PROJETO ECONOMIA CRIATIVA E EMPREENDEDORISMO EM TERRITÓRIOS VULNERÁVEIS AVALIAÇÃO DE IMPACTO SOCIAL RELATÓRIO FINAL ABRIL 2016
Agência São Paulo de Desenvolvimento
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Introdução________________________________________________ 4
SUMÁRIO
O projeto_________________________________________________ 8
Arranjo Institucional___________________________________________ 8
Conceito do projeto____________________________________________ 10
A Metodologia NESTA__________________________________________ 12
Planejamento da Adaptação_____________________________________ 13
Panorama do projeto: planejado e realizado________________________ 15
Avaliação de Impacto_______________________________________ 16
Por que avaliar? ______________________________________________ 16
Impacto social ou resultado? Uma distinção importante______________ 17
A Cingulado__________________________________________________ 20
Processo de avaliação_________________________________________ 21
Contexto: Economia criativa no Brasil, em São Paulo e na periferia_ 26 Resultados e Indícios de Impacto_____________________________ 34
Matriz Avaliativa______________________________________________ 37
Público_____________________________________________________ 38
Metodologia: Adaptação________________________________________ 50
Metodologia: Aprendizagem____________________________________ 56
Desenvolvimento Profissional___________________________________ 61
Desenvolvimento Econômico____________________________________ 64
Considerações Finais e Recomendações_______________________ 72
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5
INTRODUÇÃO Cristiane mora em Cidade Tiradentes, no extremo leste da cidade de São Paulo. Em 2007, quando teve que sair do emprego para cuidar de sua filha, Cristiane decidiu aprender técnicas de artesanato para complementar sua renda trabalhando em casa. Foi assim que nasceu a marca “ASO OGÉ – Arte em Tecido”. Suas bonecas e acessórios de moda inspirados na cultura afro, raiz de grande orgulho para ela, estiveram presentes em diversas feiras ao redor da cidade. Foi um sucesso crescente, sua coleção ficando cada
vez mais elaborada e com personalidade. Porém, manter um negócio próprio e viver de suas criações não é uma tarefa simples. Todos os dias surgem desafios: como saber se o negócio tem potencial para se sustentar e crescer? Como separar a vida pessoal da vida profissional? Como encontrar clientes e se comunicar com eles? De que parceiros ela precisa? Como competir com produtos de marca comprados fora da comunidade? Consciente dessas dificuldades, em outubro deste ano, Cristiane ficou sabendo de uma oportunidade que tinha tudo a ver com ela: um curso de Empreendedorismo em Economia Criativa que aconteceria na sua região. Seriam
6
quatro dias de treinamento, e ela não
um dos empreendedores, entender
deixou escapar; fez logo a inscrição.
suas dúvidas e aprendizados. Juan é um Agente de Desenvolvimento Local, fun-
Foi lá que conheceu Simone, educadora
ção que exerce dentro da subprefeitura
responsável pela formação. Simone,
que atende a Cidade Tiradentes. Foi ele
além da experiência que já possuía como
que ajudou a formar o grupo de alunos
treinadora, tinha sido recentemente pre-
e alunas do curso como parte de seu
parada para essas aulas pelo profissional
trabalho de articulação e promoção de
inglês Percy Emmett, que trouxe ao Brasil
desenvolvimento local na região.
uma metodologia de ensino baseada na vasta experiência do instituto de ino-
Tanto Juan quanto Simone, assim como
vação britânico NESTA.
diversos outros Agentes de Desenvolvimento Local e Formadores, foram
Percy mostrou a Simone como estimular
contratados pela Agência São Paulo de
o conhecimento por meio de perguntas
Desenvolvimento (ADE SAMPA) para
abertas, passando por motivações pes-
atuar em regiões periféricas da cidade
soais, organização profissional, consciên-
integrando o projeto Economia Criativa e
cia de mercado e técnicas de negócios.
Empreendedorismo em Territórios Vul-
Simone, por sua vez, dividiu esse con-
neráveis.
junto de conhecimentos com Cristiane e outros onze alunos do curso.
O projeto, que teve início em agosto de 2015, é uma iniciativa cofinanciada pela
Um desses alunos presentes foi Juan.
7
INTRODUÇÃO
ADE SAMPA e pelo fundo de investimentos britânico Fundo Newton, operado
Ele não estava ali para pensar em um
no Brasil pelo Conselho Britânico – uma
negócio próprio - foi ao curso ouvir cada
organização internacional que, presente
desde a concepção do projeto, foi responsável por trazer o treinador Percy Emmett - que preparou tanto Simone quanto Juan para trabalhar com os empreendedores de periferia. A intenção do Conselho Britânico é participar ativamente do desenvolvimento da Economia Criativa no Brasil pela educação, aproveitando a experiência que o Reino Unido tem nessa área. Foi assim que o Reino Unido aterrissou em Cidade Tiradentes e ajudou Cristiane a perceber que não era somente uma artesã, mas uma empreendedora criativa que poderia pôr em prática um negócio sustentável e lucrativo que, além de trazer equilíbrio ao seu futuro e o de sua família, poderia ajudar a trazer autonomia e orgulho à região onde ela mora e inspirar outros empreendedores que, como ela, apostam na capacidade criativa como forma de sobrevivência e integração à sociedade.
8
O PROJETO ARRANJO INSTITUCIONAL
9
CONSELHO BRITÂNICO
FUNDO NEWTON
É a organização internacional
É parte da assistência oficial
britânica para promoção
em desenvolvimento
de relações culturais e
do Reino Unido, com o
oportunidades educacionais.
objetivo de aprofundar
O seu propósito é construir
parcerias científicas e de
engajamento e confiança
inovação que promovam o
para o Reino Unido a partir
desenvolvimento econômico
de troca de conhecimento e
e o bem-estar nos países
ideias entre pessoas ao redor
emergentes. O Conselho
do mundo. Busca alcançar
Britânico é o operador do
esses objetivos atuando
Programa Desenvolvimento
através da educação, ciência,
Profissional e Engajamento
sociedade, inglês e das artes.
Comunitário (Professional Development and Community Engagement) do Fundo Newton no Brasil. AGÊNCIA SÃO PAULO DE
de utilidade pública que visa promover a implementação de políticas de desenvolvimento, especialmente aquelas que contribuam para o crescimento econômico, atraindo investimento, reduzindo desigualdades regionais, aumentando a competitividade econômica, apoiando a criação de empregos e de renda, através do empreendedorismo, da economia social e da inovação tecnológica. A ADE SAMPA opera em colaboração com a
DESENVOLVIMENTO (ADE Secretaria Municipal SAMPA) Pessoa jurídica de direito privado, qualificada como Serviço Social Autônomo de fins não econômicos, de interesse coletivo e
de Desenvolvimento, do Trabalho e Empreendedorismo de São Paulo (SDTE).
10
O PROJETO
Em janeiro de 2015, o Conselho Britânico
volvimento econômico por meio de
alocou 25 mil libras do Fundo Newton para
micro e pequenos negócios fomentado
investir em um projeto piloto no Brasil na
pela ADE SAMPA.
área da Economia Criativa. Em abril, o Conselho Britânico pesquisou
CONCEITO DO PROJETO
parceiros técnicos - ADE SAMPA, SEBRAE,
Os objetivos principais do projeto
Unibes - para cofinanciar e operar um pro-
são a promoção de habilidades e o
jeto passível de financiamento do Fundo
desenvolvimento profissional em
Newton na área de Economia Criativa.
empreendedorismo na economia
Em maio, a ADE SAMPA e o Conselho Britânico iniciaram uma parceria que levou, em julho, ao primeiro planejamento do projeto Economia Criativa e Empreendedorismo em Territórios Vulneráveis.
da cultura e criativa, aproveitando a liderança do Reino Unido no setor. desenvolvimento tecnológico através da inovação entre jovens de baixa do centro de São Paulo, bem como
que existe nas periferias da cidade de
nessas populações periféricas. Espera-se
São Paulo com o desafio do treinamento
gerar oportunidades econômicas que
e assessoria para os empreendedores
promovam desenvolvimento social e
dessas regiões. A iniciativa visualizou a
redução de desigualdades econômicas.
no Reino Unido por uma organização Britânica aliado ao trabalho de desen-
Multiplicadores contratados pela ADE
a produção dos treinamentos, seriam
SAMPA, assim como gestores públicos da
reponsabilidade da ADE SAMPA.
cultura; e, finalmente, adaptar e replicar o treinamento para empreendedores da periferia de São Paulo.
A instituição Britânica escolhida por uma concorrência para fornecer a metodologia de ensino foi o instituto de
A busca, sistematização e nacionalização
inovação NESTA, que enviou ao Brasil
da metodologia britânica ficou a cargo
o formador sênior Percy Emmett para
do Conselho Britânico, enquanto a
ensinar a metodologia aos formadores,
contração dos formadores e agentes
agentes de desenvolvimento local e
de desenvolvimento local, assim como
gestores públicos de cultura brasileiros.
BC/FUNDO NEWTON
ADE SAMPA
renda que vivem em regiões afastadas engajar redes de Economia Criativa
sobre negócios criativos sistematizado
de Desenvolvimento Local e Formadores/ a articulação dos gestores de cultura e
Pretende-se gerar negócios criativos e
O projeto relacionou o potencial criativo
oportunidade de trazer um treinamento
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FORMADORES
INSTITUTO NESTA
Treinamento de empreendedores PERCY EMMET
Treinamento de treinadores
AGENTES DE DESENVOLVIMENTO LOCAL
Sua estratégia central foi identificar e Articulação de público, comunicação do curso e suporte institucional
contratar uma organização Britânica com metodologia passível de ser adaptada; formar na metodologia Britânica Agentes
EMPREENDEDORES
12
A METODOLOGIA NESTA
13
O PROJETO
As sessões de trabalhos foram divididas didaticamente em:
de formação. Esse material didático serve
do Brasil/São Paulo. Foi criada uma
de orientação, caminho (método) e não
apresentação básica de orientação para
exige que o participante seja qualificado
os treinamentos com os seguintes itens:
em administração de negócios ou tenha A metodologia NESTA foi desenvolvida
1.VALORES E MOTIVAÇÃO
com o objetivo de treinar e apoiar empreendedores para desenvolver,
empreendedorismo.
2. INDÍCIOS DE SUCESSO
aperfeiçoar e tornar seus negócios criativos bem sucedidos. Ela lança mão
3. PLANEJAMENTO PARA CLIENTES
de um formato presencial, com carga
E O NEGÓCIO
horária mínima de 28 horas dividida em quatro dias consecutivos. Apoia-se
4. PROJEÇÃO DE RELACIONAMEN-
em exercícios e vivências sustentadas
TO E REFLEXÃO
pelo Tool Kit NESTA “Monte Seu Próprio Negócio Criativo Bem Sucedido”. O
formação anterior específica na área de
O método parte da ideia de que
CONTEXTO: apresenta a realidade de
antes de tudo, compreender suas
São Paulo frente ao tema Economia
motivações pessoais para começar
da Cultura e Criativa e a referência
um empreendimento, já que isso
do relatório de 2013 sobre Economia
determinará a forma e direção do
Criativa elaborado pela UNESCO ;
negócio.
