Projeto de Diplomação 1 - FAU UnB - Biblioteca Pública de Águas Claras

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Universidade de Brasília FAU - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Projeto de Diplomação 1 Introdução ao Trabalho de Finalização de Curso

Aluno: Lucas de Freitas Feijão 11/0128826 Professora Orientadora: Raquel Naves Blumenschein Banca Examinadora: Daniel Richard Sant’ana Marta Adriana Bustos Romero

01/2017 Junho de 2017



AGRADECIMENTOS Agradeço a meus pais, que sempre me apoiaram e permitiram que eu pudesse estudar e serviram como um exemplo para mim. A meus avós, João, Vânia e Nira, que sempre acreditaram em mim e me ajudaram enormemente nessa jornada. A minha orientadora, pela ajuda, pelas palavras sábias e construtivas, que desde o 6º semestre eu tenhno grande admiração. Por fim, aos meus amigos, pois, sem eles, seria impossível passar por todo esse processo e me manter são.

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Apresentação Este trabalho busca trazer uma intervenção na cidade de Águas Claras a partir do projeto de uma nova biblioteca para a região. Sendo uma cidade com grande população e estando numa localização tão central, causa espanto a cidade ter tão baixa oferta de serviços públicos, em algumas categorias, inexistente. A cidade já possui uma pequena biblioteca, muito utilizada e que mal comporta o fluxo de público. Sua falta de estrutura e qualidade não é única no Distrito Federal, porém é um claro exemplo de como o programa biblioteca é mal realizado na cidade. Em toda a cidade existem diversas bibliotecas, porém poucas, para não afirmar nenhuma, delas são exemplo real de como um projeto de biblioteca deve ser feito. No país existem exemplos de grandes bibliotecas públicas, como em São Paulo ou Rio de Janeiro, no entanto, as pequenas e médias bibliotecas comunitárias são encaradas como uma arquitetura menor. Isso vai na contramão de movimentos mundiais em busca da requalificação das bibliotecas, como um programa cultural e parte do dia a dia da comunidade, com ofertas variadas e estruturas menos enrijecidas, ou apenas “caixa de livros”. O trabalho, portanto, busca tirar proveito da localização da atual biblioteca de Águas Claras e usar das novas diretrizes mundiais em projetação de novas bibliotecas para criar um projeto que não apenas sirva à população da cidade de Águas Claras, mas que seja um destino de pessoas das cidades próximas. O projeto busca, a partir dessas novas diretrizes, ser um exemplo de como se pensar as bibliotecas na cidade. Esse Plano de Trabalho é construído a partir de tópicos que buscam esclarecer as questões pertinentes ao projeto, que irão guiá-lo.

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Sumário 3|Apresentação 7|Objetivos 9|Contexto

Bibliotecas em Brasília Águas Claras A Atual Biblioteca Pública de Águas Claras

12|Por que uma Biblioteca? 13|Terreno

Planta do Terreno Mapa de Fluxos Atual

Planta Bioclimática

18|Determinantes e Condicionantes

Legislação Novas Diretrizes para Bibliotecas Públicas: O Programa Modelo Dinamarquês Social Ambiental Tecnologia Economia

26|Programa de Necessidades 28|Conceitos 29|Proposta

Proposta para Praça Coruja Fluxos Propostos Volumetria Básica Ambientes Internos

34|Referências

Biblioteca Ambrosiana e Real Gabinete Português de Leitura Biblioteca Cooroy Library at The Docks Biblioteca Nacional de Pequim Outras Referências Plaza Deserta e Praça da Erie Street

43|Referências Bibliográficas



Objetivos

Objetivos Gerais

Propor uma nova biblioteca para Águas Claras, baseando-se em seu uso atual e buscando uma maior aproximação com a sociedade. Buscar a revalorização do espaço urbano de Águas Claras a partir das intervenções exteriores, como a Praça Coruja. Todos esses pontos devem ser guiados a partir de novas diretrizes para bibliotecas pública, afastando-se do senso comum.

-Compreender a situação da biblioteca hoje, seus problemas e potenciais. -Propor uma nova biblioteca no terreno ao lado, a partir de novas diretrizes, com novos usos.

Objetivos Específicos

-Criar uma biblioteca que busque uma maior proximidade com a comunidade. -Requalificar o espaço urbano da região próxima, a partir da reestruturação da Praça Coruja e sua relação entre a cidade a nova biblioteca. -Trazer um retorno da tipologia arquitetônica da biblioteca, com um resgaste histórico de pontos clássicos de sua arquitetura.

