Revista Víbora 3o Edição

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Espero que os senhores n6o tenham esquecido que esta revista 6 engendrada por um grupo de "caixeiros viajantes" e que nossos neg6cios atingem at6 a mais insigne das galSxias. Depois de alguns anos de retiro voltamos, com a mesma tes6o pela mediocridade do mundo, pelos nossos inimigos naturais (colecionadores de apocalipses, cart6es de cr6dito, discipulos do 80 dia, gangsters ridiculos e intelectuais do Terceiro Mi16nio... Bahl) com quem estamos condenados a conviver para sempre..Estivemos hibernando at6 ontem, e hoje lhes oferecemos outra vibora... um prato feito para todos os moralistas e para todos os cl6ricos desta com6dia. Voltamos ao cen6rio, teo simpiiticos, como nunca, dispostos a reivindicar da sociedade nossa futura e merecida canonizaqSo. N5o adianta fechar-nos as portas, n6s agora "acreditamos" no corpo astral, nos delirios dos ufologistas, nas palhaqadas de Gurdief e entraremos em vossas alcovas pelo buraco da fechadura. Somos uma esp6cie de deuses-fracassados... s6 nos restou uma intelig6ncia excepcional e um cinismo Diogeniano!l! Ndo, n5o faqam essas caras de'desd6m, no fundo. todos os senhores sentem uma paixSo quase comprometedora por esta revista. Avante, chega de preconceitos e de falsas calInias... leiam-na do principio ao fim e......

Editor: KLEBER LIMA

Colaboradores: Todos aqueles que de uma maneira ou de outra, esteo permanentemente reivindicando o impossivel.

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NENHUM DIREITO RESERVADO


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,,interesante,'e ,popuhr,,atrav|s fiicil tormr-se fus leos 'Drumowtds',, is ,lpnquins,;, ii Anto_ ,,Caetanos',

-1 tmho,condi@es para entender y!:j,y^:y:: ,,furbozas,,, "yinicius",

ntos-'os os os l,Qhicos',, e outros',,Zds,t brasileircs Ete se faeram ou.si fazem wsvr rioiicnl,ii-;;r;"tilii'6hrriiittriiriiir"ffi;hr_ v, neste oito milhdes e tanto de qtildmehos quadrados arc, fteluiao alr"ni iiik o ser, depois de I 500 _um dep6sito, uma lakru, 6u coiu parZaA o-u- oitiii.'rii-ina, se mvbram restos de coisas ty{ef e.vd1tc.idas. (Tupi or not iU ntiilii'r;;;;;r;,'^_

oevia nosso esquecido Oswld de Andrade). Por todos os lados se pode ouvir palihas, elogios, revtOncias e um respeito servil pana com now peCuem revista, Wru com nosw Ytbora improvisada, criada e alimentada por dois ou tr€s_'forasteiros" rebeldes. Qtnndo nlio s6o elogios nem plmas, silo resmwgos newbticos de outos "fundos", de outms 'panelas" de oufios pallwgos como n6s. Muitos atravesstm a rut pam evitar+tos, outros nos buscam pamvomitaringenuidades, outros cumprcm o velho oficio de'espionar, delatar, difamar, outos pensai que mloEtecemos e que vanos perretter a seus netos ou fillas, outros deimrarn de oliar-nos nos olhos, outros simplesmente reztm Wra que nossas almas sefum 'perdoadas" e para 4te as "Delicias da Leino dos Citts" n6o nos seiam negadts. Ninguim nos procurou-gra estudat, Wm crbr, fiIosofa4 investigar ou m6mo questiorur nossas "suspeitas" exiitenciaB e sociais, e isso nos leva a confirmar: estanos-cercados Wr mtnzantts covarda, perdidas, castmdas e reustmdas, ani,quiladas e bestifrcadts\ F4sseis acafudos! pequmos consurnidores de rougs, de cuamelos, de pomografn, de autonateis, de cursoi, de tetracicliru e de colirio para estas cdmeas que seilio doadas semnunca terempercebido nentwma luz! RaIi hunuru, multidtio de,seryos que impossibilita Emtquer luta, qualquer impiso criador, qlqlquq intento de libera@ol rodos com os instintos desntfdbs, impossibilitadas de iustilicat-se a si mesmo, de interpretar-se, afvmu-se e se enftegam inocentes para as garas do Estado, ou da Igreia ou do Partido... mamo Emndo esta se igwlam em repressilo, coagao e ertgem que seus membros "se conformem", e portanto, fiaitm seu ilnico destino.de auto--liberagilo.'Tu, o Estado, sou o povot!|" haverd mmtiro mais abieta que estd? "Nunca fomos catequizados. - gitava o iutor do Rei fo Vek Vivemos afiav4s de um direito somimbulo. Fizemos Oisto ruscer ra Bahia. Ou em Belim do pani. IWs nunca admitimos o tascinento da ligica entre nds". fedem, os conwlt6rios federy os tutros fedem, os bancos e as igrejas fedem! Estamos na ipoca do Atumo, onde um pais como Israel bmbardeia e iiia'sobre quem quer e o rcsto nafu mais faz Ete resrrangat ou peidar em rodas de cafi. Estamos como dEia - ra ipoca do dtomo, onde tudo i determirudo pelas formas mais cruiis e ilogicas, pelo egoismo dos cowumidores e peh rigidez dos dfupons milinra. O Estado ras r{gs-dos ti|timos, Eter Ele o povo lhe d€ o mamo calto idohtrico que dava d igreja. 'lTtytlaTnos a iustiga: coditiufio & uinganga. A Ci€ncia: adificagdo t i nugia. Antroiofasb: A transforrrugiio permanente&i tabu em totem".

