de resiliência para contar. Só sei que a vida tem me mostrado que a onda pode chegar a qualquer momento em forma de doença, perdas diversas, sonhos desfeitos. A onda é uma provação. Pode até ser um pneu furado em uma rua escura, deserta, em um dia sem estepe. A onda pode ser, também, a fé enfraquecida no momento em que era preciso acreditar mais. Para todas as ondas, só posso desejar entusiasmo, essa palavra linda que significa “estar em Deus”.


Opinião @rcidadeverde

revista@cidadeverde.com

/cidadeverde /cidadeverde

Capa Ano 05 Edição 118

O artigo de Jeane Melo é realmente “de primeira”. A sensibilidade da autora me encanta. Nessa última edição, o artigo “Intimidade” traz no seu conteúdo a definição de um conceito geográfico caro à Geografia: o conceito de LUGAR. O título define o conceito. Esse texto não é somente um documento sobre a cidade de Teresina, é um recurso didático valioso para os professores de Geografia que ensinam, principalmente, nos anos iniciais do Ensino Fundamental. É nessa etapa de ensino que o conceito de lugar contribui para a alfabetização geográfica. Socorro Sousa Andrade (Professora/pesquisadora em Ensino de Geografia)

Parabenizo a Revista Cidade Verde, a todo o seu corpo de jornalistas e seus demais profissionais pela brilhante cobertura dos 163 anos de minha terra natal, cuja edição de nº 117, comemorativa, acabei de ler e me deu grande satisfação pelas notícias da terra que adoro e sempre adorei - meu berço natal. Quase sempre leio a Revista Cidade Verde, que me é enviada por uma filha que aí reside. No ensejo, agradeço-lhe por tudo que a Revista traz de estímulo para a melhoria do Piauí e, particularmente, de Teresina. Atenciosamente, Sebastião da Costa e Silva (Fortaleza-CE)

Sou o padre José de Pinho, atual pároco da Igreja do Amparo, e observando os desenhos das páginas dos espaços que abrigam cultura, na edição de número 117, de 09 de agosto de 2015, lamento entre os desenhos o esquecimento da igreja do Amparo. Entre outros, é: igreja primaz, marco zero da cidade e, ainda, o primeiro prédio oficialmente erguido na nova capital. Pe José de Pinho


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