CENTRO ACADÊMICO MOACYR ROSSI NILSSON
FEVEREIRO 2021
ESTÁBULO DE SÃO PAULO
ORGANIZAÇÃO CHAPA ÁGORA
NESTA EDIÇÃO ACONTECE NA FMVZ 1. Nono Semestre 2. Grupos de Estudos x Ligas 3. Zaragoza 4. Signos na FMVZ 5. Arte Na Veterinária 6. Spotted (?)
ORGANIZADORES Cacatua Rosa 85 (Isabelle Furkim) Chernobya 85 (Beatriz Marques) Chuca 86 (Beatriz Sassaki) Lapras 85 (João Vitor de Aquino) Manda Chuva 86 (Janaína Ferraz) Marcão 83 (Rafaela Caetano) Me Fuma 85 (Bruno Cardoso) Pintinho 86 (Juliane Regina) Sigma 84 (Larissa Salomé Gomes) Chapolin 83 (José Arthur) Silene 83 (Talita Beck) Smeagol 84 (Marcos Alves) Woodstock 83 (Laís Oyama) ARTES POR Chuca 86 (Beatriz Sassaki) Manda Chuva 86 (Janaína Ferraz)
Matéria de Silene (83) e Cacatua Rosa (85)
9° semestre Por que houve a mudança? As novas diretrizes do MEC exigiram um Estágio Curricular Obrigatório de Formação em Serviço. Essa normativa foi feita com o objetivo de barrar a formação de faculdades de Medicina Veterinária à distância, e por esse motivo, o nono semestre foi reformulado com o formato presencial, dentro da própria universidade. A ideia é a de que apenas as faculdades com estrutura própria (ou seja, presenciais), teriam os requisitos necessários para formar médicos veterinários adequados para o mercado de trabalho. Assim, a Comissão de Graduação da FMVZ, juntamente com as de outras faculdades, tiveram um período para planejar as mudanças e colocá-las em prática, atendendo às novas exigências do MEC.
ê precisa O que voc eo saber sobr nono misterioso semestre?
Além disso, existe uma exigência de que a formação veterinária seja generalista, com especialização na pós-graduação. Nessa perspectiva, a faculdade deve oferecer ensino sobre todas as espécies e áreas. Confira um trecho da formulação que resume as decisões do MEC: “A aprendizagem pelo trabalho é fator fundamental para a formação do profissional. É por meio da vivência nas diferentes áreas de atuação da profissão que se aprende o relacionamento interpessoal e com os animais”.
Quais são as divisões/áreas? As áreas contempladas divididas em três módulos:
foram
Medicina Veterinária de Rebanho Medicina Veterinária Preventiva Medicina Veterinária do Indivíduo
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Cada módulo foi dividido de maneira diferente em ênfases. Medicina Veterinária do Indivíduo: Pequenos Grandes Medicina Veterinária Preventiva: Saúde pública e preventiva Medicina Veterinária de Rebanho:
Suínos Bovinos de corte Bovinos de leite Equídeos Aves
Pode repetir módulo e/ou ênfase? Infelizmente não será possível repetir módulo ou ênfase. Ou seja, cada aluno precisa escolher somente uma ênfase de cada módulo disponível. Essa decisão foi feita a fim de contemplar as novas diretrizes do MEC que pedem que nossa formação seja abrangente e generalista.
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E se a área que quero seguir não está sendo contemplada? A nova divisão do nono semestre é uma mudança bastante recente, e com o tempo tende a ser cada vez mais aprimorada, abrangendo cada vez mais áreas. Além disso, como ela precisa ser oferecida dentro da própria universidade, estamos limitados às estruturas da própria FMVZ. Sabemos que não é o ideal, mas por enquanto, será necessário que busquemos as áreas de nosso interesse em outros momentos da graduação, seja por meio de matérias optativas, estágios extracurriculares e iniciações científicas.
Quem serão os professores orientadores? Os professores orientadores do Estágio de Formação em Serviço, assim como quando procuramos um orientador ou orientadora para o Estágio Curricular Obrigatório no 10º semestre, são pessoas do corpo docente escolhidas por nós, alunes, para nos auxiliar nesse período.
