EM Curitiba 01

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EDITORIAL

Este é um editorial. De uma primeira edição. O Even More foi uma ideia que passou da cabeça, para o papel, para o llustrator, para os códigos de programação e agora está aqui, bem na sua frente. Tá, mas, o que é Even More? É um portal de estilo. Da cidade de Curitiba e das pessoas que nela vivem ­­­­­­– e como vivem. Não queremos mostrar nosso estilo particular, mas a diferença e beleza de todos os que nos cercam por aqui. Você poderá se inspirar com pessoas diferentes, reinventar seus padrões e descobrir novos gostos. A EM Curitiba, especificamente, será um espaço de abordagem mais reflexiva. A ideia da revista é pegar um tema recorrente na cidade e explorar todos os seus vieses dentro das categorias. O primeiro deles, Rock’n’Roll, veio

EX PE DI EN TE

da observação de como a cultura rock, como um todo, sempre esteve presente na cidade. Desde os mais antigos amantes dos clássicos, até, mais recentemente, os fashionistas que andam utilizando essas referências para transformar os guarda-roupas. Queremos que esta primeira EM Curitiba seja doce aos seus olhos, assim como a música é com os ouvidos. Que você possa ler cada matéria, e observar cada foto, dentro deste ritmo contagiante. Que sua passagem por aqui seja uma dança embalada pela melhor melodia que te vier à cabeça. E, ao final, você possa ter aquela sensação indescritível de felicidade, pois é com o amor pelo nosso trabalho que queremos motivar seu estilo de vida!

Diretora de Redação: CARMELA SCARPI (carmela@evenmore.com.br) Diretora de Criação: MARI KAMINSKI (mari@evenmore.com.br) Projeto gráfico: CARMELA SCARPI E MARI KAMINSKI Redação: Editora de moda, noivas e cultura CARMELA SCARPI; Repórteres de cultura BEATRIZ MATTEI, CAROLINA ZIBETTI, RENATA ORTEGA Colaboradores: BIANCA KOWALSKI; CAROLINE PESSOA RUFINI; CRISTINA MACIEL, HARRIETE SCARPI, HELOÍSA B. CAPOBIANCO, JULIANA SALGADO, MARIA DOLORES GASPARIN. Revisão: CARMELA SCARPI A revista digital EM Curitiba é uma publicação trimestral produzida pela equipe do grupo Even More. Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução de qualquer tipo de conteúdo sem a autorização prévia e por escrito. Todas as informações técnicas, bem como anúncios e opiniões expressados, são de responsabilidade dos autores que estes assinam. Serviço de atendimento ao consumidor: contato@evenmore.com.br Anúncio e Publicidade: www.evenmore.com.br

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EM CURITIBA


FOTOGRAFIA: FER CESAR BEAUTY: KELLI GIORDANO LOCAL: ARTESANILO CAFÉ

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EDITORIAL DESIGN

O rostinho bonito. O Even More procura aliar o conteúdo à forma. Para ser um portal de estilo é preciso saber conciliar as propostas; é preciso enriquecer o conhecimento de forma agradável aos olhos. Negligenciar a aparência seria um grande tiro no pé. Por este motivo, dedicaremos um espaço de editorial inteiramente para falar sobre as inspirações da diagramação. A EM Curitiba tem esse desafio: de traçar uma história sobre a cidade em suas diferentes categorias, dentro de um tema específico, com dinamismo e beleza. As principais inspirações vêm das formas geométricas. Cada detalhe - em especial os

espaços em branco, foram pensados para tornar o visual ainda mais agradável ao público. As tipografias das categorias se distinguem para demarcar os momentos de abordagem, sempre com o cuidado de proporcionar uma leitura fácil e confortável. EM Curitiba tem um perfil moderno, com apelo imagético grande, pois além de ler, queremos também VER sobre os assuntos abordados. Dizem que a informação é potencializada de acordo com o número de sentidos que estimulamos, por isso queremos que, nesta edição, seus olhos percorram a revista num contagiante embalo Rock’n’Roll.

#01 Hannah Giordano, fotografada por Mari Kaminski. Produção: Even More Beauty: Cristina Maciel

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EM CURITIBA

Acessórios: Maria Dolores Design Art Concept Camiseta: Acervo Pessoal Saia: Helô Capobianco Trend



SU MÁ RIO

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GURIA, VOCÊ NÃO SABE! DO CLÁSSICO AO ... CLÁSSICO

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COMO USAR

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ROCK’N’ROLL ALL NIGHT, AND DRESS UP EVERY DAY

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EDITORIAL: ESSE TAL DE ROQUE ENROW

EM MODA


EM CULTURA

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AO ROCK, E ALÉM...

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UNDERGROUND: ABRINDO PORTAS PARA UM LADO B

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ROCK’N ROLL NO QUADRADINHO

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QUAL FILME COMBINA?

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FOI ASSIM QUE ACONTECEU

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PRETO NO BRANCO

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FELIZES, E PARA SEMPRE TATUADAS

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EDITORIAL: NOS DETALHES

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ENTREVISTA: BIANCA KOWALSKI EM NOIVAS


EM MODA

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I EM MODA EM CURITIBA 11


EM MODA

Foto reprodução

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GURIA,

VOCÊ NÃO SABE!

ivienne Westwood, conhecida como a estilista rainha do punk, teve sua primeira loja com inspiração no Rock original, aqueles dos anos de 1950. A estilista iniciou a carreira confeccionando roupas do estilo Teddy Boy (associadas ao rock dos anos 50 e ao rockabilly) para seu marido e sócio Malcolm McLaren, e em 1971 eles fundaram a Let It Rock. Por questões envolvendo a justiça londrina, a loja teve que mudar seu nome diversas vezes, mas foi com o título SEX que teve sua fase mais emblemática. Como na época McLaren era produtor da banda Sex Pistols, umas das primeiras grandes bandas do movimento punk, a loja aderiu ao estilo irreverente dos membros do grupo, tornando-se sucesso e referência dentro do gênero. Contudo, tanto a estilista, como o próprio movimento punk, têm raízes no rock’n’roll norte-americano.

