Estábulo de São Paulo | Ano 9 | #011 | Outubro 2021

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CENTRO ACADÊMICO MOACYR ROSSI NILSSON

OUTUBRO 2021

ESTÁBULO DE SÃO PAULO

ORGANIZAÇÃO CHAPA CAFUNÉ


NESTA EDIÇÃO ACONTECE NA FMVZ

1. O Estábulo na Gestão CAfuné 2. Lendas urbanas BR 3. Concurso de Halloween 4. Filmes de terror

ORGANIZAÇÃO: Chapolin 83 (José Arthur) Chernobya 85 (Beatriz Marques) Chuca 86 (Beatriz Sassaki) Kabocanabotija 87 (Beatriz Cartaxo) Manda Chuva 86 (Janaína Ferraz) Marcão 83 (Rafaela Caetano) MeFuma 85 (Bruno Cardoso) Suan 87 (Beatriz Takeda) Woodstock 83 (Laís Oyama) Yokenela 87 (Clara Caldana)


O Estábulo na Gestão CAfuné Oi pessoal! A equipe do Estábulo veio deixar um recadinho paro nossos queridos leitores: com a nova gestão e de um novo ciclo, nós também temos novidades para as próximas edições! Por Chapolin e Mefuma

A primeira delas é: MAIS EDIÇÕES!

Neste ano, vamos nos esforçar para publicar edições mais frequentes, porém com menos conteúdo. Por isso, estejam preparados para ver uma edição do Estábulo durante todos os meses de aula!

Em segundo lugar…

Sabe aquele seu colega que é empreendedor? Que vende aqueles doces maravilhosos, ou aquela tua amiga que faz petsitter? Estamos muito felizes de inaugurar a sessão “Classificados VET”! Assim, vamos ajudar a divulgar o nosso trabalho e o de nossos colegas da FMVZ num cantinho reservado só para eles. Entre em contato com a gente!

Em terceiro lugar - calma, ainda tem mais!

Gosta de escrever sobre ciência e gosta de compartilhar essas informações? Manda pra gente! Teremos uma seção com textos de Divulgação Científica ;)

Por último, mas não menos importante!

Que a LAD é incrível não é uma novidade. Ficamos muito felizes de anunciar que as instituições terão um espacinho especial sempre que quiserem compartilhar algo com a comunidade FMVZ! Teremos uma seção de integração com a LAD! EJAV e a Atlética terão um espaço reservado para publicar no Estábulo.

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O Estábulo na Preparamos

uma

pequena

ficha

de

cada

um

de

nossos

estabulers,

para que vocês nos conheçam um pouquinho melhor! Por Marcão

Mefuma Área favorita: Cirurgia Curiosidade: gosta de ver vídeos de organização no Youtube

Por que decidiu entrar no Estábulo? "Tirando o fato de que só tem gente perfeita na equipe do Estábulo? Hahah Porque é um espaço onde sinto.. Liberdade, sabe? Pra escrever sobre o que quiser! "

Manda Chuva Área favorita: Cirurgia Curiosidade: tem alergia a cafeína e abacate Por que decidiu entrar no Estábulo?

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"Pelo amor a (fofoca) veterinária e todo o mundinho que a envolve e que muita gente não faz ideia."


Gestão CAfuné Preparamos

uma

pequena

ficha

de

cada

um

de

nossos

estabulers,

para que vocês nos conheçam um pouquinho melhor! Por Marcão

Woodstock Área favorita: Nutrição Curiosidade: aprendeu a letra inteira de Faroeste Caboclo pra irritar os outros

Por que decidiu entrar no Estábulo? "Achava o Estábulo interessante desde a minha semana de recepção. Quando a 83 assumiu a gestão do CA, me candidatei à diretoria por impulso (nunca me arrependi)."

