Revista nº 39

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Nยบ39 Julho 2014


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Índice

Pág.

Editorial

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Informações Culturais

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Top de vendas de Ficção em Portugal

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Top de vendas no Brasil

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Entrevista a Nathália Souza

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Textos de participantes

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Baila menina, baila...

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Explicíto

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Carta de Amor

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Alma Guerreira

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Faro

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Alma Gémeas

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A lenda dos Açores

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Pôr-do-sol

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Espírito Quebrado

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Tu minha mãe

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Regras para Textos Enviados

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Editorial Começamos mais um mês, já com algum calor mas com muito para sonhar.Para ajudar a sonhar trazemos mais um número da Sonho de Escrever cheio de textos muito criativos. Este mês temos textos muito retrospectivos e que como sempre com muito sentimento lírico. Como sempre temos o top Portugal e Brasil com a ajuda do Portal de Literatura, agradecemos a colaboração. Como prometido temos tambémentrevista à autora Nathália Souza que nos vem falar do seu livro Fonte de Milagres, não percam. Volto a informar aos nossos leitores e participantes que se tiverem algum livro publicado e queiram divulgar na Revista basta enviar a imagem da capa e a sinopse que podemos divulgar na rubrica “Informações Culturais”. Esperemos que gostem deste número e não deixem de dizer a vossa opinião e enviar os vossos textos para o email asnossashistorias@hotmail.com Marta Sousa

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Top de vendas de Ficção em Portugal

Top de vendas retirado do site Portal da Literatura (http://www.portaldaliteratura.co m/top10.php?pais=portugal )

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Top de vendas no Brasil

Top de vendas retirado do site Portal da Literatura (http://www.portaldaliteratura.co m/top10.php?pais=brasil )

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Entrevista a Nathรกlia Souza autora do livro Fonte de Milagres

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Primeiro que tudo poderia contar-nos um pouco da sua história e como surgiu o seu livro Fonte de Milagres? Nathália Souza - Sou mineira, da cidade de Governador Valadares e iniciei meus passos como escritora em 2012 quando lancei o ebook Fonte de Milagres no site www.amazon.com . O livro nasceu de alguns textos que eu publicava em um blog e recebia grande audiência. Sempre gostei muito de ler e escrever e fico feliz de poder hoje, dar continuidade a projetos que iniciei em minha adolescência. O Livro Fonte de Milagres teve seu lançamento nacional na Bienal do Livro no Rio de Janeiro e também participou da Bienal da Bahia. Somente agora, em Maio foi lançado em minha cidade natal (Governador Valadares) a versão impressa. Pra mim, o livro impresso possui um encanto tão próprio, que mesmo com as ferramentas tecnológicas que existem,

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ele se torna especial. O interessante é a movimentação pelo hábito da leitura. Pode ser em tablets, em notebook, em livros de papel... uma boa leitura é essencial!

Do que fala no seu livro? Pode-se considerar um livro de auto-ajuda? Descobriu a fontes de milagres? Nathália Souza - É um livro motivacional. Sem a pretensão de ditar o que é certo ou errado, mas com o intuito de fazer o leitor refletir sobre como está a sua vida. É a minha visão sobre a própria vida a partir do autoconhecimento. O Livro Fonte de Milagres identifica o leitor como uma verdadeira fonte de milagres, que começará a observar o mundo sob uma nova ótica. Sem apontar o defeito do outro ou culpar o outro pela sua infelicidade, acreditando que cada um de nós já possui capacidade

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e talentos, tão próprios, que nos ajudam a ir de encontro com a realização de cada sonho. Um livro com capítulos independentes e fácil leitura. Não defendo e nem apoio uma religião específica. O livro fala da espiritualidade de uma maneira mais abrangente, levando em consideração a atitude de cada um, a liberdade de pensamento, a experiência de ter uma postura positiva diante das situações cotidianas.

O seu livro já foi lançado? Já podemos encontrá-lo nas bancas? Nathália Souza - Sim. O ebook continua disponível no site www.amazon.com . A versão impressa pode ser adquirida por apenas R$24,90 através da Livraria Leitura. Quem desejar mais informações, entre em contato através do facebook Fonte de Milagres ou pelo email livrofontedemilagres@hotmail.com . Em breve estará disponível em outros sites.

