Revista Víbora - 6 Edição

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E pode ser realmente o teu corpo e o teu sangue. Como o sabe a erosio vertiginosa da masturbagio. Para na, 0 anel. Na sombra da morte.

16

da imagem, ressurge a nascente freudia-

Nio sabes se esse momento

6 o da tua apa-

rigio, ou da tua desaparigio. Se 6 a tua ressureigio ou o teu suicfdio que te espera. Da acidez ressequida do combate desponta o seu odor. E disso tu lavas as

mdos. Mas ele voltard e tu mds um vez te embriagar{s com o teu pr6prio odor.

lr{s a galope. lmagens atr{s

de imagens. Mas a fulguragdo, o espsmo, e

as delicias sio irreverslveis, e imediatamente reversiveis. Competente cinismo da iconografia em papel de lustro, brutal conhecimento da dor. E v6o tenor simdtrico da iconoclastia sexofdbica dos esquerdistas. Nf,o querer ver, nio querer saber. A ideologia da nascente, c0m0 a ideologia da natureza, precisamente no momento hist6rico em que todas as nascentes fervem de tdxicos, onde to-

da a natureza desabrocha em lucro e espinhos. ATENQAO, neo-adamitas, a VIBORA regressou. Ahl Ahl Ah!

Recebemos cartas de todos cantos do Brasil e de outros pabes, E em

todas queriam saber por onde comegar a desmantelar esta sociedade. Como odiamos servos, repdrteres, perguntadores, etc.,. Respondamos com o n0ss0

mais profundo desprezo. E seguimos cagando nesta cambada de adoradores da inteligOncia, veneno e coragem desta revista. E por ora estamos interessados, n0 livro "Manifesto Aberto

I

Estupidez Humana", que finalmente qualquer

"populacho" pode focinhd-lo ou fazer dele assim como desta revista um passaporte para o caos. Adiante senhores, delirem, ehvergonhem-se, em nossas pdginas de mis6rias. Adiante, espiem nosso v0mito ...

Editor-

Kleber Lima

Colaboradores - Ezio Pires, JoSo Viana, Renio Assis, Joanfi, Jo6o Rochael, Carlos Vieira, NieEscte, lnez l{loortmann' Wagner Oliveira, Ezio Flavio Basso, Emil Tess, Chiquinho, Bunoughs, plfnio Augusto Coelho, L6ia Caoe rnartori, E.M. Cioran, Nelson Maravalhas, Ahertina da Silva, Proudhon, tlfgia Verdi, ruilru anger Astd;ias. Jane Sim6es, Ralael Banet, Sade, E' Le6o Maia, Schopenhauer, A.C. Medawar, bobtivag'ao, wlson de Morais, Bakunin e todos aqueles que implodem a mis6ria...

Corresponddncia

-

Para Caixa Postal 'l12g77

-

Brasllia - DF NENHUM DIREITO RESERVADO


Editoriat

Aqueles'que apesar da

AIDS da CI'/BB continusm C

' trepando e lufando pelo direito inquestionriuel de goz:ar

8

Vibora No ano nacional da farsa

01


Tu, com toda essa coreo$rafia de demente, jamais visitaste uma pris6o, um manicOmio ou um sanat6rb velhos, e por isso n6o sabes nada de ti, nem daqueles que por ti pagam com a vida.

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A podriflflo do poder Elcio varanaa

Ndo se sabe se 6 nojo, vergonha or simples indigna g5o o que afasta os urubus do lixo do poder em Brasflia.

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vio para os que t6m nojo. Jd imaginaram uma greve do nojo. Seriam milh6es de grevistas com o dedo ou lengo no nariz, num sinal significativo de potesto contra a putrefa.

lndignados no trabalho didrio, os garis respondem: uO lixo de hoje tem o mesmo fedor do lixo de ontem".

96o do Poder.

Uma das coisas mais lindas no ser humano 6 ainda a indignagdo. A hist6ria dos libertdrios e revoltados tem revelado isso. E hd momentos em que a capacida& de indignagSo provoca discursos e manifestagSes co{n a semelhanga de v6mitos. Na prdtica, o v6mito @s indignados 6 um

.

"do.

Essa greve do rnjo comegaria por uma cidade cons. trulda num lugar denominado de "Plano Piloto", que aF

guns poetas chamam de ?lano Pilatos" e que estd podre de tanto poder. Te tfo podre que nenhum urubu se anF mou em voar por ela ou pousar nas suas drvores, muros e Pal6cios. Para os sanitaristas, o que efetivamente espanta

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arnbientes de ar conditiiofihdo dos seus gabinetes bem fe. chados, onde outras c6isas iedorentas s6o preparadas em frcrma de decretos. Para sustentdr a fdrsa, oli donos de jornais e canais de TelevisSo, jd podres de ricos porque receberam umagcF

na preta do Poder apodrdcido, vao ficar mais podres ... O ledor que espanta atd urubus tem agora o nome de consti. tuinte, e vai ser muito bem anunciado pelos donos da imprensa comprada e alugadd. R6tulos como os de "pacote" disso e daqUib tâ‚Źm mesmo o som de peidos peidados em forma de noticidrio pela TelevisSo e manche-

e 'pacto"

tes dos jornais. Em alguns hhrlncios de TV, tdm sido oferecido um desodorante ehComendado para aliviar a fedentina da grana das estatais e coisas e tais.

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A tal de"Nova Repfblica" foi abortada em ambiente que continua cheirando mal, porque um morto foi substituldo por quem se veste sempre como agente de funer6ria cr.rltura. Esse agente, para disfargar, criou uma coisa que n6o fede nem cheirai uma lei para o.s artistas serem ajudados pelos empresdrios. Discordo logo de quem diz que a lei n5o fede nem cheira. Ela fede. E muito. Est6o tentando com a lei o nosso controle de liberdade de criagdo. E para justifibar esse controle vende para os idiotas a ilus6o (ou farsa oficial) de que os incentivos fiscais para as artes .v6o significar 'o nbo-renascimento cultural brasileirott.

Serd que existe este Pais?

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56 vivendo num Pals de imbecis para aceitar essa lei feita por agente funerdrio da cultura. E se algudm estd aceitando a lei da farsa 6 porque esse Pafs existe e estd cheio de imbecis. Aviso que 6 uma lei com o mau cheiro da censura econdmica. E explico: primeiro foi feita para que certos empresdrios deixassem de pagar impostos em troca de ajuda ao governo. E eles est6o ajudando na construg6o de alguns monumentos A ignordncia nacional. Reparem que o mau cheiro da lei estd na Praga dos 3 Poderes, naquele sepulcro caiado, que 6 o panteSo da liberdade (coitadinha da liberdade...). Esses ajudantes do Governo que ficaram isentos de impostos, est6o construindo at6 casa de cantadores de qud ou de quem? Jd construfram a primeira numa cidade sat6lite, assim como a constru.g6o de um circo Lei podre porque cont6m uma censura econ6mica, na medida em que nenhum dos empresdrios e nenhum governo que os ajuda, vai divulgar ou produzir artistas

que atrav6s de suas obras revelem, ainda que de forma m6gica, leve, e estdtica, criticas aos seus lucros ou intere+ ses econOmims e politicos. Acabam com a liberdade de criag6o. Por isso 6 uma ilus6o de imbecis acreditar em cultura por decreto. Para os artistas que nuncaqfuSo divulgados por essa lei malcheirosa, resta mesmo a tenivel escolha nietscheana: "Morrer de arte ou morer de verdade'2????EY.


"Um olho ndo pode resistir a0 prego que procura furi-lo"; mas 0 olho tem uma S'u@rklade sohe

o

go: ele o v0 chegar

verdade :

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Sade-(1787)

Qual 6 essa qriim;,ra inpotente 9 estdril, divindidade que apregoaao imbecil um odioso tropel de curas embusteiras? Querem que eu sejii'm d6s seus sectdrios? . Ah, nunca, isso jum. ManGrei a minha palavra: nunca a esse f&lo ofereoerei idolatria. Esse fillio do &lftio e da zombaria nunca poderd cart$iar-trre o menor impressSo. Contente e glorioao do meu epicurismo, pretenderei expirqr anrrl doce ateismo a esse infiime,DerE qtE pretendem criar essa

apenasotpbgopalablasfetux.

.

Ah, sim, v5 ilusfo, rninha alma te detesta e para bem calar

o

reli

cons'2nte protâ‚Źsto

quisera por momentos @er dispor e saborear da gl6ria de te insultar. Mas que 6, de fato, esse fantasma v5o, trivlalidade de Deus, invengSo iagrata que nio se pode ver e ningu6m aDalisa por medo do insensatp e do sensato riso? Quem se escapa ao seltido, I intelgâ‚Źncia , senSo este filho do homem selvagem sem consciâ‚Źncia que regod com o sangue dqsde hd milhares de anos uittou r" nos reveia-codtr- senhor? "Pretendi analisar o inftil miser6vel e o meu olhar filos6fico nio o achou entranMvel; apenas viu como motivo das nossas rehgi6es um erxame soez de contradig6es que se rompe e desaparece emJace de uriSimples [exame.

Por isso, pode afirmar-se que a crenga nas66 gragas ao nosso medo e 6 filha da esperango" Mas qual 6 a razb dp nrentiroso abjeto que pretende cingir-me ao seu indtil trajeto? Necessito eu de Deus que a minha l6grca pesa para justificar a natarcza? Nela tudo existe e no seu seio criador se agita a cada instante sem um princlpio motor. Ganharia eu algo com essa bifurcag6o? E Deus revelia-nos as leis que regem a criag6o? Se ele cria, se foi criado, continuarei assim tambdm inseguro como dantes em me unir ao seu destino.

Fora, fora de mim, infernalimpostura, o universo aguarda a tua fatal sepultura. Tudo o que temos sdo coisas naturais, teu d apenas o nada que analulreza nos criou. Evade-te, exectdvel quimera! Vai para longe do mundo, abandona a terrat onde s6 ver6 pecados emperdernido*, coberto$ de ouropel; j6ias dos teus amigos. E, quanto a mim, jd 6 tanto o 6dio que me inspiras que com prazero Deus vil, e voluptuosarnente' seria o teu verdugo se existisses realmente; oferecerias assim i minha sombria vinganEa o prazr;r do rneu abrago que iria ao teu coragdo

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para que conhecesses de mim 6dio b s6rio. Mas 6 in{til, n6o existe$, ningU,6rh tb Fdde abragar e a tua es$encia escapa-se a quem quibera alcangar-te. N'6o tc posso afastar, mal ehtre db rnoriais gostaria de derrubar os teus ihfames altaJes e demonstrar ao mundo que Deug ainda cativo, e irris6rio aborto bebedor de orag6es n6o conseguird p6r termo a todas as paix6es. Movimentos sagrados, paix6es sem ambages, s€de para sempre o objeto das nossas homenagens. A 6nica coisa que se pode dar ao homem sensato, a 6niea coisa que chega ao nossa coraqSo, € que a natureza domina a nos;d'a raz6o: cedamos ao seu impulso, i etia forga e viol€ncia . para subjugar nossas almas sem recorrer i resist€ncia. Ondule plenanrente a lei d'os prruzeres e a voz do desejo inunde os nossos seres. Haja qualquer desordem e sopre qualquer vento devemos prosseguir e sem qualquef ressentimenfo, , sem perscrutar as leis, sem seguir os hdbitos, abandonar-se ldnguidos, cheios pelo sentimento de adorar as imposigOes da natureza. Respeitaremos s6 o seu divino murmfirio esses que em todos os lados as vds leis sufocam, O que parece ao homem uma horrlvel injustiEa 6 efeito total dos seus olhos enfermos: se algo se revelar monstruoso para os nossos hdbitos recorramos d natureza que nos recebe corno irlteiios.

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Essas suaves aE6es que julgais letcis, os intensos desejos que chamam criminosos s6o resplendores normais da natureza.

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Quando ela nos permite, simplesmente,6 sublime e at6 nos confia as vitimas para o crime: torturemo-las sempre e nunca pensemos fazer rndade terrivel: sigamos os nossos desejos. Ela anula o as,at e os pais, os filhos, templos, bord6is, devotos e bandidos, tudo lhe pertence e nela n6o hd delitos. Cumprir{amos comela ao cometer o crimei enquanto rnais o excesso, mais ela nos recebe. Usemcs as forgas que ela exefce em n6s. entregando-nos a gostos monstruosos: ningudm se torna ingrato por gostos homicidas, incestos, violag6es, roubos, patrid{cios, pra?:eres de Sodoma ou brincadeiras de Safot ela tudo recebe num prazenteiro abrago.

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Derrubando os deuses, roubemos-lhe o seu trono fulgor agoitemos a vida

e com este

que ndo nos incomode ou nos encha de medo. Nunca a inibigio, n6o, porque as maldades servem de exemplo vir.o is negras proezas ... Irlada de sagrado existe; tudo no universo se relaciona com o fogoso jugo do nosso corpo. E quanto mais nos multiplicarmos, mais infAmias

loilletemos e mais as sentiremos na nossa alma de feiro. Escurecendo ao mdximo os nossos negros ensaios os dias e as noites nos conduzem ao pecado. A natureza, ap6s os anos suaves das divinas brincadeiras, depara-nos com esta sorte: uma cova qu9 espera para Dos re@mpensar

fim de toda a vida cairmos nos seus bragos pois tudo nelad vida, tudo se reconstr6i: grandes e pequenos, mdes, mulheres, pervetidas ... E n6s tamb€m somos tio suaves aos seus olhos: monstros ou libertinos, mediocres ou virtuosos. e no

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mae RafaelBaffott LONGA NOITE de innerno. E a mulher gritava sem parar, retorcendo o

corpo magro, rnodendo os leng6is suios. Uma velha, vizinfffi 3ua na Pequena dgua-furtada, tdmava em tazâ‚Ź-a engolir algtrns tragOS do um vinho espesso e azul A c*rama da ldmpada monia lentamente.