Em geral, as escolhas de orientadores são baseadas na área que a pessoa deseja seguir. Nossos professores são profissionais extremamente qualificados que estão ao nosso dispor e querem nos ajudar a nos tornarmos os melhores profissionais que podemos ser! O docente, assim, tem mais experiência e contatos e podem nos guiar para chegarmos onde almejamos.
Lembre-se: o nono semestre é apenas uma pequena etapa de toda a sua graduação (e que pode ser inclusive uma oportunidade para conhecer uma área que você nunca teve muito contato!).
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Matéria de Mefuma e Chernobya (85)
Grupo de Estudo VS Liga Acadêmica Qual o futuro de nossos GEs? Pesquisas realizadas no IP-BR (Instituto Paranoias), frequentemente citado por diversos políticos brasileiros devido à sua alta credibilidade e transparência, afirmam que 99,9% dos estudantes da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo farão parte de um dos Grupos de Estudo (GE) existentes na instituição em algum ponto de sua jornada acadêmica. No ano de 2020, os grupos foram notificados de que ocorreriam mudanças na forma como lidamos com as questões burocráticas por dentro do ambiente universitário. Isso nos levanta algumas questões, mas como um bom açougueiro, vamos por partes!
O que são os grupos de estudos? São entidades idealizadas e geridas pelos alunos da FMVZ-USP com o intuito de aproximar os estudantes a temas de interesse mútuo – que podem ou não já ser contemplados pela grade da universidade. Suas atividades, em grande maioria, consistem na realização de palestras com profissionais das respectivas áreas e estudos dirigidos. Até onde a Equipe do Estábulo de São Paulo tem conhecimento, os GE’s existem há décadas exatamente como estão, com ampla autonomia para organização de palestras e eventos. Atualmente, os alunos da vet realizam a gestão de cerca de 20 Grupos de Estudo.
O que é necessário para ser um GE?
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1
Ser associado ao CAMRN ou à EJAV, assinando um termo de compromisso
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Ter ume ou mais docentes orientadorus
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Ter representantes que possam responder pelo GE perante às instituições e orientadorus
Como descobrimos que as coisas mudariam? Certo dia, num reino muito distante, um peixinho se inteirou de uma lenda muito antiga que dizia que as instituições da FMVZ-USP têm direito a um endereço de e-mail @usp contanto que os professores orientadores os solicitem. Animado com a notícia, nadou por todos os rios e canais – encontrando diversas outras espécies pelo caminho – na busca de conseguir o tal e-mail e obter o poder sagrado do armazenamento ilimitado no Google Drive. Cansado de tanto procurar, o peixinho foi direto à fonte: entrou em contato com o velho fauno, antigo responsável por manter a ordem no pântano onde ele vivia, o qual por certo saberia de tudo. O fauno, animado com a ideia, convocou uma reunião com todas as entidades orientadoras responsáveis pela natureza do lugar e todos os animais membros de GE’s da região duas grandes reuniões, as quais duraram 3 dias e 3 noites (cada uma!). Por algum motivo, a grande maioria das entidades não sabia nada sobre as atividades que os animais do pântano faziam nos tais grupos e muito menos sobre essa história de e-mail @usp. Isso gerou tanto admiração (por perceberem a importância da atividade de cada animalzinho em seu nicho ecológico) quanto preocupação (por não estarem inteirados dos possíveis perigos aos quais o pântano estava exposto devido às práticas dos animais por não estarem sob uma direção mais cuidadosa). Ao final dessas famigeradas reuniões, o peixinho e TODOS os outros animais ficaram com algumas lições de casa e um aviso prévio: as coisas seriam regularizadas – de uma maneira ou de outra –, assim as entidades poderiam garantir a segurança de todos os moradores do pântano. Moral da história: cuidado onde você se mete, universitárie!
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Em português, qual é o real problema? De certa forma, muitos dos professores orientadores não tinham nem ideia do que os seus respectivos GEs realizavam em seus nomes. Isso levanta uma série de problemas que não cabe ao Estábulo apontar aqui (mas vocês podem se informar com qualquer GE rsrs), mas é um problema bem sério e envolve questões legais (por levarmos os nomes dos professores e da faculdade), ainda mais porque as coisas têm ocorrido assim, de forma irregular, há vários anos. É uma [redacted] de uma cebola que precisa ser descascada o mais rápido possível.
