(2) Aves da Ria Formosa

Page 1

Aves da Ria Formosa

61


Escola Dr. Francisco Fernandes Lopes

24


SUMÁRIO -Introdução -Águia-de-Asa-redonda -Alfaiates -Bico de Lacre -Borrelho-de-ColeiraInterrompida -Borrelho-Grande-de-Coleira -Caimão -Cartaxo-Comum -Cegonha Branca -Colhereiro -Corvo-Marinho -Cotovia de Poupa -Felosa Comum -Flamingo - Frisada - Fuselo - Gaivota Argêntea - Gaivota-de-Asa-Escura - Gaivota-de-Cabeça-Preta - Galeirão - Galinha-d´Água - Garça-branca-pequena - Garça dos Recifes - Garça-Real - Íbis-Preta - Maçarico de Bico Direito - Maçarico Real - Marrequinha - Mergulhão de Poupa - Mergulhão Pequeno - Patos Reais - Patos Trombeteiros - Pega Azul - Pernilongo

-Perna-Verde-Comum -Perna-Vermelha-Comum - Piadeira - Pilrito-das-Praias - Rola do Mar - Sexoeira - Tarambola Cinzenta - Toutinegra de Cabeça Preta - Zarro-Comum

1


Introdução No planeta Terra existem vários tipos de animais sendo as aves um desses grupos. As aves são de todos os animais os mais adaptados ao voo, e esta capacidade de voar permitiu-lhes espalharem-se por várias regiões mundiais. A nível anatómico as aves apresentam várias adaptações físicas, o seu esqueleto é bastante leve mas forte, essencial para o voo; possuem penas que formam uma grande superfície de voo e oferecem isolamento térmico à ave; para diminuir o seu peso as aves tem ossos ocos; apresentam bico, característica única, podendo os dois maxilares moverem-se, ao contrário dos mamíferos que só um se move; o formato do bico depende do tipo de alimentação; a nível das patas, estas, possuem entre 2 a 4 dedos em cada, cuja forma e a disposição variam de acordo com o seu habitat. O princípio que possibilita o voo é o mesmo que permite o voo dos aviões. Como o ar passa mais rapidamente pela face de baixo da asa, isso provoca uma força para cima que faz com que as aves possam voar. A maioria das aves é monogâmica pois formam casais reprodutivos, na generalidade o macho atrai a fêmea cantando ou exibindo-se, podendo algumas delas executarem rituais de acasalamento. Os ovos das aves podem ter diferentes tamanhos e cores, dependendo da ave e do local onde se encontra o ninho. As aves adultas chocam os ovos para que os seus filhotes possam crescer no seu interior em condições favoráveis. Quando a pequena ave está pronta para nascer, parte a casca do ovo com o seu bico, às vezes, com a ajuda dos progenitores. Depois, as pequenas aves permanecem no ninho ou junto dos adultos, que as alimentam e lhes dão protecção até que tenham idade para conseguirem sobreviver sozinhas. As aves mais pequenas levam mais ou menos duas semanas para abandonarem o ninho. As aves maiores podem levar mais de um mês, como as Águias e as Cegonhas.

Outras aves, como os Patos, abandonam o ninho logo à nascença e seguem os progenitores até serem adultos. Algumas aves mudam de região na época de inverno, à procura de regiões mais quentes. Parece evidente que um dos factores relacionados com a migração das aves é o da abundância ou escassez de alimento. Em muitas regiões do globo, a sua alimentação escasseia durante certas épocas do ano, pelo que a maioria das aves morreria se permanecessem nestes locais. Durante o inverno, as aves migram para regiões mais amenas com maior abundância alimentar, retornando na Primavera quando o clima e os recursos alimentares lhes são de novo favoráveis. Por sua vez, as espécies não migradoras são capazes de sobreviver com os recursos alimentares disponíveis na zona onde habitam.

2


Águia-de-Asa-Redonda Águia -de-Asa-Redonda (Buteo buteo) Peso: 525 - 1000 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Parcial Estatuto: Comum Distribuição: Europa, África, Ásia Esta ave de rapina de tamanho médio tem asas grandes e largas, uma cauda curta e está adaptada a aproveitar as correntes térmicas. A sua coloração é variável. Embora grande, caça presas pequenas como ratazanas, ratos e insectos. É muitas vezes observada no solo, em especial no Inverno devorando insectos e minhocas. Antes de acasalar, executa acrobacias e mergulhos espectaculares e o macho entrega à fêmea, em pleno voo, materiais para construção do ninho.

