Escrita Criativa nº3

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Mês Setembro nº 3

Uma crítica sobre o comportamento do Homem com a Natureza

Um poema que dá vida a emoção que é comum a todos, o amor.

Uma história profunda de significado e de emoção.

Um poema onde se descreve a emoção de uma relação entre almas diferentes mas iguais


Índice e destaques

Índice

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Destaques

Editorial………………………………..…3

Histórias Narrativas

As Nossas Sugestões……………….4

 Pétala de Luz – uma história profunda de significado emoção.

Histórias Narrativas………………….6 Pétala de Luz…………………….....6  Tu és a Cruz que Eu Carrego...8 Histórias Poéticas………….………..18  Quero………………………………….18 Com que Verbos Conseguiremos Conjugar o Verbo Amar.………….20  Entre a Fé e o Desespero.……23 Uma das Razões da Solidão.…27  Sou o Contrário de Ti……….….28 Apenas Caos………………….…….32 Será que a Poesia Tem Alma?........................................33 Viajar entre Palavras………….…35 Reencontro………………………….38 Sabe a Pouco………………………..40 Flor……………………………………….43 Críticas e Sátiras………………………45 Ser Humano…………………………45 Comportamentos na Praia…..47 Regras para Trabalhos Enviados………………………………….49

Histórias Poéticas Com que Verbos podemos Conjugar o Verbo Amar – Um poema que dá vida a emoção que é comum a todos, o amor. Sou o Contrário de Ti - A emoção de uma relação entre almas diferentes mas iguais

Críticas ou Sátiras Ser Humano – um poema com uma crítica aos comportamentos do Homem em relação à Natureza

Ficha Técnica: Mês de Setembro n.º 3 via internet – ebook Editora e Proprietária: Marta Sousa Redacção: Marta Sousa, Vitor Figueiredo, Lena Amurita, Malfada Ferreira, Marina Ferraz, Ruy Crespo Filho, Flávio Pereira, Cristina Pedroto Grafismo: Marta Sousa, Ruy Crespo Filho (Imagens dos textos “Tu és a Cruz que eu Carrego”, “Sou o Contrário de Ti” e “Reencontro ”) Interdita a reprodução para fins lucr ativos ou comerciais dos textos e interdita a reprodução Escrita Criativa sem a indicação do respectivo nome do autor.


Editorial

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Este mês trazemos novidades na secção das Nossas Sugestões, consideramos importante dar a conhecer os nossos escritores. Este mês podem conhecer o livro de Mafalda Ferreira, “Os meus Sonhos nas Tuas Mãos “, que já tinha referido no número anterior, com o prefácio do mesmo para dar um pouco de curiosidade aos nossos leitores. Apresentamos também o livro de Marina Ferraz que escreveu uma pequena história cheia de emoções para a Revista Escrita Criativa de Setembro. O seu livro chamasse “ Fragmentos de Mim” é um livro de poesia que foi lançado no dia 14 de Junho de 2008. Estamos gratos de ter as participações destas escritoras. Neste mês, teremos Histórias Narrativas, este mês com a participação de Marina Ferraz e Ruy Crespo Filho a contar as suas histórias com profundos significados e emoções. Nas Histórias Poéticas poderemos contar pela primeira vez com poemas de Ruy Crespo Filho, envolventes e emocionantes, e de Flávio Pereira que nos faz reflectir sobre a poesia, e com a participação de Lena Amurita uma poetiza a conhecer, sem dúvida. Por fim, mas não menos importante, temos como sempre as nossas Críticas e Sátiras este mês sobre temas ambientais. A Revista Escrita Criativa agradece a participação de todos e conta com mais participações para o próximo mês! Marta Sousa Escrita Criativa


As Nossas Sugestões

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Este mês as nossas sugestões são de autoras que participaram com os seus textos ou poemas na Revista Escrita Criativa. Mafalda Ferreira participou na Escrita Criativa nº2 com um poema e Marina Ferraz participa no número actual com uma história, apesar do seu livro ser de poesia. As apresentações dos livros destas escritoras seguem-se para quem goste, possa ler e saber mais sobre estas talentosas escritoras.