E agora? Bem, a verdade é que estamos [redacted], tipo pra [redacted]. Após essas reuniões com os professores, algumas opções foram levantadas e a que mais apeteceu aos orientadores foi a de entrar em contato com a FM-USP e ver como eles gerenciam as Ligas Acadêmicas, uma vez que um dos antigos grupos de estudo já estava indo atrás de se tornar uma Liga. Para nossa sorte como estudantes da VET, a maravilhosa LiSU já existe em nossa faculdade, então o processo para a conversão em Liga não é um completo tiro no escuro. Contudo, quanto mais nos informamos sobre a questão, mais trabalhosa ela nos parece. Apesar disso, a faculdade nos garantiu que nos auxiliará em todo o processo de regularização. Uma coisa é clara: do jeito que está, não fica mais.
E você, alune? Já fez parte de algum grupo de estudos ou liga acadêmica da VET? Temos vários hein, dá uma olhada (e sigam todas as redes sociais): Aquáticos Selvagens BEA Cirurgia Felinos Aves
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Espiritualidade Pequenos Animais Patologia Equinos Pets Não Convencionais Produção e POA
Reprodução Oncologia Saúde Única Anestesiologia e Intensivismo Medicina Integrativa e Reabilitação
Tá, mas o que muda entre GE x Liga? Em resumo...
Aumenta a gama de atividades que podemos realizar nas dependências da faculdade Aumenta o valor do reconhecimento (vulgo certificado) pelo trabalho que já fazemos e que atualmente não conta pontos tantos pontos na prova de residência do HOVET como poderia, por exemplo
as ntr
Co
P
rós
Maior burocratização Requer mais tempo e energia nessa transição Necessidade de responder aos orientadores e pedir autorização prévia para realizar novas atividades
Por fim... Os GEs são uma parte importante da vivência na VET (e não somente na FMVZ USP, pois é uma prática difundida pelo país todo entre estudantes de veterinária). Muitas vezes, eles são responsáveis por* impedir que nos desanimemos demais com a graduação, uma vez que muitos deles lidam com temas que não são muito abordados na nossa grade curricular (ou que são abordados, porém não com a profundidade que a pessoa gostaria). Ademais, os grupos de estudo também nos fornecem a oportunidade de desenvolver outras habilidades necessárias para a vida, a citar algumas: trabalho em equipe, empatia, responsabilidade, liderança e proatividade.No fim das contas, a história está longe de acabar. Com a imprevisibilidade devido a pandemia, as reuniões e conversas para definir no que tudo isso vai dar acabaram sendo deixadas de lado por hora. Águas ainda irão rolar, e temos que ficar atentes pois as coisas vão mudar bastante (e acreditamos que todos esperam que mudem para melhor), mas não sabemos ainda o que irá nos custar. 07
Por dentro da VET Especial Zaragoza Matéria de Sigma (84)
Estábulo de SP criou o grupo
Confira a entrevista com a Smurf e o Carbúnculo sobre a experiência que estão vivendo em Zaragoza!
Smurf entrou no grupo
Carbs entrou no grupo
Como foi todo o processo seletivo? Qual parte vocês acharam mais difícil?
