Ano I | No 2 | março de 2012
Revista
www.revistaespacosaude.com.br | Saúde, tecnologia e bem-estar para São Carlos e Região
Emagrecimento
Veja relato de processo que foi acompanhado por equipe multidisciplinar.
Parkinson
A dificuldade do parkinsoniano em realizar tarefas simultâneas
Mundo Surdo
Como vivem as pessoas que não ouvem e seus familiares.
Representante:
Acessibilidade e Qualidade de Vida
Rua Miguel Petroni, 2240 . S達o Carlos - SP
Revista Espaço Saúde 1
Ética médica e Publicidade Técnicas revolucionárias de emagrecimento. Pacotes combo na clínica de cirurgia plástica. Faça tantos implantes odontológicos e pague somente tantos. Sessões de osteopatia vendidas com 85% de desconto em sites de compra coletiva. Frases e anúncios assim estão se tornando cada vez mais comuns na mídia como estratégia que certos profissionais de saúde encontram para atingir o público e aumentar sua cartela de clientes. Atingir, chamar a atenção, despertar a curiosidade e estimular a ação. A isso podemos chamar de publicidade que é um dos veículos mais rápidos e eficazes para transmitir a informação de um produto ou prestação de serviços ao consumidor. Este por sua vez, tem o direito de se informar, seja em revistas, comerciais ou na internet, através de conteúdos que possam suprir suas dúvidas na hora de optar por um tratamento na área de saúde. E como fica nosso papel como profissionais de saúde, ao tentarmos mostrar a sociedade o que podemos oferecer, mesmo sendo nossas profissões de enorme importância social e carregada de responsabilidades? Como não transformarmos a arte de curar, ou a arte de melhorar o bem estar físico da população sem que haja o risco de tornar nossos consultórios em “mercados de peixe”, afinal somos profissionais da saúde ou comerciantes? Já que usufruímos da legalidade para se beneficiar da publicidade, o momento é de mostrar-nos ao mundo, porém sem infringir o que se pauta como infração ética. Para regularizar e evitar abusos, os conselhos profissionais possuem códigos de ética e segundo a fiscal do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, seccional São Carlos, Dra. Aldryn Rita da Silva Barros, os conselhos de classe estão cada vez mais atentos aos profissionais que violam os princípios éticos da comunicação. As denúncias são cada vez mais frequentes com o aumento significativo do uso de propaganda agressiva e ilegal, tanto que a Justiça proíbe sites de compras coletivas de anunciar tratamentos odontológicos. Em novembro de 2011 a 4ª. CONEO do Conselho Federal de Odontologia debateu a atualização de Código de ética Odontológica que está em vigência há 10 anos. Teremos um novo Código de Ética mais atual adaptado ao crescimento tecnológico e novas características sociais. Comportamento ético é aquele que é aceito como bom e certo, em oposição ao mau e errado. Segundo
Chiavenato (1999), Albert Schweitzer, famoso médico humanitarista, definia ética como “a nossa preocupação com o bom comportamento. É sentir a obrigação de considerar não apenas nosso bem estar mas, sobretudo o dos outros seres humanos” . E é justamente nesse ínterim que o veículo editorial precisa exercer um papel importante, que é o de verificar se as informações enviadas para publicação estão dentro das normas de cada conselho de classe, além de possuir um corpo editorial preparado para revista se os artigos publicados estão devidamente baseados em evidências científicas. Mesmo que as punições legais sejam atribuídas ao profissional, o veículo de mídia que não tem essa preocupação também perde em credibilidade, afugentando assim anunciantes éticos que não querem sua imagem vinculada a uma mídia anti ética. Além disso, a perda total de credibilidade de seus leitores. O aprofundamento da análise de trabalho de saúde, à luz dos dispositivos legais citados e face à concepção correta de marketing e, em especial do Marketing em Saúde, tem como objetivo básico, colocar à disposição da população informações verídicas de uma assistência à saúde, voltada para a melhoria da qualidade de vida desta. E, num Estado que ainda não privilegia a educação, onde a grande parte das pessoas carece de discernimento, é muito fácil ludibriar esta massa com promessas absurdas e fórmulas mirabolantes. Cabe também a nós profissionais de saúde, o dever de vigiarmos e denunciarmos aos órgãos competentes as infrações daqueles que não cumprem as regras, para além de manter o respeito e credibilidade da nossa profissão, garantindo que a população fique menos exposta aos vendedores de milagres.
José Luiz L. Sánchez Cirurgião dentista, graduado, mestre e doutor pela Unicamp, é prof de cursos de Pós-graduação e ex-prof. Titular da Unip-Campinas.
O QUE VOCÊ ENCONTRA NA REVISTA ESPAÇO SAÚDE
CAPA
OUTROS TEMAS
7
Avanços na Implantodontia: cirurgia virtualmente guiada
8
A importância das gorduras de boa qualidade para a nossa saúde
10
Terapia fotodinâmica no tratamento do carcinoma basocelular
22
A dor e seus aspectos emocionais
25
Odontologia hospitalar
30
A voz diz muito sobre cada um de nós
32
Laser e beleza
12
14
22 de março: Dia Mundial da Água
A criança surda: caminho para a linguagem
20
Educação aos surdos
26
Cláudia Cury: Como eliminei 40 quilos de forma saudável
28
A realização de tarefas simultâneas na doença de Parkinson
4 Espaço do Leitor e Eventos 6 Notícias 33 Dicas de saúde 35 Indicador Profissional
Revista Espaço Saúde • Ano I | Número 2 | março, 2012.
A Revista Espaço Saúde tem como objetivo aproximar o público de São Carlos e região de temas relevantes nas áreas de saúde, bem-estar, sustentabilidade e meio-ambiente. Na revista são publicados artigos de profissionais da área de saúde e matérias jornalísticas. Também divulgamos artigos de pesquisadores, buscando, dessa forma, levar ao conhecimento do público o que de mais avançado está sendo feito dentro dos centros de pesquisa. O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos autores. Esta publicação foi idealizada por Marcos Jacobovitz e Diagrama Editorial. Jornalista Responsável MTb 33.863. Tiragem: 5 mil exemplares. A Revista Espaço Saúde é publicada pela Diagrama Editorial, R. XV de Novembro, 2190, Sala 8, CEP 13564-220, São Carlos. Para publicação de artigos ou anúncios: Fale Conosco (16) 3413-9142 | espacosaude@diagramaeditorial.com.br. Site www.revistaespacosaude.com.br.
Sua Far mácia de Manipulação
3374-2451
Rua José Bonifácio, 1071, Centro
3366-4356
Rua Larga (esq. Travessa 9), Vl. Prado
4 Revista Espaço Saúde
ESPAÇO DO LEITOR Olá! Gostaria de parabenizar pela edição da revista Espaço Saúde! Precisamos de mais conteúdos como estes pra nossa cidade! Abraços Claudia Cury A revista ficou excelente! Parabéns! Michele Toso Boa tarde, Vi a revista. Parabéns gostei muito, sucesso. Cristiane Periotto Bom dia! Sou estudante de enfermagem aqui em São Paulo. Muito interessantes as matérias. Já usei muitas para realização de trabalhos na faculdade. Parabéns!!! Daniela
Escreva para nós! espacosaude@diagramaeditorial.com.br
Senhores, quero parabenizá-los pela excelente revista que lançaram. Os senhores foram muito felizes na escolha de um dos primeiros entrevistados que é o Dr. Sérgio Pripas; médico brilhante de ética e moral ilibadas. Aliás, todas as matérias estão ótimas, pois apesar de serem científicas, trazem a forma coloquial na escrita, e assim, esta Revista termina por abranger todas as classes sociais. Só senti a ausência de algo relacionado à música erudita (que é saúde para o cérebro), e espaço para o leitor. De qualquer maneira, temos que levar em consideração essa iniciativa, e por ser a primeira Revista a ser lançada nestes moldes em São Carlos, penso que estão no caminho certo. Agradeço, ensejando que esta primeira Revista, seja o começo de uma boa referência de outras que virão. Atenciosamente, Nicete Campos
eventos março ▶ VIII Jornada de Gerontologia: A Arte de Envelhecer: em busca de um envelhecimento ativo, saudável e feliz. Data: 24 de março de 2012 Local: anfiteatro no bloco E (4o andar) , na Universidade Santa Cecília (Santos/SP). Inscrição via e-mail até o dia 20/03/2012 jornada_geronto@hotmail.com
abril ▶ 12o Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia em Pediatria Entre 28 e 30 de abril de 2012, em São Paulo. www.alergoped2012.com.br ▶ XIII Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica. O evento será realizado entre os dias 17 e 20 de Abril de 2012, na Cidade de Natal/RN.
• AMPLA SALA DE MUSCULAÇÃO • SALAS DE GINÁSTICA (BODY SYSTEMS) E BIKE INDOOR CLIMATIZADAS • AULAS DE PILATES COM BOLA • ESPAÇO KIDS COM MONITORIA • AMPLO ESTACIONAMENTO • ATENDIMENTO DE QUALIDADE
T E L E F ON E
3306 9990 E N D E R E ÇO
Rua Antonio Blanco, 169
6 Revista Espaço Saúde
NOTÍCIAS Casos graves de dengue diminuíram 97% no país. O Ministério da Saúde promoveu uma reunião de avaliação do Programa Nacional de Controle da Dengue nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, nesta quinta-feira (1º), no Rio de Janeiro (RJ). Na ocasião, o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, apresentou dados atualizados da doença no Brasil. Entre 1º de janeiro e 18 de fevereiro deste ano foram registrados 57.267 casos da doença no país contra 166.016 no mesmo período do ano passado – uma redução de 66%. Em relação aos casos graves, foi verificada uma queda ainda maior nas ocorrências – de 97% –, que passaram de 2.787, em 2011, para 93 casos, este ano. Unidades de saúde de São Carlos emitem cartão SUS.
