Estábulo de São Paulo | Ano 7 | #002 | out./nov. 2019

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CENTRO ACADÊMICO MOACYR ROSSI NILSSON

OUTUBRO 2019

ESTÁBULO DE SÃO PAULO

Especial Hallowen

ORGANIZAÇÃO CHAPA ACONCHEGO


NESTA EDIÇÃO

ACONTECE NA FMVZ 1. Assembléia: o papel do CA 2. Entrevista: Novo Diretor FMVZ-USP 3. Extensão Universitária 4. Relembrando 5. Arte Na Vet 6. Spotted 7. Agenda Veterinária

Hoje também é dia do Saci!

ORGANIZADORES Marcão 83 (Rafaela Caetano) Me Fuma 85 (Bruno Cardoso) Da Na Raia 83 (Endily Vasconcelos) Sigma 84 (Larissa Gomes) Woodstock 83 (Laís Oyama)


ASSEMBLÉIA: O PAPEL DO C.A. Glossário: Administração do CAMRN: poder

executivo do CA. Composta por Presidente, Vice-Presidente, Secretários (2) e Tesoureiros (2). Associados efetivos: todos os

dos alunos — nesse caso, é necessário apresentar um abaixoassinado com assinaturas de ao menos um quinto dos associados efetivos. Quem pode participar da Assembleia?

alunos regularmente matriculados na FMVZ-USP.

Todos os associados efetivos têm o direito de participar.

O que é uma Assembleia Geral?

Como são tomadas as decisões

A Assembleia Geral é um espaço de discussão, deliberação e votação para os alunos da FMVZ. Nela, são abordados temas relevantes à faculdade.

na Assembleia?

Quem convoca a Assembleia?

A Assembleia deve ser convocada pela administração do Centro Acadêmico sempre que esta julgar necessário. A administração também deve convocar Assembleia atendendo a pedidos

As decisões da Assembleia são tomadas por meio de votações. Quem pode votar?

Todos os associados efetivos têm direito ao voto. A gestão Aconchego (2019-2020) decidiu que os membros da Administração do CAMRN não possuem direito a voto, como forma de evitar enviesar as decisões dos demais alunos.

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Tal decisão vale apenas para esta gestão e pode ser alterada no futuro.

melhor o papel do CA, acesse o QR Code abaixo! Ele te direcionará ao estatuto do

Qual é, exatamente, o papel do

Centro Acadêmico Moacyr Rossi Nilsson e você pode realizar a leitura na íntegra.

CA em uma Assembleia?

A administração do CAMRN tem o dever de cumprir e fazer cumprir as resoluções da Assembleia, além de ser responsável por convocála.É importante ressaltar que todas as resoluções são feitas com base no voto dos associados efetivos presentes. Portanto, o CAMRN não é o responsável pela tomada de decisões durante a Assembleia. As penalidades são decididas pelo CA?

Não. As penalidades são votadas em Assembleia, e o CA deve executá-las de acordo com o que foi decidido pelos associados efetivos presentes. Caso seja aprovada uma suspensão, cabe à administração do CA definir o período durante o qual essa penalidade vigorará (entre 3 e 90 dias).

"todas as resoluções são feitas com base no voto dos associados efetivos presentes." Se você tem interesse em saber mais detalhes e conhecer Woodstock 83

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Novo Diretor FMVZ

ENTREVISTA

Jos

é

Soares Ferreira Neto

foi aluno de Medicina Veterinária na USP entre 1979 e 1983, fez Residência Em Clínica e Cirurgia de Grandes Animais pela USP entre 1984 e 1985, realizou Mestrado e Doutorado também na USP em Epidemiologia Experimental Aplicada Às Zoonoses (1985-1987) e Patologia Experimental e Comparada (1988-1992), respectivamente. O pós-doutorado foi realizado na Itália entre os anos de 1995 e 1996 no Istituto Zooprofilattico Sperimentale Delle Venezie, IZSV. Entre maio e inicio de junho desse ano se inscreveu junto a professora Denise Tabacchi Fantoni para a diretoria da faculdade. A votação para eleição da chapa terminou no dia 19 de junho. Como houve a inscrição de apenas uma chapa, os professores José Soares Ferreira Neto e Denise Tabacchi Fantoni foram eleitos para diretor e vice-diretora da Faculdade para o período de setembro de 2019 a agosto de 2023. No dia 22 de outubro nos encontramos com o diretor em sua sala, localizada no prédio principal, para conversarmos sobre sua história na FMVZ e suas propostas para os

próximos 5 anos. Leia, a seguir, a conversa completa: O senhor tinha algum apelido? Sim, tenho até hoje, Zezé.