Fragmentos de Mim Este livro embarca-nos numa viagem pelo submundo da imaginação. Nesta saga poética, a autora Marina Raquel M. Ferraz não esconde a turbulência sentimental que a percorre: amor, desamor, violência, caos, desilusão, coragem, amizade... Com uma linguagem quem vem retomar a tradição poética portuguesa, a autora expressa-se com uma poesia pejada de significado, na qual se percebe uma grande sobriedade de processos formais. Para quem quer saber mais pode enviar um email à autora deste livro: marinaferraz.oficial@gmail.com

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5 Prefácio de “Os Meus Sonhos nas Tuas Mãos” Se há momentos que nos marcam, pessoas que ficam gravadas e lugares que nos elevam, devemos sempre relembrá-los para que não morram na nossa alma. É na lembrança que encontramos a saudade e, é neste sentimento que me inspiro, com um sorriso que me enche o coração. Talvez, por vezes, me afaste do Mundo e recrie a minha vida para me encaixar ao Mundo em que sonhei viver. Encaixei todos os bons momentos, contrabalancei os momentos menos bons e obtive a noção da realidade que me permitiu alcançar a poesia, a minha forma de expressão. Na poesia me dispo, nua de preconceitos, me entrego. A escrita é o meu palco, o melhor sítio deste Universo, onde me refugio e me encontro. Tenho na poesia toda uma vida, conheço de cor todas as palavras que prefiro, todas as paisagens que me embalam, todas as melodias que me acarinham. Se houve um truque para chegar até aqui, só uma explicação encontro: Agarro a inspiração com a máxima força, seguro-a bem junto ao peito e faço dela o meu alento, o meu talento. Cada palavra que escrevo não merece, muitas vezes, a carga pesada que tem, que o seu significado acarreta. São sentimentos leves, estes que procuro descrever, sei que tudo pode ser descrito por palavras e é este o meu objectivo: descodificar os sentimentos em simples frases. Partilho a emoção recordada, partilho pedaços de mim, toda a minha imaginação. Só pretendo traduzir os sentimentos que, tantas vezes, não conseguimos decifrar. “Os meus sonhos nas tuas mãos” é um livro repleto de sentimentalismo em forma de poesia.

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Histórias Narrativas

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Pétala de Luz A madrugada nasceu numa pétala de luz. Acordou os monstros. Atraiu fantasmas. Já não era tempo de temer a escuridão. As trevas, de tão temidas, já não assustavam ninguém. Vivia-se para a simplicidade dos seus contornos indefinidos. E era fácil. Mas a pétala de luz da madrugada, por outro lado, não o era. A luz mostrava os erros. No dia, podiam ser vistos claramente os defeitos mais indescritíveis. E os homens eram monstros. O passado escorria pelas faces aos olhos de quem passava. Deus teve pena do homem. Não o amou. Teve apenas pena desse ser que não encontrava luz fora da escuridão e que, aquando da madrugada, se refugiava nas trevas do seu próprio mundo de sombras. Teve pena dessas pessoas que correm as ruas desejando a morte. As pessoas às quais Ele não deu a possibilidade de decidir se queriam a luz. Se queriam a vida. O arbítrio das trevas ecoou o mundo e ninguém pôde fazer nada. Era tempo de ser dia. A noite não dura sempre. E tudo o que se pode acreditar, no silêncio dos vultos escuros, passa a ser a nitidez da imperfeição. Mesmo as crianças, que temem a noite, choram por lhes interromperem os doces sonhos que a luz lhes rouba. Querem ser jovens para sempre e isso torna-os demasiado velhos. O tempo élhes roubado em cada segundo de luz. Pétala de Luz

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7 Sim! Sigo as trevas. Devota fiel dessa escuridão ardente. Amo a noite e abomino o sol. A minha pele toma tons de marfim à medida que as minhas noites se sucedem, sem dia. E eu definho porque não decidi que queria viver. A madrugada nasceu na pétala de luz que eu deixei cair. E eu vi o sol. Ele cegou-me. Tanto que a imperfeição não me atingiu. Tanto que não sofri nesse universo de realidade. Mas cegou-me a ponto de não ver as sombras. E a noite que se seguiu não teve contornos. Morri. Deus teve pena dos meus olhos. Talvez devesse ter pensado nisso antes. Antes de eu amar as trevas… antes de eu desejar desaparecer na escuridão, para que ninguém visse as lágrimas que caem dos meus olhos sem alma.

Marina Raquel M. Ferraz

Pétala de Luz

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8 NOTA: Texto Escrito em Português do Brasil

TU ÉS A CRUZ QUE EU CARREGO

Portugal - final de 1585

O cão do demônio estava morto.