O papel das paredes, apodrecido pela dgua, descolava-se em grandes fanapos, oscilantes i aragem noturna. Ao p6 da ianela dornila a m6quina de @stura, com o trabalho ainda preso entre os dentes. ExtinguiU"Sâ‚Ź o lume, e a mulher, sob os dedos trâ‚Źmulos da velha, continuou gritando na somb{a:, Deu

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luz pela madrugada, Agora sentia-se invadida por estranho-e

profundo bem-estar. As ldgrimas cafam-lhe dos olhos entrecefedoS. Estava sozinha com o filho. Porque aquele embrulhozinho de carne tenra e cdlida, colado

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sua pele, era seu filho...

Amanhecia. Um clardo livido veio manchar a miserdvel habitagio' Ld tora, a tristeza do vento e da chuva. A mulher olhou para o menino, que lan-

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gava o seu gemido novo e abria e aproximava a boca, a boca,vermelha, larga ventosa sedenta de vida e dor. E entio a mde sentiu uma imensa ternura

garganta. Em vez de dar o seio ao filho, deu-lhe as m6os, suas descarnadas mSos de operdria; agarrou o pescogo frdgil e apertou. Apertou

subir-lhe

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generosamente, arRorosamente, implacavelmente. Apeftou at6 o lim.


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A rnfisica cigana

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rimentado pelo ouvinte, unicamente, n6o pelo executante. Serd talvez aquele quem sofre - a sua liberdade perdida a sua dignidade pisada, o seu estado "selvagem" sacrificado a uma hipot6tica "civilizag6o". Serd talvez aquele que sente despertar em si a nostalgia da "viagem", da Nature

Num epis6dio de uma conhecida s6rie juenil, o hel6i, ao aproximar-se de um acampamento cigano, e ao ouvir os sons de uma guitarra, exprime a sensag6o que experi-

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menta pelos seguintes termos: "Que nostalgia, a desta mdsica'. Esta id6ia de nostalgia surge muito freq0entemente ligada A mrisica Rom. Mas, perguntam-no, nostalgia de que, de onde, na mpp[ida em que nostalgia 6 um sentimento que se refere,ffigosamente, a uma refer6ncia

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za, e revolta-se contra leis antinaturais que lhe s& por um "modus vivendi" que substitui o conceito de

pelo de "bairro".

O fato 6 que mesmo uma melodia executada gremente desperta naqueles que a ouvem toda uma variada gama de sensag6es de angfstia, de solid6o, de so

espago-temporal qualquer?

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frimento, mesmo de medo, que muitas vezes os pr6prios

A mfsica cigana refletird a rostalgia da pdtria distante, da brigem. Talvez, para aqueles que pensam que t6m uma p6tria original, uma origem que n6o sejam eles pr&

executantes n6o conseguem compreender. L E por isso que a mfsica cigana, o violino h0ngaro guitarra a espanhola, s6o, e certamente permanecerSo, um mistdrio para o gadio.

prios. :

Talvez a nostalgia seja, afinal, um sentimento expe' 1':

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08


escuta uma composigSo, uma "seguiriya' (urfia das mo dalidades do canto flamenco), 6 o que fdz exclamar um "016" de aprovagSo, um "adelante" de encorajanlâ‚Źnto. "EJ Duende" 6 forga de uma guitarra tocada por rn& de mestre - 6 o poder, o magnetismd Bcssoal do executante. Um bom mrisico consegue transformar uma melodia sem qualquer valor numa obra capaz de 6CIRduzir o ouvinte ao 6xtase, porque tem "Duende". "El Duende" 6 um podef m6gico, no sentido mais objetivo do termo. Ora, toda a m0sica oigana, espailhola ou n6o, assenta sobre esta pedra angulat a magia, a

Ao falarmos de mdsica cigana, deverfamos falar,. especialmente, da alma cigana, pois 6 esta quem caracte' riza fundamentalmente a sua atividade artlstica, seja ela qual for. E, por alma cigana, deverd entender-se a capacidade de dar vida, "alma", a um inv6lucro, neste caso musical, pr6existente. S5o sobejamente conhecidos os casos de jovens namorados (e n6o s6) que, ao escutarem as melodias dos violinistas ciganos nos restaurantes da Hungria e da Bulg6ria, se suicidavam em seguida. Gregori Rasputin, o grande staretz siberiano, dangava freneticamente ao som dos violinos ciganos. As pdginas sociais da 6poca acusaram-no mesmo de se ter uma vez despido em p0blico, num restaurante tomado de uma esp6cie de dxtase fren6tico, ao escutar os violinistas, para

-

forga dos elementos; o "Duende".

Nesta perspectiva, taiaf ee mrisica cigana 6, tem de ser, falar de uma certa "Filosofia da mtsica", na medida em que esta, longe de se caracterizat pol uma uniformidade, por uma individualidade objetiva, demarcaâ‚Źe, isso sim, pelo seu "subjetivisf,to". E d nesta filosofia da mrjsica que consiste, verdadeiramentgt o "apport" do povo Rom d m0sica - o da sua pr6pria filosofia da vlda. Uma intenogag6o inicial: na m0sica, 0drho; alids, na

gdudio da oposigdo local.

Os espanh6is utilizam um termo muito interessante, com que qualificam a "forga", a "alma", de uma melodia ou cangdo

- "El Duende".

"El Duende" 6 o poder que arrebata

o ouvinte que

-a.pAf 09


vida, que distingue o cigano do gadio? E o que temos vindo a observar: a recusa de obedecer a moldes rigidos recusa instintiva, evidentemente -, a tipologias definidas' a instituig6es estranhas, n6o ao cigano em si, mas ao Homem no seu estado puro,'selvagemo, mdgicot porque n6o, sob certas facetas, tradieionai?

A vida sedentdri4 a'"civilina96o', a "cultura", tudo is' so estaria certfssimo, se se pudesse considerar vidA se se mantivessem os elos tradiOiorlais agora cada vez mais desfeitos, e cuja destruigSo progressiva constitui o ponto

de partida para o desequiiibriO d6piritual no nosso tempo, corno Jung t6o benl corlslatdtlr itara o homem do nosso tempo, a vida j6 n6o 6 vida do inesmo modo que a m0sica jd ndo 6 mtlsica, mas sorl Que a poesia jd ndo 6 poesi4 mas lingiifsticA que a literatura jd n6o 6 literatura mas semintica que a rnagia j5 ndo 6 magia, mas pesquisa antro,pol6gica ou antropologia pura. O gadiq que rompeu os elos com as tradig6es, com a sua religido consigo pr6prio, em suma -, lefugia-se na academia, no partido, na universidade, no seu pr6prio apartamento - tra' ta-se, como alguâ‚Źrn tf,o bem apontou, de um ser parado, morto. A cultura lnstitucionaiiza'se, por isso more, pois a institucionalizagSoi nurha era como a nossa, significa a morte, a esiagnagSo.'Ndo existem milsicos, no verdadeiro sentido do termo,'de Oonservat6rio. Os verdadeiros mfsF cos s6o, saivo rar{ssirn# exceg6es, os que fogem dos conservat6riog, Urn. Conservat6rio conserv4 mais nada, e essa 6, quanio'muito, a sua utilidade. Daplhe qualquer ou' tro valor 6 pura loucura. E o magister dixi[ mas ao con' trdrio - o fim do caminho. Ora, num tipo de arte em que o conceito de'Duen' de', tem tanta importAncia, o academismo 6 uma impossi' bilidade, um contra-senso. Um duende 6 um ser mlstico, selvagem, m6gico, e a lgreja, n6o obstante nunca t6'lo rc' conhecido, sempre o temeu. Do mesmo modo, a acade' mia rejeita crcmo "selvagem', "brutal", tudo o que escapa aos seus pr6prios mitos - quando muito, cria um "depar' lamento especial', para proceder A an6lise.desses "abor' tos", mas sempre @m o intuito de recuperd'los, a curto, m6dio ou longo ptazo. A mrlsica de tipo acaddmico nunca 6 mais, parafra' seando Nietsche, que humana, demasiadamente humana. Raramente 6 sagrada. Nunca consegue ser mdgica. N5o existe encantamento - Duende - na mtlsica acadF mica. E este encantamento 6, afinal, a caracterfstica fundamental da mrlsio#gana. Quando falamos de en{bantamentq falamos dum fenOmeno "de possessdo", que se apodera n5o s6do ouvinte, mas do pr6prio arlista, Ao passo que aquâ‚Źle 6 transportado, este 6 elevado, no sentiiCo de que a sua gxecygao o arrasta a todo um universo interior, ao 6xiase. O mfsico cigano joga sempre com um ponto de apoio - uma das pessoas de audidncia em que fixa o olhar, e a quem "de-

dica" a sua virtuosidade. A sua m0sica tem, assim, o carS' ter de um exerclcio total, de uma elevagSo de todos os componentes do seu ser, e n6o o de uma simples gem" intelectual, por mais elaborada que seja. A m0sica torna-se, assim como o canto e a um vefculo, no sentido mais vulgar do termo' um de transporte que leva o m0sico para onde ele quer, ele 6 quem o conduz. E, ao contrdrio da "pauta", o "Duende" permite-lhe servir-se da sua imaginagSo permite-lhe deslocar-se para onde deseja, sem quai limitag6es que n6o sejam as suas pr6prias.

O cigano 6, como artista, o virtuoso por E por virtuosidade entende'se habitualmente a de transformar, de "dar vida", de "dar alma", a algo jd tente, a um determindo trecho, a uma certa melodia composigSo. A virtuosidade 6 por assim dizer a tica fundamental daquilo que definimos por m0sica gem. Mesmo quando se trata de um compositor ou de mrisico cldssico, a critica s6 o considera um grande arti quando ele dd provas de uma individualidade quando 6, afinal, um grande virtuoso. '8, normalmente, s6 serd um grande mrlsico quando descobrir em si

a "alma" que criou no deconer da sua ascese t6cnica: a domlnio do instrumento, ou da voz, ou do corpo' palavra, do seu meio de exPressio. Existe assim'uma diferenga muito grande entre conceitos de tdcnica e de virtuosidade, na medida em

primeira n6o pressup6e a segunda, e que.a pressup6e a primeira Uma mfsica de tipo mCgico, como o 6 a m0sica gana, tem de ser forgosamente uma m0sica da na virtuosidade. A utilizagdo mdgica de um musical, seja ele uma guitarra, um violino, a pr6prio voz o corpo imp6e, desde o inlcio, o domlnio t6cnico total se instrumento, assim como a transformagiq no

a

da transcend6ncia, daquele que o utiliza. No que diz respeito A t6cnica instrumental, esta pode falhar. A visSo mdgica 6 a visSo da da infinidade, e no momento em que a tdcnica do falhar, essa infinidade deixa de existir, para se trans

em limitagSo.

A mrlsica cigana 6 nostalgia, triste, ou um elo do para muitos, mas o gadjo ndo desconfia que ela para lembrar a todos que quem govema suas vidas 6 a tureza, e @mo a natureza, ela 6 fria, is vezes guente, gica, e traigoeira. O cigano toca e fere os tlmpanos gadiq'ou hipnotiza-o para lhe roubar alguns trocados, seguir celebrando a natdreza; enquanto do alto dos cargos e mdscaras, o burgu6s (gadjo) apodrece.

CHUQUEL SOS PIRELA, COCAL TERELA C5o que caminha, ndo morre de fome


O coraqao 6 um tapa-sexo

Escute o que diz seu deseio, ou o racismo dr flor da pele.

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escuta de nosga libido e nos esforgamos por decifrar e aplicar as mensagens que chegam at6 d6g pois nossa 6tica, ee ainda temos alguma, 6 viver conforme seus ditados. Tarela drdua, quase impossivel em virtude das instdncias antideseio que ainda t6m um poder consider6vel sobre n6s, em n6s como tambGm fora de n6s, e que se colocam como obstdculos didnte de nossas deciS6es. O que acon' consciOncia, nos colocamos

Esta 6 a 6poca de uma dupla liberagSo: de um lado, falamos da sexualidacle falamos, escrevemos, conferenciamos a respeito, filmamos, pedagogizarnos, filosofamos, mesa-redondamos, em suma nos maravilhamos por termos posto abaixo o tabu que fazia dela uma assunto proibido. Por outro ladon a sexuali-

-

dade fala em n6s: deixamos que nosso corpo se expresse. Desconfiando das dirctivas repressivas da 11


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sempre a singularidade de seus deslumbramen. tos profusio de seus desgostos, de um desejo, en. fim, que, m3l saido da pris6o, edifica suas pr6prias barreiras, suas muralhas intransponiveis. Hoje, quando aquilo que de mais profundo existe 6 a pele, todas as exclus6es s6o pronunciadas em nome do corpo. Atrav6s de uma estranha convergdncia, o desejo ostenta tranqtiilamente seus fundamentos racistas, no momento mesmo em que o racismo rEo procura outra justificativa al6m da libidinal. Ndo existem mais teorias da segregagSo. Hoje s6 hd reag6es. E uma mesma intolerdncia fisica, um mesmo reflexo dic criminat6rio que bane, nuns, os velhos porque sua velhice 6 visivel, os feios porque s6o feios, os jovens burocratas, por seu corte de cabelo e, noutros, os negros porque tdm um cheiro forte e os hippies porque supostamente s5o sujos. Sonnatizando-se, o racismo encontra uma esp6-

tece 6 que; cada vez mais freqtjentemente, em lugar de nos justificarmos nossos desejos, nos justificamos atrav6s

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deles. lnventamos esta nova legitimidade: a pele. Assim, o r6u pulsional tornou-se promotor no melhor dos mundos parandicos possfvel, onde o Outro, o estranho, 6 o indesejdvel e o indesejdvel, sem querer aprofundar muito, 6 aquele que ndo se pode desejar Pois a linguagem que o desejo fala de modo mais espontdneo 6 a da recusa. da segregagdo. O corpo tem seus metecos que a razie incorpora e, guisa de ordculos, nossas puls6es hera'

i

das promulgam osrracismos. Esperdvamos a inupgSo de um desejo-rio, a multiplicag6o dos fluxos sexuais para fora de toda residâ‚Źncia imposta, a efusio generosa da libido sobre o conjunto do campo social, e vivemos de fato sob o despotismo de um desejo avarento que escasseia "seus investimentos, de um desejo ocular que funciona por recusas, de um desejo feroz que 12 I