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Foto: PunkRockTshirt

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pesar da recente disseminação democrática das camisetas de banda, essa moda já vem de um longo tempo para os fãs do ritmo. Lojas como a Dr. Rock, em Curitiba, têm um público específico e fiel há cerca de 10 anos. Os espaços especializados, não só nas estampas, mas em todos os tipos de acessórios que se relacionam com o mundo do rock, são uma excelente alternativa para aqueles que procuram alguma peça mais clássica. Segundo Almir, da Dr. Rock, a clientela teve uma ascensão significativa nos últimos quatro anos e agora está estabilizada. As camisetas mais vendidas são as mais tradicionais, de bandas consagradas no gênero como Beatles, AC/DC e Led Zeppelin.

DO CLÁSSICO AO...

CLÁSSICO


As camisetas de banda trouxeram ainda mais à tona o estilo Rock’n’roll para as ruas. Porém, mesmo que o resgate a antigas tendências seja frequente, a releitura destes itens e modernização do estilo o acompanha. Por este motivo, a moda rock tem se difundido de forma tão democrática. Mesmo aquelas que nunca tiveram um perfil relacionado ao gênero musical, podem desfrutar das estampas, peças e acessórios sem perder a identidade. Um exemplo rápido é a possibilidade de unir duas tendências recentes que parecem muito distantes (estampa de bandas + ético), junto com itens de um guarda-roupa mais social e conservador. O resultado pode ser muito positivo, basta ter um pouco de ousadia e muito autoconhecimento para fazer suas próprias combinações.

Fotos Reprodução: Itens retirados da web

COMO USAR

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Foto divulgação/ Acervo B-Shirt Camisetas

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ROCK’N’ROLL ALL NIGHT, AND DRESS UP EVERY DAY CAMISETAS DE BANDA: A MODA QUE CHEGOU PARA SEGUIR, REINVENTAR E SUPERAR. por CARMELA SCARPI

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amisetas exibindo marcas das bandas de Rock já desfilaram pelas ruas, blogs e festivais de música de todo o Brasil. Viraram matéria, tendência e motivo de exaltação pela recente banalização da proposta. Pessoas com estilos completamente diferentes, até mesmo opostos, aderiram à “modice” e a customizaram conforme seus próprios gostos. E, num movimento progressivo, a cultura rock vem se destacando dentro do cenário de tendências. Não que algum dia os trejeitos do gênero tenham saído da moda, pelo contrário, mas é a partir dos meados de 2008 que as explosões de spikes, couro e, recentemente, marcas de bandas se instalam nos guarda-roupas dos mais antenados. Como produtora exclusiva de camiseta,

Renata Alves, da Bendita Catarina, acreditou nesse potencial de mercado tão exaltado, e incluiu na nova coleção de sua marca estampas que remetessem ao universo Rock’n’Roll. “As estampas da Bendita Catarina são inspiradas no nosso público alvo e andam alinhadas ao conceito da marca, ou seja, tudo o que é atual, cotidiano e também, tudo o que é clássico serve como referência”, conta Renata. Mas, a preocupação com a massificação do estilo de estampa com marcas de banda fez com que a ela e sua sócia buscassem um novo olhar sobre aquilo que está em alta. “O universo do Rock é extremamente rico, por isso buscamos elementos ícones do estilo musical, mas também a sua essência misturada a outras referências para sair do lugar comum”, diz. Para Heloísa Capobianco, proprietária de EM CURITIBA 15


EM MODA

uma loja multimarcas, o ápice da tendência é coisa de duas temporadas atrás. “Inverno retrasado e passado a tendência estava fortíssima, a Balmain começou e o mundo seguiu.”, conta a empresária. A venda destes produtos foi intensa, bem como a procura. “As mais antenadas sempre vão atrás da tendência e pedem por ela. A saída dos produtos foi muito boa, ainda continua e, na minha opinião, deixou de ser tendência e passou a fazer parte do guarda roupa da mulher atual”. Contudo, a banalização deste estilo acaba criando um campo para reinvenção desta referência tão forte. Aliar a proposta do rock a outro ícone atual do mundo da moda - as t-shirts - será tarefa complicada para aqueles que querem continuar a vender num mercado saturado. “As estampas muito repetidas e maçantes vão se tornar boring e as criativas sempre vão agradar quem curte t-shirts bacanas”, alerta Heloísa.