Saúde cria índice para avaliar qualidade do SUS. O acesso e a qualidade dos serviços de saúde do país agora serão avaliados de forma mais transparente. O Ministério da Saúde lançou o Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (IDSUS 2012), ferramenta que avaliou entre 2008 e 2010 os diferentes níveis de atenção (básica, especializada ambulatorial e hospitalar e de urgência e emergência). O índice verificou como está a infraestrutura de saúde para atender as pessoas e se os serviços ofertados têm capacidade de dar as melhores respostas aos problemas de saúde da população. Governo promete mais verbas para estados e municípios que tirarem notas altas na avaliação do SUS. O Governo Federal vai usar os resultados do o Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (IDSUS), como critério para concessão de verba extra a estados e municípios. Criado pelo Ministério da Saúde, o índice mede a oferta e a qualidade dos serviços da rede pública de saúde. “O IDSUS é um indicador para avaliar a melhoria da ‘fotografia’ de hoje com a dos próximos três anos. Quem melhorar o desempenho, merece receber mais incentivos”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Mais de 25 unidades de saúde de São Carlos, entre UBS’s e USF’s, estão realizando o cadastro para emissão do novo Cartão Nacional de Saúde, o cartão SUS. A Prefeitura descentralizou o atendimento para oferecer mais conforto e qualidade ao serviço prestado à população. O cartão SUS será obrigatório para todo o cidadão, inclusive para as pessoas que utilizam planos privados. A medida é uma determinação do Ministério da Saúde, que a partir deste mês de março pas- Saúde Pública é tema da Campanha da sará a exigir a apresentação do cartão em alguns Fraternidade. procedimentos. A Campanha enumera desafios a serem enfrentaSão Carlos passa a emitir Carteira Internacional dos pelo sistema, especialmente com relação ao acesso e o financiamento. “São significativos as de Vacinação conquistas verificadas nas últimas décadas, como A partir de 1º de março, a Prefeitura de São Car- a redução da mortalidade infantil, a erradicação los passou a emitir o Certificado Internacional de de doenças infecto-parasitárias e o tratamento da Vacinação e Profilaxia (CIVP). Antes apenas portos aids, que conta com um sistema elogiado internae aeroportos emitiam o documento, obrigatório cionalmente”. A Campanha pretende sensibilizar a sociedade e as autoridades sobre os problemas para algumas viagens ao exterior. que o setor ainda enfrenta.
Revista Espaço Saúde 7
odontologia
Avanços na Implantodontia Cirurgia Virtualmente Guiada
V
ários são os motivos que levam um indivíduo à perda dental, dentre os quais se destacam a doença periodontal (problemas de gengiva), a cárie dentária e traumatismos locais. A recolocação de dentes perdidos com elementos artificiais ancorados no osso não é algo propriamente novo. Existem achados arqueológicos que mostram que os egípcios antigos e povos da América do Sul já tentavam a substituição de dentes perdidos com substitutos de madeira e marfim. No século dezoito antes de Cristo, os dentes Guia Cirúrgica Prototipada para MAXILA. perdidos algumas vezes foram substituídos por dentes extraídos de outras pessoas. As tentativas neira minimamente invasiva. As guias estabilizam de implantes foram provavelmente procedimentos a instalação dos implantes controlando sua angulação e profundidade, reduzindelicados devido à baixa taxa de do o risco de danos a estruturas sucesso e a forte reação imune Os avanços anatômicas importantes. dos indivíduos que recebiam tecnológicos na área Entre as principais vantaesse tipo de tratamento. de implantodontia gens da técnica estão: o tempo Nos últimos anos, a ciênde cirurgia, que é muito mais cia dos implantes dentários e têm aumentado rápida; a enorme redução na a terapia protética passaram a previsibilidade agressividade da cirurgia, não por grande progresso na subse qualidade dos havendo necessidade de cortes tituição de dentes perdidos, tratamentos, trazendo na gengiva, nem exposição do e hoje é possível oferecer um mais conforto aos osso, uma vez que a guia indica tratamento com alto nível de pacientes. exatamente onde vai ser instasucesso, baseado em um plalado o implante e, a qualidade nejamento fundamentado em evidências científicas e, com o auxílio de ferra- do pós-operatório, reduzindo inchaço e dor, com mentas ultramodernas como por exemplo a nave- inexistência de pontos e de sangramento. gação virtual em 3-D nos exames de tomografia computadorizada. Na técnica virtualmente guiada o diagnóstico e planejamento são realizados com auxílio de uma tomografia computadorizada processada por um software, onde se planeja em ambiente 3-D a ciDr. Oswaldo Spina Neto rurgia. Depois uma guia cirúrgica é confeccionada Graduado na FORP-USP, a partir de um processo de prototipagem eletrôniRibeirão Preto. CRO:92.470 ca, o que permite a realização da cirurgia de ma-
8 Revista Espaço Saúde
NUTRIÇÃO
A importância das gorduras de boa qualidade para a nossa saúde
C
om a globalização, observamos uma transição econômica que tem promovido mudanças na produção alimentícia, que têm colaborado com o aumento no consumo de dietas ricas em gorduras pela população. O problema disso é que, quando associamos uma alimentação ruim ao sedentarismo, ocorre um desequilíbrio energético que leva ao acúmulo de gordura corporal, contribuindo para o aumento dos casos de obesidade e de doenças associadas a ela como aterosclerose, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2 entre outras. Neste sentido, as famosas “dietas milagrosas” são as principais estratégias utilizadas pela população para emagrecer. Sabemos como é difícil manter dietas restritivas por longos períodos e que os principais vilões são as gorduras (ácidos graxos). Realmente, elas têm um elevado valor energético, mas, analisando suas funções, notamos que alguns tipos de gordura, quando ingeridas na quantidade adequada, são benéficas para nossa saúde. Elas funcionam como fonte de energia para que todas as células possam funcionar adequadamente, formam componentes de membranas importantes, são isolantes térmicos, ajudam na absorção de vitaminas lipossolúveis, são fontes para produção de hormônios, controlam determinadas doenças, etc. Portanto, é a qualidade da gordura que consumimos em quantidade maior que a recomendada, que pode ter um impacto negativo sobre a saúde. Existem vários tipos de gorduras e muitas pessoas não conhecem a diferença entre elas. Alguns alimentos possuem maior teor de gordura saturada chamada também de gordura “ruim”. Esse tipo de
gordura de baixa qualidade é encontrado nas carnes vermelhas, laticínios do tipo integral, manteiga, pele de frango, carnes gordas, bolos, doces, batatas fritas entre outros e seu excesso está associado ao desenvolvimento da placa de ateroma, que se forma dentro das artérias pois propicia o aumento do colesterol ruim (LDL) e diminuição do colesterol bom (HDL) além de suprimir o sistema imunológico. Há alimentos que possuem um teor de gordura de alta qualidade. Esse tipo de ácido graxo é classificado como gordura insaturada e caracteriza-se por ser líquida em temperatura ambiente. Geralmente estão presentes em alimentos de origem vegetal e podem ser mono ou poli-insaturada. Dentre os alimentos ricos em gordura monoinsaturada estão o abacate, a azeitona, o amendoim, o azeite, a canola, a amêndoa e o avelã. Já a gordura poliinsaturada é encontrada nos peixes, nozes e óleos vegetais, como o de girassol. Essas gorduras também englobam as gorduras essenciais que, como o próprio nome diz, são essenciais para o funcionamento geral do organismo. Não somos capazes de produzir esse tipo de gordura, portanto, devemos obtê-la na alimentação. Elas são conhecidas como ômega 3 (presente em óleos vegetais, sementes e nozes) e ômega 6 (presente em peixes gordurosos, óleos vegetais e nozes). Existem também as famosas gorduras trans, presentes nas bolachas recheadas, margarinas, pães, bolos, massas folhadas, etc. São óleos vegetais insaturados que passam por um processo industrial denominado hidrogenação. Nesse processo, a gordura que era líquida, passa a ser sólida em temperatura ambiente e, então, se comporta como ácido graxo
saturado, representando um perigo para a saúde. Em contra-partida, tem-se falado muito sobre o óleo de coco e de seus benefícios à saúde. De acordo com estudos recentes, seu consumo é capaz de prevenir algumas doenças além de melhorar a absorção dos nutrientes, o que leva ao aumento das defesas do organismo. Ele também age no combate de fungos, como a candidíase, e parasitas, como a giárdia, regula a função intestinal, combate a fadiga crônica e a fibromialgia além de ajudar no controle do diabetes, já que não estimula a liberação de insulina. Devemos, entretanto, tomar cuidado pois os benefícios estão no óleo de coco virgem, que é obtido a partir de cocos frescos e úmidos. A versão refinada é extraída a partir do coco seco, sem umidade, e não consegue manter suas propriedades benéficas. Alguns profissionais da área da saúde têm sugerido que a gordura de coco é capaz de gerar calor e queimar calorias, favorecendo a perda de peso, sendo indicado também para o controle de triglicérides e do LDL, além de sua característica anti-inflamatória. Contudo, devemos tomar cuidado com o consumo deste óleo em cápsulas, pois mais estudos precisam ser realizados para comprovar sua eficácia e benefícios à saúde. Portanto, uma maneira fácil para as pessoas melhorarem a composição de gordura de suas dietas é trocando alimentos ricos em gorduras de baixa qualidade por aqueles de alta qualidade. Além disso, alimentos ricos em gorduras e óleos, são essenciais para uma dieta saudável tanto para crianças como para adultos. Uma maior consciência, acompanhada de motivação para selecionar as melhores opções de gordura e alimentos saudáveis, associada a uma vida fisicamente ativa, irá ter um impacto positivo e significativo para a saúde de todos.
Fernanda Oliveira Duarte Formada pela Universidade Federal de São Carlos em Ciências Biológicas. Doutora em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal de São Carlos.
