VEGETAÇÃO DA RIA FORMOSA
Escola Dr. Francisco Fernandes Lopes
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Escola Dr. Francisco Fernandes Lopes
ÍNDICE Introdução: DUNAS
Euphorbia paralias Otanthus maritimus Helichrysum italicum Ammophila arenaria Elymus farctus Ononis variegata Calystegia soldanella Pancratium maritimum Medicago marina Anthemis maritima Armeria pungens Eryngium maritimum Reichardia gaditana Anagallis monelli Reichardia gaditana Paronichianargentea
SAPAL Sapal baixo Juncos maritimus Spartina maritima Salicornia nitens Limonium algarvense Sapal alto Limoniastrum monopelatum Atriplex halimus Sapal médio Arthrocnemum fruticosum Suaeda vera
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Introdução O PNRF situa-se no Sotavento Algarvio, estende-se ao longo de 60 Km de costa, entre o Ancão e a Manta Rota. Ocupa 18400 hectares distribuídos por 5 concelhos: Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António. Dois factos dominam o horizonte, as ilhas que a protegem do mar e o sapal que lhe confere a sua tonalidade dominante. As primeiras sujeitas aos caprichos de mares e ventos, têm as suas areias em permanente deslocação. A claridade das areias contrasta com o solo lodoso e encharcado do sapal, conjunto de vastas plataformas cobertas de uma vegetação que nos intriga pela monotonia, ora escondida pela maré alta, ora a descoberto quando as águas baixam. Assim, o meio dunar, alberga espécies vegetais adaptadas às difíceis condições de sobrevivência que têm de enfrentar. No sapal, por sua vez, caracterizado pela existência de um substrato pobre em oxigénio e elevado teor salino apenas subsiste um número diminuto de espécies, que suportam longos períodos de submersão. Neste livrinho, vamos apresentar algumas plantas características do sapal e da duna.
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Dunas As dunas costeiras formam-se na parte que imediatamente se segue ao domínio das marés, em especial durante as vazantes quando as areias da praia são transportadas pelo vento, depositando-se mais adiante. As condições de formação e a dinâmica geomorfológica das dunas revelam que estas são estruturas instáveis e a sua proximidade do mar actua como factor selectivo na instalação e crescimento da sua vegetação uma vez que as plantas costeiras estão sujeitas a ventos fortemente carregados de partículas de sal, a luminosidades excessivas e a amplitudes térmicas que vão do sol escaldante do verão ao frio cortante do inverno. Por estas razões apenas algumas espécies de plantas conseguem viver neste meio às quais se dá o nome de psamófitas por viverem em solos arenosos, possuindo, para isso, modificações adaptativas como: Um sistema radicular de rizomas entrecruzados que retêm as areias e que, por crescerem em direcção à superfície evitam o seu soterramento pelas areias empurradas pelos ventos marítimos; O enrolamento, redução do tamanho e disposição imbricada das folhas que permitem uma menor exposição aos agentes dessecantes; A cobertura das folhas por uma camada cerosa que as impermeabiliza de forma a evitar a perda excessiva de água; Uma textura coriácea e espinescente das folhas que contribui para manter a planta erecta; Caules flexíveis de forma a aumentar a resistência da planta ao vento.
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Euphorbia paralias
A Morganheira-das-praias (nome científico Euphorbia paralias)) é uma planta nativa da Austrália. Mede entre 30 e 60 cm de altura e produz um líquido lactoso branco irritante. A floração ocorre de Março a Novembro e o fruto é formado por cápsulas de casca granular.
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Otanthus maritimus
A Cordeiros-da-praia (nome científico Otanthus maritimus) é uma planta nativa do Mediterrâneo cuja floração ocorre de Junho a Setembro e é usada como indicador de acidez uma vez que prefere solos com pH 3,5 a 5,5.
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Helichrysum italicum!
A perpétua-das-areias (nome científico Helichrysum italicum) é uma planta nativa do Mediterrâneo cuja floração ocorre no Verão. Podendo atingir os 60 cm de altura, esta planta produz um óleo que é usado para fins medicinais como anti-inflamatório ou fungicida.
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Ammophila arenaria O estorno (nome científico Ammophila arenaria) é uma planta nativa da costa Atlântica e do Norte de África que pode atingir 1,2 metros de altura. A sua floração ocorre de Abril a Junho. O seu crescimento ocorre a partir de uma rede de rizomas grossos que lhe conferem uma âncora firme no seu substrato de areia.
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O feno-das-areias (nome científico Elymus farctus) é uma planta nativa do Mediterrâneo cuja floração ocorre de Junho a Julho.
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Ononis variegata! A Ononis variegata é uma planta nativa do Mediterrâneo cuja floração ocorre de Março a Junho, apresentando uma cor amarela bastante atractiva.
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Calystegia soldanella! A couve-marinha (nome científico Calystegia soldanella) uma planta nativa do Mediterrâneo cuja floração ocorre de Abril a Junho, tendo flores cor-de-rosa e folhas em forma de rim.
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Pancratium maritimum!
O narciso-das-areias (nome científico Pancratium maritimum) é uma planta nativa do Mediterrâneo de Agosto a Outubro. As flores têm um agradável aroma que só se torna perceptível durante noites de Verão sem vento.
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Medicago marina!
A Medicago marina é uma planta nativa do Mediterrâneo cuja floração ocorre de Fevereiro a Julho. Esta planta forma uma relação simbiótica com a bactéria Sinorhizobium meliloti, que é capaz de fixar o azoto.