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cie de nova inocdncia. Mas por que a repugnancia estaria melhor fundamentada no corpo do que num grande princf-

seja pornogrdfico, para que as feidras, os desvios, as sexualidades extravagantes aquâ‚Źles que n6o dizem, antes do assalto: "Genital, aqui estamos n6$f'* todas as novas obscenidades saiam do purgat6rio, para que 6nfim nosso

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pio? Quando o corpo passa a ser uma espdcie de judasqp todos podem malhar, ser6 preciso cortar cabegas ou interrogar o funcionamento racista do corpo?

erotismo, ao inv6s de se cristalizar nas mesmas irnagens, assista d fragmentag6o de seus prdprios arqu6tipos. O que censuramos ao Espetdculo d a parcim6nia de suas figuras, a violâ‚Źncia de suas exclus6eS, dS fdeag, os comportamentos, os seres que ele confisca ao deSeio ao escorragd-los da representagSo. E multiplicando suas captltras que se libertard o desejo, 6 aumentando sua maleabilidade, enchendoo de crit6rios, pluralizando seus cddigos, que se aumentard seus tenit6rios. Melg do que subtrair as pul-

Uma pergunta como essa, por certo, ndo 6 moti. vo de prdzer= ela perturba nossas crengas mais enraizadas. Se a segregag6o apela para o desejo, e n6o para o preconceito, 6 todo o otimismo do Seculo das Luzes que vem abaixo: a maldade n6o provdm do erro, e a Verdade nunca conseguird abolir o racismo. Definha lentamente a id6ia de que serd possivel acabar com a discriminagdo atrav6s de palestras e conferOncias. Al6m do que, havia, mos apostado na subversdo sexual: nunca 6 muito agraddvel, ainda que comecemos a ficar habituados, ver uma ordem ser edificada em nome de princlpios dos quais se esperava uma revolugdo. Sem dfvida, sempre 6 possivel aBliqar a esse desrmrcnamento esquemas que id ser. viram antes para renimal a esperanga: assim como Stalin desviou-se de Marx e traiu o leninismo autdntico tamb6m o Espetdculo cativou, isto 6, capturou o desejo: o controle atrav6s da imagem substitui o controle atrav6s da repressdo. A sexualidade n6o est6 mais proibida, mas 6 a ditadura do cddigo que fala hoje a linguagem da liberdade. Esta redistribuigdo das cartas, esse New Dealdo sexo, imp6e um novo radicalismo para nossa modernidade:

s6es do Espetiiculo, querent6s eubtrair o Espetiiculo de sua avateza, tornd-lo enfim pdlirnorfo. eue ele ndo nos dO sempre a mesma coisa para amar; que, ap6s ter transgredido os limites do olhar, utilize toda sua auddcia na ampliagio do espago complexo de nossa cobiga. Do que nos queremos curar;de uma superpopulag5o de fantasmas ou de um malthusianismo draconiano? De nos investirmos naquilo que as irnagens mostram ou de nos desinvestirmos daquilo que elas n6o mostram? De uma sexualidade alienada ou de uma sexualidade mesquinha? Ao inv6s de lamentii-la, desfrutemos de nossa flexibilidade libidinal" fagamos corn qug ela trabalhe em turno g como apenas o Mesrnd 6 que age sobre o Mesrno, respondamos ao racismo das imagens mm outras imagens e n6o com argumentos, pulverizemos espetacularmente essa ordem imutdvel de exclus6es que hoje recebe o nome de desejo, a fim de vlver, n6o a indiferenga de uma sexualidade onfvora, mas exclus6es varidveis, escolhas aleatdrias, sedug6es imprevisfvels. Desejo piegas?

completo:

p6r fim ao Espetdculo e destruir todos os c6digos. O desejo fica tagarelando por ai, mas o verdadeiro desejo estd ausente. O puritanisrro o havia amordagado, privado de fala; agom 6 um usurpador que fala em seu nome. No pr6prio seb de nossa confusdo, nos tran-, qtiilizamos de novo: existe um verdadeiro desejo. podemos viver na promessa escatol6gica da felicidade. Nos-

Em todo caso, menos religioso, rnenos ut6pico que o discurso da desalienagno. E mais reallsta programar o desregramento do Espetdculo do que seu dgsapare. cimento. Pornografias, alids, jd existem: plurais, tfmidas, subterrAneas, vigiadas. Mas quem nos diz que um dia, bem pr6ximo, n6o haverd um filme terno e sacana, um filme enfim mestigo, que conte os amores de um pederasta e uma safista, que exiba uma orgia maravilhosa sem nenhum atletismo excepcional, onde velhos copulardo com criangas, onde estranhas velhotas ser6o as ,,gigoloas', de jovens efebos loiros, onde os 6rabes poderdo tocar na mulher branca. Estd tudo por fazer para fuzilar nossas recusas, uma a uma. Tudo 6 uma questio de truque, de oportunismo, de compromisso a fim.de entrar no forte e voltar contra a segrcgagiio sexual d-gnqnOes rneios espetaculares sobre os quais repousa ."u}f--..

sa sexualidade estd alienada e, portanto, doente: n6s a curaremos emancipando-a dessa alienagio. E se o contrdrio 6 que fosse verdade? Se ndo es-

tiv6ssemos sofrendo por estarnros alienados, mas por estarmos pouco alienados? Se ainda ndo estiv6ssemos doentes? Nosso desejo ndo precisa de verdades, de desmitificag6es, mas de tantos mitos que, ao final, n6o sabe mais onde promover sua te*Nao pedimos a lnorte do Espetdculo, por6m, sim, mais Espetdatlos!Acq.erre dizem que estamos submersos por uma variedade de imagens, respondemos que somos massacrados pela repetigdo dos mesmos modelos. A proliferagdo dos hard-cores, por exemplo, n6o deve iludir ningu6m. Uma pornografia bem-fodedora, majoritdria esmaga impiedosamente as heterodoxias sexuais e est6ticas. precisamog 6 de multiddo de pomografias para que mais nada

der.

Calma! He virus para todos 13

--\


I:

Para o fascista, a liberdade consiste em servir, trabalhar, acreditar, exaltar a vitdria e o sacriffcio

Maias.

midias, merda e morte a

.*

William Burroughs

Os antigos maias possuiram um dos calenddrios de controle mais exatos e herm6ticos iii usados no planeta, um calenddrio que efetivamente controlava os atos, os pensamentos e os sentimentos do povo em

uma casta sacerdotal, que mantinha seu pgder um minimo de politica e ex6rcito. Os sacerdotes ram que eomegar com um calendiirio rnuito exato ano tropical, composto de 365 dias divididos em dej zoito meses de vinte dias e um periodo final de cincq dias, os "dias Duab", QUe eram considerados especialmente adversos e, em conseq0â‚Źncia, converteram' se em tais.


Era essencial um calenddrio exato para a implantagio e manutengio do poder dos sacerdotes. Os maias dependiam quase por completo da colheita do milho, e o mdtodo agricola empregado era o de corte e queimada. Cortavam as plantas, deixava-se secar, e logo se queimava. O 916o era semeado com uma esp6cie de raquete. Os maias n6o tinham arados, nem animais dom6sticos a que pudessem atreld-los. Dado que a superficie do solo 6 pouco fdrtil e a seis polegadas de profundidade hd uma camada de pedra calcdnea, o arado n6o serve nesta zona e o mdtodo de corte e queimada 6 utilizado at6 hoje. O cultivo por corte e queimada depende de sua exata sincronizagSo. As plantas devem ser cortadas com tempo para que sequem antes de comeqarem as chuvas. Um erro de poucos dias, pode acanetar a perda da colheita de to-

dades consistiam em cerim6nias religiosas, m6sica, festas, e algumas vezes sacrlfJdoa humanos. Dessa forma, os sacerdotes podiam calculaf cpm toda exatid6o o que o povo estava fazendo, escutando e vendo em uma data determinada, passada oU futura. lsto, por si, haveria capacitado os sacerdotes para predizer o futuro ou reconstruir o pd5saelO com notdvelexatidSo, posto que podiam determinar sob que condicionamento estaria ou teria estado, numa data qualquer dada, uma populagdo mantida em hermdtico isolanrento durante muitos anos, protegida por montanhas e selvas indevassdveis das horciaS (h invasores que desceram pelo altiplano centraldo M6xico. Hii todo tipo de raz6es para se supor a exist6ncia de um terceiro catendairio secreto, referente i ordem precisa dos condicionaniâ‚Źfitor a que era submetido o povo sob a camuflagem dos festlvais, de forrna muito semelhante a de como um pfestlgiador usa a verbon6ia e o jogo de cena para eneobrir movlnientos que de outra maneira seriam ciBtrdos pelo ptiblico. Hd rnuitas maneiras de implantar tais cdndicionamentos, sendo a mais simples o condicionamento em estado consciente. Esta 6 uma tdcnica de implantar suges6es verbais ou visuais que afetarn diretamente ao sistema

do um ano. Junto ao calenddrio anual que regulava os trabalhos agricolas, existh um almanaque sagrado de 260 dias. Este calenddrio de cerimOnias regulava treze festivais de vinte dias cada um. O calenddrio de cerim6nias rodava sobre os anos e, em conseqtiâ‚Źncia, as festividades se celebravam a cada ano em datas distintas, ainda que sempre na mesma ordem. As festivi-

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neruoso autonomo devido ao fato da atengSo cons' ciente do suieito estar dirigida para outras coisas, neste caso o contefdo aparente dos festivais. (As su' gest6es em estado consciente n6o devem ser confun' didas com as subliminares, que s6o implantadas abai' xo do nivel consciente). Deste modo, os sacerdotes podiam calcular o que o povo via e ouvia num dia dado, assim como as sugest6es secretas a que havia sido condicionado naquele dia (...). E estes cdlculos lhes permitiarn reconstruir o passado ou predizer o futuro. Jogavam com cartas marcadas. Os cdlculos sobre as iustaposig6es dos diversos calendiirios tanto do passado como do futuro, tomavam boa parte de seu tempo, e se dirigiam mais ao passado do que ao futuro' 56o cdlculos que rctrocedem 400 milh6es de anos. Estas sondagens no passado remoto devem ser interpretadas como afirmag6es de que os calendiirios sempre existiram e sempre existirdo. (Todos os sistemas de controle pre' tendem refletir leis imutiiveis do universo).

implicitas na composigdo e correlagio dos artigos. As ordens contradit6rias s6o parte intrinseca do mdo ambiente industrial moderno: "Pare". o'Sigan', "Espere aqui", "Vd para ld", 'oPassen', n'Espere ld fora", "Seja homem", "Seja mulher", "Seja branco", "Seja negro"r. "Morra", "Seja voc€ mesmo", "Seja outra pessoa"rl "Seja um animal humano", "Seja super", "SlM",l "NAO", "Revolte-sg", "Humilhe-se", "CERTO", "ER-l RADO", "Senta", "Levanta", 'nDestrua", "Crie", "Vivaf hoje", "Viva o futuro", "Obedega i lei", "Desrespeite a! lei", "Seja espontdneo", "Decida voc€ mesmo", "Es-! cute os outros", "Fale'], "SILENCIO", "Economize",! "Gastg seu dinheiro", "Acelere", "Desacelere", "Direi'f ta", "Esquerda", "Presente",'oAusente", "Aberto", chado", "Entrada", n'Saida", t'Dentro", "Fora", etc., toda hora, Tudo isso constitui um grande dep6sito para

criadores

de

notfcias estatisticas,

As

automdticas incontroldveis s6o, precisamente, as servem para noticias. Os controladores sabem que ordens reativas v6o reestimular e, portanto, o que vai ocorrer. As sugest6es contradit6rias sdo a f6rmula da imprensa didda. "Tome drogas. Todo mundo drogas". - "Tomar drogas 6 um ERRO". Os jornaisi propagam a violdncia, o sexo e as drogas, e logo saem' com a velha musiquinha de BEM/MAL, FAM{LIA IGREJA E PATRIA. A coisa estd se tornando muito ddbil. O moderno calenddrio de controle estd quebrando. Na chamada sociedade "permissiva", os castigos estdo desequilibrados face aos pr6mios, o os jovens !l n6o se conformam com os asquerosos prGmios quei

Transportemos agora o calenddrio maia de controle para nosso tempo. Os mass media, iornais, rddio, televisdo, revistas, comp6em um calenddrio ce' rimonial a que estii submetida toda a popt"lla96o. Os "sacerdotes"n sabiamente, ocultam-se por trais de montanhas de dados contradit6rios e negam sua

exist€ncia. Da mesma forma que os sacerdotes maias, podem reconstruir o passado e predizer, sobre bases estatisticas e contando com o poder de manipular a informagSo, o futuro" A imprensa didrla, armazenada em arquivos e bibliotecas, permite a reconstrugdo do passado. E como podem os sacerdotes modernos predizer os fatos aparentemente fortuitos do futuro? Principalmente pelos muitos fatores dos mass-media que podem ser controlados e prognosticados: 1 - A composigSo dos jornais e revistas se decipreviarnente. Os prognmas de rddio e televisdo, de por si e em sua justaposig6o, s6o tamb6m planejados com anteced€ncia. 2 - As noticias'$dem ser exageradas ou minimizadas. Hd dez anos, as deteng6es por parte de drogas ocupavam quatro linhas na fltima peigina dos iornais ingleses. Hoje s5o manchetes na primeira pdgina. 3 - Editoriais e cartas ao dirctor, As cartas que se publicam s6o selecionadas de acordo com uma politica preconcebida. 4 - Os antncios. Assim, pois o calendairio cerimonial moderno 6 quase t6o previsivel como o dos maias. No que diz tllpeito ao calenddrio secreto, por meio dos an{ncios, edltoriais, relatos jornalisticos, etc, podem'se inserir quantas ordens reativas se deseiem. Tais ordens est6o

universal.

lhes oferecem. A rebelido 6 t Os controladores atuais possuem uma vantagen{ que ndo tiveram os sacerdotes maias: um impressio-l nante arsenal de armamentos que os rebeldes ndo po{ dem esperar sequer igualar. Quatquer um pode fabtical clavas e langas. Os tanques, os avi6es, os navios del

guera e as armas nucleares sio monop6lio de queml hoje det€m o poder. Conforme a dominagionsicOOgf,caf enfraquece, os poderes estabelecidos de hoje em dia{ descansam cada vez mais sobre esta vantagernf mantendo-se unicamente pela forga bruta. (Atd quei

ponto 6 tolerante a sociedade "permissiva"?) I Mas a vantagem dos armamentos nao 6 t5ol avassaladora como poderia parecer. Os controladore+[ necessitam de soldados e policiais que lhes maneiem[ as armas, e estes guardi6es t€m de estar sujeitos at controle reativo. Dai decorre que os controladores te- [ nham de se apoiar em gente cada vez mais est0pida ef degradada. (Devido ao imprescindivel condiciona-f mento para sua fungdo repressiva). { I

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Sapo inflado como soY

nada

nu

evo lre d ic ho ,

y mucho nenog Io reclamo. lle sigo a mi miemo. en eate caoino de desaPrendizaje' Todo ha sido dicho Ya.

i0h diosa taz6r., todos te invocanl maldito seas, todo 1o justificas. oh tal I engendro de la sensatez !

v.ez

de la idiotez. Por tf ae alian los peores enenigoa ojal6 la pr6xima vlctima de la peste seas t6.

