EM Curitiba #10 - Kids 2016

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EM CURITIBA

KIDS

EDIÇÃO 10 OUT 2016

trends Diversão/ Gênero/ Educação/ Maternidade/ Verão 2017/ Comportamento


EDITORIAL

NOVO Para que crianças sejam é preciso espaço. Nesta edição, além de retomarmos o tema Kids - agora uma constante em todos os nossos meses de outubro - queríamos criar um espaço. Um lugar em que o conteúdo fosse só um começo, em que as fotos ocupassem mais que os limites de uma tela, em que todo o teor pudesse crescer livre. Nele, discutimos a questão de gênero, não só uma grande tendência nos assuntos de moda atuais, mas uma discussão tão mais sensível quando olhamos para os primeiros anos de cada indivíduo e sua formação de personalidade. Falamos sobre alternativas de ensino que estimulem e não apenas reproduzam, falamos sobre a maternidade e como se recolocar em sua vida agora totalmente nova. Não poderíamos deixar de falar também sobre tendências, sobre o mercado da moda infantil no país e as tantas possibilidades de expansão frente a tantas outras dificuldades. A revista completa 10 edições, e no editorial te convidamos a brincar com a gente. Mas brincar de uma forma livre. Brincar com as tendências, com os gêneros, com padrões. Voltar a ser criança.



EXPEDI E N T E

#10 Ali Nasser (Forum Model) fotografado por Janis Lima

Diretora de Redação: CARMELA SCARPI (carmela@evenmore.com.br) Projeto gráfico e Diagramação: LIZI SUE (lizi@evenmore.com.br) Direção Comercial: JENNIFFER NAVOCHADLE Redação: CARMELA SCARPI; MONIQUE BENOSKI; MONIQUE PORTELA Colaboradores: JANIS LIMA; RAFAELLA MÓZENA; HARRIETE SCARPI Revisão: CARMELA SCARPI A revista digital EM Curitiba é uma publicação produzida pela equipe do grupo Even More. Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução de qualquer tipo de conteúdo sem a autorização prévia e por escrito. Todas as informações técnicas, bem como anúncios e opiniões expressados, são de responsabilidade dos autores que estes assinam. Serviço de atendimento ao consumidor: contato@evenmore.com.br Anúncio e Publicidade: cormercial@evenmore.com.br


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Agenda Ensino alternativo

Roupa sem Gênero

Guia de tendências Para sempre

Mãe, ma(i)s mulher


agenda EM 08/10 à 29/10 - Atividades artísticas Novo Batel Para celebrar o mês da criança, o Shopping Novo Batel, em parceria com o Muralzinho de Ideias, oferecem oficinas artísticas gratuitas ao público infantil. Ministradas por arte-educadores, as atividades acontecem todos os sábados das 14h30 às 18h30. 08/10 – Oficina de “Confecção de Jogos” 15/10 – Oficina de “Confecção de Brinquedos Antigos” com materiais reciclados (pé de lata e peteca) 22/10 - Oficina de “Confecção de Fantoche Pop Up” 29/10 – Oficina “Pequeno Arquiteto” Shopping Novo Batel / Rua Cel. Dulcídio, 517. Batel 09/10 - Petit Bom Gourmet - Sorvete de nitrogênio Uma aula especial para crianças de 4 a 10 anos. A Chef da Dr. Freeze ensinará a preparar receitas de sorvete simples e gostosas para uma comemoração especial. Serão duas aulas, uma às 15h, outra às 17h, no Estúdio Bom Gourmet - mezanino da praça de gastronomia do Pátio Batel. Obs: É obrigatória a presença de um responsável pela criança durante a aula. Pré-Inscriçoes pelo Site Shopping Pátio Batel / Av. do Batel, 1868. Batel 09/10 a 13/11 - Domingo tem Teatro Grupos paranaenses de teatro destinados ao público infantojuvenil se apresentam todos os domingos, às 11h, no Teatro José Maria Santos. A iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura busca incentivar a cultura local e garantir o acesso de crianças e adolescentes a opções de lazer e entretenimento saudáveis, de qualidade e de relevância artística. O ingresso custa um brinquedo novo, destinado ao Programa do Voluntariado Paranaense – Provopar Estadual. 09/10 - Estilhaços e...Algo Mais


