Percurso Pedestre
CERRO DA CABEÇA
SUMÁRIO Introdução: Mais do que um percurso uma história Objectivos Localização e origem do Cerro da Cabeça Formação do Cerro da Cabeça
Nota introdutória O Núcleo do Ambiente da Escola Dr. Francisco Fernandes Lopes, através da sua
Mapa do percurso
actividade regular, tem procurado contribuir
Paisagem geológica
para a divulgação do Nosso Património
Flora
Natural, face à necessidade de o preservar.
Tempo para a Lenda
Resta-nos Fauna
agradecer a todos aqueles que
connosco colaboraram nestas iniciativas,
A Ria Formosa
contribuindo, deste modo, para a reflexão e debate sobre o Nosso Património.
O poço de cal
O Património Natural é de todos e todos o devemos preservar.
Ficha Técnica Núcleo do Ambiente Alunos responsáveis: Bárbara Tavares Duarte Santos Filipe Carralves Professor responsável: Alberto Mascarenhas 1
Cerro da Cabeça Cerro da Cabeça é uma área integrada na Lista Nacional de
Mais do que um Percurso uma História...
Sítios da Rede Natura, pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 76/00, de 5 de Julho.
Viagem ao passado Esta área abrange 574 hectares e apresenta 249 metros de
Prepare-se para conhecer os segredos escondidos
altitude, no seu ponto mais alto. O seu ponto central
nas rochas.
encontra-se a 07 ° 47 ' 00 '' W e 37 ° 06 ' 39 '' N. Toda a área
O Cerro da Cabeça apresenta uma paisagem calcária
classificada está integrada no concelho de Olhão.
que data do Jurrássico Superior. Resultou na sua maior
parte,
da
sedimentação
de
calcários
bioconstruídos onde se observam alguns exemplares
O Cerro da Cabeça é um sítio de elevado valor paisagístico e científico, caracterizado essencialmente pelos afloramentos rochosos calcários, que ocupam mais de 50% desta área,
fossíliferos, o que nos indicam que a sua formação terá ocorrido em meio marinho e condições tropicais... O Algarve esteve submerso? a história continua...
originando uma paisagem cársica com algumas grutas importantes.
Aglomerado de sensações Uma oportunidade única para deambular por entre várias situações de experimentação e de
Em relação à ocupação florística, a área é
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contacto directo com o ambiente.
essencialmente ocupada por carrascais e alguns
Um percurso no espaço e no tempo, feito de
azinhais. No que se refere à ocupação faunística, destacam-
cheiros (flora) e de saberes... como se formam
se algumas espécies de morcegos.
as grutas?
OBJECTIVOS Contextualizar a História Geológica da Região (Cerro da Cabeça):
Reconhecer,
no
terreno,
aspectos
característicos da paisagem cársica. Relacionar os aspectos observados com os processos geológicos que os teriam originado. Inferir a sobre a relação existente entre
A inclusão de um exemplo prático de uma paisagem
as modificações na região de Olhão/
calcária como a do Cerro da Cabeça, ajuda a consolidar os
Algarve e
conhecimentos teóricos leccionados no ensino básico, 10º
a Teoria da Tectónica de
Placas.
e 11º anos da disciplina de Biologia e Geologia e
Reconhecer o papel dos agentes de meteorização
na
modelação
das
sobretudo permite interligar as vivências e observações do quotidiano dos alunos com os mesmos.
paisagens. Identificar locais onde as rochas estão a ser erodidas, onde há acumulação de materiais, onde podem ser encontrados fósseis e falhas, Reconhecimento
do
conteúdo
fossilífero das diferentes litologias. Identificar a fauna e a flora da região, relacionando-a
com
as
condições
possíveis
impactos
ambientais. Identificar
A sua valorização, quer ao nível da biodiversidade quer,
ambientais nas regiões visitadas.
sobretudo, ao nível dos elementos geológicos, impõe-se
Identificar estruturas características do
como
modelado cársico.
desenvolvimento, para que a preservação do património
uma
prioridade,
numa
estratégia
de
ambiental do concelho de Olhão seja um facto.