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Acha que para as pessoas serem mais felizes é preciso as pessoas mudar de hábitos? Que hábitos ou atitudes? Nathália Souza - O ser humano é facilmente condicionado. O que acontece, é que durante muito tempo, as pessoas se acostumam a levar a vida no automático... (acordar, trabalhar, estudar, dormir, acordar). A vida pode ser muito mais surpreendente e bela! O que o livro propõe, é que tiremos um tempo para refletir qual o nosso real objetivo e a partir daí, termos a consciência das escolhas que estamos fazendo ao longo da vida. Não importa a idade, o lugar de onde a pessoa veio e nem os problemas que ela enfrenta. O que importa de verdade, é a decisão de fazer diferente e de acreditar em si mesmo para construir a vida que sempre quis ou sonhou!

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Deseja enviar alguma mensagem aos nossos leitores? Nathália Souza - Desejo-lhes um excelente voo. Sim, porque é possível voar! =) Sabemos que algumas vezes, crenças limitantes nos deixam fracos e não merecedores das coisas e das experiências que julgamos ser mais agradáveis. Acredite no seu sonho e caminhe confiante, rumo à conquista deste objetivo. Entenderás que pode ir muito mais longe... Todos nós temos o nosso momento "cazulo". Momento de pensar, de se perdoar, de buscar dentro de si o entusiasmo necessário para enxergar as maravilhas que estão a nossa volta! Desejo que o livro seja fonte de inspiração para que você alcance seus sonhos! Agora um pouco fora de âmbito do seu livro, acha que a leitura lusófona precisa ser mais incentivada? O que acha que poderá tornar os nossos livros mais atrativos?

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Nathália Souza - Com toda certeza! O que vejo é que a filosofia lusófona deve ser mais difundida. Uma proposta interessante seria a abordagem logo na escola, para que os estudantes começassem a despertar para estes assuntos o quanto antes. Alguns chegam à fase adulta sabendo exatamente quanto querem ganhar ou onde querem morar, mas infelizmente, não encontraram ainda sentido para a própria vida.

Contato da autora: livrofontedemilagres@hotmail.com Fanpage: facebook.com/fontedemilagres https://www.youtube.com/watch?v=qtnr2ctskNg

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Baila menina, baila...

Baila menina, baila que o tempo jรก bailou, baila menina, baila que a todos encantou...

Por mais que te digam, que o rio corre para o mar teimas em dizer, que ele corre para te abraรงar...

Baila menina, baila que a roda vai fechar,

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baila menina, baila que a tua dan莽a n贸s faz vibrar...

Por mais que te digam que o sol sempre vai brilhar, tu teimas em dizer que ele s贸 o faz para te iluminar...

Baila menina, baila com teus cabelos ao vento, baila menina, baila tu 茅s o nosso encantamento...

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Por mais que te digam, que a vida não é eterna, tu teimas em dizer que enquanto dançares, já mais iras morrer, porque a dança te faz viver...

Rute Luz

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Explicíto Só eu sei, como sinto os meus olhos, estou a lutar como nunca lutei, os dias tristes são aos molhos, recordo constantemente os nossos momentos, serei masoquista? eu digo convictamente que são eternos os nossos sentimentos, porque creio estar a ser realista.

O meu coração não se partiu, tem estado inteiro, mas desde que o teu corpo de mim se despediu, a minha alma parece um cinzeiro, como é que o sonho se transformou num pesadelo?, eu já me martirizei mas já me recuso, a viver como um recluso, já solicitei uma intervenção vinda dos céus para que reflictas é o meu apelo. Sinto o meu coração tão destroçado quanto incompleto, sou tão levado quanto me levo, para dentro do inferno em que se encontra a minha alma por dentro, enfrento os dias com e sem relevo. Rui Brandão

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Carta de Amor Joana,

As palavras fluem lentamente de mim como os primeiros flocos de neve antes de um nevão, frágeis, lentos na sua longa descida, receosos de derreter antes de chegarem ao seu

destino.

