Revista Cidade Verde 113

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HOUS

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Índice Capa

Cajuína

5. Editorial 8. Opinião 12. Páginas Verdes Gerson Castelo Branco concede entrevista à jornalista Dina Magalhães 24. Comércio Piauí 26. Indústria POLÍTICA 30. Reforma Que reforma é essa? 34. É a lei OAB x Supremo

Articulistas

12

Páginas Verdes

Gerson Castelo Branco

38 Crime em Castelo

MERCADO 64. Empreendedorismo Jovens empreendedores 68. Pesquisa Alô, alô, Piauí! ESPORTE 72. Futebol Piauiense Cartão vermelho para corrupção no esporte 78. Retratos da Vida Maestro Emmanuel: um exemplo de dedicação COMPORTAMENTO 84. Estresse Alívio para o estresse

09

Jeane Melo

58 Matopipa

07. Cidadeverde.com Yala Sena

COLUNAS

48

22. Economia e Negócios Da redação 28. Ponto de Vista Elivaldo Barbosa 71. Tecnologia Marcos Sávio 75. Chão Batido Cineas Santos 80. Elas por Elas Eli e Élida 86. Perfil Péricles Mendel

90

Tony Batista


foto Manuel Soares

A Cajuína cristalina em nossa boa sina! “A cajuína cristalina em Teresina” foi exaltada em verso e melodia pelo cantor e compositor baiano Caetano Veloso, amigo do poeta piauiense Torquato Neto. Caetano eternizou esse verso na canção “Cajuína”. Sua inspiração veio de um belo encontro, ao vir pela primeira vez a Teresina, após a morte do amigo. Caetano se emocionou na residência do pai de Torquato, Seu Heli, ao ser servido com a nossa bebida típica em um ambiente marcado pela forte presença espiritual de um dos pais do Tropicalismo. E foi assim que Teresina estreou nos acordes da Música Popular Brasileira. O Brasil aprendeu a cantar a música e agora a cajuína piauiense foi posta em um lugar especial por conta de dois importantes acontecimentos recentes: a bebida foi registrada como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan e o produto recebeu o selo de Indicação de Procedência, a Indicação Geográfica (IG), pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI. O registro IG reconhece reputação, qualidades e características que estão vinculadas ao local de origem. Existem no Brasil, atualmente, 42 Indicações Geográficas registradas. A indicação demonstra que um produto é patrimônio regional para preservar esta identidade que seria parte da cultura de um povo. Já o “Modo de fazer tradicional da cajuína” que recebeu no início do mês de junho, o título de Patrimônio Cultural Brasileiro é o primeiro selo como bem imaterial que o Piauí recebe. Foi muito importante que isso

tenha ocorrido com a cajuína, pois a bebida tem muita representatividade em todo o Piauí já que há um apelo afetivo muito grande para o piauiense. A bebida tipicamente piauiense é vendida não só nos mercados do Piauí e Ceará, mas também para outros estados, como é o caso de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Bahia e Maranhão. A nossa cajuína é o único produto 100% natural, sem adição de qualquer tipo de conservante ou corante. A cajuína é um “refresco” não etílico, sem nenhum teor de álcool, historicamente produzida em pequenas unidades familiares “de fundo de quintal”, como uma tradição familiar desde o final do século XIX. Os dois títulos protegem a cajuína do Piauí das ações de indústrias multinacionais produtoras, por exemplo, de refrigerantes. Tais empresas poderiam se apropriar dos conhecimentos tradicionais e a patentearem prejudicando os agricultores familiares locais, os verdadeiros detentores destes conhecimentos, dos processos produtivos e das tradições culturais. Uma grande conquista para o Piauí e sua gente. E assim com essa bebida cristalina, que mata a sede no calor de Teresina, gera emprego e renda, poderemos sorver o bom da vida e até questionar a existência, a vida aqui na Terra, assim como Caetano o fez: “Existirmos: a que será que se destina?”. Dina Magalhães Editora-chefe

REVISTA CIDADE VERDE | 14 DE JUNHO, 2015 | 5


A Revista Cidade Verde é um periódico quinzenal da Editora Cidade Verde Ltda. A Cidade Verde, não necessariamente, se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos ou por qualquer conteúdo publicitário e comercial, sendo esse último de inteira responsabilidade dos anunciantes. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra através de qualquer meio, seja ele eletrônico, mecânico, fotografado ou gravado sem a permissão da Editora Cidade Verde.

