Sonho de Escrever nº 41

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Nยบ41 Setembro 2014


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Índice

Pág.

Editorial

3

Informações Culturais

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Top de vendas de Ficção em Portugal

5

Top de vendas no Brasil

6

Textos de participantes

13

Vivo na ilusão de gostares de mim

8

Lilia

10

Partiste-me

11

Mãos que me embalam

13

Entra neste mundo, meu amor

15

A lenda das Caldas de São Jorge

17

A Lenda das Andorinhas

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Tudo o que Peço

26

Regras para Textos Enviados

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Sonho de Escrever


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Editorial Este mês os autores da Sonho de Escrever dedicaram-se a escrever sobre o amor e carinho sob as suas diversas formas, no casal, de pais, trabalho, entre outros.Agradeço a coloboração de todos e dos vossos talentosos textos! Contamos como sempre com o top de Portugal e Brasil com a colaboração do Portal da Literatura. Em Portugal com um autor lusófono em primeiro lugar, sempre é importante realçar. Assim começamos a notar que o interesse dos leitores foca-se cada vez mais na literatura em português, fico muito contente por isso. Volto a relembrar aos nossos leitores e participantes que se tiverem algum livro publicado e queiram divulgar na Revista basta enviar a imagem da capa e a sinopse que podemos divulgar na rubrica “Informações Culturais”. Esperemos que gostem deste número e não deixem de dizer a vossa opinião e enviar os vossos textos para o email asnossashistorias@hotmail.com e não deixem de visitar o nosso blog e página do Facebook:http://revistaescritacriativa.blogspot.pt/ https://www.facebook.com/pages/Revista-EscritaCriativa/131795916850849?ref=hl Marta Sousa Sonho de Escrever


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Sonho de Escrever


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Top de vendas de Portugal

Top de vendas retirado do site Portal da Literatura (http://www.portaldaliteratura.co m/top10.php?pais=portugal )

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Top de vendas no Brasil

Top de vendas retirado do site Portal da Literatura (http://www.portaldaliteratura.co m/top10.php?pais=brasil )

Sonho de Escrever


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Sonho de Escrever


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Vivo na ilusão de gostares de mim Vagueio, sozinho, na multidão Perco-me em veredas de sentimentos, de emoção Sigo em frente, e descuro de tudo o que ficou para trás Nada é meu, nada me pertence Estendo-te a mão Nada é teu, pertence-me.

Viajo em oníricos, e lá, me deixo dar Quero o que é meu, o que me pertence Quero mais para mim, apenas o que é meu de verdade Vivo na ilusão de gostares de mim Eu gosto de ti, estou preso a ti; (esta

reciprocidade

antagónica,

presa

ilusórios Onde a realidade me mostra o quão real és Para mim, e eu para ti).

O meu corpo? Ah, esse está prazeroso de vontade

Sonho de Escrever

em

momentos


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Em querer-te, em sentir-te, em ter-te Quero mais, quero mais… Desperto… e estás em mim, vives em mim, pertences-me… Mas não sou teu, nem de ninguém!

Crava-te em mim, apodera-te de mim Abraça-me, encosta o teu peito no meu Deixa o teu coração explodir no meu (Eu sou teu)! Eu consigo senti-lo, suportá-lo Mas se não vieres: ele morrerá… É um tanto fez, e tanto faz!

Barnabé Sousa

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10

LILIA Baixou a nossa professora. Meteu licença Para de um maravilhoso ser, Ser instrutora. Para dar instrução à Lia Não precisou de licenciatura, Vai ser a escola da vida Que lhe vai dar a estrutura Que a vai fazendo Mentora e aprendiza. Vai mudar-lhe os propósitos A atenção prestada a esta nova vida. Que é um livro imenso De páginas em branco Para nelas escrever um romance. Narrando o nascer da mais bela história de amor Entre duas mulheres que jamais se vão separar Que vão partilhar a casa, a comida, o riso, a dor E nem a disputa por ideais diferentes as vai revoga. Ana Maria Teixeira

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11

Partiste-me Partiste-me. Partiste-me, por inteiro. Partiste-me todos os pedaços, todos os bocados que me restavam. Partiste-me, sem misericórdia. Destruindo todos os meus sonhos. Dos sonhos que tinha contigo. De me teres prometido a eternidade… Neste momento, apenas sei carpir sangue. Nada mais… (Lembraste

quando

te

disse

que

te

amava?

