Plano de Trabalho - C. de Excelência em ORL - PA6 UnB

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TP 04 - Plano de Trabalho CEORL

| FAU UnB | PA6-Funções Complexas | Profª Rachel Blumenschein | | Lucas F. Feijão – 11/0128826 Tamara K. Lima – 10/0028061 |



Índice Apresentação........................................05 Introdução........................................06 Localização........................................08 Programa de Necessidades........................................09 Particularidades Específicas........................................10 Conceitos, Princípios e Diretrizes Norteadoras........................................12 Geometria Geradora........................................14 Referências de Linguagem Arquiteônica........................................15 Análise do Terreno........................................20 Proposta de Zoneamento........................................22 Proposta de Projeto........................................24



Apresentação Para esta matéria de Projeto Arquitetônico, foi proposto o trabalho de projetar um Centro de Excelência em Otorrinolaringologia especializado em Otorrinolaringologia. O plano é permitir a criação e desenvolvimento de um anteprojeto que permita compreender a dimensão de um tipo complexo como um hospital e obter um projeto funcional e adequado com as normas. O Centro Hospitalar é proposto como uma parceria público-privada (PPP) entre o Hospital Universitário da UnB e entidades privadas, criando um ambiente que permita estudos e pesquisas universitárias e também o atendimento à população de qualidade. O terreno do hospital está localizado no Setor Noroeste, em Brasília – DF. Com muita pesquisa, chegou-se aqui à primeira etapa do projeto, que aos poucos cresce, molda-se e se transforma. Nestas pranchas poderá ser notado alguns dos tópicos que aos poucos serão mais detalhadamente abordados, com o decorrer da matéria e das futuras etapas, como: finalidades da obra; atividade que irá abrigar; compartimentação e dimensionamento preliminares; população fixa e variável; fluxos (de pessoas, veículos, materiais); instalações e equipamentos básicos; recursos técnicos disponíveis para a execução etc. No Setor Noroeste, que ainda está boa parte em construção, ainda não existe áreas hospitalares prontas para atender seus moradores. Com a facilidade de se estudar um terreno ainda vazio em um setor que ainda está crescendo, foi lá a escolha do terreno. O setor, proposto em 1987 no projeto denominado Brasília Revisitada, foi uma reformulação do Plano Piloto. O novo bairro tem 200 hectares de extensão e está sendo erguido na última região

disponível para construção dentro do perímetro tombado de Brasília. Serão 40 mil moradores que irão viver nessa projeção de Brasília, um bairro que se localiza próximo ao parque Burle Marx. Lá haverá também um setor comercial a cada duas quadras residenciais, sem área econômica. Portanto, nada mais apropriado que realizar os estudos nessa área, que em breve abrigará muitos moradores do Plano Piloto e necessitará de hospitais especializados, tornando-se assim mais uma opção de atendimento à população do Plano e do entorno.

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Introdução

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Os diversos avanços tecnológicos, em diversas áreas e atividades humanas, permitiu alcançarmos grandes evoluções na parte de saúde. Antes, diversas pessoas adquiriam deficiências e não tinham como se tratar, ficando reféns de suas condições. Os anos permitiram que novos tratamentos e mecanismos passassem a existir, baratear-se e chegar enfim aos seus usuários finais, às massas. Atualmente, a área da Otorrinolaringologia se encontra em pleno desenvolvimento tecnológico, conquistando novos equipamentos e criando novas técnicas de tratamento. Ao mesmo tempo em que esses avanços simbolizam uma esperança futura, eles exigem mais espaço, mais controle e mais qualidade arquitetônica. Todos esses aspectos hoje estão em falta, não só na cidade de Brasília, como também no Brasil inteiro. A necessidades de um espaço físico novo para o centro de Audiologia e Otorrinolaringologia do HUB é visível. As poucas salas, os ambientes desconfortáveis, a falta de espaço para equipamentos e as condições precárias em que alguns profissionais tÊm de se expor para trabalhar e os pacientes para se tratar é visível e necessita urgente de medidas. A necessidade da população também é perceptível pelo fato de que o HUB é o único centro credenciado para Audiologia e Transplante Coclear, de maior complexidade e em franca expansão de usuários, pois são poucos os centros espalhados pelo país. Atualmente em Brasília encontra-se duas áreas hospitalares focais, o Setor Hospitalar Sul e o Setor Hospitalar Norte. Apesar de se apresentar em dois paralelos da cidade, ainda não se consegue atender a demanda devidamente, portanto é também considerado o

