Edição de Fevereiro

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Nova Lei Seca. MaiS rigor, MeNoS vioLêNcia No trâNSito. Não adianta recusar o bafômetro.

Mais do que punir, a Nova Lei Seca tem como objetivo reduzir o número de tragédias no trânsito. Veja o que muda e não corra o risco de se tornar um criminoso como outro qualquer. Quanto de álcool eu posso consumir? Antes, o condutor alcoolizado só era preso se estivesse com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determinasse dependência.

Agora é tolerância zero. Qualquer concentração de álcool no sangue implica as penalidades. Quais são as penalidades? (até ou igual a 0,34 miligrama de álcool por litro de ar) Antes, a multa era de R$ 957,70 e o condutor sofria suspensão do direito de dirigir por 1 ano, tinha o carro retido e a habilitação recolhida.

agora é toLerâNcia zero.


Agora a multa mais que dobrou (R$ 1.915,40) e as demais penalidades continuam as mesmas. Se houver reincidência dentro de 1 ano, a multa é de R$ 3.830,80.

Quando passa a ser crime? (acima de 0,34 miligrama de álcool por litro) O condutor pode pegar de 6 meses a 3 anos de cadeia, além de sofrer as demais penas administrativas.

Como pode ser comprovado? As provas podem ser obtidas mediante teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo, testemunha ou outros meios de atestar em direito admitidos, observada a contraprova.

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Leitor

A corrida já começou Apesar da crença generalizada de que o ano, em Brasília, só começa depois do Carnaval, na verdade há quem diga que só começa mesmo depois da Páscoa. Nem o observador mais atento à política nacional podia imaginar que o ano de 2013 começasse com uma movimentação tão intensa no que diz respeito à sucessão presidencial. Faltando ainda dezoito meses para as eleições de 2014 quatro candidatos já botaram, pelo menos extraoficialmente, “o bloco na rua”, e se declaram candidatos a cadeira de presidente da República. A “largada da corrida” foi dada pelo ex-presidente Lula, durante a festa de comemoração de 10 anos da chegada ao poder, organizada pelo PT, quando anunciou que a presidenta Dilma Roussef seria candidata à reeleição. Imediatamente o senador Aécio Neves, do PSDB, tendo como principal padrinho o ex-presidente Fernando Henrique, passou a ocupar a tribuna do Senado usando a mídia para apontar erros dos governos petistas, enquanto um grande número de tucanos defende o seu nome para a sucessão presidencial. Ao mesmo tempo, o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, fez declaração criticando os dois partidos pela pressa, enquanto seus correligionários lançavam seu nome como opção para ocupar o Palácio do Planalto a partir de 2015. O quarto nome a ocupar espaço na mídia foi a exsenadora e ex-ministra Marina Silva, que nas últimas eleições presidenciais obteve quase vinte milhões de votos. Marina voltou à cena lançando o seu partido, por hora com o nome de Rede Sustentabilidade. Por tudo isso é fácil acreditar que, até outubro do próximo ano quando as eleições vão acontecer, teremos muita animação no arraial político brasileiro.

O Editor


índice

edição 234 - Fevereiro /2013

Capa As eleições presidenciais de 2014 prometem ser bastante disputadas. Isso fica claro, pela antecedência com que possíveis candidatos começam a se movimentar, seja pelas críticas feitas uns aos outros ou pelas articulações em busca da criação de possíveis palanques, faltando ainda 18 meses para a eleição. Ao mesmo tempo que essa movimentação pode receber críticas por tamanha antecedência, pode também dar oportunidade para o eleitor conhecer melhor os candidatos, não só pelas promessas que vão fazer, quase sempre obedecendo aos conselhos de seus marqueteiros mas, e principalmente, para conhecer melhor suas biografias e suas histórias.

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18 | ESTADOS Frota de ônibus adaptados em Macapá Pará quer novos modelos de gestão Arrecadação do Rio Grande do Norte

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23 | MUNICÍPIOS Desenvolvimento acelerado em Sinop Combatendo a seca com simplicidade Rio Verde, celeiro ambiental Goioerê e Toledo buscam investimentos Natal regulariza coleta de lixo

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30 | ECONOMIA Poupança atinge marca inédita Brasil ganha novos municípios exportadores

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33 | INFRAESTRUTURA Asfalto frio é novidade na pavimentação

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37 | EDUCAÇÃO Rosalba reforça transporte escolar

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38 | SAÚDE Comitê define metas para o Norte de Minas Políticas para novos secretários municipais

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41 | ENERGIA A energia que move o Brasil

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colunas

12 | POLÍTICA GDF tem orçamento histórico Refinanciamento das dívidas municipais Eduardo Campos anuncia novos investimentos

28 | DIRETO DE BRASÍLIA Renato Riella

52 | GESTÃO Curitiba corta gastos públicos O sucesso do Saúde Não tem Preço

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56 | MEIO AMBIENTE Agenda Ambiental responsável Florestas estão se regenerando em SC Reciclando o gesso industrial

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60 | SOCIAL Hora de atualizar dados do Bolsa Família PBM pode desonerar gastos do INSS

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62 | EMPREENDEDORISMO Novos horizontes para Pernambuco

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64 | CÂMARAS E ASSEMBLEIAS Frente Parlamentar apoia deficientes Produtividade da Câmara Legislativa do DF

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69 | AGRICULTURA Cacau, chocolate e cooperativismo

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73 | ASSOCIAÇÃO Diretoria da AMUPE toma posse em março

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74 | INOVAÇÃO Brasil quer satélite e foguete nacionais Biotecnologia estimulada

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76 | TURISMO A beleza natural de Porto Belo

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82 | ARTIGO A política e a arte da transformação

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70 | MÍDIA Pedro Abelha

54| COTIDIANO Guilherme Gomes

80 | Motores Clovis Souza

78 | CASOS & CAUSOS Rangel Cavalcante


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Primeiros movimentos na

corrida presidencial

Apesar de ainda faltar mais de um ano e meio para as eleições presidenciais, tudo leva a crer que outubro de 2014 já está bem próximo, pelo menos para quatro potenciais candidatos de três partidos (PT, PSDB e PSB). A quarta candidata ainda não tem partido, mas já está construindo uma “Rede” com esse objetivo. A largada antecipada da corrida presidencial ficou clara pelo comportamento que vêm adotando a presidenta Dilma e o seu PT, o tucano Aécio Neves, o governador

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pernambucano Eduardo Campos (PSB) e a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, por hora sem partido, mas já reunindo aliados para criar sua nova sigla.

Nos últimos quinze dias de fevereiro, todos se movimentaram, antecipando movimentos e comportamentos que devem se acirrar ainda mais nos próximos meses. O PT aproveitou as comemorações dos seus 33 anos de fundação e os dez da “tomada de poder”, para ressaltar as conquistas ao longo de sua história e suas realizações à frente da Presidência da República. O ponto alto da festa petista foi o lançamento da reeleição de Dilma, feito pelo ex-presidente Lula. A iniciativa dos petistas gerou uma reação imediata por parte dos tucanos.


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O senador Aécio Neves, praticamente certo como candidato do PSDB à Presidência da República, e que vinha sendo muito criticado por andar sumido e não assumir sua candidatura, ocupou a tribuna do Senado na tarde do mesmo dia da festa dos petistas para enumerar, em discurso, o que ele chamou dos “13 fracassos” do PT durante os 10 anos de gestão (a escolha do 13 não foi aleatória e sim uma clara alusão ao número do Partido dos Trabalhadores).

PSB independente O governador Eduardo Campos é outro que vem mostrando uma postura própria de quem pretende entrar na disputa. Apesar de negar (sem muita veemência, é claro) e afirmar publicamente que ainda falta muito tempo para a disputa, tem permitido que aliados

fiéis proponham sua candidatura à presidência como irreversível. Além disso, algumas atitudes de seus correligionários, como o lançamento de candidatura própria para a presidência da Câmara dos Deputados contra o deputado Henrique Alves, apoiado pelos petistas e pela própria presidenta Dilma, deixam claro a sua disposição e do seu partido de mostrar independência ao governo federal. Na mesma semana, em Brasília, Marina Silva lançou as bases para a criação de um partido próprio, por hora batizado de Rede Sustentabilidade, ou simplesmente Rede. Agora, a meta é conseguir até outubro as 560 mil assinaturas, em nove estados da Federação, necessárias para obter o registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral e assim poder participar das eleições de 2014.

As ações dos quatro potenciais candidatos devem provocar a reação de outros interessados na cadeira de presidente da República, o que faz crescer a aposta de que novos nomes devem se movimentar no tabuleiro eleitoral para mostrar aos eleitores que têm interesse no cargo. Outro fato que vem chamando a atenção é o retorno do expresidente Fernando Henrique Cardoso aos palanques, após três eleições (duas de Serra e uma de Alckmin), quando foi esnobado pelos candidatos do PSDB. Agora, com Aécio lembrando a todo momento que a recuperação econômica do país começou no governo FHC, o espírito político parece ter reincorporado no ex-presidente que, nos últimos dias, tem feito críticas diretas ao PT, a Dilma e especialmente a Lula, que também não deixa por menos e tem cutucado Fernando Henrique.  •

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Lula antecipa campanha

e lança reeleição de Dilma A noite era para comemorar os 33 anos de criação do Partido dos Trabalhadores e festejar os dez anos da chegada do partido à Presidência da República. Mas o presidente de honra da legenda, Luís Inácio Lula da Silva, aproveitou a oportunidade do discurso para confirmar a sua disposição (é ele quem decide), de que a presidenta Dilma Roussef concorra à reeleição e seja a candidata do partido em 2014. O anúncio serviu para tirar qualquer dúvida sobre a possibilidade dele, Lula, sair candidato pelo partido à Presidência da República e ao mesmo tempo motivar a militância, ultimamente um pouco estafada por conta de temas como o “mensalão” e/ou os últimos resultados da economia do país, onde a inflação lança, ainda que de longe, o seu bafo e o PIB (Produto Interno Bruto, que representa a soma da riqueza produzida pelo país) anda sendo chamado em tom de deboche pela oposição de “pibinho”. Na ocasião, também foi distribuída uma cartilha intitulada “O Decênio que mudou o Brasil - PT 10 anos de governo: do povo, para o povo, pelo povo”, com dados

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comparativos de indicadores econômicos e sociais dos períodos 1995-2002, ou seja, o governo de Fernando Henrique Cardoso, confrontando os dados dos anos 2003-2012, dos governos Lula e Dilma. A cartilha deixa claro que, pelo menos por enquanto, os adversários das próximas eleições continuam sendo os tucanos. Esse também foi o tom usado pelos oradores do Partido dos Trabalhadores. Lula, por exemplo, fez críticas diretas ao ex-presidente Fernando Henrique e ao possível candidato dos tucanos, Aécio Neves. Falando diretamente das próximas eleições, foi categórico: “A resposta que o PT deve dar a eles é dizer que podem se preparar, podem juntar quem eles quiserem, porque, se eles têm dúvida, nós vamos dar como resposta a reeleição da Dilma em 2014”, afirmou o ex-presidente. Já a presidenta Dilma Roussef preferiu elogiar seu antecessor, que segundo ela, “fechou a porta do atraso para escancarar a porta da oportunidade para milhares de brasileiros”. Também elogiou sua política econômica e prometeu que o país voltará a crescer com estabilidade monetária. •


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Aécio assume

ares de candidato e critica governo O ninho dos tucanos, para gáudio de sua torcida e de algumas lideranças, tem apresentado um movimento fora do comum nas últimas semanas. Afinal, depois de ter sido dado como o candidato do PSDB para as próximas eleições presidenciais, Aécio Neves ainda não havia tomado nenhuma atitude que demonstrasse, de verdade, que essa era a sua disposição ou vontade.

Em seu discurso, Aécio afirmou que a presidente Dilma Rousseff “chega à metade do trabalho longe de cumprir suas promessas da campanha de 2010”, que o País está estagnado e que os recursos do governo têm sido gastos somente com propaganda. Enumerou o que considera 13 fracassos dos 10 anos do governo petista. Mas, se a iniciativa foi saudada por uma parte dos tucanos, Aé-

Preocupado com os movimentos de Dilma, Eduardo Campos e Marina Silva, o senador mineiro Aécio Neves, endurece o discurso e mostra traquejo de candidato Finalmente, na penúltima semana de fevereiro, o senador, neto de Tancredo Neves, resolveu ocupar a tribuna do Senado. Deixando de lado o jeito mineiro de fazer política, desferiu duras críticas à gestão petista e a seus líderes maiores (Lula e Dilma): Fez questão de atribuir todas as conquistas da última década, alcançadas pelo país à política econômica implantada ainda no governo do ex-presidente Fernando Henrique.

Além disso, o senador mineiro necessita formar palanques fortes em todos os estados da Federação, principalmente em estados com grande densidade eleitoral e hoje com predominância dos petistas, como Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal, onde o partido se apresentou mal nas eleições municipais de 2012. Além de conseguir aumentar seus votos no Nordeste e reativar a sua aliança com o DEM, um pouco • abalada ultimamente.

cio Neves ainda precisa trabalhar muito para ser mesmo o candidato do partido à Presidência da República. E o primeiro passo pode ser conseguir o apoio da parte paulista do partido, a quem ele negou apoio (ou mostrou pouco empenho nas últimas três eleições). Por outro lado, parece já ter garantido o apoio do ex-presidente Fernando Henrique, se não o maior, pelo menos um dos maiores líderes do partido, também desprezado pelos paulistas nas últimas eleições. Estados & Municípios

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PSB quer Eliana Calmon

no governo da Bahia

nal de Justiça, de ingressar no PSB e disputar o governo da Bahia ou uma cadeira no Senado. Eduardo Campos também já teria conversado com o senador do PDT, Pedro Taques, e em Brasília deve lançar o senador Rodrigo Rollemberg como candidato à sucessão do governador Agnelo Queiroz . O governador também tem trabalhado em seu próprio estado. Na abertura do seminário “Juntos por Pernambuco”, foi aplaudido de pé por mais de 180 prefeitos pernambucanos e com gritos de “É presidente!”, quando anunciou um pacote de medidas para os municípios no valor total de R$ 612 milhões. Apesar de não assumir publicamente sua candidatura à presidência da República, o governador e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, também vem tomando atitudes próprias de quem quer disputar a cadeira do Planalto nas eleições de 2014. Para tanto, vem fazendo articulações na busca da montagem de palanques estaduais, que demonstram, segundo analistas políticos, um único objetivo: a sustentação de sua candidatura à Presidência da República em 2014. Um exemplo foi a proposta feita à ministra do STJ, Eliana Calmon, ex-corregedora nacio10

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Marina nega A ex-senadora Marina Silva é outra que nega que seja sua prioridade a candidatura à Presidência da República. Mas, apesar da negativa poucos acreditam que ela não esteja criando um partido - batizado de Rede Sustentabilidade para concorrer às eleições de 2014. Marina garante que a candidatura à Presidência da República é apenas uma possibilidade, já que o tempo é curto para recolher as 500 mil assinaturas (até setembro), e submetê-las à análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Só assim o o novo partido poderia concorrer nas próximas eleições. Enquanto isso, Marina corre para atrair para o seu partido nomes que possam dar peso político à nova legenda, embora algumas regras anunciadas para fazer parte do estatuto estejam sendo classificadas no meio político como rígidas demais, como por exemplo, aceitar apoio financeiro de empresas que atuem nos ramos do fumo, bebidas, agrotóxicos e armas, embora se mantenha aberta para empreiteiras e bancos. Nas últimas entrevistas, Marina Silva também não deixou de criticar alguns pontos da gestão petista na área econômica e principalmente no setor ambiental. •


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Política

GDF executará o maior orçamento de sua história

O

chefe da Casa Civil do Governo do Distrito Federal, Swedenberger Barbosa, apresentou as prioridades para os próximos dois anos, que incluem a execução dos chamados Projetos Estruturantes do Distrito Federal (PEDF) – que somam R$ 3,3 bilhões em recursos próprios - e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cujos recursos são da União. Segundo Swedenberger, as prioridades do governo estão or12

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ganizadas em quatro eixos: agenda social, infraestrutura, gestão pública e qualidade de vida nas cidades, que, juntos, envolverão investimentos de mais de R$ 11 bilhões. “É o maior volume de investimento com orçamento próprio da história do DF”, destacou o chefe da Casa Civil. Serão R$ 6 bilhões para a agenda social. R$ 3,6 bilhões para infraestrutura; R$ 1,7 bilhão para projetos de melhoria da qualidade de vida e R$ 67 milhões para o aperfeiçoamento da gestão pública. Para executar a programação orçamentária, ele apontou como instrumentos a Junta de Execução Orçamentária e a criação de um grupo gestor e outro executivo. Entre as inovações, ele citou a possibilidade de remanejamento de recursos de projetos por meio de decreto. “Isso vai aumentar a eficiência orçamentária”, afirmou.

PAC Até 2014, o governo federal vai investir cerca de R$ 12 bilhões em 170 empreendimentos no Distrito Federal e o montante pode chegar a R$ 15 bilhões até 2016. “Temos uma situação privilegiada para os próximos anos, e isso exige uma organização extraordinária”, reconheceu o chefe da Casa Civil do GDF. Os recursos serão distribuídos em projetos de Transportes (R$ 5,5 bilhões); Energia (R$ 595 milhões); Cidade Melhor (R$ 2,7 bi); Comunidade Cidadã (R$ 76 milhões); Minha Casa, Minha Vida (R$ 5,6 bi), e Água e Luz para Todos (R$ 323 milhões). Com tanto recurso disponível, os deputados da Câmara Legislativa do Distrito Federal já estão sugerindo que parte desse dinheiro seja empregada em projetos destinados à qualificação profissional de jovens e de proteção às crianças e idosos. “Precisamos de um Programa de Aceleração de Crescimento das Pessoas, o governo tem que pensar mais nisso”, ressaltou o depu• tado Agaciel Maia.


Política

refinanciamento de dívidas públicas municipais Câmara pode autorizar

A Câmara dos Deputados se prepara para analisar uma medida provisória editada em novembro do ano passado que autoriza o refinanciamento de dívidas de estados, Distrito Federal e municípios juntos à Previdência Social (MP 589/12). A comissão mista que deverá analisar o texto antes de ir a Plenário ainda não foi formada, mas deputados e senadores já apresentaram 98 emendas ao texto. A maioria delas melhora as condições do refinanciamento, beneficiando estados e municípios. De acordo com as regras da MP, os débitos serão descontados diretamente da parcela mensal do Fundo de Participação dos Estados (FPE) ou do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) a que o ente federado tem direito. A retenção será equivalente a 2% da média mensal da receita corrente líquida do estado ou município. As prefeituras ou governos que fecharem os contratos de renegociação terão redução de 60%

das multas por atraso, 25% dos juros por atraso e 100% dos encargos legais. Ainda conforme a MP, sobre as prestações mensais vão incidir juros mensais, equivalentes à taxa Selic mais 1% de encargo. Uma das emendas, do deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR), reduz a zero as multas em caso de refinanciamento das dívidas, além de restringir os juros a 1% ao ano. “Não se deveria cobrar multa de entes federativos pares, já que tudo faz parte do sistema federativo. É o Estado brasileiro cobrando multa dele próprio”, argumentou.

