E ELA SÓ QUER DANÇAR... Julia Rodrigues deu seus primeiros passos na dança aos dois anos. Foi amor à primeira vista. Hoje, aos 18, segue cheia de graça no street dance, sua paixão!
Fotos Guto Gonçalves Texto Yara Achôa
E13
“Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar... Tu amas, sofres e sentes. Dança!” Isadora Duncan, bailarina
©Copyright 2013 by Yara Achôa e Guto Gonçalves
Realização
São Paulo - SP www.estudio13.com.br
Dedicatória
“Dedico esse livro a meu avô Dely Antônio Rodrigues da Silva, que foi quem me proporcionou dançar todos esses anos. E também a meus professores Marco Rodrigues e Caroline Dalmolin, que sempre me acompanharam” Julia Rodrigues
Ainda muito pequena, Julia Rodrigues começou na natação – por influência da mãe, professora de educação física. “Ela nadava comigo. Mas na faculdade a gente aprende que é preciso apresentar várias atividades à criança, para ela experimentar e depois escolher”, conta Laina Saurin. Foi uma amiga quem sugeriu colocá-la em uma escola de dança. Ela só tinha dois anos... Mas foi amor à primeira vista. O avô paterno, Dely Antônio Rodrigues da Silva, falecido em abril de 2013, foi o grande incentivador de Julia desde o início. E mesmo sendo apenas uma menininha, ela correspondeu e se entregou à dança, com muita graça e paixão.
“Dance primeiro. Pense depois. É a ordem natural” Samuel Beckett, dramaturgo e escritor irlandês
Uma de suas primeiras professoras foi Caroline Dalmolin. “Conheci a Julia com dois ou três aninhos. Era incrível como, tão pequena, já ficava sem a mãe na sala de aula e executava os movimentos tão bem. Desde cedo era compenetrada e disciplinada”. Julia fez sua primeira apresentação aos três anos de idade. “Nos ensaios eu a acompanha-
va, mas no dia não foi permitido ficar nos bastidores. Na hora de entregá-la para a professora eu disse: ‘filha, quando você estiver no palco, não acena para a mãe’. Ela representava um poodle no espetáculo. Quando eu olhei aquela coisa fofa no palco, não consegui resistir e acenei. A Julia ia acenar de volta, mas olhou para a mãozinha e se conteve”, lembra Laina.
“Façamos da interrupção um caminho novo. Da queda um passo de dança. Do medo uma escada. Do sonho uma ponte. Da procura um encontro” Fernando Sabino, escritor
A garotinha foi crescendo e a bailarina se transformando. Ela experimentou balé clássico e jazz. Dos nove aos onze anos, inclusive, fez os dois. E ficava de olho na turma do street dance – que só poderia ingressar a partir dos doze anos. Apaixonada pela dança e muito esforçada, chegou a se dedicar às três modalidades entre 2006 e 2007. Um dos momentos mais especiais para Julia aconteceu nessa época. “Foi em 7 de setembro de 2007, dia da minha primeira apresentação em um festival. Eu tinha 12 anos, estava bastante apreensiva. Mas
no final deu tudo certo. Ganhamos o primeiro lugar”, conta. E aos poucos ela teve de fazer suas escolhas. Primeiro parou com o balé. Depois ficou entre o jazz e o street – e desde 2010 acabou optando apenas pelo segundo. “Foi com pesar que a Julia deixou o jazz. Sinto falta dela em minhas aulas, com aquele sorrisinho envergonhado e toda sua dedicação. A paixão que ela tem pela dança é nítida quando vemos que, mesmo com todas as barreiras que a vida coloca, ela está lá, firme e forte”, revela a professora Caroline Dalmolin.
Mauro, pai de Julia, também se emociona ao falar da filha. “Muitas vezes ainda penso que ela é minha menininha, mas ao vê-la dançando percebo que cresceu, evoluiu. No palco ela se transforma”. Professor e coreógrafo de street dance, Marco Rodrigues diz que sua relação com Julia sempre foi ótima e se derrete ao falar dela. “Nos conhecemos há uns dez anos. Ela começou a fazer aula comigo desde muito pequena, em uma turma muito louca por sinal, em uma sexta-feira à tarde... Após tanto tempo, os laços afetivos de carinho por uma longa estrada na dança vão nos aproximando muito mais. Tenho a Julia como se fosse filha também. Ela sempre foi muito compenetrada, concentrada. Hoje, por exemplo, se tenho de me lembrar de algo pergunto a ela, porque dentro da dança sempre foi alguém com quem eu pude contar, que não iria errar a coreografia, que iria estar à frente do grupo. Isso graças ao talento, seriedade e responsabilidade que toda bailarina precisa ter”.
Agora, aos 18 anos, Julia também se dedica a pensar em seu futuro profissional. Escolheu ser engenheira civil e se dedica para enfrentar o vestibular. “Estou em um período em que muita gente para qualquer atividade para focar nos estudos. Mas eu não quis parar: a dança é o meu melhor momento do dia... A dança é tudo para mim!”
“Dance, dance, dance Faça como Isadora Que ficou na história Por dançar como bem quisesse Um movimento qualquer Sobe a cabeça e aos pés Sinta o corpo Você está solta E pronta pra vir...” Rita Lee
Essa é a Júlia que a gente conhece... “Conheço a Julia desde pequena, com aqueles cabelinhos cacheados e olhar muito meigo... A dança foi prioridade para ela desde sempre e me parece que é sintonia de alma. Hoje, é uma linda menina mulher. Gostaria de dedicar a ela essas palavras de Fernando Pessoa: Não se acostume com o que não a faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!” Sandra Tornaim
“É uma honra ter acompanhado o crescimento de uma menina tão especial que você sempre foi e a linda mulher que te tornas-te, Julia. Um grande beijo com carinho!” Carol Dalmolin
“Minha filha tem um lindo futuro pela frente. Tem tudo para dar certo. Escolheu ser engenheira, mas tenho certeza que vai continuar na dança, que é onde ela se realiza.” Mauro Rodrigues
“Sempre incentivamos a Julia – o avô paterno mais do que ninguém. E minha filha correspondeu se entregando de corpo e alma à dança.” Laina Saurin
“Quando tu me disse que estava namorando eu falei: ‘como assim e eu nem sei de nada?’. Quando tu fez 18 eu não acreditei, lembra? Porque sempre acho que vocês serão aquelas criancinhas... Acho que sou meio irmão mais velho, tio, sei lá. Mas o tempo passa e é muito bom ver você crescendo e mantendo a arte de se expressar com o corpo sempre viva na tua alma. Desejo toda a felicidade do mundo! E digo de coração: sempre que precisar, estamos aí. Um grande beijo do teu amigo e professor!” Marco Rodrigues
“Eu continuo dançando. E dançando. E dançando. Até que haja apenas... a dança” Michael Jackson, em The Dance
Texto, fotos e edição Yara Achôa e Guto Gonçalves Realização Estúdio13 www.estudio13.com.br Tel. (11) 2478-1029 | (11) 99722-1505