Marcão Área favorita: Med Vet do Coletivo Curiosidade: gosta de comer batata frita com sorvete

Por que decidiu entrar no Estábulo? "Sempre achei o Estábulo incrível, quando a wood resolveu ressuscitar ele achei que era a hora perfeita de descobrir como funcionava e amei"

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O Estábulo na Preparamos

uma

pequena

ficha

de

cada

um

de

nossos

estabulers,

para que vocês nos conheçam um pouquinho melhor! Por Marcão

Chernobya Área favorita: Medicina Felina Curiosidade: é muito boa em comer lanches grandes sem derrubar nada

Por que decidiu entrar no Estábulo? "Amooooo escrever e sempre fui apaixonada pelo Estábulo <3"

Chapolin Área favorita: Preventiva Curiosidade: tem duas cicatrizes em linha reta que vão da nuca até a cintura

Por que decidiu entrar no Estábulo? "Eu queria fazer parte de um jornal/ revista quando era criança"

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Gestão CAfuné Preparamos

uma

pequena

ficha

de

cada

um

de

nossos

estabulers,

para que vocês nos conheçam um pouquinho melhor! Por Marcão

Yokenella Área favorita: Selvagens/reabilitação/BEA Curiosidade: para o que estiver fazendo para salvar besourinhos virados na rua

Por que decidiu entrar no Estábulo? "Acho que porque gosto muito de escrever e ler e quando vi que tinha um jornal na vet fiquei apaixonada❤️"

Suan Área favorita: Silvestres Curiosidade: sabe dar tchauzinho com o dedinho do pé

Por que decidiu entrar no Estábulo? "Porque sou fofoqueira e gosto muito de revistas e de escrever, ai juntou tudo que gosto num lugar só TE AMO ESTABULO "

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O Estábulo na Gestão CAfuné Preparamos

uma

pequena

ficha

de

cada

um

de

nossos

estabulers,

para que vocês nos conheçam um pouquinho melhor! Por Marcão

Kaboka

Área favorita: Felinos Curiosidade: adora comer chocolate, mas só se estiver assistindo um filme ou série Por que decidiu entrar no Estábulo? "eu não sei dizer exatamente o que me fez decidir entrar para o departamento, mas só sei que quando ouvi sobre o estábulo nas primeiras reuniões do CA, quando apresentavam os departamentos para os bixes da 87, algo no estábulo tocou meu coraçãozinho e me chamou pra fazer parte hahahah felizmente atendi o chamado e hoje amo essa equipe e o nosso trabalho!! Sou muito feliz aqui ❤️"

Chuca Área favorita: Medicina Felina, pasmem. Curiosidade: o último cachorro dela se chamava Pingo, mas ele era igual ao anterior (chamado Jhony) e aí ela e a família esqueciam do nome dele e chamavam de Jhony também. Pingo virou Jhony.

Por que decidiu entrar no Estábulo? "Eu entrei pro Estábulo porque eu via as edições e achava elas muito bonitas e queria fazer parte disso."

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Se quiser fazer parte dessa equipe linda , chama a gente <3


Matéria por: Chapolin 83

Lendas URBANAS BR Lembra daquela época que

morríamos de medo vendo os

"Lendas Urbanas" do programa do Gugu? Pois bem, algumas dessas histórias, que episódios de

permeiam o nosso imaginário a tempos, tem origens que você nem imagina! recontos:

Fica por dentro desses

De onde vem a loira do banheiro? A Loira do banheiro é uma das lendas mais famosas do Brasil, quem nunca chutou a porta do banheiro ou deu descarga falando palavrão,

tentando receber uma visitinha da diva do terror nacional?

A versão mais famosa do que seria a origem da lenda é a história de Maria Augusta de Oliveira, uma mulher que viveu no século XIX em Guaratinguetá.

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Maria Augusta era filha do Visconde de Guaratinguetá, que a forçou em um casamento arranjado com um homem muito mais

velho quando ela tinha apenas 14 anos de idade. Infeliz com o

4 anos depois. Depois do divórcio vendeu suas jóias e fugiu para Paris, onde ela veio a falecer aos 26 anos de idade. Seu atestado de óbito de óbito foi perdido, assim a causa da sua morte se tornou um mistério. Após retornar ao Brasil, seu corpo foi mantido exposto dentro de uma redoma de vidro na mansão de sua família, casamento, a moça separou-se do marido

enquanto o túmulo onde ela seria enterrada era preparado.

