emdetalhe
Entrevista a Manuel Lavadinho, secretário nacional para a Gestão
«Simplificar os processos de modo a deixar a secretaria administrativa e financeira mais ágil...» Manuel Lavadinho encerra o ciclo de entrevistas à equipa da Junta Central. O secretário nacional para a Gestão iniciou a sua aventura nos escuteiros aos oito anos, num agrupamento na zona ribeirinha de Lisboa. Para si, ser escuteiro é um modo de estar na vida e de querer servir. Manuel Lavadinho tem à sua responsabilidade toda a área administrativa e financeira de forma a garantir que todos os recursos disponíveis são bem geridos. Susana Micaela Santos | Chefe de redação smicaela@escutismo.pt Fotos: João Matos, Manuel Joaquim e Manuel Lavadinho
18 | flordelis
Quem é o Manuel Lavadinho? Tenho 45 anos dos quais 37 como escuteiro. Foi no Agr. 56, de São Paulo, mesmo na zona ribeirinha de Lisboa, bem perto dos serviços centrais, que iniciei esta aventura como escuteiro do CNE. Sinto que foi para mim uma alegria ter começado esta caminhada como Lobito e percorrer todas as secções até à minha investidura como Dirigente, onde fui chefe de Alcateia e de Exploradores. O ser escuteiro, este modo de estar vida e de querer servir, deveu-se muito ao testemunho e influência dos meus Dirigentes, na formação que recebi em cada secção ao longo deste tempo. Nesta minha caminhada desde Lobito, tive o privilégio de participar em inúmeras atividades de agrupamento, regionais e nacionais, tais como os inúmeros acampamentos por todo o país, os vários S. Jorge, os Acareg, os Acanac, entre outras. Participei também em atividades internacionais como o Eurofolk em 1989 em Itália, e em 1992 na Áustria. Fui membro da equipa organizadora do Jamborete da Cultura em Madrid e participante no Jamboree da Holanda e membro da equipa organizadora do Jamboree do Chile. Nesta minha caminhada como Dirigente e para além de no presente assumir a Secretaria Nacional para a Gestão, tive o privilégio de servir a Região de Lisboa como secretário regional financeiro e como membro do conselho fiscal e jurisdicional regional. Continuas, apesar de integrares uma equipa diferente, a assumir a pasta da Gestão da associação. Consideras ser uma área onde a continuidade pode ser uma mais-valia? A continuidade, quer na área da Gestão, quer em outras áreas da associação pode ser uma mais-valia, uma vez que nem sempre os projetos que nos comprometemos a realizar são possíveis de implementar num mandato de três anos. Contudo, quem me conhece sabe que eu sou um defensor da limitação de mandatos, uma vez que a renovação de equipas com novas ideias e energia deverá sempre constituir uma mais-valia para a associação.
«O ser escuteiro, este modo de estar vida e de querer servir, deveu-se muito ao testemunho e influência dos meus Dirigentes, na formação que recebi em cada secção ao longo deste tempo.»