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ENTREVISTA

O senhor era de alguma instituição acadêmica? Sim, fui da Atlética. Tínhamos uma tradição de sempre o terceiro ano da faculdade ficar incumbido das atividades do Centro Acadêmico. Então chegou a vez da minha turma e eu era da Atlética. Tinha o Maurício Garcia que era da minha turma, era presidente do CA e eu era do grupo, mas só da parte da Atlética, porque eu gostava de esporte e tal. Minha contribuição foi essa. [Estábulo pergunta: naquela época a Atlética era parte do CA ainda?] Era, era integrante do CA. Hoje é separado, né? [Estábulo pergunta: Como foi fazer parte da Atlética no período de ditadura militar?] A gente não tinha um clima de ditadura, pelo menos eu não senti isso. A vivência na faculdade era muito parecida com a vivência que vocês têm hoje, respeitadas as características geracionais. Mas a gente fazia muita festa e tinha um ambiente diferente do que tem hoje, porque as escolas de veterinária eram poucas. Eram praticamente apenas instituições públicas. Tanto é que lá na Atlética, o maior evento que tínhamos era o que chamávamos de Intervet. Eram jogos organizados que congregavam todas as escolas de veterinária do Brasil. Então naquela ocasião, a maior função da Atlética era organizar esse Intervet. A época em que a gente organizou foi em 82 ou 81. A gente fazia também um evento chamado Agrovet que era a gente contra a ESALQ, um ano aqui e um ano lá. Era bem divertido esse Agrovet porque eles têm muita tradição de república lá, então quando íamos para lá, eles nos albergavam e esparramava gente pelas repúblicas e a gente vivia um pouco dessa rotina deles que era muito divertida, bem bacana. Agora esse negócio de ditadura e tal, não havia clima de repressão, de prender gente, não acontecia. Pelo menos não fazia parte da nossa realidade. Na época da faculdade, o senhor teve dúvidas em relação à área que queria seguir? Muitas. Inicialmente, eu me interessei muito pela área de produção animal e especialmente nutrição e achei que fosse trabalhar nessa área, mas depois quando eu passei aqui pela área de preventiva, eu me encantei. Então fui investido meu tempo nessa área. Cheguei a fazer uma residência em clínica e cirurgia de ruminantes, mas mais voltado para o aspecto produtivo, que envolve tanto a área de nutrição, manejo, mas também a área de prevenção. Mas logo comecei a fazer mestrado aqui na preventiva e no mestrado eu fui contratado como auxiliar de ensino, que é um cargo que sequer existe mais aqui na USP, então eu fiz toda a carreira universitária. Desde o auxiliar de ensino, passei por todas as etapas da carreira e eu acho que as pessoas que têm mais ou menos a minha idade, passaram pela mesma experiência. Hoje, o docente aqui na USP, já é contratado como doutor, é uma exigência. Ele só pode se inscrever no concurso se já tiver título de doutor, mas naquela ocasião isso não existia ainda. Aqui no VPS, que hoje é um curso de excelência há mais de uma década, nem tinha um curso de doutorado reconhecido pela CAPES, estava ainda em fase de estruturação. Então eu terminei o mestrado e fui fazer o doutorado na patologia. O senhor é daqui de São Paulo, mesmo? Não, sou do interior. Antes de vir pra São Paulo, eu morava em José Bonifácio. Nasci em Marília, mas durante a infância eu mudei bastante por 05 questões familiares. Morei no Paraná uma época e vim para São Paulo com 15 anos para fazer colégio e estudar numa escola boa para poder


ENTREVISTA

passar no vestibular, pois as escolas do interior eram muito fracas. Se você fosse pro vestibular só com o conteúdo que eles ofereciam nas escolas públicas do interior, você tinha uma desvantagem enorme. Então eu vim pra cá pra estudar, fiz segundo e terceiro colegial e entrei na faculdade, sem precisar fazer cursinho. Aí foi onde tudo começou, vim pra cá com 15 anos e nunca mais saí daqui [risos].

Para estarmos em nos rankings internacionais para projetarmos o nome da nossa faculdade no mundo inteir o nosso projeto principal o da acredita o internaciona "