Prorrogação Kaefer e outros deputados também apresentaram emendas que estendem de março para junho deste ano o prazo para que estados e municípios formalizem o acordo de refinanciamento com a União. Segundo Alfredo Kaefer, a ideia é beneficiar os novos prefeitos eleitos: “Muitos deles

receberam as prefeituras desorganizadas e precisam tomar pé da situação antes de definir diretrizes e metas para a nova gestão.” Entre as quase 100 emendas, há propostas de deputados e senadores de 12 partidos. A legenda com o maior número de emendas é o PMDB (9), seguido do PSDB (7), PSD (6), PT, DEM e PP (4 emendas, cada). O deputado Guilherme Campos (PSD-SP) acredita que o volume de propostas decorre da situação financeira atual dos municípios. “Todas as prefeituras, sem exceção, estão com suas finanças complicadas. Os estados e municípios, principalmente na ultima década, sofreram muito com mudanças na cobrança de tributos. Com o aumento das contribuições, e não nos impostos, a União deixa de ter obrigatoriedade de fazer o repasse. Ao mesmo tempo, aumentaram as responsabilidades atribuídas aos municípios sem a devida compen• sação financeira”, explicou. Estados & Municípios

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Política

Eduardo Campos

anuncia investimentos e anima prefeitos Pretenso candidato à eleição presidencial em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos - que também é presidente nacional do PSB - anunciou, um pacote que animou os prefeitos pernambucanos durante o seminário Juntos por Pernambuco. Pelo menos R$ 612 milhões serão investidos em várias áreas prioritárias do governo até o final deste ano. A grande novidade, no entanto, foi a criação do Fundo de Desenvolvimento dos Municípios (FDM), que será repassado para as gestões municipais investirem nas áreas de Infraestrutura Urbana, Saúde, Educação, Sustentabilidade e Meio Ambiente. A promessa é de desburocratização na liberação do recurso, que totaliza 228 milhões para todas as 184 prefeituras pernambucanas. O repasse será feito em quatro parcelas e é referente a uma prestação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que sofreu uma queda com a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializado (IPI), feita em 2012. Essa diminuição gerou insatisfação entre os prefeitos de todo o País, sobretudo os de pequeno porte, que sobrevivem basica14

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mente deste recurso. O cálculo repassado às cidades é baseado na média do FPM de 2012. No mesmo dia em que anunciou a criação do fundo, o governador Eduardo Campos enviou o projeto à Assembleia Legislativa de Pernambuco, que vai analisar a matéria em regime de urgência. A meta do Executivo é que a proposta esteja sancionada até o dia 25 de abril. O governo tem ampla maioria no Legislativo e provavelmente não terá dificuldades na aprovação do texto, já que a oposição é composta por apenas

até o final de abril, as propostas já tenham sido elaboradas. Depois da análise das proposições, o governo repassará 30% referente ao valor destinado ao município. O mesmo percentual será enviado após um mês. As outras duas parcelas (cada uma referente a 20% do montante) serão repassadas

Apesar da euforia dos prefeitos, Eduardo Campos ressaltou que, para receber os recursos, os municípios devem respeitar a tabela de preços do Tribunal de Contas do Estado nove deputados, sendo alguns deles ligados à bancada governista. Para ter direito ao Fundo de Desenvolvimento dos Municípios, o prefeito precisa apresentar um projeto sobre a obra que pretende realizar na sua cidade. A expectativa do Governo do Estado é que,

mediante a declaração do prefeito de aplicação dos recursos e, por último, a assinatura do termo de recebimento da obra. A única exigência, segundo o governador Eduardo Campos, é que os prefeitos respeitem os valores da tabela de preços do Tri-


Política

bunal de Contas do Estado. Essa medida pode evitar o superfaturamento de obras. Ainda haverá fiscalização da Controladoria Geral do Estado. Na comprovação de um eventual desvio de recurso público, o gestor poderá ser responsabilizado e ter suas contas rejeitadas, o que acarreta inelegibilidade por oito anos.

Investimento em obras Apesar de a medida ter causado euforia entre os prefeitos, o recurso na verdade não vai tirar as prefeituras do caos financeiro. O montante só poderá ser investido em novas obras, o que impede que a verba seja utilizada para pagamentos de outros débitos. A medida é pioneira, já que não vai ser feita por meio dos atuais convênios. Este instrumento causa desconforto entre os prefeitos, já que há uma exigência rigorosa na pactuação das parcerias. Acontece que mui-

tas prefeituras não podem firmar convênios com o Governo Federal, em virtude de débitos existentes. Consequentemente, o município fica impossibilitado de fazer novos acordos. Essa burocratização na formação de convênios foi uma das críticas do governador pernambucano. Para ele, é hora de reavaliar este tipo de sistema no Brasil, pois a exigência de papéis, muitas vezes impede o desenvolvimento do País. “Tem que se ter um controle inteligente. Não é fazer auditoria depois que passou, é evitar que dê errado. É mais proveitoso para o povo, para o pacto federativo fazer repasse fundo a fundo, do que estar pedindo meio mundo de certidão que muitas vezes não quer dizer nada”, disse, na ocasião. Ao falar sobre a criação do Fundo, o governador Eduardo Campos alegou que a realização de obras estruturadoras vai gerar a criação de novos empregos, e consequentemente a circulação

do dinheiro. “Vamos passar uma cota de FPM líquida, maior que do que vocês (prefeitos) recebem, sem desconto do INSS, para fazer obra, de maneira em objetiva. E vai para todos os municípios”, colocou. Na ocasião, o socialista também mostrou para prefeitos de todas as ideologias partidárias números positivos da sua gestão. Em um telão, o governador apresentou o desempenho do governo desde 2007, ano em que assumiu. Um dos dados colocados foi a redução da criminalidade no estado, com o programa Pacto Pela Vida. Ele citou a diminuição de 27,9% nos Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) em Pernambuco, entre os anos de 2000 a 2010. O gestor também falou dos avanços nas áreas de Saúde e Educação. O acréscimo na distribuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) também foi abordado. Nesta área, o destaque foi para as Estados & Municípios

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Política

regiões do Sertão e Agreste, que aumentaram em 147% a receita oriunda do ICMS. Em seu discurso, o governador reforçou a importância da meritocracia na gestão pública, tema que é constantemente abordado pelo socialista. Visando a importância de qualificar as gestões municipais, o chefe do Executivo estadual anunciou também os cursos de capacitação que o estado vai oferecer através do Instituto de Gestão Pública de Pernambuco. De imediato, já foi anunciada a formação de três turmas que terão orientação durante cinco dias. A princípio, as aulas serão realizadas no Recife, em Caruaru (no Agreste) e Petrolina (Sertão). Os gestores municipais poderão enviar representantes que receberão informações sobre temas como: modelo de gestão, mapa de estratégia, integração, planejamento, orçamento e monitoramento. Eduardo Campos também falou da necessidade de discutir o Pacto Federativo. A nova forma de redistribuição de receitas é uma das bandeiras defendidas por Campos e será um dos temas da eleição presidencial. “Em 1985, 80% dos recursos eram repassados para estados e municípios e 20% ficavam com a União. Em 2012, 36% do que é compartilhado representa a arrecadação”, explicou. Sempre que tem oportunidade, o socialista reforça a necessidade de discutir o assunto em 2013. Com intenção de ser candidato à Presidência, o socialista, 16

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Seminário Juntos por Pernambuco mobilizou prefeitos e marcou a criação do Fundo de Desenvolvimento dos Municípios


Política

além de atrair o apoio dos prefeitos pernambucanos, conseguiu destaque em toda a imprensa nacional, justamente na semana em que o PT celebrava os dez anos de governo. O ato contou com a participação de deputados estaduais e federais, dos senadores Armando Monteiro Neto (PTB) e Humberto Costa (PT), além de secretários e assessores.

Ações Além do anúncio de R$ 228 milhões, o governador Eduardo Campos noticiou a execução de ações que deverão ser realizadas até o final do seu governo, no valor de R$ 314 milhões. Os projetos estão voltados para as áreas de Saúde, Educação, Infraestrutura e Urbanismo, Ciência e Tecnologia, Juventude, além de um incremento no programa Mãe Coruja (que tem como objetivo reduzir a mortalidade de mães e crianças no estado), foram colocados para os prefeitos pernambucanos.

Na Saúde, o objetivo é universalizar o atendimento do Samu no estado, além da ampliação de mais 123 Unidades Básicas e 24 Unidades Avançadas. A implantação de 12 UPAs Especialidades também foi reforçada. Quatro delas já estão em andamento. Só com a Saúde serão gastos R$ 250 milhões. Outra medida anunciada no evento é o reajuste de 12,72% (IPCA acumulado) para o transporte escolar dos estudantes feito pelos municípios. Além da distribuição de tablets para todos os professores. O governo ainda vai fazer a doação de ônibus para cidades consideradas pela UNICEF Amigos da Criança. Em Infraestrutura e Urbanismo, o governo vai investir cerca de R$ 51 milhões. A medida vai amenizar os efeitos da seca, principalmente porque o estado entrou com uma contrapartida de R$ 27 milhões para garantir a construção de cinco poços artesianos para 122 municípios do semiárido. Na ocasião, o ministro da In-

tegração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, também anunciou a liberação de R$ 143 milhões que serão utilizados para os municípios do semiárido nordestino. No que tange a área de Ciência e Tecnologia, a gestão estadual pretende ampliar a oferta de Internet Banda Larga nas sedes de todos os municípios com IDH menor que 0,7 e nos núcleos urbanos com mais de mil habitantes. Na área da infraestrutura, a gestão quer universalizar a Academia das Cidades, levando para mais 22 municípios que ainda não possuem o parque. Também haverá a construção de 2.503 unidades do Minha Casa, Minha Vida. Um dos principais calos da administração socialista, a questão da Criança e Juventude, também terá incremento. Haverá aumento de 25% no valor repassado aos municípios (de R$ 240,00 para R$ 300,00 per capita) para suporte a menores infratores. Já o programa Mãe Coruja deverá ser levado para mais 103 cidades pernambucanas. •

Estados & Municípios

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Estados

Macapá terá 100% dos ônibus adaptados em 2014

O

Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap) estima que até 2014 toda a frota urbana e intermunicipal seja equi-

pada com acessibilidade para cadeirantes, pessoas com mobilidade reduzida, obesos e idosos. A cada renovação de frota, veículos adaptados são incorporados ao sistema, democratizando o acesso das pessoas com necessidades especiais ao transporte público. Atualmente, 186 veículos compõem a frota de ônibus, sendo 147 a frota operante.

Em 2008, existiam apenas dois ônibus adaptados com elevadores. Hoje são 99, o que representa 67% da frota.Entre 2009 e 2012 foram incorporados à frota 54 ônibus novos, todos com acessibilidade, um investimento de mais de R$ 13 milhões. Hoje a vida útil dos ônibus de Macapá é de 4,3 anos, bem abaixo da média nacional. Além da renovação da frota, o setor investiu R$ 2 milhões na implantação de um moderno sistema de bilhetagem, que possibilitou o processo de integração das linhas urbanas iniciado em janeiro de 2001. Hoje são mais de 15 linhas que podem integrar-se a • outras 40.

Turismo ferroviário pode beneficiar vários estados

Os novos projetos de trens turísticos e culturais podem beneficiar vários estados brasileiros. As necessidades e potencialidades do turismo ferroviário estão sendo minuciosamente estudadas pelo Grupo de Trabalho (GT) formado por representantes do setor e do Ministério do Turismo (MTur). Desde 2010, o Grupo discute ações de recuperação e preservação dos trechos em atividade ou desativados em vários pontos do país. 18

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O turismo por entre os trilhos é opção de muitos brasileiros. Aos poucos, a área ocupa um espaço importante nos mercados turístico e cultural. Circulando por uma malha ferroviária de 30 mil km, os trens brasileiros atendem aos mais diferentes gostos. O Brasil tem hoje 32 trens turísticos em operação, espalhados por 11 estados das regiões Sudeste, Sul e CentroOeste. Os passeios proporcionam uma viagem pela história do Bra-

sil regada à cultura, paisagens e muito charme. Além do MTur, o GT é composto pelo Ministério dos Transportes, Agência Nacional de Transportes Terrestres, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,Associação Brasileira de Operadores de Trens Turísticos Culturais e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. •


Estados

Pará inova em

gestão

O governo do Pará pode ganhar o reforço da Internacional Finance Coporation (IFC) na implementação de novos modelos de gestão para estimular as parcerias público-privadas e orientar os municípios paraenses no gerenciamento de royalties. A futura parceria com o organismo multilateral ligado ao Banco Mundial prevê ações de assessoramento e apoio técnico nos dois campos. As propostas foram apresentadas ao governador Simão Jatene (PSDB) pelos diretores da instituição internacional. Agora caberá aos secretários das pastas envolvidas analisarem quais projetos - entre os que já estão em andamento e que ainda devem ser iniciados ao longo da gestão - poderão ser envolvidos nessa parceria. No campo das parcerias público-privadas, os representantes do IFC apresentaram ao governador experiências positivas nos estados da Bahia e de Minas Gerais, nas

áreas da saúde e educação. “São experiências interessantes, que nos mostram que é possível dar certo. Nós temos vários investimentos já em andamento e, a partir de agora, a ideia é verificar a viabilidade de construir, eventualmente, um modelo de parceria público-privada para fazer a gestão dessas obras”, reiterou Justiniano Neto. Na área da saúde, o governador destacou três possibilidades para uma parceria. A primeira envolve a gestão de hospitais prontos e que já estão em funcionamento. A segunda é em relação à gestão e equipamentação de hospitais que estão sendo concluídos. “A terceira envolveria um conjunto de construção e gerir novos hospitais”, enumerou o governador, destacando a necessidade de uma discussão mais profunda dessas possiblidades, assim como na área da educação. Quanto ao gerenciamento de royalties, a ideia é que os municípios paraenses que possuem receita elevada em virtude desses recursos, oriundos, sobretudo, de projetos minerários, de energia e de compensação ambiental, possam aprimorar sua aplicação em projetos de desenvolvimento. Alguns municípios pilotos deverão ser eleitos para que um novo modelo de gestão, mais transparente e participativo, • possa ser colocado em prática. Estados & Municípios

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Estados

Plano de Governo é diferencial na arrecadação potiguar O Rio Grande do Norte teve um crescimento significativo em sua arrecadação na última década, em especial nos últimos dois anos. À frente da Secretaria de Estado da Tributação (SET), o secretário José Airton destaca o “esforço concentrado” dos servidores e as boas práticas do contribuinte como propulsores deste aumento. Em entrevista a Estados & Municípios, José Airton ressalta que o plano de gestão do governo Rosalba Ciarlini é um grande diferencial na arrecadação do Rio Grande do Norte e garante que o estado continuará desenvolvendo ferramentas de fiscalização e controle das metas fiscais. 20

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Estados

Como o senhor avalia o aumento de arrecadação no RN nesses últimos dois anos? O aumento da arrecadação do Rio Grande do Norte é um consectário do esforço concentrado dos servidores da Secretaria de Tributação, em harmonia com as boas práticas dos contribuintes do nosso estado. Isto porque, enquanto nos especializamos, desenvolvemos ferramentas de controle de massa, dos dados fiscais, através de cruzamentos das informações e documentos fiscais, além da otimização dos procedimentos de arrecadação e lançamento do Imposto. Noutra ponta estão os contribuintes que têm respondido aos controles, buscando a regularização das pendências apontadas pelos nossos procedimentos eletrônicos de controle e fiscalização.

De que forma o governo planeja aumentar ainda mais essa arrecadação? O aumento da arrecadação é decorrente de um conjunto de atos de governos, estratégias de fiscalização para cumprimento das metas, imposto como forma de viabilizar o papel do estado. Neste ponto temos avançado muito, mas temos ainda uma longa estrada a percorrer. Dentro deste planejamento estratégico do Fisco, destaca-se o aumento dos cruzamentos de dados, a virtualização dos postos fiscais, o fortalecimento das ações de trânsito e itinerância fiscal, assim como a parceria com os outros órgãos de controle, como o Ministério Pú-

blico, a Delegacia Especializada em Investigação e Crimes contra a Ordem Tributária, a Procuradoria Geral do Estado, o Procon e a Junta Comercial, para que, todos juntos, possamos, de forma coordenada e organizada, combater os desvios na arrecadação.

Especialmente para o ano de 2013, projetamos uma visibilidade ainda maior do Fisco, através da presença fiscal nas ruas, na ampliação e modernização de nosso aparato tecnológico e no melhoramento das técnicas de fiscalização.

Como combater a sonegação? Quais os diferenciais do RN que contribuem para o aumento na arrecadação? O primeiro grande diferencial é o plano de gestão deste governo, que projetou a Secretaria de Tributação como órgão essencialmente técnico e focado em seu mister. Ou seja, focado na implantação de um plano de incremento da arrecadação e instalação de justiça fiscal, através no tratamento impessoal e objetivos das questões tributárias. Esta decisão do governo possibilitou o desenvolvimento de um rol de ações que superaram o resultado imposto como meta de arrecadação deste último biênio.

Qual a projeção para este ano? Arrecadar é um exercício diário. Neste ano e nos próximos não será diferente. Nosso foco é o incremento da arrecadação, facilitação do cumprimento das obrigações tributárias, através da melhora constante de nossos sistemas de interação através da internet, melhorar e tornar cada vez mais eficiente nossas respostas aos nossos usuários. Estes se constituem no tripé que possibilita a conquista de bons resultados.

A sonegação é um dos vértices do Gap Fiscal. Isto porque nem todos os atos de ilicitude tributária são atos de sonegação. Há outras espécies que devem ser combatidas, tais como a inadimplência, a guerra fiscal e a elisão tributária. Todos são males que devem ser combatidos. A informação é a grande ferramenta de combate a todos essas práticas, que deve ser enfrentada através de um esforço de Estado, ou seja, de um esforço conjunto de todos os órgãos.

De que forma o governo tem buscado fortalecer o trabalho da Secretaria da Tributação? O governo é o grande responsável pelo sucesso da Secretaria de Tributação, por possibilitar o desenvolvimento de um trabalho exclusivamente técnico e focado no cumprimento da meta de arrecadação. •

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Estados

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Municípios

Sinop em ritmo acelerado de

desenvolvimento

O

ano começou bem para o prefeito reeleito de Sinop, Juarez Costa (PMDB). Contrariando as expectativas de janeiro, tradicionalmente um mês “fraco” e de baixa atividade econômica, o município fechou o primeiro mês do ano com elevados índices na construção civil. Foram 95 alvarás liberados, totalizando 15.963,36m², contra 14.804,66m² registrado janeiro de 2012 e 10.111,01m² de janeiro de 2011 “iniciamos 2013 em um ritmo acelerado, mantendo o índice de desenvolvimento acentuado de Sinop. Janeiro geralmente é um mês de férias, mas nesse ano, mais uma vez, superamos os índices da construção civil já no primeiro mês do ano”, comemora o prefeito, ressaltando que “os números demonstram um crescimento gradativo e em escala de grandes centros nacionais e internacionais”. Os dados de 2012 apontam 7.161 liberações, com uma área construída de 1.385.140,09m².