NINO - Atrevido! Inconseqüente! Terrorista!Comer logo a minha galinha...

Pensou Nino falando sozinho. Entra calmamente em casa. Olha a sala como se estivesse procurando algo de importante... Joga no chão o couro preto do animal. Pega uma garrafa de vinho. Enche o copo até a boca. Bebe tudo. Tira o lenço com a mão ensangüentada e enxuga a saliva. Corta com o punhal um pedaço de pão para comer e beber com vinho. Senta na cadeira de balanço pensando. Depois canta uma canção. Levanta rápido e decidido. Vai até o quarto de casal. Abre a porta de Tu és a Cruz que eu Carrego

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9 entrada. Vê Auxiliadora nua, branquinha, ajoelhada fazendo suas orações. Parecia até uma santa. Em cima do oratório a bíblia dizia: Não servirás a dois senhores. Nino entra e senta na poltrona. Fica olhando Auxiliadora ajoelhada nua diante do seu santinho preferido. Era devota incondicional de são Bento. Ele levanta e vai até o espelho. Enxuga a saliva que estava escorrendo como nunca. Quando tira o lenço e olha para o espelho vê refletida a imagem de Ariadne nua. Mas era uma visão já perdida.. Ele olha novamente para o espelho e vê a cabeça de Auxiliadora cheia de cobras. Toma um susto! Aquilo não era o delírio do vinho. Era a sua realidade. Reclama consigo:

Oh! Este corpo que carrego é tão maldito quanto os meus olhos que só mostrou a minha alma decaída o que a paixão enganadora quis ver! Maldito olhos da paixão por que cegas à sabedoria?

Olha para Auxiliadora. Ela abaixa o rosto e beija os pés do São Bento. As cobras da sua cabeça sibilam enrolando no seu santo protetor... Nino a olha desfigurada no espelho e diz: Tu és a Cruz que eu Carrego

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10

NINO

-- As mascaras covardes dissimulam... Apenas dissimulam.... Porque um dia revelam a natureza verdadeira dos seus donos. Reza mulher! Reza mesmo...!

Auxiliadora acende as duas velas do candelabro. Nino sorri sarcasticamente a olhando pelo espelho.

NINO

--Reza comigo mulher, a oração que o teu anjo ensinou. Ó mãe Cheia de graça O espectro está agora convosco Maldita sois vós Entre todas as mulheres Maldito é o fruto Tu és a Cruz que eu Carrego

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11 Que pariste como meu. Que não viu a luz Bendito somos nós Contra essa pecadora. Que condenamos Hoje e sempre na hora da morte... Na hora da nossa morte...

Nino exclama: -Mas por que eu não pude dizer amem? Bem necessidade tinha de benção! Mas o amem ficou-me colado na garganta!

O oratório começa a fazer um barulho estranho. As duas pequenas portas se abrem violentamente. Auxiliadora fica de cócoras. Molha o pão no vinho do padre. Come. Limpa a boca e fala:

AUXILIADORA

Tu és a Cruz que eu Carrego

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12 - Qual é a dúvida meu preto? Você não é o pai?

O frasco vibra provocando rachaduras...

NINO

--- Como posso negar o que nunca abandonei?Mas isto não torna a mentira uma verdade. Sabe Auxiliadora em todo esse tempo não encontrastes seu verdadeiro lugar. Criaste uma pocilga para viver e morrer. Tiveste varias chances e não aproveitastes. Isto é mal.. Muito mal... E o mal está contigo. Vejamos se tua fé te salvará. Isto também pouco importa. Em qualquer dos casos haverá sempre um punhal. Joga o punhal ensangüentado com a carta em cima da cama para Auxiliadora ver.. Ela responde:

AUXILIADORA

--Nobre senhor, vos ofende a vossa altiva coragem, pensando nas coisas Tu és a Cruz que eu Carrego

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13 com doentia imaginação. Ide, procurai água, apagai esse repugnante testemunho da vossa mão.

Nino olha as mãos sujas de sangue. Auxiliadora fala com raiva para ele;

--Por que tirastes os punhais do lugar de onde estavam? Levai-os e manchai de sangue os camaristas adormecidos. Este crime tem de parecer cometido por eles. Ariadne já esta condenada pelos romanistas?