5. O MIX DE MARKETING 6. PLANEJAMENTO
principalmente, aperfeiçoar mutuamente
FINANCEIRO E DE MERCADO
as ideias de negócios.
em diversos cenários e exige sessões com duração de 3 horas para completa assimilação conceitual por meio de atividades de grupo para troca de informações e experiências.
OBJETIVO: Fomentar a criação e o desenvolvimento de negócios na área da economia da cultura e criativa
grupo para possibilitar as trocas e,
quatro guias que podem ser usados
SAMPA;
o empreendedor criativo precisa,
método valoriza a participação em
O Tool Kit é um material composto por
QUEM SOMOS: apresenta a ADE
Os livros do kit, que acompanham materiais práticos de apoio como planilhas, diagramas e post-its, é um material de referência para ser usado pelo participante após o curso. Ele geralmente só é entregue no último dia
PLANEJAMENTO DA ADAPTAÇÃO
especialmente entre jovens que moram em áreas periféricas da cidade de São Paulo; CONTRATO DE TRABALHO: Levanta as
Após a formação com Percy Emmett e partindo dessa orientação metodológica, a ADE SAMPA reuniu-se com os quatro formadores para adaptar o treinamento e atender uma realidade mais próxima
expectativas dos participantes; METODOLOGIA: Fala sobre o Tool kitNESTA e apresenta o link para download do material;
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O PROJETO
PANORAMA DO PROJETO CONCEITOS E EXERCÍCIOS: 4 dias de trabalho com 10 exercícios e apresentação de conceitos como
FALA DO FORMADOR
Economia Criativa e suas principais
“O que é único na metodologia
atividades, Startup, Propriedade
NESTA é a autonomia que temos
Intelectual Sobre a Criação, Talento e
para replicar o treinamento.”
Qualidade, Triângulos de Promessas, Comunicação e Marketing, Precificação, Economia Colaborativa e Solidária.
FALA DO FORMADOR
“Foram realizadas reuniões com os 4 formadores e equipe ADE SAMPA para montar a programação de cada encontro a partir do processo que vivenciamos na formações com o Percy na metodologia NESTA. Foi uma construção coletiva, com muitos momentos de troca e percepção compartilhada para inserirmos as devidas atividades que norteiam a metodologia NESTA focado no que fez mais sentido para nós”.
Planejado
Realizado
Acontecer entre agosto de 2015 e Iniciado em 24 de Agosto de 2015 e encerrado em 31 de março de 2016 março de 2016 Seminário “Ação Publica, Ação Criativa”, realizado em São Um evento de lançamento do projeto Paulo no dia 24/08/2015. para até 100 pessoas. 145 pessoas se inscreveram e 80 pessoas assinaram a lista de presença seminário. Dois treinamentos de quatro dias consecutivos para funcionários públicos e multiplicadores ministrados por um treinador britânico da NESTA, divididos em:
Contratação de dois treinamentos NESTA Treinar Treinadores realizados por Percy Emmett, consultor senior do NESTA: Turma 1: 25 a 28/03/2015 Total de participantes: 14 Público : 1ª edição para até 25 funcionários 9 agentes de desenvolvimento local da AdeSampa; públicos que ocupam cargos de gestão 3 gestores/técnicos da Secretaria de Cultura e em equipamentos públicos culturais 2 funcionários da AdeSampa (Programa Vai Tec). e/ou responsáveis pela qualificação profissional; Turma 2: 31/08 a 03/09 Total de Participantes : 26 2ª edição para até 25 pessoas sendo 20 Público: Agentes de Desenvolvimento Local e 5 10 Agentes de Desenvolvimento da AdeSampa; Multiplicadores contratados pela ADE 4 Formadores multiplicadores (contratados pela ADE SAMPA); SAMPA. 2 Funcionários da AdeSampa; 5 gestores/técnicos ligados a Secretaria da Cultura; 5 gestores/técnicos da Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo.
15 replicações do treinamento para empreendedores das 4 regiões da cidade de São Paulo atingindo pelo menos 150 empreendedores até março de 2016.
16 treinamentos ADE SAMPA NESTA 398 inscrições recebidas; 231 estiveram presentes ao menos um dia; 215 pessoas considerados formados com base no critério de pelo menos 75% de presença e nos relatórios finais dos formadores. Dos 161 treinamentos, 12 foram realizados em subprefeituras localizadas na periferia de São Paulo, sendo as demais na região do centro expandido da capital paulista: 4 na região central; 3 zona sul; 3 zona norte; 4 zona leste; 2 zona oeste 1
Um treinamento adicional sobre Um treinamento ADE SAMPA NESTA para Agentes de contexto local para os Agentes de Desenvolvimento Local da Secretaria do Desenvolvimento, Desenvolvimento Local. Trabalho e Empreendedorismo.
_________________ 1. O último treinamento ADE SAMPA NESTA na subprefeitura de Pirituba tem seu término previsto para o dia 31/03/16. Logo, suas informações e resultados estão ausentes desta análise.
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AVALIAÇÃO DE IMPACTO
Avaliação do impacto social diz respeito
IMPACTO SOCIAL OU RESULTADO? UMA DISTINÇÃO IMPORTANTE2
a transformações em um território, numa comunidade ou população na medida em que se insere uma intervenção conhecida no sistema (um projeto, programa) em uma relação de causa e efeito, observada entre a mudança e a intervenção.
POR QUE AVALIAR? O Conselho Britânico estuda
vida, tem interesse em saber
das regiões periféricas de São
a possibilidade de ampliar o
como o projeto pode ajudá-
Paulo.
escopo do investimento do
la na sua missão e visão, se
A partir das informações
Fundo Newton no projeto
o projeto pode tornar-se
levantadas, as duas
de Economia Criativa e
um programa, e como
organizações têm intenção
Empreendedorismo em
pode tornar mais efetiva
de obter, como parte do
Territórios Vulneráveis
a formação de grupos de
processo de avaliação, um
a outros parceiros e
desenvolvimento local.
conteúdo de comunicação
outras regiões do Brasil. A
Ambos têm interesse em
sobre o projeto e o que
organização tem interesse
aprofundar o conhecimento
aconteceu a partir de suas
em conhecer e sistematizar
sobre o perfil do público
ações, buscando apresentar
a metodologia de gestão e
participante do projeto
resultados e impactos iniciais
governança compartilhada
e sobre a eficiência
para públicos com diversos
além do modelo de
e replicabilidade da
graus de proximidade com
cocriação e cofinanciamento. metodologia Britânica de
a criação e operação do
A ADE SAMPA, que tem um
treinamento, em especial sua
projeto.
pouco mais de um ano de
aderência ao contexto local
_________________ 2 Texto inspirado no artigo: Métricas em Negócios de Impacto Social: fundamentos. Daniel Brandão; Célia Cruz; Anna Livia Arida. ICE – Instituto de Cidadania Empresarial e MOVE – Avaliação e Estratégia em desenvolvimento social. 2014
18
19
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
O conceito de impacto social, por sua
A abordagem do Development Impact
provável e geral entre uma intervenção
território de alcance do projeto ou
vez, conversa com distintas definições
Evaluation (DIME) se relaciona ao “padrão
e uma mudança na realidade. Mas um
programa. Por esse olhar, o impacto
que se sustentam em requisitos
ouro” de uma avaliação de impacto para
consenso sobre essa questão ainda está
diz respeito à soma e à relação de
metodológicos, temporais ou de
organizações e organismos de natureza
distante. Outras definições recentes de
resultados manifestados após o término
território.
econômica. Ela exige necessariamente
avaliação de impacto nos permitem
da intervenção no território. Essa
estudos com grupos controle aleatórios
novas explorações do conceito.
perspectiva revela que a avaliação de
Algumas definições correntes sobre avaliação de impacto social nos ajudam a trazer luz sobre a diferença entre os conceitos.
(RCTs - Randomized Control Trials). Segundo essa escola, apenas com o uso desses grupos controle seria viável estabelecer uma análise de causa e efeito
A definição do IEG traz um novo aspecto a ser levado em conta: o espaço-tempo de abrangência da intervenção e o
impacto consegue capturar melhor suas transformações caso seja realizada após o encerramento da iniciativa em questão.
1
2
3
4
“Avaliações de impacto procuram
“Avaliações de impacto comparam os
“Análises que medem a mudança
“Avaliação que considera todas as
responder a questões de causa
outcomes de um programa contra um
líquida (net change) nos outcomes
intervenções realizadas dentro de
e efeito. Em outras palavras,
contrafactual que mostra o que teria
de um grupo particular de pessoas
uma determinada área geográfica.”
buscam mudanças nos resultados
acontecido com os beneficiários se o
que podem ser atribuídas a um
(outcomes) que são diretamente
programa não tivesse existido. Distinto
programa específico usando as
atribuídas ao programa” 3
de outras formas de avaliação, o estudo
melhores metodologias disponíveis,
de impacto permite atribuir as mudanças
viáveis e apropriadas para responder
ao programa em avaliação por seguir
à pergunta avaliativa investigada e ao
desenhos experimentais e quasi-
contexto específico.”5
experimentais.” 4
______________ 3. Gertler et al., 2010, World Bank Training Series.
4. World Bank DIME Initiative – Development Impact Evaluation
5. International Initiative for Impact Evaluation – 3ie, 2008 6. World Bank – Independent Evaluation Group – IEG
6
20
21
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
Tais definições nos apontam reflexões
para o projeto se revela como uma
projetos em periferias das cidades
que pretendemos alcançar no longo
acerca de o que é possível avaliar neste
oportunidade de aprimoramento da sua
de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
prazo? Construindo um fluxo de
momento sobre o projeto Economia
gestão e planejamento futuros.
Horizonte, trabalhando em conjunto
relações a partir dessa visão, o território
Criativa e Empreendedorismo em
com coletivos e associações periféricas
vai sendo materializado em forma de
Territórios Vulneráveis.
como Associação Cultural Abanca, Casa
inputs, respostas e relações: Quais os
de Cultura de Rocinha, São Mateus
indicadores essenciais que informam
em Movimento, Grupo Cultural NUC
sobre cada mudança que se pretende
e Rede do Lado de Cá. Incubou o
gerar? Quais são as condicionantes para
projeto Criando Criadores, destinado
que estes resultados se realizem? Quais
a formação e capacitação de agentes
os objetivos e/ou estratégias centrais
culturais periféricos da região de
que o programa vai realizar para alcançar
Ermelino Matarazzo, zona leste de São
os resultados de longo prazo? Qual a
Paulo. E desenvolveu e implementou
relação entre as estratégias, os resultados
projetos socioculturais como o Festival
e os processos de planejamento e
DoLadoDeCá, Urbano, Conectando
gestão? Quais são os principais produtos
Quebradas e Natura Musical.
(outputs) que serão gerados no processo
Em primeiro lugar, pelo projeto ainda estar em andamento e pela escolha
A CINGULADO
de não optarmos metodologicamente pela utilização dos grupos controle
A Cingulado é uma consultoria de
(RCTs), nos parece sensato considerar
Atitude Social que busca desenvolver,
que a avaliação trará um olhar objetivo
incubar e articular projetos com foco
sobre resultados, contribuindo para um
em iniciativas de sustentabilidade e
amadurecimento sobre os possíveis
desenvolvimento coletivo. A atuação da
impactos esperados aliados às reais
Cingulado organiza-se como uma rede
possibilidades trazidas pelas estratégias e
de competências, que articula e molda
atividades colocadas em prática.
equipes de acordo com cada projeto.