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O Cerro da Cabeça
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Localizado a cerca de 2,5 km a Nor-Nordeste de Moncarapacho, encontra-se limitado a Oeste pelo Cerro de S. Miguel, a Sul pelas ilhas barreira da Ria Formosa, a Este pela planície litoral que se estende até Espanha, e a Norte por colinas do Barrocal
Fase distensiva
Sua Origem
A bacia algarvia estruturou-se num regime tectónico distensivo relacionado com início do processo de fragmentação da Pangea e formação do Atlântico Norte. O afastamento das placas tectónicas (deriva da África para Oriente, relativamente à Eurásia ), provocou o afundamento desta bacia, que terá sido posteriormente invadida por águas marinhas. Assim, na bacia algarvia, actualmente com A Bacia Algarvia teve
cerca de 150 km de comprimento e 15 a 30 km de largura, terá
dois principais episódios
ocorrido, entre o Mesozóico e o Cenozóico. Nesta fase distensiva
modeladores: uma fase
originaram-se falhas, cuja movimentação controlou o acarreio de
distensiva mesozóica e
clastos a partir de Norte, através da erosão de escarpas, tendo
uma inversão tectónica,
fornecido provavelmente muitos clastos detríticos para as formações
isto
em deposição.
é,
uma
fase
compressiva, que teve maior incidência entre o
Fase compressiva
Cretácico Superior e o Paleogénico
Inferior
(Henriques, 2002).
Devido à inversão tectónica Alpina (direcção de compressão N - S a NNW - SSE), ocorreu uma mudança de direcção da deriva da placa de África, relativamente à da Eurásia (entre o Cenomaniano e o Miocénico Inferior), de NW → SE para SW → NE, originando uma progressiva colisão entre estes dois continentes e iniciando-se um regime compressivo. Este regime levou à inversão tectónica da Bacia Algarvia. Durante a inversão, ocorreu uma reactivação das falhas distensivas, agora como inversas, dando origem a dobras e cavalgamentos (Terrinha, 1998; Henriques, 2002).
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Formação do Cerro da Cabeça A Formação Cerro da Cabeça, encontra-se numa megasequência sedimentar, que começa no Oxfordiano (início do Jurássico Superior) e termina no Titoniano (fim do Jurássico Superior), ou seja, a Formação Cerro da Cabeça formou-se durante a fase distensiva e o seu afloramento na compressiva.
ERA
PERÍODO
Era Cenozóica
ÉPOCA
IDADE
Holocénico 0,01 M.a Neogénico Plistocénico 2 M.a. Pliocénico 7 M.a. Miocénico 26 M.a Paleogénico
Era Paleozóica
Cretácico
Superior 65 M.a Inferior
100 M.a 140 M.a
Superior Jurássico
Médio Inferior
Era Paleozóica
160 M.a 176 M.a 210 M.a
Triásico
245M.a
Pérmico
290 M.a
Carbónico
Superior 315 M.a Inferior
Devónico Silúrico
365 M.a 413 M.a 441 M.a 504 M.a
Ordovícico 570 M.a Câmbrico 4500 M.a Pré – Câmbrico 5
MAPA DO PERCURSO !"#"$ %&$'()$
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Este percurso leva-o a descobrir um dos mais importantes e peculiares exemplos da geomorfologia cársica do Algarve “ Diz uma lenda, cuja origem remonta muitos séculos atrás, que à pessoa que der treze voltas ao Cerro da Cabeça, pela meia-noite, aparecerá uma formosa moura que lhe ofertará todas as suas riquezas, guardadas no aludido Monte do Tesouro, em recompensa de a ter desencantado com aquelas voltas” (Oliveira e Xavier, 1898).
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Paisagem Geológica No início deste percurso o desafio é Olhar para a paisagem... observar as estruturas cársicas bem visíveis, onde
encontra o mais espectacular campo de megalapiás do
Algarve. O terreno do Cerro da Cabeça é rochoso e muito acidentado, podendo observar-se grandes penedos arredondados, relevos cónicos e pedunculados, torres, arcos, blocos...