. Nino reponde sério; - Como as chagas do próximo são motivos de risos e ironia até na hora da morte quando pagam pelos pecados alheios. Ela olha e fala ironicamente: -- Ó homem simplório! A filosofia não cai bem a um general... Na verdade você sempre foi um coronel de merda! Estais perdendo a guerra.

Da um sorriso sarcástico, As cobras da sua cabeça sibilam alto.. Tu és a Cruz que eu Carrego

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14 -O teu jogo tirano acabou! Fizestes uma aliança comigo. Lembra? --Pobre Auxiliadora, nunca me ajoelhei contigo diante do altar de Deus! -- A história mulher, é a mestra da morte. Há séculos que lhe manuseio as páginas. Cada dia que passa maiores são as surpresas que ressaltam a minha alma. Você ficou jogando o tempo todo entre o templo e a prisão. Reza! Quem sabe você vai para o céu.

Auxiliadora continua ajoelhada de costas. Vira o rosto para ele com raiva e nojo. As cobras abrem as bocas sibilando mostrando seus dentes cheios de veneno. --. Sim, nojo! Quanto tempo agüentou o porco velho fedorento! Quanto tempo teve que se submeter às caricias repulsivas por uma migalha de pão. Sim, não tinha dado a ele um filho. Não cruzou o seu sangue com o dele. O seu filho era o seu aborto: Apophis Reltih!

-É Auxiliadora, você não me da escolha. Existem leis desde a queda dos anjos que devemos cumprir. Há milênios tentamos encontrar a origem da linhagem sanguínea sagrada. Está é a única razão pela qual sobrevivemos neste fardo temporário das nossas existências. Você quebrou uma de nossas leis. Não deixaste para este mundo o meu herdeiro. Não espere de mim nenhuma tolerância.

AUXILIADORA

Tu és a Cruz que eu Carrego

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15 -Fracassastes!Terás que voltar só Deus sabe quando. Só se for à outra encarnação! Tomou o resto do vinho do padre. Passou o braço na boca limpando e disse: .--Saia da minha casa!

NINO

--Como é que é?

Ela foi direta:

-Esta casa é uma pocilga!Um inferno com você! Devias morrer na fogueira! Saia da minha casa, diabo fedorento!

--Reza mulher!

Ela fala entre lágrimas:

AUXILIADORA Tu és a Cruz que eu Carrego

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--Tu és a cruz que eu carrego! Que cruz pesada!

O frasco vibra. As rachaduras se rompem. O liquido viscoso branco amarelado escorre. Auxiliadora da um grito de espanto e de dor! O vidro se quebra e o homúnculo cai no ventre de Auxiliadora. Se movimenta com vida. Vira a face procurando os olhos de Nino. --Apophis Reltih eu te dou a minha vida! Veja Auxiliadora o fruto do nosso amor! --- Prove! Prove!Disse Auxiliadora com o feto no colo procurando seus seios. Nino reponde com uma voz estranha e face mefistofélica. --Você não entendeu nada?Você é a prova da minha mentira. Eu sou o pai da mentira que você carrega mulher infeliz. Au-xi-li-a-doressss você é judia!! O candelabro com as duas velas cai. As cortinas começam a queimar. Auxiliadora grita; --Vamos morrer queimados na fogueira!Coloca o feto na cama desesperada. Tu és a Cruz que eu Carrego

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NINO

--Diabos não morrem no fogo do inferno! Reza... Quem sabe você vai para o céu. Deus é ateu e o diabo é cristão.

--Nino tira a sua espada e da um golpe rápido degolando-a. Sua cabeça cai nos pés de são Bento. Nino finaliza: --Infeliz! Diabos não carregam nenhuma cruz! E cai tomado pelo fogo do seu inferno.

Texto extraído do livro - Os Magos de Santa Ana - Autor Ruy Crespo Filho

Tu és a Cruz que eu Carrego

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Histórias Poéticas

18

Quero Quero ir com calma para longe ver outro sítio sem chaminés cinzentas e pessoas maldispostas a fingir que estão bem….

Quero que o vento leve e fresco me leve…. Quero voar por um céu azul ou cinzento mas um céu diferente… Quero apagar esta irritação do “não conseguir” ou do “não poder” para não falar do “não tenho tempo” que voe e pouse no chão como as folhas secas do Outono…

Quero poder ficar calma perante a pressa e arrogância das pessoas para que elas entendam que não vale a pena… podes correr, podes zangar-te mas não podes mudar o que já foi feito e não podes parar o tempo. Não podes ser perfeito. Não podes pedir a perfeição por muito que queiras.