Por tratar-se de um projeto piloto, que provavelmente terá continuidade e ampliação de sua abrangência, surge uma oportunidade de aprofundar o entendimento dos resultados e impactos
competências técnicas de avaliação de impacto com competências de gestão, planejamento de comunicação e criação de narrativas.
esperados, bem com a relação entre os
Fundada em 2012, desenvolveu projetos
limites e potenciais das intervenções e
sociais e culturais para Natura, Casas
dos públicos relacionados.
Bahia, Fundação Via Varejo, Fundação
A própria ausência de um marco zero
de alcance de cada resultado?
Para esta proposta, buscamos aliar
ArcelorMiHal e Arcor. Articulou diversos
Essas questões, a partir de um processo
PROCESSO DE AVALIAÇÃO
de reflexão aberta, serão trabalhadas pela perspectiva fenomenológica, caminho que possibilita olhar e descrever o processo, compreender e
O trabalho começa com a assimilação
aprender com ele. Nessa abordagem,
da visão de longo prazo do projeto e das
o material não se organiza apenas
organizações: Quais são os resultados
através de categorias preestabelecidas e
22
23
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
parâmetros quantitativos, uma vez que a
trabalho e participação e sobre o qual
da emergência e precisamos empregar
Quando a prática do projeto é
fenomenologia é o estudo do conjunto
exercemos certo controle, podemos
uma forma diferente de avaliar as
profundamente considerada e
de fenômenos como se manifestam,
aplicar a lógica de “monitoramento
respostas e julgar se estamos no
refletida, ela modifica o ator social e o
seja através do tempo ou do espaço, e
de impacto”, com metas e resultados
caminho certo.
contexto do próprio campo de atuação.
consiste em estudar a essência das coisas
avaliados a partir de indicadores
e como elas são percebidas buscando
específicos e pré-concebidos.
entender a vivência das pessoas e
Porém, quando trabalhamos com
compreender como elas percebem
processos sociais complexos, que são
o mundo a sua volta. Nessa medida,
possivelmente (pelo menos em alguns
todos os fenômenos do mundo devem
aspectos) intangíveis e invisíveis, que
ser pensados também a partir das
têm tão longo prazo a ponto de escapar
percepções mentais de cada ser humano.
de limitações arbitrárias de tempo, que
É importante ter clareza sobre essa perspectiva de análise porque quando tentamos conseguir algo material, tangível e visível no mundo, atrelado ao tempo, separado de outras coisas, que depende principalmente de nosso
estão intimamente e inextricavelmente ligados a muitas outras interferências e processos, sobre a qual temos pouco controle e dependem especialmente dos movimentos e energias dos outros (aqueles que servimos em primeiro lugar), devemos trabalhar com a lógica
Para nós, está claro que nosso campo de avaliação é o da complexidade social: cada situação e cada comunidade que se torna foco de nossas atenções está sujeita às influências e intervenções de inúmeras outras comunidades e
Quando o contexto muda, a prática seguinte precisa responder a essa mudança. Quando o contexto muda e a prática responde, os atores sociais se desenvolvem a partir dos desafios, insights e da resiliência de sua intenção.
situações - e está em estado de mudança
Partindo dessa perspectiva, o trabalho
o tempo todo. Aqueles que procuram
de avaliação foi desenhando e realizado
intervir não estão separados daqueles
conforme a figura abaixo.
que recebem a intervenção - são parte integral do todo complexo no qual intervêm e também se modificam à medida que eles mudam.
24
25
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
PROCESSO • 2 ENCONTROS COM CADA EQUIPE • LINHA DE TEMPO E SOCIOGRAMA DO PROJETO • ENCONTRO DEVOLUTIVA ADE SAMBA E BC
MAPEAMENTO DO PROJETO COM EQUIPES DO CONSELHO
ENTREGA
• RELATÓRIO 1 E MATRIZ AVALIATIVA (FOCO AVALIATIVO)
VI
BRITÂNICO E
PROCESSO • VISITAS DE UM DIA NAS SUBPREFEITURAS
CIDADE TIRADENTES (ZONA LESTE
M’BOI MIRIM (Z0NA SUL)
ADE SAMPA
• OFICINA DEVOLUTIVA COM ADE SAMPA
PROCESSO
ENTREGA
• ENCONTRO FINAL COM ADE SAMPA E BC
• RELATÓRIO 4
ENTREGA
• RELATÓRIO FINAL, APRESENTAÇÃO PPT E VIDEODCUMENTÁRIO
VISITAS DE MAPEAMENTO
VISÃO GERAL SOBRE A
E OBSERVAÇÃO EM DOIS
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
TERRITÓRIOS
DO PROJETO
ENTENDIMENTO DOS DOIS TREINAMENTOS NESTA - TREINAMENTO DE TREINADORES
PROCESSO • 5 TREINAMENTOS ADE SAMPA NESTA ACOMPANHADOS • SURVEY PARA OS PARTICIPANTES DO TREINAMENTO ADE SAMPA NESTA • ENTREVISTA COM OS 9 AGENTES DE DESENVOLVIMENTO LOCAL QUE ORGANIZARAM TREINAMENTOS • ENTREVISTA COM OS 4 FORMADORES • OFICINA DEVOLUTIVA COM ADE SAMPA E BC
ENTREGA
• RELATÓRIO 3
OBSERVAÇÃO DOS TREINAMENTOS ADE SAMPA NESTA NOS TERRITÓRIOS
PROCESSO • ENTREVISTA COM PERCY EMMETT (SKYPE) • ENCONTRO COM PARTICIPANTES DO TREINAMENTO NESTA • SURVEY COM PARTICIPANTES DO TREINAMENTO NESTA • ENCONTRO 2 DE DEVOLUTIVA COM ADE SAMPA E BC
ENTREGA
• RELATÓRIO 2
26
27
CONTEXTO ECONOMIA CRIATIVA NO BRASIL, EM SÃO PAULO E
médio anual de 12,1% nos países em
No Brasil, a contribuição dos setores criativos
desenvolvimento.
foi de 2,7% do PIB em 2011, segundo
A contribuição de atividades culturais privadas e formais representa, em média, 5,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 40 países pesquisados pela Unesco. Como
NA PERIFERIA
exemplo, são citados países como Bósnia e Herzegovina, com contribuição da indústria criativa em 5,7% do PIB, Equador
A Economia Criativa é um conceito sobre
de televisão, rádio, cinema e fotografia, além
(5%), Argentina (3,5%) e Colômbia (3,4%).
modelos de negócio ou gestão onde seus
da expansão dos diferentes usos da internet.
Além dos benefícios econômicos, a
produtos e serviços são desenvolvidos a partir do conhecimento, da criatividade, do capital intelectual de pessoas. Segundo as Nações Unidas, as atividades do setor criativo produzem bens tangíveis e intangíveis, intelectuais e artísticos, com conteúdo criativo e valor econômico. Nesse sentido, distinguem-se da economia tradicional de manufatura, agricultura e comércio.
A edição especial do Relatório de Economia Criativa 20137, elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), destaca que a Economia Criativa tornou-se uma poderosa força transformadora no mundo de hoje. O
Economia Criativa também contribui para o desenvolvimento social. Seu potencial para gerar bem estar, autoestima e qualidade
estudo realizado pela Firjan8(Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), em 2012. A instituição tomou como base a massa salarial gerada por empresas da indústria criativa naquele ano. O resultado coloca o Brasil entre os maiores produtores de criatividade do mundo, superando Espanha, Itália e Holanda. No entanto, há um longo caminho a ser percorrido para que o país alcance o patamar do Reino Unido, da França e dos Estados Unidos, onde a Economia Criativa é bastante expressiva.
de vida em indivíduos e comunidades,
Devido ao potencial de crescimento da
por meio de atividades prazerosas e
Economia Criativa no Brasil, foi implantada
representativas das características de cada
em 2011 a Secretaria da Economia Criativa
localidade, estimula o crescimento inclusivo e
sob o comando do Ministério da Cultura.
sustentável, defende a publicação.
Sua missão é conduzir a formulação,
relatório informa que o comércio mundial
No Reino Unido, a Economia Criativa
Suas atividades abrangem os setores da
de bens e serviços criativos totalizaram um
representou aproximadamente 5% de sua
cultura, moda, design, música e artesanato,
recorde de US$ 624 bilhões em 2011 e mais
economia em 2013. Nesse mesmo ano, a
os setores de tecnologia e inovação, como
do que duplicou entre 2002 e 2011. Além
Economia Criativa criou 2,62 milhões de
o desenvolvimento de softwares, jogos
disso, nesse mesmo período, as exportações
empregos, representado 1 em cada 12
eletrônicos, aplicativos, bem como atividades
de produtos do setor registraram aumento
empregos criados no Reino Unido.
implementação e o monitoramento de políticas públicas para o desenvolvimento local e regional, priorizando o apoio e o fomento aos profissionais e aos micro e pequenos empreendimentos criativos brasileiros.
________________ 7. CREATIVE ENCONOMY REPORT 2013 Especial Edition: widening local development pathways - Published by the United Nations Development Programme (UNDP), One United Nations Plaza, New York, NY 10017, USA and the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) 8 Sistema FIRJAN: Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil 2014. Dezembro/2014 in: http://publicacoes.firjan.org.br/economiacriativa/mapeamento2014
Em São Paulo a Economia Criativa já era responsável por 3% de
29
CONTEXTO
em 2009. Ainda segundo o relatório
Brasil - 2009
VARIAÇÃO PERCENTUAL DO NÚMERO DE EMPREGOS FORMAIS NO TOTAL DA ECONOMIA E EM ATIVIDADES CRIATIVAS (EM %) Brasil e Município de São Paulo - 2006 - 2009
Economia Criativa na Cidade de São
27,9
Paulo: Diagnóstico e Potencialidade, “tão importante quanto o número
18,3 17,2
de vagas, trata-se de atividades
16,2
que podem ser desenvolvidas não apenas nos tradicionais centros econômicos da cidade, mas também em distritos mais distantes, que apresentam maior carência de
Economia Criativa
Total
postos de trabalho e oportunidades.”
Brasil
Os números do crescimento e
Município de São Paulo
oportunidades oferecidas pela Economia Criativa na capital paulista são expressivos se comparados com o cenário no Brasil. A porcentagem de empregos formais e a posição dos setores criativos na capital paulista são maiores se comparados aos
EMPREGOS FORMAIS EM ATIVIDADES ECONÔMICAS CRIATIVAS COMPARADO AOS DEMAIS SETORES ECONÔMICOS
TOTAL DE PESSOAL OCUPADO
Brasil - 2009
12.079.131 1.999.632
EMPREGO FORMAL
622.459
dados do Estado de São Paulo e do
351.701
Brasil com nos revelam as figuras ao
73.771
São Paulo - 296.231 Rio de Janeiro - 92.477 Distrito Federal - 31.403 Pernambuco - 16.465 Mato Grosso do Sul - 6.365 Amapá - 682
POSIÇÃO DOS SETORES CRIATIVOS
TOTAL SETORES
SETORES CRIATIVOS
BRASIL
41.207.546
753.178
1,83
9ª
ESTADO DE SP
12.035.497
296.231
2,46
6ª
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
4.621.085
140.499
3,04
4ª
lado. PESSOAL OCUPADO EM ATIVIDADES CRIATIVAS
PARTICIPAÇÃO RELATIVA (%)
Fonte: Economia Criativa na Cidade de São Paulo: Diagnóstico e Potencialidade.