Fala-nos das tuas áreas de trabalho. As minhas áreas de trabalho na Junta Central são várias e todas elas muito exigentes. Tenho a responsabilidade de toda a área administrativa e financeira de forma a garantir que todos os recursos disponíveis são bem geridos. Tenho igualmente a responsabilidade da gestão dos recursos humanos na sua globalidade, mas não na sua especialidade, uma vez que cabe a cada secretaria e ao respetivo secretário executivo a gestão dos recursos humanos a si afetos. Sou também responsável pelo DMF e gestão da ServEscut, pela manutenção do património, pelas campanhas de angariação de fundos, de onde destaco o Calendário, sendo que este ano já atingimos mais um recorde com mais de 420 000 exemplares. No presente mandato, assumi ainda a área dos sistemas de informação, ficando com a responsabilidade de todos os ecossistemas existentes e novos que vão desde dos vários
sites, SIIE, plataformas de e-mail, gestão documental, segurança, gestão de backups, servidores físicos e virtuais entre outros. Quais as tuas prioridades para este mandato? As minhas prioridades para este mandado são de continuar com a desburocratização dos processos administrativos e financeiros e da implementação do projeto de integração de contas para todos os níveis do CNE. Pretendo também melhorar a qualidade e o acesso a todos os artigos da farda e não farda independentemente da distância em relação ao DMF local, utilizando para tal as novas tecnologias online. Por fim, tenho como prioridade disponibilizar os meios informáticos, quer através do uso de plataformas, sites, redes sociais, apps, entre outros, de modo a servirem de ferramenta para um rápido acesso à informação disponibilizada pela associação e de simplificação dos processos. novembro 2017 | 19
Da tua experiência, quais são as áreas que são mais prementes ser intervencionadas com novas medidas ou processos? São várias, mas posso definir como prioritárias para este mandato cinco áreas. A primeira na área financeira, com a implementação em todos os níveis da integração de contas, que permitirá a simplificação e a uniformização da apresentação de contas, com regras bem definidas, que permitirá a elaboração de um novo MAF, há muito solicitado por todas as regiões e que nos vai permitir estar aptos para as necessidades e exigências que nos são exigidas hoje. Desta forma será possível definir unidades de formação na área financeira adaptadas a cada nível, só possível com a uniformização e a criação do SIIC (Sistema Integrado de Informação de Contas) para os agrupamentos. A segunda área é a de continuar a reforma administrativa com implementação de novas funcionalidades no SIIE e noutras plataformas informáticas que permitam a simplificação de processos em áreas que estão ainda muito burocratizadas. A terceira área é a dos recursos humanos, não apenas os dos serviços centrais, mas os recursos humanos de todo o CNE. Em quarto, as reformas e os procedimentos que serão necessárias implementar em todos os DMF, em virtude da aposta feita na cedência de todos os produtos via online. Por fim, a quinta área, talvez a menos visível, é ter todos os sistemas de informação a funcionar de forma regular em termos de performance, armazenamento, segurança e acesso.
«o Calendário, este ano já atingimos mais um recorde com mais de 420 000 exemplares.» 20 | Flordelis
Foi indicado como fundamental rever processos administrativos e financeiros da associação. De que forma será feito este trabalho? Em termos financeiros, esse trabalho será feito com o projeto de integração de contas. No âmbito deste projeto, terá de ser definido no próximo conselho nacio-
gião, o que obriga que cada medida, implementação, alteração tenha em conta as diferentes realidades e as necessidades específicas de cada região. O facto de termos um número fiscal único também nos obriga a estar todos mais atentos e a aumentar a nossa responsabilidade nas ações que fazemos. É um trabalho de sensibilização que está e tem de continuar a ser realizado junto da várias entidades. No final deste mandato que legado gostarias de deixar? Gostaria de implementar o projeto de integração de contas nos quatro níveis e de simplificar os processos de modo a deixar a secretaria administrativa e financeira mais ágil. Gostaria ainda de ter contribuído para melhorar a qualidade e os processos de compra do DMF nacional, designadamente através da plataforma online.
nal um ano fiscal e um programa de contabilidade únicos para os níveis nacional, regional e de núcleo e onde serão determinadas medidas que terão de ser implementadas por todos os níveis, o que permitirá ter uma consolidação das contas em todos os níveis, para que as mesmas possam ser apresentadas em todas as regiões da mesma maneira. Em termos de agrupamento, essa integração será feita através de uma nova plataforma financeira (SIIC), a qual permitirá, de uma forma simples, registar todos os seus fluxos de caixa cumprindo assim o objetivo de base – a integração das contas. Esta plataforma, para além do registo dos movimentos, tem como objetivo ajudar na gestão financeira do agrupamento de uma forma simples e eficaz.
«A maior dificuldade que existe não tem muito a ver com a quantidade de associados, mas com as diferenças que existem de núcleo para núcleo e de região para região...»
Quais as principais dificuldades que encontras na gestão de uma associação com perto de 73 mil associados? A maior dificuldade que existe não tem muito a ver com a quantidade de associados, mas com as diferenças que existem de núcleo para núcleo e de região para renovembro 2017 | 21