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Contexto Bibliotecas em Brasília O Distrito Federal possui uma rede de bibliotecas, chamada de RBP/DF (Rede de Bibliotecas Públicas do Distrito Federal), composta por um total de 26 bibliotecas. Além dessas, o DF conta dom mais de 50 universidades, faculdades e institutos de ensono superior, além de diversas bibliotecas de escolas públicas e privadas além de bibliotecas institucionais, como as do Senado ou de ministérios. Ainda assim, dentro dessa enorme gama de opções, as bibliotecas de Brasília carecem de qualidade física e programática, isso quando elas estão plenamente em funcionamento para o público. Existem diversos exemplos de bibliotecas que carecem de uma estrutura mais adequada ou que necessitam de reformas extremas para serem reabertas, e não apenas nas cidades satélites como no próprio Plano Piloto, aonde se esperaria um maior cuidado e investimento do poder público. Bibliotecas como a Experimental e a Pública da Asa Sul, Biblioteca Nacional, Biblioteca Pública do Gama, Paranoá ou Águas Claras, são alguns exemplos de bibliotecas que estão em condições precárias, funcionando em locais provisórios ou com diversos problemas que impedem seu pleno funcionamento com qualidade para os usuários.

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Águas Claras Águas Claras, Região Administrativa XX, começou sua implementação em 1992 como um bairro de Taguatinga como uma forma de justificar a construção do metrô. Seu projeto urbanístico foi feito por Paulo Zimbres, porém foi altamente modificado com o passar dos anos, gerando diversos problemas, como os grandes engarrafamentos, baixa porcentagem de áreas verdes e falta de equipamentos públicos. Emancipada em 2003, como a 20ª região administrativa, já foi considerada o maior canteiro de obras das américas e atualmente conta com 143 lotem em construção, 277 vazios e 722 já construídos. Sua população atual é de cerca de 150 mil moradores, somando Águas Claras vertical, Areal e Arniqueiras, a primeira responde por 65% desse total. A cidade possui uma grande área verde protegida, o Parque de Ecológico de Águas Claras, ocupando quase metade da área total da região da Águas Claras vertical. Entre os equipamentos públicos se destacam uma creche, um tribunal eleitoral e um tribunal de justiça, a CAESB e um batalhão policial, além da própria biblioteca pública. A falta de equipamentos públicos faz com que a população local tenha que recorrer às cidades de Taguatinga, Guará ou Brasília.

Mapa de Águas Claras ESTR

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Sede Metrô/DF

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Avenida Araucárias

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Mapa do DF

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A Atual Biblioteca Pública de Águas Claras A atual biblioteca de Águas Claras está localizada na Avenida Castanheiras, esquina com a Rua Ipê Amarelo, próxima ao que se pode chamar de “centro norte” da região, com forte comércio e grande fluxo de pedestres e veículos, está a pouco mais de 600 metros da Estação Arniqueiras (por onde passam as linhas Ceilândia e Samambaia) e numa grande praça, Praça Coruja, aonde se localiza a sua pequena estrutura. Seu prédio originalmente era um stand de vendas provisório de um apartamento, que após ser doado pela empresa e reformado, foi inaugurado em 2009 como biblioteca. O espaço atualmente comporta cerca de 7 mil livros, possui 120m² e, devido ao diminuto espaço, recebe em média 160 pessoas por dia, estando constantemente lotado.

A atual estrutura, por não ter sido feita para receber uma biblioteca, possui diversos problemas que atrapalham o seu uso e afetam a qualidade do espaço para os usuários. Os maiores problemas são o pequeno espaço físico, que fica lotado de concurseiros estudando, e o calor que se sente dentro, devido às grandes vedações de vidro que não possuem circulação de ar. Logo, fica claro que a atual biblioteca não comporta mais seu público e possui uma arquitetura deficiente.

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Por que uma Biblioteca? - A pesar de se ter uma visão geral de que as bibliotecas estão caindo no esquecimento, segundo entrevistas realizadas com bibliotecários de Brasília, ao menos na cidade as bibliotecas continuam sendo espaços muito importantes, porém não mais como um espaço de acervo, mas um espaço de estudo e acesso às mais diversas fontes de informação. -Países de terceiro mundo têm tido grande aumento no uso e construção de bibliotecas devido ao aumento da taxa de alfabetização de suas populações, além de servirem como espaços de introdução à pesquisa, tecnologia e leitura para populações carentes e crianças.

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-A biblioteca de Águas Claras tem um público bem definido: estudantes e concurseiros, o que explica a sua coleção de livros ser bastante técnica. No entanto, devido a sua localização e à localização da cidade no DF, é um espaço com grande potencial para receber público variado de outras RAs.

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Terreno

Avenida Castanheiras

Rua 7 Norte

O terreno está localizado na Região administrativa de Águas Claras, na área chamada Águas Claras Vertical, aonde estão localizados os condomínios verticais característicos da cidade. A Praça Coruja (local da atual biblioteca) está voltada para a Avenida Castanheiras e entre as ruas 7 Norte e Ipê Amarelo, enquanto o terreno escolhido para a Biblioteca fica logo atrás, virada para a Boulevard Águas Claras, seu endereço é Rua 7 Norte Lote 2.

Av. Ipê Amarelo

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Os terrenos, da praça e da nova biblioteca, estão em uma localização privilegiada, junto ao seu entorno. Com comércio forte e crescente na redondeza, muitos prédios residenciais e de uso misto, lotes ainda para serem construídos, ponto de ônibus e estação de metrô nas proximidades, o terreno tem grande capacidade de atrair pessoas e fazer uso do atual fluxo, ou potencial de fluxo, existente.