DEIXOU DE SER TENDÊNCIA E PASSOU A FAZER PARTE DO GUARDA ROUPA DA MULHER ATUAL”. Foto divulgação / Acerto Bendita Catarina

- HELOÍSA CAPOBIANCO -

Bettina Martinelli, da B-Shirt, também não caracteriza o ritmo como apenas uma tendência, mas, sobretudo, como um estilo de vida. “O Rock marcou a história da luta pela liberdade de expressão. A moda tem muito disso também”, comenta a estilista. A escolha, por trazer a linguagem do gênero para as coleções, também 16 EM CURITIBA


Foto divulgação/ Acervo B-Shirt Camisetas

“O ROCK MARCOU A HISTÓRIA DA LUTA PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO. A MODA TEM MUITO DISSO TAMBÉM.” - BETTINA MARTINELLI -

se baseou pela oportunidade; momento em que a moda está repleta de inserções do universo Rock. Bettina acredita que essa influência continuará por algumas estações, mas a utilização das referências nas suas coleções busca superar a moda já pronta. “Tentamos criar uma t-shirt que trouxesse essa energia do Rock com as tendências atuais da moda; sem colocar uma logomarca de uma banda, por exemplo. Porque assim fica fácil, coloca a logo e pronto, está pronta a camiseta”, diz. Por este motivo, as estampas transmitem a ideia do gênero, junto com aplicações metálicas e spikes. Mas, a adesão não é unânime. Existe, ainda, quem discorde desta corrente. Mesmo

com todo o foco voltado para o rock, na mídia e nas prateleiras, o estilista Luan Valloto não acredita que a tendência seja esta. “Eu vejo, principalmente em Curitiba, muito da moda Indie (uma vertente do rock) e hipster”, aponta. Para ele, a oportunidade do rock está na crescente popularização dos festivais do gênero no Brasil e fora. “O Rock in Rio, por exemplo, torna a moda cíclica. A cada dois anos o universo do ritmo volta às pautas da imprensa e acabam influenciando a moda”. A possibilidade de conviver com este mundo da música mais de perto, faz com que as pessoas recorram ao estilo também. Não caracterizando, contudo, um reflexo do código de vestimenta.

Seja uma tendência ou não, o universo Rock sempre caminhou junto ao da moda. Inclusive, as influências são recorrentes em praticamente todos os gêneros. A oportunidade dos festivais para a revitalização deste estilo trouxe um cenário mais amplo. O ritmo, hoje, não representa um só padrão de vida, ele pode ser mesclado com diversos outros movimentos culturais ou tendências. Se a moda vai durar ou não, o tempo será o responsável por dizer. Há quem aposte na reciclagem e perpetuação do estilo, há quem acredite que é uma corrente ultrapassada dando os últimos passos rumo a outro momento ainda exclusivo dos mais alternativos. E você, qual o seu palpite? EM CURITIBA 17



Rua José Sabóia Cortes, 399 · Loja 01 Centro Cívico · Curitiba · (41) 3352-9856


ESSE TAL DE ROQUE ENROW MÚSICA DE RITA LEE E PAULO COELHO

PRODUÇÃO: EVEN MORE BEAUTY: CRISTINA MACIEL MODELO: HANNAH GIORDANO


ACESSÓRIOS: MARIA DOLORES CAMISETA: ACERVO PESSOAL SAIA: HELÔ CAPOBIANCO TREND


“É UM MENINO TÃO SABIDO, DOUTOR ELE QUER MODIFICAR O MUNDO ESSE TAL DE ROQUE ENROW”


ACESSÓRIOS: MARIA DOLORES CAMISETA: ACERVO PESSOAL SAIA: HELÔ CAPOBIANCO TREND SAPATO: ACERVO PESSOAL



ACESSÓRIOS: MARIA DOLORES CAMISETA: ACERVO PESSOAL SAIA: HELÔ CAPOBIANCO TREND SAPATO: ACERVO PESSOAL


“ROQUEM É ELE? QUEM É ELE? ESSE TAL DE ROQUE ENROW? UMA MOSCA, UM MISTÉRIO, UMA MODA QUE PASSOU. E ELE, QUEM É ELE? ISSO NINGUÉM NUNCA FALOU!”

ANEL E BRINCO: MARIA DOLORES CALÇA: VIONNET WOMAN STYLE CAMISETA: ACERVO PESSOAL COLAR: HELÔ CAPOBIANCO TREND COLETE: HELÔ CAPOBIANCO TREND




ANEL E BRINCO: MARIA DOLORES CALÇA: VIONNET WOMAN STYLE CAMISETA: ACERVO PESSOAL COLAR: HELÔ CAPOBIANCO TREND COLETE: HELÔ CAPOBIANCO TREND


“EU PROCURO ESTAR POR DENTRO, DOUTOR DESSA NOVA GERAÇÃO MAS MINHA FILHA NÃO ME LEVA À SÉRIO, DOUTOR ELA FICA CHEIA DE MISTÉRIO COM ESSE TAL DE ROQUE ENROW” ANEL: MARIA DOLORES CALÇA: HELÔ CAPOBIANCO TREND CAMISETA: VIONNET WOMAN STYLE CHAPÉU: ACERVO PESSOAL COLAR: HELÔ CAPOBIANCO TREND COLETE: HELÔ CAPOBIANCO TREND ÓCULOS: ACERVO PESSOAL PULSEIRA: ACERVO PESSOAL



ANEL: MARIA DOLORES BANDANA: ACERVO PESSOAL CALÇA: HELÔ CAPOBIANCO TREND CAMISETA: VIONNET WOMAN STYLE COLAR: HELÔ CAPOBIANCO TREND COLETE: HELÔ CAPOBIANCO TREND ÓCULOS: ACERVO PESSOAL PULSEIRA: ACERVO PESSOAL

ACESSÓRIOS: Maria Dolores BEAUTY: Cristina Maciel MODELO: Hannah Girardi PRODUÇÃO: Even More




ACESSÓRIOS: MARIA DOLORES CAMISETA: ACERVO PESSOAL SAPATO: ACERVO PESSOAL SHORTS: HELÔ CAPOBIANCO TREND


RUA MANOEL EUFRÁSIO, 387 JUVEVÊ · CURITIBA · (41) 3030-4045




II EM CULTURA


EM CULTURA

Ao Rock, e além...