Espero

que

eles

consigam

encontrar

o

caminho até às tuas mãos. Deves estar a perguntar-te quem sou eu. Com um pouco de coragem espero conseguir responder a essa pergunta, mas mais importante, pretendo descobrir quem tu és. Talvez a resposta te consiga surpreender se eu conseguir pintar nesta tela branca o que sinto por ti. Recordo-me da primeira vez que te vi. Estavas sentada sozinha naquele jardim, no final da tarde, a ler um livro. Interrompias frequentemente a leitura para lançar olhares demorados à tua volta; parecias impaciente, como se esperasses alguém que tardava em aparecer. Enquanto esperavas, folheavas o livro, esboçavas um sorriso, afastavas o teu cabelo, olhavas para as árvores... O teu

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sorriso ficou gravado na minha mente; eu diria mesmo que se tornou parte de mim. Quero dizer-te como me fizeste sentir, no entanto a tarefa não se revela fácil. Procuro dentro de mim as palavras certas, a combinação etérea para te deixar entrar na minha alma. Reconheço em mim uma criança a misturar na sua palete tintas para criar uma nova cor, sem conhecer qual a quantidade certa a juntar de cada uma ou qual a cor que irá imergir dessa metamorfose. Fizeste-me sentir vivo de uma maneira que nunca tinha experimentado antes. Como se todos os momentos no meu passado nunca tivessem sido realmente vividos, como se apenas agora conseguisse apreciar completamente o mundo, sentir a sua beleza a percorrer os meus sentidos e deixar-me levar por ela; simplesmente deixar o vento carregar-me como uma folha pelo vento, leve e livre; com o único desejo de chegar ao oceano da tua alma e de me afundar nas profundezas do teu ser. A verdade é que és como o sol: podemos sentir o seu calor nas suas centelhas de luz, mas não podemos olhá-lo directamente. Foi o que aconteceu quando o teu olhar

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cruzou o meu. Estava a aquecer-me com o teu sorriso e assustei-me quando focaste a tua atenção, o teu poder, em mim. Esta é a primeira parte da resposta à minha questão essencial: és o meu sol. O teu sorriso é tão poderoso quanto os primeiros raios de luz que assinalam o nascer do sol. Nos dias cinzentos de chuva, enquanto todos aguardam o regresso do sol, eu anseio apenas voltar a ver-te sorrir, voltar a sentir aquele calor. Não sabes como fiquei angustiado quando deixaste aquele banco, quando levaste contigo as últimas pinceladas de luz do astro rei. Nesse momento, a escuridão apoderou-se do jardim. Um manto negro e frio envolveu-me e eu fiquei só com os meus pensamentos. Sem saber o que fazer, levantei-me num sobressalto, tentei furiosamente afastar esse manto, que me aprisionava como uma teia. Estava zangado por não ter tido a coragem de tentar falar contigo ou de tão simplesmente devolver o teu olhar. Avançei até ao teu banco e descobri algo que não devia estar ali. Deixaste o teu livro para trás. Era demasiado tarde para to devolver, por isso levei-o comigo. Era como se transportasse um pequeno tesouro. Vi nalgumas

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páginas dobradas a esperança de decifrar o que te poderia ter chamado a atenção. Li as mesmas frases que tu. Uma dessas páginas falava de viagens e aventuras; penso que falava de alguém que viajava pelo mundo à procura de algo, que ele próprio não conseguia definir. Essa página continha a segunda parte da resposta:

és o

meu continente desconhecido. Regressei todos os dias áquele jardim, mas não te voltei a avistar e passaram-se quase duas semanas. Duas semanas sem te ver! Duas semanas a perder a esperança de alguma vez te voltar a encontrar. Numa manhã, voltei mais uma vez áquele banco e levei o precioso livro, como um talismã do destino, com a esperança mística de te atrair, de alguma maneira me incluir no teu caminho. As horas passaram vagarosamente por mim e, quando me preparava para regressar, ouvi a tua voz: “Desculpe. Encontrou o meu livro?” Fiquei sem palavras ou talvez não conseguisse falar só para ter o privilégio de ouvir apenas a tua voz. Reuni, finalmente, a

coragem

para

responder.

Eu

quase

não

conseguia

respirar, sentia o meu coração a bater intensamente,

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enquanto

tentava

desesperadamente

articular

algumas

palavras. E tu apenas sorrias... Começámos a conversar, primeiro sobre o livro e depois sobre tudo. A cada palavra que proferias o meu amor por ti crescia; o meu coração entrava em ressonância com a tua voz. Absorvia em si o teu sorriso, a tua voz e o teu calor. Renovava assim a minha vontade de viver e batia agora mais determinado do que nunca, a um novo ritmo. Disperso nesse ritmo misterioso esconde-se a terceira parte da resposta: és a minha vida! Eu não conseguia compreender como alguém podia ter tanto poder sobre mim. Temia esse poder; receava que não sentisses o que eu estava a sentir; que, com uma frase ou apenas uma palavra, desencadeasses o apocalipse no meu mundo. Não tive a coragem de te declarar o meu amor. Chegou o momento de te ires embora e, enquanto eu me debatia com essa realidade

amarga,

aconteceu

algo

completamente

inesperado. Estendeste-me o livro de volta e pediste-me para to devolver no dia seguinte. Foi a minha vez de sorrir. E quando nos despedimos, atrevi-me e agarrei-te a mão; com um beijo deixei-lhe

