Módulo 2 analise da situação de saúde 2014 (1)

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Módulo II: Análise da Situação de Saúde

Salvador 2014 1


Fundação Estatal Saúde da Família

Carlos Alberto Trindade Diretor Geral

Estevão Toffoli Rodrigues Diretor de Gestão de Serviços

Ricardo Mascarenhas Cerqueira Pinto Gestor do Núcleo de Saúde da Família

Vania Priamo Núcleo de Implantação de Serviços

Grace Fátima Souza Rosa Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Trabalhador

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Equipe responsável - 2010 Autores Alessandra Martins dos Reis Antonio Neves Ribas Hêider Aurélio Pinto João André Santos de Oliveira Laíse Rezende Andrade Leandro Domingues Barreto Maria da Conceição da Silva Sampaio Rios Maria do Carmo Campos dos Santos Rafaela Cordeiro Freire Revisão - 2014 Carla Pedra Branca Valentim Carvalho Daiana Cristina Machado Alves Fábio da Silva Oliveira Lívia Lima Nogueira dos Santos Maria Batista Costa

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2014 – Revisão Fundação Estatal Saúde da Família Todos os direitos de edição reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra desde que citada a fonte e que não seja para a venda ou qualquer fim comercial. Elaboração, distribuição e informações Fundação Estatal Saúde da Família DGS – Diretoria de Gestão de Serviços Endereço: Av. ACM, nº3840, edf. Capemi, 7º andar módulo B Pituba, Salvador – BA CEP: 41820902 Telefone: (71) 3417-3501/3504 Endereços eletrônicos: www.fesfsus.ba.gov.br www.ead.fesfsus.ba.gov.br

Catalogação na fonte Bahia. Fundação Estatal Saúde da Família. Bahia. Salvador: Fundação Estatal Saúde da Família, 2014. 28p. Conteúdo: O Processo de Trabalho na USF. 1. Educação. 2. Saúde da família. 3. Educação à distância.

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Sumรกrio

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1. Introdução - Formação Inicial do Trabalhador

2. Organização do módulo e atividades 3. Unidade 1 - O Território e as Necessidades de Saúde 3.1 Objetivos de aprendizagem 3.2 Conhecendo do Território

3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8

Um Território em Constante Mudança Risco à Saúde e Vulnerabilidade Resiliência Cartografia Aprendendo com a Comunidade

3.9 3.10

Cartografia: uma Ferramenta importante para a ESF Contribuições dos NASF à Cartografia do Território Aprofundando a teorização sobre a situação – problema

3.11

Construindo a Cartografia Inicial

3.12

Atividade para toda equipe – momento presencial

3.13

Fórum

3.14

Tarefa: dispositivo pedagógico

06 07 08 08 09 09 10 11 12 13 13 14 14 16 17 18

4. Unidade 2 – Diagnóstico da Situação de Saúde 4.1 Objetivo de aprendizagem 4.2 Voltando à Cartografia 4.3 Utilizando as Informações do SIAB 4.4 Vulnerabilidade e Susceptibilidade 4.5 Acompanhando pessoas da comunidade 4.6 Situação Materno-infantil na USF do Abacateiro 4.7 Atividades para toda equipe – momento presencial 4.8 Fórum 4.9 Tarefa: Dispositivo pedagógico

19 19 20 21 22 23 24 26 26

5. Referências Bibliográficas

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1. INTRODUÇÃO: Formação Inicial do Trabalhador

A FIT é uma das estratégias inseridas na Política de Desenvolvimento e Incentivo à Qualidade da FESF-SUS, através da Educação Permanente. Parte-se do cotidiano das Equipes de Saúde da Família, buscando fazer uma reflexão sobre sua prática, a qual fornece substrato para a qualificação profissional e que se pretende que seja uma formação disparadora de processos de educação permanente. Para apoiar o conjunto de trabalhadores da saúde da família, a FESF coloca disponível a Formação Inicial dos Trabalhadores – FIT composta por seis módulos contínuos, disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem da FESFSUS (ava.fesfsus.ba.gov.br) – AVA-FESF SUS, que discutirá seis temáticas contínuas: Princípios da atenção primária e agenda inicial de trabalho (módulo I); Análise da situação de saúde na comunidade (módulo II); Processo de trabalho na USF (módulo III); Ferramentas para a produção do cuidado (módulo IV); Planejamento local em Saúde (Módulo V) e Gestão Participativa (módulo VI). O documento em questão representa o módulo II da Formação Inicial do Trabalhador (FIT), as atividades são compostas por encontros presenciais na saúde da família e a distância através AVA-FESF SUS, ambas desenvolvidas e apoiadas pelo Apoiador Institucional e/ou tutor do respectivo serviço. Propõese também contribuir a elaboração de tarefas denominadas de dispositivos pedagógicos, as quais, para os trabalhadores da FESF-SUS subsidiarão também o pagamento da Gratificação de Produção e Qualidade (GPQ). Foram reunidos neste material as atividades da FIT para facilitar a impressão

e/ou

disponibilização

a

outros

trabalhadores

que

tenham

dificuldades de acesso à internet. Os textos sugeridos ao longo desse módulo, para aprofundar o conhecimento, encontram-se disponibilizado na biblioteca do ambiente virtual. É importante dizer ainda que a FIT faz parte do processo de integração do trabalhador na Carreira da FESF e deve ser realizado por todos os profissionais (Dentista, Enfermeiro, Médico, Técnico de Enfermagem, Agente Comunitário de Saúde – ACS) com a possibilidade de inclusão de outros programas vinculados a atenção básica como o Núcleo de 7


Apoio a Saúde da Família – NASF e agora de forma mais recente o programa Melhor em Casa. Justamente por isso é uma atividade obrigatória para todos os profissionais FESF-SUS, quando iniciam suas atividades nos municípios, e será ofertada para o restante da equipe, com possibilidade de ampliação para todo o município. 2. Organização do módulo e atividades Este módulo tem a duração de um mês e apresenta duas unidades temáticas com duração aproximada de 15 dias cada uma. A distribuição recomendada das atividades a serem realizadas está na tabela a seguir: Tabela 1 - Distribuição das atividades da Formação Inicial do Trabalhador durante o mês.