encaminhamento para hospitais especializados em algumas áreas. O empreendimento hospitalar especializado engloba um “mix” de atividades programáticas voltadas a atender uma demanda específica dos pacientes que buscam profissionais e um ambiente singular para seu tratamento. O Centro de Excelência em Otorrinolaringologia (CEORL) trata da especialidade médica com características clínicas e cirúrgicas. O campo de atuação da otorrinolaringologia envolve as doenças do ouvido, do nariz e seios paranasais, faringe, laringe, cabeça e pescoço. Os serviços oferecidos pelo Hospital serão: consultas, cirurgias, exames com fibra óptica (rígidas e flexíveis), exames pré-admissionais, teste de prótese auditiva, audiometria em campo, audiometria tonal e vocal, entre outros. Além disso, como centro de excelência, o edifício permitirá a integração dos alunos com o dia a dia do hospital, dos tratamentos, terapias, consultas e cirurgias. Permitirá espaço para pesquisas docentes e discentes, além de áreas para ensino e estudos. Para a definição das necessidades específicas do CEORL foi feito pesquisas diversas. Entre normas da ANVISA e pesquisa com médicos da área e que convivem com aas necessidades do HUB, chegou-se ao programa de necessidades básico para um empreendimento de grande complexidade. Com base no programa de necessidades, das normas que imperam o programa, o local, terreno e suas normas, chega-se aos conceitos básicos para definição do partido projetual.


Introdução O processo então passará por essa definição de conceitos, que poderão então nortear as escolhas de referências, importantes para se guiar durante o projeto. A escolha de uma geometria de onde se tirará a forma do projeto será seguido então de seu zoneamento, essencial para criar uma lógica em meio à complexidade projetual. Por fim, o projeto irá ser formado. O Projeto em sua concepção, buscou além da requalificação e expansão/aliviamento dos Setores Hospitalares e demais hospitais e clínicas especializados, tanto como de oferecer uma opção hospitalar à uma área que ainda está crescendo. O projeto portanto irá seguir o princípio de qualidade acima de tudo, para permitir um melhor ambiente a seus usuários e melhor rigor técnico aos procedimentos que no hospital serão realizados.

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Localização

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O terreno está localizado dentro do que atualmente é considerado o plano piloto de Brasília. Após a visita de Lúcio Costa, foi feito um documento de meados da década de 80, “Brasília Revisitada”, que propôs a criação de novos setores na área do Plano Piloto, entre outras intervenções e novas medidas. O Setor Noroeste é portanto uma dessas áreas. Assim como a sua contra parte, o Setor Sudoeste, ele possui também um setor hospitalar próprio que visa atender a demanda da região e criar, principalmente hoje, redes especializadas, como o já existente Hospital da Criança. O setor segue normas próprias, que visam não apenas definir suas características como também manter e preservar o tombamento da região central de Brasília.

O bairro possui diversas entradas e vias de ligação, sendo a principal a que parte da STN (saída da EPIA ligando aos supermercados), na EPAA (próximo ao SMU e próximo ao Aeródromo) e futuramente pelas ligações entre as 900 da Aso Norte e o futuro Parque Burle Marx. O Setor Hospitalar possui sua entrada portanto na EPAA, eixo viário consideravelmente movimentado e de fácil acesso pela EPIA, principal rodovia da cidade, além de por dentro do Noroeste. A existência de uma parada de ônibus não muito distante do local facilitará o caminho dos pacientes, já que por ser um hospital de viés público a tendência é que grande parte dos usuários serão de classes econômicas mais baixas. O uso de carro, moto e ônibus serão os principais e únicos meios de transporte motorizados possíveis, devido à inexistência de metrô na região.