Posso sinceramente falar que foi o ano mais estressante da minha vida HAHAHAHAHA. Acho que o pior foi não saber direito como seria, sabe? A gente não tinha editais anteriores para se embasar, não tinha ideia se o que a gente tinha feito nos últimos 3 anos da graduação seriam contabilizados… Sem falar que eu sabia um sincero -2 de espanhol e isso me deixava muito ansiosa. Ter muito pouco tempo para me preparar, aceitar que provavelmente eu não conseguiria me organizar como gostaria e ter que lidar com mil e uma responsabilidades (eu tinha acabado de pegar a presidência do CA, então minha cabeça tava a milhão) foram realmente os desafios em questão. A entrega dos documentos foi mais um alívio mesmo porque eu sabia que aquela fase tinha acabado e a entrevista foi uma delícia, sensação de dever cumprido e que eu tinha dado meu melhor. Mas o pré entrega de documentos vish…. isso sim que é a tensão KKKKK
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Pô, só de participar do processo seletivo já foi uma experiência muito f***. Foi um desafio que me ensinou muita coisa, e que no final das contas me trouxe experiências que eu não havia: Eu sabia o básico do inglês, mas tive que aprender como funciona um teste de proficiência; Eu não sabia espanhol e tive que aprender uma nova língua, e isso me fez me aproximar de novas pessoas que me ajudaram MUITO nesse processo todo; Me permitiu ter um relacionamento mais estreito com professores do corpo docente e com o pessoal do administrativo da faculdade (que ao meu juízo é uma coisa super importante); Tive que organizar sistematicamente meu currículo e as certificações, que é uma coisa que eu já teria que fazer em algum momento pra entrar no mercado de trabalho. E sei lá... no final de todas as etapas, antes de sair o resultado, eu já me sentia satisfeito com tudo que tinha rolado. O processo em si me ensinou muito. Pra mim foi meio complicado aprender um novo idioma em pouco tempo, era claramente meu primeiro gargalo. Depois eu tive muito receio da entrevista, porque mano, uma entrevista por si só já parecia um desafio grande suficiente, mas uma entrevista em um outro idioma que eu CLARAMENTE não domino?! Ai é f***. Mas com toda sinceridade do mundo: a entrevista foi uma das melhores etapas, super tranquilas, e tudo isso graças aos professores que criam uma atmosfera maravilhosa pra você se sentir à vontade e confortável. Pra terminar e pontuar uma coisa que de fato foi complicada, é a organização e o controle emocional/psicológico. Passar por tudo isso em um momento em que a graduação por si só já exige muito tempo e energia, foi difícil pra caramba. Meu conselho seria pensar bem antes de se propor passar por isso, e a partir do momento que a resposta for “sim”, entrar de cabeça do começo ao fim.
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O que vocês mais estranharam no começo? Em relação às pessoas, faculdade, aulas e etc?
Acho que o que a gente mais repara quando tá num lugar novo são coisinhas minúsculas do dia a dia que a gente compara inconscientemente com a nossa casa. Até hoje eu olho pra umas coisas que os espanhóis fazem e tem e eu fico ????? hahahaha. Já devo ter falado disso umas 1000 vezes, mas tipo, eu estranhei muito o fato da água deles ter muito cal, que o travesseiro deles é comprido, que os edredons deles são tipo uma tampa pra cama e não vão até o chão, que eles não tem rodinho na pia, que portarias não existem (o que significa que se você pede algo pela internet, é você que tem que ficar em casa esperando chegar KKKKK), não tem tanque, até esse negócio de siesta sabe (que realmente é levado a sério aqui)... Eu adoro ficar comparando as diferenças culturais mas no começo realmente foi estranho, você tá acostumado com seu normal e do nada isso não faz sentido haahaha
Se pá que tudo foi estranho no começo hahahaha. Desde como a cidade funciona, os horários, a arquitetura, os hábitos, o jeito de se vestir, de se expressar… A faculdade é estruturada de outra maneira, bem como os departamentos, bem como a grade, as aulas práticas, as instituições discentes, e leva um tempo pra entender isso tudo e se adaptar porque muitas vezes eu me via pressupondo coisas baseadas nas minhas referências que não era válidas aqui. Sobre as aulas: as aulas teóricas não tem presença obrigatória e existe uma apostila “extra-oficial” com todo conteúdo ministrado em aula, e esses dois fatores fazem com que o seu cotidiano como graduando tenha um ritmo MUITO diferente (mais leve eu diria, com algumas ressalvas). As aulas práticas são feitas com subgrupos muito menores (6 pessoas), e isso é bom demais pra você ter um contato mais próximo tanto com os animais quanto com os professores. Devido à pandemia a gente não tá tendo uma vivência muito intensa com a galera daqui, mas apesar das particularidades culturais eu achei o pessoal relativamente aberto.
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Eu esperava eles relativamente mais fechados e tal, mas no final das contas tem gente de todo o tipo e dá pra se sentir bem a vontade sem ter que se policiar muito. Uma coisa que chamou minha atenção é que apesar de o campus da vet ser isolado e de não ser um curso com um número tão grande de pessoas, aqui não tem tanto uma vibe de que “todo mundo se conhece”. Rola um pouco aquela sensação de faculdade grande onde cada um tem seu grupo e tem muita gente que você não conhece/interage. Ah, e os professores aqui são bem mais inacessíveis do que os nossos hahaha isso é f***.