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uma semente de esperança. Desta vez não tive medo de te olhar nos olhos nem de cegar, porque não teria hesitado em trocar todas as paisagens deste mundo pela tua beleza. Agarrei-me ao teu livro, um pedaço do teu universo, o meu bilhete para te reencontrar. Guardei no seu interior esta carta, que espero que te consiga tocar na alma, da mesma maneira que o teu sorriso intemporal me tocou e continua a tocar. Já sabes agora quem eu sou? Eu sou aquele que te ama!

Nuno

Nuno Bexiga

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Alma guerreira

Sou um guerreiro além-mar dispo-me de palavras e recubro-me de sonhos que teimo em sonhar.

Não sei de onde vim nem o que fazer, o mundo abre-me as portas e rende-me no seu abraço nele sou norte sul sou tudo aquilo que eu quiser.

Sei esperar e sei que para ganhar por vezes, é preciso perder. Nunca deixei de lutar pinto sempre os meus sonhos com tons de esperança.

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Não acredito em milagres sou o que sou, sigo em frente pagando os meus erros do passado percorrendo ruas conturbadas a qual minha alma assim destinou!

A minha alma guerreira Vestida de negro Despida de preconceitos Ah, como quero ser como e quem sou Virgens são os meus pensamentos deleitos Prostitutas são as minhas ideias com sede de beber… Do teu sangue, Tenho vontades Tenho saudades… … da minha alma guerreira!

Barnabé Sousa

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Faro O mês passado aventurei-me na bela cidade de Faro, na companhia da minha madrinha e do meu padrinho. Estive lá poucos dias, mas o curto tempo em

que estive deu para

reflectir e descansar. Só a viagem já valeu a pena. Seria um desperdício dormir! Durante essas 3 horas, fiz de tudo: li, escrevi, comi, olhei com avidez para as paisagens à minha volta, ouvi música e acabei também por dormitar, confesso. Claro que há sempre um senão, ou seja, ao meu lado poderia estar um clone do Bradley Cooper ou algo do género, mas em vez dele, estava um senhor barrigudo a tresandar a suor (a sério, o que é que as pessoas têm contra desodorizantes, pá??). A parte mais gira foi quando ele se esticou para pegar na sua bagagem, com a camisa aberta e quase a esfregar a sua barriga peluda na minha cara. Uma maravilha, eu sei.

Por fim, cheguei ao destino e reconheci de imediato as duas figuras que me eram tão familiares ao fundo da estação. Soube bem ter uns dias livres de preocupações,

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aproveitando o tempo para descansar. A parte mais estranha é que me senti em casa o tempo todo, isto é, não era bem uma turista. Muitas vezes, senti que já tinha estado aqui e acolá, quando na verdade era a primeira vez que visitava o local. Outra coisa agradável foi o facto de tudo estar ao alcance de uma caminhada. Tenho de admitir que é bastante prático fazer mil e uma coisas e não perder uma carrada de tempo nos transportes.

Como disse acima, deu para descansar. Tentei escrever, mas na altura, não saiu nada de jeito, até agora. Afinal de contas, estas linhas não existiriam se não tivesse ido para lá. Cada dia era como saborear o ultimo quadradinho de chocolate. Deu para aproveitar cada segundo e, às vezes, não importava para onde íamos nem o que fazíamos. Bastava-me estar com eles. Até ficar sentado no sofá a ver um filme se torna algo especial.

A viagem de regresso trouxe-me alguma angústia e nem eu imaginava quanta, até que me sentei no comboio depois de

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me ter despedido da minha madrinha. Tinha descansado a minha mente, mas faltava repousar o coração. Sentia um marejar de lágrimas e um desconforto no peito. Não sei se eram só lágrimas de tristeza... Gosto de pensar que ter ido trabalhar para o aeroporto estava já destinado, pois caso contrário nunca teria conhecido estes dois seres maravilhosos nem nunca teria crescido com eles. Tão diferentes um do outro, mas que me marcaram tanto cada um à sua maneira . Pessoas assim, não andam por aí ao virar da esquina. Acho que no fundo todos nós precisamos de amigos assim, não é verdade? Eu não sou excepção, por muito que me custe a admitir. É sempre bom ter alguém à nossa espera, no fim da plataforma do comboio. No meu caso, foram dois raiozinhos de sol: um loirinho e o outro ligeiramente mais baixinho, mas não menos brilhante.