Os números da construção civil consolidados pelo Núcleo de Desenvolvimento Urbano (Prodeurbs) e pela Secretaria de Obras e Serviços Urbanos comprovam o otimismo dos moradores e investidores. Em 2009, foram 207.784,50m² de área construída, em 2010 foram 338.366,89m² e em 2011, 413.649,90m², o que revela um crescimento progressivo anual. O comparativo aponta ainda um crescimento superior a 51% (51,14%), em área construída, ao analisar as liberações de 2009 para 2012. Segundo Juarez Costa, os números consolidam o desenvolvimento da cidade. “Nesse momento estamos com mais de 30 obras públicas em andamento; somos, segundo a Caixa Econômica, o município matogrossense que mais constrói casas. Acredito que realmente todos esses dados estão alinhados ao ritmo de crescimento de Sinop, que supera os 7% anuais”. Para ele, não resta dúvida que a economia está aquecida e que a construção civil é um dos pilares deste aquecimento, que está gerando renda e novos empregos no município. ”O que temos aqui é o reflexo de uma cadeia ordenada de crescimento: se estamos construindo, a conseqüência direta é o aumento da população, a instalação de novas empresas e o crescimento econômico de Sinop”, destacou o prefeito. • Estados & Municípios

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Municípios

seca

Combatendo a com simplicidade Conviver com a estiagem que assola o Nordeste e o semiárido não é uma tarefa fácil, mas algumas práticas simples utilizadas por produtores e comunidade local podem amenizar o flagelo da seca. O prefeito de Poção (PE), Padre Cazuza (PSB), relata práticas simples adotadas na sua região que podem auxiliar no convívio com a desertificação e a seca. “Há alguns anos encontramos os dois últimos pés de jequitibá no nosso município e, para não deixar a espécie se extinguir e contribuir com o reflorestamento local, começamos a juntar as poucas sementes que encontrávamos, de forma que conseguimos montar, ao longo dos anos, um grande banco de sementes que não permite mais a extinção da planta”, conta Padre Cazuza. Essa prática de manutenção da vegetação e reflorestamento faz parte das estratégicas de combate à desertificação, com a redução do número de áreas secas e degradadas. Outra iniciativa simples que está ganhando corpo na região é a preservação da caatinga. Segundo o prefeito, muitos produtores de áreas do semiárido acham que, para criar gado, é necessário retirar toda a caatinga e plantar pasto, mas se esquecem que o pasto não 24

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sobrevive sem água, devido às suas características regionais. “Mas a caatinga sobrevive, por ser uma vegetação típica daquela área”, explica, ressaltando que muitos produtores aprendem na prática que é melhor deixar a caatinga para criação de gado, o que gera uma maior produção, sem perda do número do rebanho bovino. “Nada melhor que a experiência e o relato de casos de sucesso para os agricultores aprenderem o que é melhor”, enfatiza Padre Cazuza.

Segundo o diretor do Departamento de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Campello, o processo de desertificação é consequência do uso inadequado dos recursos florestais da Caatinga e Cerrado, como práticas agropecuárias sem manejo correto dos solos, o desmatamento, o uso inadequado dos sistemas de irrigação e o superpastejo animal na pecuária extensiva. “Tudo isso compromete a regeneração de espécies e provoca processos erosivos e o esgotamento dos solos”. •

“Mas a caatinga sobrevive, por ser uma vegetação típica daquela área”


Municípios

Rio Verde, celeiro ambiental Considerada a capital do sudoeste goiano, Rio Verde se transformou num importante polo econômico sem abandonar sua marca registrada: a agropecuária. O município de 200 mil habitantes é o maior produtor de grãos de Goiás, maior arrecadador de impostos sobre produtos agrícolas e centro difusor de novas tecnologias. Responsável por mais de 1% da produção nacional de grãos, anualmente o município produz mais de 1,2 milhão de toneladas das mais variadas culturas, como arroz, algodão, soja, milho, sorgo, milheto, feijão e girassol. Seu alto índice de produtividade é resultado da utilização de tecnologia de ponta e de um sistema de armazenamento moderno, seguro e próximo dos campos produtores, o que reduz os custos e facilita o escoamento da safra. E toda essa produção é obtida com o mínimo de impac-

to ao meio ambiente. Cerca de 90% das culturas são produzidas no sistema de plantio direto, processo que favorece a preservação ambiental, evitando erosões e assoreamento. O cuidado com a preservação ambiental é uma política suprapartidária. Rio Verde foi o primeiro município no estado a implantar a Central de Recebimento de Embalagens de Defensivos Agropecuários, licenciada pelos órgãos ambientais e que atua num raio de 200 quilômetros. O município mantém convênio com a Agência Ambiental do Estado de Goiás para conceder licença ambiental em todos os níveis e parceria com o Incra para emissão do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR).

Turismo de negócio A pecuária de corte também é um importante setor da

economia local e uma referência para o estado de Goiás. Com grande participação no rebanho nacional, sua pecuária de corte abastece o mercado interno e externo com o abate de mais 700 cabeças por dia. O município também é um dos maiores produtores de leite de Goiás, com mais de 50 milhões de litros/ano. Impulsionado pelo agronegócio, o crescimento de Rio Verde tem gerado o desenvolvimento de outro importante segmento da economia: o turismo de negócios, setor que movimenta milhões de reais no município. Além de abrigar grandes empresas da agroindústria, Rio Verde sedia vários eventos de grande porte, como a Sudoexpo ( Feira de Industria, Comércio e Prestação de Serviço), que acontece de dois em dois anos, e a segunda maior Feira Nacional de Gado Nelore. • Estados & Municípios

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Municípios

Toledo ganha novo estilo de gestão Goioerê precisa de investimentos Reeleito para um segundo mandato no comando da prefeitura de Goioerê, município paranaense de 29 mil habitantes, Beto Costa (DEM) não define uma prioridade para sua nova gestão. Ou melhor, todas as áreas são prioritárias. “Vamos continuar cuidando de nossa cidade em todas as áreas, oferecendo a nossa gente melhoria na educação, saúde, habitação, geração de empregos, agricultura, esporte, assistência social, cultura, melhoria da infraestrutura e muito mais”, garante o prefeito. Mas o carro-chefe de seu governo é consolidar a autoestima da cidade e garantir a permanência dos jovens no município. “Meu grande projeto é garantir uma cidade com credibilidade e novos investimentos. Quero ver os filhos desta terra crescendo, se profissionalizando e se desenvolvendo, sem a necessidade de ficarem longe de suas famílias”. Beto Costa sabe que a tarefa é árdua. Afinal, Goioerê é uma cidade pequena, que depende de recurso federal e estadual para sobreviver. A receita para atrair novos investimentos continuará sendo executada com afinco e dedicação. “Nesta segunda gestão vamos ampliar os investimentos na cidade para atrair novos investidores. Também estamos trabalhando para fortalecer o comércio e indústria local e, além disso, vamos construir barracões industriais e preparar mão-de-obra qualificada para atrair mais empresa”, ressalta o prefeito. 26

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Vereador, suplente de deputado estadual e prefeito de Toledo, no Paraná. A meteórica carreira política de Beto Lunitti (PMDB) é bem parecida com seu sucesso empresarial. Nascido em Carazinho, no Rio Grande do Sul, Luis Adbalberto Lunitti Pagnussatt começou sua atividade empresarial com uma pequena mercearia e hoje controla uma rede de supermercados. Eleito por uma ampla aliança política, Beto Lunnitti quer aplicar sua experiência administrativaempresarial na gestão pública da cidade de 122 mil habitantes e um futuro promissor. Toledo detém a maior produção agropecuária do Paraná, abriga seis instituições de nível superior, o maior frigorífico da América Latina e uma das maiores indústrias de medicamentos genéricos do Brasil. O primeiro passo é mudar o estilo de gestão utilizado por seus antecessores. “As gestões anteriores sempre estiveram focadas em construções e esqueceram que os prédios sozinhos não atendem pessoas”, critica o prefeito. Sua equipe já está realizando um estudo de potencialidades econômicas, que será analisado junto com as universidades e a sociedade civil. “Precisamos criar um ambiente favorável aos investimentos. Perdemos muitos empresários nos últimos anos por falta de política de incentivo”. O ambiente favorável inclui a criação de parques tecnológicos. um centro agropecuário, projetos de apoio às pequenas agroindústrias e a construção de um porto seco e um terminal ferroviário. “Esta logística é fundamental para o desenvolvimento de Toledo e de toda a região”.


Municípios

Prefeito vence desafio e regulariza coleta de lixo em Natal Transformar em 200 dias uma cidade tomada pelo lixo e mau cheiro numa cidade limpa e agradável para moradores e turistas. O compromisso de regularizar os serviços de coleta de resíduos sólidos, assumido pelo prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT), foi cumprido bem antes do prazo. “Durante a campanha, projetamos um cronograma de 200 dias para solução do problema. Mas constatamos que a cidade não podia esperar. Então, arregaçamos as mangas e em 45 dias colocamos os serviços em dia”, ressalta o prefeito, Desde que assumiu o comando da prefeitura, a Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana) tem trabalhado incessantemente para deixar limpas e transitáveis as vias públicas da capital. Nos dois primeiros meses do ano, a empresa recolheu cerca de 30 mil toneladas de lixo domiciliar nas quatro regiões administrativas, removeu 29 mil toneladas de entulhos e 1.800 toneladas de podas. No mesmo período, a varrição das ruas correspondeu a mais de 6.000 quilômetros e a capinação chegou a 900 quilômetros. Segundo o prefeito, a companhia precisava passar por um processo agudo de reestrutura-

ção para voltar a operar na sua plenitude. “A Urbana está sendo reestruturada para ser mais produtiva. Estamos revendo contratos e trazendo de volta nossa mão-de -obra”. Quando assumiu a prefeitura, a empresa contava com 200 garis, em um universo de 800 que estavam à disposição em outros órgãos do município. “Hoje já

conseguimos resgatar 350 homens para os serviços de rua”, enfatiza Carlos Eduardo. Com a retirada do excedente do lixo das vias públicas, as coletas domiciliar e comercial estão voltando à normalidade. Segundo o diretor de Operações da Urbana, Glauber Nascimento, com a coleta domiciliar regularizada, a empresa volta-se agora para a limpeza das lagoas e de seu entorno. A limpeza das lagoas é vista como prioridade pelo prefeito, já que, durante o período chuvoso, pode acarretar problemas de alagamentos e enchentes. Para evitar maiores transtornos à população, ele ordenou o reforço desses serviços. “Temos que pensar nos cidadãos e cidadãs que pagam seus impostos e querem ver o município revertendo o que foi pago em melhorias. Essa será a tônica da minha gestão”, afirma Carlos Eduardo. •

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renatoriella@gmail.com

RENATO RIELLA

Pi, um grande filme Aventuras de Pi, o filme do menino indiano, náufrago, que convive com um tigre durante 170 dias, dentro de um bote salva-vidas, é o que se pode chamar de cinema de verdade. Assisti Lincoln, o filme americano que aborda parte da atuação do então presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln. Não passa de um rico documentário, sem emoção, que nos apresenta um presidente pragmático, bem diferente do mito idealista que conhecemos. Fiquei assustado de ver Lincoln afirmar que, na Guerra Civil americana, mantida por ele durante quatro anos, já haviam morrido mais de 600 mil pessoas.

Coitada da Igreja Seria grandioso se o sucessor de Bento XVI fosse um Papa brasileiro, o que pegaria muito bem no Rio de Janeiro, em julho, quando será realizada a Jornada da Juventude, com milhões de participantes de diversos países. Mas sabemos que isso é quase impossível. É pedir demais aos cardeais retrógrados. Eles preferem manter a Igreja Católica sequestrada no Vaticano, sem condições de competir com igrejas evangélicas, principalmente no Brasil. Seja quem for, o novo Papa precisará abrir a mente para a modernidade. A cúpula católica perdeu capacidade de comunicação com os jovens.

PIB preocupante Analistas de instituições financeiras consultados pelo Banco Central (BC) preveem a cada semana um crescimento menor para o PIB brasileiro em 2013, na faixa dos 3%. Para 2014, a projeção para o PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fica perto dos 3,70%.Vale lembrar que o PIB cresceu cerca de 1% em 2012. A estimativa para a expansão da produção industrial em 2013 tem sido pouco superior a 3,10%. O Brasil depende da indústria para ter um PIB melhor, mas esta não está reagindo.

Estacionamento na Esplanada Sou defensor da construção de estacionamento pago subterrâneo na Esplanada dos Ministério, em Brasília. Agora, o governo Agnelo acena com essa possibilidade e sofre críticas. As pessoas pensam que será um novo Estádio Mané Garrincha, onde se gasta a quantia de R$ 1,5 bi. O imenso estacionamento foi anunciado no regime de Parceria Público-Privada (PPP), pelo qual o governo entra com o terreno, pré-projeto e facilidades na regularização burocrática, enquanto a empresa parceira investe cerca de R$ 800 milhões na construção e instalação do projeto. 28

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DIRETO DE BRASÍLIA Renan, um problema Pelotões anti-xixi O Brasil enfrenta problemas reais, como a inflação, a Petrobras e os royalties do petróleo. Agora tem um imenso problema artificial chamado Renan Calheiros. É artificial porque foi criado sem necessidade, à toa, no início do ano. O presidente do Senado e do Congresso Nacional já havia caído destes cargos uma vez, por motivos diversos relacionados com corrupção, e até responde a processo cabeludo no Supremo Tribunal Federal. Mesmo assim, resolveu desafiar a tudo e a todos, impondo-se para novo período de malhação, como se fosse um Judas pré-Paixão. Renan torna o ano de 2013 mais emocionante. Haja confusão!

Este ano, no Carnaval, o prefeito Eduardo Paes lançou no Rio de Janeiro os Pelotões Anti-Xixi, avisando aos praticantes desse ato desprezível (nas ruas, é claro) que seriam levados para delegacias. Salvador, a minha cidade, já acordou para este problema, mas não tem ainda a postura dura de Eduardo Paes. Na capital baiana, foram divulgados estudos mostrando que a urina despejada por foliões irresponsáveis corroi o cimento e abala a estrutura de viadutos, que ficam com as ferragens expostas. É preciso reagir!

Jornalista premiada Ana Dubeux, editora do Correio Braziliense, venceu pela segunda vez o prêmio nacional da Revista Imprensa que valoriza mulheres em chefia de redação. Na verdade, o Correio, sob sua direção, impôs-se como veículo nacional, sendo um dos quatro principais jornais do Brasil. Pernambucana, morando em Brasília há 25 anos. Ana é discreta e firme. Mantém uma linha equilibrada no Correio, jornal que se segura como o principal de Brasília desde 21 de abril de 1960, nunca perdendo esta posição.

Carne de cavalo Sempre tentei convencer uns e outros a não comerem presunto, linguiça e outras bombas. Finalmente, após a polêmica da carne de cavalo, meus argumentos talvez sensibilizem algumas pessoas. E agora pergunto: vocês acham que a carne equina está sendo usada só nos embutidos da Europa? Lembrem-se que, por aqui, além da grande oferta de cavalos pangarés, ainda há o enorme estoque de jegues. Lembro que o hamburger, tão inocente nas alegres embalagens das lanchonetes, carrega consigo o mistério da origem. De que é feito? Estados & Municípios

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EC co O nNoOmMi Iaa

RECORDE

Poupança atinge R$ Os brasileiros estão poupando cada vez mais. Em janeiro, os depósitos de recursos na caderneta de poupança superaram as retiradas em R$ 2,3 bilhões, registrando a melhor marca para este mês desde janeiro de 2010, quando o saldo de depósitos chegou a R$ 2,61 bilhões. Somando os depósitos e os rendimentos creditados nas contas dos poupadores, o volume total de recursos aplicados na mais tradicional modalidade de investimentos do país atingiu a marca inédita de R$ 500,8 bilhões em janeiro. No fim do ano passado, o estoque de recursos na poupança totalizava R$ 496,3 bilhões. Segundo o Banco Central, no mês passado os depósitos na caderneta de poupança somaram R$ 113 bilhões, ao mesmo tempo em que as retiradas de recursos totalizaram R$ 110,7 bilhões. Já o volume dos rendimentos creditados nas contas dos investidores somou R$ 2,23 bilhões.

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Estados & Municípios

500 bilhões

Novas regras Os números do BC mostram que a caderneta de poupança continua atraindo investimentos mesmo com a mudança do formato de rentabilidade, feita pelo governo em maio do ano passado. A nova regra do governo atrelou o rendimento da poupança à taxa básica de juros da economia definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), para evitar que outras aplicações financeiras de renda fixa perdessem atratividade frente à poupança em função da queda do juro básico. Os recursos depositados a partir de 4 de maio rendem o equivalente a 70% da Selic mais Taxa Referencial (atualmente zerada). Esse novo formato de rendimento da poupança foi aplicado, porém, somente quando a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, atingiu 8,5% ao ano – acionando o

chamado “gatilho” para a mudança. Com a Selic atualmente em 7,25% ao ano, no piso histórico, a rentabilidade da poupança está em 5,07% ao ano. Mesmo que a Selic mude ao longo do período mensal considerado, a taxa aplicável é a vigente na data em que se deposita, ou seja, a do início do período. Pela regra anterior, que vigorava desde 1991, a poupança não podia render menos de 6,17% ao ano, mais TR. Mesmo com rendimento menor, especialistas avaliam que a caderneta de poupança ainda é uma boa opção de investimento para pequenos poupadores, para pessoas que buscam aplicações de curto prazo ou que procuram formar um “fundo de reserva” para emergências – uma vez que não há incidência do Imposto de Renda. •


ECONOMIa

Brasil ganha novos

municípios exportadores

O número de municípios brasileiros exportadores não pára de crescer. Em 2012, 11 novas cidades romperam as fronteiras do mercado internacional e ingressaram neste seleto grupo que já reúne 1831 municípios, contra 1820 registrado em 2011. Principal exportador do país, com participação de 26,8% do total exportado em 2012, o estado de São Paulo também lidera o ranking com o maior número de municípios exportadores, totalizando 354 unidades, seguido de Minas Gerais (262), Rio Grande do Sul (214), Paraná (178), Santa Catarina (163), Bahia (95), Mato Grosso (75), Goiás (61), Pará (60) e Rio de Janeiro (53). Os municípios com melhor desempenho nas exportações foram Angra dos Reis-RJ (US$ 12,207 bilhões), São Paulo-SP (US$ 9,049 bilhões),

Parauapebas-PA (US$ 8,959 bilhões), Rio de Janeiro-RJ (US$ 7,241 bilhões) e São José dos Campos-SP (US$ 6,300 bilhões). O estado que registrou o maior valor médio exportado por município, em 2012, foi o Rio de Janeiro (US$ 593,5 milhões/ município), seguido por Espírito Santo (US$ 306,7 milhões) e Pará (US$ 246,1 milhões). As vendas de petróleo em bruto representaram 64,2% da pauta total, sendo que Angra dos Reis respondeu por 39% das vendas totais efetuadas pelos municípios fluminenses.