Programa de Necessidades O programa hospitalar é de extrema complexidade. Além da existência de diversos setores diferentes, com necessidades particulares e quantidades e proporções de salas diferentes, o hospital exige que uma série de detalhes sejam vistos, como a proximidade ou distância obrigatória entre espaços, a necessidade de fuga e prevenção de incêndios entre outros. O programa de necessidades visa contemplar todas essas grandes e pequenas áreas inicialmente mencionadas. Divisão O hospital será dividido em 3 grandes áreas: Administrativa, Hospitalar e Educacional. Cada uma dessas grandes áreas podem ser subdivididas em áreas cada vez menores até chegar nas salas, consultórios e espaços. Portanto para determinar o projeto, essas grande áreas foram medidas visando o primeiro planejamento: Hospital- área mín: 4306,12m² Área Administrativa- área mín: 1200,44m² Área Hospitalar- área mín: 1865,6m² Área Educacional: 1240,08m² As áreas portanto foram divididas seguido de suas áreas mínimas, conforme descrito a seguir: Administrativa -Apoio Técnico: 460,22m² -Apoio Administrativo: 337,9m² -Apoio Logístico: 346,82m² -Área de Convívio: 55,5m²

Hospitalar -Atendimento Ambulatorial: 592,7m² -Atendimento Imediato: 522,3m² -Diagnóstico e Terapia: 319m² -Centro Cirúrgico: 267,4m² -Internação: 164,2m² Educacional -Pesquisa e Ensino: 1010,08m² -Auditório:230m² As áreas, como possível de ver, possuem tamanhos consideravelmente grandes porém bem divididos, podendo facilmente ser acomodados em diversos níveis, principalmente a área hospitalar. A necessidade de instalações, em cada uma das áreas, por ser de alta complexidade e difícil planejamento, principalmente visando possíveis mudanças futuras e até expansões, deverão ser pensadas sempre como uma grande rede passando pelo forro do hospital, sendo que sua passagem por salas será definido conforme a necessidade. Entre as necessidades mínimas vistas e apresentadas, foi decidido acrescentar um ambiente, similar à área de convívio visando integrar algumas das diferentes áreas. Chamado de Santuário, o ambiente será uma integração entre o ambiente externo e interno e servirá como espaço para os pacientes ficarem antes ou após cirurgias, onde seus parentes e amigos podem esperar, onde médicos podem passar o tempo integrados à vida do hospital e à natureza e servindo como espaço de convivência de alunos.

As tabelas com o programa de completo de necessidades se encontram no Anexo I.

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Particularidades Específicas O projeto de um hospital exige, além de outras coisas, a visualização de suas partes específicas. A normatização de um centro hospitalar é bem carcaterístico, pois além das normas básicas da NBR, como evacuação, incêndio, elevadores e escadas, sua totalidade é devidamente enquadrada pela ANVISA. NOROESTE O terreno e a região do Noroeste possuem particularidades normativas e legais a se levar em consideração. Por ser uma região protegida pelo tombamento patrimonial, o setor Noroeste não pode permitir edifícios de grandes alturas. O terreno somente poderá suportar edifícios com até 17m de altura mais o subsolo, obrigatório para estacionamentos. Somente se poderá usar um CA, área total de construção, equivalente a 70% da área do terreno, ou seja, 15750m². Sendo que o edifício só pode ocupar 40% do terreno, e 70% poderá ser pavimentado e 30% deverá ser permeável. O espaçamento entre os lotes deverá ser de 5m e 10m com relação à entrada. O setor Noroeste possui suas normas para garantir edifícios minimamente ecológicos. É obrigatório o uso do reaproveitamento de água pluvial para fins não potáveis, garantindo espaço para armazenamento dessas águas na parte externa. O uso de aquecimento é obrigatório como fonte primária do aquecimento de água. O sistema pneumático de descarte de lixo deve ser previamente pensado para o projeto, do descarte inicial até o depósito final, todo o processo deverá ser mecanizado. O uso de movimentação de terras dentro do lote é plenamente permitido.