Mas ensinar nunca foi a minha vocação por isso apenas fico feliz se aprender. Aprender a aceitar a calma e a pressa da vida… Aprender que existem outros lugares para aprender, outras oportunidades. Aprender tudo e mais alguma coisa. O que a vida quiser. O que Deus quiser, sei lá.

Quero

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19 Quero ir nos braços de quem me quer bem, fazer o que faço de melhor, seja lá o que isso for, quero aquietar-me num canto junto a um lago, que nunca visitei, e pensar no que irá de vir ou no presente e criar o que posso só eu posso criar.

Quero abstrair-me porque, por vezes, mais vale não ver as coisas como são, mais vale acreditar na nossa pequena felicidade contra a tristeza do mundo.

No entanto o mundo cinzento continua aqui bem à minha frente, e fica sempre à minha espera vá para onde vá.

Marta Sousa

Quero

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20

Com que Verbos Conseguiremos Conjugar o Verbo Amar Com que verbos conseguiremos Conjugar o verbo amar? Partilhar Eu, tu, ambos partilhamos aquilo que receamos Juntos discorremos Sobre tudo que tememos Tememos n達o ser capazes De conseguir a lucidez Tememos n達o ser suficientemente audazes Para vencer a insensatez Partilhamos o riso E a dor Partilhamos o que for preciso Dentro do nosso amor Com que verbos conseguiremos Com que verbos conseguimos conjugar o Verbo Amar Escrita Criativa


21 Conjugar o verbo amar? Gostar Para amar, há que primeiro gostar E gostar é entender Para depois compreender Gostar é puro, é empatia É a base da harmonia Gosto de ti, gostas de mim Gostamos, começamos assim Quando se gosta quer-se estar O gostar é admirar É um incessante procurar De todas as coisas que o outro vai mostrando E das que, mesmo sem querer, vai revelando Amar é partilhar Amar é gostar Amar é também desejar Desejamos com intensidade Com que verbos conseguimos conjugar o Verbo Amar Escrita Criativa


22 Desejamos com ansiedade Desejamos ardentemente Que o futuro repita o presente Do encontro tão bom e tão doce Que nos fez acelerar o coração E aumentar a pulsação Desejamos o corpo e a mente Desejamos o toque , o beijo e o abraço E desejamo-lo tão constantemente Que o tempo, mesmo se muito, é sempre escasso

Cristina Pedroto

Com que verbos conseguimos conjugar o Verbo Amar Escrita Criativa


23

Entre a Fé e o Desespero… Não te vejo Não te sinto Não me encontro neste labirinto Estou perante o cenário que mais vez assisto.

Porque está o meu interior dormente? Porque se encontra a minha visão turva? E a minha mente em estado demente?

Esqueci-me do que era sorrir Já não sei o que é sentir Esqueci-me do teu calor De tal ardor no peito

Estou presa em tamanho cenário de terror Que provoca em minha alma um efeito destrutivo A felicidade por entre suor foi construída A vida que outrora vivi foi obstruída Entre a Fé e o Desespero

Escrita Criativa


24 Nem um singelo raio de luz resta Não há nada real neste lugar Não há maneira de acreditar em tal raiar O tempo levou tudo O presente nada cura A paisagem nada muda Encontro-me engolida pelo Mundo Devorada pela derradeira escuridão Onde estás quando preciso que me estendas a mão?

Onde estás tu quando me sinto verdadeiramente a desfalecer no chão As lágrimas secaram Mas o passado imutável por cá perdura Só resta os fragmentos que por cá ficaram Já não sei onde estou Ou onde pensei estar Não sei o que restou Ou o que pensei restar Não me encontro “presente” Entre a Fé e o Desespero

Escrita Criativa


25 Mesmo podendo estar no meio de tanta gente Existe um espaço compreendido longe de alcançar Existe um vazio nunca antes preenchido que parece durar Existe um grito omitido Por quem nada vê ou sente Existe um acto cometido por quem está ausente Estou encurralada neste buraco sem fundo Quanto mais tento subir mais nele me afundo Não há luz que recaía sobre mim Para eliminar de vez esta escuridão sem fim Permaneço por aqui onde me engolem Sem um mínimo senso de justiça ou honestidade Por entre cada passo onde me degolam Cortaram-me as pernas já não consigo avançar Roubaram-me o coração que foi levado pelo mar Arrancaram-me os olhos sem nenhum pingo de piedade Hoje me encontro no escuro levada pela cegueira Ansiando pela justiça que não chega de nenhuma maneira Permaneço assim nesta fase “REM”