Hay naturai"za's que con

la verdad mienten'

y nintiendo Buchas veces dicen 1a verdad' Como ven estas naturaLezas no encuentran diferencia alguna entre verdad y mentirat y eB en el g6nero femenino donde lae m6s de las veces hallards Eu mas aeabada exPresi6n' Por eso deecsnfia de las mujeres' procurate una de Aunaue --- de todas las mujeres' -"5- no Estas cuando mencs si eaben eara sornbrla e infantil' qrre hay dif erencia entre verdad y mentira' Pero cuidado esEan destinadas a haeer eufrir' Lllllllllll 17

re;-d*u;,

:'::-.----


Nf,o 6 verdade que a vlda 6 urna maldita desgraga depois da outra. Ela 6 a mesma maldita desgraga o tempo todo.

Dores do mundo Scttopenhauer Perder-se-ia a cabega, se se observasse a prodiga dade das disposig6es tomadas, essas estrelas fixas '112 brilham inumer6veis no espago infinito, e n6o t6m ou 'ripos souextop sou onb o6o1 b@Sp oruoc uloca:edesep fim senSo iluminar mundos, teatros das mis6rias e dos enb 'sosle"ed soUJeluesetde ercuglstp ep er6etu .Je1tl midos, mundos que, no mais feliz dos casos, s6 produzem V e JEuJol sou ercd gs pl 'nap sou aS 'soulelgluoc onb o t6dio: pelo menos apreciamos a amostra que nos 6 uoc esroo p oluoe 'spnlt $ot! enb ESueiedso p g essord conhecida. -op ogt :gengfesep ocnod ere ofesep o oluenb re4sou,t 'sorcpanop ogs sopol'oluepod 'onb op o ' B.lEd 'Jos o9u B 'pssouloJd e etdutnc ogN enoleuor6 epod ugnouru enb o ulos 'onrrxgrd op rcure op 'sepueJ6 s?u ol'uoo seuenbed sEstoc seu oluel ,eouglalol ep apeplssacou e 'enu;1 1npu1 ep 'egcugped ep -uoc BJllueu euln ouroc BplA E JpJoprsuoc souJenec -uJol s ?lgepepren sreu znl e otllxgrd o eqcs e5ue; 'unl opnluoo 9 ogssadxe e 'eSoled o1s1 enb 1eu16po Semelhante aos carneiros que saltam no prado, en-rcd ',iJeJs$ns-n o;;e; Au 'sBu?slu ep orrequeduloc 'utru quanto, com o olhar, o carniceiro faz a sua esmlha no-oleru lcos 'solueululos op orlequeduoc,, les epepod

-

meiodorebanho,n6osabemos,nosnosssdiasfelizes,quells'rcqueg Jes gp zel ure luerelueupdurnc es suotuoq desastre o destino nos prepara precisamente a essa hora sop eluaculnuoo sleru BJleueul B enb sezen sâ‚Ź osued

-

doenga, perseguig6o, rufna, mutilag6o, cegueira, loucura,

etc'

Ouereis ter sempre ao alcance da m5o uma b0ssola

',,soJesod soled sopetolap uleJes ered sueuoq so segura a fim de vos orientar na vida e de a encarar inces e 'sequerc seled sepluoc uaJos ered urerecseu spcsour santemente sob o seu verdadeiro prisma, habituai-vos a

sB enb outsout trtul e rez;p #ur-lBu6rsa oguas es considerar este mundo @mo um lugar de penit6ncia co -!oc eJno Jezel las oBN 'oueupedxe o anb souB plualro mo uma colOnia penitencidria, como lhe chamaram jd 9H,, :BluecseFe e :,,lEeJ g Jop e gs 'otluos un ap essed mais antigos fil6sofos (Clem. Alex. Strom. L. lll, C.3, p.3331 opu eppplcllol V,, :z!p opuenb 'no ouroc esued 'ezornleu e alguns padres da igreja. (Augustin. De civit. Dei. L & egad gol oplcolo^El og1 enb'oJlpilon zllel o,a4e11o1 231. 'e$eregp.re6e5er6sep

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pas-ffHd-ffi:;ff"'3|;t"ilffj #:tffii""r'S

A reticidade, portanto, esrd sempre no ruturo ou no sado, e o presente 6 como uma pequena nuvem sombria eles 'opunu o eqcus o ppt1 p oluolout eugstuJ Ep ooseu que o vento impele sobre a planfcie cheia"de sol; diante enb ,urr1 ulos Jop e enb lurr.upe opJnsqp g anb.ro6 .opunu, dela, atrds dela, tudo 6 luminoso, s6 ela projeta sempre ou Jos ep eun6;e opze1 uol opu enb Jpoo ,rop uma sombra' e olelpotut urrg rcd uol ogu ercu?lsrxa "ar"r,p pssou B os

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'euprc o 'opeuoxrede rcue o 'pnxes olutlsut o g :sep -uglsuncJrc sp a sopepr se opun6es 'se1uerc;1p seuuol llur euol o eulolsuell es o6o1 'opedse ossa qos Jop e rcs;ndxe'seuod ep elsnc p 'es-opurnbeiuog .eph ep srpuoleui spstoc se;ed opeprnc op 'oppptssoceu ep euxol e qos uebrro ep 'ernbr; op Jepnt! )onl o op opeilnssl o urgl gs oluoruulos o ilueq ercd sen69.r1 ures so5.ro;se sO Ndo hd nada fixo na vida fugitiva: nem dor infinita, nem alegria eterna, nem impressSo permanente, nem entusiasmo duradouro, nem resolugdo elevada que possa durar toda a vida! Tudo se dissolve na torrente dos anos. Os minutos, os inumerdveis dtomos de pequenas coisas, fragmentos de cada uma das nossas ag5es, s5o os vermes roedores que devastam tudo quanto 6 grande e ousado ... Nada se toma a s6rio na vida humana; o p6 ndo vale esse trabalho. ',,soPol

ap ord o enbeqc enb 91e steul gJos o Etp ppec o ,neul g afoH, :opout alsap rnuudxe euepod es enb opelso un p'g ols! ?peSuene apppt Eun e rcbeqc ep ofesep o tel ep 'eSualues Ens ep opneluoo uexrap sopol osstlod o epute ueooquoc ogu enepol enb e 'ep!A ? seul ououl

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Este mundo, campo e carnificina onde antes ansiosos e atormentados vivem devorando-se uns aos outros, onde -E todo o animal carnlvoro se toma o t0mulo vivo de tantos 6 ES V 8 -.r outros, e passa a vida numa longa s6rie de martlrios, onde a capacidade de sofrer aumenta na proporgSo da inque procuramos Tudo o colher resiste+os; tudo tem teligâ‚Źncia, e atinge portanto no homem o mais elevado uma vontade hostil que 6 preeiso ven@r. Na vida dos po' grau; este mundo, quiseram os otimistas adapt6-lo ao vos, a hist6ria s6 nos apo{lta guenas e sedigOes: os anos seu sistema, e apresentd-lo a priori como o melhor dos de paz ndo passam de curtos intervaios, de entreatos, rrna mundos posslveis. vez por acaso. E da mesma maneira a vida do homem 6 "' oprtequroc e:dues Y'YwYv orp91 v:r)'r um combate perpdtuo, ndo sd contra male3 abstratos, a ^...,.r^ ' - ...uln oluldse ossou op opeptntlp e 9 'epelpe oyoul pun misdria ou o abonecimento' mas tambdm contra os outros ,esuodsns edtuos auoul e g odJoo op epn e Eraueul homens' Em toda a parte se encontra um advers6rio: a vi' eusoru ep ,eperr^o adues epenb e',,n enb op sreu ? da 6 uma guerra sem tr6guas' e mone-se com as armas ogu r'pue o oolsjl prsn ap oluod o qos ouloc ursse 3 ...

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Sociologia da I Cados Vieira

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Normal 6 o regular, o cdnlorme i norma. Exemplar, modelar, o normal 6 a pseudo-ordem. A pseudopaz. A tranca. O normal d conveng6o. Nda mais 6 que uma das frag6es do absurdo. Assim, torna-se mais absurda que as outras. O normald o absurdo que se nega. Quanto menor ou mais isolado um meio geogrdfico, menores s6o seus c6digos de normalidade. Por isso os indios atiram e atiram flechas frdgeis na dura couraga de ago da fuselagem do avi6o que caiu na

AmazOnia. O aviSo 6 o anormal dos indios. A divinda. de, o Mal, o escuro, o pavor. O aviSo 6 a aberragio. G normal dos indios isolados 6 a mata Gom seus deusex

escondidos. O normal da tia velha do interior 6 maior que t normal dos indios. Mas o bâ‚Źbado intelectual de qual quer cidade grande aceita mais em seus pardmetrcx do que 6 normal. E, ampliando, o normalde um grand homem 6 um universo de aceitag6o e respeito. E drivi, das. Por isso todo grande homem tem aquela cara d 24


serenidade. Para o grande homem a aberragdo 6 tudo. Ao dizer isso correrd s6rios riscos, como o apedrejamento ou a loucura. O grande homern estd perigosamente al6m dos Estados, da polftica, dos bares, tias velhas e indios. Seu rosto poderd ser desfigurado e ao

morer dird: - A vida pulsa, o universo danga e os valores da maioria se arrastam em melancolia. O normal, isto 6, a ordem, 6 construtivo, dizem seus professores. A ordem ergue as pontes, 6 o progresso. O normal anastard tudo a um buraco putrefato e irrespirdvel. A bornba arrasadora 6 a decadGncia totar do normal, da razdo estreita, no planeta de medfocres. Ou seja, o progresso 6 fnfimo, quase desprezivel, porque, em t6o poucos sdculos caminha, prematuro, Dara a destruigio. O normal, finalmente, 6 a vis6o de mundo. Se voc6 mora em um buraco, sua vis6o de mundo, seu normal, serd o escuro a seu redor e a claridade que vem de cima, pela abertura. Se vocâ‚Ź saido buraco, seu normal serSo os pdssaros, as drvores. Se voc6 puder voar verd os contornos dos vales e montanhas e voc6 saberd que neles hai pdssaros, dnrores e buracos e mais outras coisas. Se vocâ‚Ź for mesmo muito bom e voar, saia do planeta e veja. Depois volte e se torne mistico em sua pequenez. Entdo, meu caro, a sua visdo de mundo dita seus conceitos de normat. E vocâ‚Ź 6 a sua visio de mundo. Veja no quadro abaixo em que

VISAO DO MUNDO

PRIMITIVA

- Os indios, etc. (deixe-os em paz)

RESTRITA

- As tias, as instituigdes,

os funciond_

rios, trabalhadores, advogados, maniqueistas, a televisdo, os nazistas e todas as classes ricas, ou seja, os Eitados.

-

MEDIOCRE

Os que levam a Vba, com algum sen-

so crftico: os descasados, os artistas,

os universitdrios, a classe-m6dia, os bdbados, as plat6ias de espetdculos, os m6dicos, ou loucos, os perseguidos, os liberadosi ro naturistas, iogues, etc. RICA

-

Os que passam a vida envoltos em descobertas, os que viajam muito, os que aceitam a divereidade, os que t6m profundo respeito pelos pe6es_deobra; os que fizeram vagsouras e poemas; os que se constrangem profundamente em explorar algu6m;

os gue, vendo uma ponte, v6em a grandeza da obra e o sangue suba-

categoria voc6 se enquadra.

qudtico dos operdrios soterrados; os que respeitam as setecentas culturas que existem; os que lavaram banheiros e perceberam que era melhor que todos os cargos na policia. RIQUISS|MA

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Os deuses.


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BafaelBarrctt

O HOMEM ENTROU, lastimdvel. Trazia o chap6u numa das m6os e a carteira na outra. O senhor, sem se levantar da mesa, exclamou vivamente: - Ah!6 a minha cartel,ra. Onde a encontrou? - Na esquina da Rua Sarandi,,Junto da calgada. E, com um gesto ao mesm0 tempo satisfeito e servil, entregou o objeto. - Leu o meu enderopo nos cart6b$ tl6 visita, n6o 6? - Sim senhor. Veia se falta alguma coisa... O senhor revistou minuciosarrente os pap6is. As marcas dos dedos sujos o iritaram: - "Como 6 que voc6 amanotou tudo!" DePdiS, com indiferenga contou o dinheiro: mil duzentos e trinta; sim, n6o faltava nada. Entretanto o desgragddo, em p6, olhava os m6veis, as cortinas ... Que luxo! Que eram os mil e duzentos p€sos na carteira ao p6 daqueles finos mdrmores que erguiam sua im6vel graga luminosa, daqueles bronzes encrespadod 6 densos que reluziam na penumbra dos tapetes? O favor prestado decrescia. E o trabtrlhidof fatigado considerava que ele e a sua honradez valiam pouco ali naquela sala. Aquelas frdgeis estdtuas nio lhe transmitiam urna impressSo de arte, mas de forga. E confiava que fossg ent6o, uma foiga amiga. ki fora chovia, lazia frio, estava escuro. E dentro a chama da enorme lareira espalhava um doce e hospitaleiro cakrr. O servo que vivia numa toca e muitas vezes passava forne acabava de inestar um sewigo ao dono de tantos tesouros ,.. mas os sapatos rotos e enlameados manchavam a alcatifa. - Que d que esti esperando? - perguntou o senhor, impaciente. O operdrio empdideceu. - A gorjeta, n6o 6 verdade? - Senhor, mi,nha irrulher estd doente. D€.me o que quiser.