Minério No Espírito Santo, os embarques de minério de ferro representaram 52% do valor exportado pelo estado no período e o município de Vitória foi responsável por 35% das vendas realizadas pelas cidades capixabas. As vendas ao exterior de minério de ferro

também preponderaram no Pará, representando 59% do total exportado. Entre os municípios que tiveram maiores superávits comerciais (exportações menos importações), o primeiro lugar ficou com Parauapebas-PA (US$ 8,654 bilhões), seguido por Angra dos Reis-RJ (US$ 8,362 bilhões), Santos-SP (US$ 4,962 bilhões), Nova Lima-MG (US$ 3,528 bilhões), e ParanaguáPR (US$ 3,105 bilhões). Os municípios brasileiros que mais importaram, em 2012, foram Manaus-AM (US$ 13,380 bilhões); São Paulo-SP (US$ 13,352 bilhões), Rio de Janeiro-RJ (US$ 8,468 bilhões), São Luiz-MA (US$ 6,842 bilhões) e São Sebastião-SP (US$ 6,569 bilhões). Foram contabilizadas 1.856 cidades importadoras no ano passado, contra 1.823 no ano anterior, com acréscimo de 1,8% no comparativo. •

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ECONOMIa

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Estados & Municípios


Infraestrutura

ASFALTO FRIO

Mais barato e fácil de aplicar O mercado brasileiro já dispõe de um novo produto para a pavimentação de ruas e avenidas: o asfalto frio. Como o nome já diz, o asfalto é aplicado a frio, eliminando a necessidade de usinagem do piche, e pode ser armazenado por até um ano sem perder suas características originais. Essa moderna tecnologia de pavimentação contém um detergente que inibe a ação do asfalto por temperatura e evita a solidificação do produto. Sua composição é idêntica à do asfalto convencional, formada por piche, pedra e pedrisco. A grande diferença são os aditivos secretos, que permitem que o asfalto a frio possa ser aplicado até na chuva, já que a água não contamina o produto.

Na pratica, o asfalto frio atende a qualquer tipo de demanda, mas o ponto forte do produto é sua facilidade de aplicação nas chamadas operações tapa- buracos, largamente realizadas por governos estaduais e municipais. Sua fórmula garante que o produto seja armazenado por até um ano sem perder as propriedades do asfalto. É como se o produto estivesse acabado de sair da usina a 180 graus de temperatura.

Custo X benefício O custo final de sua aplicação é 40% mais barato que o asfalto tradicional que, por ser aplicado a quente, requer uma estrutura de equipamentos, máquinas pesadas e uma frente de

trabalho qualificada e numerosa. Previamente usinado a quente, o produto já vem pronto para ser utilizado e sua aplicação é hiper-simples. Basta espalhar o produto e compactar o asfalto no chão utilizando pequenas máquinas portáteis. O asfalto a frio também possui um aditivo com função aderente que faz o asfalto literalmente colar no chão. “O produto é flexível, fácil de trabalhar e não perde as características originais”, explica o empresário Daniel Solidônio, proprietário da Vale do Aço, distribuidora exclusiva do produto para as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Além de comercializar pacotes com produto/compactador, a empresa presta assistência técnica a todos os seus clientes. Estados & Municípios

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Gestor, a sua cidade está pronta para enfrentar a dengue? Como gestor você tem um papel importante no combate à dengue. Sua participação nas ações de mobilização, controle e assistência é fundamental. Para melhor coordenar o processo de enfrentamento da dengue, veja algumas ações para serem planejadas e desenvolvidas no seu espaço de atuação:

• Reorganizar a assistência à saúde nos diversos níveis de atenção;

• Reforçar a vigilância em saúde, especialmente a de controle de vetores e monitoramento de casos;


• Promover a capacitação e educação permanentes, remanejando pessoas, quando necessário;

• Planejar ações de comunicação e mobilização, como mutirões de limpeza na comunidade;

• Realizar planejamento estratégico para programar e acompanhar as ações;

• Assegurar o funcionamento permanente dos serviços de coleta e tratamento de lixo. Acesse www.facebook.com/combataadengue e baixe o material de campanha para divulgação.

Melhorar sua vida, nosso compromisso.


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Estados & MunicĂ­pios


Educação

Rosalba reforça transporte escolar no Rio Grande do Norte O Programa Caminhos da Educação, desenvolvido pelo governo do Rio Grande do Norte, está universalizando o sistema educacional do estado. Somente neste mês, 136 novos ônibus escolares entraram em circulação, beneficiando milhares de estudantes de 106 municípios. O projeto de universalização é fruto do esforço conjunto do governo estadual e da bancada federal do Rio Grande do Norte. O crescimento da frota teve início com a entrega de 53 novos ônibus escolares a 45 municípios das regiões da Grande Natal, Agreste, Trairí e Mato Grande. A governadora Rosalba Ciarlini entregou também mais 23 ônibus para o transporte de estudantes de 21 municípios da região do Seridó; 35 para 20 municípios do Alto e Médio e outros 25 ônibus para 20 municípios da região Oeste e do Vale do Assú. “Nós queremos universalizar o sistema, para que nenhuma criança deixe de ir para a escola. O transporte oferecido pelos mu-

nicípios deve ser confortável e seguro. Precisamos com urgência mudar essa história de transportar crianças em caminhonetes e em caminhões pau-de-arara e é isso que nós estamos fazendo”, ressaltou a governadora. Com isso, neste inicio de ano letivo, a frota escolar passa a contar com 146 novos ônibus, já que entre o final de 2012 e início de 2013 outros 10 ônibus foram entregues aos municípios de Brejinho, Itajá, Jandaíra, Pedro Velho. Viçosa, Jucurutu e Pau dos Ferros.

Nova realidade

centes uma nova oportunidade de vida. Ela ressalta que a educação é o melhor caminho para mudar a realidade do estado e do país. Somando à primeira entrega realizada em março de 2012, quando foram distribuídos outros 120 ônibus, atualmente a frota estadual já ganhou 266 novos ônibus escolares. E tudo isso em menos de um ano. Hoje existem 501 ônibus escolares novos circulando pelo RN, e mais 140 ônibus estão dentro do planejamento do Programa Caminhos da Educação. •

Para Rosalba Ciarlini, essa é uma realização importante, que vai garantir às crianças e adoles-

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, prestigiou a entrega dos novos ônibus escolares Estados & Municípios

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Saúde

Comitê Gestor define metas para o Norte de Minas Reunidos em Montes Claros, técnicos e gestores da saúde dos 86 municípios que compõem a Macrorregião Norte de Minas Gerais começaram a elaborar o planejamento estratégico para a Rede de Urgência e Emergência da região para 2013. Coordenado pela Secretaria Estadual de Saúde, o encontro definiu a agenda de compromissos do Comitê Gestor, responsável pela governança da Rede, e o planejamento necessário para que a agenda seja cumprida. Segundo Rasível dos Reis, coordenador estadual de Urgência e Emergência, o planejamento estratégico é fundamental para manter o alinhamento da Rede. “O Comitê Gestor é decisivo na organização da Rede e é importante que todos os membros compreendam a missão, visão e valores do Comitê e desenvolvam competências para garantir a efetividade de sua ação final, que é a governança da Rede”, esclarece.

Comitê Gestor O Comitê é um espaço formal de discussão e implementação das correções necessárias à permanente adequação do sistema de atenção, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelos planos de atenção às urgências regional e estadual. É o Comitê quem determina as metas a serem atingidas pela Rede através de indicadores de resultados, quem avalia e propõe alterações no plano de operações do sistema de atenção às urgências e emergências e elabora as normas e protocolos de 38

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atendimento dos componentes pré-hospitalar, hospitalar e pós-hospitalar. A meta do Comitê para este ano é garantir a realização da classificação de risco em todos os pontos de atenção, participar da elaboração e validação de protocolos clínicos, avaliar o processo e o fluxo do transporte de pacientes entre os pontos da Rede, e acompanhar o fluxo de referência e contra referência de pacientes após a alta hospitalar. Desde a implantação da Rede de Urgência e Emergência, em 2009, o Norte de Minas vem reduzindo sensivelmente o número de mortes por causas evitáveis e a mortalidade infantil. Segundo a superintendente regional de Saúde de Montes Claros, Olivia Pereira de Loiola, esses resultados só foram possíveis graças à organização das redes de atenção à saúde, cuja lógica é priorizar o paciente, que é atendido no local mais adequado, de acordo com sua necessidade. •


Saúde

Ações e políticas para os novos secretários municipais Incentivos

Melhorar a qualidade da atenção básica, investir na ampliação da rede de unidades de saúde e humanizar o atendimento à população. Estes são alguns dos desafios que os secretários municipais de saúde terão pelos próximos quatro anos. Desafios que serão enfrentados com a ajuda incondicional de um aliado de peso: o Ministério da Saúde. “A cada desafio, lembrem que vocês não estão sozinhos na tarefa de garantir uma saúde com qualidade aos brasileiros. Transforme sua gestão em uma marca histórica do Sistema Único de Saúde no seu município”, ressaltou o ministro Alexandre Padilha,

na abertura do encontro realizado em Brasília e que reuniu mais de 2 mil secretários das 435 Regiões de Saúde existentes no país. Foi a primeira vez que o Ministério da Saúde realizou, em momento de transição, um encontro com os secretários de Saúde de todo o país, com o objetivo de ouvir, alinhar e apresentar as ações de saúde existentes. Segundo o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, essa aproximação com o governo federal é muito importante para disseminar a oferta de financiamentos para investimento e custeio acessíveis a municípios de todos os portes.

O secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério, Odorico Monteiro, destacou alguns temas que têm despertado interesse dos secretários municipais de saúde. Entre eles está o Programa de Melhoria da Qualidade da Atenção Básica de Saúde (Pmaq), que busca melhorar a qualidades dos serviços, organizar e estruturar o sistema de saúde na atenção básica. Ele ressaltou que o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), lançado no biênio 2011/2012, chega à sua segunda edição com a adesão de mais de 2 mil municípios inscritos e cerca de 6,7 mil médicos. “Os incentivos para reforma, ampliação e construção de unidades de saúde também têm chamado a atenção dos secretários. Há também dúvidas sobre o Contrato Organizativo de Ação Pública (COAP), que cria a Região de Saúde. Em 2012, os estados redefiniram suas regiões, totalizando hoje 435. Essa definição ajuda, por exemplo, na elaboração do plano de investimento da região”, explica o secretário. • Estados & Municípios

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PREENCHA

COMPACTE

PRONTO



P

ara ser saudável e se fazer produtivo, o ser humano necessita de alimentos que depois de processados pelo organismo, se transformam em energia para o corpo e mente. O desenvolvimento de um país passa pelo mesmo processo. Para crescer, é preciso alimentar o parque energético e transformar esses investimentos em energia para mover indústrias, fábricas, serviços e ações que resultem em riqueza e conforto para o país e seus cidadãos. Aumentar a capacidade de geração de energia elétrica, desenvolver fontes alternativas de energia e incrementar a produção de petróleo – principal fonte energética que movimenta nossa frota de veículos e de máquinas agrícolas responsáveis pelo sucesso do agronegócio nacional – exige muitos recursos e planejamento estratégico. O trabalho está sendo feito, mas ainda temos um longo caminho pela frente, vide as recentes quedas do sistema de fornecimento de energia elétrica. É certo que o setor continua crescendo, 42

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embora não acompanhe a demanda acelerada de consumo provocada pelo aumento do poder aquisitivo da população e por programas oficiais como o “Luz para Todos”. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2012 a capacidade instalada no Brasil chegou a 121 mil megawatts, provenientes de 2.809 usinas hidrelétricas, termelétricas, eólicas, nucleares e de pequenas centrais hidrelétricas. Mas, para manter a condição de quinta economia do planeta é preciso mais. E o Brasil caminha a passos largos nesta direção. Afinal, a energia é o nosso desafio.

País quer dobrar capacidade energética Para evitar problemas futuros com o abastecimento elétrico, o governo federal pretende dobrar a capacidade instalada do país no prazo de 15 anos. E a determinação da presidenta Dilma Rousseff, que comandou o Ministério de Minas e Energia no gover-


no do ex-presidente Lula, está sendo cumprida. No ano passado, o país colocou em operação 4 mil megawatts e 2,7 mil quilômetros de linhas de transmissão. Este ano, a meta é instalar mais 8,5 mil megawatts de energia e 7,5 mil quilômetros de novas linhas. “Temos contratada toda a energia que o Brasil precisa para crescer e, bem, neste e nos próximos anos”, ressalta Dilma Rousseff, enfatizando que o sistema elétrico brasileiro é um dos mais seguros do mundo, porque trabalha com fontes diversas de produção de energia, o que não ocorre na maioria dos países. A presidenta rebate as previsões pessimistas sobre a possibilidade de racionamento de energia em decorrência do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. Ela explicou que praticamente todos os anos as usinas térmicas, movidas a gás natural, óleo diesel, carvão ou biomassa, são acionadas com menor ou maior exigência para garantir o suprimento de energia do país. “Isso é usual, normal, seguro e correto. Surpreende que algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas”. Segundo Dilma Rousseff, como era de se esperar, essas previsões fracassaram e o Brasil não deixou de produzir um único quilowatt que precisava.

Luz para todos O Programa Luz Para Todos vem expandindo o fornecimento de energia elétrica para lugares do país que antes só sonhavam com esse benefício. Criado em novembro de 2003, o programa já atendeu mais de 3 milhões de famílias no meio rural brasileiro, levando energia elétrica para quase 15 milhões de pessoas, de Norte a Sul do Brasil. Para o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o programa tem proporcionado a essas populações mais do que o conforto da eletricidade em casa. “Utilizada de forma produtiva, a energia tem atuado como vetor de desenvolvimento econômico e social nas comunidades atendidas, contribuindo para a redução da pobreza e da fome”, assinala o ministro. Mesmo comunidades remotas, isoladas e de difícil acesso, especialmente as localizadas na Amazônia, como Novo Airão, Eirunepé, Beruri, Barcelos, Autazes e Maués, no Estado do Amazonas; Araras Grande Sul, Araras Pequena, Araras Grande Norte e Arara Micro, localizadas no município de Curralinho, na ilha do Marajó (PA), já são atendidas com energia produzida por miniusinas fotovoltaicas distribuídas por minirredes. A iluminação trouxe conforto, qualidade de vida, educação e saúde. 40,7% dos entrevistados comemoraram a chegada da energia elétrica pelo fato de, agora, poderem estudar à noite em escolas iluminadas. Para 22,1%, um dos maiores benefícios é que os postos de saúde poderão conservar vacinas, soros e medicamentos que antes só eram e n c o n t ra d o s na cidade. • Estados & Municípios

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Hidrelétricas respondem pela maior parte da energia produzida

Dados do Balanço Energético Nacional 2012, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE, vinculada ao ministério de Minas e Energia, revelam que a energia produzida pelas hidrelétricas representa 81% da matriz elétrica brasileira. E não poderia ser diferente, tendo em vista o gigantesco potencial hídrico brasileiro. Esse tipo de energia é considerada limpa e apresenta a vantagem de

ser renovável, já que, depois de movimentar as turbinas, as águas voltam para o leito do rio sem sofrer nenhum tipo de degeneração. Atualmente o Brasil possui 140 usinas hidrelétricas em operação, sendo que as dez maiores respondem por 28,9% da capacidade instalada brasileira. Juntas, elas produzem 32,9 mil megawatts, para uma capacidade total de 114,07 mil. Entre as maiores usinas hidrelétricas do país estão Tucuruí I

e II, construídas no rio Tocantins, no Pará, que lideram o ranking, com 8,37 mil de capacidade instalada total. O segundo lugar é ocupado por Itaipu que, por ser binacional (Brasil e Paraguai), contabiliza 7 mil MW, metade de sua potência total. Também fazem parte desse ranking as usinas de Ilha Solteira, no Rio Paraná; Xingó, no rio São Francisco; e Paulo Afonso IV, também instalada no Rio São Francisco. •

Belo Monte,

problema ou solução?

A construção de novas hidrelétricas de grande porte, como a de Belo Monte, no Pará, continua enfrentando resistência. Considerada uma das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, Belo Monte vem sendo alvo de intensos debates pró e contra sua instalação. Para ambientalistas e indígenas, a usina, que pode gerar até 11 mil megawatts de energia, vai comprometer o meio ambiente, ao provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com

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redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna locais e provocando impactos socioeconômicos. Para o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte não vai afetar nenhuma comunidade indígena. Ele reitera sua posição em defesa da necessidade da construção da usina. “É uma energia limpa e fundamental para o crescimento do país. Temos a matriz energética mais limpa e renovável do mundo e pretendemos continuar assim”, disse o ministro.


A importância estratégica

das termelétricas

Nos últimos anos, o Brasil tem vivido períodos de sobressalto, por conta das estiagens que comprometem o nível dos rios onde estão instaladas as principais hidrelétricas. Em todas essas ocasiões, são as usinas termelétricas que suprem parte do mercado consumidor, funcionando à base de óleo, carvão ou gás, fontes primárias consideradas não-renováveis. Foi isso que aconteceu, por exemplo, durante o final do último ano e o começo de 2013, quando o nível abaixo do normal na maioria dos reservatórios fez com que quase um quarto da energia distribuída pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) e consumida em todo o país tenha sido produzido por usinas termelétricas. Nesse período, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pelo menos 60 usinas

termelétricas despacharam energia por meio do SIN. As termelétricas estão em franco crescimento, A Aneel já conta com a entrada em operação, até maio deste ano, de mais 13 termelétricas, num total de 2.577,6 MW de capacidade instalada. A previsão é que outros 399,29 MW de seis térmicas entrem em operação ao longo deste ano. Os números mais recentes da Aneel indicam a existência de 1.623 usinas termelétricas em operação no Brasil, movidas a combustíveis como óleo, gás natural e biomassa, com potência somada de 35,5 mil MW, concentradas principalmente no Sudeste. No Norte, usam predominantemente combustíveis fósseis, com destaque para o óleo diesel. O uso da biomassa, mas especificamente o bagaço de cana, é maior no estado de São Paulo. • Estados & Municípios

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Etanol brasileiro é bom para a economia e para o meio ambiente O Brasil é um dos maiores produtores mundiais e o maior exportador de etanol. Atualmente, o etanol brasileiro representa a melhor e mais avançada opção para a produção sustentável de biocombustíveis em larga escala no mundo. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), foram produzidos, no país, 20,5 bilhões de litros do combustível na safra 2011-2012 e quase toda a produção foi direcionada para o mercado interno. Mas, para os especialistas do setor, o potencial de exportação do etanol brasileiro é indiscutível, como afirma Andy Duff, da área de Açúcar do Departamento de Pesquisa e Análise Setorial do Rabobank, para quem “o etanol é eficiente e pouco poluente. Sua disseminação como commodity global é questão de tempo”.