BERÇO DE ALGUNS NOMES RECONHECIDOS, CURITIBA É UMA CIDADE PROPÍCIA PARA BANDAS DE ROCK E MÚSICA ALTERNATIVA. por CARMELA SCARPI

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ara os amantes do Rock’n’Roll e suas vertentes, Curitiba é uma capital razoavelmente boa no quesito “noite”. Isso porque existem diversos espaços especializados no estilo. A cidade agrada quem ouve e quem toca. Saber sobre o mundo no backstage do ritmo é enriquecedor para compreender, inclusive, seus personagens. E, mesmo que a intenção não seja se tornar a próxima banda número um das rádios, a diversão e animação do público já estão garantidas. Para o Oasis Cover tudo começou como uma brincadeira. Os amigos de faculdade Murilo Reginato, 23, estudante de Engenharia Civil; e Fábio Muggiati, 22, estudante de Engenharia Mecânica; já haviam

experimentado o gostinho dos palcos em uma situação bem diferente: na bateria da atlética dos cursos de engenharia da UFPR, o C7. Para eles, poder fazer música fora da “garagem” e ver as pessoas curtindo seu som é viciante, mesmo quando o estilo não é aquele que está no topo dos seus gostos musicais. Juntando esse sentimento, mais a vontade daquele extra no fim do mês, não deu outra. Aliados a mais dois amigos eles deram início, em 2012, ao Oasis Cover. A escolha da banda homenageada não atende à preferência específica de nenhum dos membros, apesar de agradá-los bastante. “Queríamos um grupo que as pessoas gostassem e que não existisse um cover por aqui ainda”, disse Murilo. E deu certo, hoje o Oasis Cover já atua em diversas

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EM CULTURA

casas noturnas prestigiadas da capital. Mas as intenções não são de fazer destes momentos uma profissão. Apesar de gostarem muito de tocar para o público, os projetos não incluem uma expansão. “Viver de música é muito complicado. Eu, por exemplo, não largaria hoje meu emprego só para tocar”, afirma Fábio. Para eles a música é diversão por diversão, algo para levar em paralelo à vida profissional que escolheram. Mas nunca é demais dizer que o futuro pode reservar algumas surpresas. O pessoal do Copacabana Club, por exemplo, também entrou neste mundo pela vontade de se divertir. O nome, hoje bem conhecido do público curitibano, começou de um projeto entre os amigos Alec Ventura, Lulli Frank e Claudinha Bukowski de fazer uns testes para um som de pista. Caca V. se juntou ao time mesmo sem nenhuma experiência na área musical e, ao final da formação original, também estava Tile Douglas. Após alguns ensaios, mesmo sem constituírem formalmente uma banda, eles foram convidados para um pocket show e precisavam de um nome. Como as letras das músicas eram em

inglês, optaram por batizar o conjunto com algo que remetesse ao Brasil e, pela sonoridade da palavra, ganhou o Copacabana. As coisas mudaram um pouco ao longo da estrada e a formação atual mantém Caca V. como vocalista e Claudinha Bukowski na bateria, mas na guitarra e no baixo estão André França e CJ, respectivamente. Para Caca, tudo também começou como uma distração, mas eles perceberam que estavam conquistando o público quando alguns veículos divulgaram o trabalho e as pessoas começaram a comentar. “A primeira virada do Copa foi quando saímos na capa do caderno Ilustrada do Jornal ‘A Folha de São Paulo’. Fizemos um show em São Paulo e por acaso nesse show estava o jornalista Thiago Ney. Ele curtiu e fez a matéria, nem nos conhecíamos na época.” Hoje com algumas apresentações internacionais já na bagagem, Caca diz que o sucesso nada mais é do que fruto do trabalho e, geralmente, não é planejado. Apesar de seguirem caminhos diferentes, as duas bandas são dirigidas a um perfil de pessoas em comum: as jovens alternativas, como descreveu a vocalista do Copacabana Club.

“ A primeira virada do Copa foi quando saímos na capa do caderno Ilustrada do Jornal ‘A Folha de São Paulo’ ” - CACÁ V. Foto divulgação

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Foto divulgação

Mesmo com o mundo da moda recentemente voltado para o estilo rock/punk/grunge, o público musical, para eles, continua muito semelhante. “As pessoas podem até ter curiosidade de conhecer a música, mas aqueles que voltam sempre estão dentro do mesmo perfil”, diz Murilo. A inspiração das criações de moda nos estilos musicais não necessariamente significa que mais pessoas gostarão do gênero, para Caca “a moda sempre andou lado a lado com a música, seja o gênero que for”. Ainda que envolvidos neste meio como profissionais, o lado expectador não deixou de existir. A noite curitibana era, ou ainda é, frequentada por

eles. Tanto Caca, quanto Murilo e Fábio saia/saem nas casas que tocam rock em Curitiba. Como público, eles acreditam que existem diversos espaços. Porém, como atração, as coisas mudam um pouquinho. Para os meninos do Oasis Cover a recepção é sempre muito bacana, mas entrar no círculo de bandas que atuam na noite é muito complicado. Uma vez na ativa o próximo desafio é ser reconhecido, criar uma empatia. No caso de bandas covers, é preciso sustentar as músicas já famosas. Mas para as bandas autorais, é preciso testar sua criação, coloca-la à prova do exigente gosto curitibano. E, segundo Caca, “normalmente você pre-