PRESIDENTE Jesus Tajra Filho Conselho Editorial: Jesus Tajra (presidente) José Tajra Sobrinho (vice-presidente) Conselheiros: Amadeu Campos, Dina Magalhães, Fonseca Neto, Jeane Melo, Nadja Rodrigues e Yala Sena Diretoria da Editora Cidade Verde: Elisa Tajra Diretoria de Assinaturas e Circulação: Clayton Nobre Riedel Filho e Valdinar Lima Júnior Diretoria Comercial: Cristina Melo Medeiros e Marina Lima Diretoria de Publicidade e Marketing: Jeane Melo, Caroline Silveira, Rafael Solano, Itallo Holanda e Airlon Pereira Editora-Chefe: Dina Magalhães - DRT/RJ 174.12/97 Chefe de redação: Arlinda Monteiro Repórteres: Caroline Oliveira, Jordana Cury, Marta Alencar, Severino Filho e Ubiracy Sabóia Repórteres fotográficos: Thiago Amaral e Wilson Filho Redação (articulistas): Cecília Mendes, Cineas Santos, Élida de Sá, Eli Lopes, Eneas Barros, Elivaldo Barbosa, Fonseca Neto, Jeane Melo, Marcos Sávio, Péricles Mendel, Pe. Tony Batista e Zózimo Tavares Colaboradores desta edição: Antônia Pessoa, Ascom Fiepi, Ccom, Rayldo Pereira Editores de Arte/Diagramadores: Cicero Willison e Magnaldo Júnior Ilustrador: Izânio Façanha Revisão: Joca Nettu (Joaquim Lopes da Silva Neto) Foto de capa: Juscel Reis Impressão: Halley S.A. Gráfica e Editora

Revista Cidade Verde e Editora Cidade Verde Ltda Rua Godofredo Freire, nº 1642 / sala 35 / Monte Castelo Teresina, Piauí CEP: 64.016-830 CNPJ - 13284727/0001-90 email: revista@cidadeverde.com fone: (86) 3131.1750

6 | 14 DE JUNHO, 2015 | REVISTA CIDADE VERDE

Eterna Genu Edição 102, do dia 11 de janeiro de 2015, a Revista Cidade Verde mostrou em uma reportagem especial a história de uma mulher considerada à frente do seu tempo, culta, forte e irreverente, Maria Genoveva Aguiar, ou simplesmente Genu Moraes. Ela foi capa da publicação. Na reportagem, a equipe de repórteres da Revista Cidade Verde elencou aspectos marcantes da personalidade de Genu Moraes, que foi jornalista, atriz e política apaixonada. A matéria também reuniu depoimentos de autoridades e familiares que enalteceram os talentos e o papel de Genu na sociedade piauiense. Outra curiosidade citada na reportagem é que Genu morava no casarão onde nasceu, localizado na avenida Antonino Freire, centro da capital. Hoje, o local é considerado um museu, por preservar a memória da família.

Genu, que faleceu no dia 7 de janeiro de 2015, teve sua história relatada no livro “Genu Moraes, a mulher e o tempo” do jornalista e escritor Kenard Kruel, lançado no dia 29 de maio, no Theatro 4 de Setembro. Com mais de 600 páginas, a obra escrita em primeira pessoa, reúne depoimentos e revelações da própria Genu.


YalaSena

yalasena@cidadeverde.com

Foto Arquivo pessoal

Festival de Inverno

Foto Dionísio Neto

O blog Playlist embarcou em mais uma cobertura especial. Dessa vez, o jornalista Rayldo Pereira foi até a terra da opala, onde mostrou os destaques da 12ª edição do Festival de Inverno de Pedro II. O evento bateu recordes de público dentre todas as edições anteriores, reunindo mais de 50 mil pessoas ao longo dos quatro dias de evento. O festival contou com atrações nacionais, como Ana Carolina, Frejat, Jorge Ben Jor e J.J.Jackson. A cobertura completa está disponível com fotos e vídeos no endereço http://cidadeverde.com/playlist.