Alfaiate Alfaiate (Recurvirosta avosetta) Comprimento: 42 – 45 cm Peso: 225 – 400 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: Comum Distribuição: Europa, Ásia e África Ocupando uma faixa que vai da Europa Ocidental ao longo da Ásia até à China, esta é, das quatro espécies de alfaiates, a que tem mais vasta distribuição. No Inverno, forma grandes bandos, sobretudo junto à costa, em estuários e zonas húmidas. Repousa na água, flutuando ou nadando em grupo, muitas vezes sendo confundidas com gaivotas. Na época da reprodução vão para pântanos de água salgada ou ligeiramente salobra. Defende agressivamente o território, gritando, quando pressente perigo.

3


Bico de Lacre Bico-de-lacre-comum (Estrilda astrild) Pequena ave granívora muito mais pequena que um pardal. Pode ser facilmente reconhecida pelo espesso bico vermelho vivo, sendo esta a característica que mais chama a atenção. Também a máscara, que se estende para trás do olho é de tom vermelho vivo. O resto da plumagem é dominado pelo castanho nas partes superiores e nas asas, ao passo que o ventre tem tons avermelhados. Estes pássaros são granívoros, alimentando-se de sementes.

Borrelho-de-Coleira-Interrompida Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus) Comprimento: 15 - 17 cm Peso: 40-60 g Plumagem: semelhantes nos 2 sexos Migradora Estatuto: Pouco Preocupante Distribuição: Ásia, África e Europa Mais pequeno que o borrelho-grande-de-coleira com manchas pretas nos lados do peito; bico e patas pretas. No Inverno tanto o macho como a fêmea como ainda os juvenis possuem manchas castanho-amareladas no peito e na cabeça. No Verão, o macho apresenta manchas pretas nos lados do peito e marcas da mesma cor na cabeça.

4


Borrelho-Grande-de-Coleira Borrelho – Grande- de - Coleira (Charadrius hiaticula ) Comprimento: 18 – 20 cm Peso: 50 – 70 g Plumagem: igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: Localmente comum Distribuição: América do Norte, Gronelândia, Europa, Ásia, África e Madagáscar De bico curto, colar branco no pescoço e bandas pretas na cabeça e no peito, esta ave roliça é fácil de identificar. Reproduz-se numa variedade de habitat, mas no Inverno prefere costas arenosas e zonas húmidas interiores. Alimenta-se de invertebrados que captura durante a noite, em especial nas noites de lua cheia. Macho e fêmea cuidam das crias e utilizam uma técnica notável para desviar os predadores do ninho: afastam-se deste e fingem-se feridos e incapazes de voar.

Caimão Caimão ( Porphyriio porphyrio ) Comprimento: 38 – 50 cm Peso: 500 – 1,300g Plumagem: igual nos 2 sexos Não migradora Estatuto: comum Distribuição: Europa do sul, Ásia, Austrália e África. Um dos membros mais corpulentos da família das ralídeas, tem quase o tamanho de uma galinha, o caimão é uma robusta ave aquática de plumagem azulada, bico vermelho, longas patas e dedos compridos. Alimenta-se de vegetação que arranca com o bico, bem como de invertebrados aquáticos ou terrestres. Come ovos e pintos de outras aves aquáticas, trepando, se necessário, para chegar ao ninho. A sua área de distribuição é enorme, havendo subespécies locais que apresentam diferenças de plumagem e comportamento. Em muitas das regiões, vive em casais na época de reprodução. Os ovos são postos num ninho e todos os membros do grupo ajudam durante o período de incubação a cuidar das crias.