Unidade 2

Unidade 1

Um Módulo corresponde a um mês Semana 1 Leitura das situações problema, textos de apoio, propostas para atividades presenciais Participação no fórum Semana 2 Leitura das situações problema, textos de apoio, propostas para atividades presenciais Participação no fórum Momento presencial Semana 3 Leitura das situações problema, textos de apoio, propostas para atividades presenciais Participação no fórum Semana 4 Leitura das situações problema, textos de apoio, propostas para atividades presenciais Participação no fórum Momento presencial

2 horas distância

à

2 horas à distância 4 horas presenciais 2 horas distância

à

2 horas distância

à

4 horas presenciais

Total no mês = 16 horas

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Unidade 1 – O Território e as Necessidades de Saúde

3.1. Objetivos de aprendizagem: - Conhecer as principais características do território de abrangência, compreendendo-o como um espaço dinâmico 1 e as relações que afetam a vida dos indivíduos e famílias da comunidade; - Analisar em equipe como as características do território e suas relações interfere no processo saúde – doença, tanto na dimensão individual quanto coletiva, compreendendo vulnerabilidade em que os usuários estão expostos; - Identificar os principais problemas e necessidades de saúde a partir da avaliação da equipe de saúde da família e da comunidade. Para conhecer o inicio da história da comunidade do Abacateiro e da sua USF leia o módulo I.

3.2.

Conhecendo o Território

Roberta (dentista) e Pedro (médico), os mais novos membros da equipe de saúde da família do Abacateiro, chegaram à USF há poucos meses e ainda não tiveram oportunidade de conhecer com calma a comunidade. A USF do Abacateiro passou um longo período sem médico e sem dentista, e com a chegada dos novos profissionais a demanda reprimida deixa pouco espaço para eles explorarem o território, o que fazem somente quando há a necessidade de realizar alguma visita domiciliar. Percebendo esta situação, Fernanda (enfermeira) propôs que fosse feita uma apresentação da territorialização da área, para que os novos colegas tivessem uma visão mais detalhada sobre toda a região: “Nós já realizamos a territorialização da área há algum tempo, o que acham de fazermos uma apresentação da área de forma detalhada na próxima reunião?”.

1 Espaço dinâmico compreende as características físicas e estruturais do espaço, mas também as relações sociais, políticas, econômicas, culturais, religiosas inseridas neste.

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Todos concordaram. Assim, a equipe decidiu para a próxima reunião rever a territorialização já realizada pela equipe, e discutir de forma mais detalhada o conhecimento a cerca da região de Abacateiro. 3.3.

Um Território em Constante Mudança

A reunião de equipe ocorre com a presença de todos: ACS, recepcionista, auxiliar de enfermagem, auxiliar de saúde bucal, auxiliar de serviços gerais, médico, enfermeira e dentista. Fernanda iniciou apresentando o mapa construído por ela e pelos ACS no ano passado. Pedro percebeu algumas diferenças com a situação atual e perguntou: “Peraí! Cadê a escola que não está registrada no mapa?”. Maria (agente comunitária) - “Ô, doutor! É que a escola foi construída tem pouco tempo. Antes, todas as crianças tinham que ir à sede do município para estudar!”. Com a discussão a equipe percebeu que surgiram, no último ano, novos Equipamentos Sociais2 na área de abrangência. Eles identificaram que a comunidade está conseguindo se organizar melhor e reivindicar alguns serviços que não existiam anteriormente. Mas Mauro (agente comunitário) protesta: “Muita coisa melhorou, mas a ponte do rio Biriba continua na mesma. Passar por ela é a única forma de chegar em minha microárea de carro. Mas como ela é muito velha, só passa carro pequeno, e olhe lá! Para quem mora longe é um suplício, pois o ônibus não chega. As crianças têm que vir a pé para a escola. Também é difícil para os mais velhos virem aqui no posto. Por causa da ponte, não conseguimos fazer várias coisas”. Mauro apontou assim uma importante barreira geográfica para o deslocamento da comunidade de sua microárea, provocando a equipe a pensar no que poderia ser feito para enfrentar este problema.

3.4.

Risco à Saúde e Vulnerabilidade

2 Equipamentos Sociais são as instituições, serviços ou espaços de uso comum de todo ou parte da população, como as escolas, creches, asilos, serviços de saúde, igrejas, estruturas de lazer, praças, rádios, associações de bairro etc.