Nessa época algumas pessoas já começaram a dizer que viam Maria sair da redoma de vidro. Em 1902, dez anos após o enterro, o casarão da família foi transformado na Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves. Após algum tempo começaram a surgir boatos de que Maria assombrava a escola, principalmente onde os banheiros, onde ela

Esta associação deve-se provavelmente à suspeita de que ela tenha morrido de Raiva, abria as torneiras para tomar água.

doença que leva a desidratação por conta do comprometimento do reflexo de deglutição.

Para reforçar ainda mais a lenda, em 1916

um incêndio misterioso atingiu o colégio.

Com o tempo a história foi se espalhando pelos colégios do Brasil, onde ela se misturou com a lenda americana da Blood Mary, ganhou seus rituais de invocação e a aparência atual de uma moça loira com vestes brancas.

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De onde vem o medo da Sexta-feira 13? Você já se perguntou qual a origem da sexta-feira 13? Não, não é por causa da série de filmes de terror. Na verdade, a origem real do medo que as pessoas têm desta data é desconhecida.

No entanto, existem algumas especulações de

onde ele teria surgido.

Hipótese 1: Cristianismo Uma das prováveis origens apontadas para a sexta-feira 13 estaria na tradição cristã. Na última ceia de Jesus ele se reuniu com 12 pessoas e, contando com ele, temos 13 pessoas. No dia seguinte ele teria sido crucificado, em uma sexta-feira.

Também há associações do 13 com o livro do Apocalipse, onde o 13 é apontado como o número da besta. Outra origem teria relação com as inúmeras referências ao número 12 na bíblia (12 tribos de Israel, 12 apóstolos), sendo assim o 13 seria um número imperfeito.

Hipótese 2: Mitologia Nórdica Outra possível origem estaria na mitologia nórdica. Segundo uma lenda, Odin teria realizado um banquete para outras doze divindades. Loki, o deus da discórdia e enganação, não foi convidado para a reunião e ao saber disso armou uma confusão que terminou com a morte de um dos convidados.

Assim teria surgido a ideia de que uma

reunião com mais de doze pessoas traria azar.

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Ainda em relação com a mitologia nórdica há uma outra versão que estaria relacionada com Frigga, deusa do amor e da beleza. Para forçar a conversão dos povos escandinavos ao cristianismo, que tinham muito apreço por

Frigga, a Igreja Católica teria espalhado a

versão de que ela era uma bruxa que se reunia com o diabo e mais onze bruxas toda sexta-feira, a fim de trazer pragas para a humanidade.

Hipótese 3: Monarquia Francesa A história conta que o rei Felipe IV se sentiu ameaçado pelo poder da Igreja Católica dentro do seu país, e na tentativa de contornar a situação ele teria tentado entrar para a ordem dos cavaleiros templários, porém ele foi recusado.

Frustrado, ele teria ordenado a

execução dos templários, em uma sexta-feira,

13 de outubro de 1307.

FONTES: Rodrigues, Filipe. Morte misteriosa inspirou lenda da 'Loira do Banheiro' em Guaratinguetá. G1, Vale do Paraíba, 30 de outubro de 2015. Disponível em <http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2015/10/morte-misteriosainspirou-lenda-da-loira-do-banheiro-em-guaratingueta.html>. Acesso em 22 de outubro de 2021. SOUSA, Rainer Gonçalves. "Sexta-feira 13"; Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/sextafeira-13.htm>. Acesso em 22 de outubro de 2021.

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HISTÓRIAS DE TERROR Quer deixar o seu final de ano ainda mais aterrorizante? Então da uma olhadinha em alguns dos nossos contos de terror que estão concorrendo um vale iFood do nosso concurso!

Ainda dá tempo de enviar pra próxima edição rs

Realidades "Prezade alune, você obteve 4,89 de média final após realizar a as provas finais da disciplina VXX0002. Infelizmente não posso oferecer um novo método de avaliação somente para você pois seria injusto com o demais. Atenciosamente, Professore Dre."

"Care alune, infelizmente não será possível realizar o exame para a recuperação já que, segundo a lista de presença, você esteve presente em menos do que 70% das aulas. Abraço! Professore Dre." "Care alune, Infelizmente u senhore não foi selecionade para o projeto de IC devido às disciplinas obrigatórias pendentes em seu histórico. Esperamos contar com a sua presença na próxima edição! Abraço, Professore Dre."