5


Cartaxo-Comum Cartaxo-comum (Saxicola torquatus) O peito laranja e a cabeça preta do cartaxo funcionam como um semáforo, quando a ave se empoleira nos postes e cercas das zonas abertas. Esta ave é uma das mais fáceis de observar, devido à sua conspicuidade. Pequeno insectívoro de fácil identificação, especialmente no caso do macho. Possui um característico padrão preto na cabeça, contrastante com o colar branco e o peito alaranjado. As fêmeas têm a plumagem menos contrastada e podem ser confundidas com as de cartaxonortenho, separando-se pela ausência de lista superciliar esbranquiçada e de lista malar (bigode).

Cegonha Branca Cegonha Branca ( Ciconia ciconia) Comprimento: 1-1,3 m Peso: 2,5 kg Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: localmente Comum Distribuição: Europa, África, Ásia. No Norte da Europa esta elegante ave preta e branca denuncia a Primavera, quando regressa de locais tão longínquos como o sul de África, onde passa o Inverno. Hoje, devido à destruição dos seus habitat, poucas se reproduzem no Norte da Europa, mas ainda se considera que os seus ninhos em cima dos telhados trazem sorte. Alimenta-se em águas superficiais e pradarias, mas também em campos cultivados. Nas suas migrações, voa sempre por cima de Terra, onde as correntes de ar quente ascendentes lhe facilitam o voo.

6


Colhereiro Europeu Colhereiro-europeu (Platalea leucorodia) Comprimento: 80cm-90cm Peso: 1 – 2 kg Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Parcial Estatuto: Vulnerável Distribuição: Europa O Colhereiro assemelha-se a uma garça-branca de grande dimensão. Apresenta, no entanto, pescoço e patas mais longas, plumagem de um tom branco-creme e um bico inconfundível, comprido e terminando em forma de colher. Ocorre principalmente em zonas de clima quente, penetrando localmente em regiões temperadas. Ocupa zonas húmidas de baixa altitude e, de um modo geral, junto à costa, nomeadamente deltas de rios, estuários, lagoas e pauis. Os colhereiros procuram o alimento em águas pouco profundas, geralmente até aos 30 cm de profundidade. Caminhando, muitas vezes em grupo, fazem passar o bico com movimentos ceifantes, na cadência dos seus passos, através das camadas fluidas de lama. Deste modo capturam animais que vivem na lama ou que ali se escondem.

Corvo -Marinho Corvo – Marinho (Phalacrocorax carbo) Comprimento: 80 – 100 cm Peso: ate 3,5 kg Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora parcial Estatuto: comum Distribuição: América do Norte, Gronelândia, Europa, Ásia, África O Corvo-marinho-comum é uma das aves costeiras de maior distribuição. Também aparece no interior onde houver água – doce, salobra ou salgada, natural ou artificial. O maior corvo-marinho actual nidifica numa grande variedade de habitat, desde rochedos a árvores e canaviais. Reproduz-se em colónias, nalguns casos regressando ao mesmo local todos os anos, embora, em regra, os casais permaneçam unidos durante uma estação. 7


Cotovia-de-Poupa

Cotovia-de-poupa (Galerida cristata) A pequena poupa torna esta cotovia uma das aves mais graciosas da sua família e que se distingue facilmente de todas as outras aves. Tal como as outras cotovias, esta espécie tem a plumagem de tons acastanhados. A pequena poupa é a característica mais saliente e que permite facilmente identificar a ave como sendo do género Galerida.

Felosa-Comum Felosa-comum (Phylloscopus collybita) Esta insectívora diminuta é uma das mais comuns invernantes em Portugal, observando-se em praticamente todos os habitat. Esta espécie apresenta algumas pequenas variações nas tonalidades de plumagem para plumagem, mas no geral o seu aspecto é rechonchudo e pequeno, o dorso é cinzento-esverdeado, as asas escuras, as partes inferiores pálidas e uma lista supraciliar ténue. As patas escuras e o bico pálido, curto e fino completam as características a reter da felosacomum.