Centro de Tratamento a Laser
A BELEZA É PARA VOCÊ! Cirurgia Plástica Dermatologia Angiologia e Cirurgia Vascular
R. Dona Alenxadrina, 1887 São Carlos | SP Tel. 16.3371-2282|3371-0698 Responsável Técnico: CRM 97578
www.corpus.med.br
10
Revista Espaço Saúde
pesquisa&saúde
Terapia fotodinâmica no tratamento do carcinoma basocelular A Terapia Fotodinâmica é uma importante técnica no tratamento do câncer de pele
O
câncer de pele do tipo não-melanoma é doenças. O grupo de Biofotônica liderado pelos o mais freqüente no Brasil e corresponde professores Vanderlei Salvador Bagnato e Cristina a 25% de todos os tumores malignos re- Kurachi está muito à frente nas pesquisas no país gistrados no país. Estimativas do INCA (Instituto e exterior, contando com financiadores como o Nacional de Câncer) para 2012 apontam mais de BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) e a 134.000 novos casos deste tipo de câncer no país. FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), além O tratamento geralmente é o da associação da universidade O grupo de cirúrgico e devido aos altos cuscom empresas como a MM Optos e mobilização de importante tics (São Carlos-SP) e a indústria Biofotônica do infraestrutura hospitalar, é atu- Instituto de Física farmacêutica PDT Pharma (Craalmente um problema de saúde vinhos-SP). Desta parceria surgiu de São Carlos está pública, representando grande o projeto “TFD Brasil” que visa o muito à frente nas tratamento de mais de 5000 padesafio tecnológico. A solução do problema deverá estar associada pesquisas no país e cientes por meio da implementaexterior, contando ção de 100 centros colaboradores à pesquisa e desenvolvimento científico que viabilize mais rápi- com financiadores em diferentes cidades do Brasil, da e eficientemente a eliminação disponibilizando o tratamento do como o BNDES de lesões. O Grupo de Óptica do carcinoma basocelular (CBC) sem e a FINEP Instituto de Física de São Carlos custos para o paciente. desenvolve pesquisas e equipamentos na área da A técnica de Terapia Fotodinâmica é de fácil Terapia Fotodinâmica (TFD) há mais de uma déca- aplicação e treinamento para os profissionais enda para o tratamento desta e de diversas outras volvidos. Possui ainda a vantagem de apresentar
Revista Espaço Saúde 11
possuir duas ponteiras em uma mesma plataforma: a do fotodiagnóstico e a do tratamento. Fundamentos: A terapia fotodinâmica (TFD ou do inglês PDT - Photodynamic Therapy) é uma modalidade terapêutica que nos últimos anos tem sido usada para o tratamento de várias condições dermatológicas e em especial, para tratamento do câncer de pele. Essa terapia baseia-se na utilização da luz no espectro visível, principalmente na região do vermelho, que é absorvida por uma substância fotossensível previamente aplicada ou fotossensibilizador, o qual apresenta maior afinidade por tecidos neoplásicos. O Pharma M-ALA é um pró-farmaco que é convertido enzimaticamente em protoporfirina IX (PpIX) in situ, no ciclo bioquímico de formação do grupamento HEME. b Depois da absorção da luz a PpIX passa do estado fundamental a um estado excitado e pode participar de dois tipos de reações: formação de radicais livres (mecanismo tipo I), como peróxido de hidrogênio (H2O2), radical superóxido (O2•-) e radical hidroxila (•OH), capazes de oxidar uma grande variedade de biomoléculas, e formação do oxigênio singleto (1O2) pelo mecanismo do tipo II, o qual é uma forma altamente reativa de oxigênio considerado o principal mediador do dano fotoquímico causado à célula, Conclusão: O uso desta técnica demonstra CBC antes da TFD (Imagem A); completa eliminação da lecom sucesso ser opção de escolha para o tratasão após duas sessões de TFD (imagem B). mento de lesões do tipo carcinoma basocelular, reduzidas alterações anátomo-funcionais e estéti- apresentando excelente resultado estético e altas cas, o que contribui com a qualidade de vida do taxas de cura, a um custo bem inferior em compapaciente tratado (Fig. 01). Nosso maior parceiro ração às demais técnicas. clínico é o Departamento de Pele do Hospital Fundação Amaral Carvalho (Jaú-SP), com a equipe da dermatologista Dra. Ana Gabriela Salvio. Uma vez que a incidência do câncer de pele é progressiva, é necessário adotar novas técnicas para seu diagnóstico e tratamento precoce. O medicamento é um creme contendo o ácido aminolevulinato de metila (PHARMA M-ALA 20%), Vanderlei Salvador Bagnato sintetizado pela PDT Pharma, cujo insumo farma(Professor, Ph.D.); Cristina Kurachi cêutico possui aprovação da ANVISA para estudos (Professor, Ph.D.); Natalia Mayumi clínicos e o medicamento está sendo testado para Inada (Ph.D.); Dora Patrícia Ramirez conquistar a aprovação para comercialização. O (M.D.); José Dirceu Vollet-Filho equipamento também aprovado pela ANVISA é o (Ph.D.); Clóvis Grecco (M.Sc.) LINCE, produzido pela MM Optics e se destaca por a
12
Revista Espaço Saúde
Saúde pública
22 de março: Dia Mundial da Água Água é Fonte de Vida Por Rosane D’Andrea
A
água é um bem insubstituível e essencial para a vida no planeta – isso ninguém contesta; também é bastante generalizado o temor com a falta de água; mais especificamente, paira sobre nós um espectro: em um futuro próximo enfrentaremos uma verdadeira guerra em busca de água potável, provavelmente em busca de água potabilizável. Poucos sabem que aos 22 de março é comemorado o Dia Mundial da Água, data criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1992. Essa data é destinada à discussão sobre os diversos temas relacionados a este insubstituível bem natural. O Brasil é o mais privilegiado país no que respeita à água, pois 11,6% de toda a água doce
disponível no planeta é aqui encontrada. Vale lembrar que isso está fortemente ligado ao fato de o Brasil possuir duas riquezas ímpares: o maior rio do mundo – o Amazonas – e um dos maiores reservatórios de água subterrânea do planeta – o Sistema Aquífero Guarani. Afinal, por qual motivo a ONU teve a preocupação de criar um Dia para a água se dois terços do planeta Terra são formados exatamente por esse precioso líquido? A razão é que desse enorme total de água, um porcentual muito pequeno, apenas cerca de 0,008 % é água doce. Ademais, grande parte das coleções de água – rios, lagos e represas – tem sido poluída, contaminada e degradada pela ação predatória do homem.
Revista Espaço Saúde 13
Quando o assunto é água, a engenheira ci- apenas com água. Cuidado com o que diz a cultura vil Angela Di Bernardo Dantas – mestre, doutora popular: basta limpar com açúcar. Verdade? Não. e com pós-doutorado em Tratamento de Água “O correto é usar água corrente mesmo. O açúcar é pela Escola de Engenharia de São Carlos da Uni- muito abrasivo tanto para a cerâmica quanto para versidade de São Paulo – faz a vela. No caso de uso de filtro questão de explicar que tecom vela, convém que ela seja “São Carlos encontraórica e tecnicamente, toda substituída a cada seis meses, se em situação e qualquer água, esteja em até porque não custa caro”, esprivilegiada, pois que condições estiver, pode clarece Angela. um dos rios do qual ser potabilizada, mas a custos Uma curiosidade: a maioproibitivos. “A preocupação ria das pessoas tem o “famoso” é coletada água para dos técnicos não é com a techábito de tirar a água do filtro abastecimento da nologia de potabilização, mas e colocar na geladeira. Quem cidade, o Ribeirão do com o custo dessa tecnologia jamais fez isso? A especialisFeijão, possui água de de tratamento”. Complementa ta explica que essa prática é boa qualidade, pelo fato arriscada. Por quê? “Porque dizendo que o tratamento da água de rios ou lagos poluídos após a passagem por alguns de ele estar em área de e, mais ainda, se contaminatipos de filtros, o cloro é elimiproteção ambiental.” dos – requer a incorporação nado da água. Se você beber a de técnicas adicionais de tratamento na Estação água na hora, tudo bem mas, a partir do momende Tratamento de Água, o que aumenta os custos to que a água vai para a geladeira, ela fica estocade produção de água potável. “São Carlos encon- da e sujeita à contaminação”. tra-se em situação privilegiada, pois um dos rios A melhor solução, diz Angela, é usar o purificado qual é coletada água para abastecimento da dor de água com refrigeração, pelo fato de filtrar cidade, o Ribeirão do Feijão, possui água de boa e servir água gelada ao mesmo tempo, sem nequalidade, pelo fato de ele estar em área de prote- cessidade de armazenamento. Neste caso, o único ção ambiental (APA).” cuidado é, a cada seis meses, substituir o cartucho Segundo a especialista, para manter a quali- com carvão ativado. dade da água na hora do consumo, são necessáPara comemorar o Dia Internacional da Água rios alguns cuidados básicos e simples que todos não faltam sugestões: não jogar lixo nos rios e laprecisam ter. Primeiro, é bom salientar que a água gos; economizar água nas atividades cotidianas que chega até sua casa é clorada. “A função do (banho, escovação de dentes, lavagem de louças cloro é inativar bactérias e outros microrganismos etc.); reutilizar a água em diversas situações; respara prevenir a transmissão de doenças”. A caixa peitar as regiões de mananciais e divulgar esses de água é uma das perigosas fontes de recontami- conhecimentos para amigos, parentes e outras nação, portanto deve ser cuidadosamente limpa pessoas. a cada seis meses e ela deve estar sempre bem A água e a Natureza agradecem! tampada. Também é preciso haver muito cuidado com a manutenção dos filtros ou purificadores de água porque no que tange à higiene, todo cuidado é pouco. Para quem prefere consumir água mineral vendida em garrafas ou galões, é fundamental que Angela Di Bernardo Dantas seja feita a limpeza exterior desses recipientes Engenheira civil formada pela USP. com álcool, sem esquecer a “torneirinha”, se for o Mestre, Doutora e pós-doutorado caso. No caso de serem usados filtros de cerâmica, pela USP em Tratamento de Água. ou filtros com vela, a limpeza deve sempre ser feita
14
Revista Espaço Saúde
educação
A criança surda Caminho para a linguagem Lidando com a surdez M ta
ar do
ga or
M
A
té saberem que o filho é surdo, os pais pensam estar interagindo de forma natural e que o bebê compreende. Se a mãe diz palavras doces e sorri, o bebê não compreende as palavras, mas sim o sorriso como algo positivo. O recém-nascido é ainda um organismo em contínua transformação, que necessita ser estimulado para desenvolver a inteligência e o conhecimento do mundo. No momento em que os pais descobrem que o filho é surdo, o ambiente familiar é invadido por um choque profundo. São os médicos que informam que o filho é surdo e logo os pais esperam deles “milagres”, achando que o papel do médico é “salvar o seu filho daquela tragédia”, “restaurar a audição perdida”, confiando-lhes a sua sorte. Os hospitais contam normalmente com uma equipe de intervenção precoce, composta por técnicos da audição e da fala, como: otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos e psicólogos. É esta equipe que recebe os pais após o diagnóstico. Aconselhando sempre acompanhamento fonoaudiológico o mais cedo possível. O futuro da criança fica exposto a várias alternativas, dependendo do resultados do audiograma, há a hipótese do uso de prótese auditiva, possibilidade de se colocar um implante coclear... Os médicos, cumprindo a sua função, quando diagnosticam uma criança diferente, caracterizam-na por aquilo que não consegue fazer, ou seja, muito será dito sobre as dificuldades na aprendizagem da língua oral e pouco sobre a facilidade da aquisição da língua de sinais. A grande maioria dos pais é então encaminha-
da para as empresas vocacionadas na reabilitação auditiva dos surdos, que veem na família o elo principal. Estas tendem a reforçar a felicidade dos pais na oralização de um vocabulário limitado em detrimento da capacidade da criança em usar a língua de sinais livremente e se comunicar sem problemas e sem limitações. Em nenhuma parte se fala do desenvolvimento cognitivo e linguístico natural e do acesso à aprendizagem. Parecem acreditar que só através da fala e da audição a criança terá acesso ao mundo. A língua de sinais só é mencionada para as crianças surdas que não tiverem sucesso na reabilitação áudio-oral. Os pais, por estarem vivendo uma fase crítica, facilmente seguem as orientações dos médicos. Entretanto, ambos são ouvintes. Partilham a mesma “cultura ouvinte” e assim entendem-se melhor uns com os outros do que com a comunidade surda que possui uma cultura e uma língua bem diferentes. Os médicos veem a criança surda como um ser deficiente que precisa de reabilitação e não como um ser diferente que tem acesso ao mundo através de uma língua própria. A maioria dos pais não são informados acerca da importância do desenvolvimento cognitivo nos primeiros anos e da capacidade e potencialidades da criança surda. Concentram-
-se, em vez disso, no problema e nas limitações da criança - procurando, por isso, ajuda médica. Enquanto a sociedade encarar a criança surda como deficiente que necessita de reabilitação e que a escola ideal seria a escola-clínica, a criança surda nunca será vista como uma pessoa plena, capaz de pensar e sentir de igual modo, pois será sempre vista como alguém a quem falta alguma coisa. Os adultos surdos sentem-se responsáveis pelas crianças surdas, defendendo que a criança surda lhes pertence, por necessitar desenvolver a sua língua natural e estar envolvida no seu ambiente lingüístico, sem preconceitos. A comunidade surda, sentindo-se excluída na orientação da criança surda, opõe-se, por isso, aos médicos. A comunidade surda protesta de uma forma que deixa os pais confusos face à “exclusão” inversa no que diz respeito ao desenvolvimento linguístico desta criança. Os pais, ao decidir o melhor para o seu filho, quando ainda estão em fase de recuperação e aceitação daquela criança diferente, escolhem a solução do “tratamento” dada pelo médico.