Como está sendo a questão financeira em Zaragoza? Estão trabalhando, conseguindo se manter?
Isso era uma das coisas que eu também estava bastante insegura, com o euro voando e tudo mais. Fazer supermercado aqui geralmente você consegue economizar bastante. Produtos tropicais e afins claramente são caros (o nosso consagrado limão tahiti aqui é uma fortuna, choro sempre) e não existe aquela variedaaaade enorme que a gente tá acostumado no Brasil. Meu custo no mercado por semana varia de 20-30 euros, mas aqui os mercados têm promoções que valem bastante a pena, nível você compra um produto e o segundo tem 70% de desconto, tem uma seção de “frutas/legumes feias/os" que são tipo produtos naturais fora do padrão que estão completamente bons para consumo e são BEMMM mais baratos… As contas a gente não tem um embasamento super forte, mas aluguel aqui em ap dividido é em torno de 200-300 euros por mês e luz, água, internet, gás etc dá em torno de 75-80 euros por mês, dependendo do seu uso. Então assim, dependendo de onde você mora, seu consumo e tal, dá pra viver aqui com 500 euros por mês (que eu sei que pesa um pouco), mas que é algo a se pensar também pra vocês poderem se planejar financeiramente para quando vierem pra cá. E meu deus eu falo muito mas trabalhar é um pouco complicado porque a gente tá aqui com visto de estudante, mas existem student jobs na faculdade (que no momento estão meio parados por causa da pandemia) mas acho que o carbs sabe falar melhor disso do que eu!
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Enquanto eu me planejava pra vir eu pensava muito em conseguir algum trabalho aqui pra conseguir dar conta dos gastos. Agora que já passamos por um semestre inteiro e já dá pra entender melhor como funciona a rotina e as provas, eu acho que seria possível trabalhar, mas que seria mais difícil do que eu imaginava. Desconsiderando a pandemia, pra conseguir algum trabalho aqui nós teríamos que abrir mão de tempo de estudo, porque a grade é em período integral, e um emprego fora da faculdade teria que ser algo “ilegal/informal” porque com o visto de estudante nós não podemos trabalhar semanalmente uma carga horária maior do que a carga de estudos. Acho que tudo isso vai ser diferente quando as próximas turmas forem porque com a pandemia tem pouquíssimas oportunidades de emprego, os editais de bolsa estão parados, não rolam students jobs (mas não sei se tem muito na UniZar). Mas teoricamente daria pra trabalhar nos finais de semana em hotéis, bares, dar aulas pra crianças, dar aula de línguas...Um aluguel de apartamento compartilhado aqui é a partir de uns 250 euros/mês. Dá pra fazer mercado com menos de 30 euros/ semana, e tem plano de internet (celular+wifi) de uns 40 euros/mês (apesar de que tem muita loja com wifi grátis, e a faculdade também tem eduroam).
O que mais vocês têm gostado nessa experiência?
Com certeza a parte cultural e como isso tá sendo enriquecedor pra mim enquanto pessoa. Não falo nem muito a parte acadêmica e tal porque eu sinto que a USP cumpre esse papel muito bem, mas a oportunidade de viver em outro país é surreal, conhecer gente nova (mesmo em épocas de COVID) e incrivelmente ou não, quando vocês vem falar comigo sobre KKKKK. Adoro tirar as dúvidas da galera e ficar mostrando coisas aleatórias (e ver que vocês curtem também é muito legal, me sinto muito blogueirinha) hahahahaahha
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Ahh eu to vivendo o sonho. Juro que a ficha ainda não caiu. Eu gosto de estar aqui e ponto. As vezes eu ainda me pego refletindo sobre estar aqui, sobre a conquista, sobre os impactos que isso vai trazer na minha vida pessoal e profissional, sobre as pessoas que eu to conhecendo aqui, novas culturas, gastronomia, hábitos, paisagens, músicas, e sei lá. Se for pra escolher uma coisa eu diria que as pessoas. Porque foi o que a gente menos pode acessar aqui, devido à pandemia, e eu acho que ter uma vivência cotidiana tem um potencial de agregar muita coisa nova.
Do que mais vocês sentem falta no Brasil?