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BOMBEIROS Além de normas específicas, como normas de desempenho, o edifício hospitalar deverá garantir uma evacuação rápida e eficiente. Para isso o projeto pode seguir a norma NBR 9077 para saídas de emergência. Usando a definição H-3 e levando em consideração o tamanho dos pavimentos chega-se à quantidade correta de escadas e o tamanho de cada uma. É de extrema importância a existência de uma via que circunde a quase totalidade do edifício, sempre garantindo ao menos duas fachadas para que os bombeiros possam atuar. Na tabela 2 há considerações especiais. ANVISA Os centros de saúde têm todo seu programa normatizado pela Agência de Vigilância Sanitária, por se tratar do órgão mais especializado no assunto. Diversas normas guiam os padrões para circulação, tamanho de portas, de salas, quantidade de equipamentos, entre tantos outros. A Tabela 1 resume esses aspectos. CONFORTO O conforto de um hospital é importante para garantir o uso adequado do espaço e o bem estar dos usuários. Algumas regiões deverão ser fechadas ao mundo externo por questão de operação ou de saúde, outras não só é aconselhável como devem ter ventilação e iluminação natural. O conforto acústico, para um Hospital de Otorrinolaringologia permitirá uma qualidade melhor dos exames e terapias, sendo que algumas salas devem ser rigorosas nesse aspecto.


Particularidades Específicas Tabela 1 Corredores

Áreas Não Críticas

Áreas Semi Críticas

Áreas Críticas

Largura: 1,2m mín 2m para tráfego intenso

Largura: 2m mín

Largura: 2m min.

Portas

Sem tamanho mínimo

Mín:0,8x2,1m Para macas: 1,2mx2,1m

Mín: 0,8x2,1m Para macas: 1,2mx2,1m

Rampas

Todas as rampas devem ter no mínimo 2m de largura e vencer no máximo 2 pavimentos. Todo desnível de pelo menos 3cm, deve ter rampa.

Elevadores

Devem seguir norma NBR 7192. Dimensão mínima para macas: 2,2x1,2m. Deve realizar todo transporte em no máximo 5min.

Escadas

Ver NBR 9077 para dimensionamentos

Ver NBR 9077 para dimensionamentos.

Distância máxima da sala mais distante: 35m. NBR 9077 para dimensionamentos.

Ventilação Natural

Área onde a ventilação natural é plenamente adequada.

Ventilação natural em consultórios é necessário mas deve ser possível impedi-lo.

Entradas de ar não podem estar voltadas para saídas de ar de áreas críticas. Deve-se priorizar assepsia, logo, sem ventilação em algumas salas.

Iluminação Natural

Iluminação natural direta é aceitável e adequado para grandes áreas.

Iluminação natural indireta ou direta, porém controlada.

Com exceção das salas de cirurgia, a iluminação natural deve ser indireta e controlada

Tabela 2 O acesso dos veículos do serviço de extinção de incêndio tem de estar livre de congestionamento e permitir alcançar, ao menos, duas fachadas opostas. As vias de aproximação devem ter largura mínima de 3,20m, altura livre de 5,00m, raio de curvatura mínima de 21,30m e largura de operação mínima junto às fachadas de 4,50m. A determinação de superfície de pavimento necessária para alojar a população do setor contíguo tem de ser pressuposto do projeto. São os seguintes os parâmetros: -25% dos pacientes estão em macas ou leitos (superfície necessária = 2,00m²/paciente) -25% dos pacientes utilizam cadeiras de rodas, muletas ou necessitam de ajuda similar (superfície necessária = 1,00m²/ paciente) -50% dos pacientes não necessitam de ajuda e, portanto, são contabilizados com o restante da população (superfície necessária = 0.5m²/pessoa). Nenhuma abertura de setores de médio e alto risco podem interligar diretamente áreas de circulação ou garagem. Nestas situações, antecâmaras devem ser obrigatoriamente utilizadas. Qualquer setor de risco especial não pode ser interligado como rota de via de escape.