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A medida que Fernanda e os Agentes Comunitários apresentavam o mapa do território, Roberta e Pedro faziam muitas perguntas, querendo entender como se davam algumas relações na comunidade, uma pergunta foi puxando outra. Roberta: “O que o pessoal da comunidade faz para se divertir? Eu só vi no mapa a presença de bares e mais nenhum outro equipamento social relacionado ao lazer”. Zélia (agente comunitária): “As crianças brincam por aí, e os homens, quando não estão trabalhando, ficam bebendo cachaça. Por isso que só tem bar!”. Pedro: “É, realmente tenho percebido muitos homens com problemas com alcoolismo. Vocês já pensaram porque isso acontece?”. “Porque estes homens são todos uns sem-vergonha, doutor!” disse Marilene (recepcionista) de forma séria, provocando risos em alguns. “Calma Marilene.” Ponderou Fernanda. “Não quero defender ninguém, mas sabemos que muitos se envolvem com a bebida por conta do desemprego. Não ter o que fazer acaba empurrando alguns para a bebida.” “É mesmo!” Concordou Roberta. “O desemprego é um fator de Risco para o alcoolismo.” “Fator de que?” perguntou Marilene. “Risco!” Respondeu Roberta. “Já o entendimento de vulnerabilidade é mais que um risco de se contrair uma doença. Envolve toda a compreensão do contexto em que o individuo está inserido. Não somente as atitudes individuais”. E ela continuou explicando com exemplos: “Neste mapa, observamos que na microárea de Zélia, a maioria das casas ficam com o esgoto à céu aberto, esta é uma condição de risco, pois aumenta a possibilidade de se contrair doenças. Assim, as crianças que brincam nestas ruas possuem mais risco de contrair certas doenças que as crianças de áreas onde o saneamento existe. De outra forma , os meninos andam descalços. Os pais acham que é frescura colocar sandálias, que é coisa de maricas. Isto deixa os meninos mais vulneráveis que as meninas!” 3.5.

Resiliência 11


“Esta discussão me lembra um outro termo que dialoga com o conceito de vulnerabilidade, que é o de Resiliência”, disse Fernanda. Léia (auxiliar de serviços gerais): “Vixe, enfermeira! Tá pior que a dentista pra falar palavras difíceis! O que é isso, hein?!” Fernanda: “Léia, lembra do seu vizinho, Sr. Arlindo, que você trouxe para cá junto com a esposa, no mês passado? Léia (auxiliar de serviços gerais): “Sim, ele estava com o mesmo problema que começamos a discutir agora. Ficou desempregado e começou a beber muito. Mas com o apoio da família, ele percebeu que a bebida estava piorando a sua situação, pois não conseguia priorizar a procura de um emprego. E ai ele ficou bebendo só fim de semana. Acho até que voltou a estudar. Quem sabe logo surge um trabalho novo?!...” Fernanda: “Pois é, Léia, você mesma já respondeu o que é Resiliência. Ou seja, uma família que se ajuda é um dos fatores de resiliência, pois contribui afetivamente para que o Sr Arlindo possa enfrentar esse período difícil. Além do que o desejo dele de voltar a estudar traz outra perspectiva à vida e o ajuda a não ficar somente totalmente atrelado a bebida para amenizar o sofrimento”, concluiu. “Fernanda, no caso do Seu Arlindo, o apoio do padre da paróquia também foi importante. Pelo que você falou, ter este tipo de apoio também é um fator de resiliência, não é?” Perguntou Zélia. “Entendi, Seu Arlindo teve a vontade de estudar, a família e a paróquia. Três fatores que favorecem sua resiliência!” concluiu Zélia. “Pessoal, estou achando a discussão muito interessante.” Disse Pedro empolgado, e continuou: “Acho que estou aprendendo muito com vocês!” “Pois é Pedro, estamos iniciando uma Cartografia de Abacateiro.” concluiu Roberta. “E que termo é esse agora?” Perguntou Maria (auxiliar de enfermagem). 3.6.

Cartografia

Roberta disse que pelo dicionário, CARTOGRAFAR é construir um mapa. Que este termo veio da Geografia, mas que passou a ser utilizado pela Saúde Coletiva para0 descrever a construção de outros tipos de mapas, não só os mapas geográficos. E continuou: “Dentro do mapa que estamos analisando, 12


existem vários outros ‘mapas’. Vemos o desenho do mapa do relevo, com os rios, os morros e os limites do território. Vemos também o mapa das instituições, com as escolas, associações, fazendas etc. Também vemos o mapa do Risco, com o lixo, o esgoto, etc.” “Mas existem mapas que são relacionais, ou seja, que demonstram como se dão as relações na comunidade, onde as pessoas trabalham, por onde elas circulam. Indicam se as relações são mais solidárias, ou se é cada um por si! Também existem mapas que falam da história da comunidade. Claro que a forma de registrar é diferente. Tudo isso ajuda a compreender fatores de Vulnerabilidade e Resiliência, bem como pessoas e grupos que estão em condições de maior ou menor risco.” “Outra forma de ampliar nossas informações para a construção dos mapas da comunidade, é realizar entrevistas com Informantes Chave na comunidade, que são pessoas que moram aqui há muito tempo ou lideranças do bairro” complementou Fernanda. “Pessoal, na minha microárea mora a mulher mais velha de Abacateiro, a Dona Natividade, que tem quase 100 anos e sempre foi a benzedeira da região. O que acham? Quem quer visitar Dona Natividade comigo?” Perguntou Mauro (ACS). “Eu me disponho!”, disse Pedro empolgado. “Acho que é uma boa oportunidade para fazer este outro ‘mapa’ de Abacateiro”. 3.7.

Aprendendo com a Comunidade

Pedro e Mauro foram, no dia seguinte, visitar Dona Natividade. Não foi fácil chegar lá. A ponte do rio Biriba realmente estava muito ruim, e depois de 30 min. de carro da USF chegaram. Dona Natividade contou que seu avô era escravo alforriado e que ela se lembra das marcas que ele tinha no corpo, por causa dos castigos. Que se tornou benzedeira e parteira, tendo aprendido tudo com sua mãe. “Já botei muito menino no mundo!” disse ela. Foi iniciada no Candomblé, é filha de Xangô, por isso comemorava o São João de forma especial. Pedro e Mauro conversaram longamente com Dona Natividade, deixando Pedro fascinado com o conhecimento que a velha senhora tinha da comunidade e das relações entre as pessoas. Ele registrou tudo para discutir 13


com a equipe posteriormente, tirou fotos e até gravou uma parte da entrevista. Quando voltava para casa coincidentemente, ouviu no rádio de seu carro, na voz de Caetano, Gil, Gal e Betânia: “Ai, Xangô, Xangô menino, Da fogueira de São João, Quero ser sempre o menino, Xangô, Da fogueira de São João...” e ficou feliz!