JANISLIMA fotógrafa

www.instagram.com/janisj www.behance.net/janisj

janisj@gmail.com


16/10 - Rosas para Margarida 23/10 - Histórias à Brasileira - Causos e Cantospara Crianças 30/10 - Irmãos Zulus 06/11 - Cantos e Contos 13/11 Florentine e seus Encantamentos Teatro José Maria Santos / R. Treze de Maio, 655. Centro 01/10 à 31/10 Espetacular - Mostra de Artes para Crianças Aos sábados e domingos deste mês de outubro, a o Teatro Eva Herz na Livraria Cultura recebe a “Espetacular – Mostra de Artes para Crianças”. Os espetáculos, para crianças de 02 a 10 anos ,unem teatro, música, circo, dança e literatura. Cada ingresso custa R$30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia) e podem ser adquiridos diretamente na livraria, lá no Shopping Curitiba. 08/10 (sáb) 11h e 15h30 – O melhor show do mundo… na minha opinião 09/10 (dom) 14h e 15h30 – Dia Claro, Noite Escura 08 e 09/10 (sáb/dom) 18h – Pássaro Livre 15/10 (sáb) 11h e 15h30 – O Boto Amor de ROSAmar 16/10 (dom) 14h e 15h30 – Norman, Comedor de Livros 15 e 16/09 (sáb/dom) 18h – Siricutico 22/10 (sáb) 11h e 15h30 – Terezinha – História de Amor e Perigo 23/10 (dom) 14h e 15h30 – Descobrindo Plaftpet 22 e 23/10 (sáb/dom) 18h – A Bola do Tempo 18h – Lançamento do livro A Bola do Tempo e outras histórias para crianças 29/10 (sáb) 11h e 15h30 – O Caminho dos Girassóis 30/10 (dom) 14h e 15h30 – Mororó e a Vaquinha 29 e 30/10 (sáb/dom) 18h – O Caminho das Histórias com Tupi Pererê Shopping Curitiba / R. Brg. Franco, 2300. Batel


www.takeagency.com.br (41) 3402-4517 Rua: Cel. João Guilherme Guimarães, 108 Mercês - Curitiba - Paraná


monique portela

Ensino alternativo


Repetir, memorizar e recomeçar. Quem vivenciou o ensino tradicional conhece bem a rotina tecnicista e fragmentada desta proposta pedagógica. Nela, o objetivo principal é fazer com que a criança reproduza conhecimentos bem estruturados em materiais didáticos, sem muito espaço para o questionamento e individualidade dos pequenos. Esse método foi importante para a universalização do conhecimento, mas hoje reconhecemos que o saber não se divide em caixinhas — e as crianças não são meras esponjinhas que o absorvem: elas também são ativas e têm o poder de construí-lo. Separamos para você alguns lugares com propostas pedagógicas que inovaram na forma de ensinar crianças e relacionar ambientes. Nestes lugares, elas são agentes ativos na construção do conhecimento e, justamente por serem reconhecidas como protagonistas, fica mais fácil pegar gosto pelo aprendizado.


Mamaworking

Proposta pedagógica: Waldorf, Vygotskye e Emmi Pikler Faixa etária: De 6 meses a 6 anos Endereço: R. Camões, 1275, Alto da XV Telefone: (41) 3362-8612


No térreo, um espaço amplo completamente voltado para crianças de 6 meses a 6 anos, com pedagogas e arte-educadoras à disposição dos pequenos. No andar de cima, salas de reunião, escritório coletivo, sacada com vista para o quintal e a escada logo ali, pronta para ser usada tão logo dê saudade dos pequenos. O Mamaworking é um coworking para pais, mães — e também para os filhos. A proposta é fazer com que os pais tenham um espaço focado para o trabalho, ao mesmo tempo em que possam participar mais ativamente da infância das crianças. São 500 m² entre escritórios, sala de música, ateliê de arte, copa, tanque de areia, sala de amamentação, banheiro adaptado, berçário e quintal. As atividades propostas são voltadas ao desenvolvimento de características sociais, artísticas e psicomotoras dos pequenos, com atividades de musicalização, movimento e expressão.


Semeador do Saber Proposta pedagรณgica: Construtivista Faixa etรกria: De 4 meses a 5 anos Endereรงo: R. Fernandes de Barros, 1891, Hugo Lange Telefone: (41) 3085-7332


O nome não é à toa. Na proposta pedagógica do Centro de Educação Infantil (CEI) Semeador do Saber, são as crianças que, a partir das vivências que atiçam a curiosidade, regem seu próprio aprendizado. Ao invés de materiais didáticos com ideias abstratas, o CEI propõe rodas de contação de história, brincadeiras em grupo e vários espaços para que as crianças possam explorar ambientes e desenvolver atividades com os cinco sentidos. No planejamento da rotina; que é bastante flexível pois varia de acordo com os interesses das crianças; um dos principais pilares é o estudo das culturas brasileiras — por isso, cada turminha tem o nome de alguma personalidade nacional: Paulo Leminski, Arnaldo Antunes, Cecília Meireles, Vinicius de Moraes. Diferentemente de muitas escolas, aqui os pais são convidados a entrar no pátio, no refeitório e até mesmo na sala de aula, consolidando uma verdadeira integração entre pais, crianças e escola.