DISTRIBUIÇÃO DO EMPREGO FORMAL EM ATIVIDADES DA ECONOMIA CRIATIVA
Coordenador do projeto Aurílio Sérgio Costa Caiado. São Paulo, FUNDAP, 2011. Página 30
todo o emprego formal da cidade
30
31
CONTEXTO
Apesar
do crescimento rápido e consistente da Economia
Criativa nos anos recentes na cidade de São Paulo, a participação da periferia neste setor ainda é pouco representativa se comparada com a das regiões centrais do município. As figuras abaixo mostram como a renda
DISTRIBUIÇÃO DO EMPREGO FORMAL EM ATIVIDADES DA ECONOMIA CRIATIVA
média pessoal, a distribuição de empregos formais e a concentração de Unidades Locais da Economia Criativa são
RENDA MÉDIA DO PESSOAL OCUPADO EM ATIVIDADES DA ECONOMIA CRIATIVA
maiores no centro do que nas regiões periféricas.
Município de São Paulo - 2009
Neste mapa aparecem os
Município de São Paulo - 2009
Observando os dados dos
em atividades econômicas
trabalhadores em atividades
criativas. Aqui os distritos
criativas de forma espacializada
do Morumbi e Itaim Bibi
nos 96 distritos da capital (mapa
voltam a se destacar, mas
à esquerda), note-se que os
aparecem também os distritos
distritos que aparecem com
de Pinheiros e Barra Funda
maiores rendimentos são os de
com grande importância
Moema, Itaim Bibi, Jabaquara e São Domingos, havendo um certo RENDA MÉDIA
dados referentes ao emprego
padrão de concentração de distritos
2.900,96
com rendimento mais alto na região
1.670,03
oeste da cidade. Os distritos com
1.068,83
menores rendimentos nos setores
617,60
criativos foram os do Pari, Vila
264,02
Curuçá, Cidade Tiradentes e Grajaú.
PESSOAL OCUPADO
em números absolutos de
23.401
profissionais formalmente
4.836
empregados.
1.686 634 150 15
47,25 Fonte: Economia Criativa na Cidade de São Paulo: Diagnóstico e Potencialidade. Coordenador do projeto Aurílio Sérgio Costa Caiado. São Paulo, FUNDAP, 2011. Páginas 54 e 56
32
33
CONTEXTO TAXA DE CRESCIMENTO MÉDIO AO ANO DO EMPREGO FORMAL EM ATIVIDADES CRIATIVAS
9,2
8,4
5,4 5,1
10% DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE UNIDADES LOCAIS NA ECONOMIA CRIATIVA Município de São Paulo - 2009 UNIDADES LOCAIS 3.698 2.221 718
RMSP
Total de emprego formal
Nesse cenário de crescimento da Economia Criativa, o projeto Economia Criativa e Empreendedorismo em Territórios Vulneráveis traz a oportunidade de conectar essa projeção econômica com o contexto do empreendedor de regiões periféricas da cidade de São Paulo.
RENDIMENTO MÉDIO (EM R$) DOS TRABALHADORES FORMAIS NO TOTAL DA ECONOMIA E EM ATIVIDADES CRIATIVAS Brasil, Estado de São Paulo, Região Metropolitana de São Paulo, Município de São Paulo - 2006 - 2009
R$ 2.040
Total de emprego formal
RMSP
R$ 3.000
Estado de SP
R$ 1.914
Brasil
R$ 1.680
A criatividade está presente em quantidade e qualidade nesses territórios onde a escassez faz queda de braços com a abundância. Contudo, a falta de acesso a recursos, crédito, treinamento e assistência, além do excesso de burocracia, são desafios a serem superados. Aqui, a perspectiva de desenvolvimento econômico desses sujeitos e comunidades pode se aproximar dos aspectos mais amplos e complexos do desenvolvimento social e desenvolvimento local.
Município de SP
Economia Criativa
R$ 2.568
Fonte: Economia Criativa na Cidade de São Paulo: Diagnóstico e Potencialidade. Coordenador do projeto Aurílio Sérgio Costa Caiado. São Paulo, FUNDAP, 2011. Página 60
Estado de SP
R$ 1.461
26
Sudeste
5,8
5,5
5,4
R$ 2.172
53
Os gráficos seguintes reforçam como a Economia Criativa oferece oportunidades de geração de emprego e renda maiores que o total de empregos formais no município de São Paulo.
6,0
8,1
R$ 2.861
205
Brasil
5,2
Fonte: Economia Criativa na Cidade de São Paulo: Diagnóstico e Potencialidade. Coordenador do projeto Aurílio Sérgio Costa Caiado. São Paulo, FUNDAP, 2011. Página 49.
Brasil, Região Sudeste, Estado de São Paulo, Região Metropolitana de São Paulo, Município de São Paulo - 2006 - 2009
Município de SP
Economia Criativa
34
35
RESULTADOS E INDÍCIOS DE IMPACTO MATRIZ AVALIATIVA Os exercícios linha do tempo e sociograma
questões mais institucionais sobre como o
conduzidos pela Cingulado estimularam
projeto pode apoiar e fortalecer a missão e
e ajudaram as organizações proponentes
a visão da organização e o quanto contribui
a refletir sobre quais seriam suas questões
com suas estratégias de promoção de
avaliativas em relação ao projeto, o que
desenvolvimento local.
levou à formulação individual e coletiva de questões que eles gostariam de ver investigadas no processo de avaliação.
O Conselho Britânico, por sua vez, levantou 30 questões. Interessava-o saber como as parcerias podem beneficiar as organizações
A ADE SAMPA trouxe 25 questões. Elas eram
e os resultados da iniciativa e como a
sobre a adaptação da metodologia NESTA
experiência do Reino Unido em Economia
para o contexto local; sobre como a formação
Criativa pode influenciar o projeto. Também
NESTA foi assimilada e tem influenciado o
trouxeram questões sobre a metodologia
trabalho dos agentes de desenvolvimento
NESTA e sua adaptação ao contexto local;
local, formadores e gestores públicos da
sobre o perfil dos participantes e seu
cultura; e sobre o perfil dos participantes
processo de aprendizagem; sobre quais
da formação. Também foram pensadas
mudanças ocorrem nos territórios; e
questões sobre a capacidade do projeto de
específico. O tema das Parcerias também
indicar desafios e oportunidades em políticas
foi suspenso naquele momento, mas vai
públicas.
se tornar um item presente nos relatórios
Ambas as organizações levantaram questões sobre o quê e como comunicar a história e os resultados dessa iniciativa.
chamado Gestão e Governança. As três dimensões que permaneceram tiveram suas questões priorizadas e qualificadas pelos participantes do encontro. Em seguida, elas
Após os encontros individuais com cada
foram agregadas em até cinco questões por
organização proponente, fizemos um novo
tema/dimensão. Num último respiro com o
encontro com os dois grupos trazendo todas
grupo, validamos quais perguntas de fato
as questões levantadas. Elas foram divididas
seriam possíveis de se investigar, tendo em
em seis dimensões de pesquisa: Parcerias,
vista o escopo e o tempo do projeto, assim
Planejamento, Metodologia, Público Alvo,
como o tempo e os recursos disponíveis
Impacto/Resultados e Comunicação.
neste processo de avaliação.
Nesse encontro, avaliamos coletivamente
Foi nesse contexto da avaliação que surgiu
se todas essas dimensões de pesquisa
a necessidade de criarmos uma Matriz
faziam parte do conteúdo da avaliação. Em
Avaliativa, não prevista inicialmente na
seguida, identificamos que as questões
proposta de consultoria. Essa necessidade de
sobre Planejamento e Comunicação
priorizar e qualificar as questões avaliativas
deveriam ser trabalhadas pelas organizações
da ADE SAMPA e do Conselho Britânico
proponentes em outros momentos. No
revelou-se evidente pela grande quantidade
caso da Comunicação, a parte que cabe
e teor das questões avaliativas levantadas;
à consultoria da Cingulado em forma de
o requisito de envolver o campo avaliativo
entregas de apresentação do projeto, seria
dentro do tempo e escopo do projeto;
tratada mais adiante em planejamento
e a importância de alinhar os esforços
36
37
RESULTADOS E INDÍCIOS DE IMPACTO MATRIZ AVALIATIVA :: PROJETO ECONOMIA CRIATIVA E EMPREENDEDORISMO EM TERRITÓRIOS VULNERÁVEIS OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO
cada questão. A matriz foi então apresentada e trabalhada num último encontro em dezembro de 2015 com todos os proponentes do
DIMENSÕES
PERGUNTAS ORIENTADORAS
CRITERIOS/ INDICADORES
DESENVOLVIMENTOECONÔMICO
bem como construindo indicadores para
FONTE DE COLETA
INSTRUMENTO DE COLETA
Números de Jovens (18 a 29 anos) que formalizaram um negócio criativo; Número de novos Negócios Criativos formalizados; Valorização dos saberes e fazeres locais como negócio criativo; Aumento na geração de renda
Territórios, empreendedores
Survey empreendedores; visitas em dois territórios vulneráveis (a definir); relatorios das replicações; relatórios de acompanhamento dos Agentes; narrativas dos cinco empreendedores escolhidos
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
nomenclatura das dimensões e perguntas,
Em que medida os indivíduos que participaram do projeto conseguem usar os aprendizados na sua prática?
Ideias implementadas nos negócios criativos pelos empreendedores; Ideias implementadas nas Replicações pelos Formadores; Ideias implementadas no acompanhamento pelos Agentes de DL e Gestores da Cultura
Empreendedores, Agentes de DL, Formadores, Gestores Públicos da Secretaria da Cultura
Survey empreendedores, Agentes de DL e Formadores; grupos focais; narrativas dos cinco empreendedores escolhidos
METODOLOGIA
trabalhou no desenho da matriz refinando a
Em que medida já se pode notar mudanças nos territórios vulneráveis (especificar dois) relacionadas aos objetivos do projeto?
Em que medida os indivíduos que participaram do projeto aprenderam o conteúdo da formação NESTA?
Conteúdos apreendidos pelos Agentes de Desenvolvimento Local, Formadores e Empreendedores
Empreendedores, Agentes de DL, Formadores, Gestores Públicos da Secretaria da Cultura”
Survey empreendedores, Agentes de DL e Formadores; grupos focais; narrativas dos cinco empreendedores escolhidos”
Formato e conteúdo do treinamento NESTA VERSUS Formato e Conteúdo das Replicações
Formato e conteúdo do treinamento NESTA VERSUS Formato e Conteúdo das Replicações
Toolkit NESTA, Apostila ADE SAMPA, Replicações, Formadores”
Survey empreendedores, Survey Formadores e Agentes de DL; grupos focais”
Qual é o perfil do empreendedor formado?