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"Bom dia, alune! Segundo o nosso sistema, a justificativa de extensão do prazo de trancamento foi negada, não sendo aceita a alegação de questões mentais sem um atestado médico anexado. Em decorrência disso, você precisará cursar ao menos 12 créditos este semestre para que não seja jubilado. Att., Serviço de Graduação" "Fulane, boa noite! Peço desculpas pela demora em responder, a internet aqui no Caribe é pouco estável. Agradeço o interesse em cursar essa disciplina optativa, mas é necessário que seja aprovado na VXX0002 e na VYY1110 antes, como indica o sistema Jupiterweb, assim você terá a base necessária para acompanhar a disciplina. nfelizmente, ser reprovado duas vezes na VXX0002 não garante que u senhore está apte para acompanhar minhas aulas na optativa. Espero te ver ano que vem! Boas férias! Professore Dre." "Bom dia, Fulane! O recurso que u senhore submeteu ao Serviço de Graduação da sua unidade foi negado. Sentimos muito ao informar que, infelizmente, excedeu o tempo de 7 anos e meio para cursar as disiciplinas obrigatórias necessárias e o estágio obrigatório, então não será possível concluir o curso. Favor passar aqui no serviço para formalizar o jubilamento. Atenciosamente, Serviço de Graduação"

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Desorientação Era um fim de tarde bonito, eu e meus amigos caminhávamos numa trilha no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, já no trajeto de volta para o carro. Sempre fui meio tímida, então era a última da fila. Meus amigos, rindo, conversavam sobre uma série a qual eu não tinha assistido. Já estávamos na trilha fazia várias horas, a água da minha garrafinha tinha acabado e fazia calor. De repente, olhei para baixo e percebi que meu cadarço estava desamarrado. Eu me abaixei para amarrar o cadarço e, quando levantei, meus amigos tinham sumido. Não fiquei preocupada, afinal, era uma trilha, bastava eu correr um pouco que logo alcançaria eles. Então corri. Por 30 segundos. Um minuto. Dois... Cadê eles?! Estão pregando uma peça em mim, não é possível. Isso é ridículo. Saquei meu telefone para ligar para uma das meninas. Sem bateria. Estou realmente estou sendo vítima de um clichê de filme de terror? Cansada de correr, decidi que iria só andar sozinha até o final da trilha, ia ficar tudo bem, não faltava muito e eles provavelmente estariam me esperando no carro. Andei por mais algum tempo, até que cheguei a uma bifurcação na trilha. Ótimo, e agora, esquerda ou direita? Como vou saber para onde foram? Exasperada, cobri o rosto com as mãos e soltei um suspiro. Então alguém falou comigo: — Seus companheiros foram pela esquerda. Eu me virei na direção do som e não vi ninguém. Tá bom que não dormi direito ontem, mas será mesmo que estou ouvindo vozes? A voz explicou: — Aqui em cima. Olhei para cima e vi que a voz estava vindo de... um pequeno pássaro, creio que um sabiálaranjeira, que descansava pousado num galho. Esse sabiá acabou de falar comigo? Não, eu nem bebi hoje. Era só alguém tirando uma comigo. — Quem está aí? — perguntei, esperando que a resposta venha de um ser humano escondido atrás de uma árvore ou algo assim. — Sou eu, aqui em cima. Seus companheiros foram pela esquerda. — o pássaro me respondeu. A voz saiu diretamente de seu pequeno bico. O pássaro falou, falou mesmo. Será que comi algum cogumelo duvidoso no café da manhã? Ah, já sei: devia ser a minha intuição. A minha intuição estava dizendo que foram pela esquerda... mas a minha intuição normalmente está errada. Então fui pela direita. Caminhei por alguns minutos até chegar numa clareira sem saída com uma grande casa branca no meio. Uh, deve ser a base da guarda florestal ou algo do tipo. Esse não é o caminho certo para o carro. Acho que eu devia ter escutado aquele sabiá — digo, a minha intuição. Então eu voltei até chegar à bifurcação novamente. Beleza, dessa vez vou pela esquerda, afinal, a esquerda sempre é o melhor caminho, certo? Segui caminhando por alguns minutos até que... cheguei numa clareira sem saída com uma grande casa branca no meio. A casa era idêntica a outra, as mesmas janelas marrons, o mesmo canteiro de flores na frente. Eu tomei o mesmo caminho por engano? Tudo nessa floresta é igual. Eu devo ter me enganado, é isso. Eu tomei a direita de novo por engano, deve ter sido isso.