- Voc6 6 hoffiado pela gorieta, como os demais. Uns pedem o c6u, e voc€ o que pede? Cln.

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qrienta p€$s, ou antes, a quebra, os duzentos e trinta? - Eu ... - Quando lhe devo beder do meu dinheiro? Cinco por cento, dez? Devo-lhe alguma coisa? Res. pondal Que parte de sua forturta devem os rlcos aos pobres? Nunca fez a si mesmo essa pergurta?Se lhe devo alguma coisa, por que n6o o tomou? Fale! - O senhor n6o me deve nada ... - E, no entanto, voc6 esperava um pedago de p6o, um osso para roer. NAo: voc6 6 um her6i; ama a mis6ria, despreza o dinheiro. Os her6is n6o mendigam gorietas. Belo her6i, que nio se atreve a fitar. me de frente, nem a sentar-se diante do viciado!Eu adoro s6 vicios; comer calhandras importadas da Europa, trufas, foie gras, beber Sauternes, Pommardi e Mumm - compreende? - adoro entreabrir as mais deliciosas coxas de mulher com que voc6 nunca sonhou, e pendurar nas paredes do meu quarto pinturas que valem o resto da'casa. Eu nf,o minto como voc6; digo claramente o que me agrada, o que conquistei. E n6ob cgnqgbtei devolvendo carteiras e pedindo esmolas. O senhor se divertia ex@ssivamente. O operdrio pos-se a tremer. - O honrado espera a gorieta. Espera-a da minha bondade, isto 6, da minha covardia. Eu n6o sou daqueles que soltam cem pesos para se consolarem de ter um milh6o. NEo lhe darei nem um centavo. Honrado voc€? E desprezivel e perverso. Honrado, voc€, que teve na mdo a sadde de sua mulher, a alegria de seus filhos, e veio entregd-las a mim? O operdrio viu nos olhos azuis do senhor algo glaciale triste: a verdade;e continuou a tremer. O senhor tirou as c6tlulas da carteira e atirou-as ao fogo. Arderam, e de repente o operdrio ardeu tambdm. Agarrou"o capitalisa pelo pescogo e tratou de atird-lo ao chdo para pisd-lo. Mas n6o o conseguiu: o inimigo estava bem alimentado e fazia muita esgrima no clube;o infeliz intruso foi dominado e suspenso no ar, escorragado do aposento, precipitado de escadas abaixo, jogado rua, onde chovia, onde fazia frio e caia a noite... E o senhor sorriu, pensando que por alguns minutos convertera um escravo abjeto em homem, que ele estava t6o habituado ao fen6meno oposto.

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personalidade humana: c0m0 pode ter sido possfvel que durante sessenta sdculos tu

tenhas estagnado neste servilismo? Tu te dizes santa e sagrada, e ndo 6s nada mais do que a prostituta, infatigdvel, gratuita, de teus lacaios, de teus monges e de teus mercendrios. Tu o sabes e sofres por isso! Ser G0VERNAD0, 6 ser vigiado, in;,pecionado, espionado, dirigido, le-

gislado, regulamentado, encarcerado, doutrinado, aconselhado, confrolado, estimado, apreciado, censurado, comandado, por seres que nio tOm nem o tftulo, nem a ci0ncia, nem a virtu-

de ... Ser GOVERNADO, 6 ser, a cada operagio, a cada transagio, a cada movimento, anotado, registrado, recenseado, tarifado, selado, medido, cotado, cotizado, patenteado, licenciado, autorizado, inscrito, repreeendido, impedido, reformado, condicionado, corrigido. E, sob pretexto de utilidade pfblica, e em nome do interessado, explorado, monopolizadoi roubado pelos representantes da lei, esmagado, mistificado, assaltado; e, d mfnima resistOnoia,

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de censura, reprimido, multado, caluniado, atormentado, perseguido, maltratado, espancado, desarmado, garroteado, aprisionado, fuzilado, metralhado, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, trafiCo, e por cfmulo, jogado, ridicularizado, ultraiado, desonrado. Eis o governg, eis sua justiga, eis sua moral! E dizer que h6 entre nds, democratas que sustentam que 0 ggverng tem um lado bom; socialistas que defendem, em nome da Liberdade, da lgualdade

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e da Fraternidade, esta infAmia; proletdrios que se candidatam ir presidOncia da Repfblica; Hipocrisia!...

PROUDHON.


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Vocg 6 um oterio? Eis um teste para voc6 descobrir.

Responda SIM ou Nio:

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camaval, representam a

preservativosr $thi$ky e seu caro' boa vida? Voc€ acredita que a UniSo Sovi6tica 6 corrrnista? Voc€ acredita que Cristo nroveu aqueh pedra sozi' nho? e Voc€ conversa com seu semelhanb sobre a potdncia dos motores? Voc6 acredita que a polic*a existe pra proteger seus direitos? o Voc€ acredita que a imprensa como os advogados defendem seus dientes? o VocG acrcdita que a AIDS 6 uma grande indtstria? Voc€ acredita que os 'terrodstas" de 64 eram realmente tenoristas? o Voc€ quer ter olhos que possam vazar as paredes' para ver r VocG acredita que o PAPA, trabalha e trepa? Voc6 comprou video cassete, para ver bons filmes ou para espiar nos filmes pom6s a tesio, o caralho, a xoxota que nunca Pode ver? o VocG acredita que exista uma sociedade livre? o Voc€ se sente vaidoso ao preencher o cheque para pagar o gargom? o Voc€ acredita que o seu voto o representa? Vocd acredita que SNI exista? o Voc€ acledita em orgasmo?

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VocO acredita que presidentes, atores, peidam? ou Voc€ acredita que Pel6 6 o atleta do sdculo' nas um negro safado? r Voc6 acredita que cocaina 6 usada na labricagio coca-cola? Voc€ jd encontrou um fascista inteligente? o Voc€acredita quando fala ou escuta "eu te amo"? e VocO acredita que constituinte exista? Voc€ acredita que se pode gozar pelo cu? Voc€ acrcdita que freiras menstruam? o Voc€ acredita que Reagan 6 um rob6? r Voc€ acredita que os iluminados tamb6m conta de luz? Voc€ acredita que maestros dirigem a orquestra? Voc€ acredita que Jorge Amado escreve sobre povo brasileiro? o Voc6 aoedita ou id viu a divida externa brasileira? o VocG acredita que Dafio Persa, ao conquistar reino, instruia seus srltrapas para mudar a moeda, cdmbio, e depois promover uma crise para que pudesse vir, "socorre/'e dar a"Pz"? o Voc€ aeedita que exista espago para voc6 no o Voc6 acredita que comunistaoassim oomo lista t€m cheque especial, ."6 Oo ano, dott e leram "A insustentdvel leveza do ser" e iamais lembraram da pCgina 159? Voc€ acredita?

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perguntas acima, entSo sim, voc€ 6 um otdrio. Mas n6o culpe a - Se voc€ respondeu sim, para qualquer das por que sociedade precisa de otdrios. Al6m disso, nunca 6 tat

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esta mesmo Esta sociedade produz otdrios, para se tornar um. - Se voc6 respondeu nio,6 impossivel n5o ser otdrio.Porque uma das virtudes do otdrio d responder pois ele pensa que ao responder, estard livre. VocG concorda?


Freud 6 uma fraude. E n6s, os outros: os falsdrios.

Psictlndlise, judafsmo e outras

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Ezio Fhvio Bazzo

Enqlanto o homem esH protegido olando se tivra da tirania tecunia Ois loeils iL

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pela demdncia, atua e prospea; mas

xas, se perde e se anuina. Comega a aceF tar tudo, a envolver em sua tonrincia nio apenas os abusos menones, mas tamb6m os crimes e as monstruosidades. os ui"i".

e as abenagoes; tudo em o mebmo-vlloi

para ele. Sua indulgâ‚Źncla, destuidora Oe

mesma, estende-se ao conjunto Ooi "i cui. pados, As vlilmas e aos veriugos; g OJto-

parilgog poque compairu'tooil as log.o_s 9pnrces; getailnoso, contamlnado pelo ln-

ilntro percleu seu cal{br por falta'de um ponto de rclerâ‚Źncla ou de urm obcessao.

A questio judia parcce haver se transformado

realmente em unâ‚Ź ,,queoEo',, depois de Bruno Bauer e de Marx. Atualmente, s6o poucos os intelCbtuais que se atrevem a rrergulhar nesse aparente ,,mar morto,,, porque o medo de.ser considerado anti-semita (entenda.se antijudeu, porque a exprcssdo anti_semita 6 equfvoca) C superior is motivag6es e, inclusive, ao desejo de compreender um processo hist6rico obscuro, fraudulento, sujo e cheio de rabirintos minados de mist6rios, por onde o povo judeu se move, is vezes como SENHOR e outras como BODE expiat6rio. Aqueles que freqtientemente se dizem indiferentes e que fingem miopia com relagdo ao tema, jamais ter6o uma relagdo real e verdadeira com o povo judeu, pot. que: ou marchario cegos e subservientes ao sionismo internacionat, ou se incorporarfio de maneira est0pida e sem sentido a grupos que professam um antijudaismo ing6nuo e at6 idiota. A intengdo deste artigo

nio d explorar especificamente essa temdtica, mas simplesmente descrever as relag6es e as semetnangas que existem entre as doutrinas pslcanalfticas de Freud fiudeu) e as reotogias contida.;" grado dos judeus). Meu interesse por esse tema nasce cxatamente quando percebo que seria curioso e at6 c6mi* qu" Frcud tivesse, atrav6s de suas teorias, judaizado sutilmente a rneio mundo e descrito patologias, instintos, raz6es e culpas a partir dos ensinamentos dos profetas e das leis talmridicas. porque, entdo, muitos psicanalistas que hoje, aproveitando-se da ignor6ncia das massas e dos problemas especificos de seus c!l,tn1ss, proclamam-se pequenas divindades ou ateus invete_ radosn teriam que admitir que foram transformados em fl6is e fervorosos rabinos, rabinos que, como todos vimos, estiveram at6 colaborando com o DOI-CODI (ver |STO E tttO&A,piigina 32).

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JUDIA PSICOLOGIA ALEMA E PSICOLOGIA Alem6 de Em 1933 foi fundada a Nova Sociedade (parente do Goe' Psicoterapia, peto Dr' N'H' Goering segundo presiring que iocos sabemos), tendo como que escreveu na Jung' Oente o psiquiatra suigo C'G' atual e bem Revista Zentralblatt Ftir Psycoterapie: -"a

conhecidadiferengaentrepsicologiaalerrdepsicolo. escrevia Jung gia iudia n6o pode continuar"' Forque ensombreciam - as teorias iudias de Freud e de Adler anaturezahumana.ParaJungoiudeueraumnomade que iamais criaria cultura que nunca havia criado e vez que todos suas proprias formas culturais, uma ou menor maior seus instintos e dons dependem' em ariano tigrau, do pafs que o hospeda' O inconsciente inconsciente que o nha para Jung, muito mais forga

iudeu'

A PstcANALtsE

psicaniilise 6 a O essencial para compreender a a exist6ncia real conting6ncia, ou seia: por definig6o-' fatos bdsicos e dos tenOmenos ndo 6 necessdria' Os conhecimento psisingularmente significados para o por mediagSo do canalftico s6o acessiveis ao SER ou ignorado no in' NAO-SER, isto 6: do repudiado de uma consciente e que um belo dia a casualidade neurose arrasta para a superficie' A psicandlise, que se expandiu prirneiramente que hole se discute atravds dos paises anglo-sax6es e mundo' continua e se aplica em todos os recantos do hebraizou o pensendo uma teologia negativa' Freud da dial6tica rabisamento cientifici .ot t introdug6o do conhenica e a formalizou como um instrumento estudo: seu de cimento profano, sacralizando o obieto A PSIQUE. TANATOS' ou A t6o conhecida luta entre EROS e de morte' entre os instintos do amor e os instintos de Jaque luta a tem para Freud o mesmo significado .oU,'. revelagSo do mist6rio' Deus inspirou a Jacob o infinito"' um terror religioso que lhe permitiu "sentir que o infinito A andlise, por outro lado, inspirou Freud 6 melhor sentido quando o descobrimos em n6s mesmos. (ver A. Merani Em Freud Y etTalmud)' TALMUD E PSICANALISE

Foi para satisfazer as exig6ncias de santidade afirquerida por "deus" que a TORA toi dada a lsrael' para construir o mam os rabinos; por outro lado' foi conceitodualedial6ticodevidapsiqgicaqueanega.

conceitos criados por Freud e 96o e a repressSo foram 6 o pilar sobre 6 a raz6o pela qual "a teoria da negagSo o qual se ap6ia a teoria psicanalitica"'

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Er i. desde a infdncia" (Gen, 8,21); Freud, por sua vez, sus-

Freud destaca o incomensurdvel, isto 4 o hrxpessdvel que assimila o inacional. Sua atitude 6 h!6ntica dr

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tenta que as criangas s6o "per{rersos polimorfos", e ambos conceitos s6o pilares tanto para a antropologaa

do talmudista; ambos emergem do realismo instintivo que n6o distingue as maneiras de falar das maneiras de pensar e que repudia qualquer compreens6o fora dos quadros pr6-concebidos e prd-estabelecidos do

talm0dica como para a antropologia freudiana. Para o talmudista (com o sentido de uma teologia positiva), os maus instintos s6o como o "fermento da massa"; para Freud (com um teologia negativa), s6o os maus elementos que a pr6-hi$t6ria da raga inclui na natureza humana. Para ambos a evd.lugeo moral e socialdo ser representa a luta para domind-los. A antropologia talm0dica 6 a vertente natural de duas forgas que, em oposigSo, iamais se destroem e que, em perpdtua competigdo, subsistem. A antropo' logia freudiana, como se pode ver 6m Totem e Tabu, repete a mesma dialitica de perman6neia. Para Freud as neuroses sio resolvidas fazendo aflorar i consci€ncia o reprimido, o que 6 ignorado e que esti escondido no inconsoiente, o que 6 id€ntico aos mais importantes preservativos recomendados pelos rabinos para precaver-se do pecado.