" Normalmente você precisa ser reconhecido fora pra que as pessoas em Curitiba achem seu trabalho legal " - CACÁ V. -

cisa ser reconhecido fora pra que as pessoas em Curitiba achem seu trabalho legal.” Tanto o Copacabana Club, como o Oasis Cover, são uma pequena parte daquilo que Curitiba pode produzir de bacana nesse meio, o prestígio e orgulho, portanto, deveriam sair em primeiro lugar daqui. EM CURITIBA 43


EM CULTURA

Underground:

Abrindo portas para um Lado B BAR DE CURITIBA INCENTIVA NOVAS BANDAS DE ROCK DA CIDADE DISPONIBILIZANDO ESPAÇO PARA SHOWS AOS DOMINGOS. por CAROLINA ZIBETTI

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ara aqueles que curtem um bom Rock’ n’Roll, seja para ouvir ou tocar, o Lado B é o local indicado. Quem caminha pelas ruas do São Francisco, com certeza conhece ou já ouviu falar sobre o bar. Em 2010, Fabricio “Babbur” Romero e Regina abriram as portas do estabelecimento com o intuito de dar espaço ao cenário Rock de Curitiba. Frequentador do underground da capital, Babbur afirma que o que eles fizeram foi apenas dar sequência a uma cultura da qual eles participam já há algum tempo. 44 EM CURITIBA

Por este motivo, o bar vive cercado de amigos e conhecidos. “90% da galera que frequenta aqui a gente conhece. Desde a galera das antigas como os mais novos, a gente está na segunda geração aqui já”, diz. O atendimento é feito pelos próprios donos, contando, às vezes, com um amigo que “dá uma mão”. É nesse clima familiar que o Lado B recepciona os artistas, com show ao vivo todos os domingos. Como forma de valorizar as bandas, o bar não cobra couvert de entrada e, nem


por isso, deixa de pagar cachê aos músicos. O valor é sempre fixo: metade do lucro líquido da venda de cervejas na noite. Eles acreditam que, com isso, dão oportunidade para as pessoas conhecerem o trabalho dos caras. “Tem gente que está apenas passando, entra aqui, dá uma olhada e fica porque gostou. Quando você tem que pagar pra entrar, você dificilmente faz isso.”, comenta. O clima descontraído atrai não só os frequentadores, como os próprios músicos. No domingo do dia 20 de outubro, a inglesa Bex Marshall abriu espaço em sua agenda e se

convidou para tocar no bar. Ao embalo de blues da melhor qualidade, ela admitiu que aquele foi o melhor dos 14 shows que fez em sua turnê. “Ela ficou super à vontade, adorou o clima local”, lembra Regina. As inscrições para shows são feitas no próprio estabelecimento e não há critérios na escolha – desde bandas novas até alguns músicos conhecidos internacionalmente – todos são bem vindos, o importante é tocar Rock, em qualquer uma de suas vertentes. Mas atente-se: a lista de espera já é bem grande, e datas estão disponíveis somente para 2014.

A ideia de valorizar artistas locais vai além da música, encontra-se também nas paredes do bar. Tudo o que está exposto ajuda a dar sentido ao espaço. Inaugurada com a “Figurinhas do Zequinha” - exposição das colecionáveis embalagens das Balas Zequinha - uma sucessão de produções artísticas passaram por ali. E dentre todos os quadros, pôsteres e fotos, encontram-se as histórias de Babbur, Regina e tudo o que o Rock os proporcionou. O Lado B fica na Inácio Lustosa, 517. Abre de quinta CURITIBA 45 a EM domingo, das 19h às 2h.


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Rock’n’Roll no quadradinho por RENATA ORTEGA

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ue o Rock’n’Roll deixou, há tempos, de ser apenas um gênero musical para se tornar um verdadeiro “estilo de vida” não é novidade. E, não se pode negar também, que as Histórias em Quadrinhos (HQs) foram – e continuam sendo – símbolos importantes da Cultura Alternativa, com um modo de ver e retratar o mundo sob outra perspectiva literária. O Pequeno Livro do Rock, do francês Hervé Bourhis, juntou estes dois elementos – o Rock e as HQs; a atitude e a independência. Com um traço simples e despretensioso, o quadrinhista reuniu centenas de ilustrações que, juntas, recontam a história de um dos gêneros musicais mais importantes do século XX, de 1915 – e a criação do primeiro jukebox – a 2009. A narrativa se constrói através do redesenho de capas de discos clássicos, listas pessoais de melhores discografias e batalhas entre bandas – Bourhis

cria duelos entre LPs lançados em uma mesma época, com destaque para The Who x The Kinks, Michael Jackson x Prince. Assim, o livro se transforma em uma viagem inusitada nas estradas do Rock’n’Roll mundial, em suas várias épocas, diversas modas e diferentes estilos. Apesar das incontáveis citações ao rock francês, os leitores brasileiros mais atentos podem encontrar algumas poucas referências nacionais, incluindo um quadrinho sobre a Bossa Nova (e seus expoentes Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto), além de Os Mutantes, Sepultura e Cansei de Ser Sexy, entre outros. O Pequeno Livro do Rock Autor: Hervé Bourhis Editora: Conrad Ano: 2010 EM CURITIBA 47


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EM CULTURA

Qual filme combina?