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Qual a sua visão sobre a situação do ensino da veterinária no Brasil? Hoje são 415 faculdades de veterinária, segundo o Conselho Federal [CFMV]. Estamos vivendo um período muito esquisito em relação a isso, muito errado pela minha visão. Nos Estados Unidos tem 30 faculdades de veterinária e a produção agrícola dos EUA é exuberante, é o maior exportador do mundo e é muito forte na parte agrícola tendo 30 escolas de veterinária. No mundo todo tem cerca de 1500 faculdades de veterinária e se vocês pensarem, mais ou menos um terço delas estão aqui no Brasil. Tem algo errado com isso. Mas é assim que é. Nós vivemos uma situação aberrante, que não há justificativa nenhuma. O ensino da veterinária aqui no Brasil, na minha opinião, virou um negócio. Há grande demanda, porque, na minha opinião, as gerações mais recentes estão expostas a informações relacionadas a animais desde muito pequenas. Se tem uma enormidade de programas falando de animais selvagens e de companhia principalmente, e lógico, para uma criança e adolescente é muito sedutor isso. Então esses programas de televisão vendem uma realidade muito sedutora para o jovem. Quem não gosta de animal? Todo mundo gosta, não tem como você dizer que não. Eu acho que isso faz parte da equação que determina essa demanda enorme por vagas em escola de veterinária. E a iniciativa privada trabalha em função disso, onde há demanda. Ela não está preocupada com o mercado de trabalho, com colocação desses profissionais, com o fato de o cara precisar viver daquilo que ele estudou e se formou. A iniciativa privada quer simplesmente fechar a conta do fim do mês e ver se ela tá no lucro ou no prejuízo. Então, eu acho que tem esse componente. Como corrigir isso? Não sei. Mas é uma situação difícil, inclusive para vocês que estão se formando, porque a competição é feroz. Vocês estão numa faculdade muito, muito boa, uma das melhores do mundo, eu acho que vocês não terão grandes problemas para a colocação no mercado, mas essa grande massa de jovens que está se formando nas privadas, onde a qualidade é muito heterogênea, é uma espécie de estelionato educacional. Ele vai se formar, mas depois a colocação [no mercado de trabalho] vai ser um segundo vestibular. Hoje o verdadeiro vestibular está sendo colocação no mercado, eu acho. E o fato de ter muitas faculdades de medicina veterinária está influenciando na sua gestão? Certamente. A veterinária da USP está muito bem colocada nos rankings internacionais. Somos parte do top 50 há muitos anos. Se a gente imaginar que existem cerca de 1500 faculdades de veterinária no mundo, é só

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ENTREVISTA

fazermos as contas, estamos entre a elite do mundo em veterinária. Nós temos uma infraestrutura que é invejável, todos os professores de grupos estrangeiros que vêm aqui e conhecem a nossa escola, ficam de boca aberta com a estrutura de São Paulo. E quando vão pra Pirassununga então, aí é que eles realmente piram. A gente tem recursos humanos de altíssima qualidade, temos um corpo docente de cerca de 94 professores hoje efetivos muito bem formados. A produção científica na nossa faculdade também é excelente, temos 7 cursos de pós graduação, 3 deles a nível de excelência. Porém, esse é um mercado competitivo e todas as faculdades estão andando pra frente, estão evoluindo, então o que a gente precisa fazer? Para estarmos bem nos rankings internacionais, para projetarmos o nome da nossa faculdade no mundo inteiro, o nosso projeto principal é o da acreditação internacional, que é um selo de qualidade que é dado para as instituições que cumprem uma série de requisitos que a União Europeia acha que é ideal para o ensino da veterinária. Então como isso vai ser feito? Vamos ser analisados por um comitê internacional de especialistas e esses especialistas são pessoas que conhecem o ensino da veterinária no mundo todo. Eles vêm para examinar a área clínica, preventiva, de produção animal e etc, e são muito experientes. Então eles vem aqui e fazem visitas. É um processo longo, eles querem saber absolutamente tudo que a gente faz em relação a graduação e então eles dão um diagnóstico dizendo com o que estamos em regularidade e o que precisamos melhorar. Eles darão uma série de missões que a teremos que cumprir. Vamos ter que mudar culturalmente em relação a determinadas coisas, teremos que ter um hospital 24h para vocês serem expostos a situações de emergências. A gente precisa criar uma estrutura aqui para atender emergência e isso é feito dentro dessa rotina de hospital 24h. Acho que esse será o principal desafio da minha gestão. Ai depois tem coisas menores, como cumpir o projeto academico com o qual nós pactuamos com a reitoria mas acho que o maior desafio é a acreditação europeia.

O professor Zop que o diretor do hospita junto com a equi e del est o trabalhando num projeto de hospital E esta a cha e para a acredita o internaciona

Pessoalmente, como está sendo lidar com toda a " , pressão da acreditação internacional? Influência na sua vida pessoal? é A pressão existe sempre. A minha carga de trabalho , aumentou com a diretoria, mas a gente conseguiu compor uma ótima equipe de colaboradores. , ã Por exemplo, os presidentes de comissões estatutárias, que vão ser fundamentais nesse processo; a nossa equipe de funcionários; a assistência acadêmica, financeira, a administrativa. São pessoas excelentes, eu estou encantado com a doação desses funcionários pela 24 . é instituição. Logo que eu assumi, fiz várias reuniões com eles para çã entender o trabalho deles e pra gente conseguir " trabalhar da melhor maneira possível e eu fiquei impressionado com o volume de trabalho que eles tem de desencumbir. É gente muito dedicada e todo o nosso corpo de funcionários é muito bom. O corpo de docente então é espetacular, temos docentes que são 07 referências no mundo inteiro nas áreas que atuam. Então, temos recursos humanos muito bons.