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Então eu caminho de volta a bifurcação e... percebo que eu tinha de fato ido pela esquerda. Os dois caminhos levavam à mesma clareira com a mesma casa? Era uma trilha sem saída? Não é possível... E fui pelo caminho da direita novamente, e topei com a bendita casa novamente. E pela esquerda. E pela direita. E eu sempre chegava na clareira com a casa. E era sempre uma clareira sem saída, apenas com a trilha pela qual cheguei. Depois de algumas vezes repetindo o trajeto, parei em frente a casa. Senti uma vibe meio O Massacre da Serra Elétrica. Eu não queria entrar nessa casa, vai que tem uma família de canibais com serras elétricas prontos para me servir de jantar? Eu não queria bater na porta, mas tentei racionalizar a situação: eu estava perdida, sem bateria no celular e ouvindo vozes: precisava pedir ajuda. E na realidade provavelmente essa casa era uma base da guarda florestal, certo? E nessa casa devia ter pessoas, pessoas com um telefone, certo?

Nervosa, forcei-me a dar passos em direção a casa. E a cada passo aumentava a sensação irracional de pavor e angústia. Calma, mulher, vai ficar tudo bem. Quando cheguei na porta, escutei uma risada atrás de mim, vinda da trilha pela qual eu tinha chegado. — Quem está aí?! — perguntei, virando-me para trás enquanto procurava a origem da voz. Nada. Ninguém. Eu estava imaginando coisas, com certeza, era só uma alucinação. Tentei me acalmar. Tomei coragem e enfim bati na porta da casa. Esperei alguns segundos e ninguém respondeu. Bati novamente. Nada. Comecei a sentir um desespero indescritível. O que essa casa fazia no meio da trilha? Parecia uma casa comum onde alguém moraria, não parecia uma base da guarda florestal. Quem estava aí dentro, e por que não estavam me respondendo? Tinha alguém aí dentro? Eram duas casas diferentes, ou eu realmente tinha perdido a sanidade e estava confundindo os dois caminhos? Tentando me tranquilizar, eu me convenci de que se eu só esperasse na bifurcação, Eventualmente meus amigos viriam me buscar para irmos embora. É impossível que eles ainda não tivessem percebido minha ausência... né?... Retornei à bifurcação, sentei-me em cima de minha mochila e olhei para cima: lá estava o sabiá-laranjeira falante. Eu o encarei fixamente por alguns segundos, esperando que falasse novamente. Silêncio. Gargalhei: era só um sabiá comum e não falante. Eu estava apenas alucinando mais cedo. Logo vão vir me buscar e vai ficar tudo bem. — Do que você está rindo tanto? — o sabiá falou novamente. Soltei um grito. A criatura riu... a mesma risada que tinha escutado mais cedo. Percebi que a ave agora estava pousada sobre um ninho, cheio de ovinhos. — Você devia ter me escutado quando falei para ir pela esquerda... De repente, o pássaro salta para o galho ao lado e empurra o ninho para o chão, de modo que os ovinhos caíram todos, bem aos meus pés. Olhei para baixo e constatei, horrorizada, que não se tratavam de ovinhos de sabiá, mas sim de globos oculares. Olhos humanos. Foi nesse momento que percebi que eu nunca sairia daquela bifurcação.

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Espectador Sabe quando você está esperando alguém, distraído com a multidão ou com o celular? Você percebe um movimento de canto de olho e quando levanta o olhar, você acha o seu amigo na multidão. Mas, aqui, agora, quando você levanta o rosto na direção do movimento, não encontra nada. Não tem ninguém se aproximando. Nenhum rosto familiar. Só uma impressão.

Essa é a primeira vez.