Essa é fácil né? A comida…. KKKKK brincadeira (na verdade não). Eu sinto muita falta da minha família (mas é estranho porque eu sinto que tô falando e me aproximando deles muito mais agora que quando eu tava no Brasil), meus amigos óbvio, de trabalhar no bar no CA, do meu amorzinho… O estilo de vida brasileiro, E O CLIMA MEU DEUS ÓBVIO eu odeio frio e aqui quando o negócio pega eu só quero me enterrar e viver grudada nos aquecedores kkkkkkk
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Vai ser f*** ir pra um rolê que não toca funk, esse é o primeiro ponto. Depois eu diria que a receptividade nas relações “superficiais” do dia a dia, saca? Tipo num mercado, numa padaria, ou farmácia a interação é mais fria. Claro que nem sempre é assim, mas aqui aconteceram mais situações nas quais eu saia me sentindo otário por ter sido simpático, tá ligado? hahaha Claro que não significa muito, por que essa a minha cultura é de um jeito e a deles é de outro. Não tem nenhuma maldade ou certo/errado na situação, mas o baque é inevitável. As vezes sinto falta de algumas comidas, mas faz parte da experiência. E sinto muita falta do meu dinheiro valer alguma coisa hahahahhaha
O que vocês têm achado das aulas? São muito diferentes das aulas da FMVZ?
Nossa sim, são bemmm diferentes. São mais curtas e diretas (duram tipo, 50 min cada), e tem as apostilas que facilitam muito, né. As práticas eu também curti bastante porque os grupos aqui são bemmm menores (o meu e do carbs tem 7 pessoas e eles acham muito já), mas a estrutura da FMVZ é imbatível, não tem como comparar (sim, a gente sempre fala de pira por aqui e eles ficam muito alucinados, sério). Mas assim, em geral a vida durante o semestre é bem tranquila, eles não tem taaantos trabalhos pra fazer e tal, mas o que pega mesmo é o período de provas, é MUITO estressante 1 prova ter o conteúdo do semestre inteiro e a gente sofre kkkk
Nas teóricas a aula em si é bem similar a nível de conteúdo, a maneira que o professor expõe as coisas e tal. O que muda muito é a dinâmica por as aulas serem curtinhas (máximo 50 min por matéria), e também como eles cobram os conteúdos nas provas. As provas não são de desenvolvimento de raciocínio igual a gente tá acostumado (escrevendo 1 folha de almaço por prova). Elas são longas (tipo 60 questões) e aí eles cobram MUITOS assuntos, mas de maneira mais superficial. Ou seja, um decoreba monstruoso.
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Vocês planejam visitar o Brasil antes do término do período de 2 anos?
Vish KKKKK então, eu consegui voltar agora pro natal e ano novo e fez muito bem pra mim, tava muito precisando dar uma recarregada e tudo mais. Mas a real é que no mundo ideal eu preferia não ter voltado pra minha família poder vir pra cá! O COVID tá realmente dificultando as coisas nesse sentido e a ideia seria não voltar, mas se meus pais, bel e amigos não puderem me visitar, eu não sei se aguentaria ficar esse tempão aí sem vê-los não…. eu sou muito carente gente, não dá kkkkkkk
Não faço ideia. Talvez no fim do primeiro ano, talvez não. Depende da pandemia, de quanto o euro vai custar, se eu vou precisar ou não fazer sub hahahaha
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Quais os lugares favoritos de vocês na faculdade e na cidade?
Na faculdade eu curto muito a granja (?) deles, que eles chamam de nave docente - é basicamente um galpão enorme que tem absolutamente todas as criações da faculdade! Sim, tá tudo em um lugar só então é muito fácil kkkkk, tudo em pequenas quantidades, sem desperdício de espaço. A cidade toda é maravilhosa, cheia das árvores e eu amo que aqui os prédios têm limite de andar, então você sempre consegue ver o horizonte e a cidade tem muita luz natural. Mas com certeza o lugar que eu mais gostei de ir foi em um lugar de tapas (que é o tipo de bar mais comum por aqui, que você senta, come um negocinho, toma uma brejinha e parte pro próximo pra fazer exatamente a mesma coisa) que se chama El Champi, que lá só serve um mini sanduíche de cogumelo MARAVILHOSO e muita cerveja sensacional - inclusive Zaragoza tem uma marca de cerveja muito típica que chama Ambar, super boa demais.