Boulevard Águas Claras

A proximidade ao local original da biblioteca permitirá que ainda exista o reconhecimento da população de que a biblioteca não mudou de lugar e continua sendo a mesma instituição, além de tirar proveito de todas as qualidades de transporte, conexão e centralidade que a atual N

Avenida Araucárias

Legenda - Usos dos Lotes Residencial Comercial Misto Institucional Lote Abandonado/Em Contrução Área Verde

Estação Arniqueiras

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biblioteca possui. Além disso, o terreno é público, pertencente ao governo e possui como uso, segundo a LUOS, comercial, industrial e institucional, o que permite a construção de uma biblioteca. A existência da praça fará com que o projeto recrie o espaço existente, permitindo que haja uma valorização do espaço urbano, afinal, é a única praça em toda a avenida, cercada por prédios e estacionamentos, e deve ser mais valorizada. A Praça Coruja é bastante utilizada pela população das proximidades, principalmente por crianças e bebês e seus acompanhantes, sendo uma praça de uso essencialmente familiar. Esse público é composto pelos moradores da redondeza, aonde não há qualquer espaço verde, com exceção das praças das quadras ao norte. Portanto, esse fluxo constitui o mais intenso e com maior taxa de permanência. O terreno também possui um considerável fluxo de pessoas que atravessam a avenida e a boulevard para chegar ao comércio, ao metrô ou às suas casas, porém ele se restringe às imediações do terreno, pois ele pouco oferece. O decaimento é muito pequeno, 9 metros ao longo de 125 metros, ou cerca de 7%, sendo plenamente confortável de atravessá-lo. Atualmente o terreno é utilizado como estacionamento irregular, na parte da biblioteca, e como biblioteca e praça no restante. Há pouca arborização, pouca sombra e o barulho dos carros passando pela avenida acaba perturbando os usuários, devido à proximidade. O estacionamento é muito utilizado pelo público do comércio próximo (academia, restaurantes, mercado, lanchonete, etc) e por visitantes e moradores dos residenciais ao largo da praça, principalmente em caso de eventos, quando falta espaço para os carros.

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Planta do Terreno

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112 Escala 1:1000

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Mapa de Fluxos Atual

Legenda Avenida de Tráfego Intenso Avenida de Tráfego Médio Rua de Tráfego Leve Rotas Comuns de Pedestres Prédios

Legenda Avenida de Tráfego Intenso Avenida de Tráfego Médio Rua de Tráfego Leve Rotas Comuns de Pedestres Prédios Trajeto do Comércio

Trajeto

Grande Uso da Praça Coruja

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Trajeto do Metrô

Escala 1:1000

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Planta Bioclimรกtica Rota do Sol

Ventos Predominantes

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Escala 1:1000

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Determinantes e Condicionantes Pavimento 2 Pavimento 1 Térreo

Legislação Águas Claras é regida pelo Plano Diretor Local de Taguatinga, PDL 90/1998, de quando a área ainda era um bairro daquela região admi1,5m nistrativa. O terreno, portanto, ainda é regido por normas de 1998, de antes de Águas Claras ser emancipada como RA e antes do processo de construção dela se intensificar. Atualmente o terreno é legislado pela NGB 145/93.

1,5m

Área Impermeável 2520m²

Segundo a LUOS (Lei de Uso e Ocupação do Solo do DF), o terreno é considerado do tipo CSII2, o que caracteriza como um lote de uso não residencial, mas comercial, industrial, institucional ou de serviços. Entre os diversos usos previstos pela LUOS, biblioteca se encontra entre eles. Um resumo da legislação encontrada que rege o terreno:

Lei LUOS

PDL NGB

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Condicionante

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7,0m

Esc 1:1000

O que diz

CSII2 – Comercial, de Serviços, Industrial e Institucional (Permite Bibliotecas) Coeficiente de Aproveitamento Excessão – Cmax = 2,0 do Solo CMin = 0,6 Taxa de Permeabilidade A>2000m² - Tp=30% 1,5m de lotes vizinhos Até 7 metros da rua quando houver lote do Afastamentos obrigatórios outro lado. Teoricamente, até 12 metros (4 pavimentos, não é necessário nesse lote) Quant. Mín. de Vagas de Esta- 1 vaga/50m² é o mínimo em geral, mas não cionamento há uma definição para o programa Biblioteca. A entrada do estacionamento deverá se dar pela Boulevard (via secundária) Outros O prédio poderá ter aberturas para a praça. Uso do terreno


Novas Diretrizes para Bibliotecas Públicas: O Programa Modelo Dinamarquês O Programa Modelo para Bibliotecas Públicas (PMBP), lançado em 2013 pela Agência de Cultura e Palácios do governo dinamarquês, é um projeto base para pessoas que atuam ou buscam atuar no desenvolvimento e requalificação de bibliotecas no mundo inteiro. O site possui um sistema um sistema de fácil entendimento e que busca apresentar diretrizes simples que podem guiar o projeto das bibliotecas. As bibliotecas, segundo o PMBP, possuem em comum alguns espaços que servem como base para o ato de projetar os espaços das bibliotecas. Cada espaço possui diversos usos e que não necessariamente precisam estar presentes em todos os projetos, mas servem como exemplos de diferentes usos. Esses espaços, portanto, são: Entrada, Workshops, Espaço de Aprendizado, Espaço de Estudos, Esaço dos Funcionários, Espaço Comum, Coleção Material, Espaço para Crianças. O que o PMBP traz de diferente são justamente o espaço de aprendizado, a praça comum e o workshop, que tratam de trazer um uso mais ativo, experimental, do público muito além da leitura passiva.