Baixo custo O Brasil é o candidato natural a liderar a produção economicamente competitiva e a exportação mundial de etanol, porque tem o menor custo de produção e o maior rendimento em litros por hectare, apresenta balanço energético inigualável e domínio tecnológico nas áreas industrial e agrícola, com possibilidade de ampliar a produção. Em relação ao meio ambiente, o etanol reduz as emissões de gases de efeito estufa em cerca de 90% e a poluição atmosférica nos centros urbanos. 46

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A Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA), por exemplo, considera que o combustível de cana reduz em mais de 60% as emissões de gases do efeito estufa em seu ciclo de vida total na comparação com a gasolina. Além disso, a produção tem baixo consumo de fertilizantes e defensivos e apresenta níveis relativamente baixos de perdas do solo. O etanol brasileiro é produzido nas regiões Nordeste e Centro-Sul, sendo que a região Centro-Sul é responsável por cerca de 90% da produção nacional. O estado de São Paulo responde por 60% da produção do biocombustível. Em 2010.a produção de etanol atingiu a marca de 27,9 bilhões de litros, um grande aumento em relação ao volume de 2002/03 (12,5 bilhões de litros), antes da introdução dos veículos flex-fuel. •

Foram produzidos, no país, 20,5 bilhões de litros do combustível na safra 2011-2012


Biodiesel

Alternativa limpa para o País

O biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, como óleos vegetais e gorduras animais. Esse biocombustível substitui total ou parcialmente o diesel de petróleo em motores de caminhões, tratores, automóveis e motores de máquinas que geram energia. A mistura de biodiesel ao diesel teve início em dezembro de 2004. Em janeiro de 2008, entrou em vigor a mistura obrigatória de 2% em todo o País. Esse percentual foi ampliado sucessivamente, até atingir 5% em janeiro de 2010, antecipando em três anos a meta estabelecida pela Lei nº 11.097, de 2005. O biodiesel é vendido misturado ao diesel de petróleo em mais de 30 mil postos de abastecimento espalhados pelo País. Sua

produção saltou de 69 milhões de litros em 2006 para 2,4 bilhões de litros em 2010, tornando o Brasil o segundo maior mercado mundial, somente atrás da Alemanha, que produz e consome biodiesel há muito mais tempo. Desde o lançamento do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, em dezembro de 2004, até o fim de 2011, o Brasil deixou de importar 7,9 bilhões de litros de diesel, o equivalente a um ganho de cerca de US$ 5,2 bilhões na balança comercial brasileira. A comercialização do biodiesel é realizada por meio de leilões públicos, que oferecem igualdade de acesso entre fornecedores e não discriminam o porte do produtor de biodiesel, assegurando a participação da agricultura familiar. •

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Biomassa transformando resíduo em energia

O Brasil também está aumentando o investimento no aproveitamento de biomassa na produção de energia. Estudos mostram que, em 2020, a geração de eletricidade por biomassa atingirá 20,1 GW de capacidade instalada e responderá por 11% da capacidade instalada total, contra 7,8 GW e 6,6% de participação em 2010. A biomassa é toda matéria orgânica não fóssil, de origem animal ou vegetal, que pode ser utilizada na produção de calor, seja para uso térmico industrial, seja para geração de eletricidade, podendo ainda ser transformada em outras formas de energias sólidas (carvão vegetal, briquetes), líquidas (etanol, biodiesel) e gasosas (biogás de lixo). Dados atualizados da Agência Nacional de Energia Elétrica indicam que atualmente o Brasil possui em operação 448 usinas

de biomassa para produção de energia, com uma potência de produção de 10.108.799,70 kW. As principais matérias-primas utilizadas são o bagaço de cana de açúcar, casca de arroz, licor negro e resíduos de madeira. Grande parte dessas usinas está instalada em São Paulo, onde das usinas de cana de açúcar reaproveitam o bagaço para gerar energia elétrica.. A biomassa também apresenta vantagem em relação ao controle da poluição, pois contribui para diminuição da emissão de gases poluentes no ambiente em comparação com as provenientes de combustíveis fósseis, como o petróleo, além de ser um tipo de fonte renovável de energia. Outra vantagem da biomassa é a sua capacidade de renovação e de gerar empregos e renda, ao envolver mão-de-obra local na sua produção. •

O licor negro é um subproduto do processo de tratamento químico da indústria de papel e celulose e resultado da mistura de compostos químicos inorgânicos de digestão, resíduos de madeira dissolvida (lignina) e outro tipo de matéria orgânica separada da madeira durante o cozimento no processo Kraft (processo sulfato de fabricação de celulose). O material é utilizado principalmente por empresas do ramo do papel e da celulose, que possuem usinas próprias de geração de energia e o seu consumo cresce continuamente, chegando em alguns casos a representar mais de 80 % do combustível usado por essas usinas. 48

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País aumenta a produção usando a força do vento De 2011 para 2012, o parque eólico do Brasil teve expansão de 75%, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), que baseou essa informação no relatório anual e global do setor elaborado pela Global Wind Energy Council (GWEC).Com isso, a capacidade de geração do país passou de 1,431 para 2,508 gigawatts. Com R$ 7 bilhões de investimentos ao ano, o setor de energia eólica pretende, até 2021, representar 9% da matriz energética brasileira. Hoje a participação é de apenas 2%. Segundo a presidente-executiva da ABEEólica, Élbia Melo, o país sofre um atraso na exploração desse tipo de energia. “A participação da energia eólica na matriz brasileira é pequena porque os investimentos começaram em 2009 e demoram três anos para dar resultado. Mas temos contratos assinados que garantem uma participação maior. Além disso, o pla-

no decenal do governo prevê a energia eólica como segunda maior fonte”. Algumas regiões estão mais avançadas nesse setor e o Nordeste e o Sul do país concentram os investimentos já garantidos, como por exemplo o Rio Grande do Norte, que já tem contratados 3 GW de energia, o Ceará, 2 GW,

a Bahia, 1,6 GW e o Rio Grande do Sul, 1,4GW. Novas tecnologias também vêm aumentando o potencial para transformar vento em energia, como torres eólicas de 100 metros, que captam maior volume de vento e abriram oportunidades de negócios em Minas Gerais, São Paulo e Maranhão,

regiões onde antes não havia nenhum interesse de investir no setor. As torres utilizadas anteriormente eram de 50 metros, e seus aerogeradores tinham capacidade menor de captação de ventos.

Linhas de transmissão O atraso na instalação de linhas de transmissão para levar a energia produzida ao consumidor está impedindo a operação de usinas eólicas. Só no Rio Grande do Norte e na Bahia existem mais de 20 parques eólicos prontos, um total de 622 MW de potência instalada, mas todos ainda inoperantes por falta de instalação de linhas de transmissão. Em termos estratégicos, este tipo de matriz é importante, porque os ventos são mais fortes nos períodos de seca (entre junho e dezembro), quando a produção das hidrelétricas tende a cair. A responsabilidade pelas linhas de transmissão, para conectar as eólicas ao sistema nacional, é da estatal Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, que aponta entraves de licenciamento ambiental e do patrimônio histórico para o atraso das obras, já que as linhas cruzam sítios arqueológicos. A Aneel calcula que, até setembro, esses parques de vento comecem a operar. • Estados & Municípios

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Energia nuclear para superar déficit

Embora o programa nacional de energia nuclear seja da década de 1950, quando foi criado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, a primeira usina nuclear brasileira só entrou em operação comercial em 1985, com a inauguração de Angra 1, que gera energia suficiente para suprir uma cidade com 1 milhão de habitantes. Ela esta instalada em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, onde também estão as usinas nucleares de Angra 2 e Angra 3 (que ainda não entrou em operação), de propriedade da Eletronuclear, subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras - Eletrobrás Angra I foi adquirida sob a forma de contrato conhecida por “turn key”, ou seja, como um pacote fechado, que não previu transferência de tecnologia por parte dos fornecedores. Já Angra 2, que opera desde 2000, fruto de um acordo nuclear Brasil-Alemanha, previu transferência, o que permitiu que o Brasil tivesse o domínio so50

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bre praticamente todas as etapas de fabricação do combustível nuclear e sozinha, pode atender uma região com até dois milhões de habitantes. Com previsão de operação para 2014, Angra 3 será a terceira usina nuclear brasileira e terá uma potência bruta elétrica de 1.405 MW, suficiente para abastecer um terço do consumo do estado do Rio de Janeiro. O terceiro empreendimento da CNAA obteve, em maio de 2010, sua licença de construção, emitida pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear). Até então, só haviam sido realizadas obras de preparação do terreno e de instalações administrativas. Com a licença, a Eletronuclear, responsável pela gestão da usina, pode dar início às obras que envolvem o prédio do reator. Apesar do acidente com a usina de Fukushima, a energia nuclear ainda é considerada segura por estudiosos e uma das soluções para a reformulação da matriz energética no caso da poluição ambiental, já que não é geradora de gases de efeito estufa. •


Um Rio de Janeiro de energia jogada Estudo da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), informa que cerca de 10% dos 430 terawatt-hora consumidos no país a cada ano são desperdiçados. O volume é superior ao consumido pelo total da população do estado do Rio de Janeiro, que alcança cerca de 36 TWh. Segundo a pesquisa, esse índice corresponde a mais do dobro do observado na Alemanha, que desperdiça, em média, 4% de toda a energia consumida. Com esse desperdício, o país joga “no lixo” aproximadamente R$ 15 bilhões ao ano, afirmou o presidente da Abesco, José Starosta. Entre os maiores vilões estão processos industriais obsoletos e sistemas de refrigeração, aquecimento e iluminação inadequados, sem sistemas de automação que permitam, por exemplo, o desligamento automático quando não há pessoas presentes no local. Também acontecem perdas de energia nas linhas de transmissão em funcionamento no país. “Essas perdas nas linhas de transmissão são normais. Mesmo com manutenção modernizada, elas nunca acabam. O problema são os desperdícios que ocorrem nas plantas comerciais, como

fora

shoppings e hospitais, além das indústrias”, enfatizou José Starosta.

Crise no fornecimento Como se não bastasse o desperdício, o país também tem sofrido nos últimos anos interrupções ocasionais no fornecimento de energia. O primeiro ocorreu entre julho de 2001 e setembro de 2002, quando a forte estiagem esvaziou as principais represas e comprovou a carência de planejamento e investimentos em geração de energia. Na época, para evitar novas quedas, o governo realizou uma campanha nacional, estimulando a população a fazer um racionamento “voluntário” de energia. Depois disso, outros cortes no fornecimento, os chamados apagões, voltaram a atormentar o país, como os ocorridos no início de 2005 nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo; o de novembro de 2009, quando o desligamento da usina hidroelétrica de Itaipu deixou 18 estados brasileiros total ou parcialmente sem energia; e o de dezembro de 2012, que interrompeu o fornecimento de energia nos municípios de seis estados do país, incluindo Rio e São Paulo. • Estados & Municípios

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Gestão

Em Curitiba a ordem é

cortar gastos Em Curitiba, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) está tomando uma série de iniciativas para economizar cerca de R$ 8 milhões por ano. As medidas incluem o corte de inúmeras despesas consideradas supérfluas, entre elas a redução da frota de carros locados, que resultará numa economia anual de R$ 2,9 milhões para os cofres municipais. No primeiro mês de governo, a prefeitura devolveu 45 veículos à empresa responsável pelas locações. Outra medida adotada pelo governo municipal foi a fusão de secretarias e a consequente extinção de um dos cargos de secre-

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tário. As secretarias de Administração e do Planejamento foram unificadas; as ações da Secretaria Municipal Antidrogas foram incorporadas à pasta da Defesa Social; a Companhia de Habitação (Cohab) extinguiu duas diretorias, duas gerências e 17 chefias e o Instituto Curitiba de Saúde (ICS) reduziu seu quadro administrativo. “São medidas simples, que ajudam a direcionar os investimentos públicos para as áreas que realmente precisam e ajudam a saldar as dívidas que foram deixadas pela gestão anterior”, enfatiza Gustavo Fruet. Logo que assumiu o comando da prefeitura, Gustavo Fruet assinou um decreto determinando a redução de no mínimo 15% dos gastos de custeio de todas as unidades da administração direta e indireta da Prefeitura. O decreto também suspendeu, por até 90 dias, todos os pagamentos de despesas superiores a R$ 30 mil. Dentro deste prazo, um Comitê de Transparência e Responsabilidade Financeira reavalia todas as despesas de custeio, pessoal, investimentos e pagamento de amortização, serviços da dívida e restos a pagar do município. •

Code Nacional

será realizada em março

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) promoverá a terceira edição da Conferência do Desenvolvimento (Code), nos dias 19, 20 e 21 de março, no Centro de Eventos Brasil 21, em Brasília. Mais uma vez o público terá a oportunidade de discutir os principais temas relacionados ao desenvolvimento do Brasil, em atividades que incluem painéis, mesas e minicursos. Desta vez, o evento terá a parceria do Ministério da Integração Nacional, que realizará, paralelamente à Code, a Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional (CNDR). As etapas estaduais da CNDR também ocorreram em parceria com a Code/Ipea, no final de 2012. Essa aliança é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica firmado recentemente entre o Ministério e o Instituto. O objetivo da conferência é criar um espaço nacional de debates sobre o desenvolvimento, com base na produção aplicada do Ipea, de forma aberta a estudantes, profissionais, agentes públicos, estudiosos, pesquisadores, especialistas, professores, legisladores, entre outros. •


Gestão

O sucesso do

Saúde Não Tem Preço

E

m dois anos de atividade, o programa Saúde Não Tem Preço já beneficiou mais de 14 milhões de brasileiros, com a distribuição gratuita de 14 medicamentos para diabetes, hipertensão e asma. O programa também impulsionou a oferta de outros 138 itens fornecidos pela Farmácia Popular com até 90% de desconto. “O programa Farmácia Popular ampliou substancialmente o acesso da população aos medicamentos que tratam as doenças mais prevalentes no Brasil”, ressalta o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Com a gratuidade do Saúde Não Tem Preço, popularizamos ainda mais essa estratégia”. Segundo o ministro, um dos principais impactos da medida é a estabilização de internações por diabetes no país. Nos últimos dois anos, o governo investiu mais de R$ 2 bilhões no programa Farmácia Popular e quadruplicou a média mensal de pessoas atendidas nas unidades espalhadas por todo o país. Foram R$ 763 milhões em 2011 e R$ 1,3 bilhão em 2012. O orçamento para 2013 é de R$ 1,9 bilhão. O Farmácia Popular é um complemento ao programa de assistência farmacêutica do Ministério da Saúde, que disponibiliza 810 medicamentos gratuitos aos brasileiros. Com o Farmácia Popular, o governo ampliou os pontos de retirada de medicamentos e o horário de atendimento aos usuários,

que agora podem ter acesso a medicamentos em farmácias perto de casa.

Rede ampliada O total de beneficiados com medicamentos para hipertensão, diabetes, asma, colesterol, glaucoma, rinite, osteoporose, doença de Parkinson, dislipidemia, anticoncepção e fraldas geriátricas cresceu de 1,2 milhão em janeiro de 2011 para 5,5 milhões em janeiro de 2013. A rede de farmácias próprias e drogarias conveniadas cresceu de 15 mil em janeiro de 2011 para 25,7 mil em janeiro de 2013. Atualmente, o programa está presente em 3.773 municípios brasileiros, dos quais 1.278 são considerados de extrema pobreza. Em 2011, estava presente em 2,5 mil municípios. ”Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, a ação também tem conscientizado as pessoas da importância do acompanhamento médico periódico, uma vez que é obrigatória a apresentação da receita médica para a retirada dos remédios. “Além disso, com a economia gerada com a gratuidade dos remédios, é possível as pessoas comprarem produtos de qualidade para ter uma alimentação saudável”, ressalta o secretário. Estados & Municípios

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Cotidiano

“O Brasil criou uma lógica perversa da omissão. Sai ganhando o governante que deixa de fazer - esse é poupado das críticas” Geraldo Alckmin Governador de São Paulo, repudiando as críticas à internação compulsória de viciados em crack

“Qualquer que seja o próximo papa, a Igreja não apoiará o casamento entre homossexuais nem o aborto. A mentalidade será a mesma de João Paulo II e Bento XVI ” John L. Allen Jr. Jornalista americano e biógrafo de Bento XVI, garantindo que o pontífice perdera o controle sobre o Vaticano, e que este fato pode ter provocado a sua renúncia

“A disputa eleitoral é legítima, mas tem hora para acontecer”

Eduardo Campos

Governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, deixando claro que existirá candidatura se houver espaço político

“Sou filha de imigrante, gosto de trabalho” Sabrina Sato Apresentadora de TV que desfilou em escolas de samba do Rio, São Paulo e Bahia, esbanjando vitalidade

“A burocracia trava os investimentos do setor público. Temos de diminuir na máquina pública a utilização de cargos para fazer política partidária” Gleisi Hoffmann Ministra-Chefe da Casa Civil, pregando a meritocracia no serviço público

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Cotidiano

“Renunciei pelo bem da Igreja” Joseph Ratzinger O ex-papa Bento XVI, deixando claro que existe uma guerra de poder no Vaticano

“Vou ficar na Sapucaí até apagarem as luzes. Serei a última a sair” Megan Fox Atriz americana, que apesar de ter recebido um cachê milionário para participar do camarote Brahma, ficou apenas as duas horas combinadas em contrato.

“Estamos a caminho de curar a cegueira” Miguel Nicolelis Neurocientista brasileiro, que desenvolve um programa que promete recuperar a visão e a audição

“Iniciativas como o Bolsa-Família ajudaram a desenvolver a economia dos pequenos municípios, em especial, no interior do país” Walter Pinheiro Senador, comemorando os 10 anos da administração federal do PT, oito com Lula e dois com Dilma Rousseff

“Hoje é dia de sexo, bebês”

“Um país só pode avançar quando aumenta seu poderio militar ” Kim Jong-un Ditador norte-coreano, desafiando o mundo com testes nucleares

Daniela Mercury Cantora de axé, pouco antes de subir no trio elétrico

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Meio ambiente

Prefeituras devem instituir agenda ambiental responsável Os novos gestores municipais devem instituir uma agenda ambiental voltada para os desafios da sustentabilidade, com responsabilidade social e combate ao desperdício dos recursos naturais. O alerta é da gerente de Projeto da A3P (Agenda Ambiental na Administração Pública) do Ministério do Meio Ambiente, Ana Carla de Almeida. Ela enfatiza que os dirigentes devem se preocupar em adquirir materiais recicláveis para facilitar a gestão dos resíduos gerados a partir de sua utilização. O portal do Ministério na internet disponibiliza uma série de informações sobre como implantar a A3P nos municípios.