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Conceitos, Princípios e Diretrizes Norteadoras Pode-se tomar por principio do projeto de um Centro de Excelência a busca por qualidade. A necessidade de ambientes amplos, conforto e ambientes adequados além da busca pelo bem-estar dos usuários, tanto pacientes e acompanhantes quanto funcionários e alunos. Para diversas áreas, alguns conceitos se mostram muito importantes e devem guiar o projeto. Geral A criação de uma arquitetura ao mesmo tempo simples e imagética também é importante. Visitas realizadas ao Hospital Universitário da UnB permitiu concluir que a ideia de um tipo, um tipo hospitalar, é importante para a construção da relação entre a arquitetura e seus usuários. Funcional A ideia do tipo não ficará apenas no visual arquitetônico, mas também em sua divisão. A criação de áreas devidamente localizadas buscará transmitir essa ideia. Um área educacional não tem inicialmente uma relação direta com uma área hospitalar, portanto as duas ficarão separadas, assim como a parte administrativa. A simplicidade também guiará o funcionamento do hospital. O zoneamento será primordial. A divisão do centro em 3 grandes áreas, devidamente separadas e integradas pelo pátio-jardim e pelo santuário, visará essa simplicidade funcional, onde cada área terá seu funcionamento. Corredores serão criados aos fundos, região funcional, para garantir os possíveis fluxos intensos e rápidos necessários.

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Conforto Algumas áreas de um hospital não devem ter contato com o mundo exterior, tais como centros cirúrgicos, outros não só necessitam como isso deve ser priorizado, como o póscirúrgico. Portanto a locação desses ambientes deverão seguir esse princípio. As fachadas norte e oeste, menos nobres e que deverão ser minimamente abertos irão abrigar esses espaços. A contemporaneidade arquitetônica visa o uso de muito vidro, conferindo um visual atual, porém isso não é plenamente adequado para o conforto interno. O uso de brises e placas nas fachadas irão permitir a diminuição da insolação, podem cobrir janelas desnecessárias e ainda irão compor a identidade visual do Centro Hospitalar. Tecnologias Construtivas Um ponto primordial para garantir a simplicidade espacial de um projeto é uma modelação que permita amplos espaços livres. O uso de estrutura metálica atende essa intenção. Vigas e pilares metálicos irão compor a totalidade estrutural do ambiente, além de também permitir internamente um visual contemporâneo. Orientação A identidade visual dos brises, que serão coloridos, garantirá a diferenciação entre os prédios para os usuários. As fachadas portanto garantirão a orientação externa sem grandes problemas, com entradas bem marcadas.


Conceitos, Princípios e Diretrizes Norteadoras Para permitir o fluxo interno, algumas áreas servem como centros de integração. Dois deles são os mais importantes e permitirão o fluxo comum de ambas as áreas se encontrarem, o jardim (principalmente entre administrativo e hospitalar) e o santuário (principalmente entre hospitalar e educacional). Corredores irão garantir outros fluxos mais intensos e mais urgentes, ou aqueles que necessitam ficar fora do fluxo comum. Sustentabilidade O setor Noroeste já possui diversas regulamentações que visam um bairro sustentável, como o reaproveitamento da água, uso de energia solar e recolhimento automático de lixo por dutos. Para garantir um espaço aconchegante, os jardins serão abundantes, tanto externamente quanto internamente, principalmente no santuário. O uso de flora nativa será buscado visando uma maior sustentabilidade do projeto. Estética Algumas palavras já usadas podem definir a linguagem do edifício: tipo, simplicidade, identidade visual, contemporaneidade. Uma imagem a se buscar será a contraposição entre a contemporaneidade arquitetônica (que hoje leva muito a ideia do tipo) e a tradição arquitetônica da cidade (o modernismo). A simplicidade da arquitetura também deverá se contrapor com alguns diversos detalhes que irão ser colocados na obra, criando sua identidade, diferenciando os prédios uns dos outros para os usuários.