8


Flamingo Flamingo ( Phoenicopterus ruber) Comprimento: 1,5 m Peso: até 4 kg Plumagem: igual nos 2 sexos Migradora parcial Distribuição: América Central e do sul, Caraíbas, Europa, Ásia, África. Com patas e pescoço excepcionalmente compridos, o flamingo é o maior membro da família. Encontra-se numa variedade de habitat de água doce ou salgada. Os flamingos – vermelhos de regiões não tropicais migram para zonas mais quentes no inverno e todos eles voam longas distâncias, por vezes cerca de 500 km, em busca de alimento, viajando mesmo durante a noite. O grande tamanho desta espécie permite-lhe caminhar em águas relativamente fundas, ao passo que as outras se restringem a águas superficiais; também nadam, fazem o pino, como um pato, para chegarem aos alimentos. A dieta é variada, estes comem insectos, minhocas, algas microscópicas e pedaços de vegetação. O flamingo alimenta-se sobretudo durante o dia, mesmo nas épocas de maior calor. Altamente gregário, reproduz-se em colónias até 200 000 casais monogâmicos.

Frisada Frisada (Anas strepera) Comprimento: 50 – 56 cm Peso: aproximadamente 850-990 g Plumagem: Diferente nos 2 sexos Migradora Estatuto: Vulnerável Distribuição: América, Ásia e Europa As características mais distintas podem encontrar-se nos machos, com o seu dorso em tons de castanho-canela e acinzentados. As partes laterais são de um rendilhado acinzentado; o ventre é branco, sendo as infracaudais pretas. Uma característica bem identificativa nesta espécie, comum a machos e fêmeas, é o “espelho” branco das suas asas, mas por ter o bico alaranjado, a fêmea, assemelha-se muito ao pato-real. Em voo, apresentam uma figura mais esbelta e leve que o pato-real.

9


Fuselo Fuselo(Limosa lapponica) Comprimento: 33-42 cm Peso: 400-450 g Plumagem: semelhantes nos 2 sexos Migradora Estatuto: Pouco preocupante Distribuição: Europa, África, Ásia, Austrália e Nova Zelândia Parecido com o Maçarico-de-bico-direito diferencia-se deste por apresentar um bico ligeiramente mais curto e com ligeira curvatura para cima, dorso mais malhado e patas e corpo mais pequenos. Em voo, são visíveis mais algumas diferenças como a cauda barrada e a ausência de painéis brancos nas asas. Na plumagem de Verão, o bico é escuro assim como o dorso. Nessa época, o macho e a fêmea apresentam diferenças nas tonalidades, sendo o primeiro, vermelho-ruivo nas faces, pescoço, peito e abdómen, enquanto a fêmea é mais pálida. O fuselo efectua um voo forte, directo e poderoso.

Gaivota- argêntea Gaivota-argêntea (Larus argentatus) Comprimento: 55-67cm Peso: 0,73-1,5 kg Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Parcial Estatuto: Comum Distribuição: América, Ásia e Europa A plumagem da gaivota prateada é cinzenta no dorso e asas e branca na cabeça, garganta e barriga. As patas são rosa acinzentadas, e tem uma mancha vermelha na ponta do bico amarelo. É em tudo semelhante à gaivota-de-patas-amarelas distinguindo-se apenas pela cor das patas. Tal como a maioria das outras gaivotas, a espécie tem uma alimentação de características oportunistas, roubando peixe a outras aves marinhas ou aproveitando lixo ou cadáveres. As posturas de cerca de três ovos são feitas em zonas rochosas ou penhascos. Ambos os progenitores defendem o ninho e os juvenis, com agressividade.

10


Gaivota-d´asa-escura Gaivota-d'asa-escura (Larus fuscus) Comprimento: 55-60cm Peso: ( não identificado) Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: Comum Distribuição: Europa e África Os adultos apresentam uma plumagem típica de gaivota: dorso cinzento-escuro, cabeça e peito brancos, patas amarelo pálido, e bico amarelo com uma pinta que pode ir do vermelho ao preto. No caso dos imaturos, e tal como acontece com a generalidade das gaivotas grandes, também esta pode ser de identificação difícil, variando a plumagem consoante a idade, até ao 4º ano de vida, sendo, por norma, de um tom mais escuro que a congénere gaivota-argêntea.