ENTREVISTA

O hospital veterinário que eu acho que é a estrutura que vai precisar passar por uma revisão mais forte. Antes, o HOVET não tinha competição externa, hoje há mais de 30 faculdades privadas dentro do município e da Grande São Paulo e todas elas têm hospitais veterinários. E para competirmos toda a estrutura administrativa precisa passar por revisões, melhorias e mesmo aquilo que já está bom, pode sempre ser melhorado. Então, eu gosto de trabalhar com projetos, porque o projeto é uma forma de você organizar as ações. O professor Zopa, que é o diretor do hospital, junto com a equipe dele, estão trabalhando num projeto de hospital 24h. E esta é a chave para a acreditação internacional, pois um dos requisitos para a acreditação é ter um hospital 24h para vocês serem expostos a períodos noturnos, ações de emergência, esse tipo de coisa. Então, o que eu quero dizer é o seguinte: os desafios são grandes, mas quando você trabalha de forma organizada e cria projetos que têm consistência, você cria aquele vetor virtuoso, todo mundo olhando naquela direção e inclusive as pessoas se veem representadas no projeto, porque faz sentido, tem pé, tem cabeça, as estratégias estão bem impostas. E eu acho que isso não é apenas na veterinária, é na vida da gente, estamos sempre fazendo projetos, estabelecendo metas e bolando estratégias para atingilas e com isso a gente cresce, evolui e aprende um monte de coisa. Então, não é uma pressão avassaladora, sabe? É mais uma carga de trabalho que aumentou um pouco, mas a nossa equipe é muito boa e vai dar conta disso com grande tranquilidade. Nos últimos anos, o debate sobre a saúde mental nas universidades tem ganhado força. O senhor tem propostas sobre isso? Quais? Eu acho que estamos vivendo um problema geracional que não está associado somente ao ambiente universitário. Esse é um problema geracional e é no mundo inteiro. Há várias teorias para explicar isso e uma delas que eu gosto e acho que faz sentido são essas novas tecnologias. Vocês são expostos a uma quantidade avassaladora de informações, como ninguém, no ponto de vista evolutivo, recebeu antes. Então, o jovem está lidando com essa quantidade absurda de informações que chegam a todo momento do jeito que pode. O fato de não conseguirmos absorver toda essa enormidade de informações gera ansiedade, que é irmã da depressão e aí o quadro da depressão é modulado. Tem gente que é mais suscetível, menos suscetível e tem depressão pra todo gosto. " á Então todas as instituições sérias de ensino superior estão tendo que lidar com essa situação de vulnerabilização a quadros depressivos. A USP tem um plano forte para fazer isso, esse é um tema recorrente nas reuniões dos dirigentes, : que é onde o reitor diz o que ele está pensando em fazer e ouve os diretores. E é um ambiente ótimo, construtivo, sempre pensando e discutindo quais são as melhores alternativas ê " para resolver os problemas do nosso dia a dia.

Uma iniciativa que j estava em andamento e agora a gente vai dar uma certa elocidad estamos com um grande projeto de vi ncia aqui na FMVZ

A USP tem uma série de iniciativas nesse sentido, e o coordenador de toda essa iniciativa, que não podia ser diferente, é o diretor da psicologia. Então, o que a gente [da FMVZ] está fazendo é seguir as diretrizes que a USP propõe para todas as unidades.