Dr. Regynaldo Zavaglia Neto CROSP 58314 Especialista em Ortodontia Mestre e Doutor
Ortodontista Aparelhos fixos Aparelhos móveis
Marta Morgado
Ortopedia funcional dos maxilares para pacientes em crescimento Casos Complexos Casos Cirúrgicos
Nenhum adulto surdo integra a equipe médica multidisciplinar. Geralmente, os pais não conhecem adultos surdos que sirvam de modelo para o seu filho. São raros os pais que são orientados para procurá-los numa associação de surdos,
R. Conde do Pinhal, 2380. Centro
Fone: 3372-1459 E-mail: zavaglia@terra.com.br
16
Revista Espaço Saúde
o seio da comunidade surda, pois esta opção não implica qualquer tratamento. Assim, são cada vez em menor número as crianças que são encaminhadas à sua comunidade natural. Escolha educativa A reabilitação áudio-oral é assunto de foro clínico, mas para consegui-la, é necessário retirar muitas horas da carga escolar. Os pais, que estão ainda de “luto” porque têm uma criança com um problema, que não ouve nem fala, não são esclarecidos a tempo para o fato de que, antes de conseguir ouvir e falar oralmente, é fundamental estimular o seu desenvolvimento cognitivo através da língua de sinais, sem deixar a “escola” para trás. Ora, este tipo de desenvolvimento já não está nas mãos dos médicos, mas sim dos seus pares surdos. A educação oralista demonstrou grandes falhas no sucesso escolar dos alunos surdos em todo o seu passado histórico. Apesar disso, os médicos e muitos professores ainda acreditam que o método oralista é o melhor para as crianças surdas, mesmo conhecendo as investigações que provam o sucesso do modelo bilíngue e a utilidade da língua de sinais no acesso da criança à escolaridade. Os médicos e muitos professores aceitam a língua de sinais apenas como um recurso ou um apoio em último caso, ou seja, no caso em que a oralidade falha. De forma geral, os pais escolhem entre dois caminhos quase opostos para educar o seu filho: por um lado o contato com a língua de sinais, em escolas de surdos, desenvolvendo as duas línguas em paralelo, a socialização natural e o aprendizado, ou por outro lado, a integração em escolas regulares, com a principal preocupação de estimular a audição e a fala, independentemente das dificuldades que a criança possa sentir na comunicação com os colegas ouvintes ou mesmo no acesso ao conhecimento. Há que ter em conta que a criança surda necessita de uma língua que seja naturalmente adquirida, e que esta língua é utilizada por muitos indivíduos surdos que formam um grupo linguístico e cultural com os mesmos direitos que os outros cidadãos. Não se pode esquecer que a língua utilizada pelos surdos é de fato uma língua com
o mesmo estatuto linguístico das línguas orais. As crianças surdas tem assim o direito de adquirir a linguagem de sinais da mesma forma que as crianças ouvintes adquirem a linguagem oral. Os pais devem ser apoiados com o máximo de recursos para poder dispor da língua de sinais na vida daquela criança. Os surdos adultos, para além da importância que desempenham na vida da criança surda enquanto modelos, tem ainda um papel importante: o de ajudar os pais a perceberem melhor o que é ser surdo. Trazendo estas afirmações para a questão do surdo, percebe-se que os problemas comunicativos e cognitivos da criança surda não tem origem na criança, mas sim no meio social em que ela está inserida, que frequentemente não é adequado, ou seja, não utiliza uma língua que esta criança tenha condições de adquirir de forma espontânea, a língua de sinais. Bibliografia consultada Ahlgren, I., et alii (1994), Bilingualism in Deaf Education, Ed. Signum, Hamburgo. Botelho, P. (2002), Linguagem e Letramento na Educação dos Surdos: Ideologias e Práticas Pedagógicas, Autêntica Ed, Belo Horizonte. Lane, H. (1997), A Máscara da Benevolência: A Comunidade Surda Amordaçada, Piaget, Lisboa.
Mariana Martins Licenciatura em Linguística pela Faculdade de Letras de Lisboa, pós-graduação em Educação de Crianças e Jovens Surdos e mestrados em Educação de Surdos e Língua Gestual Portuguesa (LGP) Marta Morgado (surda) Licenciada em Educação de Infância pela Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich. Especializada em LGP e Surdez pela Faculdade de Letras de Lisboa. Mestre em Educação de Surdos e Língua Gestual Portuguesa pela Universidade Católica Portuguesa. Professora de surdos especializada em aquisição da linguagem.
BANHO DE LUA SPA CORPORAL • Hidratação • Clareamento de Pelos • Renovação Celular
ELO MARCUTY BEA
ESTÉTICA FACIAL • Cuidado Diário Preventivo • Tratamento de Rejuvenescimento e Clareamento de Manchas • Hipoalergênico • Dermatologicamente Testado
Loja 1: Av. Sallum, 995, Vila Prado. Tel.: 3372-6277 Loja 2: R. General Osório (Calçadão), 754. Tel.: 3307-7472
20
Revista Espaço Saúde
educação
Educação aos surdos
V
ocê alguma vez já se deparou com pes- também, ouvintes que se interessam pela Cultura soas utilizando as mãos para conversar? Surda e aprendem a LIBRAS para interagir com os Acredita que conversar com as mãos seja surdos. No dia 23 de abril comemoramos o Dia Napossível? Pois bem, essa maneira diferente de comunicar-se também é uma língua. Cada movi- cional da Educação de Surdos, na perspectiva de analisar o passado, para entenmento feito pelas mãos pode No Projeto “Escola der como chegamos até aqui e ser comparado às palavras que Bilíngue”, em São para onde queremos caminhar. os ouvintes utilizam ao falar. Os Na antiguidade, os surdos surdos* utilizam como forma de Carlos, as aulas e seus comunicação e interação a Lín- respectivos conteúdos eram percebidos com piedade e compaixão. Por diversas vezes, gua de Sinais. No Brasil, temos são ministrados eram abandonados e até mesa Língua Brasileira de Sinais por meio da Língua mo sacrificados. Até o século (LIBRAS) e, por meio dela, os Brasileira de Sinais. XV tinha-se a idéia de que os surdos brasileiros têm acesso surdos não poderiam ser educaao conhecimento, podem trocar informações, expressar suas opiniões e senti- dos, e viviam, portanto, à margem da sociedade, e mentos. A LIBRAS é 2ª língua oficial do nosso país, consequentemente, de qualquer processo educaregulamentada pela lei nº. 10.436/02. Existem tivo. Só a partir do século XVI é que se têm notícias
*Vamos utilizar neste artigo o termo surdo, entendendo a surdez não como uma deficiência, mas em função de uma diferença: a língua! Enquanto nós ouvintes temos uma língua que é oral-auditiva (falamos e ouvimos), os surdos se utilizam de uma língua que é visuo-gestual (veem e falam com as mãos).
Revista Espaço Saúde 21
dos primeiros educadores de pessoas com surdez. A partir daí muitas propostas foram criadas para a educação de surdos. Existem, por isso, diferentes grupos de surdos que foram submetidos a um ou a outro método. Há surdos que usam mais a fala, ouvem um pouco com aparelho auditivo, fazem leitura labial; outros são usuários da Língua de Sinais; outros ainda que combinam duas ou mais formas de comunicação.. Hoje, os estudos têm apontado que a proposta mais adequada para o ensino dos surdos é o Bilinguismo, que prevê que a Língua de Sinais seja oferecida à criança surda o mais cedo possível, como 1ª língua e a língua portuguesa é ensinada como segunda língua, na forma escrita e/ou oral. No nosso país, já temos iniciativas neste sentido e na nossa cidade também! Sim, hoje São Carlos escreve um trecho muito significativo na história da educação de seus alunos com surdez. No Projeto “Escola Bilíngue”, vinculado à Secretaria Municipal de Educação de São Carlos, as aulas e seus respectivos conteúdos são ministrados por meio da Língua Brasileira de Sinais. Contamos com intérprete de Libras e professores bilíngues. O projeto abrange a Educação Infantil e o Ensino Fundamental (1º a 9º ano). A Língua de Sinais auxilia não apenas na comunicação da pessoa surda, mas é um suporte para todo o seu desenvolvimento: cognitivo, emocional e social. Isto pode ser comprovado não somente pelas pesquisas, que têm crescido muito nesta área, mas também pelas vivências e experiências relatadas: “A falta de uma educação diferenciada, bilíngue, em meu período escolar, me levou a fazer leituras labiais, tive grandes dificuldades de aprendizado, pois além de cansativo, os professores falavam muito rápido, alguns praticamente ignoravam a existência de aluno surdo na sala de aula. Sem a escola bilíngue, com certeza as crianças surdas dos dias atuais sofreriam as mesmas dificuldades.” (surdo, 36 anos). “Antes o meu neto não queria ir pra escola, me dava trabalho. Agora ele fica sentadinho lá esperando a perua. Ele vai feliz pra escola. Olha, ele se encontrou na escola! Eu só tenho que agradecer mesmo!” (avó de um aluno surdo do projeto “Escola Bilíngue).