Umbrella

Proposta pedagógica: Progressista Faixa etária: De 1 ano e 3 meses a 10 anos Endereço: R. Delegado Trindade, 325, Santa Quitéria Telefone: (41) 3228-3099


Com um pé no ensino alternativo e outro no tradicional, a Umbrella tem como forte diferencial a infraestrutura. Além da escola, onde existem diversos ambientes voltados à criatividade e ao aprendizado pela experiência, como bosque, viveiro, sala de psicomotricidade, ateliê de artes, laboratórios e salas de dança, judô e música, a Umbrella ainda dispõe de um espaço localizado na área de preservação ambiental do Passaúna. São 38 mil metros quadrados de área verde com pomar, lago, parque aquático com reaproveitamento da água da chuva, horta e laboratório gastronômico. Na proposta pedagógica consta o desenvolvimento das áreas tradicionais do conhecimento, como matemática, geografia e ciências, mas a ideia é trabalhar principalmente com a prática: afinal, criança quer mesmo é pegar, cheirar, experimentar.

Fotos: Monique Portela


monique portela

Roupa sem gênero Nem de menino, nem de menina, as roupas de gênero neutro trazem consigo valores de uma sociedade mais igualitária — e de uma infância mais livre.


Foto: Divulgação Marré Deci

Em especial para as crianças, o binarismo de gênero estampado nas roupas não faz mais do que reforçar estereótipos. Este processo nocivo tende a dividir e dar limites ao aprendizado dos pequenos sobre o mundo, afetando principalmente as meninas. Para elas, a publicidade quer vender o desconforto dos saltos, das meias-calças, das maquiagens. Para eles, roupas mais simples e funcionais, que permitem a brincadeira e a experimentação. “Se meninos usam ternos, camisas e sapatos em situações específicas, as meninas tendem a usar roupas sociais com mais frequência, o que restringe sua liberdade e segurança ao brincar”, aponta a professora e pesquisadora da área de gênero, Máira Nunes. Ela ressalta a adultização e a sexualização precoce das meninas, uma prática recorrente que vai na contramão daquilo que é ser criança.

Outro fator que merece atenção são as diferentes mensagens destinadas às crianças de acordo com seu gênero, mensagens essas que também costumam reproduzir ideias estereotipadas e restritivas. Afinal, mais do que um anseio pessoal, a moda é reflexo da cultura vigente em determinado espaço de tempo. “O fato de uma menina ler na camiseta dela ‘princesinha da mamãe’ enquanto o menino desfila de ‘super-herói’ dá uma conotação exata de como está organizada a sociedade”, comenta Mariana Ribeiro que, cansada de não encontrar roupas adequadas para suas filhas, criou a marca de roupas infantis Marré Deci.


Foto: Divulgação Matiz

Nem de menino, nem de menina Junto a sua filha mais velha, Mariana desenha roupas de gênero neutro com preços acessíveis, para crianças entre 0 e 12 anos. Desde a concepção da marca, lá em 2012, a ideia é empoderar crianças a partir de peças multicoloridas, confortáveis e não binárias — roupa de criança para criança. Mais do que vestimentas unissex, algumas peças trazem mensagens que atentam para os preconceitos de gênero existentes. “Eu brinco com o que eu quiser”, lê-se em uma das camisetas da marca curitibana, Marré Deci. Outra marca que trabalha com os mes-

mos valores é a gaúcha Matiz, criada pelo casal de designers Pedro Benites e Lívia Dall’Agnol, em novembro de 2015. Além da adesão à ideia de gênero neutro, a Matiz tem como princípio, também, a produção sustentável. As peças são fabricadas com algodão orgânico e tecidos em PET, enquanto a confecção é feita em parceria com a Cooperativa de Costureiras Unidas Venceremos (Univens), iniciativa formada apenas por mulheres. “Nesse cenário, consumir de marcas com as quais compartilhamos valores é também um ato político de apoiar as causas que são importantes para nós mesmos enquanto sociedade”, comenta Lívia.