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ENTREVISTA

É lógico que aqui dentro, a gente tem que ter as nossas próprias iniciativas também. Uma coisa que me deixa muito triste é quando eu ando por ai na hora do almoço e vejo vocês atirados por aí pelo chão, pelos corredores, ficam ali batendo papo e tal. Eu sei que vocês nem ligam pra isso, mas eu fico incomodado. A gente não tem um equipamento, sabe? Não tem uma estrutura de vivência. Então, uma iniciativa que já estava em andamento e agora a gente vai dar uma certa velocidade: estamos com um grande projeto de vivência aqui na FMVZ. Para criar ambientes para vocês relaxarem, ou tirarem uma soneca após o almoço, porque a rotina de vocês aqui é pesada e depois do almoço dá sono. E a ideia é fazer um projeto para bolar ambientes de descompressão, de relaxamento, para bater papo, descansar, ler um livro, para mexer no celular. Uma coisa que está passando pela nossa cabeça: ali no centro didático, não sei se vocês já perceberam, mas o piso é em desnível na frente dele. Então, a gente quer nivelar aquilo e fazer um deque de maneira grande, dominando toda a frente do centro didático e colocar ali aquele ombrelone, umas cadeiras, para vocês terem um ambiente lúdico. Outra coisa que conversamos já, inclusive com alguns alunos é de fazer um redário. Uma estrutura redonda, coberta, com vários pilares onde são colocadas redes. Nas primeiras reuniões que eu tive com o grupo de vocês, adoraram a ideia. Então é algo que poderíamos fazer. Faz um redário e vê se o pessoal gosta. Não é uma coisa cara, e imagina uma redinha para descansar depois do almoço, que dá pra você carregar seu celular no processo e tem acesso ao wifi. Temos também projeto para esse corredor entre a lanchonete e o anfiteatro, ou seja, vários locais, para vocês terem essa estrutura, para não precisar ficar jogados pelos corredores. Também queremos fazer uma sala de descompressão na biblioteca, então eu acho que isso vai ajudar. Primeiro tem que estruturar um projeto que tenha pé, cabeça, tem as várias fases do projeto, até a sua conclusão. Então quando trabalhamos com projeto, temos previsibilidade, organização e uma chance de sucesso muito maior do que trabalhar de forma caótica, apagando incêndio. Uma outra coisa importante também a se fazer é tratar com mais seriedade o assunto segurança, biossegurança de laboratório, hidrantes, luzes de emergência, ensaio para ocasiões de emergência (como incêndio). Nós não temos uma cultura de nos preocupar muito com isso. Estava até estudando como isso é visto nas grandes universidades americanas e europeias e é um movimento relativamente recente que começou com crises. Todas as faculdades começaram a trabalhar fortemente em cima desse tema, porque isso envolve também mudanças de comportamento, mudanças de atitude. A comunidade precisa enxergar aquilo como uma das prioridades, pois é um pouco negligenciado, sabe? A gente não dá a seriedade que deveria ter. Mas a partir de alguns acidentes que eles tiveram, a partir da década de 2010 eles implementaram programas muito fortes nesse sentido que é o Environmental Health Safety, EHS. Eles [as universidades americanas e europeias] têm desenvolvido essa sigla e todas as boas universidades estão montando ações em relação a isso, porque isso engloba tudo. Parte de incêndio, de segurança no trabalho, engloba também a parte de saúde mental. Hoje nós temos um monte de comissãozinha, comissão de resíduo, disso e daquilo, espalhadas por ai, cada uma fazendo seu trabalho de formiguinha. A minha intenção é juntar tudo isso e fazer uma coisa só, pois são temas 09 associados. Não montar uma comissão para tratar daquilo lá e as vezes ver se está indo tudo bem… Não, trazer para a agenda da faculdade


ENTREVISTA

mesmo. Aqui, se a gente diminuir para a nossa escala, a USP não tem isso, mas a veterinária vai ter. Vamos bolar isso aqui para o nosso tamanho. E dar um destaque nisso ai, já tenho um plano pra fazer isso e vocês vão saber na hora oportuna. Como o senhor vê o movimento estudantil na veterinária? Não sei, estou por fora. Vocês que tem que me informar disso.

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A universidade pública se apoia num tripé de , á , ensino, pesquisa e extensão. O senhor sente que a veterinária precisa aumentar sua á , ã é atuação em alguma dessas áreas? Qual? . çã Do ponto de vista científico, a USP é um monstro. Produz cerca de 25 a 30% da ciência brasileira e não estou falando das estaduais paulistas, estou falando apenas da USP. é A USP formou boa parte dos docentes de nível , superior que estão nas boas faculdades públicas brasileiras. Aqui, por exemplo, no VPS, nós temos é é um monte de ex-alunos que hoje são professores nas federais, estaduais paulistas e que ocupam . posições de destaque. Então essa parte de ciência é uma missão que USP está cumprindo muito bem. E isso reflete na formação de vocês, porque vocês são formados por uma instituição que tem uma atmosfera de pesquisa. É muito diferente de vocês serem formados em uma instituição que apenas dá aulas, que você só faz a graduação. Vocês têm aula com professores que não tiraram o conhecimento deles do livro. Eles trabalham com aquilo, eles conhecem aquilo com profundidade, boa parte deles são referências naquele tema no mundo inteiro. É a nata. Essa é a diferença da USP em relação as outras. Essa parte cientifica está muito bem equacionada e a parte de ensino idem. Agora estamos passando por movimento de incorporação de novas tecnologias de ensino, para fazer um ensino mais interativo, em que vocês participem mais ativamente do processo e há várias técnicas para se fazer isso, não é um grande problema para o professor. Por exemplo, na disciplina de zoonoses, temos esse ensino interativo há décadas. A gente tinha um modelo de estudo dirigido que vocês é que entravam em contato ativamente com o conhecimento. E não precisa fazer nada em casa, é tudo em sala de aula. O professor ficava circulando, tirando dúvidas e tal, mas vocês é que se apoderavam ativamente do conhecimento daquilo. Lógico, depois o professor dava uma aula para organizar um pouco as coisas. O que quero dizer é que não vai ser um grande problema para o docente da USP incorporar essas novas metodologias de ensino, muitas delas hoje são facilitadas por esses dispositivos eletrônicos. Agora, se eu pudesse destacar uma coisa que precisamos melhorar, seria extensão. Esse reitor que está aí, o professor Vahan, um dos pilares da campanha dele, que ele está tocando muito fortemente, é aproximar a universidade da sociedade, quebrar os muros. A sociedade vê a universidade como uma espécie de redoma fechada, impenetrável, impermeável, e não é isso. A