Não

te

mentia…) As poesias que te escrevi, as palavras que li… Éramos tão iguais… O que mudou? Eu continuo aqui, a lutar com o meu coração, Para que tudo volte ao que era. Para conjugarmos, juntos, a felicidade. Agora toda a minha vida perdeu sentido, tudo o que me sobrava.

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Já nem quase respirar consigo. Não desistas, por favor, de mim.

Estou derreado, estendido no chão, à tua espera, ao anoitecer. Apenas quero que me venhas abraçar e mostrar que nada nos destruirá. Apenas quero que me mostres o querer. O querer do «para sempre».

Diogo Canudo

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13

Mãos que me embalam... Olho para as tuas mãos que me embalam até hoje, os teus olhos que me vigiam nos meus sonhos loucos e sem sentido…

Vejo a tua boca que me desperta dos dias sem destino, que me adoçam meus ouvidos que estão cansados de ouvir tantos desatinos…

Ah! como é bom acabar o dia ao teu colo, ouvir a tua respiração que acalma a minha alma…

Sentir os teus braços que me apertam de encontra ti…

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Mãe, como é bom chamar por ti, ouvir a melodia da palavra mais doce de todas, És o farol que me conduz, a fortaleza que me protege, és o ser que me deixou viver, o que seria de mim sem te ter aqui?...

Talvez não pudesse falar de ti assim…

Rute Luz

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Entra neste mundo, meu amor Entra. Entra neste mundo, meu amor. Já estás há muito tempo a vaguear em labaredas de gelo… Eu continuo a acerar-me, a esperar-te, a alardear-me. És o meu alibi, és quem me faz tremer deste amor sedento. És

quem

me

faz

querer

olhares

calados,

desejos

prazerosos.

Tento perceber se não és um mito criado, uma aura honrada. Talvez, até sejas. Talvez esteja tão fora da minha mente, Que

até

me

tento

enganar,

vagarosamente,

enternecedoramente. Mesmo que não tencione, a minha alma está presa em ciladas, Em

repiques

intensos,

como

o

reluzir

memórias.

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das

nossas


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Eu sempre poluí o meu seio com o fumo de cigarros, Com oxigénio podre e gasto… Eu preciso de muito mais! Preciso do teu respirar, de te sentir que somos iguais. A minha pele está queimada de demónios, de leviatãs… A tua de musgo negro, de loucuras pendentes. Em minha guardiã.

Entra neste mundo, meu amor. Eu continuo a vaguear, sozinho e ansioso, em alto mar… Continuo a sentir a água fria a percorrer os meus dedos, A receber o que a brisa me dá, a receber o que mais pretendo. Estou entregue à natureza, ao que me levou a ti... Diogo Canudo

Foto: https://scontent-a-lhr.xx.fbcdn.net/hphotos-ash2/t1.09/398810_369216299788195_1142079070_n.jpg

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A lenda das Caldas de São Jorge . . . Reza longínquos

a

lenda

tempos

da

que

fora

Idade

nos

Média,

quando ainda Portugal era uma jovem nação com pouco mais de um século, que Dom Dinis mandara realizar-se uma feira franca numa região limítrofe da cidade de Aveiro. Foi numa manhã de Junho de denso nevoeiro. A feira decorria na maior normalidade, para a época, quando saído da neblina, chega de repente um enorme

dragão

verde,

que

logo

começa

a

praticar

desacatos. Vira as mesas dos mercadores, espalhando tudo, de modo que todas as especiarias se passam a misturar com a poeira do chão, ficando tudo da cor da terra. Também as moedas dos comerciantes rolam e se amontoam no chão. Os fregueses fogem, e os comerciantes desesperados, fazem grande alarido, gritando a uma só voz por Santa Maria.

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Foi

então

quando

Santa

cavaleiro combater o dragão.

Maria

enviou

o

seu

São Jorge saíra igualmente

da densa neblina, vestido de escudeiro e armado com uma poderosa lança.

A sua capa vermelha que o revestia a

ele e ao seu cavalo branco, estava investida também dos poderes da Virgem. Ele saíra da neblina depois de longa viagem no espaço e no tempo, porque era permitido à Virgem, na Eternidade,

fazer

os

seus

vassalos

atravessar

as

barreiras do espaço e do tempo, que tanto limitam os mortais. Viera

de

Roma,

dos antigos tempos

áureos

do

Império Romano, mais propriamente da era em que nascia o Cristianismo, e aterrara em manhã nebulosa de Junho, naquela terra inóspita da península, numa cidade do Reino de Portugal, obedecendo à voz de Santa Maria, para combater o dragão. Para tanto contava com toda a sua valentia de guerreiro romano, e com os poderes da Virgem de que fora investido.