Entre a Fé e o Desespero

Escrita Criativa


26 Sonhando por momentos de pura verdade Ou terei que me conformar com esta dura realidade Como me ardem os olhos quando visualizo o que está ocultado no cimo Como me racha o coração quando me vejo entre perante tenebroso abismo

Lena Amurita

Entre a Fé e o Desespero

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27

Uma das Razões da Solidão

Vontades diversas, lutas internas, mentes diferentes; estranhas, sem sentido.

Despertar de consciências, com vontades que não se vêem. Mentes livres de culpa tornam-se culpas das dores que as tornam cruéis.

Exigentes com os outros, complacentes consigo próprios. Pessoas tornam-se monstros e não vêem o valor do próximo.

Neste seguimento de acções as pessoas não querem ser vistas, escondem nas sombras mas quando precisam de ajuda gritam ao mundo de indignação pela crueldade de quem não vê ou de quem não quer ver. Quem vê para ajudar, vê para criticar. Quem ajuda procura recompensa mas as pessoas não querem ver.

Por isso as pessoas estão sós e não entendem porquê.

Marta Sousa

Uma das Razões da Solidão

Escrita Criativa


28 NOTA: Texto Escrito em Português do Brasil

SOU O CONTRÁRIO DE TI

Sou o contrário de TI

Medito em silêncio a olhar

Por dentro dos olhos teus

Sei o que dizes o que sentes

Tal qual duas sementes

Na boa terra plantada

Sou o Contrário de ti

Escrita Criativa


29 A germinar

O mesmo fruto que se irá colher...

Sei o que sente e até o que não falas

Quando me olhas e calas

Somos como almas aladas...

Apaixonadas

Voando juntas e separadas...

O norte e o sul

A lua nova e cheia

Sou o Contrário de ti

Escrita Criativa


30 Na rosa dos ventos a apontar

A mesma estrada

Que devemos encontrar... Ao contrรกrio de ti

Leio os teus versos na madrugada

Junto os meus aos teus

Em um linha de ouro bem amarrada

Sem metades ...

Sem pedaรงos...

Como uma musica no compasso

Sou o Contrรกrio de ti

Escrita Criativa


31

Com batidas do coração bem cravadas

E seladas

Eu e tu somos um no mesmo abraço!

RUY CRESPO FILHO - O MAGO DE SANTA ANA

Sou o Contrário de ti

Escrita Criativa


32

Apenas Caos… Caos é o vazio que se irrompe Por entre a escuridão da noite O triste pesar de nada sentir A dolorosa mágoa de ainda existir Amor de certo é dor Sentir assim é um cenário de terror Esventra a alma com rapidez Sem restar nada da sua lucidez As águas calmas se tornam turvas Desarma-te, te envolvendo nessas estradas com curvas Tantas questões residem na mente pensante Procurando pela resposta num desespero constante Quem me dera saber se ainda reside brilho nesse teu olhar Pois, quando o contemplo nada parece restar De ti em mim por cá prevalece Em ti de mim já não há nada que reste Lena Amurita

Apenas Caos

Escrita Criativa


33

Será que a poesia tem alma? eu escrevo, escrevo as palavras que a minha terra me oferece entro no mundo do relevo em que a alma ascende e o corpo perece

penso suavemente na questão será a poesia um corpo capaz de por vezes me lançar roto no meio do chão da solidão?

pretendo a resposta mais sábia aquela que me dá a definição da breve e lenta poesia que em força dá razão

procuro filósofos, gregos homens dotados do conhecimento dizeis vós que a poesia é um instrumento que dá ao homem coração

Será que a Poesia tem Alma?

Escrita Criativa


34

pergunto, quem responderá será que a poesia tem alma? ou o seu cárcere terreno contra a vida e o mar lutará pois, aqui estou eu dotado da minha magia com lança e arma de Ulisses capaz de sustentar no mundo as vigarices que este mundo me prometeu capaz de não ter definição ou a alma de leão para vencer e lutar ter bons amigos, amar dar á minha vida o seu pré destinar que acaba a minha desilusão

Flávio Pereira

Será que a Poesia tem Alma?