A caminhada daqui do apartamento até o centro (que é a região ao redor da Basílica del Pilar) já é bem f***, a cidade é muito bonita. Em todo canto tem castelo, ruína, estátuas, fontes, museus. Mas o que me ganhou de cara foi “el Tubo” que é uma região do centro com um bilhão de ruas minúsculas que se cruzam, é tipo um labirinto de bares. Aquele lugar tem uma vibe muito boa. A cultura de rolê aqui não é como a nossa de escolher um bar e ficar lá a noite inteira. Aqui cada rodada é em um lugar, então você fica a noite inteira de rolê pelo centro indo em mil lugares comendo tapas e bebendo uma coisinha em cada canto.
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Vocês comentaram no Instagram sobre a dificuldade de fazer amigos ai. Podem falar mais um pouco sobre isso?
A gente fala muito sobre isso por conta do COVID, eu acho - o isolamento social realmente dificulta entrar em contato e conhecer pessoas; a vida social na faculdade acontecia com as famooosas plazoletas, que são tipo as festas deles (e sim, dentro da faculdade pode beber) e é basicamente lá que as coisas acontecem, sabe? Então seria como viver a faculdade com as aulas e tudo mais, mas sem ter o galpão….. Óbvio que sim, conhecemos pessoas maravilhosas que já são mais próximas e tal, que amaram a cultura brasileira, mas não ter a parte “social” da vida universitária é meio triste às vezes. Mas se tem uma coisa que eu aprendi com isso tudo é que migué porque tá cansado ou com preguiça só te priva de experiências surreais e que quando você tá aqui, você TEM QUE quebrar essa barreira, se não você vai se isolar de qualquer forma e você não quer passar todo o estresse de conseguir essa oportunidade, passar 2 anos aqui e voltar para casa pensando que só estudou, né? Acho que isso rolou mais porque no começo a gente tava meio travado e somado a isso tinha a pandemia. E também porque o primeiro grupo de pessoas que nós conhecemos era mais fechado, e eles no momento eram nosso único referencial. No fim das contas até agora a gente nem conhece taaanta gente assim, mas já deu pra sentir que é melhor do que imaginávamos. Tipo, tem gente que é indiferente pra você e sua cultura, e tem gente que reage como eu reagiria: perguntam sobre sua cultura, sobre adaptação, comida, costumes, política, universidade, se abrem mais, brincam mais, e isso faz você se sentir incluído ali e se sentir mais à vontade em ser como você é.
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Qual o maior desafio que vocês têm enfrentado por ai?
As provas, cooooooom certeza. Meu deus, que clima pesado que fica nesse 1 mês que você tá estudando sem parar, sem descanso, sem cuidar de você mesmo…. E é super frustante porque não é que nem na FMVZ, que a gente tem 1 zilhão de coisas pra aprender mas sempre pontuam pra gente o que é mais importante, o que que a gente tem que dar mais atenção… Aqui real qualquer coisa pode cair, desde “defina doença x” até “qual espécie de giardia é mais comum na Espanha”??? Tipo gente…. KKKK. Enfim, tô muito feliz que essa fase ACABOU finalmente, mas eu acho que pra mim foi a parte mais difícil. Estudar no natal e ano novo??? Que tipo de morte lenta é essaaaaa? Prefiro realmente ter o estresse pelo menos diluído ao longo do semestre hahaha, porque sério gente, eu tive a sensação de ter estudado o semestre inteiro e quando eu pegava dia antes da prova pra revisar algum assunto eu ficava “nem sei do q q se trata esse tema” hahahaa.
As provas foram f***, como a smurf disse hahahaha foi um p*** balde de água fria. Mas pra mim, pessoalmente o que ta sendo difícil é a pandemia. O isolamento social me pegou forte demais e vem sendo difícil manter a disciplina, os estudos, uma rotina bonitinha e tudo mais. Passar por isso tudo muito distante da minha zona de conforto tornou as coisas mais difíceis. Aqui eu me pressiono muito mais, e passar por isso durante a pandemia está sendo complicado.