Renda, maturidade do negócio, moradia, educação formal, experiéncia profissional, gênero, idade, bancarização, documentação pessoal
Empreendedores
Survey empreendedores
Em que medida o empreendedor que participou das replicações é um empreendedor de territórios vulveráveis?
Número de empreendedores formados VERSUS Número de empreendedores de territórios vulneráveis
Empreendedores
Survey empreendedores
projeto quando novas alterações foram realizadas na organização das dimensões, no levantamento de indicadores e na redação dos objetivos.
Mapear oportunidades e desafios relativos aos objetivos do projeto mais amplo e para a atuação do British Council através do Newton Fund no projeto Economia Criativa e Empreendedorismo em Territórios Vulneráveis.
METODOLOGIA
coletivo e colaborativo, a equipe Cingulado
Mapear oportunidades e desafios no fomento ao empreendedorismo criativo e desenvolvimento local, principalmente através dos Agentes de Desenvolvimento Local e dos formadores multiplicadores, considerando o âmbito de atuação da ADE SAMPA e o referido projeto como marco inicial do trabalho.
PÚBLICO
edital da concorrência. A partir do trabalho
Identificar, analisar e reportar impactos do projeto British Council-Transform-Newton Fund e ADE SAMPA para promoção de empreendedorismo em economia criativa em regiões periféricas de São Paulo, com ênfase para a efetiva aquisição de habilidades e desenvolvimento profissional dos jovens impactados pelos treinamentos.
PÚBLICO
avaliativos aos objetivos apresentados no
38
39
RESULTADOS E INDÍCIOS DE IMPACTO
PÚBLICO
inicial em mais de 25%. Como o planejamento inicial do projeto
DESTAQUES
não apresentou metas específicas
O projeto atingiu em grande maioria um perfil de público de baixa renda (74%)10e 11
morador de periferia (76%) , coincidindo com o perfil do público-alvo inicialmente planejado. A única ressalva nesse quesito foi o baixo número de jovens (28%) que participaram dos treinamentos.
sobre qual seria o perfil do público a ser atendido, é um desafio julgar a eficiência do projeto no atendimento do seu público-alvo. Ao longo do processo de avaliação, a ADE SAMPA e o Conselho Britânico definiram que os critérios “baixa renda” e “morador da periferia” seriam
TURMA 1: 14 PARTICIPANTES PÚBLICO
PARTICIPARAM NO
PARTICIPARAM DO
RESPONDERAM
TREINAMENTO NESTA
ENCONTRO CINGULADO
AO SURVEY
AGENTES DL
9
7
9
TÉCNICOS DO VAI TEC
2
1T
2
GESTORES DA CULTURA
3
-
-
TURMA 2: 26 PARTICIPANTES PÚBLICO
PARTICIPARAM NO
PARTICIPARAM DO
RESPONDERAM
TREINAMENTO NESTA
ENCONTRO CINGULADO
AO SURVEY
AGENTES DL
10
5
9
FORMADORES
4
4
4
FUNCIONÁRIOS ADE SAMPA
2
-
-
GESTORES DA CULTURA
5
-
2
GESTORES SDTE
5
-
1
suficientes neste primeiro momento para
Os dados médios dos participantes dos
uma análise do resultado. Nesse sentido,
treinamentos ADE SAMPA NESTA revelam
e se entendermos que os índices acima
um perfil de maioria feminina (65%) e
de 70% são considerados satisfatórios,
negra/parda (55%) evidenciando seu
o resultado do projeto com relação ao
potencial inclusivo. Ainda podemos
público atendido é muito bom.
Fonte: Survey Cingulado para os participantes dos dois treinamentos NESTA
215 empreendedores, superando a meta
Outros: 1
GÊNERO
constatar que a média do público Branco: 18
é bancarizada (90%), tem moradia própria (59%), é graduado (50%) ou
PERFIL DO FORMADOR E DO AGENTE
pós graduado (25%) chamando a
DE DESENVOLVIMENTO LOCAL
atenção para um perfil mais maduro e escolarizado que se interessou pelo treinamento.
De uma amostra de 38 participantes
Feminino: 15
Negros: 5
Masculino: 12 Pardo: 3
dos dois treinamentos NESTA com o formador britânico Percy Emmett,
O projeto estimou atender um mínimo
recebemos 27 respostas (71%) no
de 150 empreendedores com 15
survey, e nos encontramos com 17 (45%)
treinamentos. Ao todo, foram formados
participantes presencialmente.
________________ 10. segundo o IBGE e a FGV é considerado baixa renda quem ganha até 4 salários mínimos. 11. Entendido como quem mora fora do centro expandido (LAPA, PINHEIROS, VILA MARIANA, SÉ, IPIRANGA e MOOCA) de São Paulo.
40
41
As localidades onde moram 16
RENDA
LOCAL DE RESIDÊNCIA
espalham-se por 15 das 32 subprefeituras de São Paulo.
12
Lapa, Ipiranga, Sé estão dentro do centro expandido do município.
8
Butantã, Guaianases, São Miguel Paulista, Ermelino Matarazzo,
4
Capela do Socorro, Vila Maria/ Vila Guilherme, São Mateus, Cidade Tiradentes, M’Boi Mirim,
0
Freguesia do Ó/Brasilândia, De R$ 1.576,00 a R$3.152,00
Até R$ 1.576,00
De R$ 1.576,00 a R$7.880,00
Outra cidade: 1
Pirituba/Jaraguá, Parelheiros são
Periferia: 18 Centro Expandido: 5 Não respondeu: 2
consideradas regiões periféricas. FAIXA ETÁRIA
12
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 ou mais 0
3
Superior Completo Segundo Grau Completo Pós-Graduação Superior Incompleto
6
8
7 4
POSSUI NEGÓCIO CRIATIVO SIM: 9 NÃO: 18
Dos 33% que disseram possuir um negócio cultural ou criativo, 5 são Agentes de Desenvolvimento Local e 2
11
são Formadores. Os negócios mencionados são ligados aos setores das artes visuais, artesanato, música, produção cultural, gastronomia.
4
Fonte: Survey Cingulado para os participantes dos dois treinamentos NESTA
42
43
PERFIL DOS EMPREENDEDORES
As informações nos dizem que o
(PARTICIPANTES DO CURSO)
projeto conseguiu atender o perfil
De um total de 215 pessoas formadas
de 51 respostas, o que equivale a
pelas 16 edições do treinamento ADE
24% dos participantes formados.
SAMPA NESTA (o último treinamento
Vale ainda ressaltar que 68% do
na subprefeitura de Pirituba não foi
público respondente participou nos
encerrado antes do término desse
treinamentos realizados em 2016.
relatório), foi enviada uma pesquisa online para 186 que informaram seu email. Recebemos um total
COR DA PELE
do empreendedor de baixa renda e moradora da periferia de São Paulo. Contudo, o público jovem inicialmente pensando como alvo da iniciativa esteve em menor presença. Os gráficos seguintes detalham o
Amarelo (Oriental) 1,96% (1)
A figura traça um perfil médio dos
perfil dos participantes e dos seus
Branco 43,14% (22)
participantes dos treinamentos:
negócios culturais e criativos.
Negro 21,57% (11) Pardo 33,33% (17)
GÊNERO
Ganham até 4 salários mínimos
98%
Feminino 64,71% (33) Masculino 35,29% (18)
Pós-graduação
25%
Mora na periferia
Negros e Pardos
79%
55%
Solteiros
Tem filhos
53%
49%
Feminino
Graduação
55%
50%
Tem casa própria
59%
Tem negócio próprio Acima dos 30 anos
72%
67%
OCUPAÇÃO ATUAL 100%
80%
60%
40%
34%
32%
20%
20%
16% 8%
0%
Empregado
Desempregado
Aposentado
Sócio/Dono da Empresa
Outro/ Especifique
Fonte: Survey Cingulado para os empreendedores participantes dos dois treinamentos NESTA
Tem conta em banco
74%
44
45
DE QUAIS CURSOS/FORMAÇÕES VOCÊ JÁ PARTICIPOU SOBRE EMPREENDEDORISMO?
RENDA 100%
80%
LOCALIZAÇÃO DA SUBPREFEITURA
60%
Periferia
40%
20%
0%
35,29%
15,29%
9,80%
Até R$880,00
De R$ 881,00 a R$ 1.760,00
13,73%
13,73%
De R$ 1.760,00 De R$ 2.460,00 a R$ 2.460,00 a R$ 3.500,00
Acima de R$ 3.500,00
79%
11,76%
Não quero informar
Centro Expandido
21%
Sebrae 30% (15) Senac 6% (3) Outro 20% (10) Nenhum 44% (22)
2% Itaim Paulista 2% Vila Mariana 2% Jabaquara
FORMAÇÃO 100%
Vila Maria/Guilherme
80%
60% 45,10% 40% 25,49% 17,65%
20%
3,92%
1,96% 0%
Fundamental II 5ª à 9ª série
Ensino médio
Graduação
Pós Graduação
Fonte: Survey Cingulado para os empreendedores participantes dos dois treinamentos NESTA
Técnico
5,88%
Outro (Especifique)
Sé
7%
São Miguel Paulista
7%
Pirituba
2%
2% Butantã 9%
Vila Prudente
7%
Campo Limpo
5%
5% Cidade Ademar 2%
Capela do Socorro
5% Ermelino Matarazzo 2% Freguesia do Ó 2% Cidade Tiradentes
2% 2% Penha 5%
São Mateus Pinheiros
Parelheiros
Ipiranga
7%
Jaçanã
M’Boi Mirim
9%
2%
9%
46
47
COMO ESTÁ FORMALIZADO SEU NEGÓCIO CULTURAL OU CRIATIVO?
A seguir, veremos informações sobre
100%
os empreendedores que informaram
80%
ter negócio cultural ou criativo:
60% 40%
Ganham até 4 salários mínimos
Tem negócio próprio
67%
74%
37,5%
29,17%
20%
6,25%
0% MEI
SIMPLES NACIONAL
2,8 % LTDA.
18,75%
4,17% Associação
2,08% Não formalizado
Não possuo negócio criativo
Outros/ Especifique
O negócio próprio não traz retorno financeiro no momento
Mora na periferia
79%
53%
50% DOS NEGÓCIOS CULTURAIS OU CRIATIVOS ESTÁ FORMALIZADO
COMO VOCÊ CLASSIFICA O SEU MODELO DE NEGÓCIOS?
QUANTO TEMPO POSSUI SEU NEGÓCIO CULTURAL OU CRIATIVO? Fabricação de produtos
100% 80%
40,43%
Comercialização de produtos
27,66%
60% Oferta de serviços 40% 20%
32%
24% 8%
10% Entre 1 e 2 anos
Outros (especifique)
12,77% 0%
0% Menos de 6 meses Menos de 1 ano
26%
53,19%
Entre 2 e 5 anos
Fonte: Survey Cingulado para os empreendedores participantes dos dois treinamentos NESTA
Não possuo negócio criativo
25%
50%
75%
100%
48
49
Esse último gráfico traz mais precisão
QUAL O SETOR DO SEU NEGÓCIO CULTURAL OU CRIATIVO?
e detalhes sobre os setores dos negócios culturais ou criativos dos
TV e rádio 2% Publicidade 2% Tecnologia (jogos, apps, etc) 18%
participantes do treinamento. Tais informações são procendentes das fichas de avaliação respondidas ao
Artesanato 22%
final de cada treinamento, aplicadas pela ADE SAMPA.