Escrita Criativa


35

Viajar entre Palavras

Queria eu puder Por um momento deixar de ser Para logo voltar, Quando tudo acabar Estou farta, talvez de mim, Talvez dos outros.

Só sei que assim, Está tudo errado Ou talvez eu esteja errada… Quem sabe?

Talvez Deus… Ele vê tudo mas nada diz… Talvez diga por sinais incompreensíveis para mim… Viajar por entre Palavras

Escrita Criativa


36 Ou para os meros mortais… Não sei.

Ando com as mãos cheias de nada E até esse nada consigo perder.

Talvez precise de tempo Talvez apenas queira fugir Quem sabe? Afinal que sabemos nós da vida?

Talvez devesse ser escritora Inventar vidas que não tenho Ou factos que não podem ser Por momentos ser, Mas deixar de ser.

Viajar por entre Palavras

Escrita Criativa


37

Fugir para outro mundo Onde as palavras me confortam Deixam-me ficar lá, escondida Talvez lá seja tudo perfeito Talvez lá seja o meu paraíso.

Marta Sousa

Viajar por entre Palavras

Escrita Criativa


38 NOTA: Texto Escrito em Português do Brasil

O REENCONTRO

ARIADNE

Há séculos te aguardei solitária em tantos jardins! Caminhos... Também caminhei. Procurei em tantas faces a tua face! Dos lábios que beijei o teu eu procurei No deserto dos meus apelos e das minhas dores O teu nome em vão eu gritei! E o nosso jardim com as flores das videiras Tornou-se um triste bosque de espinhos. Mesmo que eu entregue o meu corpo para ser queimados se não tiver amor, nada serei!

O Reencontro

Escrita Criativa


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O MAGO DE SANTA ANA

Mulher da minha vida de tantos nomes... A mais bela rosa acaba de renascer dos espinhos! Levanta-te!O nosso inverno já passou. As chuvas cessaram Encontramos o caminho de nossas almas... Veja aqui está nosso baú de ouro estava guardado como em segredo num fechadura mais forte do que um rochedo... lá estava o nosso amor... Vem! O sol acaba de raiar !

RUY CRESPO FILHO- OS MAGOS DE SANTA ANA

O Reencontro

Escrita Criativa


40

Sabe a Pouco

Sabe a pouco os teus beijos Sabe a pouco o teu desejo Sabe a pouco o teu corpo Tão pouco que me soa tudo tão torto

O teu sorriso que ergues é amarelo Nem sei se algo em ti é sincero Aquilo que proferias era verdadeiro? Ou foi somente para captar a minha atenção no momento derradeiro?

Serei assim tão invisível perante a tua ausência? Para ti imperceptível a minha existência? Pois, afinal só partilhamos momentos de pura conveniência Momentos esses que te permitiu afogar a tua carência

Sou um corpo, um rosto e nada mais Para ti, nem chego a ser muito mais Sabe a Pouco

Escrita Criativa


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As portas em ti estão cerradas Usas o corpo negligenciado a alma Sabes bem embelezar o panorama com as tuas palavras Um toque de convicção e carinho e já pensas que me desarmas

Foste tu quem mais saiu iludido Pois, não desarmo de todo perante um desconhecido O que és tu, afinal senão somente um estranho Com que não desejo mais perder o meu tempo Vai-te embora e substitui o meu corpo Longe de mim procura outro rosto

Pois, eu reconheço em mim o meu valor E como tal, eu só me dou ao verdadeiro amor Não aquele que dissimula os seus intentos Não aquele, que me faz questionar todo o tempo

Sabe a Pouco

Escrita Criativa


42 Onde andará a pureza de um verdadeiro amor? Quando poderei andar nesse caminho sem dor? Eu não me entrego a teu corpo Eu não me dou a qualquer rosto Já me tiraste as dúvidas, por isso iremos em caminhos separados Tudo o que eu queria saber já foi desvendado Não ouses mais sorrir para mim Não ouses mais tomar-me em teus braços Quando tudo em ti é oco E o que vivemos “hoje” sabe a pouco

Lena Amurita

Sabe a Pouco

Escrita Criativa


43

Flor

Uma flor Escondida por amor Uma flor incolor À espera de calor Do Sol.