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Todo o poder, valentia e coragem não eram demais para combater o enorme dragão verde. Ele personificava todo o poder do mal, que existia nos céus e na terra desde a queda dos anjos rebeldes. Grande era a sua força, habilidade e astúcia. Grandes eram os danos e prejuízos feitos à humanidade pelo grande dragão verde. Dura e terrível foi a batalha de São Jorge contra o dragão. O dragão enrolou a sua extensa cauda nas patas traseiras do cavalo branco, para fazendo-o tombar, poder mais

facilmente

cavaleiro.

desferir

sua

mordedura

contra

o

Mas eis que o cavalo coloca as patas

dianteiras sobre o dragão, e nesse preciso instante São Jorge espeta a sua lança em golpe certeiro sobre a cabeça do dragão, abrindo- -a ao meio. guincho

desferido

pela

fera

ao

ser

Foi enorme o definitivamente

derrotada, e enorme a alegria do povo. Conta-se que o desespero do dragão foi tão grande, e o seu guincho tão alarmante, que abalou os fundamentos da terra.

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De facto, o seio da terra, ao ver-se libertado do poder do mal, permitiu o brotar de uma fonte termal naquela região. Águas

quentes,

com

propriedades

terapêuticas,

porque tal como o cavaleiro eram investidas do poder de Santa Maria, jorraram da terra numa fonte contínua, livre e abundante. São Jorge foi então depositar a sua lança, sobre o altar

da

Virgem,

em

sinal

de

gratidão

por

aquela

vitória, e voltou com o seu cavalo branco, puxando as rédeas vermelhas, para o nevoeiro denso, em direção ao espaço e tempo de Roma antiga. Porque Santa Maria veio em socorro da feira, passou a chamar-se àquele concelho de Santa Maria da Feira. Na região da luta entre São Jorge e o dragão, onde brotaram as águas termais, construiu-se mais tarde uma estância gerais,

balnear,

útil

em

muitas

doenças,

e

males

que se intitulou de Caldas de São Jorge,

representada pelo brasão acima.

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O brasão tem o desenho da fonte termal inscrito numa barra azul, para indicar que ela brotou pelo poder celestial, manifestado no instante de ouro em que São Jorge venceu o dragão. Junto à estância balnear existe uma fonte pública de água potável, que se atribui também à libertação das forças do bem pela opressão do mal, mediante a vitória de São Jorge sobre o grande dragão verde. Continua por isso perene a devoção e culto a São Jorge, não só em terras de Santa Maria da Feira, mas também por toda a nação portuguesa.

Lucília Guimarães

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A

Lenda

da

Andorinha

Com a chegada da Primavera, vêm as andorinhas como que

se

aquela

estação

tivesse

celebrado

contrato

vitalício com o chilreio brando e animado do pássaro bem-amado. Conta a lenda que na Primavera do ano 33 na Palestina, O doce Salvador interpelou do alto da cruz as andorinhas que cruzavam os céus, queixando-se de que, o sangue que jorrava de um dos espinhos Cabeça,

se

derramava

impedindo-O de ver.

na

vista

do

na sua Santa olho

direito,

Lamentava-se O Senhor, porque assim

não via os Céus abrirem-se e o véu do tempo rasgar-se ! Assim não podia sequer dirigir o seu olhar límpido e claro da terra ao Céu, para falar ao Pai. Tomadas de grande aflição, as andorinhas tentavam arrancar o inoportuno espinho da coroa que os homens tinham enterrado na Santa Cabeça do doce Salvador.

Eram

tenazes e valentes no esforço persistente, mas o seu bico habituado a capturar insectos no ar, não estava

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treinado para aquele tipo de serviços !...

Enquanto a

mais arrojada andorinha se contorcia na tentativa de tirar o espinho, com o delicado cuidado de não o enterrar mais,... uma outra, sua parceira, deliciava-se na mais edificante conversa com O doce Salvador. ______ Quem foi tão cruel, que Vos enterrou na Santa Cabeça, tão agudos e grandes espinhos ?

Perguntou

a andorinha. ______

Foram os homens, meus irmãos. Respondeu O

Senhor. ______

E Vós permitisteis ?

Indagou intrigada a

andorinha. ______

O poder do amor submete-se ao amado. Por isso esta é a hora em que o poder

de Deus se submete ao homem.

