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COP26:
a esperança que soube a pouco Aquém. Se tivermos que resumir a COP26 numa palavra, essa estaria no topo das preferências. Ou talvez mesmo muito aquém. A 26.ª Cimeira do Clima, em Glasgow, na qual a ZERO marcou presença, soube a pouco, ficando aquém das expectativas que o mundo colocava nos líderes mundiais, cuja coragem para ir mais além esmoreceu ao longo das duas semanas da conferência. • Francisco Ferreira,
das Nações Unidas, António Guterres, para a necessidade de mudarmos um curso que coloca em perigo a humanidade. Outros líderes políticos (em presença ou por videoconferência) também marcaram a primeira semana, com destaque para os discursos dos chefes de Estados e primeiros-ministros dos países mais relevantes, quer em termos do peso das suas economias, quer em termos de responsabilidade histórica nas emissões que contribuem para o aquecimento global. Por outro lado, houve também discursos marcantes de pequenos países já fortemente afetados pelas alterações climáticas, reclamando por justiça e compensação. Já a segunda semana foi marcada pe-
las negociações técnicas por parte das delegações dos países e pela chegada dos ministros do ambiente, energia e clima e outros membros governamentais. O apelo de Barack Obama aos jovens para se manterem firmes na luta climática e o regresso de Boris Johnson para um apelo desesperado aos negociadores para um real progresso nas conversações revelaram-se como estímulo de aceleramento e de pressão para resoluções concretas. As medidas adequadas no combate à crise climática exigiam uma resposta satisfatória na mitigação, na adaptação, no financiamento e na justiça climática. Em nenhuma delas, a COP26 cumpriu inteiramente. Na ambição climática, eram precisas medidas de
ESCOLA
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ão partimos para esta conferência de forma ingénua, uma vez que sabíamos que seria difícil alcançar metas concretas para limitar o aquecimento global a 1,5ºC (em relação à era pré-industrial) – e, de facto, o acordo de Glasgow falhou aqui. Nesta COP, pedia-se a 196 países e à União Europeia que apresentassem planos de redução de emissões até 2030, com o objetivo de continuar a reduzi-las até se atingir a neutralidade climática global em 2050, fazendo cumprir o Acordo de Paris assinado em 2015. E – spoiler alert – falharam. “Basta” foi a palavra de um dos discursos mais marcantes da primeira semana, num apelo do Secretário-Geral
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ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável
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