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por BEATRIZ MATTEI


“O

garoto de Liverpool”, “Across the Universe”, “Rock of Ages”, “Rock em Brasília”, enfim, para quem curte o ritmo, o cinema está cheio de produções em homenagem a esse estilo clássico da música. No Brasil, “Cazuza – O tempo não para” é meu favorito. Acredito que este longa, de 2004, deu início a outras boas produções nacionais. A direção de Walter Carvalho e Sandra Werneck, além do elenco experiente – formado por Daniel de Oliveira no papel principal, Marieta Severo, Leandra Leal e entre outros bons atores – fizeram com que a carreira artística do cantor, desde seu início na peça teatral “Pára-quedas do Coração” até o sucesso com o Barão Vermelho e a carreira solo, fosse transmitida de modo excepcional. Não há uma apelação característica das nossas produções. Se bem que, o fato do Cazuza ser retratado de forma mais romântica durante o longa, fez com que alguns cinéfilos, e também os membros da família, criticassem este viés da produção, afinal o cantor levava a vida com muito mais “sexo, drogas e Rock’n’roll”. Mas, romântico ou não, a obra é uma daquelas que me deixa otimista quanto às produções brasileiras. Olhando para fora do país, um filme que, para

mim, faz jus ao mundo do cinema e da música é “Os Piratas do Rock” de 2009. Tendo como diretor Richard Curtis, de “Simplesmente Amor” e “O Diário de Bridget Jones”, a trama conta ainda com uma excelente fotografia, uma trilha sonora com os melhores do rock e um elenco sensacional. Entre os atores que participam do filme estão: Philip Seymour Hoffman, de “Capote”, Bill Nighy, o “Davy Jones” da série “Os Piratas do Caribe” e Rhys Ifans, que recentemente fez o “Lagarto” em “O Espetacular Homem-Aranha”. Todos eles interpretando papéis cômicos, bem diferentes daquilo a que estamos acostumados. O enredo, mais que original, narra a história de um grupo de rapazes que faz de um navio uma estação de rádio pirata, perseguida pelo governo inglês típico da sociedade dos anos 60, que quer proibir a transmissão de rock. Comparar ambas as produções é realmente difícil, não só por terem sido filmados em épocas diferentes, mas também por retratarem lugares e anos diferentes. Ainda, um filme é puramente biográfico e o outro, mesmo baseado em fatos reais, tem vezes de comédia. Para os amantes do gênero – e dos filmes – o ideal mesmo é assistir às duas obras. Sem arrependimentos. EM CURITIBA 49



III EM NOIVAS


EM NOIVAS

Foi assim que aconteceu A ENTRADA DE LETÍCIA E RODRIGO COM HIGHWAY TO HELL NO CASAMENTO.

“A

primeira coisa que eu pensei na saída da Igreja foi ‘Putz, erraram a música da saída dos padrinhos’. Tudo porque o padre não fez o comprimento dos noivos. Eu falei ‘meu Deus do céu’, e já saí nervosa. Daí teve aquela chuva de pétalas. E uma chuva, uma chuva, uma chuva ... tava um temporal. Nós fomos direto para a Kombi e lá dentro foi muito engraçado, o Rodrigo logo colocou o all star – ele não queria nem entrar na Igreja de sapato. Nisso o motorista não sabia o caminho de como ir da Igreja para o Buffet, demos um mapa para ele. Já abrimos uma garrafa de espumante ali mesmo e fomos com a Kombi de porta aberta. As pessoas na rua acenavam, nós estávamos muito felizes, todos estavam curtindo a ideia, e aquela chuva, e o cara da Kombi buzinando o tempo todo. Foi um ‘nossa, então é isso, deu tudo certo’. Chegando ao buffet, fomos para um bar na frente para fazer umas fotos. Uma vez ali nem queríamos sair para entrar na festa. Estávamos muito bem. Fizemos brinde com vodka, o Rodrigo tirou uma foto no orelhão da frente. Tinham vários cartazes de cerveja e ‘toca Raul’. Quando, enfim, entramos na recepção para tirar as fotos certinhas com mãe, vó e tanãnã; eu já não estava ner52 EM CURITIBA

vosa, mas muito feliz porque estava dando tudo certo. Na hora da entrada nós não tínhamos ensaiado nada. Foi um processo de um ano, em que eu me conscientizei de que entraria com uma música daquelas, não era bem o que eu queria. Mas coitado, foi só aquilo que ele escolheu no casamento todo. Então, quando começou eu me aprontei para entrar e o Rodrigo me puxou e disse ‘não é agora, é só no refrão’. E eu: ‘COMO SÓ NO REFRÃO? Não, eu quero entrar já’. No refrão nós entramos no salão, onde tinha um corredor de pessoas, estávamos supercontentes e víamos nossos amigos, homens principalmente, todos: “UOUUUUU \m/’. Acho que ninguém esperava. Alguns até imaginavam pelo jeito que o Rodrigo é, mas nunca ACDC, muito menos HIGHWAY TO HELL. Hahaha. Só conseguia pensar numa coisa ‘ainda bem que minha vó não fala inglês’. ”


Preto no branco A COR TABU DOS CASAMENTOS GANHA ESPAÇO COM CASAIS MAIS ARROJADOS. por CARMELA SCARPI

C

or símbolo do rock, o preto tem ganhado os casamentos nos últimos anos. Apesar de não estarem necessariamente relacionados ao ritmo os tons escuros entram em decorações e acessórios de forma progressiva. Recentemente, a designer internacional Vera Wang lançou uma coleção de vestidos de noiva com detalhes na cor, chamando novamente a atenção para esta moda. Juliana Gomes, que casou há quase um ano, incluiu muito do preto na decoração da recepção. “A inspiração para a decoração de uma festa normalmente decorre de uma referência que você se identifica muito. Compor um ambiente chique com um toque mais moderno era uma característica que pretendíamos.”, conta Juliana. Coincidência ou não, seu gênero musical preferido é o Rock’n’roll. A cerimonial Sandra Colin também já diz ter produzido casamentos com esta proposta, inclusive um em que o vestido da noiva trazia detalhes na cor. Em relação aos acessórios, a ceri-