Escondida pela árvore A mais bela, jamais vista… Flor que se sente pequena Perante os seus olhos, menina, Perante a sua dor, senhora.

Flor

Escrita Criativa


44 Flor dorida de esperanças Despedaçadas no caminho Fazendo ninho, Nas urtigas deixadas aos cantos, Escondida à espera da luz Do seu pleno e lindo Sol.

Marta Sousa

Flor

Escrita Criativa


Críticas ou Sátiras

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Ser humano

O homem é tão mau que não sabe o que faz É tão mau que destrói e não pára nem volta traz É tão cruel com os nossos amigos animais Que em vez de os defender mata-os em jogos desleais.

É o homem que poluí o que outrora não estava poluído É o homem que constrói em locais onde nada deve ser construído Somos a raça má da humanidade Que nos fundou em paz e liberdade

Vejam o que está neste momento a ser extinto Animais com beleza tão bela Que ao olharmos para ela Perguntamos porque teremos nascido.

Destrói altas planícies para formar casas Destrói altos arvoredos só para se aquecer Quem vive do lume que pelas casas há Deveria ser preso e lançado a morrer.

Ser Humano

Escrita Criativa


46

Vejam a cidade como está hoje toda poluída, macadamizada Vivemos no mundo do nada Que mais tarde em nada se tornará.

O homem que jorra seu sangue pela morte de um leão feroz O leão sossegado é lançado ao céu sem cruéis nós Onde está a razão humana Deixais vós, animais, morrer á Taprobana Para não serdes mais lembrados por nós?

Flávio Pereira

Ser Humano

Escrita Criativa


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Comportamentos na Praia Estamos em Agosto. Tempo de férias! Tempo de ir à praia! Portanto lá vamos nós para a praia, levamos água, comida, chapéu-de-sol, protector solar e pouco dinheiro de preferência, não vá acontecer um arrastão ou como nós gostamos é de estar na água é melhor não confiar nos nossos “vizinhos de praia” que vê tão abandonadas as nossas coisas que podem ter pena e levá-las para casa. Portanto chegamos à praia. Metemos tudo no sítio e toca a ir para água. De repente e porque a viagem até foi longa dá vontade de urinar então o que o rapazinho ou rapariguinha fazem? Vão ao café da praia? Ter que andar tanto para quê, se tem o mar à frente? Além disso ir ao café da praia pode-se pagar e é melhor nem sequer perguntar se sim ou se não é mais fácil ir ao mar e está resolvido. E lá vai o moçoilo ou a moçoila para o mar urinar. Não faz mal o mar leva tudo. Ou pelo menos nada se vê e as pessoas que estão ao lado a mergulhar na urina diluída nada percebem, quem quer saber? O mar limpa tudo não é? Deve ser o que as pessoas pensam. E depois vamos comer, estamos à beira de beira de água e o caixote do lixo está longe ou é inexistente então mandamos para água ou enterramos na areia. Desde que ninguém veja está tudo muito bem. O que as pessoas não pensam ou até não querem pensar é que seja enterrado na areia ou no mar o papel demora cerca de 3 a 6 meses a ser degradado no mar, sim porque o que está na areia vai para o mar Comportamentos na Praia

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48 mais cedo ou mais tarde. E assim como a urina também demora a degradar e fica sim diluída no mar e não, não desaparece pela obra do Espírito Santo como a maioria das pessoas pensam ou parecem pensar. Relembro também que não é só comida e a urina mas também preservativos, tampões e pensos higiénicos que se vê por vezes no mar como fosse o saco do lixo de uma casa de banho e estes não é tão pouco tempo que se degradam no mar, mas sim, mais de 100 anos. A maioria das pessoas já começa a ter algum cuidado em levar sacos para levar o lixo que fazem e depois colocarem no caixote lixo, o que realmente é de valorizar e relembrar que a praia é de todos se sujar a praias para os outros sujam para vós próprios que a utilizam. Gostavam de mergulhar perto de alguém que tivesse urinado lá? Gostavam de estar na água e um pedaço de papel desfeito e sujo tocasse em vocês enquanto estão nadar? Era desagradável não era? E se toda a gente sujar a praia fica poluída e depois ninguém quer ir para lá, não é? E a praia e o mar são os menos culpados nesta história por isso… Vamos aproveitar a praia, respeitando-a! Marta Sousa

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