Gaivota-de-cabeça-preta Gaivota-de-cabeça-preta (Larus melanocephalus) Comprimento: 35-40 cm Peso: 220-230 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: Pouco Preocupante Distribuição: Europa, África e América A silhueta totalmente branca dos adultos permite localizar facilmente estas gaivotas. Contudo, é no mês de Março, quando os adultos envergam a sua plumagem nupcial, que esta gaivota é especialmente atraente. Durante o Inverno, apresenta um pequeno capucho de penas escuras atrás do olho, bico vermelho e grosso e patas vermelhas. Na Primavera e no Verão, a cabeça torna-se preta, criando um forte contraste fantástico com o bico vermelho. Os juvenis e os imaturos desta gaivota de tamanho médio são mais difíceis de distinguir. Enquanto os juvenis possuem na extremidade das asas uma barra preta e uma mancha escura que envolve o olho, os imaturos são de um branco quase tão puro como os adultos, possuindo apenas algumas penas escuras na ponta das asas.

11


Galeirão Galeirão – Comum (Fulica atra) Comprimento: 36 – 39 cm Peso: 300 – 1,200 g Plumagem: igual nos 2 sexos Migradora parcial Estatuto: comum Distribuição: Europa, Ásia, Austrália, Nova Zelândia e África. Comparado com alguns dos seus parentes, o galeirão-comum é uma ave decidida e mesmo agressiva. Nos conflitos com rivais exibe o seu escudo frontal branco que contrasta vivamente com o corpo pesado preto. Se ameaçado, forma grupos, entra na água e vira-se de costas e bate com as suas patas na superfície da água. Tem dedos lobados, o que facilita a sua deslocação na água, e antes de mergulhar expele o ar contido na plumagem para aumentar a sua flutuabilidade.

Galinha-d´água Galinha-d’água (Gallinula chloropus) Comprimento: 30-38cm Peso: 175-500 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Parcial Estatuto: Comum Distribuição: Mundial excepto Austrália A galinha-d’água é uma das aves aquáticas de água doce mais abundantes do mundo. Membro da família das ralídeas, apresenta típicas marcas brancas nos flancos, um escudo vermelho e um bico também vermelho com uma extremidade amarela. Embora mais viva e menos tímida do que as outras ralídeas, quando pressente perigo foge e esconde-se entre a vegetação.

12


Garça-Branca-Pequena Garça-Branca-Pequena (Egretta garzetta) Comprimento: 55-65 cm Peso:280 – 640 g Plumagem: igual nos 2 sexos Migradora parcial Estatuto: comum Distribuição: Europa e nas regiões Paleárctica, Afrotropical, Indomalaia e Australasiática A garça-branca-pequena tem um corpo esbelto e elegante, de plumagem branca. Pescoço longo, bico negro e comprido, pernas pretas e patas amarelas. Esta habita em terrenos húmidos com águas pouco profundas, margens de rios e lagos, lagoas costeiras ou mesmo em zonas alagadas, arrozais e lameiros. A sua dieta baseia-se em peixe, rãs, insectos e crustáceos. Tem uma voz extremamente silenciosa, raramente vocaliza fora das colónias onde emite um grito rouco. Esta, caminha e alimenta-se em águas pouco profundas.

Garça-dos-Recifes Garça-dos-recifes (Egretta gularis) Comprimento: aproximadamente entre 55-68 cm Peso: (não identificado) Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: Pouco preocupante Distribuição: Ásia, África e Europa Tamanho semelhante a uma garça-branca-pequena. Na fase adulta (a mais fácil de identificar), distingue-se pela plumagem escura, quase negra, pelo queixo branco, pelo bico ligeiramente mais longo e pelas tonalidades amareladas nas patas. Esta graça reproduz-se em zonas húmidas costeiras, alimenta-se de peixes e crustáceos. Fazem os seus ninhos em colónias, muitas vezes com outras aves aquáticas, geralmente em plataformas de gravetos, árvores ou arbustos.

13


Garça-Real Garça-Real (Ardea cinérea) Comprimento: 90-98cm Peso: 1-2 kg Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Parcial Estatuto: Comum Distribuição: Europa, África, Ásia A garça mais comum na Europa, onde tem vasta distribuição, encontra-se em todo o tipo de habitat de água doce e superficial, desde canaviais a lagos. Voa com lentos batimentos das asas profundamente arqueadas. Os laços entre o casal de garças-reais duram toda a vida. Macho e fêmea constroem os ninhos juntos, numa árvore alta ou no solo. Como as outras garças, executa rituais de acasalamento, como esticar o corpo e arqueando o pescoço.

