Revista Cidade Verde 177

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CLAU PUBLIC


UDINO CIDADE


Índice

08

Capa

Imóveis: como fazer um bom negócio?

Páginas Verdes Gustavo Cerbasi

Reaproveitar água sai barato

05. Editorial

36. Parede decorativa

08. Páginas Verdes Gustavo Cerbasi concede entrevista à jornalista Cláudia Brandão

58. O risco de amputações para pacientes diabéticos 62. Indústria

13. Palavra do leitor

64. Direito à vida

24. Fugindo do calor

80. O significado das cores de natal

32. Pequenos notáveis

16

Como baixar a conta de luz

22. Ponto de Vista Elivaldo Barbosa 30. Tecnologia Marcos Sávio

44. Economia e Negócios Jordana Cury 69. Chão Batido Cineas Santos 78. Playlist Rayldo Pereira 84. Perfil Péricles Mendel

Articulistas 21

Fonseca Neto

40

COLUNAS

48

90

Tony Batista


foto Manuel Soares

O bom investimento começa pelo conhecimento Fim do ano chegando e vem junto aquela vontade de reformar a casa ou mesmo de mudar de endereço no ano novo. É uma época em que, tradicionalmente, o mercado da construção civil se aquece para atender aos desejos dos consumidores. Agora, mais ainda, por conta da recessão, o mercado está desaquecido e os preços ficaram mais convidativos. A Revista Cidade Verde está em sintonia com este momento e preparou uma edição especial com várias dicas para quem está pensando no assunto. Para começar, é preciso saber escolher bem o imóvel e as condições de compra do novo endereço. As aparências podem levar o consumidor ao engano. Nem sempre um imóvel bonitinho é um bom investimento. Na hora de fechar o contrato, é preciso prestar atenção a alguns itens importantes, como financiamento, localização, valor de mercado e estrutura da construção.

mico, item indispensável em uma cidade de temperaturas elevadas como Teresina, sustentabilidade e revestimentos que são tendências na decoração. Projetos que reaproveitam a água dos chuveiros e pias estão sendo adotados com sucesso nas residências, ajudando a preservar o planeta e o seu bolso, a um só tempo. Nas páginas verdes, uma entrevista imperdível com o consultor financeiro Gustavo Cerbasi, autor de best-sellers na área, como o livro “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”. Em rápida passagem por Teresina, ele nos concedeu entrevista e deu dicas preciosas sobre o conceito de riqueza e de como chegar lá.

Nossa equipe ouviu especialistas na área para contar aos leitores o que deve ser observado na hora de assinar o contrato para garantir a segurança de fechar um bom negócio. Afinal, é um investimento alto demais para incorrer em erros. Se você está pensando em comprar um imóvel, para morar ou para investir, não deixe de ler a reportagem de capa assinada pela jornalista Jordana Cury.

E encerrando o mês de novembro, não poderíamos deixar de falar em uma doença que mata uma pessoa a cada seis segundos. A diabetes é responsável por cinco mil mortes por ano no Brasil – uma estatística estarrecedora. Não bastasse a alta incidência de mortes, a doença ainda pode deixar muitas sequelas na vida do paciente, sendo uma das piores a amputação dos membros, especialmente os inferiores. Portanto, o melhor mesmo é ficar atento ao índice de glicemia no sangue e se prevenir enquanto é tempo.

Em uma sequência de reportagens, você vai encontrar ainda informações preciosas sobre conforto tér-

Cláudia Brandão Editora-chefe

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HOUS PUBLIC


SE D1 CIDADE


Entrevista POR CLÁUDIA BRANDÃO

Gustavo Cerbasi

claudiabrandao@cidadeverde.com

“Enriquecer é uma questão de escolha”

O consultor financeiro Gustavo Cerbasi orienta sobre as escolhas mais acertadas para quem quer ficar rico, sem abrir mão da qualidade de vida e dos pequenos prazeres que trazem satisfação no dia a dia. foto Wilson Filho

O consultor financeiro Gustavo Cerbasi é muito procurado por pessoas que querem investir e multiplicar o capital, independente do quanto elas possuam. Autor de quinze livros, entre eles o best-seller “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, Cerbasi aconselha, de maneira didática e esclarecedora, sobre os comportamentos a serem adotados e evitados por quem quer levar uma vida melhor no futuro. Um dos seus livros tem como tema o instigante título “Enriquecer é uma questão de escolha”. Será mesmo?