A Agenda Ambiental pode ser desenvolvida em toda a administração pública, nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário das diferentes esferas de governo (municipal, estadual e federal). Atualmente, 140 instituições públicas participam do programa. Desse total, 25 são prefeituras. Para participar, os prefeitos devem assinar o termo de adesão, que tem duração de cinco anos e pode ser renovado. Para aderir ao programa, a instituição interessada deve enviar um ofício com a solicitação

e cópia dos seguintes documentos: comprovante de regularidade fiscal e do comprovante de endereço, o Plano de Trabalho e a minuta do termo de adesão, tanto impresso quanto em meio digital. O representante da instituição deve apresentar cópias autenticadas do RG, do CPF e do ato de nomeação, além de cópia da delegação de competência para a assinatura de atos. Também é possível participar da Rede A3P, canal de comunicação formada para promover o intercâmbio técnico, difundir informações sobre temas relevantes à Agenda e sistematizar dados e informações sobre o desempenho ambiental das instituições. A Rede serve, ainda, para incentivar e promover programas de formação e mudanças organizacionais, permitindo a troca de experiências. •

Agenda com responsabilidade social e eliminação do desperdício dos recursos naturais

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Meio ambiente

Florestas estão se regenerando em Santa Catarina

Além do que já se conhecia de florestas existentes no estado de Santa Catarina, outros 4% do território catarinense também estão cobertos por florestas que estão se regenerando. A grata surpresa foi constatada por levantamento de campo que durou quatro anos para ser concluído. O trabalho de coleta e análise de dados em Santa Catarina funcionou como um projeto experimental, que agora será ampliado para todo o país. A expectativa é que, até 2016, todas as informações detalhadas das florestas brasileiras, como o volume de cobertura do território, a qualidade dos solos, as espécies de árvores, de animais e flora estejam relacionadas em um inventário nacional. Com esse minucioso material de pesquisa será possível repensar e atualizar políticas públicas que hoje são voltadas para a conservação da biodiversidade e para o uso econômico destas áreas, mas que foram elaboradas com informações pouco precisas.

Inventário O Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina foi feito entre 2007 e 2011, em trabalho conjunto realizado pelo Serviço Florestal Brasileiro, Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de San-

ta Catarina, Universidade Federal de Santa Catarina, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Universidade Regional de Blumenau (Furb) e o governo do estado. Os dados anteriores, detectados por satélites, apontavam que a cobertura florestal remanescente em Santa Catarina alcançava 29% do território. Mas, quando analisaram pessoalmente as áreas, os pesquisadores descobriram que existe vegetação pioneira e formações florestais em estágio inicial de regeneração em outros 2% a 4% do território catarinense. “Normalmente o pessoal mapeia vegetação usando imagens de satélite e isto tem dois problemas. Um deles é o tamanho do pixel (distancia de pontos identificados nas imagens), que é relativamente grande. A vegetação quando é fragmentada em áreas pequenas de florestas, não entra na conta”, explica Daniel Piotto, gerente executivo de Informações Florestais do Serviço Florestal Brasileiro. Segundo Piotto, o inventário feito no campo permite a observação destas áreas menores. “As florestas se regeneram rapidamente. Áreas que foram desmatadas antes ou usadas para plantio de soja ou milho e foram abandonadas se regeneram em cinco anos. O mapeamento que tínhamos antes não incluía muitas dessas áreas”, ressaltou. • Estados & Municípios

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Meio ambiente

Gesso da construção civil

pode ser reciclado

R

eciclar o resíduo do gesso proveniente da construção civil mantendo as mesmas propriedades físicas e mecânicas do gesso comercial. O desenvolvimento desta técnica, que até então parecia impossível, pode amenizar consideravelmente o descarte inadequado do resíduo, que pode contaminar o solo e o lençol freático. “Mostramos que é viável recuperar um resíduo que não era considerado possível de ser reciclado. Tanto que não existem usinas de reciclo para este material no país”, ressalta a engenheira civil Sayonara de Moraes Pinheiro, responsável pela pesquisa desenvolvida na Uni58

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camp e que reciclou cerca de 400 quilos de gesso, “um volume significativo para uma pesquisa de laboratório”. Estima-se que o resíduo do gesso represente em torno de 4% do volume do descarte da construção civil, que no Estado de São Paulo corresponde a mais de 50% de todo o resíduo sólido urbano gerado. O gesso é amplamente utilizado na construção civil, sobretudo em revestimento de tetos e paredes; confecção de componentes pré-moldados, como forros e divisórias; e como elemento decorativo, devido às suas propriedades de lisura, endurecimento rápido e relativa leveza.

Os ciclos de reciclagem provam que o gesso da construção civil pode ser totalmente sustentável.


Meio ambiente

Impacto ambiental A deposição inadequada do resíduo de gesso pode contaminar o solo e o lençol freático, devido às características físicas e químicas do material, que em contato com o ambiente pode se tornar tóxico. “O resíduo do gesso é constituído de sulfato de cálcio di-hidratado. A facilidade de solubilização promove a sulfurização do solo e a contaminação do lençol freático”, explica Sayonara Pinheiro. Do mesmo modo, a deposição do resíduo em aterros sanitários comuns não é recomendada. Neste caso, além de tóxico, a dissolução dos componentes do gesso pode torná-lo inflamável, explica a pesquisadora. “O ambiente úmido, associado às condições aeróbicas e à presença de bactérias redutoras de sulfato,

permite a dissociação dos componentes do resíduo em dióxido de carbono, água e gás sulfídrico, que possui odor característico de ovo podre. A incineração do gesso também pode produzir o dióxido de enxofre, um gás tóxico. As possibilidades de minimizar o impacto ambiental, portanto, são a redução da geração do resíduo, a reutilização e a reciclagem”, aconselha. A pesquisa concluiu que, após cinco ciclos consecutivos de reciclagem, o gesso manteve suas características químicas e microestruturais similares ao longo de todo o processo. “Podemos inferir, portanto, que ele pode ser reciclado indefinidamente”. Os ciclos de reciclagem provam, segundo a engenheira, que o gesso da construção civil pode ser totalmente sustentável. “Pode-se utilizar o resíduo do gesso em diversos ciclos de reciclagem, que é uma das diretrizes da sustentabilidade no setor. Além disso, evita a extração da matéria-prima de fabricação do gesso, que é a gipsita”.

Extração A matéria-prima do gesso é o minério de gipsita, cujas maiores jazidas estão localizadas no polo gesseiro de Araripe, no sertão de Pernambuco. O polo é responsável por 95% da produção nacional, que se encontra em plena expansão, com um taxa de crescimento de 8% ao ano. A extração da gipsita representa 1,9 milhão de toneladas por ano no Brasil. O polo Gesseiro do Araripe é responsável pela maior parte desta produção, tendo como principais consumidores os estados da região Sudeste. O polo é constituído por 37 minas de exploração, cerca de 100 calcinadoras e, aproximadamente, 300 pequenas unidades produtoras de componentes, a maioria com processos artesanais. “O volume de resíduos gerado por essas unidades produtoras representa uma massa significativa para a implementação da reciclagem industrial”, ressalta a pesquisadora. A resolução 431 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) estabeleceu uma nova classificação para o gesso. Antes, ele era agrupado na categoria de “resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação”. Agora, a deliberação inclui o gesso na categoria de “resíduos recicláveis”, tais como o plástico, papel, papelão, metais, vidros e madeiras. • Estados & Municípios

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SOCIaL

Estados e municípios devem atualizar dados do Bolsa Família As equipes de saúde de todos os estados e municípios já podem começar a registrar as informações de saúde dos beneficiários do Programa Bolsa Família, referentes ao primeiro semestre de 2013. O acesso ao Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família (SIGPBF) ficará aberto até o dia 28 de junho para registro do acompanhamento de saúde. Durante esse período, os responsáveis pela área de saúde dos municípios devem registrar as informações sobre a vacinação das crianças menores de 7 anos e sobre o acompanhamento médico de mulheres gestantes e nutrizes entre 14 e 44 anos. Além disso, entram no sistema também dados nutricionais desses dois segmentos populacionais.

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“Há todo um trabalho de orientação, capacitação e monitoramento, que é feito pela assistência social para auxiliar as equipes de saúde e que será intensificado agora, por causa da mudança de gestão em muitos municípios”, ressalta o diretor do Departamento de Condicionalidades do Ministério do Desenvolvimento Social, Daniel Ximenes.

Contrapartidas A vacinação das crianças menores de 7 anos e o comparecimento a consultas médicas por gestantes e nutrizes são as contrapartidas que devem ser cumpridas pelos beneficiários do Bolsa Família na área de saúde. O registro dessas informações é feito semestralmente pelas equipes de saúde municipais, em parceria com a área de assistência social.

As famílias que descumprem as contrapartidas do programa podem ter o benefício bloqueado, suspenso e até cancelado. No entanto, esclarece Daniel Ximenes, o objetivo maior do acompanhamento e do registro de informações no sistema não é punir os que descumprem, mas servir como indicador ao poder público para melhorar o acesso a serviços para essas famílias. “O registro semestral é interessante, no caso da saúde, porque permite que os serviços sejam organizados e aprimorados, de modo que no próximo registro eles tenham sido realizados”, assinala Ximenes. Além disso, segundo ele, o descumprimento das contrapartidas de saúde e educação serve de alerta para que o Estado investigue e elimine os fatores que dificultam o acesso das famílias aos serviços de educação e saúde. •


Pousada

Social

RESTAURANTE E CACHAÇARIA

Como desonerar gastos do INSS com doenças do trabalho condições financeiras de seguir o tratamento medicamentoso prescrito pelo especialista e o abandona”, ressalta Luiz Monteiro. A situação é ainda mais dramática nos casos de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). “Depois a conta sobra para o INSS, que arca com os custos destas doenças em suas fases tardias”. Ainda pouco difundido no Brasil, o Programa de Benefício em Medicamentos (PBM) pode ajudar a diminuir os gastos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) com problemas de saúde da população e os afastamentos provocados por doenças do trabalho. De acordo com o Ministério da Previdência Social, de janeiro a novembro de 2012, o INSS desembolsou R$ 13,69 bilhões para pagar benefícios de afastamentos previdenciários, além de mais R$ 30,86 bilhões para apoiar profissionais que nunca mais poderão exercer suas atividades normalmente. O presidente da Associação Brasileira das Empresas Operadoras de PBM (PBMA), Luiz Monteiro, explica que o subsídio a medicamentos oferecido pelas empresas a seus funcionários permite que a população melhore os cuidados com a saúde, desonerando o Estado. “Muitas doenças são agravadas porque não são tratadas corretamente quando diagnosticadas, já que muitas pessoas não têm

Política de incentivos As empresas, em média, subsidiam 50% do valor dos remédios aos seus funcionários. O Brasil conta atualmente com um pouco mais de dois milhões de beneficiários. Petrobras, Unilever, Nestlé, Oi e IBM estão entre as empresas que já aderiram ao PBM. Mas o presidente da PBMA diz que o número de empregados beneficiados com subsídio por parte do empregador seria muito maior se o governo implantasse uma política de incentivos fiscais para as empresas que adotassem o programa. Pesquisa realizada com 120 empresas de diversas áreas de atuação e de diferentes regiões do país constatou que mais de 80% dos gestores entrevistados ofereceriam esse benefício aos seus funcionários, se houvesse algum tipo de incentivo fiscal para a empresa, como acontece, por exemplo, com o Programa de Alimentação do Trabalhador. •

IR

Edson Nobre

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Elias Roma e Ana Gicelly

Empreendedorismo

Novos horizontes para Pernambuco Os primeiros passos do empresário Alex de Oliveira da Costa para sua trajetória, que chega aos 40 anos, no Centro de Abastecimento Alimentar de Pernambuco (CEASA/PE), tiveram início em 1972. Desde o início ele busca realização profissional como chefe de um escritório de contabilidade naquele importante centro de negócios, procurando se adequar ao ritmo de crescimento do estado. Hoje colhe frutos que são resultados da sua vontade de trabalhar, crescer e contribuir para o desenvolvimento de uma região que reflete as perspectivas

de vitória, principalmente para as pessoas que integram áreas da periferia e que buscam uma melhor condição de vida. Atualmente é vice-presidente da Federação de Comércio de Bens, de Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio), além de promover interação dos comerciantes da Ceasa como presidente do Sindicato do Comércio de Hortifrutigranjeiros, Flores e Plantas do Estado de Pernambuco.

Confiança Alex Costa acredita na força dos homens que comandam a política e a economia Pernambuco. “Uma nova era de sucessos, empreendimentos, investimentos e a concretização de projetos que permitem geração de empregos e oportunidades para uma mão-deobra especializada para as indústrias que surgem”. É dessa forma que a inspiração para esse trabalho se torna cada vez mais forte. Acredita nos pernambucanos, e tem como missão promover o desenvolvimento nos principais segmentos que se direcionam para o progresso e caminhos significativos para a vida das pessoas.

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Vale lembrar que o empresário Alex Costa tem atuação permanente no apoio a aproximadamente 108 associações. Um dos destaques é a ONG Pedra D’Água, instalada no município de Buíque. “Adotei o município de Buíque e fui adotado por Buíque”, explica ele. Ali o empresário mantém a Escola Pedra D’Água, com 400 alunos, cuja primeira turma teve início em 2002. As crianças recebem tratamento de alunos das melhores escolas particulares do estado, recebem fardamento, material didático e usufruem de salas climatizadas, permitindo-lhes condições de autoestima e entusiasmo pelo estudo de uma maneira ampla e positiva. Entre outras ações que a Organização Não Governamental Pedra D’ Água realizou está à distribuição de 10 mil mudas de plantas nativas da região, ação realizada na Fazenda mantida pela Instituição; distribuição de 50 mil presentes no Dia das Crianças; vacinação de bovinos contra a febre aftosa (cerca de 10 mil cabeças por ano); distribuição diária de iogurte para 500 pessoas; além de cestas básicas para centenas de famílias incluídas nos projetos sociais existentes no município de Buíque.


Empreendedorismo

Curso de capacitação

Um fato que merece destaque nas ações desenvolvidas pela ONG Pedra D’Agua é que todo esse trabalho acontece sem a utilização de verbas públicas ou de lideranças políticas da cidade. São recursos próprios administrados pelo empresário e sua equipe. “São muitas pessoas atendidas pelas ações sociais da Pedra D’Água, cujos projetos revelam o caráter de profissionalismo dos seus integrantes, voluntários e colaboradores em todos os setores, além do alto grau de profissionalismo e seriedade”, enfatiza o empresário Alex Costa. As mudanças levadas pela ONG Pedra D’Água aos municípios de Buíque, Tupanatinga e áreas próximas, tiveram início há mais de dez anos, transformando as dificuldades oferecidas pelo solo seco, beneficiando a vida de milhares de pessoas da região. Para lideranças daquela área, “Alex Costa é empreendedor nato e empresário consagrado em todos os ramos em que atua. É um humanista no sentido mais literal do termo”. Radicado no município há mais de 20 anos, Alex Costa está sempre se empenhando para que

as ações da ONG Pedra D’Água não parem. A cada novo projeto o estímulo dos seus colaboradores cresce cada vez mais. “Não podemos admitir que essas pessoas permaneçam enfrentando as adversidades climáticas e outros problemas, sem perspectivas, sem futuro e sempre aguardando as ações dos poderes públicos”, afirma o empresário.

Além das fronteiras Além de se preocupar com o desenvolvimento da economia pernambucana e de manter um importante trabalho de ações sociais, ele se preocupa em levar para o estado outras opções de crescimento dos conhecimentos culturais de outros países. Nos

últimos meses tem se articulado para a criação da Sociedade Cultural Brasil-Jamaica, com a finalidade de divulgar no Brasil os diversos temas culturais e folclóricos existente naquele país. No Haiti, pequeno país nas Índias Ocidentais, onde mais de 1.500 haitianos morreram ou desapareceram devido às inundações causadas pela Tempestade Tropical Jeanne, em 2004, o empresário pretende firmar ações solidárias, com perspectiva cultural, social, e acima de tudo humanitária, visto que o desenvolvimento ainda não chega a boa parte da população, que enfrenta problemas relacionados a saúde, segurança, educação, entre outros. Outros planos fazem parte do projeto profissional que o empresário pretende implantar, visando principalmente o soerguimento da economia pernambucana e dos setores que se preocupam em preservar as raízes e histórias do povo local, fortalecendo, as tradições que caracterizam um povo de coragem e com a vocação de enfrentar e vencer os desafios que surjam a cada nova etapa de sua existência. •

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Câmaras e assembleias

Frente Parlamentar A Assembleia Legislativa do Maranhão vai formar uma frente parlamentar para garantir os direitos de acessibilidade e de cidadania aos portadores de deficiência e patalogias em todas as instituições públicas e privadas do estado. A iniciativa atende reivindicação do Fórum Maranhense das Entidades de Pessoa com Deficiência e Patologia. Segundo o deputado Othelino Neto (PPS), todos os

deputados serão mobilizados para superar o desafio de melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência e patologia. Os parlamentares se reunirão com representantes de diversas instituições para colher as principais pautas de reivindicações dos deficientes, que reclamam, principalmente, da falta de condições de acessibilidade e da retirada das cotas nas universidades públicas.

O representante do Fórum, Carlivan Braga, esclareceu que a entidade luta pela defesa dos direitos da pessoa com deficiência, com ações no Maranhão, objetivando uma sociedade justa que respeite a diversidade humana. “A meta é formar a frente parlamentar para garantir todos nossos direitos”, disse. Carlivam Braga reclama que a falta de respeito com os deficientes é marcante em todos os órgãos públicos e privados do estado do Maranhão, onde os cadeirantes, cegos e outros portadores de deficiência enfrentam uma verdadeira via crucis para ter o direito da acessibilidade. •

A Câmara Municipal de Porto Alegre manteve o veto parcial do prefeito José Fortunati (PDT) ao projeto de lei que estabelece regras para a destinação final ambientalmente adequada do lixo eletrônico

produzido no município, revogando a lei 9.851, de 24 de outubro de 2005. O prefeito alega que o artigo 1º, parágrafo único, inciso VI, e o artigo 12 do projeto contêm obstáculos técnicos e legais. “O artigo 1º refere-se às regras para a destinação ambientalmente adequada de lixo eletrônico, conceito ao qual não se enquadram os frascos aerossóis, previstos no inciso VI do seu parágrafo único”, explica. “Assim, o inciso IV do parágrafo único do artigo 1º apresenta uma incongruência de ordem conceitual.”