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Entrada Esse espaço é focado no ato de apresentar a biblioteca, seu funcionamento e sua oferta Workshops de serviços e acolher o público, convidando-o a entrar. É o espaço de maior fluxo de pessoas e assim o melhor local para alocar espaços que Espaço podem usufruir disso.de Ao Aprendizado mesmo tempo, é um espaço para acalmar o usuário, buscando trazê-lo para o clima da biblioteca.

derecepção Estudos PodeEspaço possuir uma ou espaço para que funcionários possam ajudar o público. Espaços de estar e leitura informal e mostrar Funcionários a agenda Espaço cultural da dos biblioteca e da cidade, o espaço interno do prédio, parte da coleção e das Entrada obras presentes é recomendável. Espaço Comum Workshops CadaColeção vez mais asMaterial bibliotecas são espaços para aprendizados do mero livro. Espaçodiferentes de Aprendizado Nesses espaços, aquilo que a leitura traz a Entrada teoria, é posto em prática. para oficinas Espaço paraEspaços Crianças de teatro, marcenaria, corte e costura, culináEspaço de Estudos ria... São espaços públicos que podem funcionar independentemente da biblioteca e ainda assim Workshops trazendo a comunidade para ela.

Espaço dos Funcionários

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Espaço de Aprendizado Espaço Comum

É uma área para aprendizados mais ativos, podendo ser usados de o computador, Espaço Estudosoferta de cursos ou espaços para palestras e debates. O Coleção Material importante é que a experiência do aprendizado não se limite ao livro, mas ainda exija atenção Espaço dos Funcionários do usuário.

Espaço para Crianças Espaço Comum Coleção Material Espaço para Crianças


Workshops

Espaço Comum

Espaço de Aprendizado Entrada

Coleção Material

Espaço de Estudos Workshops

Espaço para Crianças

Provavelmente o principal espaço hoje nas bibliotecas. Não dos é necessário ser um espaço Espaço Funcionários Espaço de Aprendizado fechado, mas é preferível que tenha uma grande Entrada variedade de opções, como células individuais, mesas para grupos, espaços fechados e espaços Espaço Comum abertos. Essa zona pode Espaço de funcionar EstudosconjuntamenWorkshops te ao Espaço de Aprendizado.

Coleção Material Espaço dos Funcionários Espaço de Aprendizado É a área mais restrita, aonde ficam localiEntrada Espaço para Crianças zadas as partes administrativas. Espaço Comum No entanto, ela Espaço delocalização Estudosdos usuários não deve ser de difícil por ser importante a conexão entre a biblioteca Workshops e seu público. É recomendável fazer uso de um Material sistema deColeção “afunilamento” da área administratiEspaço dos Funcionários va, aonde a parte mais pública seria a recepção. Espaço de Aprendizado Espaço para Crianças Espaço Comum Espaço de Estudos Seu nome é uma alusão ao ato de comunicação entre pessoas, não necessariamente uma Coleção Material praça. Aqui o importante é garantir um espaço Espaço Funcionários de encontro e debatedos da população, como um café, uma praça, salas de reunião ou até mesmo Espaço para Crianças espaços para atividades comunitárias, como leituras e recitais públicos, aulas de dança, espaço Espaço Comum para apresentações

Coleção Material Espaço para armazenamento do acervo da biblioteca.Espaço Esse acervo não precisa ser necessapara Crianças riamente livro e nem mesmo físico, podendo ter discos, quadrinhos, vídeos e mídias digitais. Esse espaço não deve ficar reclusa a uma área específica, podendo ser diluída ao lono do edifício, principalmente focando nos usos mais próximos.

A área mais lúdica da biblioteca. É um espaço para as crianças terem experiências agradáveis com a leitura ou com outras crianças. Por ser uma zona de muito barulho, deve ficar mais afastado das áreas que requerem mais silêncio. Deve-se pensar não apenas nas crianças que lá ficam, mas também nos pais e responsáveis que ficam juntos, necessitando de um espaço para atuarem juntos às crianças ou apenas descansarem próximos a elas.