LOGOS.

O Ego representa o individuo e sua vontade;6 o produto do presente do sujeito condicionado por sua evolugSo individual e 6 a consci€ncia da realidade das relag6es pessoais com o mundo e suas coisas. Dentro do esquema do Talrnud, esta relagdo 6 relagSo pessoal entre o indivlduo e Deus, id6ia que se encontra em todos os ensinamentos e em todas as religi6es do Pentateuco. Para o talmudista, como para Freud, o Ego representa o engrandecimento do ser consciente: o homem ou o individuo ndo ficam expostos i sorte. N6o arras' tam os pecados de seus pais e nio dependem dos outros homens nem da tirania das coisas. E espiritualmente independente porque estii conciliado com DeusepertenceaDeus. Esta consci€ncia da realidade, das relag6es pessoais com Deus, foi de importdnciaSapital para o povo de lsrael no exilio, e tem sido no curso da hist6ria, fundamental para a psicologia, sob a forma de cons-

O ritual judriico do sacrificio e a interpretagdo dos sonhos de Freud, sio concebidoso o primeiro' como oferenda a uma divindade ofendida para acalmar sua c6lera; e o segundo, como interpretagdo naturalista de uma relagSo psicofisica, de um transtomo orgdnico que provoca uma alucinagdo onirica. A finalidade de ambos 6 a salvag6o, com tudo o que implica, como re' generag6o e perfeigio do homem. Apesar de que Deus n6o estC no centro da antropologia de Freud, se o homem freudiano n6o se salva reconciliando-se com Deus (o que 6 um delirio coleti' vo), nem por isso os ecob de lsraelestSo distantes. Seria cansativo seguir descrevendo aqui as rela' g6es, semelhangas e similitudes entre as Obras Completas de Freud e os postulados do Talmud ... os interessados, que leiam a obra iC citada de Alberto Merani, que levem essas informag6es para suas terapias e que comecem a suspeitar que nessa cultura, tanto em politica, como em arte, filosofia e ci?yia, n5o se fez mais que substituir uma religido por 6utra, uma farsa por outra, uma faldcia por outra '.. Depois de tudo, comegamos a comprovar que ainda n6o sabemos a raz6o de SER, que ainda ndo estamos no mundo e que todas nossas energias e todo nosso talento ainda estSo mobilizados na luta para resolver ou, pelo menos entender o fnico problema psico-filos6fico realmente s6rio: A MORTE.

ciGncia de nossa indivHualidade.

Para o profeta Ezequiel, 6 de primeirissima importdncia que o individuo seja liberado, o mesmo acontece com Freud frente ao inconsciente. Em sua andlise aplicada, o que mais interessa n6o 6 o reconhecimento completo do inconsciente pelo suieito, mas sim o fato de que o suieito se torne consciente da existOncia de seu inconsciente. Como para Ezequiel, aqui tambdm se exige que osuieato tome consci€ncia do pecado individual. A tarefa do profeta foi proclamar a promessa feita por Deus de liberar o individuo de seu pecado. "Qualquer pecado pode ser seguido de perddo e de uma vida nova" este 6 o n0cleo de sua mensagem. A tarefa de Freud foi proclamar que o hornem quer liberar-se de suas angristias e que pode consegui-lo atrav6s da andlise, juntamente com a construgSo de um novo espirito, o que Ezequiel jii havia anunciado: "Vos darei um novo corag6o e porei em v6s um espirito novo". (Ez.36,26) Nas primeiras piiginas do Velho Testamento estd escrito que "o instinto do coragio humano 6 malvado

"Mesmo 0 ser humano mais odioso do mundo merece poder limpar o cu" 41

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Bukowski :] rli

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Companheiras! Haja 0 que ouver sempre levaremos cacete

O isomorfismo

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e politico ou por que

toda mulher e puta Ligia Cademafiori

da antigr.iidade, Aristdteles jd distinguia nas obras Politica e Da gerag6o dos animais a presenga de dois papdis e de dois p6los na prdtica dos f.,la cultura grega

prazeres sexuais que, tambEm, podem ser distinguidos na

fungdo generativa: "a fdmea enquanto fdmea 6 de lato um elemento passivo, e o macho, enquanto macho, um elemento ativo."

Desde a origem da nossa cultura, a sexualidade 6 vista como marcada por essa cesura entre o que 6 mas' culino e o que 6 feminino e pela presenga de duasfu@es: a do sujeito e a do objeto; a do agente e a do paciente.

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Por outro lado, 6 o mesmo Aristdteles que reconhece ser a relagdo entre homem e mulher uma relagSo politica, uma vez que se dd entre um que governa e outro que 6 governado; entre aquele que det6m o poder e outro que a ele se submete. Uma questdo fundamental da relagSo entre homem e mulher estd sendo colocada ai pelo velho Arist6teles, no momento em que o fiol6sofo grego registra uma passividade feminina em relaqSo d prdtica do prazer e estabelece

u\

a nalureza polltica do vinculo entre homem e mulher. Em outro momento, dird que a relaqdo masculina e feminina, i I I I

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42


para que seja bem sucedida, 6 necessdrio que ose aproxime muito da justiga polltica'.

A partir da[, delineia-se um princlpio que, se n6o

6

exclusividade da cultura grega, teve nela uma relevdncia considerdvel e, conseqiientemente, um papel determinante na maneira como a sexualidade 6 pensada e exercida no mundo ocidental. Esse principio n5o 6 outro que o isomorfismo entre relagSo sexual e relagSo politica. No volume ll da Histdria da Sexualidade, Michel Foucault chama a atengdo para o fato de que a relagSo sexual pensada a partir do trago distintivo da penetragdo e da polaridade entre ativo e passivo 6 percebida mmo uma relagSo do mesmo tipo que a daquela que se d6 entre superior e inferior; entre quem domina.e quem 6 dominado; entre quem submete e quem 6 submetido. lsto significa que o modelo primordial da relag6o masculina e feminina estabelece a mulher como sendo objeto de gozo, mas alheia A posse do poder. Em outras palavras, a mulher det6m em si o Waze'r' daquele que usufruiu do poder. Ora, n5o 6 preciso desenvolver nenhum ra' ciocfnio sinuoso para se chegar A conclus6o que, St a mulher n6o tem o poder, mas 6 o objeto de prazer do poderoso, gragas A vagina que lhe oferece d penetragSo, em

-

tdo, o seu valor, entendido, aqui, como elemento de troca; a sua forg4 entendida como pot6ncia capaz de gerar

ag6es que supririo necessidades; o seu poder, n6o no sentido da realidade, mas de virtualidade, uma vez que se apresenta como uma possibilidade, uma faculdade de uso - tudo isso: valor, forga, poder - a mulher tem circunscrito I estreita zona pelada onlre suas pemas. lsso significa dizer que bdsica, hist6rica e estrategicamente, a mulher 6 uma puta. E que n6o gritem, por desavisadas, as feministas de plantSo. N6o h6 nada mais fascista do que ignorar esta condigSo. A dilerenga estd em que uma chauvinista,

qad

determinaqdo cultural que prendeu a mulher a tal situag6o, 6, tamb6m, insensivel hegemonia masculina que a manteve isolada do poder ao longo dos s6culos e vd o compor-

i

tamento prostituido mmo sendo inerente A natureza feminina. Na mesma esteira de raciocinio, o machista atribuir6 A natureza feminina a falsidade, a dissimulagdo, a traigSo, sem se perguntar porque - do coquetismo ds formas mais drdsticas de engano tais atributos podem ser facilmente identificados nas uperformances" feministas. Sem drl. vida, a mulher desenvolveu tais artes de modo a fazer as tentativas similares de seu parceiro parecerem artimanhas infantis. Mas, veja bem, geralmente se trata do engano afetivo da sedugdo sexual, embora n5o necessariamente genital. Mentiras de vendedor. Aprendizagens de sobreviv6ncia. Manobras de puta. Desde cedo a mulherzinha re cebe como ensinamento materno mil artimanhas, da arrumagSo ds ag5es, a serem empregadas como condigSo

-

de barganha nessa sua relagSo politica com o macho. E h6 os que dizem que ndo entendem as mulheres. Que mulher 6 bicho complicado. Que s6o misteriosas. Que sio um enignnar Ora, a quem interessa esse tipo de interpretagSo? Leia a mulher, com Arist6teles, politicamente. Leia com Max, economicamdFite, lembrando do mode' lito relag6es de produgdo. Leia, com Freud, psicanaliticamente, lembrando que a mulher adora o Falo - que n6o 6

genital, mas da ordem do sirnb6lico - e corre atrds dele a vida toda. Mist6rio? Deixe para d poesia dos romdnticos e simbolistas. Eles, jd mostraram Mario de Andrade e Affonso Romano, precisavam n6o entender. Da esposinha burguesa, quie levou sua vir$ndade ao mercado das mogas casameirtditas, passando por todo tipo de profissionais cujo acesso na caffeira 6 decidido na cama ou facilitado pela beleza, pela graga ou por um sorriso (longlnquas promessas, virtualidades ...), at6 a lnterio.

rana que, na capital, encontra oomo sobreviv6ncia o sexo alugado em sess6es de meia helra, neo hd distdncias substanciais. Diferem em grau, n6o na natureza das fung6es: todas niveladas pela via indireta de.acesso ao poder. Por algum tempo, euforicamente,'vivemos, as mulheres, o entusiasmo que nos punham na boca, com freqrlidrt.'

cia, express6es como revolugSo scxual e emancipagSo feminina. Jd 6 tempo para uma revisdo digeo tudo, que fuja do emocional e do clichâ‚Ź ideol6gico e, com independ6ncia, tamb6m, do partidarismo a que o movimento feminista ficou atrelado, reexamine a situag6o da mulher hoje. A observagdo da sociedade levard A constatagSo que muitos poucos passos andamos e qug a questSo da mu' lher, para ser retomada, ter6 que partir da postura honesta de reconhegimento de que, na relag6o politica de assime. tria, n6o hd somente um carasco e uma vitima. Ponham dial6tica nisso, por favor! Essa 6, sem d0vida, uma primeira leitura, mas bastante simplista. As mesmas pessoas

que se indignaram com o r6tulo dado A mulher de "rainha do laf, "mde dedicada" e "esposa exemplaf foram puxar filas "revoluciondrias" grilarft palavras de ordem em que a mulher passou de "santa" b fultima", de 'rainha'' b "oprimida".

Uma outra dimensSo do assuntO urge quando se examinam as manobras de resistdncia do oprimido na relag6o e at6 que ponto essas reag6es de dominado chegam a subverter a polaridade do poder. Mas,6.claro,lazer uma tal leitura exige a superagSo das dicotomias e que se consiga pensar al6m das categorias do bem e do mal. Como os movimentos revolucion6rios considerados mais radicais dificilmente transcendem o pensamento religioso de um padre de aldeia, marcando mm r6gua escolar e balizas concretas o sagrado e o profano, a questSo da posig5o feminina ainda permanece (aqui, como de praxe, insF ra-se o lugar-comum das honrosas exceg6es) pouco e mal explorada.

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do

pobre .l.

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E.M, CloNAN

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Proprietdrios e mendigos: duas categorias que se opdem a quatquer mudanga, qualquer desordem renovadora' Colocados nos dois extremos da escala social, temem toda modificagdo, para bem ou para mal: estdo iguab meinte estaibetecidoa uns na opullncia,

da sociedade

-

os

outros na misdria.

Entre

os que se agitam, penam, perseveram e cuttivam

o

eles se situam

absurdo

de

-

suor an6nimo, fundamento

esperar.

O

anemia; a ideia de cidaddo ndo teria conteddo ou realidade sem elei, assim como o luxo e mendigos sdo os parasitas do pobre.

Estado se nutre de sua

a

esmola:

os

ricos e os

Hd mil remddios para a misdria, mas nenhum para a pobrezc.. canc socorrer aqueles que se obstinam em ndo morrer de fqte? Nem Deus poderia canigir a sua sorte. Enire os favorecidos da fortuna e

os esfanapados, pelo fausto e petos trapos, saqueados porque, desdenhando o tnbalho, instalam'se segundo sua sorte e vocaqdo, no sa!6o ou na rua. E assim caminha a humanidade: com alguns ricos, com alguns mendigos e com todos os seus pobres.

circulam 'esses famintos honordveis, explorados

44


Ouando roubei pela primeiravez, foiquando saidas garras da nidlftsa.

Entrevista imagindria com Salvador Dali Albertina da Silva (de Barcelona) Vibora

-

Dali -

Vibora

-

Noventa anos, Dali. Como 6 ser artista e estar Uma trag6dia! A idade nos desagrega dos p6s at6 o mais miserdvel dos fios de cabelo. Veja essa foto de minha juventude ... e repare para a cara que hoje me resta... O nariz cresce, o pau murcha, os vasos capilares e corondrios se obstruem como os esgotos das casas antigas da Catalufia, as mSos tremem, os ossos v5o ficando cariados, a vis6o se extingue, o talento evapora como o 6ter quando esquecemos o vidro aberto. Ndo resta mais absolutamente nada, apenas espâ‚Źctros e sombras daquilo que se foi na juventude, quando os testiculos estavam sempre mornos e cada uma de nossas c6lulas sempre pronta para desrespeitar a Ordem estabelecida... Mesmo quando se 6 Salvador Dali, o G6nio da pintura?

Dali

-

lhem asneiras como essa. Nfo faCam de vossa revista o mesmo que se fez egm tudo o que foi literdrio at6 hoje, desde Paris atd a Tena do Fo go ... Por favor, artista pona nenhuma! Vocbs sabem muito bem que togps os gu6 fomos "ca-

com noventa anos?.