Íbis-preta Íbis-preta (Plegadis falcinellus) Comprimento: 55 – 56 cm Peso: (Não identificado) Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: Pouco preocupante Distribuição: Europa, Ásia, África e Austrália Esta é uma ave de aspecto exótico, com reflexos esverdeados nas asas que, nas condições de luz ideais, produz imagens inesquecíveis. Alimentam-se nas zonas pantanosas e ribeirinhas e caçam peixes, rãs e insectos.

14


Maçarico-de-bico-direito Maçarico-de-bico-direito (Limosa limosa) Comprimento: 36 – 44 cm Peso: 75-160 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: Vulnerável Distribuição: Europa, Ásia, África e América Limícola grande, de patas compridas e bico longo. No Verão, os machos apresentam a parte inferior do pescoço “arruivada” e o dorso castanho e preto malhado; as asas são cinzentas. No Inverno a parte superior é cinzenta-acastanhada muito malhada de preto; a parte inferior é branca. Alimentase principalmente de invertebrados, sobretudo insectos, larvas, moluscos, crustáceos, girinos, ovos de peixe e também matéria vegetal.

Maçarico-Real Maçarico-Real ( Numerius arquata) Comprimento: 50-60 cm Peso: 450 – 1350 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: Localmente comum Distribuição: Europa, Ásia e África O maçarico-real é uma limícola de grande tamanho, saltando à vista as enormes dimensões do seu bico encurvado e fino. O corpo é todo barrado e acastanhado, podendo ser facilmente confundido com o seu congénere maçarico-galego. Distingue-se sobretudo pelas maiores dimensões, pelo bico proporcionalmente mais longo, pela lista superciliar menos marcada e pelo menor contraste entre o padrão das asas e o abdómen. Quando em voo, as diferenças de dimensão são mais facilmente perceptíveis, assim como a forma da mancha branca no uropígio, que é maior no maçarico-real.

15


Marrequinho Marrequinho (Anas crecca) Comprimento: 34-38cm Peso: 350 g Plumagem: Diferente nos 2 sexos Migradora Parcial Estatuto: Comum Distribuição: Europa, África, Ásia e América O pato mais pequeno da América do Norte e da Europa reproduz-se em tundras, pradarias, florestas e pequenas áreas de água doce. O bico pequeno ajuda-o a colher as pequenas sementes de plantas aquáticas de que se alimenta, porém também pode alimentar-se de moluscos, crustáceos e insectos. O macho tem uma plumagem viva na época da reprodução e emite um assobio de duas notas. Nas asas observa-se, em ambos os sexos, uma mancha verde-garrafa.

Mergulhão-de-Poupa Mergulhão - de - Poupa ( Podiceps cristatus) Comprimento: 46 – 51 cm Peso: 0,6 – 1,5 kg Plumagem: igual nos 2 sexos Migradora parcial Estatuto: Localmente comum Distribuição: Europa, Ásia, África, Austrália e Nova Zelândia O maior mergulhão da Europa e do Norte de África, também chamado de mergulhão-de-poupa, é famoso pelos seus elaborados rituais de acasalamento, como complexos bailados, mergulhos e movimentos da cabeça durante os quais erguem as cristas e as penas finas e pendentes que formam uma espécie de franja no pescoço. Enquanto nada, tenta avistar um peixe e só depois mergulha para o capturar, podendo atingir profundidades de 30 m. As populações desta ave diminuíram em meados do sec.XIX, mas recuperaram devido a programas de conservação que incluíam a construção de áreas cobertas de cascalho e albufeiras.

16


Mergulhão Pequeno Mergulhão Pequeno ( Tachybaptus ruficollis) Comprimento: 25- 29 cm Peso: 125-225 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Parcial Estatuto: Localmente Comum Distribuição: Europa, África, Ásia, Madagáscar e Nova Guine O Mergulhão de menor tamanho da Europa e da Ásia tem bico curto e é castanho, com garganta e faces avermelhadas. Desloca-se no solo mais facilmente do que os outros mergulhões e também é o que mais frequentemente voa para fora das zonas de migração. Ambos os sexos constroem ninhos a partir de tufos de vegetação aquática.