Smurf que não se cala nunca: e sei que não é uma pergunta mas só queria agradecer ao CA e ao estábulo por terem pedido pra gente fazer isso, deu uma relembrada do porquê eu to aqui e porque essa experiência tem que ser aproveitada ao máximo. Espero que esteja tudo bem com vocês aí na medida do possível e qualquer coisa estamos aquiiii, de verdade! Beijo enoooooormeeee e voem muitooooo!! VOA CAAAAA <3
O Estábulo agradece à Smurf e ao Carbs pela participação! Desejamos que continuem aproveitando muito esse momento!
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Signos na FMVZ
Matéria de Silene e Marcão (83)
Ariane tem grande espírito de liderança e gosta de uma competiçãozinha saudável, por isso é bem provável que você encontre um delus representando a vet em algum esporte ou se enfiando em algum BO, como representante de sala ou diretoria. Mas cuidado ao fazer trabalhos em grupo com um ariane, as coisas podem ficar intensas. Taurine todo dia vai enfrentar a difícil decisão: dormir mais cinco minutos ou acordar pra tomar um café da manhã reforçado? Sempre sossegado uma coisa é certa, pode contar com elu pra escapar da aula mais cedo pra almoçar e depois tirar um cochilo no galpão, enquanto aprende toda a matéria do semestre na base da pura teimosia. Geminiane sempre vai ter uma curiosidade inútil pra contar, tem grande conhecimento em coisas que você nunca imaginou que existiam. Gosta de falar e por isso sempre tá cercade de pessoas, tem amizade com metade da faculdade e é crush da outra metade. Na batidada é provável que encontre elu espalhando todo o amor que tem pra dar.
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Canceriane pode parecer uma pessoa mais quietinha mas tem um coraçãozinho de ouro. Quem tem a amizade de um canceriane tem tudo! Super responsável vai ser quem coloca juízo enquanto fazem aquele trabalho em grupo e disposto a ajudar os amigues quando bate aquele desespero antes da prova. Leonine é aquela pessoa que vai atrair os olhares por todo o corredor, a única pessoa capaz de parecer linda e estilosa às 8 da manhã. Sempre cercade pelos amigues você vai ter a sensação que tá olhando pra “abelha rainha” veterinarer. Isso sem contar os slides de trabalho mais lindos e que vão deixar os colegues babando. Virginiane é uma pessoa certinha, organizada, focada no que quer e disposta a correr atrás dos seus objetivos. Talvez a única pessoa da sala com a matéria em dia vai salvar todos os colegues na véspera da prova mandando aquele resumão completo e lindo. Libriane é aquele que media todos os conflitos e sempre acaba em algum (ou todos) os departamentos de RH. Gostam de harmonia e preferem avaliar todos os lados antes de fazer uma decisão.
Escorpiane é aquela pessoa quietinha que tem um círculo pequeno e pouquíssimas pessoas que realmente conhecem ela de verdade. Mas, quando não tá na delu, tá na batidada ficando doide e dando uns amassos.
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Sagitariane tá em pelo menos um time de esporte e faz parte da Atlética. Ama dar uma volta no campus e topa qualquer aventura. É aquela pessoa que vai em várias festas pela USP toda semana (gatilhos).
Capricorniane é aquele que desde o primeiro ano já tem IC, estágio, tá em grupo de estudo, faz parte de uma instituição e pensa no curso que quer organizar na SACASIMPRO. Focade em obter sucesso no que faz e ter satisfação pessoal com isso. Aquarianes são aquelas pessoas que você olha e já acha muito legais. Elas têm dificuldade em se abrir e demonstrar sentimentos, mas por dentro são pessoas cheias de emoção. Não têm medo de der elus mesmus e seguem seus próprios caminhos. Piscianes são amantes da arte. É provável que eles participem do Arte na Vet ou tenham algum pézinho em música, filme, desenho, etc. São pessoas criativas e empáticas que experimentam o mundo de maneira profunda.
O propósito deste artigo é de entretenimento somente. Nenhuma personalidade é reduzida a algumas características dos signos do zodíaco.
E lembre-se que todo mapa astral tem todos os signos!
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ARTE NA VET
Bianca de Oliveira Num tinteressa (86)
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SPOTTED
EITA
Ué, cadê os spotteds da edição?!?!
Especialmente nesta edição, os spotteds estão....
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ESTÁBULO DE SÃO PAULO
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Edição 2021