Entrada Workshops Espaço de Aprendizado Espaço de Estudos Espaço dos Funcionários Espaço Comum Coleção Material Espaço para Crianças

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Social A região administrativa de Águas Claras possui quase 150 mil moradores segundo dados a PDAD 2016 (Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios) realizada pela Codeplan e GDF. É uma cidade com grande quantidade de jovens (43% entre 15 e 39 anos) e com alta escolaridade (50% cursando o ensino superior ou já tendo finalizado). Portanto podemos assegurar que é uma cidade com público para uma biblioteca. A atual biblioteca de Águas Claras possui um público diário de 160 pessoas, sendo que a grande maioria, segundo funcionários, é de estudantes e concurseiros em busca de um local silencioso para seus estudos. Esse público, já existente e fiel ao local, não pode ser desmerecido e será parte do foco do projeto. A biblioteca deve comportar essas pessoas. Estando localizada numa área central e de passagem de grande fluxo de pessoas pelo metrô entre o caminho de Ceilândia/Samambaia/Taguatinga até o Guará e o Plano Piloto, a região pode se tornar um destino para essas pessoas. Estando bem servida por esse meio de transporte e ainda com algumas linhas de ônibus que servem a região oeste do DF, a cidade tem capacidade de receber uma grande quantidade de pessoas vindas de outras RAs para aproveitarem a biblioteca. Esse público vindo de outras regiões administrativas, somados aos 150 mil moradores de Águas Claras, serão parte do público comunitário, que permitirá à biblioteca ter outros usos e poder ofertar outros serviços, dinamizando seu funcionamento.

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Ambiental Localizado próximo a uma praça, que fará parte do projeto, será incorporado ao plano um estudo paisagístico que possa criar um ambiente agradável para os passantes e aqueles que irão permanecer no espaço. O terreno escolhido possui uma característica muito própria, suas fachadas são direcionadas exatamente para os sentido norte-sul e leste-oeste, possuindo uma angulação ínfima. Isso acarreta em problemas, claro, ao se tratar de insolação nas fachadas norte e oeste, aonde será necessário fazer uso de artifícios que possibilitarão um maior conforto dentro da biblioteca, como brises horizontais e verticais ou outros tipos de vedação. Uma proposta a ser estudada para o projeto é a criação de fachadas ventiladas, que permitem uma melhor manutenção da temperatura dos ambiete internos e, por aumentar a espessura das paredes, permite uma maior retenção de sons do lado externo, interferindo o mínimo possível na qualidade acústica interna. A questão acústica, por ser muito importante para muitos usuários, deve sempre ser lembrada. Não apenas com o uso de uma fachada ventilada, mas também o uso de vidros eficientes, que possuem a capacidade de conter a entrada de ruídos nos ambientes que exigem silêncio deverão ser usados. Esquema de Fachada Ventilada

Como uma opção para criar mais espaços de usos diversificados, uma praça coberta por uma laje verde, ou um terraço jardim, poderá ser feito, aumentando a área verde do terreno, criando espaços sombreado e permitindo a criação de uma praça dentro da biblioteca ou uma horta comunitária. lo Exemp

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Tecnologia A estrutura de uma biblioteca é conhecida por ser de extrema robustez, devido à grande carga que as estantes de livros exercem. Portanto, a ideia inicial é fazer uso de estrutura metálica no uso das vigas, diminuindo o seu tamanho e permitindo uma maior flexibilidade de pé direito e facilitando a passagem das instalações. As lajes e os pilares serão de concreto, sendo as lajes de concreto pré-moldado e os pilares feitos in-loco. O objetivo é criar uma obra o mais limpa possível e também ágil. Outra opção é fazer o uso de estruturas em madeira, assim como na Biblioteca das Docas, em Melbourne, aonde a obra foi rápida e criou um visual muito particular na parte interna, sem aparentar ser uma estrutura robusta demais. No caso de uso de madeira, a melhor técnica conhecida é a MLC (Madeira Laminada Colada), já usada em países como Canadá e Inglaterra, aonde chegaram a ser construídos prédios de até 18 andares. Nesse último caso, também pode ser usado um conjunto misto, com parte da estrutura em madeira e outra em concreto, aonde poderá ser necessário algo mais robusto, como saídas de emergência ou localização da caixa d’água. Em todos os casos, será necessário averiguar como funciona a questão do incêndio, que afetará as rotas de fuga segundo as normas brasileiras e afetarão de forma considerável a arquitetura.

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Economia Todo empreendimento deve levar em consideração o melhor custo benefício para o cliente. Aqui, como um empreendimento público, ao menos como conceito, é importante buscar um melhor uso do dinheiro do contribuinte. Boa parte dos gastos durante o processo de projetação e construção de um edifício vai para a obra. Quanto mais demora, mais caro fica sua construção. Portanto, a proposta é oferecer uma estrutura em que se possa acelerar essa etapa, um projeto que possa ser rapidamente montado. O uso de estruturas pré-fabricadas é conhecido por permitir uma obra eficiente, rápida e limpa, com diminuição nos gastos com erros de execução ou excedentes desnecessários. Portanto, a escolha de uma estrutura com essas ideias foi feito, tanto no caso de uma estrutura metálica com a união do concreto pré-moldado ou estrutura em MLC. A fachada ventilada também é uma proposta que permite uma rápida execução e ainda garante um menor gasto de manutenção da obra, afinal ela será bancada com dinheiro majoritariamente público. Diminuição nos custos de ar-condicionado e na manutenção da fachada são características desse tipo revestimento.

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Programa de Necessidades O programa em construção é baseado nas bibliotecas referência. Será usado o PMBP como base para definir aonde serão colocados os espaços dentro do ambiente.