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Geometria Geradora DO CONCEITO... O processo inicial para a criação de uma forma para o hospital foi ter como base alguns princípios pré-definidos. A necessidade de criar zoneamentos claros exigia diversos prédios diferentes para cada função que possuam dimensões apropriadas. Uma praça seria uma parte importante do projeto. Garantindo o verde da vegetação e a busca por uma integração entre os edifícios. O auditório deveria ser uma parte importante da arquitetura. Por sua forma característica e a possibilidade de brincar com ela, isso poderia ser um partido a se tirar proveito. O projeto não poderia ter uma forma muito complexa para evitar gastos desnecessários na estrutura do projeto, que deverá ser simples em sua modulação, mesmo sendo de aço. A divisão entre parte administrativa, educacional e hospitalar já pensada anteriormente teria outra especificidade: a parte hospitalar é que deveria ser em altura, para permitir uma identificação mais rápida com os pacientes. ... À FORMA Para criar uma forma básica, algumas geometrias foram inicialmente pensadas: os partidos em U e L. A partir deles teria-se a praça integradora na parte vazia, a forma geométrica simples da estrutura e o uso de um apêndice para criar o auditório. A ideia de criar edifícios separados foi largado, pois esses partidos permitiriam o zoneamento entre as lâminas. O processo termina com o partido em V, retirada a partir do Sanatório de Paimio.

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Referências Arquitetônicas Algumas ideias básicas entre os conceitos e diretrizes que visam nortear o projeto foram determinantes para encontrar algumas referências arquitetônicas. A forma do hospital foi pensada de diversas formas incialmente como demonstrado anteriormente. A ideia de criar uma praça que integrasse os edifícios foi primordial e os partidos em L e U apareciam como os mais vantajosos e visíveis. A ideia final ficou com a planta do Sanatório de Paimio de Aalto. O projeto usa um formato mais próximo de um 4, com ângulos e a criação de um prédio para a hotelaria pós-cirúrgica que se diferencia do complexo. A forma básica foi aproveitada para criar o projeto e trabalhada para permitir uma praça integrada. A busca por um tipo hospitalar fez com que inicialmente as buscas fossem centradas nesse tipo arquitetônico específico, porém a busca por um linguajar ao mesmo tempo moderno e contemporâneo se mostrou produtivo para que aí sim, o tipo fosse criado. Não apenas a busca pelo tipo, mas a ideia de uma linguagem arquitetônica se mostrou forte nas buscas. O uso de formas cortadas, entrelaçadas e com diversos planos foi conclusivo para a ideia de um visual arquitetônico forte e ao mesmo tempo contrastante com o branco do moderno, comum e clássico da cidade de Brasília.

A criação da praça integradora também te como base referências diversas, que vão desde praças urbanas até praças de complexos de edifícios. A ideia é criar uma praça em desníveis, se aproveitando de parte do declive do terreno e fazer uso de rampas e escadas para permitir diversos caminhos e áreas de convivências entre eles. A fim de evitar muitos espaços sem uso, uma ideia a ser considerada será o uso dos próprios desníveis como áreas de convívio, tantos escadas e e rampas quanto muretas espalhadas. Tendo como delimitadores o Centro e o auditório, a praça se seguirá para o estacionamento externo do prédio por meio de calcadas.

O santuário foi encontrado durante a busca de tipos arquitetônicos hospitalares. A ideia de um espaço zen, de repouso, apreciação da natureza, espera e encontro serviu como liga para a conexão interna entre os edifícios. A ideia retirada de um hospital de Chicago portanto servirá como ponto de encontro, passagem e parada de tosos os usuários do espaço, inclusive os que tiverem feito cirurgias. O uso de natureza interna poderá permitir a interação dos pacientes com o meio. Paredes de exposição podem servir para trabalhos de crianças em terapia, dicas de saúde ou como expositório dos alunos. Nos seus fundo deverá haver corredores de serviços para permitir o caminho mais rápido para médicos e funcionários entre os ambientes.