Tente soletrar seu nome em LIBRAS:
Fonte: aprendolibras.blogspot.com
Na UFSCar, também encontramos uma iniciativa muito interessante para os surdos adultos que já concluíram o Ensino Médio. Trata-se de oficina de língua portuguesa como segunda língua, tendo a LIBRAS como língua de instrução. Há ainda alguns desafios, dentre eles: a inserção dos surdos no ensino superior, habilitação veicular e formação de profissionais como professores e intérpretes de LIBRAS. Mas, diante do desejo, mobilização e dedicação de surdos, profissionais diversos, familiares, amigos e pesquisadores tais desafios têm se transformado em conquistas! Dando continuidade aos nossos projetos, nossos esforços estarão mais uma vez focados em nosso objetivo maior: Educação de Qualidade aos surdos!
Josiane C. dos Santos Professora Projeto Bilíngue – Ed. Infantil.
Júlia C. de A. Almeida Pedagoga. Professora Projeto Bilíngue – Ensino Fundamental
Michele Toso Fonoaudióloga. Intérprete de Libras Projeto Bilíngue
22
Revista Espaço Saúde
entrevista
A DOR E SEUS ASPECTOS EMOCIONAIS Cláudia Gigante Ferraz Psicóloga, psicanalista, mestrado em filosofia e metodologia das ciências pela UFSCAR, Prof. do Curso de Psicologia da UNICEP, foi prof. e vice-coordenadora do Curso de Psicoterapia deOrientação Psicanalítica do Departamento de Medicina da UFSCAR e psicóloga da Divisão de Psicologia do Hospital das Clínicas da FMUSUP do Ambulatório de Dor da Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da FMUSP.
Revista Espaço Saúde Como poderíamos compreender a dor hoje? Cláudia Gigante Ferraz Desde a década de oitenta a dor vem sendo compreendida como um fenômeno sensitivo, complexo e multifatorial, cuja interpretação não depende apenas do fator biológico. Aspectos culturais, etários, de gêneros, e principalmente emocionais, interferem na interpretação do fenômeno doloroso e modificam o comportamento de dor do indivíduo, não apenas no terreno afetivo, como também no campo endocrinológico e motor. Segundo a definição apoiada pela International Association for the Study of Pain – IASP (Associação Internacional para o Estudo da Dor), dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano tecidual real ou potencial ou descrita em termos de dano. De acordo com esta definição, dor não é frequentemente relacionada a uma lesão. É um processo perceptivo puramente individual, dependente de um processamento neural específico e das respostas emocionais advindas deste processamento. Trata-se de uma interpretação do fenômeno doloroso que pode evocar emoções e fantasias, muitas vezes incapacitantes, e traduzir sofrimento. A subjetivida-
de do fenômeno doloroso faz com que a dor deva ser compreendida de forma multifatorial, e tratada de modo multidisciplinar. RES Como a dor pode ser classificada? Cláudia Gigante Ferraz A dor pode ser classificada em aguda ou crônica. A dor aguda tem função de alerta, segue-se a lesão tecidual e, geralmente, desaparece com a resolução do processo patológico. A fisiopatologia é bem compreendida, o diagnóstico etiológico não é difícil e o controle é adequado. Em alguns casos, em que o controle do processo patológico não é satisfatório, a dor aguda pode tornar-se dor crônica. A dor crônica não tem a função biológica do alerta, gera estresse físico, emocional, econômico e social. É de diagnóstico e tratamento mais difíceis. Pode ser considerada como aquela que persiste a processos patológicos crônicos, que causam dor contínua ou recorrente em intervalos de meses ou anos. Há na literatura a utilização do período de 6 meses como critério para definição. RES Poderia falar sobre o tratamento e controle da dor crônica? Cláudia Gigante Ferraz A experiência clínica revela que, em várias situações, a dor crônica não é adequadamente controlada porque, frequentemente, muitos dos componentes que não são do sistema neural, deixam de ser enfocados ou tratados. Essa abordagem multifatorial da dor pode dificultar o entendimento que o profissional da área de saúde pode ter sobre as diferentes formas de enfrentamento da dor do seu próprio paciente. É preciso conhecer a forma como o paciente lida com esta dor, como ele a absorve, compreende-a e se comporta diante dela, e quais são os recursos internos que utiliza diante deste sofrimento. Sabemos
a importância para um clínico que atende aquele que sofre de dor crônica de escutar, não só o sofrimento corporal do paciente, mas também as perturbações psicológicas que ele evoca. No entanto, sabemos das dificuldades desta tarefa, inclusive da compreensão e convivência com essa complexidade emocional. Daí a necessidade das interlocuções entre neurologistas, anestesistas, fisiatras, fisioterapeutas, acupunturistas, psicólogos e psicanalistas no tratamento da dor crônica. Prática multiprofissional que visa abarcar a complexidade que é a avaliação e o tratamento da dor, especialmente, a crônica. RES Como psicanalista qual a sua experiência no tratamento de pessoas com dor crônica? Cláudia Gigante Ferraz Durante anos trabalhei no Ambulatório de Dor da Clínica Neurológica da Divisão de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo HCFMUSP, chefiado pelo Prof. Dr. Manoel Jacobson Teixeira, e tive a oportunidade de me deparar com pacientes com dores crônicas tais como, cefaléias, fibromialgia, dores neuropáticas, lesão por esforço repetitivo, dor fantasma, dor de toco, dor oncológica, dor toráxica, dor abdominal, lombalgia, dor pós-lamectomia, dor pélvica e outras de menores proporções. É fundamental que não nos ocupemos somente das repercussões emocionais que acarretam a dor crônica, mas também da sua gênese. A princípio, a dor corporal pertence exclusivamente ao domínio da neurofisiologia e só afeta o psiquismo quando se reflete na pessoa do sofredor. Como se houvesse de um lado, o fenômeno doloroso, que se explica pela transmissão da mensagem nociceptiva no seio do sistema nervoso, e do outro as inevitáveis consequências psicológicas e sociais que uma dor crônica acarreta. Portanto, haveria a dor crônica, e somente depois seus prolongamentos emocionais. Ora, todos que vivem uma dor crônica e puderam fazer uma investigação junto a um profissional especializado em dor e saúde mental tiveram a oportunidade de perceber o quanto a sua dor está relacionada a seu modo de existir e de lidar com as coisas da vida e com o outro. A dor é uma percepção e, portanto, subjetiva. Mas, como ela se encontra em
24
Revista Espaço Saúde
cada um de nós? Qual o lugar que ocupa na nossa subjetividade? Como cada um de nós que sentimos dor nos posicionamos diante dela? Essas são algumas das questões que trabalho com meus pacientes. RES Qual a importância de um psicólogo ou psicanalista no tratamento da dor crônica? Cláudia Gigante Ferraz Um conceito freudiano muito usado na saúde é o de ganho primário e secundário e que podem ser perfeitamente identificados nos pacientes com dor crônica. Os ganhos primários referem-se aos ganhos inconscientes com a dor corporal, e os ganhos secundários aos ganhos conscientes. A dor crônica, compreendida atualmente como doença, pode trazer isenção de responsabilidades de se cuidar ou de cuidar dos outros, por uma condição psicológica de dependência e regressão. Falar de inconsciente significa falar de um mundo desconhecido. E os ganhos primários podem operar em casos de evitar situações de retorno a um trabalho que exigirá do doente com dor crônica aquilo ele não pode mais dar sem estar consciente disto. Os ganhos secundários podem estar relacionados a benefícios financeiros, no caso de auxílio-doença do sistema previdenciário. Outros problemas aparecem quando a causa da lesão se dá na empresa empregadora ou por erro médico. Isso dificulta uma boa resposta ao tratamento e essas alianças terapêuticas precisam ser trabalhadas e elaboradas. Existem várias maneiras de responder ao processo doloroso crônico e algumas pessoas percebem e sentem as restrições da dor de forma amplificada ou aderem excessivamente às medicações para diminuí-la. Amplificam, deste modo, a intensidade das queixas e isso é reforçado por uma ou mais pessoas do seu círculo familiar. Por isso, devemos abordar tal aspecto no tratamento e estarmos atentos a isso. Além disso, os quadros de dor, como sabemos, vêm acompanhados de ansiedades e depressões que, apesar de esperadas, devem ser cuidadosamente avaliadas para uma abordagem terapêutica adequada, uma vez que todo esse conjunto causa imenso sofrimento àquele que sente dor e àqueles que o cercam. Daí a importância de um
psicólogo ou psicanalista envolvido com a temática da dor para desenvolver um possível diagnóstico e uma direção de tratamento com estes pacientes. RES Uma abordagem terapêutica pode melhorar a qualidade de vida do paciente com dor? Cláudia Gigante Ferraz O manejo clínico permite uma melhora rápida no quadro da dor e ainda vai modificando o modo de se lidar com ela. Leva a uma melhor adaptação, altera sua percepção, melhora o desempenho e a inserção psicossocial. As intervenções de base psicanalítica têm com principal indicação quando há presença de somatização ou o componente emocional motivando o surgimento dos sintomas dolorosos. A queixa de dor pode ser utilizada como um pedido de ajuda para que sofrimentos muito intensos na história de vida daquela pessoa - tais como situações de perda, violência sexual, moral, ou física - possam ser resolvidos com o processo psicoterápico. Representa, portanto, uma possibilidade de analisar e elaborar conflitos inconscientes associados ao lugar de sofredor e de incapaz ocupado pelo paciente. RES Como a família pode auxiliar no tratamento do paciente com dor crônica? Cláudia Gigante Ferraz Cabe à família reconhecer a dor do paciente, mas não reforçar os comportamentos regredidos e os ganhos secundários. Deve evitar fazer pelo seu ente querido, atividades que ele poderia desenvolver, (mesmo com certo sofrimento), identificando-se assim com o sofredor e reforçando os ganhos inconscientes. Apostamos que nosso paciente possa encontrar outras maneiras para enfrentar a dor, deslocando-se do lugar de doente e direcionando-se para uma relação mais saudável consigo mesmo e com a vida. Para concluir, frente ao exposto: dor crônica deve ser tratada de modo multidisciplinar, contando também com a colaboração da família e do próprio paciente. Gostaria de agradecer a oportunidade de falar sobre um assunto que considero relevante para a saúde física e mental.