É a hora das trevas donde

jorra a Luz. ______

Também eu me submeto, quando os rapazes,

marotos, assaltam os meus ninhos, e levam os meus filhinhos. ______

Também tu amas a humanidade, minha doce

andorinha.

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Sabes, no Reino do meu Pai... é sempre Primavera, por isso há lá sempre um lugar para ti. _______

Muito obrigado, mas agora estamos mais

interessadas em arrancar este espinho. A andorinha que se contorcia em volta do espinho, logo ergueu o seu bico torturado e ferido, para dizer: _______ Logo

Aguardai um momento, nós voltamos já.

todo

o

bando

encheu

os

céus

do

monte

Calvário, rumo aos penhascos montanhosos da cordilheira do

Cáucaso,

onde

habitavam

andorinhas

alimentar-se dos

pequenos vermes

rochas.

andorinhas

Essas

habituadas

a

que se escondiam nas

tinham

o

bico

forte

e

endurecido pelo esforço contínuo de tentar furar a rocha para capturar os pequenos vermes.

Ao ouvirem chegar

o bando das andorinhas da Palestina, em grande alarido, as andorinhas do Cáucaso logo se inteiraram do sucedido e partiram para Jerusalém, engrossando o bando, que fazia cada vez mais alarido. Ao andorinha

avistarem do

o

Cáucaso,

altar que

se

do

monte

tinha

Calvário,

distinguido

a no

engenho e arte de acpturar vermes nas montanhas, logo

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com toda a perícia arrancou o inoportuno espinho da Santa

Cabeça

do

doce

Salvador.

Após

cinco

lentos

minutos, o precioso sangue parou de jorrar sobre a vista direita do Senhor. A ferida provocada pelo espinho estava a cicatrizar. Logo todo o bando encheu os céus dos seus alegres trinados, para juntar a sua voz à do doce Salvador, em agradecimento a Deus pela amabilidade e cortesia das criaturas da natureza que Ele tão sabiamente criara. Em

resposta

ouvia-se

apenas

um

profundo

e

penoso

silêncio. O Pai participava do silêncio do Universo, naquela hora de trevas.

Foi então que, O Senhor bradou em

alta voz: ________

Pai, pai, porque Me abandonaste ?

Lucília Guimarães

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Regras para textos enviados para a Revista Sonho de

Escrever: - A Sonho de Escrever não se responsabiliza pelo conteúdo que é publicado, a responsabilidade é única e exclusivamente dos seus autores. - A Sonho de Escrever publica os trabalhos dos autores tendo como o limite a capacidade da revista, caso haja demasiados trabalhos enviados alguns poderão não ser publicados ou poderão ser publicados no número seguinte. - O limite de tamanho dos textos recebidos é de 1200 palavras se os textos não respeitarem estas indicações poderão não ser aceites. Os textos enviados deverão ser de ficção, poemas, crónicas ou críticas exclui-se textos informativos ou de utilidade documental. - A Sonho de Escrever não aceita textos com conteúdo sexual explícito. - Por norma só será publicado um texto por pessoa em cada número, podendo haver exceções por falta de trabalhos. - A Revista será publicada mensalmente mas apenas se forem recebidos pelo menos 5 textos de autores

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diferentes, senão será publicada apenas quando tiver o número de participações suficientes. - A Sonho de Escrever não corrige erros ortográficos nem faz alterações às obras enviadas, se for enviado algum trabalho poderá não ser aceite. - A Sonho de Escrever só aceita trabalhos escritos em português. - Trabalhos com expressões noutras línguas deverão ter uma nota no fim a dizer o seu significado, caso não esteja incluída poderão não ser aceites. - Trabalhos com direitos de autor registados na Sociedade Portuguesa de Autores deverão informar a SPA antes de enviar os seus textos para a Revista Sonho de

Escrever. - A Revista Sonho de Escrever publica somente textos autorizados pelos autores. Ficha Técnica: Mês de Setembro 2014 n.º41 via Internet Editora: Marta Sousa Redacção: Marta Sousa, Lucilia Guimarães, Diogo Canudo, Ana Maria Texteira, Rute Luz, Barnabé Sousa Grafismo: Paula Salgado (logótipo e contracapa). As imagens dos textos na secção de textos dos participantes foram enviadas pelos respetivos autores. A imagem de capa foi retirada da Internet. Interdita a reprodução para fins lucrativos ou comerciais dos textos (excepto pelo autor do texto) e interdita a reprodução sem a indicação do respectivo nome do autor.

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