Sonho de Escrever nº 38

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Nยบ38 Junho 2014


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Índice

Pág.

Editorial

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Informações Culturais

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Top de vendas de Ficção em Portugal

5

Top de vendas no Brasil

6

Textos de participantes

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Feitiço

8

Silêncio

11

Tarde Morna

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A Saga de uma Escritora

15

Aparência Oculta

21

Histeria

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Cores da tua lembrança

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Regras para Textos Enviados

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Sonho de Escrever


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Editorial Enquanto sonhamos com dias de calor aproveitamos para ler textos que nos aquece o coração.Este é mais um mês cheio de textos muito criativos e com textos de novos autores. Além deste mês comemoramos o dia de Luís Camões e das comunidades por todo o mundo. Esperamos que possamos chegar às pessoas que falam português por todo o mundo. Mais uma vez temos o top Portugal e Brasil com a ajuda do Portal de Literatura, agradecemos a colaboração. Em breve, vamos ter uma entrevista à autora Nathália Souza, pela primeira vez na Sonho de Escrever, não percam no próximo número. Volto a informar aos nossos leitores e participantes que se tiverem algum livro publicado e queiram divulgar na Revista basta enviar a imagem da capa e a sinopse que podemos divulgar na rubrica “Informações Culturais”. Esperemos que gostem deste número e não deixem de dizer a vossa opinião e enviar os vossos textos para o email asnossashistorias@hotmail.com Marta Sousa

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Top de vendas de Ficção em Portugal

Top de vendas retirado do site Portal da Literatura (http://www.portaldaliteratura.co m/top10.php?pais=portugal )

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Top de vendas no Brasil

Top de vendas retirado do site Portal da Literatura (http://www.portaldaliteratura.co m/top10.php?pais=brasil )

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Feitiço

Fragmentei-me. Fragmentei-me em utopias, em poesias, em negras ousadias. O inóspito monstro que eu era? Desapareceu… está derreado… De tantas esperanças, de tantas promessas, de tantos beijos ao luar. Quero que o meu coração se torne em ouro, que renasça, que prefira Se deve ser atacado ou engelhado. Mas também que te despoje, Que te roube essa tua tumultua paixão, esse belicoso sorriso. Porque eu quero sentir-me vivo por aquilo que me inspira: por euforias. Lacerar a minha alma de excitação, de júbilo, e saber que estou errado.

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Porque és quem me aleija as mãos, o corpo, a alma. E até estou a delirar… O amor é mesmo assim: é apunhalar, sem misericórdia e de forma verdadeira, O que nos mais nos custa admitir: a aspereza das palavras. Por isso, hoje, Rasga-me o tronco, destrói-me em pedaços. Só de ti é que preciso…

Sibila-me juras de amor, toques infaustos, mas apenas sibila-me… Permita-me que me junte ao teu espírito selvagem, e fantasia-me. Talvez te peça muito, talvez te peça pouco, talvez me continue a gretar, Mas eu apenas quero ser a tua metade, e fazer-te sonhar, deslumbrar-te, Com água ardente, desnudos, em pleno chão, ansioso por te enfeitiçar.

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Deixa-me ter-te, deixa-me ter aquilo que mais anseio: amar-te… Fragmentei-me, sim. Mas, unicamente,para te receber…

Diogo Canudo

Foto: https://fbcdn-sphotos-g-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash2/t1.09/s720x720/384468_451781488198342_1056524748_n.jpg

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Silêncio

O poder do silêncio,é o comportamento mais carismático do meu corpo,tenho várias personalidades porque nem todo o mundo é idêntico,o que define o tempo do meu silêncio é que não tem limite,só faço um intervalo no meu silêncio quando tenho algum argumento para o assunto que esteja a ser debatido,não falo por falar porque isso é tempo perdido. Aprendi a detectar quais as estâncias que devo de apreciar os sabores e dissabores,precisei de um dia de sol para sentir a falta da chuva,e de um dia de chuva para sentir a falta do sol,sem falar apenas me limitei a movimentar de acordo com o paladar das minhas palavras mudas,entrei em becos sem saída de mãos limpas e provei que esses becos eram mito ao sair de mãos sujas. O silêncio possui um dom,dom esse que é representado por um som,que ninguém capta,entro,uso e abuso,saiu à socapa,não cumprimento ninguém só para parecer bem,quando o faço é porque me apetece,a quem o meu