Na próxima, parece que a pessoa está mais perto. Como quando o seu amigo está a uma distância suficiente para chamar a sua atenção acenando. Mas, de novo, quando você levanta o olhar, nada. Você olha para trás para ter certeza, mas não encontra ninguém. Em outro momento, é como se o seu amigo estivesse próximo o suficiente para chamar seu nome. Dependendo do amigo, ele pode te chamar ou pode tentar te pegar desprevenido, chegando de fininho para te assustar. Às vezes você o nota antes e vocês riem. Dessa vez, parecia uma situação em que você o pegaria antes do ato, antes do susto; você percebe um movimento rasteiro na sua visão periférica e olha ao redor, mas... nada. Chega um dia que a impressão é quando seu amigo está já ao seu lado –aqueles momentos que você está tão absorvido na própria mente que não sabe de onde seu amigo surgiu. Ele fica esperando ao seu lado até que você note a presença. E desse mesmo jeito, nesse dia, você está no celular, e percebe alguém bem ao seu lado, esperando ser notado, mas quando você olha... Só que dessa vez existe uma diferença: você consegue sentir uma pressão no ombro, como quando seu amigo pousa a mão ali antes de te puxar para um abraço. O calor do cumprimento estava ali, deficiente de uma fonte. A boa notícia é que depois disso a impressão some. Você não vê mais nada de canto de olho que não esteja realmente ali. Você espera, se pega pensando quando foi a última vez, buscando se preparar. Mas não volta mais a acontecer. A notícia ruim? A sensação no ombro persiste. Como se alguém estivesse com a mão ali enquanto você caminha, enquanto cozinha, enquanto vê filmes. Você quase se acostuma, até que um dia - também some. Na manhã seguinte, você acorda com uma carícia suave no braço. A sua própria mão. Você sacode os braços, tentando se livrar da dormência. Já a sua garganta está áspera, e quando você tenta falar, a sua voz está rouca. Você sonhou mesmo que conversava, ou que pelo menos alguém usava a sua voz enquanto você escutava –como um espectador. Talvez você tenha passado a noite falando enquanto dormia, não seria a primeira vez. Um sonho que não gostaria de ter novamente, mas definitivamente um sonho. Exceto que quando você vai ao banheiro –agora bem acordado–, a sua mão se move por conta própria até a pia. Apesar de querer entrar em pânico, a sua respiração está calma, e seus músculos relaxados; e quando você levanta o olhar para o espelho, você está ciente que não mexe os lábios, mas o reflexo abre um sorriso.

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Filmes de terror O Halloween chegou! Tá procurando aquele filminho de terror para assistir com os amigos nessa época de trevas e escuridão? A equipe do Estábulo separou alguns filmes que adoramos e que você pode curtir também! Por Cherno, Wood e Suan

Clássicos do gênero Halloween (1978) Halloween é o filme clássico do subgênero de terror “slasher”, ou seja, um filme em que um cara mascarado sai por aí assassinando adolescentes com os hormônios à flor da pele. Acompanhe o famoso Michael Myers na sua busca por sangue, enquanto uma protagonista feminina corajosa luta para proteger seus amigos e família.

Pânico (1996) Esse é considerado um dos melhores filmes de terror entre os fãs do gênero. Também um “slasher”, Pânico revolucionou o gênero ao satirizar os clichês de filmes de terror com uma dose alta de metalinguagem, mas sem perder o aspecto terroresco. Inspirado em parte em Halloween, também conta com uma protagonista feminina forte e personagens carismáticos pelos quais você vai se apaixonar — e sofrer muito quando forem mortos!

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Dos últimos anos Corra! (2017) Dirigido pelo genial Jordan Peele, esse filme acompanha a história de um rapaz negro que namora uma garota branca e vai pela primeira vez conhecer os pais dela — numa casa isolada no meio do nada, é claro. Com várias reviravoltas, a trama vai te deixar torcendo muito para que o protagonista saia dessa, além de te fazer refletir sobre o racismo nos tempos modernos.

Rua do Medo- 1994; 1978; 1666 (2021) Essa trilogia é obra original da Netflix e é baseada em uma série de livros do mesmo autor de Goosebumps. Os filmes remetem a referências do terror clássico (como Sexta feira 13 e Halloween) para criar uma narrativa moderna (que se passa no passado), com muitas confusões de espaço e tempo. A história gira em torno de uma cidade que é conhecida por ser amaldiçoada e um grupo de adolescentes acabam tendo que desvendar a história de Shadyside para continuarem vivos. Cada filme da trilogia se passa em uma época diferente, em que o primeiro fala sobre os acontecimentos do “presente”, e nos seguintes o passado é explorado para entender os acontecimentos infortúnios da cidade. É um filme de terror com alguns jumpscares que assustam, mas não te deixa morrendo de medo.