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ENTREVISTA

A função mais importante da universidade é formar recursos humanos, mas também é resolver problemas reais. Aqui estão as grandes cabeças, é nesse ambiente aqui que estão os grandes cérebros, as pessoas que foram treinadas para pensar numa solução para os problemas. A USP já tem feito isso, ela só peca muito na parte de comunicação. Então, uma das propostas desse reitor é ampliar essa capacidade de comunicação e também estimular os nossos quadros a trabalhar em cima de problemas reais. Isso é uma coisa que a gente faz aqui no VPS. Nós [VPS] somos um centro colaborador em saúde animal, então o nosso grupo de epidemiologia trabalha dando apoio técnico e científico para todos os programas nacionais de controle de doenças da população animal. A gente faz o que o pessoal chama de ciência aplicada. É realizado um projeto e os resultados desse projeto imediatamente geram políticas públicas em função desse resultado. Mas essa é uma característica nossa, da preventiva. É maior envolvimento com a sociedade do que com o hospital veterinário, e é um envolvimento direto. Então, precisamos propagar mais isso. Se eu fosse citar qual desses três precisa ser mais trabalhado: eu acho que é a extensão. A gente já faz, mas precisamos comunicar com mais eficiência o que a gente faz aqui e fazer com que a sociedade nos enxergue como resolvedores de problemas complexos. Mas não vai acontecer do nada, a gente que tem que, ativamente, fazer esse trabalho para que isso aconteça. Por fim, o que o senhor gostaria de deixar como “legado” da sua gestão para a FMVZ? A acreditação internacional, sem dúvida nenhuma. E um ambiente de harmonia, de cooperação, uma filosofia de trabalho, um planejamento. Sair daquele negócio de apagar incêndio e trabalhar de uma forma mais planejada, com mentalidade preventiva. Se antecipar aos problemas. A USP não está pensando em algo assim, mas nós da FMVZ estamos pensando nisso.

11 Organizadores EstábuloSP


EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA A Extensão Universitária é um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre Universidade e outros setores da sociedade. A seguir, apresentamos os diversos projetos de extensão, com destaque para o Embaixadores, desenvolvidos na FMVZ-USP:

O projeto Embaixadores tem como finalidade auxiliar jovens estudantes através da disseminação de informações acerca do âmbito acadêmico, de modo a aproximar o vestibulando da realidade do papel do médico veterinário na sociedade, além de esclarecer dúvidas sobre a USP, apresentando-a como instituição pública e informando sobre suas políticas de acesso, seus programas e possíveis auxílios durante a graduação. Ao mediar o contato do público externo com a universidade, o embaixador viabiliza o maior acesso aos dados e às informações sobre os possíveis meios de entrada na FMVZ-USP, assim como também apresenta e

esclarece todas as áreas de atuação do médico veterinário. Atrelado a isso, este projeto de extensão universitária oferece para interessados a oportunidade de conhecer a FMVZ-USP através das visitas monitoradas. Dessa forma, o Embaixadores foca em aumentar a dispersão de tais dados para estudantes do ensino médio e de cursinhos prévestibulares, de modo a deixar as informações sobre o meio acadêmico cada vez mais acessíveis, mostrando que é possível tornar-se um aluno da FMVZ-USP. A missão do projeto Bandeira Cientifica é

contribuir para a formação social, acadêmica e profissional de estudantes da USP por meio de ações que visam melhorar as condições de saúde de localidades vulneráveis do Brasil. O projeto Medicina Aviária: Saúde no Parque atua no

parque da água branca, em conjunto com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São