Grupo Espaço Recepção Banheiros Entrada Devolução e Empréstimos Consulta ao Catálogo Espaço de Leitura Estudo Coletivo Espaço de Estudo Individual Estudos Área Silenciosa Banheiros

Coleção Material

1 1 1 1 1 1 1 1 1 por andar

10 m² 32 m² 14 m² 20 m² 5 m² 9 m² 5 m² 30 m² 10 m² 70 m² 70 m² 130 m² 70 m² 130 m² 20 m² 130 m² 14 m² 30 m² O cálculo deve se basear na distância entre prateleiras, mínimo de 1,3m entre elas.

Coleção de Livros

1

Coleção de Outras Mídias

1

50 m²

130 m²

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50 m² 50 m² 50 m²

130 m² 110 m² 135 m²

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70 m²

1 2 1 1 (junto ao espaço de leitura) 2 (chefe e funcionários) 1 por andar 1 1 1

100 m² 15 m²

150 m² 40 m²

60 m²

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120 m²

5 m² 14 m² 5 m² 10 m²

13 m² 30 m² 10 m² 12 m²

Espaço de Laboratórios de Informática Aprendizado Áreas de Atividades Cafeteria Varanda+Palco de ApresenPraça Comum tações Auditório Workshops Salas Multiuso Espaço de Leitura

Espaço para Crianças Espaço de Atividades Administração

Espaço dos Depósitos Funcionários Banheiros

Copa Sala de Reunião

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Quant. Mín. Área Mín. Área Ideal


Para a Praça Coruja, o programa de necessidades básico parte dos usos comuns às outras praças da cidade, sempre muito utilizadas pela população local. Esse programa deverá passar por novas revisões, buscando outros usos.

Grupo Espaço Vegetação para a

Vegetação de médio a grande porte, garantindo sombra para a calçada e diminuído o ruído da avenida.

Playground

Parquinho paras as crianças, provavelmente o espaço mais usado nas praças de Águas Claras.

Avenida calçada da avenida

PEC/Academia Praça Comunitária

Comunitária

Característica

Espaço para exercícios físicos, muito requisitados por moradores da cidade, principalmente idosos.

Pergolado

Estrutura de madeira para um ambiente bucólico, com sobra e cadeiras.

Mesas e bancos para jogos

Para competições de dominó da terceira idade ou para os jovens sentarem e beberem, sempre tem público.

Um “puxadinho” para o café, levando o ambiente para a praça e trazendo mais público para a biblioteca. Aproveitamento do declive do terreno para criar um Café Arquibancada Natural espaço aonde as pessoas possam sentar, permitindo que a praça coberta sirva como um palco. Área externa do Café

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Conceitos

Permeabilidade

O projeto integra tanto a Biblioteca de Águas Claras quanto a Praça Coruja, estando dentro de uma malha urbana já em urbanizada e adensada, portanto, a fim de criar um espaço que integre ambas as avenidas e permite um fluxo mais livre entre elas e as ruas perpendiculares, a permeabilidade é essencial. A criação de um projeto que vise esse fluxo transversal e que permita fazer desse fluxo um espaço de permanência enriquece o espaço, garantindo uma maior qualidade ao ambiente e enobrecendo esse respiro urbano em uma avenida muito movimentada e com prédios de grande porte.

Comunidade

História x Modernidade

Contraste

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Uma biblioteca é um ambiente público, mesmo sendo ele específico por qualquer razão, e como tal deve abraçar esse público. Um ambiente com foco na comunidade é um ambiente que busca atender seu público variado, oferece programas diversos e busca trazê-la para dentro, esse conceito é parte primordial das Novas Diretrizes para Bibliotecas Públicas.

A biblioteca é um programa clássico, aonde se encontra um estilo muito intrínseco a ela e que se perdeu quase que por com o advento do modernismo. Essa busca por uma releitura da biblioteca clássica em contraste com o amplo programa contemporâneo, além dos novos materiais e novas técnicas, trará uma perspectiva diferente para as bibliotecas na cidade. O contraste é um conceito muitas vezes utilizado para trazer uma imagem única à arquitetura de um lugar, seja por uso de formas ou materiais diferentes. A busca por uma linguagem diferenciada para o projeto poderá trazer uma estética única e que visará marcar a biblioteca.


Praça Comunitária Avenida

1

Proposta 2

Proposta para Praça Coruja 3 4

5

Café

6

1-Vegetação para Avenida 2-Playground 3-PEC/Academia Comunitária 4-Pergolado 5-Mesas e bancos para Jogos 6-Área Externa do Café 7-Arquibancada Natural Linhas de Fluxo

7

Praça Comunitária Avenida

1

2 3 4

5

Café

6

1-Vegeta

2-Playgr 3-PEC/A 4-Pergol 5-Mesas

6-Área E 7-Arquib

Linhas d 7

Escala 1:1000

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Fluxos Propostos

N

Escala 1:1000

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Volumetria Básica

A volumetria básica é composta de um bloco em L levement inclinado. Essa forma busca aumentar o tamanho da Praça Coruja para dentro do terreno da biblioteca e permitindo que ambos os programas interajam de forma mais intensa.