monial acredita ser algo bem específico. “Acho que a mulher tem que ter uma personalidade bem marcante para ‘segurar’ esta tendência. Tem que saber levar o vestido com detalhes em preto”, diz Sandra. Para ela, o mercado de Curitiba está bem aberto para a moda no quesito decoração, mas ainda tímido quanto aos acessórios. “Ainda sinto uma resistência em detalhes em preto no vestido de noiva.”, complementa. Juliana também sentiu uma resistência maior mesmo no âmbito da decoração. “Ainda existe uma maior preferência pelas cores claras, principalmente pelas mulheres que sonham com o casamento mais tradicional, mas já há um número considerável de pessoas que procuram inovar”, lembra. Mas, o que vale mesmo é fazer aquilo que transpareça a personalidade dos noivos. Para organizar um casamento é preciso, acima de tudo, revelar a sintonia e personalidade do casal, aderir a esta tendência supera as barreiras da expectativa e aposta naquilo que agrada a você, em primeiro lugar. EM CURITIBA 53


Único para você!

41 3228.1574 www.harrietescarpi.com.br


Fotografia: Anderson Miranda


EM NOIVAS

Felizes, e para sempre tatuadas PARA IMPRIMIR SUA PERSONALIDADE NA FESTA DE CASAMENTO, AS NOIVAS TATUADAS TRAZEM UMA AURA DE ATITUDE PARA O VESTIDO E A FESTA.

Fotografia: Virgínia Guimarães, Luise Mion, Jorge Mariano

por CARMELA SCARPI

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E

xistem noivas com acessórios muito mais simbólicos do que grinaldas. Que têm sobre sua pele algo a mais do que o tecido dos seus vestidos. Marcar o corpo com tatuagem é exteriorizar sua personalidade, ou um momento da vida. E, no casamento, nada mais justo do fazer com que elas apareçam tanto quanto a felicidade no sorriso do casal.

“Eu e meu marido somos devotos de Guadalupe, então decidimos tatuar para a festa.” - DÉBORA CAMARGO -

Débora Camargo, blogueira do Deborices, tem um total de seis desenhos, mas diz não ligar muito para a contagem do número. No seu casamento, em fevereiro deste ano, fez questão de que o modelo do vestido deixasse todas em evidência. “Eu queria um tomara-que-caia com decote de coração, justamente para que nenhuma delas ficasse escondida. O decote das costas era cavado de forma a aparecer a tatuagem de trás.”, diz Débora. Também, não seria à toa que ela quisesse destaca-las. A Nossa Senhora de Guadalupe, por exemplo, tatuada no braço direito, foi feita especialmente para a celebração. “Eu e meu marido somos devotos de Guadalupe, então decidimos tatuar para a festa. Ele, inclusive, casou de colete com a manga da camisa erguida para que a dele aparecesse”, conta.

Fotografia: Virgínia Guimarães, Luise Mion, Jorge Mariano

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EM NOIVAS

Porém, a mais emblemática delas, é o “quarenta e dois”. Débora e seu marido, Wellington, eram melhores amigos na faculdade de Letras. A harmonia entre eles, e os livros que dividiam, acabaram formando o casal. À época, ambos estavam entretidos com o “Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Douglas Adams. Na obra, um aparelho calcula a resposta para o universo, a vida e tudo mais, e chega ao resultado: quarenta e dois. Ao quadragésimo segundo dia de namoro, Wellington pediu a mão de Débora em casamento, dizendo ser ela a sua resposta. Com todo esse envolvimento romântico do número na história do casal, Débora decidiu tatuar, por extenso, o símbolo do amor entre eles. O que ela não sabia é que seu futuro marido, na ocasião, já havia agendado, também, uma sessão para tatuar o mesmo número, mas em algarismos. Um sem saber do outro. A sintonia era muita para que eles não destacassem estes sinais na cerimônia. No caso de Bianca Müller, as tatuagens não influenciaram na escolha do modelo. “Foram um detalhe, não modifiquei ele (vestido) por causa delas. Mas o decote permitiu que elas aparecessem”. Num total de 13 desenhos, a blogueira do Morri de Sunga Branca ganhou uma sessão de seu amigo, como presente de casamento, para aumentar este número.

Apesar de não serem protagonistas, as tatuagens combinaram com toda a decoração e clima da festa. “Como nós e nossos amigos gostamos de uma vibe retrô, rockabilly, o casamento teve esse tom também. Não foi temático, foi natural. As madrinhas deram um show à parte. Escolhi cor vermelha para elas e elas mandaram fazer os vestidos, ficou lindo!”, conta Bianca. Outro toque de originalidade estava no sapato, não só a cor chamava a atenção, como o modelo em si estava dentro de toda a proposta da festa. Ele foi um presente de última hora, daqueles mais oportunos do que os pares da Cinderella. “O primeiro sapato que esco-