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Paulo e a administração do parque para controle reprodutivo e manejo adequado das aves que se encontram em superlotação.

com baixo IDH e/ou comunidades que apresentam demandas de trabalhos sociais. O Pergunte ao

A Liga Acadêmica

Costelinha tem o

de Saúde Única

objetivo de levar informações úteis à população, sobre os diversos

visa atender o tripé educacional proposto pela faculdade, aliando pesquisa, ensino e extensão no âmbito de temas da Saúde Única. O projeto Saúde Única em Periferias busca

promover, junto a diferentes profissionais e em conjunto com a população da comunidade São Remo estratégias de promoção da saúde única que futuramente possam servir como exemplo e serem adaptadas a outras periferias. O Luz, Câmera e Ação visa a

produção de vídeos de divulgação científica através do seu próprio canal do youtube: Luz, Camera e Ciencia VPS O projeto Rondon do qual a VET-USP participa é o estadual. O Projeto tem como foco intervenções sociais em municípios do estado

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campos da veterinária, de forma descontraída e rápida. O projeto Santuário é um projeto educativo que engloba posse responsável, bemestar animal e todos os princípios da medicina veterinária do coletivo. O VetFriends é um projeto idealizado a partir do USP iFriends e criado pela CCInt e Centro Acadêmico Moacyr Rossi Nilsson (CAMRN) para integrar nossos(as) intercambistas em nossa faculdade.

Quer saber mais? Acompanhe o Facebook da Extensão (facebook.com/depextensaocamrn) e saiba mais sobre cada projeto, quando se inscrever e com quem falar pra tirar dúvidas!

DaNaRaia 83


RELEMBRANDO OLD X NEW No fim de semana (19/10), a Atlética realizou o tradicional evento Old x New com direito a jogos no módulo do CEPE e churrasco no galpão. O evento promove jogos entre as turmas formadas (Old) e as turmas da graduação (New) com clima de competição saudável dos esportes praticados na veterinária, como handebol, vôlei e futsal. As modalidades foram jogadas no feminino e no masculino e depois dos jogos as turmas se reuniram na vivência para um churrasco e muita integração. "Como bixete, minha experiência foi ótima. Conheci pessoas de diversas idades e pude jogar o esporte que amo com uma galera super divertida em uma competição saudável. Foi um ótimo evento pra você presenciar a integração e o amor dos velhos pela nossa faculdade mesmo depois de terem se formado a anos. Eles queriam nos conhecer, saber nossas famílias e se divertir conosco, me senti muito querida. No churrasco não foi diferente, conversas muito animadas, brincadeiras muito divertidas e muita integração. Foi muito gostoso ver eles lembrando e contando histórias de como era a faculdade e as festas na época

deles. São em eventos assim que percebemos o valor da história de nossas instituições e aprendemos a valorizar o nosso passado, como atlética e como graduação." Letícia Motta, Spider

VII FÓRUM DA GRADUAÇÃO No dia 16 de outubro de 2019, ocorreu o VIII Fórum da Graduação, que discutiu as novas diretrizes curriculares para o curso de Medicina Veterinária. A comunidade da FMVZ teve a oportunidade de debater e tirar dúvidas sobre como funcionará a transição para essas novas diretrizes. Ocorrerão outros encontros para discutir esse tema, portanto, fiquem ligados!

Contatos úteis RDs da graduação: Tatiane Poli

(Faro) e Ana Clara Kohara (Favs) Diretoria do Departamento de Graduação (CA): Laís Oyama

(Woodstock) Woodstock 83

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ARTE NA VET

Fabiana Siqueira (Soltinha 83) Praia do Atalia, Luís Correia/ Piauí 06/09/19 Paula Caro (Pika 83)

Magia Encantadora Cavalos são como mágicos Como quem toca e encanta seu coração São verdadeiros jardineiros dos sentimentos Capazes de fazer aflorar sua própria percepção interior Permitem que você seja real E que realmente expresse sua dor, sua alegria, sua gratidão. Preenchem seu coração de acolhimento, trazendo muita paz e compreensão: Consigo, com os outros, com a vida ao seu redor! São Belas criaturas da natureza São concretos psicólogos da energia dos seres Sensíveis e singelos, emanam sensação inexplicável, indescritível E o desejo de querer estar perto se amplia, se modifica, se reinventa, se consolida e alivia! Sinto-me Bem agora.