Arte a céu aberto O projeto Teresina Sustentável fez o chamamento e os artistas e grafiteiros atenderam prontamente. A iniciativa é uma intervenção urbana com o tema ambiental e pretende montar uma galeria de arte a céu aberto. O primeiro ponto foi nas pilastras do metrô na avenida Maranhão. Vários artistas participaram como Nonato Oliveira, Washington Gabriel, Sanatiel Costa, Eduardo Alemão e Panzer. O evento é organizado pela Prefeitura de Teresina. O Cidadeverde.com acompanhou a intervenção através do blog Cidade Sustentável, com o jornalista Dionísio Neto.

Suicídio em Teresina Um dado estarrecedor foi divulgado pelo professor da UFPI, Benedito Carlos Araújo Júnior. No Piauí, 80% dos suicídios em Teresina são cometidos por pessoas negras. Por cinco anos, Benedito fez pesquisa que resultou na sua tese de doutorado: “Apoptose na Cidade Verde: suicídios em Teresina na primeira década do século 21”. Os dados foram divulgados no Salipi (Salão do Livro no Piauí) e reforçam a urgência do debate sobre o assunto na capital. Veja matéria no Cidadeverde.com.

TOP FIVE Vídeo mostra depoimento de jovem suspeito de estupro em Castelo do Piauí - bit.ly/VideoCastelo Garota de 17 anos, vítima de estupro, morre após passar por três cirurgias - bit.ly/MorteCastelo No Facebook, amigos lamentam morte de Danielly; veja mensagens - bit.ly/LutoCastelo Médico é baleado ao reagir a assalto na zona Leste de Teresina - bit.ly/MedicoBaleado Motorista é atropelado pelo próprio carro e morre em acidente na Ilhotas - bit.ly/MotoristaCies REVISTA CIDADE VERDE | 14 DE JUNHO, 2015 | 7


Opinião @rcidadeverde

revista@cidadeverde.com

/cidadeverde /cidadeverde

Capa Ano 05 Edição 112

O professor Cineas Santos, sempre franco, sincero e que não se gaba, não se vende à ‘’cultura’’ pobre da mídia atual. Gosto de suas crônicas. Ele próprio se denomina um animal. E é um animal em extinção. Para mim, uma espécie de Monteiro Lobato piauiense. Vida longa, professor! Jeilson Abreu

Ótima a entrevista do professor Cineas à Revista Cidade Verde. Acho que, a partir daí, inaugurou-se uma nova tipologia textual: a entrevista lírica. Já o conheço como cronista, contista e poeta, através dos veículos impressos de nosso Estado. Quando folheio a Revista Cidade Verde, vou direto ao ponto: Chão batido. Apesar de não o conhecer, tenho no fundo dos olhos o chão estorricado do sertão de Caracol, o olhar arguto de Dona Purcina e a seriedade de “seu” Liberato. O professor Cineas tem a capacidade de conjurar o território interiorano de sua meninice com a mesma força com que Guimarães Rosa nos mostra o universo do sertão mineiro. Maria Lúcia do Vale Martins

8 | 14 DE JUNHO, 2015 | REVISTA CIDADE VERDE

Excelente matéria sobre empreendedorismo digital da Revista Cidade Verde, escrita pela jornalista Marta Alencar. Pude expressar minha opinião como profissional da área e genuinamente piauiense. Eu acredito no meu Estado. Paulo Solano

Marta Alencar, a sua matéria supera expectativas. Parabéns! Como a Dina Magalhães falou, você ainda vai muito longe, pois tem muito talento. Sucesso e conte sempre comigo! Ney Lins

Parabéns, meu querido Djalma Barbosa. Reportagem de alto nível e reconhecimento internacional mais do que esperado, colocando o Piauí em destaque. Deus continue te abençoando. Muito sucesso! Confiamos em seu potencial! Letícia Napoleão Matéria da Revista Cidade Verde com assunto de qualidade e conteúdo. Parabéns, Dr. Djalma Barbosa! Evelline Vasconcelos

Quanta satisfação em ler a entrevista da Revista Cidade Verde: Dr. Norberto Campelo, no Conselho Nacional de Justiça - (CNJ), um piauiense que nos enche de orgulho e esperança de melhores dias na Justiça brasileira. Um conselheiro de notável saber jurídico e reputação ilibada, eleito para um mandato de dois anos. Maria Egídia Soares Andrade Economista Capa maravilhosa. Foto linda. Leiara Sampaio

Esse meu amigo me enche de orgulho! Determinação, foco e acima de tudo, pessoa do bem. Parabéns, Djalma Barbosa!