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feitio incomodar não me aquece nem arrefece,o gás do meu fogão não é gasto para toda a gente,vejo o mundo de poucas e muitas perspectivas mas todas me exibem uma imagem dormente,rodeado de papéis sem conteúdo o meu silêncio é a personagem inteligente. As metamorfoses do meu silêncio,o som mudo das minhas palavras são elevadas através de um elevador transparente,minimizo as minhas dúvidas e maximizo as minhas certezas,a minha regra é não ter um piso de vida,mas um objectivo de saída,não quero ter uma carta na manga mas sim uma âncora para não andar à deriva,o meu silêncio não é um som seco mas sim um som com um mar de saliva.

Rui Brandão

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Tarde Morna 

Era de tarde, ali mesmo à beira mar

uma tarde morna de horas suspensa

- e suspensa ia uma gaivota a pairar

indiferente e alheia à minha presença.

Momento tépido de sentimentos

esquecidos num limbo passado...

E o sol mascarava os tormentos

esvaecendo da alma os ventos

oferecendo aquele vazio desejado

e perdoando à vida sonhada

todas as promessas em esquisso;

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que a vida é nada mais que isso.

Tarde morna sem lembranças

nem memórias incomodadas...

Volteavam gaivotas em suaves danças

tão perto mas de mim, tão apartadas.

Era de tarde, tarde morna em sossego

num tempo parado em total desapego.

Atrás de mim murmurava a cidade das colinas

e no ar, caladas ânsias e gaivotas bailarinas. Armanda Andrade https://www.facebook.com/Armanda.Andrade?fref=ts

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A Saga de uma Escrita

Desponta a luz da aurora,

e Lúcia, no seu quarto chora …

… rega o lenço, e o sustém tenso … Para conter um misto de tristeza e de alegria, que iluminará o seu dia. Tristeza porque sua mãe passou. Alegria porque sua filha chegou. E entre um nascimento, e um falecimento, seu

coração está partido, no seu âmago ferido, sem

produzir um gemido. Queria fazer parar o tempo, mas isso é agarrar o vento, que sopra sem um ai, e sempre para diante vai. Como fazer parar o tempo, e agarrar o vento ? Há uma forma disponível, embora seja invisível. É à alma da avó pedir, que à neta venha sorrir. O seu pequeno ser guardar, até ela crescer e abraçar, a vocação que escolher e gerar … Sonho de Escrever


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A avó será o seu Anjo da Guarda.

A avó será o seu Anjo da Guarda, O que será a fonte da alegria que não tarda, alegria de insuspeitados amores … Jorrados de suas mãos, como lindas flores! As três reunidas de novo, caminhando por entre o povo… avó, filha e neta unidas, são a história de uma vocação à poesia, guiada pela Mão do Anjo … até ao dia … da ressurreição.

UMA VOCAÇÃO TAMBÉM SE APRENDE, NINGUÉM NASCE ENSINADO. AQUILO QUE SE VENDE, É FRUTO DO ESFORÇO CONTINUADO. Era má aluna a português, mas o que o meu Anjo da Guarda fez, foi inspirar a professora . . .

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Que me dirigiu sábia palavra orientadora. Tu não sabes escrever. Perdes no exercício cotação, ao nível da composição. Tens de obras literárias ler. E eu que só queria ler, livros de aventuras … não

me decidia em me entreter,

com novas literaturas.

Mas o meu Anjo me segredou então;

que tinha de fazer o

que estava na minha mão. E

eu

mergulhei

em

novas

leituras,

de

conhecidas

literaturas. Li Camilo, Eça e Júlio Dinis; e vi que isso era o que sempre quis. Li Sophia, Florbela, Gedeão e Pessoa; e vi que a poesia também era boa ! Desde então, as minhas composições, passaram a ser lidas em voz alta … mas nem por isso tive classificações, para me distinguir da malta …

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Mas como começou a minha vocação ?

Foi através da

intercessão, de outra professora de português, que disse:_____

Isso, não pode ser ela que fez.