Revista Espaço Saúde 25
ODONTOLOGIA
Odontologia hospitalar
O
tratamento odontológico em ambiente hospitalar e sob anestesia geral pode parecer estranho ou agressivo demais a muitas pessoas. Entretanto, procedimento desta natureza vem se tornando cada vez mais frequentes graças às vantagens relacionadas à segurança e resultados obtidos. Pacientes que apresentam extensa limitação física, mental, emocional ou médica que impeçam o tratamento em consultórios ou ambulatórios podem se beneficiar desta modalidade de tratamento. Com o passar do tempo, a deficiência de higienização oral e a falta de tratamentos dentários em indivíduos portadores de doenças sistêmicas (congênitas ou adquiridas), pacientes que sofreram traumatismos bucomaxilofacial e para aqueles que necessitam cirurgias reconstrutivas, podem desencadear diversos problemas locais ou sistêmicos agravando ainda mais o já debilitado estado de saúde. Tratar a saúde oral integralmente em hospital envolvendo várias especialidades na área odontológica é vantajoso. Nesse tipo de atendimento, o profissional e sua equipe sentem-se mais seguros para a realização dos procedimentos necessários em centro cirúrgico, amparados ainda por médicos anestesistas responsáveis pela anestesia geral ou sedação, controle a ansiedade e monitoramento de sinais vitais. A terapia multidisciplinar é assim chave para bons resultados Segundo o Dr. Daniel Nastri de Luca, que é chefe
do Departamento de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Casa de Saúde e Maternidade de São Carlos, o importante é salientar que nem todas as necessidades de atendimento desses pacientes são primordialmente realizadas em hospitais. Porém, quando os pacientes se encontram em situações debilitantes, o ambiente hospitalar é o mais adequado. Outro segmento desse ramo da odontologia seria o acompanhamento daqueles pacientes acamados, que normalmente não fazem o acompanhamento periódico ao consultório odontológico. “Importante salientar que em alguns casos específicos temos a alternativa de fazer a sedação do paciente em clínicas, que contem com centro cirúrgico, sala de recuperação e sempre supervisionados por um médico anestesista” ressalta o Dr. de Luca. Cercados de todos estes cuidados e com resultados promissores, a opção odontologia hospitalar pode ser considerada peça fundamental e forte aliada à saúde bucal em indivíduos que por diversas limitações não tinham acesso a consultórios para buscar este tipo de terapia. Dr. Daniel Nastri de Luca Formado pela Faculdade de Odontologia de Mogi das Cruzes-UMC, especialista Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial.
26
Revista Espaço Saúde
saúde
Cláudia Cury: Como eliminei 40 quilos de forma saudável Por Rosane D’Andréa
D
e acordo com o título deste artigo, qual o porquê de usar o termo “eliminei” em vez de “perdi”? Você já parou para pensar que tudo o que é perdido pode ser reencontrado?. Com essas palavras, Cláudia Cury, radialista, jornalista profissional e apresentadora do programas Cultura Mix da TV+, desde o início da entrevista, além de relatar o seu desafio em emagrecer de forma saudável, mostra também seu senso de humor e alto astral. Com a ajuda de uma equipe multidisciplinar formada por nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo e preparador físico Cláudia ganhou uma nova vida desde que iniciou seu processo de emagrecimento, sempre com o objetivo de chegar ao seu peso ideal sem, todavia, fazer uso de medicamentos. Tudo começou no Dia dos Namorados, em 2001, quando ganhou de presente do marido um cartão de uma nutricionista (um vale consulta!). “Eu tinha duas opções: chorar, porque realmente estava bem longe do peso ideal ou encarar o desafio. Decidi encarar o desafio, até porque chorar não ia adiantar nada”, conta. Nos primeiros cinco anos, contou com a ajuda fundamental da nutricionista. Aprendeu a comer corretamente, fez um planejamento nutricional, praticamente uma reeducação alimentar ao longo dos anos. Também passou pelo programa Vigi-
lantes do Peso onde aprendeu muito. Sempre sem usar remédios, aliou outras alternativas. “Senti a necessidade de uma atividade física, então comecei com caminhadas diárias. Ganhei do meu pai uma esteira, para os dias que não tivesse tempo ou não pudesse sair de casa, porque meus filhos eram pequenos e “rolava” muita culpa na cabeça nessa hora”, relembra. Nos três anos seguintes, foi para a academia e até hoje faz musculação três vezes por semana. Cláudia aconselha a nunca deixar de aliar a reeducação alimentar à prática regular de exercícios físicos. Ambas supervisionadas por profissionais que conduzem o processo de maneira segura e saudável. Em 2009, Cláudia deparou-se com hipotireoidismo que ocorre quando a glândula tireóide não produz hormônio tireoidiano em quantidades suficientes. Entre diversos sintomas da doença, os principais foram o aumento de peso e a depressão. Com isso, Cláudia que já era adepta dos exercícios, intensificou as atividades físicas com orientação de um preparador físico e, com a ajuda da nutricionista fez a dieta funcional, que tem a função de corrigir hábitos para reequilibrar o organismo. Faz parte da dieta funcional o consumo de alimentos orgânicos, a redução drástica de bebida alcoólica e itens industrializados, assim como os alimentos que contém glúten e leite. O uso de
Revista Espaço Saúde 27
adoçante não é recomendável, a proposta desse programa alimentar é utilizar o açúcar das frutas ou demerara, por exemplo, fazer o suco com a fruta pura sem água e sem açúcar. “No meu caso, em quatro meses meu problema com a tireóide estava normalizado, porque se trata de uma doença autoimune e a eliminação do glúten e do leite do meu cardápio, foi fundamental, aliando a prática de corrida e musculação que, neste período, foram diárias, inclusive nos finais-de-semana”, explica. Cláudia Cury relembra que vem de uma família com tendência à obesidade, mas que podemos “driblar” a genética. Basta querer. Ter força de vontade, viver intensamente, ter autoconfiança, raciocínio claro, ser feliz e, acima de tudo, manter o foco no que se quer. “Com essa atitude, digo pros meus filhos, que também lutam contra obesidade, que eles são capazes de mudar e ter saúde através da boa alimentação e da prática de esporte ou de exercícios.” Apesar dos problemas que passou, esta mulher forte e guerreira não se abalou ou pensou em desistir. “As ferramentas estão todas aí. Cabe a cada um procurar a sua maneira de viver bem cada momento. Você tem que ter prazer naquilo que faz. Transformar sua dieta, suas atividades físicas em coisas prazerosas”, declara. “Uma das coisas que me motivou foi ver meu marido Elder muito envolvido com corrida de rua. No início eu o acompanhava, filmava, fazia matérias pra TV. Eu pensava que jamais pudesse correr também. Mais uma vez entrou em cena minha vontade de vencer este desafio!” Nessa longa caminhada, o lado espiritual também foi importante. Quando teve a depressão, Cláudia fortaleceu a meditação. A espiritualidade sempre foi seu ponto forte. Também se apoiou na Bíblia, na prática de yoga e, também, em livros de filosofias orientais. Cláudia resume que em 2009 foi o ano de “se reerguer” e 2011 o ano de seu “reencontro”. Atualmente, com 41 anos, Cláudia é adepta de caminhadas, vôlei, corrida de rua, adora pedalar e participa de vários encontros entre ciclistas. Hoje se alimenta corretamente, sempre a cada três horas. “Sempre tenho uma fruta, barrinha de cereais comigo para não passar grandes períodos
sem comer nada, nos dias em que tenho gravação de programas ou um dia cheio, dependendo da minha agenda”, afirma. Acorda bem cedo, deixa as crianças na escola, vai para academia, e, apesar da correria da vida moderna, consegue se dedicar ao trabalho, marido, filhos, casa e ainda estar em forma. Afirma que “essa incorporação de uma nova mentalidade e novos hábitos, que são para sempre, me tornam ainda mais feliz! Hoje, pra mim, fazer atividade física e me alimentar com qualidade é como tomar banho, escovar os dentes , trabalhar, amar… Palavras dos especialistas Zilda F. Rafael Abbud, Nutricionista: “A Cláudia procurou-me para fazer um programa de reeducação alimentar. Ela estava acima do seu peso ideal e seu objetivo era eliminar o excesso de forma saudável. A nutrição na verdade foi somente um vetor, todavia, o desempenho e conquista foram mérito dela. Sua força e determinação sempre foram marcantes em todos os momentos difíceis da sua vida. Acredito que hoje, ela aprendeu a lidar com a disciplina, manter força de vontade e a mente aberta para experimentar novos sabores.” Lucas Peres Rodrigues, Fisioterapeuta: “No caso da Cláudia, a fisioterapia auxiliou na recuperação após as atividades físicas e na prevenção de lesões, evitando que dores a impedissem de continuar os exercícios. Além disso, como a estrutura do corpo mudou bastante, novas posturas e controle motores tiveram de ser modificados à nova (e ótima) realidade funcional dela.”