Revista PERFEITA! Parabéns pelo belíssimo trabalho amiga.

Carla Poliania

Henrique Batista


JeaneMelo (Medo)

A

ndo com muito medo. Especialmente da nossa ousadia. Arriscamos demais! Colocamos a família toda no carro, em um sábado qualquer e seguimos para uma sorveteria da moda, movimentadíssima, bem ali em nossa zona de conforto, praticamente no quintal de casa. E no finalzinho da tarde, com o dia ainda claro. Já pensou no tamanho do risco? Aconteceu com um jovem médico, por esses dias. Balanço desta “arriscada aventura”: pai de família baleado. Foi na sorveteria movimentada e cheia de outras pessoas corajosas, mas poderia ter sido na padaria, na farmácia, no mercadinho, na porta da igreja. Na zona norte, sul, leste, sudeste. Na tal zona de conforto. Por que não? Melhor esquecer o pão, a Cibalena, o pacote de café ou as duas bolas de sorvete. Melhor respirar fundo, fazer ioga em casa e procurar uma cura para o mal do momento: o medo. Palavras somem diante de um Piauí irreconhecível. Até elas, as palavras, querem ficar trancadas em uma casa imaginária com muros altos e uma guarita com um guardinha bem esperto. (Na pior das hipóteses, elas aceitam parênteses para dificultar o acesso.) Como as palavras podem ter o calibre da raiva, da indignação ou do medo, as minhas muitas vezes nem disparam. Elas se fecham diante dos absurdos antes anunciados apenas pelos jornalistas famosos em rede nacional. Sabe aquelas histórias

Artigo de primeira

de horror que acontecem na Síria, no Iraque, no Afeganistão ou lá na Faixa de Gaza, “beeeeeem” longe? Sofremos tentandos entendê-las em sua complexidade, mas sem ir a fundo nessas histórias, conseguimos compreendê-las em sua simplicidade. Tudo esbarra na falta de amor, de compaixão, de base famíliar, de sanidade, de sabedoria, de educação, de punição, de honestidade, de bom senso, de justiça, de Deus. A cultura da violência é, sem dúvida, alimentada pelas faltas.

A cultura da violência é, sem dúvida, alimentada pelas faltas. Infelizmente, esses absurdos chegaram tão perto que agora o sangue respinga em nós e nos nossos. Está na calçada que passamos diariamente, no bairro ao lado, na cidade mais próxima, na pracinha onde você brincava livremente quando era criança, na postagem dos amigos nas redes sociais. A violência virou pandemia, problema de saúde pública. E enquanto muitos pensam na temida crise financeira, eu só penso com tristeza na crise moral, dos valores ricos ensinados na infância e fortalecidos por meio dos exemplos e da educação formal. Esses valores inflacionaram de vez. Queremos vê-los de volta – já existiram? - com juros

jeane@cidadeverde.com

e correção. O Estado tem uma dívida com cada cidadão brasileiro, com cada piauiense. Pior é não conseguir enxergar um “foquito” ligado no tal fim do túnel. (Pagaram a conta desse talão?) Onde estão as políticas públicas de combate à violência? Aquelas que saem do papel? Como estão nossos policiais? Eles sentem-se seguros para nos proteger? Eles conseguem sair tranquilos de casa com a família para tomar um sorvete? Como não se indignar com a morte da Danielly, uma das quatro meninas de Castelo do Piauí, judiadas até “dizer chega” por cinco pessoas más? O que dizer do avô que, dias antes da tragédia com as meninas, estuprou, envenenou, estrangulou e matou o neto de 10 anos na cidade de Bertolínia? Por esses dias, em Monsenhor Gil, outro crime bárbaro vitimou uma criança de 3 anos. Quer saber quem é o principal suspeito? O tio. Ah, gente, nem conseguimos viver um luto direito, que lá vem outra tragédia! Aí, seguimos ousados, enfrentando o dia a dia, a nossa rotina. Enquanto eu preparo meu lanche para levar ao trabalho, uma menina coloca um spray de pimenta na bolsa antes de ir para a autoescola, garotas sobem um morro lá em Castelo do Piauí para fazer um trabalho escolar e um menino vai visitar um avô. Meia hora depois, não sabemos mais de nada. Rezem pelo Piauí! REVISTA CIDADE VERDE | 14 DE JUNHO, 2015 | 9


UNINOV

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