A parte mais engracada foi no dia seguinte descobrirmos que a nossa patroa precisava de um reforço para a loja de Lisboa e adivinhem lá quem foi salvar o dia. Digam lá que o destino às vezes não prega partidas, hem?

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P.S - Ah, na viagem de regresso tive mais sorte. Não, não foi o Bradley que se sentou ao meu lado. Foi um rapazinho de 19 anos que brincava com o cubo de Rubik e, não teria chamado a minha atenção, se não o tivesse resolvido três vezes. Viemos a viagem a conversar, enquanto eu devorava a sandes de frango que tinha comprado no “Tostas”.

Ana

Catarina Zhang

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ALMA GÉMEA Se as palavras fossem mágicas Ou eu uma fada madrinha Usaria a minha varinha Para que a magia acontecesse

Se eu fosse o Doctor Brown E tivesse uma maquina do tempo, Rodaria o botão E faria com que ela parasse Em determinado momento. Não sou nem uma coisa nem outra E por isso sofro de dor e fico louca.

Como eu gostaria de te ajudar De os teus e os meus medos ultrapassar Nós que somos almas gémeas, Irmãs de signo De viver digno Fortes e determinadas

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Damos amor e somos amadas….

Falta-nos apenas uma pontinha de sorte Ou aquela estrelinha que nos indica o norte E não será o cumprir mais um dia de calendário Que nos vai fazer parar Somos de um signo forte e vamos lutar!

Ana Maria Teixeira

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A Lenda dos Açores Sendo Portugal a terra de Santa Maria, encontrava-se O Imaculado Coração em perene vígília, pronto a acolher as orações das almas dos portugueses !

Conta-se que pouco

A honravam as gentes deste povo lusitano, por isso A Senhora deixou cair das alturas junto à costa portuguesa, mas ainda em pleno Oceano Atlântico, nove grossas lágrimas; as quais ao entrarem em contacto com a atmosfera terrestre logo se revestiram de poeira. Foi grande a azáfama no Oceano Atlãntico, entre os nossos irmãos peixes, pois todos queriam beijar as lágrimas da Virgem.

Com os seus sucessivos e

continuados beijos, os peixinhos, sempre acrescentavam a cada lágrima revestida de poeira terrestre, um pouco de terra trazida do fundo do mar.

E assim foi crescendo...

crescendo... a superfície de cada ilha, que não era mais do que cada lágrima da Virgem, incansavelmente beijada por todos os seres que habitavam no oceano. Honrada por todos aqueles beijos, A Virgem sorriu... e o sol encantado brilhou sobre as ilhas.

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Cioso dos carinhos de Sua Santíssima Mãe O Bom Jesus, quis também honrá-la desta forma singular! Quis depor o seu beijo nesta terra abençoada ! junto à costa da ilha de

Por isso se avistou

S. Miguel, perto de Ponta

Delgada, um crucifixo representando O Senhor Jesus, que se passou a chamar de Senhor Jesus de Ponta Delgada de que nos fala a lenda. Porém Satanás irado com todas as carícias e desvelos de que eram objecto as lágrimas da Virgem, abriu brechas no terreno onde colocou material em brasa, incandescente, que respondendo aos seus ataques de fúria se projecta de quando em vez sobre as ilhas. Com a raiva de não poder destruir aquela terra abençoada, O Maligno sacode também o território, dando origem aos seus sismos. A ira de Satanás foi particularmente forte contra a ilha do Pico, tornando-a especialmente montanhosa devido aos seus murros e pontapés sobre o território. A tal ponto isto se verificou, que lá se ergue a mais alta serra de Portugal, maior ainda do que a Serra da Estrela.