3.8.

Cartografia: uma Ferramenta importante para a ESF

Como já começamos a conversar, o território é vivo e mutante, portanto, seu reconhecimento e desvelamento são permanentes. A EqSF e o NASF precisam estar sempre atentos às mudanças cotidianas que esse território vive. Assim, quando pensamos em (re) conhecer um Território, qual é a primeira imagem que nos vem à cabeça? Não é a de um mapa? Será que um único mapa seria capaz de capturar toda essa complexidade? Acreditamos que não, por isso trazemos aqui a discussão sobre a Cartografia. Realizar uma cartografia é desenhar um panorama sempre mutante dos aspectos que compõem a dinâmica de uma comunidade. Ela auxilia na construção de uma análise

que

relaciona

aspectos

culturais,

econômicos,

sociais,

sanitários,

epidemiológicos e demográficos que interferem no processo saúde-doença de uma comunidade. Esses aspectos manifestam-se interativamente no cotidiano das pessoas, assim é fundamental observar quem vive nessa comunidade, quais são as faixas etárias dessa população, que lugares frequentam, que representações tem sobre saúde e doença, como e se fazem uso de álcool e outras drogas, em que trabalham e se trabalham, que relação estabelecem com o serviço e a equipe. Além disso, a cartografia também é ferramenta para muitas outras frentes de trabalho da equipe.

3.9.

Contribuições dos NASF à Cartografia do Território Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), regulamentados pela

Portaria GM nº 3.124, de 28 de dezembro de 2012. Estes têm como principal objetivo “apoiar a inserção da Estratégia de Saúde da Família na rede de serviços, além de ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Básica, e aumentar a resolutividade dela, reforçando os processos de territorialização e regionalização em saúde” (BRASIL, 2009). Desta forma, assim como as Equipes de Saúde da Família (EqSF), os NASF se organizam a 14


partir de uma base territorial e precisam estar em constante articulação com este território, bem como os riscos e recursos à saúde da população que vivem ou transitam por ele. Assim, conhecer o território, as relações sociais e os riscos e recursos da comunidade contribuem para que a equipe do NASF saiba melhor dos problemas enfrentados por aquela comunidade. Ao mesmo tempo, conhecer os grupos populacionais mais expostos ao risco, permite que a equipe do NASF apoie a EqSF na priorização do cuidado a estes grupos. O olhar multiprofissional da equipe do NASF, aliado ao conhecimento dos riscos e recursos do território, contribui para a construção de Planos Terapêuticos Singulares 3que levem em consideração não somente os recursos disponíveis da USF, mas toda a articulação com os Equipamentos Sociais e demais recursos do território. É importante que as EqSF e NASF possam construir a Cartografia do Território de forma conjunta e articulada, para ampliar o conhecimento mútuo potencializando as ações de ambos. As atividades propostas a seguir devem considerar esta articulação, com a equipe do NASF pactuando a participação junto à reunião de equipe nas USF. 3.10.

Aprofundando a teorização sobre a situação – problema

Com o fim da leitura e problematização inicial, produzido pelos próprios personagens, propomos a leitura dos textos a seguir para consolidar seus estudos. Estes textos contribuirão na construção da Cartografia Inicial, realizada pela EqSF e NASF. É fundamental realizar a leitura, ao menos, da literatura básica. Leitura Básica: O Território na Promoção e Vigilância em Saúde.(Leia as páginas 177 a 222). Leitura Complementar: Espaço, Território e Saúde: Contribuições de Milton Santos para o Tema da Geografia da Saúde no Brasil.

3.11.

Construindo a Cartografia Inicial

3 Ler sobre projetos terapêuticos singulares em: CLÍNICA AMPLIADA, EQUIPE DE REFERÊNCIA E PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR. Disponível : http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/clinica_ampliada_2ed.pdf.

15


Na história da USF de Abacateiro a equipe foi cada vez mais aprofundando o debate sobre os problemas da comunidade, identificando suas relações com as condições que afetam a saúde e a qualidade de vida da população. Além das informações trabalhadas por eles, os usos dos dados disponíveis nos Sistemas de Informação também ajudam a ampliar o olhar sobre as condições de vida da comunidade. Na Saúde da Família, o Sistema de Informação da Atenção Básica fornece muitas informações sobre o Perfil – Demográfico da população da área de abrangência, indicando quantos habitantes existem, a distribuição por faixa etária e sexo, como também dados sobre as condições de moradia e os principais problemas de saúde. Atualmente o Sistema de Informação da Atenção Básica – SIAB, bem como os demais sistemas de informações do Ministério da Saúde - MS, vem passando por reestruturação para um sistema unificado, integrando todos os sistemas de informações existentes e garantindo o registro individualizado por meio do Cartão Nacional de Saúde (CNS). A estruturação surge também da necessidade de utilização de um sistema de informação em saúde que contemple os dados das equipes da AB, incluindo as equipes dos NASF, Consultórios na Rua (CnR), Programa Melhor em Casa, Programa Saúde na Escola (PSE) e Academias da Saúde, além de outras modalidades de equipes e programas que porventura sejam incluídos na AB. Assim foi instituído pela Portaria Nº 1.412, do MS, em 10 de Julho de 2013, o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), sendo que a operacionalização do SISAB será feita por meio da estratégia do Departamento de Atenção Básica (DAB/SAS/MS) denominada e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB). À partir do SISAB, outros sistemas com dados originados na atenção básica serão alimentados automaticamente Pretende-se com o e-SUS AB, reduzir a carga de trabalho empenhada na coleta, inserção, gestão e uso da informação na AB, permitindo que a coleta de dados faça parte das atividades já desenvolvidas pelos profissionais, e não sendo uma atividade em separado. Estas distintas informações permitirão a você construir uma cartografia, onde os diferentes mapas que se sobrepõem para complementarem-se, e 16