Pato-Real Pato Real ( Anas platyrhynchos ) Comprimento: 50 -65 cm Peso: 1 – 1,5 kg Plumagem: diferente nos 2 sexos Migradora parcial Estatuto: comum Distribuição: América do Norte, Gronelândia, Europa e Ásia. O pato-real tem uma vasta distribuição no hemisfério norte, pois adapta-se a quase todos os tipos de habitat aquáticos, mesmo em meios urbanos. O macho grasna e assobia, mas a fêmea é mais barulhenta e produz diversos chamamentos característicos. As inúmeras variedades de pato doméstico descendem desta espécie.

17


Pato-trombeteiro Pato-trombeteiro (Anas clypeata) Comprimento: 44-52 cm Peso: 0,4 - 1kg Plumagem: diferente nos 2 sexos Migradora Estatuto: Perigo Distribuição: Europa Trata-se de um pato de dimensões médias. O macho: com a cabeça verde-garrafa, o peito branco e os flancos castanhos, distingue-se de imediato da fêmea: toda acastanhada, à semelhança das outras espécies de patos de superfície. Em voo ambos os sexos apresentam um “espelho” alar verde. É omnívora, cuja dieta apresenta predominância de crustáceos, moluscos, insectos e sementes de vegetação aquática.

Pega-Azul Pega-Azul (Cyanopica cyanus) Facilmente detectável tanto visualmente como auditivamente, esta é das espécies mais barulhentas, destacando-se dos restantes corvídeos também pelas cores garridas. São facilmente reconhecidas pela cauda e asas azuladas, pela cabeça preta que contrasta com a tonalidade ocre do resto do corpo e pela garganta quase branca. A cauda é comprida, o que proporciona a estas aves um voo algo lento, mas com capacidade de manobra notável, podendo inverter a sua direcção com bastante facilidade.

18


Perna-Longa Perna – Longa ( Himantopus himantopus) Comprimento: 35 - 40 cm Peso: 150 – 200 g Plumagem: Diferente nos 2 sexos Migradora Estatuto: comum Distribuição: Europa, África e Ásia. O perna-longa apresenta as patas muito compridas em comparação com o tamanho do corpo, o que lhe permite alimentar-se em águas mais fundas. Caça por meio da visão ou do tacto, sondando a água com o seu bico longo e fino, em busca de presas.

Perna-Verde Perna -Verde (Tringa nebularia) Comprimento: 30-35cm Peso: 125-300 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: Comum Distribuição: Europa, Ásia e África Como os outros 9 membros do género Tringa , esta ave ribeirinha de longo bico raramente se afasta do solo húmido. A plumagem escura é mais clara na face ventral e as patas são compridas e verde-acinzentadas. Alimenta-se à medida que caminha, como todas as outras espécies do mesmo género. Pode correr atrás das presas ou mergulhar o bico aberto até encontrar alimento como peixes, crustáceos e insectos.

19


Perna-Vermelha Perna-vermelha (Tringa totanus) Comprimento: 26 - 30 cm Peso: aproximadamente 100-130 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: Pouco Preocupante Distribuição: Europa e África O perna-vermelha, no Inverno apresenta a parte superior castanha mais clara e uniforme, enquanto no Verão é branca e intensamente malhada. As patas e base do bico são vermelho-vivo. Alimenta-se maioritariamente de pequenos crustáceos, moluscos e poliquetas, mas também insectos, aranhas, peixes e girinos. O alimento é obtido nadando ou caminhando em zonas de água pouco profunda, capturando as presas à superfície, utilizando o bico como sonda.

Piadeira Piadeira (Anas Penélope) Comprimento: 45- 51 cm Peso: 415-970 g Plumagem: Diferente nos 2 sexos Migradora Estatuto: Pouco Preocupante Distribuição: Europa Fazendo a sua aparição entre nós sobretudo no Inverno, os machos adultos são facilmente reconhecidos pela sua cabeça “arruivada” e testa “resplandecente”, mesmo a grandes distâncias . É um pato de dimensões médias; o seu bico é curto; durante o voo, os machos, identificam-se facilmente devido ao “espelho” verde e à grande “mancha branca” nas asas. O tom geral da plumagem nas fêmeas é castanho, destacando-se o castanho-canela nas partes laterais do corpo e o ventre branco, sendo esta última característica visível sobretudo em voo. É essencialmente vegetariano incluindo na sua dieta, sementes, folhas, caules e raízes de um vasto leque de plantas aquáticas.