Decorou a composição de uma literatura. E eu reagi sem amargura. Ela sabia que eu não copiei, pois escrevi tudo debaixo dos olhos desconfiados dela. Só graças a ela agora eu sei, que a minha composição era boa e bela. Foi o mais significativo elogio que recebi, e graças a ele chorei e sorri … de alegria e emoção, pois tinha finalmente vocação. Fora o meu Anjo que arrancara, da desconfiança da professora…

uma

palavra

orientadora

para

a

auto-

confiança que me faltara, … e que me guiaria pela vida fora, em todo o momento até agora, introduzindo-me no mundo da escrita, sábia, boa e bonita. Recebi muitos NÃOS de editores, até que encontrei um que por meus contos sentiu amores. Mas publicou um livro sem número legal, e não deixou rasto após o seu funeral.

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Foi

o funeral do livro e do editor. Ambos sem deixar

rasto, a não ser a dor do parto do meu primeiro livro publicado. Parecia ter no destino triste fado. Mas eu tinha o meu Anjo comigo, que era O meu grande Amigo, E

me

segredava

para

continuar;

que

continuasse

a

escrever e a amar.

Eu acreditava no sucesso dos contos de Natal. Pois o Natal tem impacto social. E estavam cheios de encanto e magia, por isso os mostrei a outro editor com alegria. Foi o meu segundo livro publicado, desta vez legal, graças a Deus o sonho tinha-se tornado real ! Decidi

então

escrever para os escritores, contando a

saga da minha vida de escritora. Pela Mão do meu Anjo e seus amores, contei com tudo fora. UMA

PALAVRA FINAL EM QUATRO PASSOS …

PARA ORIENTAÇÃO GERAL. SÃO QUATRO ABRAÇOS.

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Escute este refrão.

Escreva o que lhe dita o

coração. O coração é sempre bom conselheiro. Amigo verdadeiro. Nunca escreva por escrever, sem ter o que dizer, pois isso vai ser notado, e desprezado. 2º

Escreva o que deve. Analise sempre o impacto social

do que escreve. Escreva o que os outros querem ler. É esse o seu dever. Pois afinal é servidor, da humanidade na lei do amor. 3º Estude cuidadosamente o perfil de cada editor. Não acredite que a crise lhe dirá um não arrebatador. Se oferece exactamente o trabalho que ele quer publicar, o sucesso irá despontar. O trabalho certo, no editor certo, é a pista do sucesso, que irá a ferros arrancar. 4º E não se esqueça nunca do seu Anjo protector. Continue depois de cada porta que se fecha no seu nariz. Pois Ele sempre abrirá com amor, uma frondosa janela com tudo o que sempre quis.

Lucília Guimarães

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Aparência Oculta

Sou

como

o

Compal,as

pessoas

que

me

agitam

ficam

habilitadas a serem vítimas do meu bem ou do meu mal,sou quente e frio,pareço tão cheio como tão vazio,algumas pessoas ousaram fazer um prognóstico de como iria ser o meu futuro após eu ter perdido quem me tinha acompanhado a vida inteira,desde sempre eu diagnostiquei resiliência no meu ser,opto involuntariamente por ser a última pessoa a rir invés da primeira,opto involuntariamente talvez por estar demasiado familiarizado com o que é saber

perder

e

vencer,sou

beneficiado

pela

minha

intuição que se encontra mais do que exercitada,pois desde que nasci que a minha vida consiste em dias de emancipação,semanas de guerra e meses de batalha,pareço andar sozinho mas na verdade ando sempre de mão dada.

Sou

inconveniente,porque

não

sou

dado

a

fretes,sou

inflexível,não sorriu para ninguém só para mostrar o

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Colgate nos meus dentes,não sou de ficar de braços cruzados,tento caminhar a passos largos porque não gosto de chegar atrasado,não gosto de receber aplausos,opto involuntariamente

por

fazer

com

que

eu

seja

subestimado,sou invisível ou pelo menos gosto de pensar que

o

sou,os

sentimentos

como

amor

e

paixão

são

limitados,e só uma pessoa tem direito à sua edição especial,não me preocupo com a quantidade mas sim com a qualidade e como tal tudo que eu dou,pode ser ou parecer açúcar ou sal.