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Referências Arquitetônicas

Sanatório de Paimio - Alvar Aalto – Paimio, Finlândia

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Referências Arquitetônicas

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1 – Edifício no centro de Adelaide, Austrália 2 – Estudo de composição para FNB Stadium – Populous – Johanesburgo, África do Sul

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5 – Reforma Cassino de Montreal – Provencher Roy – Montreal, Canadá 6 – Nolitan Hotel - Grzywinski + Pons - Nova York, EUA

3 – Detalhe reforma do UIC Building – UNStudio Singapura

7 – Res. Estudantil Ciudad Del Saber - Eduardo Crafig e equipe – Cidade do Panamá

4 – Click Clack Hotel – Plan B Arquitectos – Bogotá, Colômbia

8 – Nova Estação de Metrô de Paris – Kengo Kuma – Paris, França

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Referências Arquitetônicas

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1 – Diagrama de Parques Flutuantes – Bokkers

Van Der Vem Architects – Rotterdam, Holanda

5 – Requalificação Urbana Area Riva – Maria

2 – Masterplan Campus Norte BGU University –

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Vitoria Mastella e Laura Mazzei - Turim, Itália

Chyutim Architects – Beer Sheva, Israel 3 - Vendsyssel Hospital – CF Møller – Hjorring, Dinamarca

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Referências Arquitetônicas

Crown Sky Garden, Ann & Robert H. Lurie Children's Hospital of Chicago Mikyoung Kim – Chicago, EUA

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Análise do Terreno O terreno localizado no Setor Hospitalar Noroeste está localizado em uma diagonal com relação ao Norte. Suas fachadas estão localizadas então num ângulo de aproximadamente 70º. Ventilação Como em Brasília a ventilação maior ocorre de leste para oeste predominantemente, essa é a fachada que deve possuir os ambientes que necessitem de vento. Como a ventilação exagerada não é agradável muitas vezes para o ambiente hospitalar interno, os fechamentos serão necessários para ainda manter o espaço protegido.

Insolação A insolação de Brasília é claramente mais forte e desconfortável nas fachadas norte e oeste, que são mais quentes, intensas e duram por mais tempo. Essas regiões serão usadas para a parte técnica e funcional do centro hospitalar, pois a preocupação solar é reduzida nesses ambientes. Quando não possível, as fachadas serão tratadas com placas e brises para diminuir a incidência pela parte externa, minimizando ao máximo a necessidade de cortinas internas.

Acústico Por ser um hospital que tratará de problemas de fala, audição e respiração essencialmente, a questão do barulho é muito importante. As fachadas norte e oeste, a s de maior incidência solar, são aquelas voltadas para as ruas, sendo que a oeste está diretamente voltada para a via de maior movimento. Essas fachadas não devem ser utilizadas para ambientes de pós-operatório e terapia por exemplo. Declividade O terreno decai cerca de 6 metros na sua diagonal, noroeste a sudeste. Porém, a ideia da implantação do edifício hospitalar não usará a totalidade do terreno. O espaço usado deverá se restringir a sua porção norte, onde o decaimento é de apenas 4 metros. O tamanho proposto do hospital não deverá ultrapassar os 2 ou 3 metros de decaimento. Para a implantação do hospital, movimentação de terra será necessário para garantir o nivelamento do prédio, porém o decaimento se manterá em sua praça central.


Análise do Terreno

Situação Terreno Atual 1:50000

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Proposta de Zoneamento A simplicidade do zoneamento busca a ideia de criar espaços determinados para cada função. Os blocos, que terão suas fachadas tratadas com cores determinando suas funções, foram divididos conforme o tamanho de cada área necessária e levando suas funções em consideração com a iluminação natural do terreno. central portanto irá criar a união entre os ambientes, tendo o auditório a sua função de levemente fechar o espaço vazio. Definir os locais por onde vão passar os usuários e onde permanecerão é básico para determinar o zoneamento.