assim, compreender cada vez mais como nascem, vivem, adoecem e morrem os indivíduos de cada comunidade. Para ajudar na construção da Cartografia da área de sua USF, oferecemos o texto básico: Um 1° Roteiro para uma Cartografia Para complementar, você também pode consultar o relatório da Caracterização da Área de Abrangência da USF URBIS, no Município de CatuBA, especificamente nas páginas 17 a 28. 3.12.

Atividade para toda equipe – momento presencial A atividade do momento presencial deverá ser iniciada durante uma

reunião de equipe e tem como objetivo disparar o movimento ação-reflexãoação e que articula o aprendizado com a transformação concreta dos serviços de saúde. É importante ressaltar que esta atividade é um dispositivo pedagógico para todos os trabalhadores. Passo a passo para o momento presencial: 1 - Reserve o tempo para essa discussão com sua equipe na própria reunião semanal. 2 - Na primeira parte da reunião a equipe deve realizar a leitura coletiva do caso “Cartografando o Território” utilizado nesta Unidade, para aquecer o exercício de reflexão sobre o tema e envolver todos os trabalhadores. 3 - Após uma breve análise do caso, propomos a leitura do texto Cartografando o Território e as Necessidades de Saúde, por todos os presentes. 4 – Os trabalhadores que realizaram a leitura do módulo e textos propostos no ambiente virtual (dentista, enfermeiro, médico e NASF) podem combinar a apresentação dos conceitos aos demais colegas de trabalho (auxiliares, técnicos e ACS), buscando dar exemplos concretos do cotidiano de vocês. Elejam os conceitos que acham mais relevantes e estimulem a participação dos trabalhadores auxiliares, técnicos e ACS. 5 – A partir da discussão do caso e do texto, propomos a divisão de tarefas na equipe para a construção da cartografia inicial da área de abrangência da USF, utilizando o roteiro abaixo, adaptado do texto já ofertado, primeiro roteiro para uma Cartografia do Território: 17


1. A Equipe deve fazer a Territorialização e conhecer a área de abrangência (delimitadores). Deve elaborar ou utilizar um mapa da área como um todo e também o das micro-áreas. Identificar os acidentes geográficos, barreiras de acesso para a comunidade e predominância de população migratória quilombola, indígena, etc.) 6. Coletar informações da História da sua Comunidade. Nesse processo é fundamental fazer entrevistas com Informantes Chaves. 1. Caracterização socioeconômica. 2. Caracterização cultural e religiosa. 3. Conhecer a História da implantação da Unidade de Saúde. 5 Identificar a rede de apoio social (os Equipamentos Sociais da área). 6. Levantamento de problemas de saúde: 1. Relacionados ao processo de trabalho, baseado nas discussões realizadas. 2. Relacionado à infraestrutura da unidade – fazer a eleição do principal problema 3. Relacionados ao estado de saúde da comunidade Esta parte da cartografia deverá ser apresentada e discutida na próxima reunião de equipe. Não se preocupe se não for possível colher todas as informações com detalhes até a próxima reunião. Lembre-se que a Cartografia está em constante construção e mudança, assim como o território. 3.13.

Fórum Após a reunião de equipe e construção da cartografia, apresente a

síntese do que você considerou mais importantes para sua a equipe no fórum de discussão do módulo 2. Lembre-se que você tem 15 dias para concluir a leitura da unidade 1, a realização da reunião de equipe, a cartografia inicial e a apresentação dos resultados no fórum. Anote os resultados da discussão em equipe e discuta no fórum. O envio da lista de frequência dos trabalhadores, por categoria, na atividade presencial é essencial para a certificação.

18


3.14.

Tarefa: Dispositivo pedag贸gico Como

dispositivo

pedag贸gico

voc锚

deve

postar

no

AVA

(www.ead.fesfsus.ba.gov.br) a s铆ntese da atividade desenvolvida com sua equipe no momento presencial.

19


4.

Unidade 2 – Diagnóstico da Situação de Saúde

4.1. Objetivos de aprendizagem: Conhecer o que é informação em saúde e os principais sistemas de informação utilizados na atenção primária a saúde, bem como orientações sobre como fazer o melhor uso dos sistemas disponíveis; − Complementar as informações disponíveis atualmente na cartografia com os dados presentes nos sistemas de informação, permitindo traçar um perfil epidemiológico dos principais problemas de saúde que afetam a população do território da USF; − Utilizar a informação em saúde como ferramenta de diagnóstico coletivo e identificação dos principais problemas, necessidades de saúde e acompanhamento da comunidade. 4.2.