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Carolina Luz (Gin 81) Pirassununga, 19/09/16


ARTE NA VET

Todi - O Bezerrinho Quase um mês eu tenho agora O tempo passa sem demora Estou a me recuperar Chega um e me sacode Outros chamam: vem meu Tode! Que vontade de berrar

Foi um pessoal de branco Da perna estava manco Eu não parava em pé Mas o pessoal de branco, Me levando aos trancos e barrancos Em mim, demonstravam fé

Eu sofri uma lesão Mas não foi por intenção Da minha mãezinha querida Eu berrei de aflição Ao sentir o pisão Que ela me deu na parida

Hoje bem recuperado Me sinto abençoado Recebo amor e carinho De todos tenho atenção Me alegram o coração Nunca me deixam sozinho

Há um mal que vem pra bem E no meu caso também Este fato aconteceu Da mamãe fui separado Pra longe dela fui levado Mas alguém me acolheu

À todos eu agradeço Embora saiba, não mereço Vou aqui me despedir Adeus Jennifer, Paula e Ana Um futuro bom lhes chama E eu Todinho, seu querido bezerrinho,pra não chorar eu vou sorrir!

Edson (funcionário do Hospital de Ruminantes)

Carolina Luz (Gin 81)

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SPOTTED Eu amo a aconchego ❤ nemvem parece ser um fofo, o processo seletivo pra bjar ele tá aberto? quero mandar meu currículo, mas não sei que tipo de bocas ele bja

nivaldo, você é um doce, obrigadx por smp ser tão gentil e animado ❤ Noya da 82, vc é uma deusa da beleza, sou apaixonadx

será que se alguém fizer uma batidada à fantasia de memes, a Bu aparecer por lá? #butidada @GalpaoDaVet vc tá lindo demais e bem aconchegante! Amei o insta.

Timão me chama de MD e vem me dar uma dedadinha!

amar gato é legal, mas a-mar-cão é sensacional silene vc é um mulherão e eu te admiro demais!!! vc é mt forte e nossa amizade é muito importante pra mim... te amooooo. p.s: eu agradeço.

Eu só queria dizer que o Estábulo é maravilhoso, beijosss <3

Marcão, eu amo seu brownie

Alcateia, agradeço todos os dias por ter vocês na minha vida! Amo vocês demais, lobinhus

Teu Cu, ta afim de comer um espetinho ou uma empadinha comigo?... sei la

Claudia Momo fada sem defeitos Gertrudes aka peixe-boi da 83 eu te amo

Globe quero te dar uns bj, bora fechar?

Timão é um pacote completo de pura safadeza... para de falar e vem beijar minha boca logo seu suricato noiado!

Eddy, vamo Diego me da 1 bejo pf socializar essa boquinha te pago UMA COCA vc é meu MASTER CRUSH ai irmão (surpresa heheheh)

que tipo de animal selvagem eu preciso ser pra toko me dar um bj? 17


AG O UO TU ST BO R O2 02 1091 9

AGENDA VETERINÁRIA

NOVEMBRO 01/11 SHOW DE TALENTOS DIABÓLICA Local: Espaço Faria Lima (Av. Brigadeiro Faria Lima, 804, SP) Evento pago

04/11

GEONCO

Diagnóstico e Prognóstico na Oncologia

07/11 GENEURO + GEMIRA: Módulo de Reabilitação Animal Acupuntura no Tratamento de Doenças Neuromusculares. Local: Anfiteatro Altino Antunes

GEPA: Módulo Medicina Veterinária do Coletivo Controle populacional

09/11 I Simposio de Medicina Aviária Evento pago

14/11

21/11

GENEURO + GEMIRA: Módulo de Reabilitação Animal

GENEURO + GEMIRA: Módulo de Reabilitação Animal

Tratamento de Paralisia Secundária à Hérnia de Disco. Local: Anfiteatro Altino Antunes

GEPA: Módulo Medicina Veterinária do Coletivo Doenças infecciosas e zoonóticas

Dor neuropática. Local: Anfiteatro Jacarandá do VPT

GEPA: Módulo Medicina Veterinária do Coletivo Rotina do MV em abrigos

29/11

15/11

MELHORES DO ANO

BIFE

Local: cidade a ser divulgada Evento pago

DEZEMBRO

16/11 BIFE

Local: cidade a ser divulgada Evento pago

17/11

07/12 I Curso de Etologia de Cães e Gatos

BIFE

Local: cidade a ser divulgada Evento pago

sem data definida/11

GEPPOA: Palestra de manejo reprodutivo em suínos,

Evento pago

08/12 I Curso de Etologia de Cães e Gatos

Evento pago

31/10 18h

GEBEA: Vampiro e Lobisomens entre nós

O conceito de "comportamento de doença" em raiva e outras doenças Local: Anfiteatro Andiroba


ESTÁBULO DE SÃO PAULO SENTIU FALTA DE ALGO? CRÍTICAS? SUGESTÕES? ENTRE EM CONTATO COM O ESTÁBULO! estabulosp@gmail.com

Edição 2019


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