Ora! Ora! Voc6s ainda sdo jovens, ndo espa-

nonizados" e "sacralizados" como artistas, nunca passamos de t6cnicos Ouando muito, chegamos a ser t6cnicos talentosos. EU sou um t6cnico talentoso, o velho Picasso o foi, existe um velhote brasileiro que mexe com arquitetura

e que se diz comunista, ele tambdm 6 talentoso, existem muitos talentos pelo mundo, agora ARTISTAS e GliNtOS, ah, que miserdveis os erfticos!

Vfbora

-

Provavelmente voc6 se refere ao arquiteto que desenhou Brasilia, n6a 6? Aproveito entSo para perguntar sua opiniSo sobre aquela cidade. Ela realmente tem algo de mistico como dizem alguns estudiosos? Ela ser6 a Cidade Ecl6tica do Terceiro Mil6nio?


H -

Ah! Ah! Ahl Ahl ,.', Qd,r$ada! Se Gala, minha rnulher, ain'da ebtive$g't'ri'(ia, ela te expulsaria daqui ... Ahl Ahl Ahi n Ciddde Ecl6tica do Terceiro Mil6nio! Ahi Ahl Ahl Brhsileiros de merda! klhaqos castlado3 b rdcastrddos pela espada de Cristo, pelo's eofflbs ee EXU e pelos chicotes fts latifundiArios! Mistica e afundada na merda ... n6o apenas nessa tio tage mas na merda da Ceillindia, do LagP Sr.rl, d6 Lago Norte, do Ga' ma, de SoUiadinhot do Gi.iar6 e das mil outras agtomerag6eg infeetas qtrB se aglutinar6o ao re-

I

Vibora

-

em catal6o. Como foi ou 6 o desejo em SalvaOra, se sou um her6i, de acordo com Freud, 6 que consegui me apropriar da forqa de meu pai' O her6i 6 aquele que se revolta contra a autoridade paterna, acaba por venc&la, devora o pai, absorve a lei tutelar, o poder sem limites, torna-

se ele pr6prio a LEl, o grande FALO. 56 posso sentir prazer agudo se meu espirito est6 tenso por uma esp6cie de teci6 onde se superp6em e se jogam mutuamente imagens precisas, luminosas, do que jd vivi. E uma gaze impalpdvel, o que se cdy das ladas .-1T oT ry ry*,ivel mo/e e'se.transforma':todci'o tempo, um fremir Vibora

visual ... E Paul Eluard ... o marido de Gala?

-

Dali v

Mais mediocre e menos gostoso do que eu. Roubei Gala de Eluard porque acho que nin' gu6m 6 de ningu6m, o corpo de Gala me enlouqueceu, eu quis que ela fcse minha, imaginei espontAnea e majestosamente mnro deveria

'

ah! aht ...

Vbora

Neo entendi a refer6ncia ab Bhirrb Chinds de

-

gattelofia...

Dali -

EntSo leia o Didrio de um Ladrdq de Jean Genet, e entenderds tudo. E necessarlo ler' ler, ler muito para entrevistar urhbafaieste de minha bitola. Voc6s no Brasil i6em apenas'livretos de'

thli Dali -

\fftora

como um pavdo. Para atrair Gala

Preste atengSo nos nomes de seus principais responsdveis: Say6o, Niemeyer, lsrael, KubitscfieK Valnhagen, Wainer, Waibel, etc, etc, etc, etc. N6s, os'cataldes, damos muita importAncia a)s nomes de pessoas e principalmente aos

'#rrlmes.

musa, que cura os tenores, a conquistadora de meus delirios, a amante que afiaiminhas forgas

verticais...

Dali -

Vlbora

Voc6s n6o? muitos descendentes de euro-

\rbra - tlo Brasilexistem psrs'

lH

t/baa -

,

ErroPerdt!Ahlahl ah!ah! E Ge, a'rtrirlher que o inspirou durante d6cadas?

tHi -

Dtine qtodecida dm seu trimulo

.

@ftm? Os seres vivem demasiadamente' Deverianre virrer apenas o suficiente para co-

r&GH a dre manl6 dd pimavera catalS e o t€8fuo outqp fnrisiense -.: Depois morrer! MerSllhar furdo.rrcssa desesperada gruta do al6m '..nesse rcffgio iJe edfireres sem nome "' nessa mansarda infecta que alguns chamam de "e-

...

r

'

prazdl

Quando adolescente eu me masturbava fre' qtientemente no sdt5o, olh;tdo o solo descer sobre o campan6rio de Fign'rcras Vi em seguida que ele se parecia ccrn o de'Seo Narciso, em Gerona Descobri rnais tarde rrna analogia com o de Eelft. De maneira que' ptra cfiegar ao go-

um mapa da'Espanha cirdei figuravam Port Lligart e Figueras! lnfelizmente, tal ndo era possfvel. Eu'partia rilentalmer*e'do mapa de Vermeer €lTl @t€s; mas do campaneilo de 36o Narciso s6 tinha uma foto preto'ebranco' E o pior era sido QU€, como o campandrio de Figueras tinha anrasado durante a guera civil, eu ndo conseguia representd-lo com nitidez. Tais dificuldades

Ern-&luilo!

tefnidade'

E o gozo, o orgasmo' o

zo, eu precisava agora reunir esses trCs campan6rios numa'sublinre srperposl@, ainda mais sublime poque Vermeer de Delft havia pintado

... nada mais!

V3tra i.lrlertrttg lernbiarqa? Nenhum desejo de reen'

tlali .

e trair

El0ard, cortei a camisa, lambuzei-me de cola de peixe e excremento de cabra, enfeiteio pescogo c€m um colar de p6rolas e as orelhas com um jasmim. Foi assim que a comi- Ela foi minha

"

Como?

'

ser seu abrago virginal, a friria de seus seios, o cheiro que vinha de dentro ..- e foitudo... a md' gica das'paix6es ... os escravos das paix6es "' N6s bebemos iunto ao mar, exatamente ali, ali, il eu com as axilas raspadas e pintadas de azul

.

arnor escritos por norte'americanos, n6o 6? E sobre Brasilia? Ora Brasilia nem sequer foipensada, planeiada e construida Por brasileiros!

\rbora

o nome Dali significa DESEJO

dor Dali?

Dali -

dor dos canibdis qub eieterdo aind'ir a ORDEM, o SABER, a CFIUZ, a FOICE b as "t6buas-da-

lei"... As 0nicas,cida@S rnistlbas Que existem no mundo s66 aquels patatlftUnt higram as putas, os delinqtientes, os ladr6es, os assassinos "' O Bairro ChinGS Oe gaiCelohii por exemplo,6 urna cidade ntistica € 6 sei6, sem d0vida, durante o Tereeiio e o Quafto Mil6nio ... Ah! ahl '.

Sabemos que

'

46


paralisavam o prazer, que para mim estd ligado a vdrias satisfages sat6lites. Tenho de poder dispor, em pensamento, de tudd o que vi e vivi

de maravilhoso: tal tuzy ialeombra, taiforma, tal cor. Por isso, paia fnim, tudo ggtd baseado nesse cintilar, que associa a rnobilidade hierarquF zante do olhar, e, portanto, da pintura, As deleF tag6es supremas do esplrito, sem as quais n6o hd verdadeiro golo cdrfiel Vlbora

-

.E Reich mmo 6 que fica dentro dessa vis6o quase rom6ntica da sexualidade?

Dali

-

Ora, Reich! Reich d6Verl6 eetar vivo para ler

a Histdria da Sexualidade que nosso amigo

Foucault escreveu. Nada de "Peniseentrismo",, de vis6es fisiologiisitas de sexualidade. O verdadeiro gozo estd muito eidrn do hgar onde o poVlbora

-

Dali

Vlbora

-

Dali -

bre Reich pretendeu coloed-lo. Onde? Toda minha vida mentai6 felta de gravag6es de

vis6es em vista de umg superpooigfo total, orgdsmica. H6 um tretfio de rua de Rivoli, que acho sublime, do Flotel Meuffce, na praga Venddme. Pois berni eu o f@ g@mpre "sai/' no fltimo momento ... Pafd ffiilTt o orEasmo 6 s6 um pretexto, o essenoial estd no gozo das imagens Filhos? N5o. E n6o o lastims. Tentro honor de criangas, fisicamente. Quando s6d ffiueninas elas me angustiam, como tudo o que me lembra o estado embriondrio. MaiS tard6f quando deixam de ser os monstros molengas dOs plmeiros tempoe

eu as aceito. Por6m, no futtdo, n6o quero que haja seres que tenham o neu rpme, n6o quero transmitir Dali. Quero que tudo termine oomigo. Al6m disso, os filhos de pessoas talentosas costumam ser cretinos. Essas criangas que n6o dio em nadA lhe desonram e carfâ‚ŹgHm seu nome Vtbora

-

Dali -

sem saber quem voc6#... E a morte? Como um velho de teu calibre enca. ra a morte?

Esse 6 o tema mais fascinante para um artista, aoedito, at6, que todo artista tem um gancho neur6tim nesse particular. Como todo mundo, minha paixio pela morte 6 dupla, naturalmente, govemada pela ambivalBncia humana, Desejo-a

e fujo dela, amea e ela me apar/ora. Mas se o 0ltimo dia n5o pode ser evitado, espero uma espdcie de oygasmo sublime, no qual, como em TristSo e lsglda, to& o erotismo acumulado se

extravase e ge descanegue @rn uma violOncia e com uma dogura nunca sentidas. Garcia Lorca, o melhor amigo de minha juventude, talvez se referisse a um secreto ensinamento cigano,


quando representava Bera h6s sua morte. Ele se deitava, fechava Os 6lhoq Eâ‚Ź â‚Źnrijecia e contava os dias. Seu rosto fiea\ta lefhre[ suas caretas

abstrag6o, uma 'paixSo indtil" como diz Sartre. Para mlstico que sou, o homem 6 uma mat6ria de alquimia destinada a se transformar em ou-

imitavam a decomposigaO pfodrdâ‚Źsiva No quin' to dia agora 6, na vereih(fri 6 primeiro dia! dF zia nds o entendvaffiog, Ele n'Os descrevia o teatramenio do saixeo, o darro hlhebre. la sacudido pelas njas mal alEaAas de Granada. En-

ro, em tesouro escondido que merece buscas profundas at6 As entranhas. Para o cristdo degenerado, humanista idealista, um santo n5o mija. Para o verdadeiro cat6lico apostdlico e romano, tudo no santo 6 santo, e seu buraco do cu tamb6m 6 rellquia. Quarta: O livro que mais lhe interessa?

*

Vibora

*

Dali *

-

fim, passavarse uma esp60ie de apoteose. Seus tragos se relaxavain, seu$ laOioA soriiam. Ent5o, levantando-se, ele sacttdie hosso irlal estar, estourando numa risada bnital, eom todos os seus dentcs banqulssirrnos ..,

Dali -

Vlbora

vicio se tornar6 virtude, tudo o que 6 sexo se tornard alma; tudo o que 6 orgasmo, 6xtase; tudo o que 6 carne, espirito. Farei dele a saga da castidade, da abstindncia e da perfeigSo espiritual ...

Medo?

Quardo uianga, A vista

e

Uin tecido preto,

meus eabelos anepiavarn, o rned6 sd aFossava de mim" O 6nico eaddwr qtlefiE Que id vi me causou mA impressdo Estava envoltci numa coberta cheia de sani;ue e se hgitirva. Era um

Dali Vibora

aefaVa de ser guilhogeu seno. A morte o paratiisa pelo de tinado surpreendera depois 6 almfto e ele peidava prlncipe, meu amigo, que

abuhdantemente. Sanpre reerisei ir ver de perto um morto. Evito do mesrm insdo, os loums, por ter medo do contdgb. TodO morF rnerece que

-

Vfbora

pelos mortos; a cibem6tica mais potente 6 a dos mortos. O mundo 6 o lugar das vidas inacabadas; as vidas acabadaS estSo fora daqui. Toda

Dali -

de inacabamento... Como s6 nos restam 06 minutos de entrevista, poderias nos responder sinteticamente a seis perguntas?

Dali -

Evidente!

Vlbora

Primeira Qualfoi a maior manifestagSo de bur. rice presenciada em tua vida de pintor sunealisla? Foi a de Freud, quando me disse: "Numa pintura cldssica, procuro o subconsciente; numa pintura

-

Dali -

Dali -

Vlbora

Dali -

Vlbora

surrealista s6 encontro o conscienleo. Segunda Qual6 tua impressdo de L6nin?

L6nin tinha uma paixSo imoderada pelo ouro. Essa paixSo estava inscrita em seu pr6prio sangue. Ele era sifilftico e sabe.se que j6 Paracelso havia distinguido as relag6es do treponema e dos sais de ouro. Ldnin pronunciou realmente essas palavras extraordin6rias: "Camaradas, no dia em que tivermos,o poder fabricaremos urF n6is de ouro". Terceira: Sobre os humanistas?

Para

o idealista humanitdrio, o homem 6

-

de fazer dinheiro sem nunca usd-lo comigo". A riltima Que quis dizer Lorca quando escr+

veu em sua Ode a Dali: "N5o olhe a clepsidra de asas membranosas, nem o duro f6ssil das . alegorias, enquanto tua vida floresce sobre o

alma vai trabalhar no absoluto, aumentar a substAncia da vida, de acordo com o seu grau

-

Quinta Uma piada. O marquds de Cuevas me contava que vira Rockefeller s6 alimentando de 6gua gelada e minfisculos sandufches clor6ticos. "Ent6o o senhor gosta tanto assim de sanduiches? N6o, respondeu Rockefeller, n5o gosto de nada, s6

para ele se tire o cttapAJ, SOrnC grovernados

Vlbora

12O dias de Sodoma Um dia reescrevereiesse livro para ter mais certeza de sua imortalidade. Mas inverterei todos os termos: tudo o que 6

ma/'...? N6o sei ... n5o sei ... Lorca era cigano e n6s se mos muito pequenos quando colocados ao lado dos ciganos. Mas para deliciar os leitores de tua revista, quero relatar algo desse gigante e apaixonado Lorca: A primeira e fnicd vez que Lorca fez o amor com uma mulher, ele teve um impulo llrico maravilhoso. Embalou-a _em seus bragos, depois do orgasmo ,nu*tfiu-lhe, tomandolhe as m6o: "En la "yema de tus dedos, rumos de rosaq encenadas." N5o posso tradu. zir o yema:6 a gema do ovo, a parte dourada do ovo, o ouro fhiido, maiol fineza,'dogura mais delicada, a que Lorca ornpara A pele tenra, li. geiramente ocre e translucida de entre os dedos, 'hC um nfr de rosas no interior de teus dedos"

A vida

sempre tem

as

suas compensae6es. Enquanto a gente fode, tem gente que escreve.