O artigo 12, conforme o prefeito, não estipula com clareza a forma de articulação da implementação da estrutura necessária para garantir a destinação final do lixo eletrônico. “Conflita com o preceito federal, vez que refere que o lixo eletrônico será oriundo dos serviços de limpeza urbana, enquanto a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece a obrigação dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de estruturar e implementar sistema de logística reversa, de forma independente do serviço público de limpeza urbana”, afirma. •

para garantir direitos dos deficientes

Câmara gaúcha mantém veto a projeto sobre lixo eletrônico

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Câmaras e assembleias

Governador elogia produtividade da Câmara Legislativa

A

primeira sessão do ano da Câmara Legislativa do Distrito foi aberta com uma mensagem otimista do governador Agnelo Queiroz (PT), que aposta no fortalecimento da parceria entre Executivo e Legislativo “A Câmara teve uma produção espetacular em 2012 e esperamos intensificar nossa relação de parceria e respeito”, disse o líder do Executivo. Agnelo elogiou a atuação da Câmara Legislativa e o apoio dado ao governo ao longo dos dois primeiros anos de mandato, quando a Casa aprovou 147 proposições do Executivo em 2011 e 157, em 2012. A Câmara Legislativa do DF retomou as atividades legislativas sob o comando de uma nova Mesa Diretora, que já iniciou seu trabalho com uma grande façanha: conseguiu retirar as seis inscrições que a Casa tinha desde 1991 no Cadastro Informativo de Créditos Não

Quitados do Setor Público Federal - o Cadin. De acordo com a regulamentação do Tesouro Nacional, os entes da Federação que possuírem pendências junto à União ficam proibidos de contrair empréstimo interno e externo. Com a extinção ou suspensão das inscrições, a Câmara Legislativa resolveu pendências que poderiam prejudicar o Distrito Federal na assinatura de empréstimo junto ao BNDES no valor de R$ 311 milhões, para financiamento do eixo norte, proposta prevista no Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU). Entre as pendências que perduravam havia uma dívida com Furnas, que foi quitada depois de seu reconhecimento.

Empenho A Câmara também solucionou o problema com a Receita Federal em relação ao não-recolhimento

de impostos dos deputados distritais decorrentes do recebimento do 14º e 15º salários, que possibilitou a suspensão daquela inscrição. Ao comemorar a retirada de todas as inscrições no Cadin, o presidente da Câmara Legislativa, deputado Wasny de Roure (PT), destacou o empenho conjunto das procuradorias da Câmara Legislativa e do GDF, no sentido de garantir o respaldo legal para o sucesso das iniciativas em tão curto tempo. “Fizemos todo o esforço possível para que problemas que duravam há mais de 20 anos fossem resolvidos. A Câmara Legislativa não poderia prejudicar o DF, sendo inscrita no cadastro de devedores junto à União”, ressaltou o presidente. • Estados & Municípios

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Grupo Pajeú uma história de sucesso familiar

Atuando há mais de 40 anos no mercado como atacadista, com foco em distribuição nos ramos de: alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza, o Grupo Pajeú Nordeste está apoiado numa moderna filosofia de trabalho, estrutura organizacional e de serviços, buscando sempre a satisfação de seus clientes, fornecedores e colaboradores. Desde a sua criação, o grupo teve como prioridade ser referência nacional em positivação de pontos de venda no segmento atacadista distribuidor de alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza, tor66

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nando-se a extensão das indústrias parceiras, junto aos clientes. Para alcançar esse objetivo, estabeleceu como missão atender com eficácia e transparência às necessidades de clientes e parceiros, conquistando preferências, comercializando produtos de qualidade e imprimindo em cada canto o registro da marca Pajeú. Nascido em Serra Talhada, atualmente o grupo possui 17 unidades instaladas em Recife, Salgueiro, Petrolina, Araripina, Serra Talhada e São José do Egito, sendo 12 de atendimento no varejo/autosserviço e 5 no mercado atacadista. Eleito o melhor atacadista distribuidor de Pernambuco em 2010, o Grupo Pajeú investe na modernização e na eficiência de sua estrutura para garantir, cada vez mais, a qualidade do seu atendimento e a fidelidade dos seus clientes: “A competência na gestão é um dos segredos do nosso sucesso”, ressalta Antônio Alves Filho, presidente do grupo.


Estrutura O Grupo Pajeú atua no estado de Pernambuco, e atende cerca de 6.400 clientes, usando para isso uma força de vendas composta por 181 profissionais, além da dedicação de 993 colaboradores das mais diversas áreas. Um de seus pontos altos e diferencial competitivo é sua capacidade de entrega num prazo de 24 horas, por meio de uma frota própria de 94 veículos, sendo 72 caminhões. Como o gerenciamento do Grupo é feito por profissionais que residem no local de atuação, os colaboradores detêm o conhecimento das particularidades regionais de cada área onde atua. A equipe é composta por 9 Gerentes Comerciais, 1 Trade Marketing, 17 supervisores de Vendas, 142 Vendedores e 12 Promotores Para garantir uma maior qualidade dos produtos com que trabalha, o Grupo Pajeú mantém esses produtos estocados sob rígido critério técnico de entrada, saída e controle de validade, contando inclusive com sete câmaras frigoríficas com capacidade de armazenamento de 900 toneladas.

Nossa história O Grupo Pajeú atua em Pernambuco há 40 anos e tem se consolidado como um nome forte na economia do estado. Para conhecê-lo melhor, é necessário ser apresentado a história da Família Caiçara, que se confunde com a própria história de Serra Talhada. A Família Alves, que ficou mais conhecida como Família Caiçara, por ter vindo da localidade de Caiçarinha da Penha, distrito de Serra Talhada, é Estados & Municípios

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praticamente fundadora e grande responsável pelo crescimento do local e pela empregabilidade dos moradores da região. Após muitos anos de trabalho e dedicação, Antônio Alves consegue ampliar os negócios do pai, tornando-se comerciante de renome e trazendo consigo seus outros irmãos em busca de seus próprios caminhos.

Fidelidade O Grupo Pajeú prima por prestigiar os moradores dos lugares onde estabelece suas filiais, contribuindo com a geração de empregos, renda e apoio à cultura, bem como para o crescimento de sua economia. Isso acontece em Serra Talhada, que é berço da história e a base prima de seus empreendimentos, e também nas outras cidades onde o Grupo se estabeleceu e se consolida a cada dia. Em 1994, a abertura da filial em Recife foi um grande passo para impulsionar novos empreendimentos, o que tem sido feito, ano após ano, e pode ser comprovado pela abertura de filiais sólidas, como a do Atacado Borborema, localizada também em Serra Talhada, além das unidades de São José do Egito, Petrolina e Araripina. O empreendimento do grupo se mostra também pelo investimento feito nos Produtos Pajeú, onde entrou no segmento de marca própria e investiu no setor industrial, pela fabricação de café e produtos derivados do milho. Por tantos motivos, é fácil entender que o sucesso do Grupo Pajeú se deve, principalmente, ao grande apoio dos colaboradores, parceiros e clientes, que reconhecem no Grupo a grande visão de mercado por investir no estado, galgando caminhos que levam a empresa e seus parceiros ao sucesso e às vitórias. •


a g r i c u lt u r a

chocolate e cooperativismo Atento ao crescimento do setor cooperativista nacional, o Ministério da Agricultura vem implementando ações específicas para impulsionar a produção por meio do cooperativismo e do associativismo rural. A região de Altamira, no Pará, é um dos focos desta estratégia voltada para o desenvolvimento de atividades de capacitação de gestores e associados ligados às cooperativas. Entre as ações do Ministério na região, está a implementação do Programa de Produção Integrada de Sistemas Agropecuários em Cooperativismo e Associativismo (Pisacoop). Por meio desse programa, o Mapa está em fase de formalização do Comitê Técnico Gestor Local que irá trabalhar a descentralização da gestão das cooperativas, que prevê capacitações e palestras, entre outras atividades O trabalho realizado na região, que abrange municípios sob influência da futura usina hidrelética de Belo Monte (Altamira, Mediciliândia, Uruará, entre outros), envolve sete cooperativas, sendo seis de cacau orgânico.

Cacau fino No início do mês. o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) do Mapa, Caio Rocha, conheceu de perto o funcionamento da cooperativa agroindustrial Cacau Way. que industrializa chocolate no município de Mediciliândia. A unidade foi selecionada por se tratar de uma experiência que deu certo, gerando emprego e renda à população rural da região. O cacau voltou a ser uma das principais culturas do Brasil. Está muito valorizado no mercado internacional do agronegócio. O país foi incluído na lista dos países produtores de cacau fino, ou seja, de alta qualidade para a produção de chocolate. Bahia e Pará são os maiores produtores brasileiros de cacau.

“O setor cooperativista é um dos que mais cresce e os governos precisam estar atentos para a implementação de políticas públicas para esse novo cenário” No Brasil existem cooperativas em 13 setores da economia. Todas representadas pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) nacionalmente e pelas organizações estaduais (Oces) nas unidades da Federação. • Estados & Municípios

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PEDRO ABELHA

pedroabelha@terra.com.br

Audiência no carnaval A transmissão do desfile das escolas de samba de São Paulo, na sexta-feira, sofreu queda de 27% de audiência em relação ao ano anterior. A TV Globo registrou média de 8,3 pontos, ante 11,1 pontos no primeiro dia de folia em 2012. Cada ponto equivale a 62 mil domicílios na Grande SP. No sábado, a queda foi menor: a Globo marcou 10,3 pontos, ante 11 pontos do desfile paulista no ano anterior. A emissora carioca também perdeu espectadores nos desfiles do Rio de Janeiro. No primeiro dia de transmissão das escolas de samba cariocas, a Globo marcou 7,6 pontos de audiência, ante 8,3 pontos do desfile do ano passado. Na segunda-feira, o carnaval Globeleza alcançou 9,3 pontos, média um pouco menor que a de 2012, que foi de 9,6 pontos. As apostas de SBT e Band com as transmissões da festa no Nordeste não surtiram efeito. A média de audiência das emissoras oscilou entre um e três pontos de audiência. A RedeTV!, que vinha registrando média na casa do 0,7 ponto, marcou um ponto com os “Bastidores do Carnaval”.

O sucesso do BBB Vez ou outra algum especialista em televisão comenta que o programa Big Brother Brasil esgotou a sua fórmula. Entretanto, se depender do faturamento que rende para a Rede Globo, o reality show mais popular do Brasil dificilmente sairá de cena de maneira tão breve. Embora esteja no mesmo bonde da TV brasileira no quesito queda de audiência, o número de patrocinadores e anunciantes do programa só cresceu. Tanto é verdade, que o BBB 13 já apresenta pelo menos o triplo de merchandising em comparação ao BBB 12. De acordo com os números da empresa que monitora inserções comerciais para o mercado, a Controle da Concorrência, do dia 8 de janeiro (data de estreia) ao dia 3 de fevereiro, o “BBB 13” exibiu merchandising 309 vezes, ante 106 do “BBB 12” no mesmo período. Em menos de um mês de exibição o reality já conta com 11 anunciantes diferentes apostando nesse tipo de ação. As informações que circulam no mercado é que cada ação isolada de merchandising dentro da casa do “BBB” custa em média R$ 3 milhões.

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Capital das mídias sociais

Em artigo publicado em seu site, o jornal norte-americano Wall Street Journal, especializado em economia, definiu o Brasil como a capital universal das mídias sociais. O texto diz que o Brasil é atraente para investimentos porque a China, o maior mercado emergente do mundo, atualmente bloqueia sites como YouTube, Facebook e Twitter, impedindo as empresas de lucrar com a florescente economia chinesa. A matéria também ressalta a quantidade de brasileiros no Facebook - o segundo país em número de usuários - e a recente chegada do escritório do Twitter ao país, além de citar fenômenos das redes sociais, como a família do “Para Nossa Alegria” e Michel Teló. Porém, o artigo chama a atenção para a falta de publicidade no digital. “O mercado de publicidade digital do país está crescendo a partir de uma base pequena, e as firmas de publicidade do país gastam apenas 10,6% do seu orçamento em anúncios digitais, em comparação com 19,8% em todo o mundo, de acordo com a eMarketer”, analisa o artigo.


midia Apple X Gradiente A Apple vai recorrer seus direitos perdidos sobre a marca “iPhone” no Brasil para a empresa Gradiente, que por sua vez, terá que provar que tem comercializado produtos com este nome. A notícia já se espalhou pelo mundo. No grupo britânico BBC a manchete é “Apple perde decisão para marca brasileira iPhone”. O The Australian falou em “guerra perdida” e ainda disse que a “Gradiente surpreendeu o mercado com o lançamento de um “iPhone Gradiente” no final do ano, levando a disputa para a cabeça”. Já o gigante americano The Wall Street Journal ressalta o fato de uma grande e cara disputa num País onde o mercado de smartphones apresenta um dos mais rápidos crescimentos no mundo. O especializado Slash Gear escreveu que há toda razão para acreditar que o lançamento do novo aparelho IPHONE da Gradiente foi uma tática, já que a empresa, a fim de manter o controle da marca, deve demonstrar que tem usado o nome do produto em algum momento entre janeiro de 2008 - quando foi concedido o uso do termo - e janeiro de 2013, um período de cinco anos. Sem isso, seria considerado que não desenvolveu a marca de forma adequada e, portanto, perderia o seu direito.

Fim da era “Bombril”

Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, quer acabar com a era do bombril na antena da TV. Para isso, o governo estuda doar conversores digitais para usuários do Bolsa Família. O objetivo é ajudar a população de baixa renda a não ficar sem televisão quando o leilão da frequência de 700 MHz, que irá findar a TV analógica de uma vez por todas, for finalizado. A pasta já estuda o impacto financeiro a fim de viabilizar a medida e, depois, submeter ao crivo da presidente Dilma. O objetivo principal do projeto que vem sendo chamado de “bolsa novela” é conceder benefícios fiscais, subsídios e até facilitar crédito para a compra de televisores digitais e conversores. Nos estratos sociais em que não houver condições de compra, a saída pode ser bancar parte do valor ou mesmo doar o equipamento. O governo também estuda criar uma política para desonerar os conversores digitais. Se adotados, os benefícios devem valer a partir de 2015, após o leilão da faixa 700 MHz e sua consequente implantação, prevista para 2014. “Para a indústria, vai ser muito bom, vai ter dois, três anos de venda assegurada, tanto para o setor de radiodifusão como para o de telecomunicações”, diz o ministro. Vale lembrar que o leilão da frequência de 700mhZ para as operadoras de celular, hoje usada por canais de UHF, acontece, pois tal frequência permite a expansão mais rápida e barata da internet móvel de quarta geração, o 4G.

Queda de audiência

Depois do tão esperado “Encontro com Fátima Bernardes”, a Globo deverá fazer mais alterações em sua grade matinal em 2013. Isso porque, em 2 anos, a emissora perdeu 20% da audiência pela manhã. Em 2010, a média da audiência anual da Globo das 7h às 12h foi de 8,2 pontos no Ibope. Um ano depois, o número caiu para 7,6 pontos. Até que no ano passado, passou para 6,6 pontos. O SBT e a Record também perderam público durante a manhã, entretanto, com quedas menos bruscas. No caso da emissora de Silvio Santos, a média foi de 4,5 pontos em 2010, subiu para 4,7 em 2011 e caiu para 4,3 em 2012. Já na Record, a média da faixa da manhã foi de 5,6 pontos em 2010, 5,5 em 2011 e 5,4 ano passado. Estados & Municípios

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Maria Brassan

Associação

Diretoria da Amupe

será empossada em março

A Associação Municipalista de Pernambuco tem novo presidente: José Patriota (PSB), prefeito de Afogados da Ingazeira foi eleito no último dia 18, com 110 votos. Mesmo tendo sido chapa única, a eleição foi bastante prestigiada e os prefeitos fizeram questão de validar a nova diretoria, que assume a gestão da AMUPE em março para cumprir o biênio 2013-2014. A diretoria executiva é composta pelos prefeitos Izaías Régis (vicepresidente), de Garanhuns; Lourival Simões (1° secretário), de Petrolândia; Jorge Alexandre (2° secretário), de Camaragibe; Eduardo Gonçalves (1° tesoureiro), de Cumaru, e Genivaldo Menezes (2° tesoureiro), de Águas Belas. Ao todo, 30 prefeitos integram a composição. De acordo com José Patriota, os eixos centrais de sua atuação na presidência da AMUPE serão o debate e a construção de um novo pacto federativo; o fortalecimento dos consórcios intermunicipais como estratégia para implantação de políticas públicas compartilhadas para o desenvolvimento territorial; apoio aos municípios na implantação de um modelo de gestão com foco em resultados; ajuda na elaboração de projetos e captação de recursos junto aos agentes financiadores; valorização das boas práticas de gestão pública municipal e o estímulo à implantação de

Governador Eduardo Campos, José Patriota,vice-governador João Lyra Neto e Aluísio Lessa, secretário de Articulação Social e Regional

plano de ações permanentes de convivência com o semiárido. “O município é o ente federativo que tem mais responsabilidades e o que recebe menos recursos. Precisamos rever e reelaborar o pacto federativo. É nos municípios onde a vida acontece, onde estão os problemas que mais afetam a população,” destacou o novo Presidente da AMUPE.

Encontro com governador Dois dias após a eleição, José Patriota e parte de sua diretoria se reuniram com o governador Eduardo Campos. O encontro serviu para a apresentação formal da equipe que comandará a Associa-

ção pelos próximos dois anos e das principais bandeiras da entidade que representa todos os municípios pernambucanos. José Patriota explicou ao governador que a composição da chapa foi feita de forma a contemplar todas as regiões e os diversos partidos políticos. Eduardo Campos enfatizou a importância do consenso e sua confiança na gestão pluripartidária e regionalizada da Amupe. “O governo estadual estará junto nessas discussões. Existem pautas importantes que precisam da união de todos. É muito positivo que a Amupe tenha em sua expressão essa pluralidade”, destacou o governador. • Estados & Municípios

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Inovação

Brasil quer lançar satélite com foguete nacional até 2021 Assistir televisão, conferir a previsão do tempo e falar ao telefone são atividades comuns que se tornaram possíveis graças aos satélites. Os três últimos colocados em órbita pelo Brasil - os chamados Cbers (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) foram lançados de base chinesa. Agora, o Brasil quer um foguete nacional lançado de base própria. No ano em que o acidente na Base de Alcântara completa 10 anos, o país divulga o seu quarto programa espacial. O desafio é lançar até 2021 um satélite desenvolvido no Brasil, acoplado a um foguete nacional, a partir de um centro de lançamento próprio. Enquanto o plano ainda não for possível, o Brasil se prepara para colocar em órbita mais um satélite de uma base chinesa, o Cbers-3. O lançamento estava programado para o fim do ano passado, mas foi adiado para o primeiro semestre deste ano, porque conversores comprados nos Estados Unidos apresentaram falhas nos testes finais.