RCV – Se enriquecer é mesmo uma questão de escolha, como o senhor diz, por que há tão poucas pessoas ricas no mundo? GC – Na verdade, essa escolha de-

pende de informação e educação, principalmente. Nós temos uma educação que prepara as pessoas para trabalhar. Isso não tem nada de errado, não é uma falha educacional. Só que as pessoas, talvez por uma rotina viciada, ou pela correria da vida moderna, talvez por tradições, não se sintam confiantes para correr atrás da sua própria educação, do autoaprendizado, do autodidatismo. E o enriquecimento depende das pessoas saírem do lugar comum.

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Dependem de, numa recuperação de crise, chegar em primeiro lugar, ou antecipar-se à concorrência. Depende de identificar um bom investimento, um bom empreendimento, algo bom para se comprar e revender. Então, esse tipo de conhecimento, de envolvimento, pode ser feito com qualquer ativo. Se eu compro e vendo alimentos, eu posso me tornar um investidor. Se eu tenho uma visão de negócios, eu posso montar uma barraquinha para vender suco na porta de casa, como fazem as crianças nos EUA. O que falta é o estímulo para que as pessoas desenvolvam uma autoconfiança para que, com isso, elas corram atrás do aprendizado daquilo que é mais interessante para elas e, quanto mais envolvimento tem em algo que seja interessante para a pessoa, mais conhecimento ela vai ter sobre oportunidades e mais ela vai identificar processos que levem ao enriquecimento. Eu quero deixar bem claro que enriquecimento não é apenas acumulação de riqueza.

RCV – O que você define como enriquecimento? GC – Uma pessoa que consegue

montar a sua estrutura de vida menos dependente de dinheiro, menos dependente de riquezas, alguém que leve esse estilo de vida mais autossustentável, com certeza, é uma pessoa muito mais rica do que aquele que ganha muito dinheiro, mas precisa manter um custo de vida elevado. Enriquecer depende das escolhas que você faz ao longo da vida e, talvez, a nossa educa-

Enriquecer depende das escolhas que você faz ao longo da vida e, talvez, a nossa educação careça de ensinar nossos jovens a fazer boas escolhas.

ção careça de ensinar nossos jovens a fazerem boas escolhas.

RCV – E, por falar em educação, o senhor sente falta da disciplina de educação financeira nas escolas ou até mesmo de uma orientação nesse sentido dentro de casa para que as crianças comecem a aprender desde cedo? GC – Eu sentia falta nas escolas.

Hoje a educação financeira já está presente nas escolas, principalmente nas privadas. As escolas públicas já possuem um projeto em andamento, que atinge mais da metade das escolas pelo Brasil. Seja por iniciativa do Ministério da Educação, seja por iniciativa de professores, de alguma maneira, as crianças já têm educação financeira. A dificuldade, hoje, dessa geração que está na escola e que, certamente, será mais rica que a do seus pais, é a de encontrar exemplos em casa, porque seus pais vivem uma realidade de falta de educação financeira, de práticas viciadas, de contar com o crédito como se fosse salário, de lidar com dificuldades o tempo todo. Essas crianças estão aprendendo coisas que elas não veem

ser praticadas no dia a dia. É típico de toda sociedade que está em um processo de inflexão num comportamento que era inadequado. Meu entendimento é que esses jovens que hoje têm uma noção melhor de valor, não de preço, que vivem em uma realidade já mais conectada, de acesso a oportunidades que eles podem ter com uma boa internet, e não com um bom patrimônio, terão experiências muito mais interessantes, com menos dinheiro, que seus pais, porque se a educação financeira não chega para eles, a sociedade está financeiramente mais madura e está trabalhando mais o conceito de compartilhar bens do que ter bens e concorrer por status, que foi o que ditou as escolhas dos adultos de hoje.