Um pouco mais... observa as diáclases (fendas) que resultam da acção das águas de escorrência sobre as rochas carbonatadas. Da reacção da água com o dióxido de carbono atmosférico, resulta o ácido carbónico que, misturado com as águas de escorrência, dissolve o carbonato de cálcio existente nas rochas carbonatadas. Com a continuação da acção das águas formam-se os algares e as grutas. A cor cinzenta dos calcários deve-se à dolomitização resultante da circulação das águas ricas em sais de magnésio, que passam a integrar os calcários (dolomíticos)
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Se mais caminhar, um pequeno algar vai encontrar...e a gruta descobrir...
Muitos
algares
desenvolvem-se
a
nível
subterrâneo,
originando grutas, como por exemplo, a Gruta da Senhora, localizada na base do Cerro da Cabeça. Neste substrato carbonatado do barrocal algarvio foram, até ao momento, descobertas, pelos espeleólogos, cerca de 100 grutas (entre as 300 inventariadas em toda a região algarvia), das quais destacamos, pelas significativas dimensões, a gruta da Senhora, a gruta do Garrafão, a gruta dos Mouros, a gruta da As depressões escavadas no lapiás prolongam-se muitas vezes na vertical, dando origem a algares mais ou menos profundos (por exemplo, Algar Medusa e Algar do Próximo, respectivamente). É no Cerro da Cabeça que podemos encontrar as formas endocársicas mais profundas do carso algarvio, nomeadamente
Algar
Maxila
(superior a 95 metros), Algar Medusa
(74
metros),
GEAM
(superior a 50 metros), entre outros.
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Ladroeira Grande e a gruta da Ladroeira Pequena (Almeida, 1979). Estas formações geológicas desenvolveram, no seu interior, diversas estruturas, tais como estalactites, estalagmites e colunas, o que justifica o valor geológico, arqueológico e didáctico que lhe é atribuído. Os calcários dolomíticos acinzentados do Jurássico Superior, com aproximadamente 155 M.a. (Manuppella, 1988), apresentam alguns exemplares fossilíferos (espongiários, lamelibrânquios, gastrópodes e equinodermes), formados em meio marinho, sob condições ideais, antes da abertura do Oceano Atlântico, recebendo a designação de “Calcários Bioconstruídos do Cerro da Cabeça”.
Junto à gruta, procure um bom local para se sentar...tempo par ler e conhecer as lendas...
Nesta freguesia não há uma lenda completa: tudo se reduz a referências vagas de mouras, encantadas e encantamentos circunscritos a certos lugares da freguesia. “No começo do cerro da Cabeça, ao lado do mar, existe uma
cavidade
pequena
sala,
cercada que
vai
de
pedras,
uma
espécie
comunicar
para
um
de
grande
algueirão, denominado o Abismo. É tradição corrente entre os habitantes dos sítios vizinhos que aquela caver na
comunica com o castelo de Tavira,
comunicação de que faziam uso os mouros no tempo em que dominavam a província do Algarve. Onde aparecem tais caver nas, há a opinião de que os mouros as habitaram em tempo, e que ainda hoje ali se conservam
encantados.
Para
confirmar
essa
opinião
contam-se diversas histórias de indivíduos que foram surpreendidos de noite por aqueles misteriosos seres. As caver nas são para o nosso povo uma espécie de mapa coreográfico dos sarracenos. Onde encontra uma caver na aí lhe parece ver uma antiga residência mourisca, que ainda hoje conserva como reféns, um triste mouro ou uma formosa moura, mas encantados. No cerro de S. Miguel, próximo da mesma povoação, também têm sido vistos mourinhos encantados. Entre tais lendas corre uma relativa ao nome da sede da freguesia. Corre pela tradição que Moncarapacho tirara o seu nome daquele serro, que realmente é assaz alto, mas talhado a pique, e sem um declive. Este serro é conhecido por Monto Escarpado. Diz-se que o primitivo povo ficava junto desse serro e por isso conhecido por Monte Escarpado, que, com o
andar
dos
séculos,
se
transformou
no
actual
Moncarapacho como uns escrevem, ou Monte Carapacho, como escrevem outros para se não afastar talvez do nome primitivo.”
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...as histórias continuam...
