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Desejos

Destrói completamente o ego. Controla as numerosas ondas de perturbação que ele levanta na mente. Discerne a realidade e compreende que "Eu sou Isso".

Tu és pura consciência, a testemunha de todas as experiências. Tua verdadeira natureza é o júbilo. Cessa neste exato momento de identificar-te com o ego, com o agente da ação, criado pela ignorância. Sua inteligência é apenas aparente, um reflexo do Atman, que é pura consciência. Ele lhe rouba a paz e a alegria no seio do Atman. Ao identificar-te com ele, caíste na armadilha do mundo - as misérias do nascimento, decadência e morte.

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Tu és o Atman, o Ser infinito, a pura, imutável consciência que permeia todas as coisas. Tua natureza é a bem-aventurança e tua glória não tem mácula. Por te identificares com o ego, estás acorrentado ao nascimento e à morte. Tua servidão não tem outra causa.

Esse ego é teu inimigo. É como um espinho na garganta de quem está comendo. Destrói esse inimigo com a poderosa espada do conhecimento e sê livre para usufruir a soberania de teu próprio império, a bemaventurança do Atman.

Examina todas as atividades do ego e o egoísmo que elas implicam. Alcança a suprema realidade e libertate da luxúria. Habita no silêncio e usufrui a bem-aventurança do Atman. Liberta-te de toda consciência de separatividade e realiza em Brahman tua natureza infinita.

Esse eu poderoso pode ser arrancado pelas raízes. Mas se a mente o alimentar por um momento que seja, ele renascerá e provocará cem malefícios. Ele é como uma nuvem carregada de tempestade na estação chuvosa.

Conquista esse inimigo, o ego. Não lhe dês oportunidade deixando teus pensamentos se apegarem aos objetos sensoriais. Tais pensamentos lhe dão vida, tal como a água dá vida a um limoeiro ressequido.

Se te identificares com o corpo, a luxúria brotará em ti. Liberta-te da consciência do corpo e ficarás livre da luxúria. Assim, se estiveres apegado a esse ego que tem mantém separado de Brahman, procurarás o prazer nos objetos sensoriais. E esta é a causa da sujeição ao nascimento e à morte.

Desejos

Quanto mais um homem satisfaz seus desejos no mundo objetivo, mais esses desejos aumentam. Mas, se ele os controlar e deixar de satisfazê-los, as sementes do desejo serão destruídas. Que ele adquira, pois, o autocontrole.

Quando o desejo se fortalece, perde-se o autocontrole. Quando se perde o autocontrole, o desejo toma-se mais forte que nunca. O homem que vive desse modo jamais escapará à roda de nascimento e morte.

O desejo é intensificado quando permitimos que nossos pensamentos se demorem nos objetos sensoriais e busquem satisfação temporária no mundo objetivo. Para romper a cadeia do nascimento e da morte, o aspirante espiritual deve reduzir a cinzas as causas do desejo.

O desejo que é alimentado dessas duas maneiras trará a sujeição à roda de nascimento e morte. Mas há um meio de destruir os três o desejo e suas duas causas. Em quaisquer circunstâncias, sempre, em toda parte e a qualquer respeito, deves considerar tudo como Brahman e apenas Brahman. Fortalece tua vontade de conhecer a Realidade, e esses três males se dissolverão.

Cessa de buscar a satisfação de teus desejos no mundo objetivo e deixarás de comprazer-te nos objetos sensoriais. Cessa de comprazer-te nos objetos sensoriais e teu desejo será destruído. Quando todos os desejos desaparecem, vem a libertação. É a chama-da-libertação-em-vida.

Assim como as espessas trevas se dissipam ante o radioso esplendor do sol nascente, assim o anseio de vida do ego é inteiramente removido quando a aspiração ao conhecimento da Realidade se intensifica.

Quando o senhor do dia ascende, a escuridão desaparece com sua rede de males. Do mesmo modo, quando se experimenta a bem-aventurança absoluta, não há mais servidão nem qualquer vestígio de tristeza.

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