28
Revista Espaço Saúde
terceira idade
A realização de tarefas simultâneas na doença de Parkinson
A
doença de Parkinson é uma enfermidade neurodegenerativa crônica e progressiva, descrita por James Parkinson em 1817. Sua incidência aumenta com a idade, tendo início em média aos 55 anos, sendo mais comum em homens. A doença de Parkinson compromete estruturas do cérebro responsáveis pela produção dos movimentos voluntários e controle dos ajustes posturais associados com movimentos voluntários. Os principais sinais e sintomas são: tremor em repouso, rigidez, bradicinesia (lentidão do movimento), postura em flexão, diminuição dos reflexos posturais (instabilidade postural e alteração na marcha) e fenômeno do congelamento (dificuldade de iniciar o movimento com os mem-
bros inferiores, principalmente em relação ao iniciar o andar). As alterações motoras são mais evidentes e significativas no início da doença, no entanto com sua progressão a cognição também é comprometida. Para um tratamento adequado é importante que o diagnóstico seja realizado adequadamente, descartando possibilidades de síndromes parkinsonianas que apresentam sinais e sintomas similares à doença de Parkinson como, por exemplo, por efeito colateral de alguns medicamentos ou sinais e sintomas de outras doenças como é o caso da demência por corpúsculo de Lewy. O tratamento da doença de Parkinson pode ser farmacológico, não farmacológico e cirúrgico. O ideal é que a ava-
Revista Espaço Saúde 29
ção é importante para o aprendizado, inclusive para o aprendizado motor. Devemos estar preparados para lidar com as adversidades do ambiente e por isso o treino com tarefa dupla vem ganhando destaque. Vale ressaltar que faz parte da senescência (envelhecimento fisiológico) a dificuldade dos idosos em realizar movimentos automáticos quando liação e o tratamento sejam realizados por uma comparados com a população jovem. Este proequipe multi/interdisciplinar (enfermeiro, fisiote- cesso é prejudicado consideravelmente em dorapeuta, fonoaudiólogo, gerontólogo, médico, psi- enças neurodegenerativas, como na doença de cólogo, terapeuta ocupacional, etc). O tratamento Parkinson. Nesse sentido, observamos que é mais da doença de Parkinson pode ser individual ou difícil a realização de tarefa dupla tanto em idosos em grupo, mas os objetivos do tratamento devem saudáveis quanto em idosos com algum comprolevar em consideração a particularidade de cada metimento motor e/ou cognitivo, sendo o maior paciente e quanto mais precoo prejuízo em idosos com o A realização de ce for o diagnóstico e a busca envelhecimento considerado tarefas simultâneas pelo tratamento, melhor será patológico. a qualidade de vida dos paGeralmente, a realização da é prejudicada com cientes e seus familiares e/ou tarefa dupla é mais difícil que a o envelhecimento cuidadores. Tão importante realização das tarefas isoladas. e principalmente quanto possibilitar mais anos Pesquisas têm demonstrado na presença de de vida às pessoas com doença que com o treinamento, a indoenças que afetam de Parkinson, é permitir que os terferência negativa da tarefa a motricidade e a anos sejam vividos com dignidupla durante atividades fundade e com o máximo de funcionais diminui consideravelcognição como a cionalidade e engajamento em doença de Parkinson. mente e, portanto o desempeatividades do cotidiano. nho na tarefa dupla melhora. Atualmente, uma das intervenções não-far- O paradigma da tarefa dupla é importante por macológicas para o controle das alterações mo- fazer parte da vida das pessoas sendo que o seu toras e instabilidade postural é o treino funcional treinamento deve ser realizado no processo de realizado com tarefas simultâneas (tarefa dupla) tratamento da doença de Parkinson. É fundamenassociadas ao treino. A realização de tarefas si- tal, no entanto, a especialização e reciclagem dos multâneas, como olhar uma vitrine no shopping, profissionais que atuam na área para uma terasegurar sacolas de compras, ouvir música e con- pêutica mais adequada e eficiente no tratamento versar enquanto anda faz parte do nosso cotidia- de pessoas com doença de Parkinson. no. Nos últimos anos a associação de uma ou mais tarefas (tarefa dupla) aos exercícios em atividades funcionais (ex: equilíbrio e marcha) vem ganhanSheila de Melo Borges do destaque na literatura científica nacional e Docente do Curso de Graduação internacional. Segundo especialistas no assunto, em Gerontologia UFSCar. este treino é importante em paciente com doença Fisioterapeuta pela Unisanta, de Parkinson por ser a atenção e a seleção das taDoutoranda em Psiquiatria pela refas aspectos básicos da cognição. Sem atenção FMUSP e Mestre em Gerontolonão é possível gerenciar os estímulos ambientais, gia pela UNICAMP. não é possível aprender algo novo, ou seja, a aten-
30
Revista Espaço Saúde
fonoaudiologia
A voz diz muito sobre cada um de nós
A
voz é o som produzido na laringe (garganta) e articulado pela boca, lábios e língua. É como uma impressão digital, cada um tem a sua, é uma forma de identidade. Seu cuidado é importante principalmente para pessoas que a utilizam como instrumento de trabalho: professores, locutores, artistas, jornalistas, cantores, vendedores, entre outros. Devemos ficar atentos para alguns sinais de alteração vocal como rouquidão; enfraquecimento ou perda da voz; cansaço vocal no fim do dia
de trabalho; falhas (quebras) na voz; esforço para falar; dor ou incômodo na garganta; respiração curta enquanto fala; dentre outros. O fonoaudiólogo juntamente com o médico Otorrinolaringologista auxilia no diagnóstico e realiza o tratamento da voz: “O trabalho da fonoaudióloga além de melhorar consideravelmente minha voz, auxiliou-me e orientou-me a modificar minha postura, respiração e alimentação; trazendo-me benefícios e melhoria na qualidade de vida.” (professora, 32 anos)
Saúde vocal: como posso cuidar da minha voz? • Ingerir água ao longo do dia. A água hidrata todo o organismo, inclusive a região do trato vocal (todo o caminho por onde a voz passa).
• O consumo abusivo do álcool é prejudicial para a voz, pois tem efeito analgésico. Causa, portanto, momentaneamente, sensação de alívio, o que faz com que a pessoa não sinta desconforto ao falar, mas com o término dessa sensação a qualidade vocal pode piorar.
• Ter uma alimentação saudável. A maçã é uma boa opção, pois limpa os resíduos do trato vocal, permitindo uma voz mais limpa e forte. Alimentos cítricos, • Evite falar durante exercícios físicos. O esforço durancomo laranja e limão também ajudam a eliminar sete os exercícios juntamente com a fala sobrecarrecreções. gam os músculos da laringe. • Evitar a ingestão de alimentos derivados de leite antes • Caso você tenha problemas gastrointestinais, tais de ocasiões em que você terá que utilizar muito a voz. como refluxo ou gastrite, evite alimentos condimenEstes alimentos deixam a saliva mais espessa (grossa) tados. O líquido ácido do refluxo pode alcançar a e a voz tem dificuldade para sair, e então acabamos região onde ficam as pregas vocais deixando-as irripor “forçá-la”. tadas. • Evite gritar, falar muito alto ou sussurrar, ou ainda • Evite pigarrear. Se isto está acontecendo com você tentar imitar uma voz que não é sua. Estes comporpodemos pensar em secreção (catarro) acumulada tamentos exigem muito das pregas vocais e elas pona laringe por falta de hidratação, pela presença de dem se machucar. refluxo ou por resfriados/alergias. • Evite cigarro. Ele irrita a região laríngea e aumenta consideravelmente a chance de câncer de laringe e pulmão.
• Esteja atento à sua qualidade de sono, ao cansaço e estresse. São fatores que influenciam a saúde vocal.
Mitos e verdades sobre a voz “O própolis e gengibre fazem bem para a voz”. O própolis e o gengibre têm um efeito bactericida, isso é comprovado. Só que, por outro lado, eles anestesiam a prega vocal. “Chá e gargarejo de folhas de romã ajudam”. Não há comprovações científicas. “O mel é excelente para voz.” O mel proporciona uma sensação de alívio. No caso das infecções é bastante indicado e não tem a propriedade de anestesia. “O uso de pastilhas aliviam”. Use-as a partir de indicação médica. Há pastilhas que trazem apenas um alívio momentâneo, o que preocupa, pois tendo a sensação de melhora acabamos por forçar mais a voz. “Gargarejo com vinagre ou limão são indicados”. Tanto o limão, quanto o vinagre, se usados a longo prazo, prejudicam a mucosa do trato vocal e descalcificam os dentes (erosão dental) “Água e sal: gargarejo indicado”. Sim! Mas cuidado caso você tenha problemas de pressão alta.
Michele Toso Fonoaudióloga Clínica e Educacional
Mariana Zerbetto Fabrício Fonoaudióloga Clínica
Maria Grazia Guillen Mayer Fonoaudióloga Mestre e Doutoranda em Educação Especial
32
Revista Espaço Saúde
ESTÉTICA&SAÚDE
H
LASER E BELEZA
á Séculos o homem tenta prolongar a jovialidade. Exemplo disto são os relatos do explorador Ponce de Leon na sua busca pela fonte da juventude. Atualmente, com as inovações tecnológicas, os tratamentos específicos estão ao alcance de todos. Destaca-se atualmente na área da Dermatologia o uso do laser fracionado que trata as marcas de expressão, estrias e cicatrizes da acne e pós cirúrgicas. Desta forma através da estimulação do colágeno há uma melhora da elasticidade e do viço da pele. São dois os tipos de laser fracionados: ablativo e não ablativo. No laser fracionado ablativo apenas uma fração da pele é atingida. São feitas micro perfurações na pele e a cicatrização leva a produção do colágeno. As áreas que não foram lesadas promovem uma recuperação rápida de aproximadamente 7 dias. O equipamento trata rugas, manchas solares, cicatrizes cirúrgicas e de acne, reduz os poros e melhora o tônus e textura da pele. O laser fracionado não-ablativo age no tecido profundo da pele, combatendo cicatrizes de acne,
estrias, estimulando o rejuvenescimento pela formação do colágeno de dentro para fora. Além disso, existem tratamentos consagrados com laser para vasos, manchas e para depilação que permitem melhorar o aspecto global da face e de outras áreas corporais. Como qualquer tratamento na pele, o profissional mais adequado para realizá-lo é o médico dermatologista, antes de realizar qualquer procedimento verifique seu profissional no site da Sociedade Brasileira de Dermatologia (www.sbd. org.br).
Dr Moyses Costa Lemos CRM: 97578, Dermatologista, formado em Medicina pela USP de Ribeirão Preto, fez Residência Médica de Dermatologia Geral no Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, também Residência de Cirurgia Dermatológica pela Unesp de Botucatu e Mestre em Biotecnologia pela Universidade Federal de São Carlos.
Revista Espaço Saúde 33
Dicas de Saúde A importância da água Dor de cabeça, irritabilidade, coceira na pele, cansaço e náuseas ou vômitos... podem ser resultantes da falta de água no organismo, sinais de desidratação.
Sentir sede já é sinal de que está faltando água no organismo.
Beber água é fundamental para proteger o sistema imunológico e evitar a desidratação.
Quando não bebemos água o suficiente, nosso metabolismo fica lento, envelhecemos precocemente e nosso sistema imunológico fica comprometido (T. Rocha)”
Durante a atividade física, o corpo produz suor para reduzir a temperatura corporal. Nesse processo, há uma grande perda de água no organismo. Quem pratica atividades físicas intensas como a corrida pode perder até três quilos de líquido durante a prática. O ideal é tomar um copo de água de 15 a 20 minutos antes da atividade física e, durante os exercícios, beber pequenos goles a cada 10 a 15 minutos. (T. Mazaracki)
Verificar a cor do suor também é uma boa forma de saber se o corpo está corretamente hidratado. Tércio Rocha explica: Quem usa camisetas brancas e quando sua ficavir com A hidratação não precisa somente aquelas amareladas da água.marcas Sucos de fruta, chásembaixo das axilaságua precisa beber mais água, gelados, de coco, legumes, já que issoe ésopas sinalajudam de que algumas verduras a suprir as substâncias, como a uréia, muito necessidades corporais de estão líquido concentradas no organismo. (Tâmara Mazaracki).