Administrativa

Educacional

Hospitalar

Funcionários Alunos Médicos Funcionários Funcionários

Pacientes Funcionários

Administrativo A parte administrativa ficará próxima ao norte, onde deverá ter um estacionamento próprio para os funcionários. Sua posição foi assim posta por ser uma região que não deverá mexer diretamente com os pacientes. Pelo fato da fachada norte possuir a insolação mais frequente e mais intensa, essa região possuirá as salas técnicas e o espaço funcional, menos exigentes com relação ao conforto. Educacional Por ser um ambiente de meio termo, tanto terá contato direto com pacientes quanto não, ele ficará posicionado no meio. Nesse espaço estarão localizados as salas de aula, a biblioteca e os laboratórios. O santuário estará localizado no mesmo ambiente, integrando e servindo como passagem para a área hospitalar. O Auditório estará na praça, levemente enterrado e servindo não apenas ao hospital mas também eventos externos. Hospitalar A parte hospitalar estará localizado na torre sul, de maior gabarito garantindo seu funcionamento total e sem haver grandes distâncias. No térreo se localizará a parte de atendimento imediato, o segundo pavimento possuirá o espaço de terapia e diagnóstico e o último pavimento conterá a parte cirúrgica. Os pavimentos não possuirão o mesmo tamanho, pois as necessidades de cada pavimento possuem dimensões diferentes para funcionar. Isso permitirá uma arquitetura diferente.


Proposta de Zoneamento A premissa inicial foi posta em prática na concepção da forma do projeto. A divisão em áreas, zonas, administrativa, educacional e hospitalar permite que o fluxo de pessoas seja bem definido. A entrada para funcionários e estudante ocorrerá na área administrativa, que levará à área educacional. Esse permitirá chegar à área hospitalar, onde tanto alunos, quanto médicos e pacientes irão se encontrar.

Os pacientes porém só terão acesso ao prédio hospitalar, com 3 pavimentos, aonde se acomodarão todas as salas médicas. A parte educacional e administrativa são as áreas onde poderá haver um uso mais misto de suas áreas a partir de necessidades futuras, já que as duas serão inteiramente interligadas internamente. A parte educacional, por servir de passagem para a área hospitalar e como ponto central do Centro de Excelência acomodará o Santuário.

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Proposta de Projeto Um grande jardim, uma grande praça, se forma em seu centro. Esse jardim que deverá cruzar os caminhos, integrar os prédios e criar percursos e estadas.

O projeto veio da intenção, portanto, de criar espaços separados para cada função, um zoneamento claro, e a distinção clara de seu tipo. A criação de uma torre hospitalar foi um dos primeiro pontos. Baseado no sanatório de Paimio, de Alvar Aalto, o projeto de uma torre conectada foi então posta em prática. A forma do sanatório foi lembrada e usada como base para a criação do planta do projeto. Uma espécie de “V”, onde uma de seus braços irá conter a torre hospitalar e outro a parte administrativa, tendo sua base a parte educacional.

Em meio a ele será formado o auditório da educação. A proposta é procurar usar um “grid”, que deverá formar os percursos principais do pátio, como geometria formadora do auditório. Devido à queda de cerca de 2 a 2,5m dessa área do terreno, parte do auditório deverá ser enterrado, criando uma linha tênue e suavizando seu impacto na entrada do hospital. O Santuário, que estará localizado também na base do “V” irá criar a permeabilidade entre o externo e o interno e fará a conexão entre as prédios. A divisão interna, essencialmente da parte hospitalar se dará em níveis de diferentes tamanhos. Com a parte cirúrgica e pós cirúrgica no último pavimento e o atendimento imediato localizado no térreo, os outros consultório estarão localizados no 2º pavimento, especialmente a parte de terapia e diagnóstico. Os fundos do hospital, fachadas norte e oeste, deverão possuir a parte de apoio, parte técnica e de serviços, todos os ambientes que não necessitarem, ou que pouco importe a quantidade, de luz natural. Essas áreas deverão possuir os corredores internos de pessoal, permitindo o fluxo intenso e urgente se necessário.


Proposta de Projeto

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Locação Terreno Atual 1:2000

1º Pav 1:750

Corte Leste-Oeste 1:750

Fachada Leste 1:750

Fachada Norte 1:750

Fachada Oeste 1:750

Fachada Sul 1:750

2º Pav 1:750

Corte Norte-Sul 1:750

3º Pav 1:750



Lucas Feijão 11/0128826 Tamara Lima 10/0028061 FAU-UnB PA6 – Funções Complexas 01/2015


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