20


Pilrito-das-praias Pilrito-das-praias (Calidris alba) Comprimento: 20 a 21 cm Peso: 45 a 85 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Parcial Estatuto: Comum Distribuição: Europa Mais compacto e com o bico menor que o pilrito comum. O pilrito-das-praias apresenta-se quase totalmente branco na plumagem de Inverno. Este calidris apresenta uma tonalidade geral pálida só interrompida pela cor preta do bico e patas. Apresenta uma pequena mancha preta na alula, visível quando a asa está fechada. Durante a passagem primaveril são visíveis alguns indivíduos em muda para a plumagem nupcial, exibindo um tom alaranjado. O pilrito-das-praias efectua um voo forte, poderoso e directo.

Rola-do-Mar Rola –do- Mar (Arenaria interpres) Comprimento: 21 a 25 cm Peso: 80 a 110 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Parcial Estatuto: Pouco Preocupante Distribuição: Europa É uma espécie bastante comum e pode ser observada, praticamente durante todos os meses do ano, nas nossas costas principalmente nas plataformas rochosas do litoral ou nas praias arenosas. Quando caminha move ritmicamente a cabeça e o pescoço, para a frente e para trás, levantando as pedras e restos de algas que encontra, na procura de alimento. A sua dieta é muito variada: insectos, crustáceos, moluscos, anelídeos, equinodermes, pequenos peixes, cadáveres de peixe, restos de comida humana e ovos de aves. A rola-do-mar constrói o seu ninho no chão, rodeado de vegetação rasteira, e ocasionalmente em fissuras de rochas com vegetação.

21


Seixoeira Seixoeira (Calidris canutus) Comprimento: 23- 25 cm Peso: 100-225 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: Comum Distribuição: Mundial, excepto Antárctica Uma das maiores aves do género Calidris a seixoeira tem a plumagem cinzenta no Inverno, mas na época de reprodução a face e o ventre tornam-se castanho-avermelhados e o lado superior fica escuro com pintas castanho-claras. A seixoeira viaja cerca de 12000 km à procura de local para procriar e forma grandes bandos quando repousa ou se alimenta.

Tarambola-Cinzenta Tarambola-cinzenta (Pluvialis squatarola) Comprimento: 25-27 cm Peso: aproximadamente 240 g Plumagem: Igual nos 2 sexos Migradora Estatuto: Pouco Preocupante Distribuição: Ásia, América, Europa e Austrália No geral, esta é uma ave robusta, de pernas compridas, bico curto e robusto, e tonalidade maioritariamente acinzentada. Tal como muitas outras limícolas, apresenta duas plumagens distintas, uma de Inverno e outra de Verão. A primeira, menos exuberante, é sobretudo caracterizada por um padrão escamado no dorso e asas com o ventre e peito mais pálidos. No Verão, a plumagem é mais vistosa, apresentando uma máscara preta que se estende pela garganta, peito e abdómen, e que contrasta fortemente com os flancos brancos, e a malha branco-preta no dorso e asas. Em ambas as plumagens, a tarambola-cinzenta possui axilas pretas,facilmente visíveis em voo.

22


Toutinegra-de-cabeça-preta Toutinegra-de-cabeça-preta (Sylvia melanocephala) Trata-se de uma das mais abundantes toutinegras da nossa avifauna. Apresenta a cabeça preta, no caso dos machos, garganta branca e um visível anel orbital avermelhado. As fêmeas são mais acastanhadas na cabeça e menos escuras no dorso. A cauda é ligeiramente comprida, facto mais notado quando esta ave se desloca em voo.

23


Ficha Técnica Núcleo do Ambiente Aluna responsável: Bárbara Tavares Fotografia: Bárbara Tavares Fotocomposição e Montagem: Bárbara Tavares Produção executiva: Bárbara Tavares Prof. Alberto Mascarenhas

24


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.