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Perante todas estas manifestações do poder do mal, os anjos do céu choram implorando a Deus as maiores bençãos celestes para o povo açoreano, e o seu pranto vem orvalhar a ferida aberta no território pela fúria de Satanás, a qual passa a não mais se poder manifestar no local onde se formam as belas lagoas. Mas os açoreanos não têm medo, porque sabem que a fúria do Maligno nenhum mal pode fazer à lágrima da Virgem que habita o seio da sua terra. Por isso aproveitam o produto da terra fértil, que resulta da lava incandescente derramada na superfície das ilhas, e dão graças a Santa Maria pelas sua lágrima e pelo seu sorriso, isto é pela terra, e pelo sol!...

Lucília Guimarães

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Pôr-do-Sol Um café com esplanada. Um cigarro que se apaga no mar. Como o sol num cinzeiro. Um silêncio que mata. Uma vida que foge. Um corpo que cala. Um copo que abafa. Dois olhares que se cruzam. Um jogo de luzes e sombras.

Um... silêncio... que sobra.

Um corpo que se esquece. Um copo que se aquece. Um café com chocolate. O piscar do sol por entre as nuvens. Uma vida que persegue.

Dois olhares que crescem. Palavras que se adiam.

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Um copo que fica vidrado. Momento de expectativas palpitantes.

Um tocar sentido que se antecipa. Um corpo que se projecta. Uma

pausa

reticente.

Duas palavras que se soltam. Um lume que se acende. Luz e sombra que se apagam. U

i

m

rr a

so vida que

O p么r-do-sol da minha vida.

Joana Leit茫o

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Espírito Quebrado

Escrevo nesta página, Palavras que se encontram perdidas. E em cada linha trágica, Vivências outrora esquecidas.

A tinta que escorre é vermelha, Pintando o papel com o meu sangue. A brancura torna-se numa centelha, Na minha alma fechada e estanque.

Fecho os olhos e escrevo com violência, Com o desejo de afastar a solidão. Os pensamentos entram em turbulência, Mas tudo parece ter sido em vão.

Liberto o meu peito em mil chamas dançantes, Na esperança que a força regresse. As dores que possuo permanecem esvoaçantes, Num grito intenso que não esmorece.

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Sei que aqui permaneço, Com o espírito leve e corroído. E na sina à qual eu pertenço, Para sempre ficarei perdido.

João Ribeiro

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Tu Minha M達e

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Regras para textos enviados para a Revista Sonho de

Escrever: - A Sonho de Escrever não se responsabiliza pelo conteúdo que é publicado, a responsabilidade é única e exclusivamente dos seus autores. - A Sonho de Escrever publica os trabalhos dos autores tendo como o limite a capacidade da revista, caso haja demasiados trabalhos enviados alguns poderão não ser publicados ou poderão ser publicados no número seguinte. - O limite de tamanho dos textos recebidos é de 1200 palavras se os textos não respeitarem estas indicações poderão não ser aceites. Os textos enviados deverão ser de ficção, poemas, crónicas ou críticas exclui-se textos informativos ou de utilidade documental. - A Sonho de Escrever não aceita textos com conteúdo sexual explícito. - Por norma só será publicado um texto por pessoa em cada número, podendo haver exceções por falta de trabalhos. - A Revista será publicada mensalmente mas apenas se forem recebidos pelo menos 5 textos de autores

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diferentes, senão será publicada apenas quando tiver o número de participações suficientes. - A Sonho de Escrever não corrige erros ortográficos nem faz alterações às obras enviadas, se for enviado algum trabalho poderá não ser aceite. - A Sonho de Escrever só aceita trabalhos escritos em português. - Trabalhos com expressões noutras línguas deverão ter uma nota no fim a dizer o seu significado, caso não esteja incluída poderão não ser aceites. - Trabalhos com direitos de autor registados na Sociedade Portuguesa de Autores deverão informar a SPA antes de enviar os seus textos para a Revista Sonho de

Escrever. - A Revista Sonho de Escrever publica somente textos autorizados pelos autores. Ficha Técnica: Mês de Julho 2014 n.º39 via Internet Editora: Marta Sousa Redacção: Marta Sousa, Lucilia Guimarães, Rui Brandão, Ana Maria Texteira, Rute Luz, Nuno Bexiga, Barnabé Sousa, Ana Catarina Zhang, Joana Leitão, João RibeiroGrafismo: Paula Salgado (logótipo e contracapa). As imagens dos textos na secção de textos dos participantes foram enviadas pelos respetivos autores. A imagem de capa foi retirada da Internet. Interdita a reprodução para fins lucrativos ou comerciais dos textos (excepto pelo autor do texto) e interdita a reprodução sem a indicação do respectivo nome do autor.

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