RCV – Como conciliar essa consciência de partilha com o comportamento dos pais que enchem as crianças de presentes e cedem a todos os pedidos que elas fazem? GC – Isso atrapalha muito. Já há um franco debate sobre os maus hábitos dos pais, dessa geração que carrega o peso na consciência. Uma geração que trabalha demais e que, por isso, quer compensar seus filhos com mais presentes e com coisas que não teve na sua infância. Na prática, os filhos já estão reativos a essa postura. Como se fala muito hoje do compartilhamento, de viver experiências, de um mundo sem fronteiras, esses jovens estão muito menos dispostos a trabalhar como seus pais porque eles veem esse ritmo de trabalho como algo insano. Eles tendem a trabalhar

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A solução para as famílias é que pelo menos um dos membros pense em um empreendimento, um negócio próprio, como uma segunda fonte de renda.

menos e, consequentemente, a ganhar menos, só que não vão sentir falta desse ganho que eles deixaram de ter porque eles vão ter um estilo de vida mais leve como reação a um estilo de vida ruim que seus pais estão praticando. Obviamente, quanto mais os pais insistem em manter essa postura de presentear, de celebrar com compras, e não com experiências, mais difícil será a adaptação desses jovens a um mundo que já se mostra como uma realidade, e não como uma promessa.

RCV – O Brasil está começando a sair da sua mais profunda recessão econômica. Como as pessoas podem guardar dinheiro para um projeto futuro, quando o salário mal dá para pagar as contas no final do mês? GC – Essa é exatamente a dificuldade da saída da recessão, porque já teríamos saído dela se houvesse algum tipo de poupança no Brasil, só que não há poupança das famílias, não há poupança dos empresários, tampouco no governo. Então, o que está tornando lento o processo de recuperação é justamente essa falta de investimento. E como o Brasil perdeu o crédito internacional por vários fatores, inclusive político, não há interesse do investidor estrangeiro em injetar recursos para a economia crescer rapidamente. Não é exatamente questão de fazer poupança para investir futuramente em um negócio, o que o brasileiro precisa fazer agora é entender que nosso país é mais pobre do que já foi, que aquele emprego que existia até dois anos atrás não vai voltar e que a solução para as famílias é que pelo menos um dos membros pense em um

empreendimento, um negócio próprio, como uma segunda fonte de renda. Para quem tem hoje um negócio estruturado, um bom plano, já começam a surgir as fontes de crédito, subsidiadas ou não, mas que vão fomentar esses negócios mais organizados. Dinheiro nunca faltou no Brasil, na verdade, o que sempre faltou foram bons planos diante do improviso do empreendedor. Se o empreendedor está disposto a aprender a se estruturar, a se organizar, ele vai encontrar nos bancos e em agências de fomento, em investidores-anjo, recursos disponíveis para alimentar bons projetos que vão crescer nesses anos de recuperação da economia.

RCV – A poupança ainda é o melhor caminho para quem quer começar a guardar dinheiro? GC – Não, a poupança deixou de ser

porque ela continua sendo o investimento mais simples, mais acessível e de menor custo, principalmente. O cliente não paga tarifas bancárias para ter acesso a poupança. Mas o próprio governo brasileiro estruturou melhor o programa tesouro direto para dar acesso a cidadãos comuns que que-

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rem investir em títulos públicos, que são um produto de investimento que rendem pelo menos 25% a mais do que a poupança em termos de ganho. Se a pessoa tem acesso a uma conta corrente que permite direcionar recursos para uma corretora sem um custo significativo de remessa de dinheiro, ela estará acessando investimento mais eficiente, um pouco mais complexo, porém mais rentável do que a caderneta de poupança. Então, há uma necessidade hoje na economia de se rever o modelo da poupança porque, quanto mais avança a educação financeira, mais as pessoas vão perceber que existe, oferecido pelo próprio governo, um produto de investimento muito mais eficiente e interessante do que aquele tradicional porto seguro das famílias brasileiras.

RCV – Investir em imóveis ainda é um bom negócio? GC – Sempre foi e, ao mesmo tem-

po, nunca foi, porque quando se fala em investir em imóvel para ganhar dinheiro, tem que se entender que comprar imóveis não é um bom negócio porque imóveis dependem de um enriquecimento da economia, do crescimento do PIB para que haja valorização. Se eu for analisar o mercado médio de imóveis no longo prazo, para que haja valorização é preciso ter enriquecimento e enriquecimento é consequência do crescimento do PIB e este, tradicionalmente, no Brasil, é baixo. Os imóveis, nos últimos anos, se valorizaram igual ao PIB, mais o crescimento da inflação. Então, quem ganha dinheiro com imóveis? Em todo tipo de ativo, ganha dinheiro quem sabe comprar. Investe bem quem vai encontrar alguém que


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