“Não
m u i to
e xi ste
uma
d i sta n te ribeira
de e
Moncarapacho
n e sta
um
pego
d e n o m i n a d o o Bu m - b u m . As l a v a d e i r a s d o p o vo
co s tu m a m
ir
ali
lavar
a
roupa,
e sco l h e n d o o l o ca l a p r o p r i a d o . H á m u i to s a n o s fo i a l i u m a l a va d e i r a ch a m a d a M a r i a d a Gr a ça . D e p o i s d e te r l a va d o a l g u m a s p e ça s d e r o u p a , a p a r e ce u - l h e u m a cr i a n ç a , ve sti d a d e e n c a r n a d o e co m u m g o r r o d a m e sm a co r. A cr i a n ça
em
vez
de
se
aproximar
da
l a va d e i r a fo i se n ta r - s e so b r e a r o u p a j á l a va d a . In d i g n o u - s e a p o b r e m u l h e r c o m o p r o ce d i m e n to d o g a r o to e a m e a ço u - o ; e l e , p o r é m , e m ve z d e a te n d e r a o s co n s e l h o s d a m u l h e r, co m e ço u a cu s p i r s o b re a r o u p a l a va d a . D e se sp e r a d a d o p r o ce d i m e n to d a cr i a n ç a , sa i u à p r e ssa d a á g u a e c o r r e u s o b r e e l a . A cr i a n ça , p o r é m , ti n h a b o a s p e r n a s , e s a fo u se co m p a sm o s a a g i l i d a d e . C h e g a d a a u m p o n to q u a l q u e r d e sa p a r e c e u , s e m q u e a l a va d e i r a p e r ce b e s se o d e sti n o q u e to m a r a . Vo l to u p a r a o p e g o e fo i e xa m i n a r a r o u p a , q u e fo r a e n xo v a l h a d a p e l o a tr e v i d o g a r o to . Qu a l n ã o fo i o s e u e sp a n to , q u a n d o , n o l u g a r o n d e o g a r o to cu s p i r a , vi u d o b r õ e s d e l e g íti m o
ouro!
r e co m p e n sa r a
O a ssi m
mourinho os
e n c a n ta d o
d e sg o s to s
m u l h e r.”
Pesquisa feita por Andreia Vicente e outros 10
da
Agora pare, para os aromas cheirar e algumas plantas identificar... Devido à existência de alguma terra rossa, resultante da dissolução dos calcários dolomíticos, é frequente encontrar, no Cerro da Cabeça, alguma vegetação rasteira, adaptada aos solos pouco espessos (palmeira anã, carrascos, azinheiras, tojos e aroeiras). Palmeira-anã (Chamaerops humilis) A palmeira anã, ou palmito, é uma espécie de duração elevada, que era tradicionalmente utilizada para cestos e tapetes. Esta espécie é nativa da Europa Continental, não se encontrando em perigo de extinção, em Portugal, no entanto, está extinta em França e Malta. É a única espécie de palmeira espontânea no nosso país, apresentando‐se sob a forma de arbusto.
Rosmaninho (Lavandula stoechas) O rosmaninho é uma planta muito abundante no nosso país, pois é uma planta espontânea que floresce no verão. Esta planta é da família das alfazemas, tradicionalmente é utilizada para problemas respiratórios, como a asma.
Marioila (Phlomis purpurea) A marioila é uma planta características de zonas secas. As folhas e ramos apresentam pequenos pêlos e era utilizada para lavar a loiça.
11
tempo para tirar algumas fotografias para mais tarde recordar...
Espargo (Aspargus albus) Existem três espécies do género Asparagus, em Portugal. Os espargos são arbustos espinhosos que aparecem em sítios muito quentes e soalheiros, frequentemente rochosos.
Bons dias (Ipomoea indica) Esta planta vulgarmente designada por bons dias ou glória da manhã, é uma espécie invasora em Portugal, com origem na zona tropical da América do Sul, Ásia e Hawai, tendo sido introduzida com
fins
ornamentais.
Aroeira (Pistacia lentiscos) A aroeira é um arbusto oriundo da região mediterrânica, que cresce até aos 10 metros. É uma espécie de crescimento rápido, heliófila, termófila, que se adapta a qualquer substrato. É caracterizada pela presença de pequenas frutos, sob a forma de drupas, de cor vermelha a pretas, que surgem no Outono, estes frutos são muito apreciados pelas aves, como por exemplo os pardais. 12
Orquídea (família Orchidcea) Nascem sobretudo nos solos calcários e pedregosos do Barrocal Algarvio. Pelos arrelvados secos desta faixa que une a Serra ao Litoral. As orquídeas selvagens são um tesouro frágil e precioso. A sua existência pressupõe um delicado equilíbrio ecológico, e muitas delas não suportam ser colhidas.