Roupa de: brincar A universalização da roupa a partir da criação de peças e acessórios sem gênero pode contribuir para desestabilizar padrões e possibilitar a construção de identidades de gênero mais fluidas e livres, aponta a pesquisadora Máira Nunes. E como na infância a questão de gênero costuma ser introduzida pelo entendimento visual — antes mesmo de o bebê nascer já lhe são escolhidas roupas que explicitarão à identidade de gênero culturalmente agregada ao seu sexo biológico

— as roupas também têm um papel importante nessa desconstrução. Afinal, por que temos que limitar as oportunidades de escolha e de experimentação dos pequenos? Infância é período para brincar livremente, inclusive com as normas sociais.

Foto: Divulgação Marré Deci


carmela scarpi

guia de tendĂŞncias Mercado infantil no Brasil deve parar de ser visto como um nicho da moda adulta para crescer ainda mais, diz Roberta Paes.


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onsultora do Senac Moda Informação, Roberta Paes é uma referência quando se fala em mercado infantil. Hoje, ela dedica um pouco do seu tempo; entre consultoria e viagens de pesquisa; para um blog homônimo onde dá dicas sobre moda infantil, justamente por identificar a carência na informação deste segmento no Brasil. Não apenas na produção de conteúdo, segundo Roberta, os números também revelam que a representatividade do setor por aqui é muito menor do que em relação a outros países. “O último dado que tenho do mercado infantil formal no Brasil é de ele que participa com 16% do mercado, comparado a 30% ou 35% lá fora”, diz. Das dificuldades que desaceleram o crescimento está a falta de reconhecimento do setor infantil como segmento profissional independente. “Não tenho dúvidas de que existe possibilidade de crescimento para o setor, mas todos devem investir mais em pesquisa, matérias prima atuais, marketing, redes sociais”, comenta. Além disso, a questão tributária do Brasil é outro impeditivo. “Na Inglaterra, por exemplo, não existe imposto nenhum sobre as roupas infantis, por isso, mesmo pagando em libras a roupa fica ainda mais barata que se comprada aqui, comparando mesmo item e mesma qualidade”. No Brasil, a carga tributária é a mesma praticada sobre roupas adulto. Mesmo assim, o caminho se revela promissor. Para Roberta, há várias marcas daqui que mostram um potencial da moda kids, inclusive oferecendo informação direto para o consumidor em suas próprias redes sociais. E, para acertarmos nas escolhas da próxima estação, perguntamos a ela quais as principais tendências da primavera/verão 2017:


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Cores: “A nossa proposta como indústria e marcas é trabalhar novas cores, deixá-las atraentes e atualizar o guarda-roupa de vocês”, comenta Roberta. Por isto, veremos muitos tons de salmão misturados com menta, tanto para eles como para elas.

Peças da coleção verão Tigor e Lililca Ripilica

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Estampas: Novamente para meninos e meninas, a grande aposta está na estamparia. Para elas, a mistura de desenhos tropicais, divertidos, misturados com a onda boho. Étnicos e florais se mantêm. Nos meninos, a inovação vem nas estampas na parte de cima, também apostando nos botânicos e tropicais, com a grande tendência Golden Sunset. Os camuflados serão recoloridos.

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Formas: Para meninas os ombros à mostra marcam a estação. Batinhas, macaquinhos e vestidos. Meninos inovam nas calças jogger (calça com gancho mais baixo e pernas mais justas) para o próximo inverno. Mas, por enquanto, podemos apostar nas bermudas slim de barra virada, e na volta das bermudas cargo (agora mais justas).

Para acompanhar as dicas de Roberta basta acessar: http://robertapaes.com.br/novo/

Foto de divulgação da coleção verão Fábula

Peças da coleção verão Animê e Tivoli



para se

Fotografia: Janis Lima Modelos: Ali, Bárbara e Pietra Styling: Carmela Scarpi Direção de Arte: Lizi Sue Assistente: Monique Benoski Produção: Even More Pietra veste Mamavie e Ali veste Dona Joaninha


empre


Pietra veste Mamavie, Ali veste Polegar e Bรกrbara veste camiseta Mamavie, saia Dona Joaninha e sapato Sapatilha Colorida





Pietra veste moleton 1 9 9 4 . e calรงa Dona Joaninha e Ali veste Dona Joaninha


Pietra veste camiseta 1 9 9 4 . e calรงa Polegar e Bรกrbara veste Dona Joaninha



Ali veste Dona Joaninha e viseira Acervo Pessoal. Pietra veste camisa Dona Joaninha e bermuda Florim e Bรกrbara veste Mamavie


Pietra veste Dona Joaninha


Bรกrbara veste Mamavie



Ali e Pietra vestem Dona Joaninha e viseira Acervo Pessoal. Bรกrbara veste Mamavie


Pietra e Bรกrbara vestem Mamavie e Ali veste Dona Joaninha


Pietra veste Mamavie, Ali veste Polegar e Bรกrbara veste camiseta Mamavie, saia Dona Joaninha e sapato Sapatilha Colorida


monique benoski

MĂŁe, Ma(i)s Mulher


Formada em Personal and Professional Coaching e Leader Coach, pela Sociedade Brasileira de Coaching, e em Profissão Coach, pela Florida Christian University, Talita Frisoli escolheu direcionar o seu trabalho como Life Coach para mães. Hoje, ela auxilia na avaliação do grau de realização das suas clientes em relação à maternidade, e contou ao Even More um pouco sobre o seu trabalho.