Moda 7%
83 80
41
40 36
36 23
22 20
15
30
25 20
19
17
12
Outra
Cultura Tradicional e Expressões Populares
Cultura Digital
Artes Cênicas
Artes Visuais
Editorial
Arquitetura
Publicidade
TV e Rádio
Gastronomia
0 Moda
Em parte, preciso complementar com outra renda 37% (17)
42
Jogos
Sim, dependo exclusivamente dele 10% (5)
53
Animação
Não me traz retornofinanceiro no momento 53% (25)
54
Design
O SEU NEGÓCIO CULTURAL OU CRIATIVO GARANTE SUA RENDA MENSAL?
60
Música
Outros/especifique 22%
Fonte: Survey Cingulado para os empreendedores participantes dos dois treinamentos NESTA
Música 4% Grafitti 4%
COMO ESTÁ FORMALIZADO SEU NEGÓCIO CULTURAL OU CRIATIVO?
Cinema
Produção cultural 11%
100
Fonte: Gráfico da avaliação com os participantes dos treinamentos 2015 e 2016 sistematizado pela ADE SAMPA. Amostra: 196 respostas
Teatro 2% Arquitetura 2% Gastronomia 2%
50
RESULTADOS E INDÍCIOS DE IMPACTO
METODOLOGIA: ADAPTAÇÃO
com momentos de formação continuada
De modo geral, os treinamentos
desenvolvimento local, do que quando
com profissionais habilitados pelo
cumpriram a sua função de aproximar
os empreendedores participam de
NESTA, e tiveram poucos momentos de
o tema de Economia da Cultura e
treinamentos fora do seu território.
supervisão individual ou coletiva com a
Criativa aos empreendedores de regiões
ADE SAMPA.
periféricas da cidade. A metodologia
DESTAQUES
NESTA mostrou ser adaptável a esse
Ao olharmos para como a metodologia
contexto. Ela parte do interesse do
foi adaptada constatamos que a metodologia NESTA apresentou flexibilidade e eficiência ao contexto da cidade de São Paulo.
51
FALA DO FORMADOR
ENTREGA DE TOOL KIT
empreendedor em despertar, ampliar
Nos treinamentos de 2015, a entrega
e explorar seus valores e motivações. É
do Tool Kit impresso não foi prevista.
uma metodologia que tem como base o
Os participantes foram orientados a
grupo como matéria prima permitindo
fazer o download gratuito do material
Os Formadores lançaram mão das
“Por se tratar de uma de imersão
a troca de experiências e criação de
em versão digital no site do NESTA.
vivências e dos exercícios aprendidos
de 4 dias, senti que começamos a
redes de apoio e de troca. Isso foi mais
No início de 2016, os formadores e
junto ao treinador Britânico nas
se apropriar mais da metodologia a
percebido quando os treinamentos
empreendedores apresentaram para
replicações dos treinamentos ADE
medida que vamos lendo e revisitando
aconteceram em um território de
a ADE SAMPA a necessidade de ter
SAMPA NESTA. O Tool Kit NESTA “Monte
o kit, e replicando com os grupos,
periferia. Nesses casos a sua relevância
o kit físico para distribuir entre os
seu próprio negócio criativo bem
dúvidas e necessidade de troca vão
foi potencializada pelo reconhecimento
participantes. A gestão do projeto acatou
sucedido” serviu para eles como um
surgindo. (...) penso que trouxe um
das iniciativas dos empreendedores, seus
a demanda e conseguiu entregar os Tool
documento de aprimoramento da
outro olhar a cerca de qual é o papel
talentos e recursos locais, possibilitou
Kits gradativamente nos treinamentos
sua aprendizagem e orientador para a
de um formador de um público de
novas articulações e conexões entre
seguintes.
replicação do treinamento.
empreendedores.(SIC)”
os participantes presentes. Além disso,
Os desafios e dificuldades encontrados pelos formadores para a aplicação e adaptação de todo o conteúdo NESTA são compreensíveis, à medida em que eles passaram por apenas uma formação de 4 dias consecutivos, não contaram
fortaleceu a institucionalidade territorial da ADE SAMPA e trouxe mais clareza ao público sobre a identidade da ADE SAMPA. Nesse sentido, o treinamento quando realizado no território de periferia pode contribuir mais com o
52
RESULTADOS E INDÍCIOS DE IMPACTO
ENCONTROS DE PLANEJAMENTO E
satisfatório, para a outra, faltou mais
AVALIAÇÃO
momentos de encontros e planejamento. Entretanto, todos consideram válidos os
ADE SAMPA realizou, no final de 2015, uma conversa de avaliação com cada
momentos de avaliação e aprendizagem coletiva proporcionados.
53
“O conteúdo possibilita ajustes a Os formadores procuraram seguir o que foi aprendido sobre a metodologia NESTA com um cuidado de adaptar a
formador após a realização da sua
linguagem, os exercícios e as dinâmicas
primeira replicação do treinamento
em grupo procurando estimular a
e, em janeiro de 2016, outro encontro
aprendizagem individual e grupal.
com os quatro formadores para planejar
A diversidade dos grupos levou os
os próximos treinamentos. Esses dois
formadores a propor e realizar cortes no
encontros foram os únicos momentos de supervisão e avaliação conjunta entre ADE SAMPA e formadores.
FALA DO FORMADOR
“Este material passou a ser disponibilizado para os
Isso contribuiu para mais autonomia
empreendedores de cada grupo,
do formador durante o treinamento
e foi uma solicitação do grupo de
exigindo mais da sua experiência profissional. Por outro lado, a oportunidade de manutenção de um
formadores para a ADE SAMPA uma vez que identificamos esta necessidade do grupo de sair das
grupo institucional de formadores
formações com o material físico para
da ADE SAMPA se enfraqueceu. Os
consulta (...)”
FALA DO FORMADOR
PERSPECTIVA DO FORMADOR
expertise como formador me permitiu utilizar a experiência acumulada para exemplificar situações, cases de empreendedores, conteúdos e informações complementares quando necessário a favor do desenvolvimento de cada grupo. “
programa ao longo dos treinamentos para atender as distintas dinâmicas de cada turma. A gestão do tempo disponível foi um desafio e demandou ajustes, considerando a quantidade de informação a ser trabalhada e as diferentes dinâmicas de processos de autorreflexão, criação individual e coletiva.
FALA DO FORMADOR
“Apresentei um monte de conceitos novos: Lojas colaborativas (Endossa), Coworking, crowdfunding, pinterest. com (coleção), conversa de elevador, mudei para conversa de metro. Eu mostrei muitos cases
Segundo os formadores, a metodologia
de micro negócio (lojas virtuais,
formadores não foram unânimes quanto
também permite e estimula a utilização
cozinha mexicana em casa). Não
ao acompanhamento da ADE SAMPA
da sua experiência profissional como
fazia muito sentido apresentar
sobre seu trabalho: para metade foi
formador e como empreendedor
grandes cases, Coca cola por
para trazer vivências e exemplos mais
exemplo.”
próximos da realidade local.
54
RESULTADOS E INDÍCIOS DE IMPACTO
ADAPTAÇÕES DESTACADAS
ESTRUTURA E LOGÍSTICA
Nomes das sessões do treinamento
No que toca a logística dos treinamentos,
adaptados;
apesar dos cuidados dos Agentes de
Inserção de novos temas complementares;
Desenvolvimento Local em organizar datas, espaços e locais para os treinamentos, em alguns casos essa
Variação na oferta dos temas do
logística foi citada como um desafio para
programa inicialmente apresentados,
seguir a metodologia. O método solicita
com a omissão de alguns temas como
espaços onde se possa trabalhar em
propriedade intelectual e exercícios
grupos: com mesas e cadeiras móveis
(coaching e processos).
para se organizar o espaço em formatos
Criação e distribuição de materiais e ferramentas didáticas a parte.
distintos do tradicional estilo auditório. Alguns dos espaços disponibilizados não permitiram esses arranjos. Aconteceram treinamentos de 4 dias
O quadro ao lado traça um comparativo
seguidos; de 1 dia com intervalo e
entre as duas formações para
continuação de 3 dias sequenciais; de 2
Agentes de Desenvolvimento Local e
dias com intervalo de uma semana para
Formadores e as 16 replicações para
outra; e foram distribuídos de maneira
os empreendedores. Os esforços dos
diversa entre os períodos de tarde, noite
formadores e da ADE SAMPA em adaptar
e integral.V
o treinamento foram bem avaliados pelos empreendedores.
55
DO QUE MAIS SENTIU FALTA NO CURSO?
AGENTES E FORMADORES EMPREENDEDORES
EXEMPLOS E EXERCÍCIOS MAIS ADEQUADOS AO NOSSO CONTEXTO
52%
16%
MATERIAL DIDÁTICO MAIS ADEQUADO
33%
14%
MAIS DIAS DE CURSO
30%
43%
56
57
RESULTADOS E INDÍCIOS DE IMPACTO
FALA DO AGENTE
METODOLOGIA: APRENDIZAGEM
44%
responderam que o treinamento aumentou
FORMADORES Ao que indicam os dados e nossa observação, foram os formadores quem mais aprenderam e conseguiram colocar o aprendizado na prática. Isso deve-se principalmente à clareza sobre a função para a qual foram contratados e a suas experiências prévias como educadores.
AGENTES DE DESENVOLVIMENTO LOCAL Os Agentes de Desenvolvimento Local enfrentaram a dificuldade de entendimento do que era esperado deles ao fazer o treinamento NESTA. Com a compreensão de que a eles não caberia a função de replicar os conteúdos, pois essa seria a função do formador, seu
Os quatro formadores alegam que
processo de aprendizagem permaneceu
o treinamento NESTA aumentou a
num nível mais geral sobre o tema do
confiança para replicar os conteúdos e
empreendedorismo e da Economia
ajudou no entendimento de conceitos
Criativa.
que vão apoiar suas atividades. Todos eles também alegaram que leram integralmente o Tool Kit.
A questão da língua e da tradução simultânea também revelou-se um empecilho a mais para esse público.
“não sabíamos qual era a finalidade do Curso para ser trabalhado em nossa região como Agentes...”
a confiança para replicar os conteúdos;
56%
disseram que ajudou no entendimento de
conceitos que vão apoiar as atividades e que aumentou a confiança nas habilidades profissionais;
33%
leu todo o material do Tool Kit e
50% leu
parcialmente o material. O aspecto da proatividade e do interesse individual fugiu desse padrão em alguns casos, como nos revela o depoimento de um dos agentes ao lado:
FALA DO AGENTE
”... foi um excelente curso, expandiu minha visão quanto ao empreendedorismo. Voltei para casa com milhares de idéias para ajudar minha comunidade, e percebi que o potencial da Economia Criativa e cultural na minha região é enorme. Foi tão maravilhoso esse curso que antes eu só pensava nos dois segmentos que eu já vinha trabalhando o Ecoturismo e Agricultura Orgânica, agora já estamos montando duas Cooperativas uma de Costura e outra de Artesanato.”