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Anthemis maritima! O malmequer-das-praias (nome científico Anthemis maritima) é uma planta nativa do Mediterrâneo que mede entre 20 a 40 cm de altura. A sua floração ocorre no fim da Primavera.
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Armeria pungens! O cravo-das-areias (nome científico Armeria pungens) é uma planta nativa do Mediterrâneo cuja floração ocorre de Março a Maio.
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Paronychia argentea! A erva-prata (nome científico Paronychia argentea) é uma planta nativa do Mediterrâneo que pode ascender aos 30 cm de altura. A sua floração ocorre de Junho a Setembro.
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Anagallis monelli! O morrião-das-areias (nome científico Anagallis monelli) é uma planta nativa do Mediterrâneo que pode atingir os 50 cm de altura. A sua floração ocorre de Março a Outubro, podendo ser azul, laranja ou branca.
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Reichardia gaditana! A Reichardia gaditana é uma planta nativa do Mediterrâneo cuja floração ocorre no princípio da Primavera, apresentando a cor amarela.
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Eryngium maritimum! O cardo-marítimo (nome científico Eryngium maritimum) é uma planta nativa do Mediterrâneo que mede entre 20 a 60 cm de altura. A sua floração ocorre de Maio a Setembro. Em tempos acreditou-se que estas plantas seriam um forte afrodisíaco.
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Sapal
O sapal forma-se em zonas costeiras de águas calmas que se encontram protegidas da acção do mar por uma barreira de ilhas. Este encontra-se submerso durante a maré alta e a descoberto durante a maré baixa. O sapal está entre as zonas mais produtivas da biosfera. Os nutrientes chegam ao sapal naturalmente, levados pelo movimento constante de fluxo e refluxo das marés, pelos sedimentos provenientes da zona continental, pelos seres vivos que nele se fixam e, morrendo, ali se decompõem. Devido à pequena profundidade das águas, o sapal mantém uma temperatura favorável ao desenvolvimento de organismos marinhos e permite uma boa penetração da luz, garantindo uma grande actividade fotossintética. São assim bons locais de abrigo e permanência para várias espécies de animais, de que são particularmente importantes as marinhas já que várias destas espécies marinhas desovam aqui, passando os seus estádios larvares e juvenis até migrarem para o mar, onde completam o ciclo biológico. Desta forma, o sapal é considerado uma espécie de maternidade para algumas espécies de peixes, moluscos e crustáceos com interesse na alimentação humana assim como o habitat de várias aves sendo por isso muito importante a sua preservação. Além de possuir fracas condições para o enraizamento, o sapal é também pobre em oxigénio e apresenta um elevado teor salino. Por estas razões apenas algumas espécies vegetais conseguem sobreviver neste meio às quais se dá o nome de halófitas por conseguirem suportar substanciais acumulações de sais no meio exterior, ou seja, viverem em meios com elevado teor salino.
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Sapal baixo Quando o sapal se encontra submerso durante a marĂŠ alta, este denomina-se sapal baixo. Aqui existem algumas plantas como, por exemplo, a Juncus maritimus, a Spartina maritima, a Salicornia nitens e a Limonium algarvense.
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Juncus maritimus! O junco-das-esteiras (nome científico Juncus maritimus) é uma planta nativa da América do Norte que pode atingir os 3 metros de altura. A sua floração ocorre de Junho a Setembro.
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Spartina maritima
A morraça (nome científico Spartina maritima) é uma planta nativa do Nordeste da Europa, África e Austrália cuja floração ocorre de Junho a Setembro, podendo medir entre 20 a 70 cm de altura.
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Salicornia nitens!
A Salicornia nitens é uma planta nativa do Noroeste de África e do mediterrâneo cuja floração ocorre de Maio a Setembro.
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Limonium algarvense! A Limonium algarvense é uma planta nativa do Mediterrâneo cuja floração ocorre de Maio a Agosto. Esta planta apresenta flores brancas e lilases.
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Sapal alto
Quando o sapal se encontra a descoberto durante a marĂŠ alta, este denomina-se sapal alto. Aqui existem algumas plantas como, por exemplo, a Limoniastrum monopetalum e a Atriplex halimus.
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Limoniastrum monopetalum! A Limoniastrum monopetalum é uma planta nativa do Mediterrâneo cuja floração ocorre de Março a Novembro, podendo atingir os 2 metros de altura.
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Atriplex halimus! A erva-sal (nome científico Atriplex halimus) é uma planta nativa do Mediterrâneo e Sul de África cuja floração ocorre de Julho a Novembro. Esta planta é bastante útil para a valorização de áreas degradadas uma vez que contribuirá para a melhoria da fito massa no presente caso. Para além disto é o alimento básico do Rato de Areia.
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Sapal médio
Quando o sapal se encontra na zona
intermédia entre as 2 anteriores, este denomina-se sapal médio. Aqui existem algumas plantas como, por exemplo, a Arthrocnemum fruticosum e a Suaeda vera.
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Arthrocnemum fruticosum
A Arthrocnemum fruticosum é uma planta nativa do Mediterrâneo e da América do Sul cuja floração ocorre de Maio a Agosto.
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Suaeda vera! A barrilha (nome científico Suaeda vera) é uma planta nativa do Mediterrâneo e de Inglaterra cuja floração ocorre de Março a Outubro.
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Ficha Técnica Núcleo do Ambiente Aluno responsável: Duarte Santos
Professor responsável: Alberto Mascarenhas
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