Voltando à Cartografia

A Equipe de Saúde da Família do Abacateiro reuniu-se para discutir a cartografia inicial construída por eles. Ficaram muito felizes com o resultado. No

entanto,

tiveram

muita

dificuldade

de

conseguir

alguns

dados

quantitativos quanto ao perfil sócio-demográfico da área, pois perceberam que o SIAB estava desatualizado. Foi aí que Fernanda agregou uma informação: “Gente, conversei com o pessoal da secretaria de saúde sobre este tema. Eles informaram que estão com dificuldades na digitação dos dados, e este atraso faz com que os relatórios fiquem desatualizados”. Roberta: “Mas como podemos complementar a cartografia sem estas informações?”. Fernanda: “Bom, eu sempre guardo uma cópia da SSA2 mensalmente, justamente para poder consultar em caso de desatualização dos relatórios do computador”. Pedro: “SIAB, SSA2, BPA... É tanta sigla que a gente se perde. Fernanda, será que você pode nos explicar um pouco como funciona este 20


SIAB?”. Ele percebeu que alguns profissionais da equipe também tinham a mesma dúvida que ele. Fernanda: “Claro! Gosto de trabalhar com Informação em Saúde, será um prazer!”. “...Existem muitos Sistemas de Informação na Saúde, o SIAB por exemplo foi desenvolvido especificamente para coletar informações a partir do trabalho do Agente Comunitário de Saúde e da Equipe de Saúde da Atenção Básica. Por isso,

o SIAB é o único que fornece informações que

podem ser separadas por território de abrangência da equipe e até por microárea. No entanto ele tem alguns problemas, como a fidedignidade de alguns dados, já que depende da coleta e da digitação dos dados pelas equipes, que em cada município tem fluxos diferentes. Isso pode levar a uma desatualização dos dados, como aconteceu conosco. Mas uma equipe que usa regularmente as informações do SIAB, pode mantê-lo atualizado, ao menos nas fichas manuscritas que guardamos na USF, como é o caso da ficha SSA2”. Fernanda continuou sua explicação para a equipe: Se você também quiser saber mais sobre o SIAB e outros Sistemas de Informação em Saúde, acesse o documento “Sistemas de Informação de Interesse para a Atenção Primária à Saúde no SUS” disponível na biblioteca do Módulo, e estude um pouco mais sobre este tema. Nos próximos meses haverá atualização do sistema de informação da atenção básica com a Implantação do SISAB através do e-SUS, portanto sugere-se a leitura da Portaria Nº 1.412, do MS, em 10 de Julho de 2013. 4.3. Utilizando as Informações do SIAB Depois da explicação de Fernanda, a Equipe decidiu analisar as informações contidas no relatório consolidado SSA2. Assim, pegaram uma ficha SSA2 em branco para ver o que era possível de utilizar. Percebeu que havia muitas informações que eles poderiam utilizar para complementar a cartografia consulte a ficha do SSA2 da sua unidade (disponível na biblioteca do Módulo o Manual do SIAB). Roberta:

“Vejam,

podemos

utilizar

algumas

informações

sobre

morbidade da comunidade para complementar nossa cartografia”.

21


“Vamos, Roberta, você já sabe que quando fala uma palavra desta é preciso explicar, não é?!”, disse Mauro (ACS) em tom de brincadeira. “Tá bom” Roberta riu, e continuou: “Morbidade fala sobre os problemas de saúde que afetam os indivíduos da comunidade. Por exemplo, podemos perceber se existem muitas pessoas com Diabete, Hipertensão, Tuberculose, etc. Já a Mortalidade demonstra as causas de morte da comunidade. Por isso falamos de perfil e morbi mortalidade, ou seja, o perfil de adoecimento e morte da população”. Roberta interrompeu um pouco sua explicação e depois ponderou: “O SIAB não fornece todas as informações sobre a morbidade, pois faz escolha somente por algumas doenças, que são as mais prevalentes na atenção primária. Já a mortalidade, o SIAB informa número de óbitos e algumas causas. Assim, com os dados do SIAB, podemos traçar o perfil de morbidade para as doenças mais prevalentes e acompanhar o número de óbitos da área, que já ajuda bastante”. 4.4. Vulnerabilidade e Susceptibilidade “Pessoal, lembrei de uma discussão que tivemos na reunião passada e acho que tem a ver com essa conversa”, falou Juliana, esperando que os demais se interessassem. Quando os colegas olharam, ela continuou: “Roberta nos falou que existem pessoas em condições de maior vulnerabilidade, por isso precisam de mais atenção. Vejo que nós, agentes, utilizamos as fichas do SIAB justamente para acompanhar pessoas mais vulneráveis, como os hipertensos, diabéticos, crianças e gestantes”. “Exatamente Juliana!”, exclamou alegre Roberta. “Mas agora vale a pena falar um pouco de outra palavra, Susceptibilidade”. E antes que vocês reclamem, já vou explicar: trata-se de um conceito também relacionado à vulnerabilidade. “Mas então, se está relacionada a uma doença ou algo deste tipo, a pessoa nunca deixa de ser susceptível?” Perguntou Zélia. “Em algumas situações a pessoa pode deixar de ser susceptível.” Continuou Roberta. “Quando vacinamos uma criança contra uma doença, estamos fazendo com que ela deixe de ser susceptível àquela doença, por 22


exemplo.” Os conceitos são expostos neste trecho deste artigo que vou ler para vocês agora: “A diferença entre suscetibilidade e vulnerabilidade como processos existenciais distintos considera vulnerável a pessoa intacta, mas sob o risco intrínseco de ser ferida, e suscetível [aquela] (...) em situação na qual efetivamente sofre por deficiência ou desvantagem, o que a predispõe a sofrer ainda dano suplementar. Essas diferentes formas de conceituar e tratar a vulnerabilidade permite que à suscetibilidade se possam aplicar medidas específicas desenhadas e aplicadas de modo ativo. Deste modo, reduz-se a vulnerabilidade intrínseca neste duplo cuidado” (ALMEIDA, 2010: 540).