Você sempre quis trabalhar com as mães? Não. Eu terminei a minha formação em coaching em setembro de 2015 e queria trabalhar com carreira, com grandes empresas. Em abril deste ano assisti a uma palestra do evento Profissão Coach, na qual o palestrante falou que “o seu público é você transformado, a sua história é o seu público”. E eu sou mãe. Então comecei o meu trabalho com mães solo e mais tarde abri eu leque de trabalho para mães casadas também. Por que algumas mães precisam dessa ajuda após a maternidade?

O que é a profissão coach e qual a função do profissional? Coaching é um processo, um método. Não é um trabalho terapêutico, mas um trabalho para ações de futuro. O profissional coach ajuda seu cliente a sair do lugar no qual ele está e ir para onde ele precisa chegar. Isso acontece por meio de uma metodologia, de técnicas que forneçam ferramentas para que ele atinja seus objetivos. O seu trabalho é específico para mães? Sim, é específico para mães que querem se equilibrar seus papéis na vida após a maternidade, mães que trabalham e precisam se organizar para ter mais tempo para o filho.

Porque a partir do momento que você engravida, a sua vida muda totalmente. É um outro momento, você tem outro senso de responsabilidade, outra visão de mundo, seus valores mudam, tudo muda. Chega um determinado momento da maternidade (geralmente de 6 meses à 5 anos) que a mãe não sabe mais quem ela é, ela perde a identidade. Ela era a “fulana” e agora é a mãe de “fulaninho”. Ela acaba deixando os sonhos, os desejos, até o marido de lado. O extinto materno aflora de uma forma gigantesca. Eu trabalho nesse momento dela.


Quais são as principais dúvidas das mães?

Como é o seu método? Meu processo dura em torno de dois meses a dois meses e meio. São dez sessões, uma vez por semana por uma hora. No meu método a gente trabalha com o equilíbrio dos papéis, por exemplo, uma mulher casada é profissional, é esposa, é filha, é amiga e é mulher por si só, então, ela tem vários papéis na sociedade. E quando se torna mãe, acaba desempenhando apenas o papel de mãe, porque aquela criança depende totalmente dela até certa idade. Então trabalho com o equilíbrio desses papéis. O trabalho começa a partir de um objetivo que será determinado e como alcançá-lo. O minimizar das culpas que a maternidade impõe também é algo que trabalho durante meu processo. Que culpa é essa? É uma crença. Elas acreditam que se deixarem os filhos na escola, com uma babá ou com a avó serão péssimas mães, estarão terceirizando a criação dos filhos. E aí vem o julgamento. Ainda vivemos numa sociedade que considera a história da mulher que nasceu para ser mãe, dona de casa, cuidar do marido e dos filhos. E está tudo bem para quem quer viver assim. Mas as mulheres que não querem seguir esse padrão sentem culpa por terem essa vontade depois de terem filhos. Porque lá no fundo, ela tem um pensamento involuntário de que precisa cuidar daquele filho a vida inteira e que não pode querer ser a esposa ou a profissional de novo.

Perguntam se o empreendedorismo é a melhor opção de trabalho para depois da maternidade, por ser uma profissão mais flexível com horários. Também como minimizar aquela culpa. Perguntam se ao voltar para o mercado de trabalho e deixar o filho na escola é interessante conversar com a criança e explicar a situação. Querem saber se devem voltar a trabalhar ou não, se devem deixar a criança na escola em período integral ou meio período ou ficar em casa até a criança ter certa idade. Apenas mães procuram o coaching ou também mulheres que querem engravidar já entendendo como sair e voltar para a vida profissional? Apenas mães porque antes de engravidar a mulher não tem a noção exata do que mudará e do que acontecerá com ela. São mães que estão indecisas nas escolhas dentro das opções profissionais e pessoais, insatisfeitas com a vida que levam, que querem ajudar financeiramente em casa, que querem ter mais liberdade e independência. As mães que me procuram são as que estão nesse momento de encruzilhada.


WWW.EVENMORE.COM.BR


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