59
RESULTADOS E INDÍCIOS DE IMPACTO
Empreendedores Podemos destacar que, para os participantes do treinamento ADE
Ao olharmos para os dados da
SAMPA NESTA, conhecer o tema da Economia Criativa foi um resultado
avaliação realizada pela ADE
importante do projeto.
SAMPA no último dia de cada
52% do público alegou que não conhecia o tema antes de participar no
treinamento, temos uma noção
treinamento.
de como o treinamento foi bem avaliado pela grande maioria dos
Dos 67% que informaram ter um negócio cultural ou criativo, 38%
1% 4%
alegaram desconhecer o tema da Economia Criativa antes de participar do treinamento.
participantes.
ESTE TREINAMENTO SUPEROU MINHAS EXPECTATIVAS
Se relacionarmos esses dados com o desenho do projeto, onde o Conselho Britânico traz esse conhecimento por meio da metodologia
95%
NESTA, encontramos uma relação onde o Reino Unido exporta informação inovadora para a realidade da periferia de São Paulo.
Concordo Discordo Indiferente
3%
VOCÊ JÁ CONHECIA O TEMA DA CULTURA CRIATIVA ANTES DE FAZER O TREINAMENTO?
FOI UM TREINAMENTO DE ALTA QUALIDADE Concordo Sim, conhecia o tema mas não tenho um negócio criativo 52% (26) Sim, eu tenho um negócio criativo 14% (7) Não conhecia o tema e foi uma novidade 6% (3)
97% 2%
Indiferente
ESTE TREINAMENTO FOI FRUTÍFERO PARA O MEU TRABALHO
Sim, conhecia um pouco o tema 28% (14)
Concordo
98% Fonte: Survey Cingulado para empreendedores participantes dos treinamentos ADE SAMPA NESTA
Discordo
Discordo Indiferente
Fonte: Survey Cingulado para empreendedores participantes dos treinamentos ADE SAMPA NESTA
60
61
EM UMA ESCALA CRESCENTE DE 1 A 5, VOCÊ RECOMENDA ESTE TREINAMENTO? 200
176
150
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
100
50
0
1
2
DESTAQUES
14
2 3
4
Não recomendo
De acordo com o Survey enviado pela Cingulado aos
5
Super recomendo
participantes dos treinamentos ADE SAMPA NESTA, que contou com 51 respostas:
Os participantes avaliaram bem os principais aspectos do treinamento como podemos verificar no gráfico abaixo. A atenção para a melhoria pode ser dada aos temas da “sala”, “duração” e “material de apoio”.
53%
dos participantes disseram que aprenderam muito e já
NOTA PARA OS PRINCIPAIS ASPECTOS DA FORMAÇÃO
conseguem implementar mudanças no próprio
200 175
175
negócio.
161 155
150 119
110
100
conceitos e ferramentas, mas
ainda não conseguiram colocar em prática.
75 50 26
17
25 0
39%
alegaram que aprenderam
125
125
2 Formadores
42
38
25 5
1 4
9
Sala
Duração
Nota 1
Nota 2
2
12
27
24
Conteúdo
Nota 3
1
5 Metodologia
Nota 4
25 7
29
8 Material de Apoio
Nota 5
Fonte: Gráfico da avaliação com os participantes dos treinamentos 2015 e 2016 sistematizado pela ADE SAMPA. Amostra 196 respostas
47%
dos participantes informaram ter negócio cultural ou criativo.
62
63
HABILIDADES “Forma de abordar as pessoas para assim eu conseguir novos clientes, o curso me passou muita segurança”
Os principais conteúdos aprendidos estão relacionados aos temas:
PITCHING (COMUNICAÇÃO)
VALORES E VISÃO DE FUTURO
PRECIFICAÇÃO
PLANEJAMENTO E PROCESSOS
RELACIONAMENTO COM CLIENTE
“Desvendou os meus olhos na área do bloqueio em Parceria. Ajudou-mena questão da Planilha, e os valores entre serviços “trabalho social e empresa social”
“Na organização de ideias e um melhor planejamento economica pessoal e profissional”
“Vai me ajudar a colocar preço de custo e preço final - estabelecer metas de entregas - organizar os pedidos conforme a demanda.”
“Objetividade ao descrever o que faço, benefícios e qual o propósito do meu trabalho; entender que preciso de assessoria e parceiros; ouvir e principalemente planejar atraves da escrita ou seja organização/planilha.”
“o curso auxilia na reflexão sobre as melhorias necessárias em meu processo de comunicação e me ofereceu subsídios valiosos para construção de uma proposta mais sólida para apresentação.”
“Me fez abrir novos horizontes, e aplicar várias ideias que antes eu achava inviável no projeto”.
“O curso desmistifica através de uma metodologia incrível as nossas dúvidas e medos, e mostra o quanto é possível o que planejamos dar certo”. (SIC)
“Ajudará na gerência e planejamento do projeto como um todo, garantindo uma fluidez maior no processo e3 evitando problemas não previstos que poderiam influenciar no sucesso do projeto.”
Não obstante, a maioria dos respondentes participou dos treinamentos em 2016. Logo, considera-se ainda cedo para que uma quantidade maior de participantes consiga já inserir seus aprendizados em sua prática profissional e no seu negócio.
“Na forma de organizar as idéias e apresentação de forma rápida e prática, do novo negócio, além de captar melhor do cliente os seus desejos”.
“O desenvolvimento da cultura na periferia acaba por fomentar, sempre, negócios e este reconhecimento adquirido será de grande valia para auxiliar o munícipe na melhora de seus negócios”
“Como atuo também com formação de grupos produtivos e empreendimentos de economia solidária, esta metodologia vai me ajudar na assessoria desses novos “
64
RESULTADOS E INDÍCIOS DE IMPACTO
EM SUA OPINIÃO, VOCÊ ACREDITA QUE PARTICIPAR DO TREINAMENTO ADE SAMPA NESTA PARA EMPREENDEDORES CULTURAIS E CRIATIVOS PODE TE AJUDAR A AUMENTAR SUA RENDA?
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
27%
NOVOS NEGÓCIOS 12% dos participantes do curso
63%
informaram que abriram negócio cultural ou criativo depois do treinamento.
10%
Concordo totalmente Concordo parcialmente Não sei
Metade desses negócios está DESTAQUES Como o término do projeto ainda é recente, e como a estratégia principal utilizada foi levar capacitação aos empreendedores de baixa renda e
formalizado.
“O curso foi um incentivo para que eu colocasse, definitivamente, minha ideia de negócio em prática.”
Fonte: Survey Cingulado para empreendedores participantes dos treinamentos ADE SAMPA NESTA
FORMAÇÃO DE REDE E COLETIVO
moradores de territórios vulneráveis,
64% dos participantes do treinamento
há de se compreender que os
informaram não ter espaços,
resultados e impactos na dimensão
AUMENTO DE RENDA
organizações ou empresas de apoio
de desenvolvimento econômico são
4% disseram que aumentou sua renda após treinamento.
a empreendedores criativos em sua
incipientes. Contudo, já podemos identificar indícios de mudança nos indicadores de geração de negócios, aumento de renda e fomento às articulações e parcerias.
90% dos participantes alegaram que o treinamento pode ajudá-los a aumentar a sua renda.
região.
NA REGIÃO ONDE VOCÊ MORA, EXISTEM ESPAÇOS, ORGANIZAÇÕES OU EMPRESAS DE APOIO A EMPREENDEDORES CULTURAIS E CRIATIVOS?
36%
86% disseram que mantêm contato com os outros participantes do
64%
treinamento após o curso. A principal forma de se manterem conectados é através das redes sociais Facebook e WhatsApp.
Sim/Especifique Não
66
67
RESULTADOS E INDÍCIOS DE IMPACTO
37%
63%
Sim/Especifique Não
Fonte: Survey Cingulado para empreendedores participantes dos treinamentos ADE SAMPA NESTA
VOCÊ PARTICIPA DE ALGUMA REDE OU GRUPO DE EMPREENDEDORES CULTURAIS E CRIATIVOS?
SAMPA NESTA, poucos acompanham diretamente empreendedores. Vale ressaltar que o planejamento do projeto não apresentava estratégias definidas para o acompanhamento dos empreendedores. Entretanto, eles informaram desenvolver atividades que podem gerar essas conexões como oferta de capacitações, encontros e eventos. a sua renda.
EM QUE AS REPLICAÇÕES LHE AJUDARAM COMO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO LOCAL?
A ADE SAMPA tem aqui uma
AGENTES DE DESENVOLVIMENTO
oportunidade de apoiar esses grupos
LOCAL
de empreendedores a se manter conectados para trocar experiências e aprendizagens; e para potencializar arranjos produtivos locais nos setores da Economia Criativa. Os dados abaixo podem ajudar a organização e o projeto a se prepar melhor para essa tarefa.
Por um lado, a oferta dos treinamentos contribuiu para os Agentes de Desenvolvimento Local se aproximar dos empreendedores, conhecer melhor suas demandas e talentos. Por outro lado, dos 9 Agentes de Desenvolvimento Local que organizaram treinamentos ADE
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Mapeei novas pessoas ligadas ao tema Conheci mais os potenciais e talentos culturais e criativos do meu território de atuação Aproximei-me mais de empreendedores com os quais eu já tinha contato Conheci mais o tema da economia e da cultura criativa Conheci mais empreendedores do meu território de atuação como Agente de DL
Fonte: Survey Cingulado para Agentes de Desenvolvimento Local que organizaram treinamentos ADE SAMPA NESTA
9
68
69
RESULTADOS E INDÍCIOS DE IMPACTO
O QUE VOCÊ JÁ MAPEOU DE OPORTUNIDADES EM EMPREENDEDORISMO E ECONOMIA CRIATIVA NO SEU TERRITÓRIO DE ATUAÇÃO COMO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO LOCAL?
SUBPREFEITURAS E NÚMERO DE EMPREENDEDORES ACOMPANHADOS POR AGENTES DE DESENVOLVIMENTO LOCAL 200
0
195
1
2
3
4
5
6
7
8
8
9
Novos empreendedores e negócios
150
Rede de empreendedores e negócios 100 Novos treinamentos e conhecimentos Bancos, associações, fundações, comércios e aceleradoras/incubadoras interessadas no tema
50 20
5 0
M’Boi Mirim
Demandas e necessidades dos empreendedores
Cidade Tiradentes
Parelheiros
Outros/Quais
O QUE VOCÊ JÁ REALIZOU NO SEU TERRITÓRIO DE ATUAÇÃO ATÉ O MOMENTO? 0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
O QUE VOCÊ JÁ MAPEOU DE DESAFIOS EM EMPREENDEDORISMO E ECONOMIA CRIATIVA NESSE(S) TERRITÓRIO(S)?