O L se dará pela união do bloco do Café à Biblioteca por uma laje verde, funcionando como uma laje jardim e criando um ambiente semi-fechado, demarcando a entrada e criando um espaço para eventos.

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Ambientes Internos Espaço Comum Espaço Comum

+ Barulho + Barulho

Entrada Entrada Workshops Workshops

Público Externo

Público Externo

Espaço para Crianças Espaço para Crianças

Organograma Organograma das dasÁreas Áreas

Ambientes que podem ser acessados pelo público externo com mais facilidade ficaão no térreo, podendo haver aberturas para o abiente externo.

Espaço de Aprendizado Espaço de Aprendizado Coleção Material Coleção Material Espaço de Estudos Espaço de Estudos Espaço dos Funcionários Espaço dos Funcionários

Os ambientes serão arranjados segundo a quantidade de ruído que eles emitem em relação aos ambientes que exigem mais silêncio.

- Barulho - Barulho

N

O Café ficará externo à Biblioteca, permitindo seu uso pela comunidade de formafacilitada e atraindo pessoas à praça e à praça coberta, essa deverá servir como palco para apresentaEntrada ções ou espaço para eventos que precisem mais espaço. Workshops No térreo estão localizados os ambientes mais ruidosos e que podem permitir ebtrada fácil para oEntrada público, sem exigir o controle pleno Espaço Entradade Aprendizado da recepção.

Café

Praça Coberta

Espaço de Estudos Workshops Workshops dos Funcionários EspaçoEspaço de Aprendizado Entrada Espaço de Aprendizado Entrada

Ambientes Pavimento Térreo

Comum EspaçoEspaço de Estudos Workshops Espaço de Estudos Auditório EntradaWorkshops

Workshops

Espaço Kids

Recepção

Material EspaçoColeção dosAprendizado Funcionários Espaço de Espaço dos Funcionários Espaço de Aprendizado Workshops Crianças EspaçoEspaço Comumpara Lab. Informática Espaço de Espaço Comum de Estudos EspaçoEspaço de Estudos Aprendizado

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Coleção Material Espaço dos Funcionários Coleção Material dos Funcionários EspaçoEspaço de Estudos EspaçoEspaço para Crianças Espaço Comum para Crianças Comum EspaçoEspaço dos Funcionários

Administração Escala 1:250


N

O teto-jardim influenciará na praça coberta e servirá como espaço para atividades e lazer ou educação dentro da biblioteca. No 1o pavimento haverá os ambientes de estudo que exigemEntrada menos controle de ruídos e que poem funcionar em conjunto, inclusive com o jardim. EntradaWorkshops

Teto-Jardim

Espaço Workshops Entradade Aprendizado de Estudos EspaçoEspaço de Aprendizado Entrada Workshops

Área de dos Funcionários EspaçoEspaço de Estudos de Aprendizado

Workshops Espaço Ambientes o 1 Pavimento

Comum EspaçoEspaço dosAprendizado Funcionários Espaço de Espaço de Estudos

Atividades Estudo Coletivo

Outras Mídias

Entrada EspaçoEspaço Comum Coleção Material dos Funcionários Espaço de Estudos Workshops Espaço para Crianças Coleção Material Espaço dos Funcionários Espaço Comum

Coleção de Livros Escala 1:200

Espaço de Aprendizado Os ambientes que precisarem de mais N Espaço para Crianças silêncio estarão localizados no último pavimenEspaço Comum Coleção Material to, permitindo queEspaço haja espaço para todos os de Estudos Entrada públicos de estudantes e leitores. Coleção Material Espaço para Crianças Espaço dos Funcionários Workshops Espaço para Crianças Estudo Espaço Comum Ambientes Espaço de Aprendizado

Individual

2o Pavimento

Material Área EspaçoColeção de Estudos

Silenciosa

para Crianças EspaçoEspaço dos Funcionários Espaço Comum Coleção Material Espaço para Crianças

Estudo Coletivo

Coleção de Livros Escala 1:200

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ReferĂŞncias

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Biblioteca Ambrosiana, Milão, e Real Gabinete Português de Leitura, Rio de Janeiro Duas bibliotecas clássicas, uma do renascimento europeu e outra do final do período imperial brasileiro. A Biblioteca ambrosiana foi uma das primeiras bibliotecas públicas na Europa. Projetada por Lelo Buzzi e inaugurada em 1609, sua arquitetura é bem característica da tipologia das bibliotecas da época e por mais algumas décadas posteriores: um grande salão quadrado central, com estantes cobrindo as paredes, aumentando a capacidade de armazenamento. Acima, encontra-se um mezanino que circunda o salão criando mais um pavimento de armazenagem de livros, acessível apenas pelo bibliotecário. O que mais chama atenção é a inexistência de espaços de leitura dentro da biblioteca, ou pelo menos de seu grande salão, devido ao fato de isso ainda não ser comum na época. As grandes janelas no teto permitem a iluminação do acervo e garantem a ornamentação do espaço. O Real Gabinete foi fundado em 1847 e teve seu prédio atual inaugurado em 1887. Seu interior é um verdadeiro exemplo da tipologia arquitetônica reinante das bibliotecas na época: o grande salão com mezanino em volta e paredes de estantes. Ao contrário do exemplo anterior, aqui há diversas mesas para consulta local e o uso de iluminação artificial. Seu estilo neomanuelino garantiu a essa biblioteca um espaço entre as mais bonitas do mundo em diversas listas.