Fotografia: Ana Erica

“Coloquei no pé e sabia que era ele. Amor a primeira vista!” - BIANCA MÜLLER -

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Fotografia: Ana Erica

lhi foi um Bordello de oncinha, mas ele era MUITO alto e na véspera do casamento chegou um par, enviado por uma amiga nossa que mora na Alemanha. Coloquei no pé e sabia que era ele. Amor a primeira vista!” A cerimônia, realizada no Jockers também quebrou com qualquer tradicionalismo esperado para a ocasião. A escolha foi por um ambiente que combinasse com o espírito do casamento e, para Bianca, o cardápio foi decisivo, incluindo, claro, o famoso pinhão com bacon, a iguaria da casa. Outra atração foram os docinhos, com brigadeiros sabor caipirinha, cerveja e um, feito

especialmente para a festa, de wasabi com framboesa. Dentro deste turbilhão de inovações, o pedido não poderia ter ficado para trás. Como ponta pé desta festa tão original, a mão de Bianca foi parar nos Trending Topics do Twitter. “O pedido de casamento aconteceu no batizado do nosso filho. Como sou bem ligada em internet por trabalhar com isso, ele convocou meus amigos blogueiros para mandarem #bicmullerdigasim na hora do pedido. Quando ele me pediu, mostrou o twitter e estava nos trending topics Brasil o pedido dele!”, conta. O receio que algumas noi-

vas possuem de evidenciar suas tatuagens no dia do casamento, nem passou pela cabeça destas mulheres. Isto porque, muito conscientes, sabem que aquelas obras fazem parte do que elas são e viveram. Ambas as noivas, Débora e Bianca, expressaram suas personalidades em momento especial de suas vidas, fazendo com que o casamento não fosse apenas uma festa bonita, mas a cara delas. Fosse proposital ou não, as tatuagens, estavam lá, à mostra, dando contexto a toda a ocasião. Os desenhos ajudaram a mostrar aquilo que elas são: mulheres delicadas, românticas e tatuadas. EM CURITIBA 59


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Fotografia: Anderson Miranda



Nos detalhes

A SOFISTICAÇÃO DOS ACESSÓRIOS PRETOS PARA NOIVAS.

PRODUÇÃO: EVEN MORE ACESSÓRIOS: THE ADDRESS.LOVE BEAUTY: CRISTINA MACIEL MODELO: CAROLINE PESSOA RUFINI










EM NOIVAS

Bianca Kowalski ENTREVISTA

DESDE 2011 NO MERCADO, A PROPRIETÁRIA DA THE ADDRESS.LOVE CONTA SOBRE O ESTILO DE ACESSÓRIOS PROCURADO PELAS NOIVAS CURITIBANAS. EM: Porque você decidiu entrar no ramo de casamentos, neste segmento de acessórios? Bianca Kowalski: Por que quando eu casei tive bastante dificuldade em achar coisas legais para colocar no meu cabelo. Tudo que eu via era “muito bijuteria”, coisas com strass colado, que quando usasse uma vez e já não duraria mais. E é preciso ter muito cuidado na hora de utilizar essas peças, por causa de sprays, pastas, cremes e mousses que podem estragar. Hoje, os acessórios com que trabalhamos têm uma manutenção bem legal, são peças mais fortes. Tentamos utilizar o mínimo de peças de strass e mais pedraria cravejada, que podemos dar banho de ródio ou prata depois. Eu entrei nesse meio porque vi que tinha essa carência de peças de maior qualidade e exclusividade, isso não existia em Curitiba. EM: Como você classificaria o mercado de noivas em Curitiba? Bianca Kowalski: Eu acho que é completamente conservador. O que têm de peças hoje no mercado, é o que tinha há 10, 15 anos. Ninguém trouxe inovação, ninguém trouxe um pouco mais de criatividade. Até quem produz peças de cabelo hoje, se você for ver, é cópia, da cópia da cópia 72 EM CURITIBA

de anos atrás. Isso gera um mercado defasado, as vezes os acessórios não tem nada a ver com o vestido, quando estes têm uma linha mais moderna. Aí não adianta a noiva estar com um vestido lindo e com um acessório que não compete. A gente tem que ter uma linha mais ampla, para casar com os vestidos. Eu acho que o mercado é bem conservador ainda e precisava dessas linhas mais aberta aos diferente estilos. EM: Você acha que esse estilo conservador é natural de Curitiba ou é consequência de uma falta de opções no mercado? Bianca Kowalski: Eu acho que tem um pouco de influência sim, no jeito que a gente vive aqui na cidade. A cabeça de algumas noivas às vezes não é muito aberta mesmo, mas isso está mudando, afinal hoje todo mundo viaja bastante e a informação está ai. Só não vê blogs de noivas, revista importadas, quem não tem interesse nenhum. Mas quem gosta, e quem realmente quer estar a mulher mais bonita no dia do casamento - que é o ideal - busca um pouco de informação e descobre que há outras possibilidades, outros tipos de acessórios. Eu vejo que quando chegam aqui elas se surpreendem um pouco, por que não esperam


encontrar toda essa linha puxando pelo estilo do que elas querem. Eu fico feliz porque elas têm se encontrado aqui. Muito raro uma noiva sair sem ter achado ou um acessório que combine com o vestido ou algum que jamais pensou em colocar. Acho que a cabeça delas está abrindo mais agora. EM: E você acredita que o preto nos casamentos tem potencial para ficar na cidade? Bianca Kowalski: Eu acredito que sim, mesmo porque a gente pesquisa muito e tem visto muito dessa tendência de fora. Eu acho que o que falta aqui é um pouco de coragem das noivas, mas uma que use um acessório preto já consegue abrir o caminho para as demais. Ainda não fiz nenhuma festa assim, mas já tive quem procurasse. Uma peça preta de cabelo foi para a prévia como opção da noiva uma vez, mas o próprio estilista tirou a ideia da cabeça dela. Era uma opinião dela, mas ela confiou no estilista e acabou não utilizando. Eu, às vezes, estou no papel de ajuda -las a tentar fazer uma coisa legal, mas o estilista é mais forte e não posso me meter muito na escolha também. Mesmo assim, na minha opinião, é uma coisa que é bacana, que veio e espero que fique, porque é diferente, sai do trivial. EM CURITIBA 73


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