Eventos 0
Reuniões Mapeamentos Orientação e apoio aos empreendedores sobre aspectos jurídicos, contábeis e financeiros Orientação e apoio para o empreendedor abrir um negócio cultural e criativo
Ausência de empreendedores e negócios culturais e criativos Ausência de rede de empreendedores e negócios culturais e criativos
Elaboração de documentos
Ausência de organizações/iniciativas de acesso a crédito (editais públicos ou privados, bancos comerciais, bancos comunitários
Articulação de redes
Ausência de aceleradoras/incubadoras de negócios culturais e criativos
Articulação de empreendedores
Ausência de associações e fundações interessadas no tema
Oferecimento de novos conhecimentos sobre economia da cultura criativa (cursos, palestras, casos, ferramentas) Outros
Ausência de treinamento/capacitação Baixo conhecimento sobre a temática Outros/Quais
Fonte: Survey Cingulado para Agentes de Desenvolvimento Local que organizaram treinamentos ADE SAMPA NESTA
1
2
3
4
5
6
7
9
70
71
QUAIS NECESSIDADES OS EMPREENDEDORES REVELARAM DURANTE E APÓS AS REPLICAÇÕES? 0
1
2
3
4
5
6
7
Apoio para abrir seu próprio negócio Orientação jurídica Orientação contábil Administração financeira Canais de venda Acesso a crédito Comunicação Formalização do negócio Apoio para ampliar minha rede de fornecedores e consumidores Acessoria personalizada através do Agente de Desenvolvimento Local Não recebi apoio ou orientação Outro
Fonte: Survey Cingulado para Agentes de Desenvolvimento Local que organizaram treinamentos ADE SAMPA NESTA
8
9
72
73
CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES VULNERABILIDADE X CRIATIVIDADE
São Mateus, Mooca, Casa Verde, Vila Maria,
Avaliar o projeto nesse contexto, exigiu
Jaçanã, Ipiranga, Butantã, M’Boi Mirim,
considerar algumas questões chaves que
Parelheiros e Sé), 7 destas estão classificadas
justificam o caminho escolhido e percorrido:
como vulnerabilidade alta e vulnerabilidade muito alta conforme o “Índice Paulistano de Vulnerabilidade Social”, que considera a disponibilidade de serviços como saúde e educação, acesso a bens de consumo, o arranjo familiar, a inserção no mercado de trabalho, as condições extremas de pobreza e renda nas regiões da cidade de São Paulo.
1. Nossa avaliação foi iniciada no momento que o projeto se encontrava no meio de sua implementação e seus proponentes (ADE SAMPA, Conselho Britânico) estavam e estão em um processo de construção de uma parceria sólida.
É importante considerar que o projeto
2. Assim, faltava-lhes ainda a
Na introdução deste relatório apresentamos
profissional e desenvolvimento de
levou a esses territórios oportunidades
o caso de uma empreendedora que passou
habilidades e, principalmente, de negócio.
de conhecimento, motivação, interação e
clareza sobre o que avaliar, como avaliar e
pelo treinamento ADE SAMPA – NESTA para
A descrição do caso da Cristiane e de outros
criação de redes e coletivos.
com quem avaliar. Por isso, foi necessário a
empreendedores criativos. Ela revisitou suas
empreendedores que visitamos, pelo
elaboração coletiva de uma matriz avaliativa
concepções de empreendimento, assimilou o
contrário, é uma referência de superação
que materializou junto à ADE SAMPA e ao
conhecimento e a metodologia e conseguiu
dessas limitações devido à oportunidade que
estabelecer valores de sua aprendizagem,
o projeto de formação lhes proporcionou.
implementando mudanças em seu negócio.
Não se trata de um exemplo para
A vulnerabilidade social instiga as pessoas oriundas da adversidade social a lutar: é uma questão de sobrevivência. Mas esse contexto, ao mesmo tempo, tende a
simplesmente enaltecer um resultado específico, mas para ressaltar o resultado da dinâmica de formação verificada em grande parte dos participantes do projeto.
MATURIDADE DO PROJETO Era sabido, por parte dos atores sociais e parceiros, que a Economia Criativa no Brasil ainda está em um processo de desenvolvimento que demanda um melhor entendimento da terminologia, da metodologia prática de negócio, da
restringir sua atuação criativa porque eles
Entre as 12 regiões onde o projeto atuou
compreensão de suas principais categorias e
não estabelecem metas de desenvolvimento
(Cidade Tiradentes, Ermelino Matarazzo,
da legislação.
Conselho Britânico o foco avaliativo.
3. Para entender as descobertas do projeto e, assim, colaborar para as mudanças necessárias, foi importante aproximar o diálogo entre os parceiros do projeto e participantes nos territórios.
74
75
CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
4. Este caminho foi possível porque a avaliação foi sendo validada à medida em que os participantes do projeto ADE SAMPA, Conselho Britânico, formadores, Agentes de Desenvolvimento Local e empreendedores se apropriaram-se dessas leituras e aprendizados.
5. O projeto teve caráter piloto e os atores envolvidos assumiram os riscos e oportunidades dentro de uma curva de aprendizagens.
Pelo projeto ainda estar em andamento metodologicamente pela utilização
a maiores oscilações entre as ações
O projeto “Economia Criativa e
dos grupos controle (RCTs), nos parece
propostas, suas atividades e o contexto
Empreendedorismo em Territórios
sensato considerar que a avaliação trará
no qual as ações serão viabilizadas pelos
Vulneráveis” nasceu com vasta
um olhar objetivo sobre resultados,
participantes do projeto. A avaliação
possibilidade de ampliação, pois há
contribuindo para um amadurecimento
de processo verifica exatamente essas
uma demanda significativa nas regiões
sobre os possíveis impactos esperados
oscilações para incidir no melhoramento
periféricas de São Paulo por esse tipo
aliados às reais possibilidades trazidas
de sua implementação considerando
de conhecimento. Os proponentes do
pelas estratégias e atividades colocadas
a capacidade de gestão, os recursos
projeto reconhecem essa experiência
em prática.
(financeiros, materiais, pessoas,
como inédita e a primeira a ter apoio de
tempo e conhecimento) e processos
um fundo internacional com esse escopo
(comunicação, formação, mobilização e
e abrangência em territórios vulneráveis.
Por tratar-se de um projeto piloto, que ampliação de sua abrangência, surge uma oportunidade de aprofundar o
menos um a dois anos para medir sua
entendimento dos resultados e impactos
força de intervenção e seu impacto de
esperados, bem com a relação entre os
desenvolvimento individual e local, porque
limites e potenciais das intervenções e
as pessoas e organizações precisam de ritmo
dos públicos relacionados.
continuidade de novos cursos, encontros de trocas e apoios personalizados.
PÚBLICAS
Todo projeto com caráter piloto tende
precisa de tempo considerável de pelo
para assimilar as aprendizagens e para a
POTENCIAL PARA POLÍTICAS
e pela escolha de não optarmos
provavelmente terá continuidade e
6. Um projeto desta escala
MUDANÇAS EM CURSO
A própria ausência de um marco zero para o projeto se revela como uma oportunidade de aprimoramento da sua gestão e planejamento futuros.
articulação). Os processos, no decorrer da avaliação, foram sendo ajustados. Por exemplo: Integração entre os parceiros (ADE SAMPA e Conselho Britânico) para condução do projeto; Disponibilização de material didático Tool Kit aos participantes; Agentes de Desenvolvimento Local apropriam-se de suas funções de mobilizadores e articuladores em seus territórios.
O projeto chama atenção pela possibilidade de vir a ser uma política pública de inclusão social e econômica, possibilitando:
76
77
CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
Aumento de iniciativas criativas Formalização dessas atividades Colaborar para o aumento de renda Reconhecimento do território como oportunidade de negócio através da valorização de saberes e fazeres locais.
parceiros financiadores e executores, é necessário aprimorar a gestão e governança da iniciativa definindo e revisando sistematicamente seus papéis, funções, expectativas e acordos pautados não só em contratos, mas essencialmente na realidade onde este projeto será realizado. Os encontros de devolutiva mensais promovidos
RECOMENDAÇÕES
pela Cingulado serviram também como esse espaço de revisão da gestão
Para que o projeto possa ganhar escala,
compartilhada. Sugere-se a manutenção
caráter programático e venha a se tornar
desse espaço/tempo para a gestão futura
uma política pública, concluiremos
da iniciativa.
tecendo algumas recomendações:
1. É importante destacar
3. Como o projeto contempla a diversidade, poderia contar com uma
que, no início do projeto é necessário
escuta dos participantes também no
garantir alguns parâmetros sinalizadores
processo de planejamento, não só na
(indicadores) do marco zero para facilitar
avaliação. Isso pode ser feito por meio de
avaliações comparativas do antes e
encontros abertos ou mesmo por grupos
depois.
que mantêm alguma afinidade, como por exemplo: grupo de formadores;
2. Quando tratamos de um projeto com uma configuração de
grupo de Agentes de Desenvolvimento Local; grupo de Empreendedores que já passaram por treinamentos.
4. Na comunicação institucional, notamos a necessidade de maior atenção à apresentação visual e oral sobre as instituições proponentes e sobre o próprio projeto. Sugere-se que as estratégias de comunicação do projeto estejam alinhadas com os processos de planejamento e avaliação.
mobilizar e assegurar que esses profissionais possam apropriar-se da causa institucional. É preciso olhar para o grupo de formadores como os portadores da missão da ADE SAMPA e do Conselho Britânico que vai para além de uma contratação para atender um projeto. Para cumprir melhor suas funções esses
5. A importância da formação continuada com os Formadores e Agentes de Desenvolvimento Local é funda-
atores sugerem: Agentes de Desenvolvimento Local:
mental para ampliar os conhecimentos,
Suporte maior da ADE SAMPA para
refletir sobre as oportunidades e desa-
orientações aos empreendedores de
fios, gerar aprendizagem e subsidiar o
acordo com suas dúvidas e demandas;
aperfeiçoamento dos processos prévios e posteriores aos treinamentos.
6. O desenvolvimento pessoal e profissional dos Formadores e dos
Aprimorar a orientação sobre suas funções no território, em especial sobre o mapeamento e acompanhamento dos empreendedores;
Agentes de Desenvolvimento Local
Mais recursos para traslados e visitas
deve ser considerado nos processos
aos empreendedores, negócios,
de desenvolvimento organizacional
organizações.
da ADE SAMPA como um eixo de ação institucional, de modo que possa
78
CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
Formadores:
• Mais oficinas/cursos;
Processo estruturado de formação
• Acesso a crédito/financiamento;
continuada e avaliação do seu trabalho; Tempo de preparação de cada treinamento com o Agente de
• Acompanhamento mais próximo; • Palestras;
Desenvolvimento Local;
• Encontros;
Horas remuneradas de planejamento do
• Momentos para rever e analisar o
treinamento e de elaboração de relatório;
andamento do negócio. MAY 2016
Horas remuneradas de planejamento coletivo com ADE SAMPA.
8. Em relação ao âmbito do local de atuação (os “Territórios
7. O planejamento do projeto precisa prever estratégias, ações e recursos para a etapa posterior ao treinamento no território. Os empreendedores formados solicitaram essa atenção ao projeto sugerindo algumas alternativas: Help desk para assuntos específicos; • Mentoria presencial/virtual; • Envio de textos e ferramentas;
Vulneravéis”), percebemos a ausência
Equipe Cingulado Daniel Prata
de algumas definições como Desenvolvimento Local, Vulnerabilidade
Felipe Brito
Social e Econômica como parâmetros para definir o perfil do público.
Regina Wrasse
Destacamos neste ponto a importância desses parceiros se aterem a essa
Tomás Gonzaga
definição com o princípio de caracterizar melhor tanto a região a ser atingida e aprofundada como o público a ser atendido.
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AgĂŞncia SĂŁo Paulo de Desenvolvimento