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Biblioteca Cooroy, Queensland, Austrália Projetado pelo escritório australiano Brewster Hjorth Architects na cidade de Sunshine Coast, Queensland, foi inaugurada em 2010. Sua construção fez parte de um projeto maior de reestruturação de áreas abandonadas ou com potencial da cidade. Alocada em meio a um antigo complexo industrial de manteiga, parte importante do crescimento da cidade, que já se encontrava em um estado de quase abandono. A antiga indústria virou museu, a área dos moinhos gerou um pequeno parque, e a área em desuso entre os dois foi usada para criar uma pequena biblioteca comunitária. Localizada próxima à estação de trem urbano, ao lado da principal avenida e em meio a um novo ponto cultural da cidade, a biblioteca então teria grande potencial. Seu projeto focou em elementos variados: um teto verde que une o jardim e o gramado próximo conforme desce o relevo do terreno, varandas protegidas para criar espaços para a comunidade, mistura entre salas focadas em tecnologia com ambientes informais de leitura para crianças e idosos e uso de diversos sistema para maior conforto térmico com menores gastos, como aberturas móveis para ventilação cruzada, uso da cobertura verde e um sistema de chaminés subterrâneas, que captam o ar externo e esfria no subsolo para entregar à biblioteca.

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Library at The Dock, Melbourne, Victoria, Austrália Projetado pelo escritório Clare Design, da Austrália, em Melbourne, extremo sul do país, foi inaugurado em 2014. Um dos exemplos de bibliotecas que seguem as diretrizes dinamarquesas, seu espaço interno tem usos extremamente variados. Desde uma cafeteria e espaço para prática de tai chi no térreo, até zonas de estudos mais silenciosos e espaços específicos para jogos e apresentações nos andares superiores. O projeto fez parte de um projeto de revalorização das docas do rio Yarra, o principal a cortar a cidade. Além do próprio prédio, feito com uma mistura de madeira, ferro e vidro (sua estrutura foi toda feita em madeira), houve a criação de um gramado cercado por uma extensa calçada e várias fileiras de árvores próximos à rua. Isso permitiu criar um espaço agradável para as pessoas deitarem ou sentarem no solo, muito comum nessa região tão nublada. Próximo ao rio, aonde está localizada a principal entrada, foi feita uma cobertura, criando um espaço coberto que protege o transeunte da chuva ou do sol.

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Biblioteca Nacional de Pequim, China Projetado pelo grupo alemão KSP Jürgen Engel Architekten como uma expansão da já existente biblioteca nacional, o projeto tinha como objetivo criar espaço para uma grande coleção de 12 milhões de livros que iam para a biblioteca. Om uma área total de 77 mil metros quadrados, a Biblioteca Nacional passou a receber 12 mil pessoas por dia. Sua arquitetura buscava mesclar o contemporâneo e o tradicional, já que a expansão abrigaria especialmente uma coleção de manuscritos antigos. Com isso, sua fachada mistura vários componentes que unem o antigo e o novo, como a grande escadaria imperial que leva o usuário direto ao segundo pavimento e o uso de metal ao longo de toda a fachada, criando um ar tecnológico. O interior não muda muito esse intuito. Dividido em níveis para diferentes usos, os últimos pavimentos recebem a biblioteca digital, com foco nos computadores e com um linguajar tecnológico, muito prateado e vidro. Os andares inferiores são compostos por mesas e guarda-corpos em madeira e com grandes átrios vazados que permite iluminação natural em toda a área durante o dia, trazendo um claro aspecto clássico e tradicional.

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Outras ReferĂŞncias

Detalhe da Casa Clara, Brasil

Sede do i+R, Ă ustria Campus Inacap, Chile

oine, EUA

a Des M

Bibliotec

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Plaza Deserta, Biscay, Espanha e Praça da Erie Street, Milwaukee, EUA, A Plaza Deserta se sobressai ao apresentar diversos usos em um mesmo espaço. Sua malha quadriculada define as manchas ocupadas, sendo por vegetação, água, piso, recantos ou equipamentos. Isso permite haver uma praça com variedade de ambientes e cenários, promovendo um espaço diferente a todo momento. A praça da Erie Street já proporciona um ambiente mais buxólico e contemplativo diante da orla do Lago Michigan. Esse ambiente possui formas mais curvas e ambientes de pouca vegetação que são quebrados pela forma como os elementos construídos são feitos. Diversas ranhuras criam texturas diferenciadas nas curvas do piso, permitindo uma geometrização e uma sensação de movimento em um ambinhente muito calmo. Essas praças servem de referência como linguagem. No uso, as praças da regiao de Águas Claras apresentam boa qualidade, sendo frequentadas assiduamente pelos moradores a todo momento.

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