It - A Coisa (2017, 2019) Baseado no livro de Stephen King, It conta a história de 7 crianças (uma pegada meio Stranger Things) que enfrentam um palhaço assassino/entidade superpoderosa maligna comedora de carne humana que assombra sua cidade. Conta com alguns jumpscares, mas a maior parte do terror fica por conta do enredo assustador e a atmosfera tenebrosa. A sequência, de 2019, continua a história décadas depois, com nossos heróis crescidos enfrentando a entidade uma segunda vez.

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Cult Midsommar (2019) Esse filme retrata o famoso Choque de Cultura (não, não o do Rogerinho do Ingá). Um grupo

de

jovens

estadunidenses

visita

uma

comunidade

remota

na

Suécia

para

participar do seu festival do meio do verão (“Midsommar”), mas as pessoas de lá acabam

tendo certos hábitos culturais um pouco

diferentes. Esse aqui definitivamente não é

para assistir com os pais, e nem com o crush, por motivos que você só vai descobrir assistindo o filme.

Mãe! (2017) Olha, eu não vou falar nada sobre esse filme. Ok, vou falar só uma coisa: tem cenas bem sangrentas que podem impressionar espectadores mais sensíveis. Mas prometo que o filme passa uma mensagem bem interessante, e o choque faz parte dela.

Ilha do medo (2010) Filme cult dirigido por Scorsese e estrelado por Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo, só por essa parte já vale a pena assistir. O filme não é terror, mas é um suspense psicológico que vai te deixar maluquinho das ideias depois de assistir. Uma recomendação para quem não é tão fã de terror tradicional mas ainda sim quer assistir algo que dê medo nesse halloween.

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Animais Que fique registrado que somos contra demonizar qualquer bichinho, mas não tem como falar de terror sem abordar esse subgênero que é o "ain, socorro, esse animal sanguinário decidiu nos atacar, corram para as colinas."

Tubarão (1975) O clássico de Spielberg dispensa apresentações. O filme que popularizou esse gênero de terror com animais é um clássico — o roteiro é mais ou menos a mesma coisa que todos os outros filmes de tubarão, mas, hey, esse é o original! Ele é de uma era pré-CGI, então vale a pena se atentar aos efeitos práticos.

Sharknado (2013) É um tornado. Um tornado de tubarões. Não é exatamente um clássico, e a construção de personagens (e de narrativa, e de conflito, e de tubarões) deixa um pouco a desejar, PORÉM é uma boa pedida pra quem curte filmes com uma pegada mais ‘terrir’. EU realmente botei sharknado na matéria, gente. Desculpa.

Anaconda (1997) O filme, não o clipe. Conta a história de um grupo de pesquisadores que viaja para a Amazônia, mas acaba encontrando uma cobra gigante assustadora que curte matar uns humanos (e também encontram humanos que curtem matar outros humanos, o que faz mais sentido). Talvez um pouco de zoologia freestyle, mas eu coloquei sharknado aqui.

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Fantasmas & bonecos possuídos A Entidade (2012/2015) Esse filme conta a clássica história da família que se muda para uma casa com histórico duvidoso e começam a experienciar atividades paranormais. Ele se diferencia de outros filmes com esse enredo, pois tem uma narrativa realmente assustadora e com mistérios que te prendem na tela para conseguir entender o que causa mal a família. Sua narrativa é tão boa que até sua sequência não perde a qualidade e vai fazer você ficar com medo por uns dias

Chucky - O Boneco Assassino (1988) Uma nova série sobre o Chucky está sendo lançada, então vale a pena revisitar esse clássico. O primeiro filme conta a história de um boneco que é possuído pelo espírito de um assassino humano (começamos bem, né). O tal do boneco acaba sendo dado de presente para um garoto e começa uma nova série de assassinatos.

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ESTÁBULO DE SÃO PAULO

SENTIU FALTA DE ALGO? CRÍTICAS? SUGESTÕES? ENTRE EM CONTATO COM O ESTÁBULO! estabulosp@gmail.com


2021


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