Euphorbia (Euphorbia sp) A designação Euphorbia está associada a África, segundo a tradição, já que o rei Juba II da Mauritânia, teria feito chegar esta planta ao seu físico (ou médico) Euphorbos, para serem exploradas as suas capacidades curativas, no século I antes de Cristo. No entanto, o látex que a planta larga quando cortada é muito tóxico para o organismo.
Roselha-maior (Cistus albidus) A roselha‐maior encontra‐se na zona sul do nosso país, preferencialmente em solos calcários, como o é o caso do Cerro da Cabeça. As suas flores são grandes e as folhas são cobertas de uma penugem que lhe confere um tom esbranquiçado, daí o seu epíteto específico “albidus”.
Carrasco (Quercus coccifera) É a planta que melhor define a região mediterrânica O carrasco, normalmente, apresenta‐se sob a forma de arbusto, no entanto pode atingir o porte arbóreo, ostenta uma folhagem persistente de coloração verde, com folha de margem serrada e espinhosa e frutifica em Agosto, altura em que surgem as bolotas. O carrascal tem grande importância ao nível da cinegética, proporcionando bons refúgios para as perdizes, coelhos, lebres, entre outras espécies. 13
Se com cuidado andar, alguns animais poderá encontrar...
Morcego (Rhinolophus hipposídeos)
Coelho selvagem (Orytolagus cuniculos)
Gato selvagem (Felis silvestris)
Alimentam‐se de insectos e caçam durante a noite.
Estes coelhos tem pêlo grosso e macio, acastanhado ou acinzentado.
É um animal muito independente e bom caçador.
Se não encontrou, aproveite a oportunidade para descansar ao som do canto do pintassilgo ou do chilrar do pardal...
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Se ao Miradouro chegou... A Formosa avistou
“Na tarde, notavam-se as ausências no lago.
Onde estavam os flamingos rosa, dormindo o dia nos aquilinos bicos? E as correrias dos velhos galeirões, mostrando quão perene é o nosso tempo? Patos reais, porfírios azuis, nem as garças brancas denunciam a vida, junto das sapeiras e das dunas, nas águas salobras. Talvez um apelo longínquo das gaivotas, atentas ao desenrolar das estações, ou o incómodo da primavera dos homens, sempre dispostos a perturbar a serenidade dos belos mundos que desconhece.” (Raimundo, 1956) Considerado pela convenção de Ramsar, como uma zona húmida de interesse internacional, o Parque Natural da Ria Formosa é uma área protegida que se localiza na zona oriental da costa algarvia (sotavento). A Ria Formosa situa-se numa zona de confluência do Oceano Atlântico, do Mar Mediterrâneo e da costa norte de África e ocupa uma extensão de cerca 18.400 hectares, ao longo de 60 km de costa, entre o Ancão (concelho de Loulé) e a Manta Rota (concelho de Vila Real de Santo António), abrangendo, ainda, áreas significativas dos concelhos de Faro, Olhão e Tavira (Parque Natural da Ria Formosa, 1994).
Na chamada zona de interface encontram-se charcos de água salobra, sapais e pequenas linhas de água, que constituem o habitat de importantes comunidades vegetais e faunísticas, sobretudo no que diz respeito à avifauna aquática, sendo esta uma zona de paragem obrigatória de aves migratórias e local de nidificação de espécies raras. Este ecossistema de águas calmas, superficiais, quentes e ricas em nutrientes, propicia, também, o desenvolvimento de várias espécies de peixes (como o robalo, a dourada e o sargo), moluscos, sobretudo, bivalves e crustáceos.
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Se continuar para Norte um poço de cal irá encontrar...
Nesses
poços
era
extraída a cal, que os mais antigos, utilizavam para caiar as suas casas e açoteias.
Se não quiser voltar pela escadaria e gosta de caminhar, quando ao poço de cal chegar,tome o caminho à sua direita e ao ponto de partida irá dar.
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