Novidade O Cbers-3 será o primeiro da família de satélites sino-brasileiros a integrar uma câmera para satélite 100% desenvolvida e produzida no Brasil. A câmera vai registrar imagens para o monitoramento de recursos terrestres. Já foram lançados os Cbers 1, 2 e 2-B. Brasil e China são parceiros na área espacial desde 1988, quando iniciaram a cooperação para o desenvolvimento do Programa Cbers. O objeti74

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vo é implantar um sistema completo de sensoreamento remoto de nível internacional, no qual satélites sejam responsáveis pelo monitoramento de desmatamentos, da expansão urbana e da agropecuária. Para fortalecer o Programa Espacial Brasileiro, em 2013, haverá mais ações voltadas para a formação de pessoas na área aeroespacial, entre elas, enviar estudantes brasileiros, por meio do Programa Ciência sem Fronteiras, para se especializarem em países já desenvolvidos na área espacial e, também, trazer especialistas desses países para o Brasil. “Dessa forma, um dos grandes gargalos de nosso programa espacial, a falta de mão-de-obra especializada, começará a ser sanado”, explicou o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho. •

O Cbers-3 será o primeiro satélite sino-brasileiro a integrar uma câmera para satélite 100% brasileiro


Inovação

Área de biotecnologia será estimulada A presidenta Dilma Rousseff determinou que o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia elabore uma proposta para a criação de um programa destinado a incentivar pesquisa e produção na área de biotecnologia. Segundo o ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, a presidenta quer que a pauta deste ano seja concentrada em setores importantes para o desenvolvimento da tecnologia e da indústria. “Ela sugeriu a criação de um programa de biotecnologia a ser desenvolvido de forma organizada pelos Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação”, disse Raupp. Além da biotecnologia, a presidenta Dilma quer um projeto de laboratórios de uso aberto. “Ela foi incisiva ao pedir para mim e para o ministro Aloizio Mercadante a apresentação de proposta de laboratório aberto, para uso da comunidade acadêmica e empresarial”, disse Raupp. Marco Antonio Raupp informou que também será desenvolvido um programa voltado para a expansão dos laboratórios tradicionais, como forma de apoiar as universidades federais.

“O sistema federal universitário está se expandindo e precisamos equipar laboratórios, para que as universidades não sejam apenas um ‘escolão’, com os estudantes aprendendo somente na base de giz e fala. Eles têm que aprender fazendo experimentos, usando laboratórios”

Inovação Na visão do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, o foco solicitado por Dilma envolve inovação. “A expectativa não é por uma abordagem genérica de biotecnologia, e sim para como podemos lançar produtos novos no mercado”, avaliou. O empresário Carlos Sanchez, integrante da comissão 1 do CCT – Promoção da Inovação –, informou que a presidenta recomendou que a indústria nacional contratasse mais doutores, para competir fora do país. “A ciência básica é o começo de tudo, mas

essa ciência tem que se materializar”, argumentou. O fortalecimento da cooperação entre as áreas do governo que investem em ciência, tecnologia e inovação também foi destacado pela presidenta. Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ennio Candotti, quase metade dos recursos destinados às ações de CTI está pulverizado em várias pastas. “É um volume muito grande de recursos investidos em muitos ministérios. Portanto, é importante que as várias pastas conversem para encontrar um denominador comum”. •

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Tu r i s m o

A

beleza natural de Porto Belo

Distante 60 quilômetros de Florianópolis e vizinha de Bombinhas, Porto Belo tem belos atrativos naturais. Considerada o melhor porto natural do Brasil, nos últimos anos tem sido utilizada como ancoradouro de grandes navios que realizam cruzeiros marítimos. A principal atração do município é a Ilha João da Cunha, também conhecida como Ilha de Porto Belo, a 900 metros do continente. O verde da mata atlântica e a beleza quase selvagem de suas praias encantam os turistas. No centro da cidade está localizada a Praça dos Pescadores, local típico com fortes traços açorianos e ponto de partida para a Ilha de Porto Belo. De lá é possível ter uma visão geral da praia de Porto Belo, com suas águas tranqüilas. Por estar localizada em uma baía, protegida das influências das marés, a areia pode apresentar uma consistência lodosa. Se a preferência é por outro tipo de fundo de mar, opções não faltam. É possível deslocar-se até as praias de Perequê, Costão das Vieiras, Araçá e Estaleiro, tomar um agradável banho de mar e, de quebra, conhecer melhor a região.

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Porto Belo - Santa Catarina Distância de Florianópolis - 56 km Distância de Porto Alegre - 530 km Aeroporto de Florianópolis - 70 km Aeroporto de Navegantes - 59 km Principais atrativos naturais: Praia de Porto Belo, Praia do Perequê, Praia de Araçá, Praia do Costão das Vieiras


Tu r i s m o

Praias e trilhas O passeio de escuna leva a excelentes pontos de mergulho e atrações históricas e culturais. A ilha é o ponto alto do passeio. Considerada um verdadeiro parque temático natural, reúne pinturas rupestres, trilhas subaquáticas e o Eco-Museu Univali, com uma coleção de fósseis de 20 mil anos. Fique atento ao calendário, uma vez que os tours costumam acontecer somente entre os meses de outubro e março. Acessíveis também por trilhas, as bonitas praias de Estaleiro e Caixa D'Aço merecem atenção especial. A primeira, a 13 quilômetros (e dez minutos de trilha), é uma das mais tranqüilas e rústicas, protegida por pedras e costões cobertos com vegetação nativa. A areia branca e o mar transparente, perfeito para banhos e mergulhos, completam o visual. Já Caixa d'Aço, a 11 quilômetros (cinco minutos de trilha), é cercada por morros baixos e tem pequena faixa de areia. No verão, os bares flutuantes garantem a alegria dos turistas. Quem visita a região fora da temporada de verão é brindado com um saboroso evento: a Semana Internacional de Gastronomia, que acontece no final de julho, com participação de renomados chefs do país. As delícias exclusivas do período se estendem também para os restaurantes das vizinhas Itapema e Bombinhas. Estados & Municípios

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rangelcavalcante@uol.com.br

RANGEL CAVALCANTE

Não duvido Em 1999, os principais líderes do PMDB e do PFL do Piauí, então inimigos tidos como irreconciliáveis, iniciaram conversações visando a uma união em torno de um candidato comum à prefeitura de Teresina, a capital do estado, nas eleições municipais. Costurava-se algo tido como impossível na política piauiense: juntar os ex-governadores Alberto Silva e Freitas Neto – no mesmo palanque. Durante uma das conturbadas reuniões para discutir a pretendida coligação, os dirigentes decidiram ouvir a opinião do governador do estado, o médico Mão Santa, ex-prefeito de Parnaíba, o

segundo maior colégio eleitoral do estado. No seu estilo debochado, Mão Santa resumiu a sua posição, bem de cima do muro: -Olha, não sou contra nem a favor. Até pouco eu achava que essa união era impossível. Mas depois que vi a Brahma se juntar com a Antarctica, não duvido mais de coisa nenhuma neste mundo.

O eco

A Assembleia Legislativa do Maranhão teve seus tempos de brilhantismo nos meados do século passado, quando ali pontificavam políticos de grande cultura, que eram também magníficos oradores e polemistas. Entre eles se destacavam os deputados Orlando Leite, do PSD, que era sempre governo, um professor de direito, e o jornalista Erasmo Dias, uma espécie de Boca do Inferno timbira, integrante das chamadas oposições coligadas. Seus longos e eruditos discursos eram uma atração na cidade. O povão lotava as galerias da casa para ouvir os dois brilhantes oradores. Eram dois dos mais respeitados intelectuais do estado, que não conseguiram nas urnas o mesmo sucesso obtido nas letras. Num desses debates acirrados, Orlando fazia uma longa e ilustrada defesa do governo e recebia insistentes intervenções de Erasmo, que, sem sucesso, pedia um aparte. A certa altura, irritado com tanta interrupção, Leite partiu para a agressão: - Senhor presidente, acho que estou ouvindo o constante ladrar de um cão! A galeria aplaudiu entusiasticamente a pronta resposta do Erasmo: - O que vossa excelência está ouvindo é o eco da sua própria voz! 78

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CaSOS & CaUSOS

Choque Era o ano de 1964, o primeiro da ditadura militar. Em Fortaleza, milhares de pessoas acorreram à praça Otávio Bonfim para ver o marechal Castello Branco, primeiro presidente do regime castrense, acionar a chave que marcava a chegada da energia da hidrelétrica de Paulo Afonso ao Ceará. Era o coroamento de uma luta de mais de 20 anos do então governador Virgilio Távora, que enfrentou todas as incompreensões e más vontades para fazer o governo federal construir a linha de transmissão de mais de mil quilômetros, então uma das mais extensas do mundo. O país vivia os primeiros tempos da exceção, um período de verdadeira caça às bruxas, com demissões prisões e cassações. Ninguém ousava falar nos políticos do regime deposto, com medo das represálias. O palanque oficial estava repleto de generais, coroneis e outros graduados das forças armadas. Era tanta estrela que parecia a Via Láctea. O marechal Castello discursou fazendo a apologia da obra que iria trazer o verdadeiro desenvolvimento ao estado, como se fosse ela produto do seu governo de poucos meses. E sob os aplausos da multidão e um intenso foguetório, ligou a chave, iluminando a praça e toda a cidade com a energia do rio São Francisco. Mas o primeiro choque veio logo depois, quando o governador Virgilio começou o seu discurso dizendo: - Quero aqui fazer justiça ao presidente João Goulart, a cujo governo devemos a maior parte dessa grande obra de redenção do Ceará... Fez-se um silêncio sepulcral. Os militares, irritados, se retiraram logo após a fala de Virgílio, que foi para casa certo de que no dia seguinte não seria mais governador do seu estado. Não foi cassado, mas ganhou a antipatia do regime militar, principalmente do marechal Castello Branco, que nunca mais se hospedou na residência dele, como fazia antes.

A casa nova

Esta foi contada pelo jornalista Wilson Ibiapina, numa das reuniões da chamada confraria dos cearenses, na Casa do Ceará em Brasília. Segundo ele, o jornalista Clemente Luz veio do interior de Minas para viver a aventura da construção da nova capital do Brasil. Aqui, estabeleceu-se na então Cidade Livre – hoje Núcleo Bandeirante – e ganhava a vida escrevendo cartas para as namoradas, noivas, mães, esposas e demais familiares do candangos. Uma mesa, um tamborete e a máquina de escrever constituíam o seu escritório, junto da feira. Ali ouvia e botava no papel as mensagens que os homens iletrados que construíam Brasília enviavam às suas origens. Lembra bem de um deles que, depois de meses de solidão, conseguiu um argumento para fazer com que a mulher viesse do sertão mineiro para Brasília. Mandou a ela um recado curto e definitivo: - Mulher, venha para Brasília com os meninos. Já saí do alojamento dos candangos e estou morando na nossa casa, que construí com 200 sacos de cimento. A cara metade não pensou duas vezes. Fascinada com a idéia da nova morada, vendeu o pouco que ainda tinha e se mandou com a filharada. Não pôde voltar atrás quando viu que a casa prometida existia mesmo, só que de papelão, construída com varas e revestida com os papelões de 200 sacas de cimento Tocantins vazias. Estados & Municípios

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Motores

TrailBlazer 2013 O SUV da Chevrolet tem como objetivo alcançar um público com espírito aventureiro. Possui espaço para sete ocupantes e porta-malas de 235 litros, e oferece itens como bancos de couro com ajustes elétricos, ar-condicionado digital com saídas para a parte de trás, airbags frontais e de cortina, rodas de alumínio aro 18, câmbio automático, ar-condicionado dual-zone, volante multi-funcional, freios com sistema anti-travamento ABS + EBD, controle de tração, assistente de partida em aclives, sensor de estacionamento, faróis de neblina, sistema de fixação de cadeiras infantis, entre outros itens. A parte de motorização a diesel é a mesma da picape S10, com motor 2.8 CTDI com 180 cv e motor a gasolina, 3.6 V6 com 239 cv e comandos variáveis.

Tanque Multi Aplicação - TMA Versátil, o TMA pode auxiliar em combates a incêndios de pequenas proporções e outros serviços, como lavagem de praças, parques, ruas, desobstrução de galerias, transporte de água, com tanque com capacidade 6.000 ou 8.000 litros. Possui bomba de 200 GPM instalada na tomada de força, que possibilita sua utilização com o carro em movimento para lavagem de ruas ou irrigação de canteiros, duas bocas de admissão e duas de expedição, carretel de mangote com esguicho regulável de multiplas funções e convés superior com piso anti-derrapante e caixas para armazenagem de material.

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Motores

Fiat Palio - 2013

O novo modelo apresenta quatro versões e três tipos diferentes de motor, além de duas opções de câmbio e até seis de acabamento, sempre com quatro portas. Entre a longa lista de equipamentos oferecidos pelo fabricante estão o para-brisa térmico, sidebags e airbags dianteiros, freios ABS, volante em couro com comandos de rádio, comando do câmbio tipo borboleta no volante, piloto automático, Logo Push (sistema de abertura elétrica do porta-malas), chave canivete com telecomando, teto solar Sky Wind e parafusos de roda antifurto.

Comet GT 650

Fabricada pela Kasinski, possui motor V2 roletado DOHC com quatro válvulas por cilindro, alimentado por injeção eletrônica de combustível, que gera mais potência e linearidade na curva de torque, um dos maiores da categoria, atingindo quase 6,9 Kgf.m a apenas 7.250 rpm. A Comet GT 650 também possui sus-

pensão dianteira invertida ajustável e traseira com balança monoschock ajustável e pinças duplas de acionamento do freio dianteiro, agora com quatro pistões cada uma, o que garante mais estabilidade nas frenagens e aderência da motocicleta ao solo em todas as situações. Tem banco bicolor e antiderrapante e está disponível nas cores vermelho e preto.

Pintura de Asfalto

588 D

Desenvolvido para pintura profissional de sinalização viária com motor a gasolina, um tanque de reservatório de tinta com capacidade de 33,3 ou 47,7 litros, compressor de ar e duas pistolas fixas com dois reservatórios de microesfera. Além das duas pistas de pintura fixa, possui uma pistola de pintura viária auxiliar para demais serviços. É ideal para pintura de faixas de estacionamento, faixas de rua, esquinas e pesa 104kg. Estados & Municípios

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Zeca Dirceu

dep.zecadirceu@camara.gov.br

artigo

A política e a arte da transformação Sempre digo que sou um parlamentar que tem sangue de prefeito. Depois da experiência de dois mandatos como prefeito de Cruzeiro do Oeste, terminei o meu segundo ano como deputado federal com a sensação de que o Executivo é mais rápido. Você vê e sente tudo acontecer. No Parlamento as mudanças são mais lentas. Mas elas ocorrem e têm um poder de alcance muito amplo. É muito satisfatório contribuir com as transformações que os investimentos do Governo Federal produzem nos municípios. Desde 2011, participei de decisões importantes no Congresso. Votações que trouxeram impacto positivo para o País e para a vida de milhões de pessoas. Participei de decisões, sempre me posicionando e defendendo os interesses do povo do Paraná, estado pelo qual fui eleito. Mas é nos municípios que consigo sentir os resultados do nosso trabalho, entre as pessoas que ajudaram a construir esta representação, com as quais faço questão de manter constantemente um contato muito próximo. Durante esses dois anos de mandato, discuti problemas locais com muitos prefeitos, vereadores e representantes da sociedade civil organizada. A partir disso percorri incansavelmente os ministérios em busca de soluções. Tivemos excelentes resultados e isto só aumenta a nossa responsabilidade em buscar cada vez mais recursos para melho82

Estados & Municípios

rar a vida das pessoas na cidade, no bairro, no espaço onde moram e constroem seus dias. No ano passado, durante os meses de campanha eleitoral, mais uma vez, percorri todas as regiões do estado. Visitei 217 cidades no Paraná, convivi de perto com milhares de petistas e também com pessoas que não são partidárias, mas que reconhecem os avanços que o trabalho do PT trouxe para todo o país. Lula e Dilma desfrutam de uma popularidade gigantesca, não meramente pelas suas qualidades pessoais, mas também por terem como aliados muitos cidadãos que se identificam com o trabalho do PT e com os seus ideais. Isto resultou na grande vitória do nosso partido nas urnas no Brasil e também no Paraná. Mesmo com o fato do partido ter que lutar contra a força de uma oposição trabalhando rasteiramente em favor dos interesses da elite, que comandou durante anos o país e não chegou nem perto das transformações que o Brasil viveu na última década. A oposição trabalha dedicada ao projeto de desconstruir a imagem do partido, e usa veículos da grande imprensa para isto. A todo momento são criadas situações que colocam em xeque a credibilidade do ex-presidente Lula e assim, também a de todos os dirigentes e das pessoas que trabalham no projeto de crescimento do País. Não adiantou! A popula-

ção respondeu positivamente ao projeto de continuidade, quando a presidenta Dilma, na última pesquisa do IBOPE, bateu o recorde de popularidade aparecendo com quase 80% de aprovação. Tudo isso é resultado da ação forte de um governo preocupado com o dia-a-dia de um povo que hoje tem uma casa própria para morar, e percebe mudanças no atendimento da saúde, tem acesso à universidade e, entre tantas outras melhorias, se sente respeitado quando vê que seus interesses são defendidos bravamente, como na luta para a redução do valor da tarifa de luz, que faz toda diferença no orçamento da família brasileira. É assim que continuo trabalhando e que planejamos o nosso trabalho para 2013, motivado pela transformação e feliz por fazer parte e contribuir no projeto de um país moderno, competitivo e que oferece boas oportunidades para todos. Temos grandes desafios pela frente, com a certeza de que este ano é fundamental para consolidar mais vitórias também em 2014. Geraldo Vandré mostra que nossa garra vem de tempos. O momento é de luta árdua em favor da verdade, mas “pra não dizer que não falei das flores”, temos a alegria de conhecer os resultados e saber que o momento é de continuar a crescer, porque “quem sabe faz a hora, não espera acontecer” Zeca Dirceu é deputado federal pelo PT do Paraná


REPRODUTOR EXACAMPEÃO DA RAÇA NO RIO GRANDE DO NORTE CRIAÇÃO E SELEÇÃO DE CAPRINOS LEITEIROS

ASPECTO DE FÊMEAS SELECIONADAS DO PLANTEL DA ESTÂNCIA Estrada Curral da Junta, Distrito Lagoa Seca, Macaíba - RN - E-mail: estanciacaprichosa@hotmail.com


e.

JUNTOS ESTAMOS VENCENDO A DENGUE. Em 2012, os casos de Dengue caíram 54,7% e nenhuma morte foi confirmada. E isso só é possível porque todos têm feito a sua parte. A população, que tem evitado água parada, o acúmulo de lixo, entre outras medidas; e o GDF, com seus agentes de saúde, que vão de casa em casa para orientar os moradores. Mas precisamos continuar atentos, principalmente devido às fortes chuvas que estão caindo. Afinal, se a gente não se mexer, a Dengue toma conta.

Continue fazendo sua parte e ajude no combate à Dengue:

Mantenha a caixa d’água bem fechada e com uma tela no ladrão.

Encha os pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda.

Mantenha bem tampados tonéis e barris de água.

Elimine ou lave os pratinhos de plantas com escova, água e sabão uma vez por semana.

Lave semanalmente Mantenha as garrafas por dentro com escova com a boca virada e sabão os tanques de água. para baixo.

Troque a água dos vasos de plantas aquáticas e lave-os com escova, água e sabão semanalmente.

Coloque areia dentro dos cacos que possam acumular água.

Remova folhas, galhos e tudo que impeça a água de correr pelas calhas.

Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada.

Não deixe água acumulada sobre a laje.

Feche bem os sacos de lixo e deixe-os fora do alcance de animais.


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