“Por isso que uma criança que vive em uma situação de maior vulnerabilidade à saúde, não deve também ficar susceptível a doenças que podem ser evitáveis. A vulnerabilidade e susceptibilidade – merecem atenção especial. A cartografia e os sistemas de informação em saúde nos ajudam a fazer este diagnóstico e acompanhamento”. Concluiu Fernanda. 4.5. Acompanhando pessoas da comunidade Mauro:

“Vulnerabilidade,

Susceptibilidade,

Resiliência...

estou

aprendendo bastante com vocês, falta vocês falarem do risco, é tudo a mesma coisa? Pedro logo se empolga:” Nãoooooo! Muito importante sua pergunta Mauro, Parabéns. “Risco, minha gente, é a probabilidade de uma pessoa contrair uma doença ou agravo a sua saúde”. Pedro: Aproveitando o ritmo da equipe quero fazer uma proposta: “lembrando da conversa que eu e Mauro tivemos com Dona Maria da Natividade – a benzedeira e parteira mais antiga de Abacateiro – ela falou que um problema importante é a quantidade de adolescentes grávidas. Gostaria de utilizar os dados do SIAB para fazer um estudo sobre a situação destas mulheres e destas crianças. Quantas são? Onde estão? A maioria é mesmo adolescentes? Como está o acompanhamento delas? E as crianças, estão sendo bem cuidadas por suas mães adolescentes e suas famílias? Será que conseguimos responder a estas perguntas com o SIAB?”. “Se empolgou, hein doutor!” Brincou José. “Sabe, eu visito todo mês todas as gestantes e crianças da minha microárea. Se mora aqui, pode ter certeza que temos informações sobre elas!” Concluiu José, com orgulho. 23


A provocação de Pedro disparou um debate na equipe sobre a situação materno-infantil da área. Todos concordaram com a relevância do tema e acharam importante dedicar uma parte do trabalho da cartografia para “cartografar” a situação materno-infantil a partir das entrevistas e dos indicadores do SIAB. 4.6. Situação Materno-infantil na USF do Abacateiro Como a equipe decidiu priorizar a análise da situação materno-infantil da área, Fernanda, Maria e José fizeram uma apresentação com as informações das gestantes da área. Começaram apresentando um quadro do pintor argentino – baiano Carybé (veja texto sobre Carybe na biblioteca do Módulo), ressaltando a alegria que é uma maternidade feliz e saudável. Pelos dados do SIAB confirmaram que existiam muitas gestantes adolescentes na área. Ao juntarem as informações das entrevistas à comunidade com as informações do SIAB (a Cartografia), conseguiram mapear fatores Riscos e Recursos na Comunidade. Por exemplo: Vulnerabilidade: 1- baixa escolaridade; 2- trabalho sem direitos trabalhistas; e 3- baixa cobertura de consultas pré-natal. Fatores de Susceptibilidade: 1- cobertura vacinal baixa na microárea de Mauro (especialmente por conta do problema com a ponte, que dificulta a ida à USF); 2- alimentação inadequada. Fatores de Resiliência: 1- relação solidária entre família da comunidade e 2- participação em grupos de educação em saúde para gestantes. Recursos auxiliares de coesão social da comunidade identificaram: 1apoio da Paróquia de Abacateiro; 2- presença de parteira experiente na comunidade. Muitas outras informações foram apresentadas e discutidas pela equipe, que continuou realizando o mesmo levantamento para as crianças, depois diabéticos, hipertensos, etc. _________________________ Seguindo o exemplo da USF do Abacateiro, propomos uma leitura do texto básico Análise da Situação de Saúde: principais problemas de saúde da população brasileira (páginas 121 à 155; ou prioritariamente das páginas 121 a 24


125 e 137 a 155), para ajudar sua equipe a também realizar o diagnóstico dos problemas de saúde de sua área. É importante priorizar os problemas mais relevantes e seguir detalhando-os. Como textos complementares, para aqueles que desejam aprofundar mais os estudos sobre alguns conceitos, propomos a leitura dos seguintes textos: 1- O Jovem Que Buscamos e o Encontro Que Queremos Ser: A Vulnerabilidade Como Eixo de Avaliação de Ações Preventivas do Abuso de Drogas, DST e AIDS Entre Crianças e Adolescentes; e 2- Resiliência e promoção da saúde. 4.7. Atividades para toda equipe – momento presencial Este momento presencial também deverá ser realizado durante uma reunião de equipe, aprofundando o tema desta lição e convidando os demais colegas para compartilhar o aprendizado conjuntamente. É muito importante que a equipe do NASF que apoia à USF (caso o município possua NASF) participe também deste momento de construção. Os profissionais do NASF poderão contribuir com um olhar mais ampliado sobre os problemas de saúde da comunidade, enriquecendo a discussão e exercitando o apoio matricial também através do diagnóstico coletivo. 1 - Reserve o tempo para essa discussão com sua equipe na própria reunião semanal da Equipe. 2 - Na primeira parte da reunião a equipe deve realizar a leitura coletiva do caso desta Unidade 2, para aquecer o exercício de reflexão sobre o tema e envolver todos os trabalhadores. 3 - Após a discussão do caso, propomos que a equipe se planeje para realizar levantamento e análise das informações disponíveis na USF. É importante observar que cada município tem uma rotina diferente de lidar com os Sistemas de Informação, por isso cada USF terá maior ou menor facilidade de conseguir informações. O importante é utilizar os dados que estão disponíveis, dando prioridade ao uso da SIAB, e futuramente o SISAB e e-SUS. 4 – O planejamento deverá priorizar o diagnóstico dos grupos de maior vulnerabilidade da área. Neste momento, propomos a priorização da população materno-infantil, mas cada equipe pode e deve ampliar estes grupos, de acordo com as prioridades em sua área. 25


5- Assim, sugerimos o diagnóstico a partir da tabela a seguir, considerando as informações básicas (com base no SIAB, que todos devem utilizar) e das informações complementares (para unidades que tem acesso a outros sistemas de informação): Indicador