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"Nio

tenho nacionatidade. Nasci no alto mar, num navio que

desconhgcidos".

nio levava

bandeira eqrrvvrrq algifrnd, qi do pai e

mie

--&

Ndo senhores! Entre os politicos, peilertâ‚Źr, lrair, 6

Senhores, algo fede!

O cheiro que

uma virtude.

exala 6 de suas cdnsciâ‚Źncias tor_ petas, putrefatas. N6o 6 itusdo! os poriticos desta pdtria varonir, novamente massacraram a todos. E agora, depositaram nas cabegas

Niio hd como delirar neste bestial teatro de merdas. Apenas ostentar um cabresto e seguir sendo manejado pelas m0mias de direita e esquerda nesta ,,ditadura pelo voto".

Oh! ... Estripidos cordeirinhos desta pdtria .... euem fede seduz os abutres! E por que ter vergonhas das conquistas? Por que n6o estampd-las abertamente, assim, como as bundas dos travestis, onde muitos

ocas, um belo e fumegante,,cagalhfo democrdtico,,. Na esperanga de merda brasileira, fizeram um mict6rio p0_ blico. Na imbecil f6 brasileira, utna fririn. para patifes. E como cinicos que ofertaram ao povo um papel imundo para que se _s6o, limpassem: O VOTO. Mas os brasileiros optaram em devolvG_lo aos polfticos, que arcm de limparem seus potentosos rabos, rg"*;Jf;"g";] no democraticamente na cara do eleitor]

sabiamente lâ‚Źem seus desejos e tesdo? Cair fora?

Agora 6 tarde!

O que

hd, brasileiro? Voc6 pensa que 6 o inventor da malandragem? Ora, pois, seu imbecil. Os que aqui se

Traigdo?

fazem de ricos, espertos, polfticos, banqueiros, indus-

51


triais, misses, comunas, militares, latifundidrios, doutores, intelectuais, etc ... 56o apenas "brasileiros" que s6o beneficiados por estarem perto das sobras que caem dos pratos dos donos do planeta. O que hai, brasileiro? Com este seu nacionalismo de tropa, de campo de futebol, de assembl6ias sindicais, com sua calhorda prepot6ncia dos melhores do mundo, maiores do mundo, o campeio em denotas, que misdria 6 esta que propaga ao redor de bdos? Qual 6 esta sentenga de morte que ronda como peste, mtara, no rev6lver, no torniquete dos envergonhados e famintos assassinos brasileiros? Quem s6o estes "bandidos" trancafiados rlos presidios, que superam em 1.000 ou 10.000 vezes o n0mero de "terorislss'l quâ‚Ź "lutaram" nas d6cadas de 60F0, e o relat6rio "Brasil Nunca Mais" sequer colocou-os conx' torturados? O que hd, brasileiros? O sulrdgio universalfaz os safados universais, que por sua vez cria, os engodos: inflag5o para roubarem mais, assassinatos'para roubarem mais, catdstrofes para roubarem mais, contituig6es

rio-minimo; 52,60/o das famflias vivem em estado de pobreza ou de misdria absoluta; onde hd 8.000.000 de criangas sem escolas, 36.000.000 de menores carentes, dos quais 7.000.000 perderam todos os vinculos familiares; 6.000.000 de chag6sicos e 12.000.000 de portadores de esquistossomose; 30.000.000 de banguelas e desdentados; 30.000.000 de pessoas morando em palhogas, casebres, favelas e mocambos;75o/o de adultos analfabetos e semi-analfabetos; 70olo dos aposentados recebem menos de um salairio-minimo; 300.000 jovens prestam servigo militar por ano, e 40o/o s6o refugados, por defici6ncias fisicas e mentais; 66.000.000 de deserdados; 10% dos funciondrios ptiblicos sio analfabetos; ningudm iesiste i tentagdo de subir na vida e nas cos. tas dos outros. Seja como for, mesmo que dG a mde, a mulher, os filhos ou um cheque para o finat do mâ‚Źs como gaiantia de futuro que nunca existird. "A fnica defesa da vftima 6 se identificar com seu carrasco". Esta liipide est6 cravada na alma dos

para roubarem ainda mais.

Ndii adianta a ginga do malandro, o doutorado na Sorbone, a bunda brasilein, as viagens via iicidovarig-pinga-The Cure-maconha-ultra-leve-cocainapunhetas- poesia-pomba- gira e vibradores, esta pdtria 6. tdo somente uma inveng6o dos europeus, um piquinique que a "humanidade" criou para se divertir e ca-

Ora, hd pouco, os "esquerdas" culpavam os milicos pela desordem reinante e a impotGncifdos brasileiros. E se diziam os "salvadores". Mas n5o passam.de um bando de patetas teleguiados, com viagens para Guba, Albdnia, Mosceu, para verem in loco a farsa comunista. E aqui ndo s6o capazes de sequer verem o horizonte ... Como maritacas ficam repetindo seus lemas: "Estamos avaneando", "Foi uma grande vit6ria para a classe", "Galma companheiro", "o momento 6 de alian' ga", "lsto taz parle da nossa tdtica", "E preciso ocupar os espagos", "VocG estd equivocado em sua andlise", "A direita quel e isto mesmo, quer 6 que nos dividamos", "Cuidado companheiro, seu discurso pode ser reaciondrio", "Fulano 6 proEressista", "Marx ndo 6 tudo, eu tamb6m tenho minha opiniio ... Companheiro 6 caralho! Bando de espertalh6es de botecos, em seus olhos e anseios jamais me enganaram, est6o embotados de canalhices, e querem o naco maior, ser proprietdrios, ser eleitos. N5o 6 dificil ver suas latentes vontades de tomar o poder. Nos sinclicatos defendem empregos e saldrios; o que para os patr6es 6 um alivio. Por mais que os "aiatoldslulas" sigam chamando as mies dos patr6es de putas; nunca os atingirSo. Os patr6es solenemente, chamam a policia, e como estSo envaidecidos por terem sicio reconhecidos como legftimos filhos da puta, n5o perdem tempo e p6em ordem no puteiro, Ora, em uma rep0blica de lacaios, contra-cheques, viactos, cocafnas, doentes, sanduicheiros, comunas, artistas, contrabandistas, CNBB, pais de santos, TFP, b6ias-frias, onde 60% dos trabalhadores ganham sald-

brasileiros.

.

tequizar.

Tristes crioulos, indios, putas polacas, francesas, turcas, romenas, italianas, armâ‚Źnias, alemis que para cd vieram. Esta escola de samba de pat6ticos desdentados, enjeitado5, gigolog. vagabundos gentis, : vestidos de reis e militares. "' Aqui todos respeitam a.farsa. Aqui ndo se pode pensar em demolir as fronteiras, as leis, os poderosos de merda. Esta mentira de 3e mur$ 6 o cu do Judas, 6 uma prisdo sem fim. 6 massacrante ser figurante neste "problema" Brasil. Os ladr6es governam este terreiro servil, que para e4istir requer enganar, apoiar, votar, trabalhar para ladr6es. Basta de politicos, padres, ministros,,,pc's, rajiniches, visiondrios, heavy metal's, anarquistas arrependdos, banqueiros, bancdrbg e cariocas Basta de bestas. . Basta de bostas. Basta de humilhados. Basta de brasilidade. Basta de dernocracia de. merda. Basta de babacas. Basta de teCes. Basta de bastardia. Basta. Sejamos Piratas.

:

52



NonFtcAgAo oe poUcrR 1. - llome: Bakunin 2. - Prenome: Mikhail 3. - Local de nascimento: Torzok, governo de

Tver-

4.

-

5. 6. 7. 8. 9. 10.

-

R0ssia.

Domicilio: atualmente fortaleza de tein. Estado ou profissdo: literatura. Religi6o: grego ortodoxo. ldade:3S anos. Altura:77112 Polegadas saxds. Cabelos: negros, encaracolados. Fronte: grande e largo.

12. 13. 14. 15.

- Olhos: azuis acinzentados - Nariz: longo. - Boca: arredondada.

K<inigs- 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. -

Barba: negra cistetetasl

-

usa bigode, cavanhaque

e

Dentes: dentigdo completa. Queixo: redondo. Rosto: ovat;

Teint:azul. Estatum: possante, colossal. Lingua: alemSo, franc6s, russo. Sinais particulares: nenhum. Konigstein, janeiro de 1850

54

f,


Ato de acusaeio o acusado Mikhail Bakunin reconhece que, independentemente de suas outras aspirag6es demag6gicas e no que se refere ao lmperio da Austria faziam parte de seus desejos e seus planos a destruigdo do Estado austriaco e a autonomia de nacionalidades que vivem sobre seu solo; ele reconhece igualmente ter tentado

realizaristq confessando toda uma s6rie de atos cometidos el9 com o obietivo de provocar uma no1 g5o na Boemia' isto 6, uma revolta subrevaarmada. ere aecli-q-ul o tuturo sistemd estatal das nacionalidades n6o podia ser decidido por ele de antem6o, pois isto dependia do transcurso dos acontecimentos; mas que ap6s a destruigSo violenta do lmp6rio da Austria, a Gonstituigao' qualquer que fosse ela, ndo teria so#nte modificado a eonstituigao atual, teria tamb6m abotido o pr6prio tmp6rio. (...) As circunstdncias agravantes que acompanham este crime s6o da malor importan_ cia visto que de todo processo de instrugSo ressalta que Bakunin foi pessoalmente o instigador do plano tramado de alta traig6o, que ele perseguiu seu obietivo com um espfrito de continuidade indefectivel, por convieg6o, perigosa Io mais alto grau, e em perfeito conhecimento de causal enfim, que ele ndo somenti influenciou muitgs ogtras pessoas ao dito crime' mas que foi tamb6m a causa de, gragas a seus conselhog e lnstrug6es, um grande nfmero de pessoas' em sua maioria lovens, terem sids anaetadoa acao criminosa e devem agora p*Fr pr isso conforme cs reis. A importdncia e o perigo do dito Bakunin sobressaem igualmente dog occrltos dere que es6o em nossas m6os que e o caracterizam como um individuos que ena durante muito tempo pera Eurcpa, sem pdtria e sem emprego conhecido, como um autentico demagogo de profissS0. s60 inexistentes as circunstrincias atenuantes. (...) Tomando em consideragao os fatos e as provas supramencionadas, assim como as leis em vigor' eu proponho que oacusado Mikirail g*r;in, por crime de alta traigilo, seia condenado d pena de morte por enforcamento e, com todos seus cdmplices, a pagar soliclariamente aos fundos do processo criminar as despesas do presente processo.

io*

Josef Franz major e auditor


Como nada e verdadeiro,

tudo se torna perrnitido

f--

dh


a

A AIDS

*'.,tCr.l"t5:**::':

estd em Dleno

um rev6lver

de-senvolvimento intre nds ... ou somos nos que

palavras". Al Capone.

volvlmento entre

* -ao ao que somente com boas

estamos em pleno desin_ a

AIDS?

D. Pedro

II foi apenas

o segundo de uma sdric

.Em

Todo milico € bfsamo Trepa na sua milher fode

a

pdtria.

Toda puta que pariu. or-

do filho'que

Panu.

Monrlgcn dc Mo-

gambiquc: conhecemos a revista Vlbora

atzr6

&

uma pr-ofessofa da USp, Jamals havfamos nos em-

b_riagado dessa maneiri.

tuais brasileiros, ctc,. seo semprc irdnicas c deoreciativag. Entretanto.' faz elogiot aos argcntinos, aos unrguaios e aos chi-

e

roube,

gulha-se

oDs€rva{6es sobrc o Brasil, iobre os intclec_

-

Se voce nao pode ter, coragem, pelo menos

1949, Albert Camus

estcve passeando oela Am6rica do Sul ... iuas

de portugueses safados e imperialistas.

Icnos .., Ondc es6 r€at_ mcntc a difercnga cntse as culAras vizinhas e a LUSITANA que dor foi ntrojetada nas \€ias????

O filhinho dc rcir parr e nic: _t[9r Existe algudm rnais oo-

deroso queo RIMEN?A

mic: Sim meu filho. O filho: Exictc quem? A EtrG (rDontrndo pr,rrun tiuci-

uma rcbeliEo sdlida. chispas. de informag6ej oemonlacas .,. eue de-

llxo nr D!rodo):+Elc. rapu filho. Deus € maii podemso qr.e RIMEN.

ros? Voc€s? As Viboras? Parab€ns! Viva a Africa Negra .., o Brasit neero -,. o Mundo negro. Dran@s que v6o foder a mle (deles!).

trao_

monios seo os brasilei-

b,

O_

Filho (cono quct

rcrcditon dorre

\..llcnhumr): -lnais

Se ele-fosse

poderoso que RIMEN, n6o reria ileixado

que o pregassem numa cnrz...

Nunca se deve bater ern um homem cafdo, a n6o ser quc se tenha certeza de que ele ndo vai Ievantar.

VEADOS

AI.iAR,-

- Oferecemos camisinhas com QUISTAS

ins. crig6es de protesto con-

8i,rB

""Jf,fi"".*f*11'

A primeira coisa que faremoS: vamog matar todos os advogados: Sha-

Ircspc8rE.

hccado ro! lDrrquirtrl: Os maiores

mlmigos do Eitado e6o os Eurocratag. bracas a elcs

o Estado-aindd n6o

nos sufocou dcfinitiva.

mcnb. Esses

parasitas

p6blicos inviibiliza;

todas a8 Draconices do Ijstado sobre os homcns. Devcmos inicialmente apoi6-los .,. depois, sem sombras de dfvidas, os levaremos ao campo. Is

minas, is fdbricas ... para guc se.Jan] .,purificados,'

qa vllanla sem limites que6oSERVICOp0_ BLICO.

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