Rui Brandão

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Histeria Estendido no chão, oiço o vento a enfrentar-me. E, preso em sentimentos, sinto um estranho a percorrerme. Retino-me em espelhos e tento, perigosamente, encontrarme. Mas já nem sangue tenho nas veias, para realmente «ser». Manco a pele, fecho os olhos e oiço-te em mim… (Queria

tanto

esconder-me,pois

nem

te

consigo

resistir…) Todo o «eu» que era, agora, é repartido contigo. Será

que

me

transformei,

ou

simplesmente

voltei

a

nascer? A nascer em teus braços, a fazer-me teu, ainda mais do que queria. Eu? Eu prostro-me em ti, arrisco-me em ti, e tento-me proteger. Porque tu podes dizer que não me vês como amante, em tuas harmonias, Mas beijas-me em palavras, elogias-me em gestos, em perigos

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Fustigantes, e até em chamas ardentes…Mas que fulminar sem fim! (Chega! Grita-me em fantasias, que eu quero começar a sentir!) Se quiseres seduzir a minha mente, terás o meu corpo. O meu corpo pétreo e lacerante, que me massacra em ironias. E que aceita, sem pesar, o que ao meu coração faz vibrar. Em histeria. Diogo Canudo Foto: https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash4/t1.09/q83/s720x720/10177326_772752422789605_5591337869409534499_n. jpg

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Cores da tua lembrança Hoje

apetece-me

falar-te

de

cores.

Talvez seja por estar – neste soberbo me ̂s de Junho – aqui, nesta praia de areia branca. E aqui estive, toda a tarde; firme qual rochedo , porque sei que esta

́s ai ́:

desse lado do imenso oceano que vejo com os meus olhos , castanhos, marejados de la ́grimas. O azul mar lembra-me os teus olhos ; a maré agitada: a chama vermelha que nos une,

afastados por uma imensida

̃o

de

sal.

Agora, o sol, quente e amarelo, deu lugar a um tom laranja fim-de-tarde. Sinto o vento, que me envias, tocar-me a face. Surge um arrepio, daqueles - de sete cores

-,

que ja

́

experimentei

no

passado.

Foi há poucos meses, uma eternidade, que os meus lábios, rosa bebe

́,

E penso em ti

te beijaram pela u

́ltima

(como em todos os minutos da minha

existência)... meu amigo colorido

© Ana Ventura de Sousa

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vez.


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Regras para textos enviados para a Revista Sonho de

Escrever: - A Sonho de Escrever não se responsabiliza pelo conteúdo que é publicado, a responsabilidade é única e exclusivamente dos seus autores. - A Sonho de Escrever publica os trabalhos dos autores tendo como o limite a capacidade da revista, caso haja demasiados trabalhos enviados alguns poderão não ser publicados ou poderão ser publicados no número seguinte. - O limite de tamanho dos textos recebidos é de 1200 palavras se os textos não respeitarem estas indicações poderão não ser aceites. Os textos enviados deverão ser de ficção, poemas, crónicas ou críticas exclui-se textos informativos ou de utilidade documental. - A Sonho de Escrever não aceita textos com conteúdo sexual explícito. - Por norma só será publicado um texto por pessoa em cada número, podendo haver exceções por falta de trabalhos. - A Revista será publicada mensalmente mas apenas se forem recebidos pelo menos 5 textos de autores

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diferentes, senão será publicada apenas quando tiver o número de participações suficientes. - A Sonho de Escrever não corrige erros ortográficos nem faz alterações às obras enviadas, se for enviado algum trabalho poderá não ser aceite. - A Sonho de Escrever só aceita trabalhos escritos em português. - Trabalhos com expressões noutras línguas deverão ter uma nota no fim a dizer o seu significado, caso não esteja incluída poderão não ser aceites. - Trabalhos com direitos de autor registados na Sociedade Portuguesa de Autores deverão informar a SPA antes de enviar os seus textos para a Revista Sonho de

Escrever. - A Revista Sonho de Escrever publica somente textos autorizados pelos autores. Ficha Técnica: Mês de Junho 2014 n.º38 via Internet Editora: Marta Sousa Redacção: Marta Sousa, Diogo Canudo, Lucilia Guimarães, Rui Brandão, Armanda Andrade, Ana Sousa Ventura Grafismo: Paula Salgado (logótipo e contracapa). As imagens dos textos na secção de textos dos participantes foram enviadas pelos respetivos autores. A imagem de capa foi retirada da Internet. Interdita a reprodução para fins lucrativos ou comerciais dos textos (excepto pelo autor do texto) e interdita a reprodução sem a indicação do respectivo nome do autor.

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