Cerca de 85% do nosso corpo é feito de água, e precisamos desse líquido para todas as nossas funções vitais. A comunicação entre as células dentro do nosso organismo é feita através da água.
Verificar a cor da urina é uma boa forma de saber se o corpo está corretamente hidratado. A urina precisa estar bem clara, quase transparente. (Tércio Rocha)
Fontes: http://www.jvaonline.com.br/novo_site/ler_noticia.php?id=88296
Medical Center Rua Maestro João Sepe, 900 (próximo à Santa Casa)
Adalgisa R. Cimatti
Alessandra Ruiz Basso
CRP 06-70589
CREFITO 45.102-F
sala 51 Psicologia Clínica Hipnoterapia Musicoterapia Fone 3374-4977 Fone 9792-9528
sala 103 Fisioterapia e Estética Fone 3116-1154
Adriana Amaral Diogo
Ana Flávia Carvalho
CREFITO 93.572-F
CRO 73.351
sala 08 Fisioterapia Vascular Fone 3116-1674 Fone 8134-4898
sala 23 Cirurgia Bucomaxilo Facial Fone 3371-7603
Andressa M. Martins
Glaucy A. Perin
Júlio Cesar Nagliati
Regina Schultz
CROSP 88.267
CRP 06/13.998
CRM 54279
CREFITO 16.164-F
sala 62 Prótese Estética Fone 3361-7900
sala 123 Psicologia Clínica Psicoterapia Fone 9159-3564
sala 113 Homeopatia Acupuntura Fone 3372-7489
sala 81 Fisio-Dermato Funcional Estética Fone 3116-9646
Denílson Cogo
Isabeth da Fonseca Estevão
Marcos Jacobovitz
Tatiana C. F. Nagliati
CROSP 42.225
CRP 06/99.230
sala 164 Tratamento de Canal Fone 3364-3310
sala 113 Psicologia Fone 3372-0916
CRO 7.704
sala 94 Prótese Dentária Computadorizada Fone 3412-6572
CRM 37.600
sala 23 Hematologista Fone 3374-1055
Fábio Moreira Martins
Janaína Tibério Gomes
Monike Tsutsumi
Vera Lúcia Endo
CROSP 80.353
CROSP 95.406
CRFA 11.916
CRM 53.380
sala 62 Implantodontia Fone 3361-7900
sala 161 Ortodontia Fone 3368-6989
sala 124 Fonoaudiologia Fone 3412-8291
sala 83 Dermatologia Fone 3374-4558
Fábio Vallin Antunes
José Luiz Lopes Sanchez
Oswaldo Spina Neto
Vera Beatriz Gualtieri
CRO 33.232
CROSP 58.751
CROSP 92.470
CRM 35.247
sala 23 Periodontista Fone 3371-7603
sala 161 Prótese / Implante Fone 3368-6989
sala 144 Implantodontia Fone 3307-7743
sala 123 Homeopatia Fone 3376-9899
Indicador profissional acupuntura
Dermatologia
NUTRIciONISTA
Leila Estevão da Silva Cacciacarro Lincoln CRP 06/98636 Acupuntura/psicóloga R. Maestro João Seppe, 866 Tel: 3413-6440/3374-8556
Moysés Costa Lemos CRM 97578 Dermatologista R. Dona Alexandrina, 1887 Tel: 3371-2282/3371-0698 mdclemos@hotmail.com
Keylla A. Botelho CRN-3: 29564 Nutrição Clínica R. Vitor Manoel de Souza Lima, 671 Tel: 3372-4965/9717-2771 keylla_botelho@hotmail.com
Esteticista
Odontologia
leila.lincoln@gmail.com AcupuNtura e Estética
Elizandra Carvalho Glauco J. Monteiro Sentome Esteticista Rua Vitor Manoel de Souza Lima, 671 CRBM 6032 Tel: 3372-4965/9747-4151 Massagem Termoterapêutica (Migun) elizandra.life@hotmail.com R. Dom Pedro II, 2066 Tel: 3374-7534/ 3374-9506 www.qualidadevida.psc.br Cirurgia Plástica Tiago Alves Barbosa CRM 97598 Cirurgião Plástico R. Dona Alexandrina, 1887 Tel: 3371-2282/3371-0698 tabarbosa@hotmail.com CIRURGIA VASCULAR Carolina D. Pedrazzani Lemos CRM 107779 Cirurgiã Vascular R. Dona Alexandrina, 1887 Tel: 3371-2282/ 3371-0698 carolpedra@hotmail.com CLINICO GERAL Maria Alba Porto Bianco CRM 097879 Endocrinologista e Metabolista Rua Vitor Manoel de Souza Lima, 671 Tel. 3372-4965 clinicabianco@hotmail.com mariaalba@uol.com.br
FISIOTERAPIA Ariane Marcello Crefito 150281-F Hidroterapia/Pilates R. Antonio Guaratine, 80 Tel: 3415-6055/9220-6438 arianemarcello@hotmail.com Fisioterapia Fernanda Carolina Carisani Crefito 143194-F Estética/Acupuntura R. Antonio Guaratine, 80 Tel: 3415-6055/9101-4312 fer_carisani@hotmail.com Fonoaudióloga Lívia Maria Guimarães CRF 12672 Fonoaudióloga – Esteticista Facial Especialista em Distúrbios da Comunicação R. Dom Pedro II, 2066 Tel: 3374-7534/ 3376-1129 www.qualidadevida.psc.br
Ana Flávia Mendes de Carvalho CRO 73351 Bucomaxilo facial Cirurgia e Implantodontia Rua Maestro João Seppe, 900, sala 23 Tel: 3371-7603 ODONTOLOGIA Cléber Racy Abbud CROSP 25976 Próteses, implantes e cirurgias. Sedação com óxido nitroso R. Major José Inácio, 1738 Tel: 3371-3467 emaildoabbud@gmail.com ODONTOLOGIA Marcos Jacobovitz CROSP 42225 Endodontia, Cirurgia Parendodôntica, Tratamento de Traumatismos Dentais R. Maestro João Seppe, 900. Sala 164. Ed. Medical Center. Tel: 3364-3310/8132-0505 odontologia Augusto Sousa Silva CROSP 86059 Dentista - Cirurgias - Implantes Osteointegrados Rua Nove de Julho, 2130 Tel: 3371-0251/ 9112-5383 drsousa@santaapolonia.com www.santaapolonia.com
Indicador profissional Odontologia
Psicologia Clínica
PSICOLOGIA
Gabriela Prado Crosp 92759 Clínica Geral, Especialista Estética e Canal R. Passeio dos Ipês, 300, apto 303 Tel: 8122-8010 dragabrielaprado@gmail.com
Fabiana Esbaile CRP 06/98966 Rua Vitor Manuel de Souza Lima, 671 Tel: 3372-4965/9775-6040 biesbaile@hotmail.com
Thalita Conti CRP 06/101177 Psicoterapeuta Corporal em formação R. Maestro João Seppe, 866 Tel: 3413-6440/3374-8556
Psicopedagoga
Psicologia
Ortodontia
Patrícia A. Ranieri Psicopedagoga Rua XV de Novembro, 1340, salas 6 e 7 Tel: 3201-7235 atendimentopsicopedagogicoXV@gmail. com.br
Maria Cecília Martins CRP 06/84622 Psicóloga Clínica R. Dom Pedro II, 2066 Tel: 3374-7534/ 9718-7487 checimax@hotmail.com
Psicologia
psicologia
Mariana Franchim CRP 0696277 Psicóloga R. Episcopal, 1796 Tel: 3501-4894 marfranchim@yahoo.com.br
Francine Náthalie F. R. Pinto CRP 06/100429 Psicóloga Clínica R. Dom Pedro II, 2066 Tel: 3374-7534/ 3376-1129 www.qualidadevida.psc.br
Regynaldo Zavaglia Crosp 58.314 R. Conde do Pinhal, 2380 Tel: 3372-1459 zavaglia@terra.com.br Ortopedia e Traumatologia Omar Ferreira Miguel CRM 115093 Ortopedia e Traumatologia Cirurgia do Quadril Rua XV de Novembro, 972 Tel: 3372-3262 dromarortop@gmail.com
psicoPedagogia
pedagogia/psicopedagogia
Cláudia Saidel Cortez Pedagoga/Psicopedagoga R. Episcopal, 1796 Tel: 3501-4894 clausniz@yahoo.com.br
Érika Regina Bregagnolo Pedagoga/Psicopedagoga R. Episcopal, 1796 Tel: 3501-4894 / 9114-2142 erikarb@uol.com.br Podologia Cleunice Ap Zago Antonio Pé diabético/podologia esportiva Multiclin-Saúde R.Teixeira de Barros, 1374 Tel: 3116-0612/ 9116-3517
Anuncie aqui!
Psicoterapia Cláudia Gigante Ferraz CRP 33923 Psicoterapia/Psicanálise R. São Sebastião, 2319 Tel: 3371-1188/3372-8869/3307-1862 claudiagferraz@uol.com.br
TEL. (16) 3413-9142
espacosaude@diagramaeditorial.com.br
psicologia Juliana Araújo Cacíagli CRP 06/102505 Psicóloga – Psicoterapeuta R. Dom Pedro II, 2066 Tel: 3374-7534/ 9114-9814 julianacaciagli@yahoo.com.br Terapia comportamental Graziela Vanni CRP 06/68515 Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental R. Dom Pedro II, 2066 Tel: 3374-7534/ 3376-1129 gra.vanni@hotmail.com
Entre em contato conosco!
AO VISUALIZAR UM CICLISTA, REDUZA A VELOCIDADE E RESPEITE A DISTÂNCIA REGULAMENTAR!
1,5 m (é lei!)
www.ciclismosaocarlos.org.br
ASSOCIE-SE!!!
ENTREGAS EM DOMICÍLIOS ONDE VOCÊ PRECISAR, TODOS OS DIAS DA SEMANA, INCLUSIVE SÁBADOS DOMINGOS E FERIADOS!
www.farmaciarosario.com.br