Informação Básica

Informação Complementar*

Nº de Gestantes da Área

SIAB

SIS-PRÉNATAL

Nº de Gestantes < 20 anos

SIAB

SIS-PRÉNATAL

com SIAB

SIS-PRÉNATAL

Nº de Gestantes com SIAB consulta pré-natal no mês

SIS-PRÉNATAL

Nº de Gestantes com mais SIAB de 6 consultas de Prénatal

SIS-PRÉNATAL

Nascidos Vivos nos últimos SIAB 12 meses

SINASC

Nº de Gestantes Vacina em dia

Nascidos Vivos pesados ao SIAB nascer Nascidos Vivos com menos SIAB de 2.500g Porcentagem de normal e cesárea

partos

SINASC

Crianças menores de 2 SIAB anos com vacina em dia Crianças menores de 2 SIAB anos desnutridas Perfil de Morbidade Básico SIAB (HÁ, DM, TB, HAN, etc.) Perfil de Morbidade Complementar (Doenças de NOTIFICAÇÃO Compulsória) Número de Óbitos últimos 12 meses Perfil de Mortalidade

SINAN

nos SIAB SIM

*OBS: As informações complementares NÃO SÃO OBRIGATÓRIAS, devem ser utilizadas somente pelas unidades que tem acesso facilitado aos Sistemas de Informações citados. A atividade mínima contempla somente os dados do SIAB. 26


As informações encontradas devem ser utilizadas para definir os principais problemas da comunidade, isso será importante para definir prioridades de atuação da equipe, no momento de Planejamento. 4.8. Fórum Após a reunião de equipe e debate das informações do SIAB, apresente a síntese do que você considerou mais importantes para sua a equipe no fórum de discussão deste módulo. Lembre-se que você tem 15 dias para concluir a leitura da unidade 2, a realização da reunião de equipe, o levantamento e discussão dos dados dos SIAB e a apresentação dos resultados no fórum. O envio da lista de frequência dos trabalhadores, por categoria, na atividade presencial é essencial para a certificação.

4.9. Tarefa: Dispositivo pedagógico Como

dispositivo

pedagógico

você

deve

postar

no

AVA

(www.ead.fesfsus.ba.gov.br) a síntese da atividade desenvolvida com sua equipe no momento presencial.

27


5.0.

Referências Bibliográficas

Unidade 1 MONKEN, Maurício; BARCELLOS, Christovam. O Território na Promoção e Vigilância em Saúde. In. FERREIRA, Angélica; CORBO Ana Maria D’Andrea (Org.). O

território e

o processo

saúde-doença. Rio de

Janeiro:

EPSJV/Fiocruz, 2007. (preferencialmente páginas 177 a 185 e 211 a 215) FIGUEIREDO, A. M. et al. Um 1° Roteiro Para Uma Cartografia. 2007. Mímeo. BARROS, R.S. Linha Guia – Saúde do Adulto. Contribuições Saúde Bucal – Cartografia. Cartografando o Território e as Necessidades de Saúde. Sem Data. Mimeo. FARIA, Rivaldo Mauro de. BORTOLOZZI, Arlêude. Espaço, Território e Saúde: Contribuições de Milton Santos para o Tema da Geografia da Saúde no Brasil. R. RA´E GA, Curitiba, n. 17, p. 31-41, 2009. Editora UFPR BAHIA.

Secretaria

da

Saúde.Superintendência

de

Planejamento

e

Descentralização. Diretoria da Atenção Básica. SIAB: rotinas e procedimentos para municípios e regionais. Salvador, 2006. ANDRADE, D.C. et. al. ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE DA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA URBIS, MUNICÍPIO DE CATU-BA. Relatório elaborado para fins de avaliação do Curso de Especialização em Medicina Social sob a forma de Residência como exigência parcial das disciplinas Gerenciamento em Sistemas Locais de Saúde e Epidemiologia. ISC – UFBA. Salvador - Bahia, 2001.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Clínica ampliada, equipe de referência e projeto terapêutico singular / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização – 2. ed. – Brasília:

28


Ministério da Saúde, 2007.60 p. : il. color. – (Série B. Textos Básicos de Saúde). ISBN 978-85-334-1337-5 Unidade 2 BATISTELLA, Carlos. Análise da Situação de Saúde: principais problemas de saúde da população brasileira. In. Ferreira, Angélica; CORBO Ana Maria D’Andrea (Org.). O território e o processo saúde-doença. Rio de Janeiro: EPSJV/Fiocruz, 2007. BRASIL, Ministério da Saúde. SIAB: manual do sistema de informação de atenção básica / Secretaria de Assistência à Saúde, Coordenação de Saúde da Comunidade. Brasília, 1998. 98p. FREIRE, R. C. Sistemas de Informação de Interesse para a Atenção Primária à Saúde no SUS. Formação Inicial do Trabalhador. Módulo: Análise da Situação de Saúde. Unidade II. Fundação Estatal Saúde da Família. Salvador. Dezembro, 2010. CÂMARA, Gilberto. Geometrias não são geografias: o legado de Milton Santos. InfoGeo,

Curitiba,

ano

3,

n.

20,

2001.

Disponível

em

http://www.dpi.inpe.br/gilberto/infogeo/infogeo20.pdf AYRES, Jose Ricardo C. M. O Jovem Que Buscamos e o Encontro Que Queremos Ser: A Vulnerabilidade Como Eixo de Avaliação de Ações Preventivas do Abuso de Drogas, DST e AIDS Entre Crianças e Adolescentes. Série Idéias n. 29, São Paulo: FDE, 1996 p. 15-23. SILVA, Mara Regina Santos da et al . Resiliência e promoção da saúde. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 14, n. spe, 2005 .

29


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