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Viagem
PARIS É UMA FESTA
por Junior Ferraro | diretor de redação da revista Azul
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Existe mais de uma razão para Paris ser chamada de Cidade-Luz. A mais conhecida é que a capital da França foi a primeira cidade europeia a ter uma via iluminada com lâmpadas a gás – no caso, a Champs-Élysées, em 1828. Outro motivo para esse apelido é que, durante o Iluminismo, no século 18, Paris tornou-se um centro de ideias e atraiu muitos filósofos, pensadores, artistas, poetas e cientistas. Além disso, a metrópole francesa é até hoje bastante famosa por sua noite feérica, com ruas e monumentos iluminados.
A razão, realmente, não importa tanto. De dia ou à noite, Paris é uma festa para os olhos e para todos os outros sentidos. A arquitetura, a gastronomia, a música, a cultura e a aura romântica fazem da cidade uma das capitais mais turísticas da Europa.
E, como nas melhores festas, não há uma regra para se divertir em Paris. Alguns gostam de se perder nas ruas, em metrôs e bairros da cidade ou de passear pelas margens do Rio Sena sem destino certo. Outros preferem tomar um vinho em um bistrô no Marais, descobrir um show de jazz no Quartier Latin ou fazer uma loucura gastronômica em um dos mais de 5.700 restaurantes da cidade. Se seu tempo for mais escasso, porém, a ordem é aproveitar a cidade ao máximo. Vamos com alguns highlights que merecem ser visitados ao menos uma vez na vida.
Você pode começar seu tour por um dos pontos mais antigos da capital, a Île de la Cité. Foi a partir dali que Paris se desenvolveu como cidade e ganhou seu primeiro monumento importante: a Notre-Dame. A catedral em estilo gótico começou a ser erguida em 1163 e só ficou pronta 170 anos depois. Sua arquitetura impressiona, com as torres de 69 m de altura, os imensos vitrais coloridos, o imponente órgão e as altíssimas colunas internas. Os mais corajosos podem subir os 422 degraus da íngreme escada das torres, para ver de perto várias gárgulas e o campanário, imortalizados pelo livro de Victor Hugo, O Corcunda de Notre-Dame, de 1831. Não por acaso, a catedral é o monumento gratuito mais visitado de Paris.
O outro famoso ponto turístico parisiense é bem mais novo – foi construído entre 1887 e 1889 –, mas acabou se tornando o símbolo da capital francesa. Trata-se da Torre Ei el, a imponente estrutura de metal projetada pelo engenheiro Gustave Ei el, para receber os visitantes da Exposição Mundial de 1889. A novidade fez tanto sucesso que virou atração fixa da cidade e hoje é um dos monumentos pagos mais visitados do mundo. Pudera: com 314 m de altura (equivalente a um edifício de 81 andares), a torre pode ser vista praticamente de qualquer ponto da cidade. São três andares e um observatório no último pavimento, a 276 m do chão. À noite, ela fica toda iluminada e brilha como ouro contra o céu escuro. Um espetáculo inesquecível.
Para visitar outros pontos conhecidos da cidade, os turistas podem percorrer o Eixo Histórico, uma reta que vai do Museu do Louvre até o Arco do Triunfo, passando pela Avenida Champs-Élysées, e acabando no distante bairro de La Defense. A ideia é começar o dia pelo Louvre e dedicar boa parte da manhã para desbravar seu imenso universo artístico-cultural. São 160 mil m2 e um acervo de mais de 35 mil obras expostas, entre elas La Gioconda, mais conhecida como Mona Lisa, a célebre pintura de Leonardo da Vinci. Não deixe de observar a grande pirâmide de vidro no pátio central, projeto do arquiteto chinês I.M.Pei, que se tornou a entrada principal do museu em 1989.
Após a maratona cultural do Louvre, pode bater uma fominha. Na região, existem vários cafés e bistrôs para um almoço rápido. Uma boa dica é comprar uma baguete com queijo e presunto, meia garrafa de vinho e fazer um pequeno piquenique no famoso Jardin des Tuileries, que data do século 16. Este é o parque preferido dos parisienses, que passeiam entre alamedas arborizadas e esculturas clássicas, treinam corrida ou apenas relaxam em cadeiras dispostas ao redor dos dois lagos do jardim.
Outra vista imperdível de Paris fica justamente em seu ponto mais alto, na colina de Montmartre. O bairro boêmio, recortado por ladeiras e ruas bucólicas, foi frequentado por artistas como Pablo Picasso, Claude Monet e Pierre-August Renoir. Vale a pena percorrer as vias lotadas de pintores de rua, comer um crepe com creme de marrom (à base de castanhas portuguesas) ou tomar uma boa taça de vinho ouvindo os músicos que tocam nas calçadas. No topo, fica a Basílica de Sacre-Coeur, uma das igrejas mais famosas da capital francesa – suba na cúpula para observar a cidade.
Mas nem só de pontos históricos e monumentos imponentes vive Paris. Um dos grandes atrativos da cidade é sua gastronomia, que abrange desde quiosques de crepes até sofisticados restaurantes.
Porém, uma visita a uma das muitas boulangeries e pâtisseries da cidade já é o suficiente para fazer seu estômago feliz, tamanha a variedade de pães quentinhos, brioches macios e croissants que estalam de tão crocantes. Sem contar sobremesas fantásticas, como éclairs de chocolate, macarons de framboesa e tortas de creme com frutas. Nessa festa, só não vale contar as calorias.
Ilha do Amor, rio Tapajós