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Por isso, niio creiam em nenlwma mufungal Cada cifula de nossos corpos esta c{ntamiruda, adoentada,e penertida pelo virus asqueroso do Poder: "56 me interasa o que n6o e meu. Lei do homem. Lei do antrop6fago". Somos todos guerreiros fracassados e nossa inica metu e o Poder, o dominio, o imp€rio. bmunistas transformam-se em fascistas, atarquttas em ktrocratas, Trotkistas em Filhos de Jeoxi, Maoistas em YoGAnanfos, gatos em cabras e tuda segte a mesnu e idiota rotina do Podert. Os funqueiros e os milias sempre acafum sendo os vmcedores, tomam as rddus da cammgern e'decidem quanto vllo ganhar, o que diriio as ilassts, o que cantardo ru chegada do Papa, o que escreverilo rws poftas dos templos, dos qurtdis e dos cabar^, o que acrescatardo na bandeira,nos selos, tw Constituigiro e rw Moral atidiara. O resto? Ah; o resto marcha pobremente, miseravehnente, clandestinamente e vergonhosomentet Wnte velhotes esclerosados decidem o presente e o funro de um pais onde a iuvmtude i predominante; lwverti vergonha ou sime maior que este? &meiros incurdveisl Somos servos demais e porisso, amanhd estaremos cob*tos por cinco punludos de tena e federemos pior que a m*da de vaca. Agora uma cois certa: nossa revista tem uma cuiosifude inotvel por vber o que pensam os senhores e as senharas, fu educagiio. Desta educagdo que domestiu, reprime, castra'e inferniza a vida de nossos ftlhos. Que pensm os senhores da mediciru? desta mediciru privada, exploradora, intitil e sintoruitica que semprc estudou um corry fragmentado e que fundammtou quase todos

i

partir de experi€ncias com cadiveres. Que pensam os senhores da familia? destes pequmos grupos neur6tims, infelizes e amargurados. Deste pequmo grupo gerador das ideobgias mais perversas, enfermas e aniquiladoras. Que pensam os senhores das religi1a? Destas crengas absurdas que nflo fazem outra coim seniio negar a vida, envenerar,ass$tar e degradar a existCncia de seus discipulos. Que penvm os senhores e as senharos dos burocratas, dos libertinos,do gozo e do sexo? Que pensam da psiquiatria, fu sociologia, da arte, da homossextalidade, da delinqii€ncia, da eutanasia e da subnutrigdo? Sildncio. hessinto um sihncio de tumbas, e aos senlnra a quem me dirijo; aos senhores que estdo todas as tardes em fih tw porta dos motiis com uma puta que vos aatricia o pau em troca de vinte ou trinta mil cruzeiros roubados, digo roubados porque ndo existe lei econdmica que iustiftque o capital a n6a ser o roubo. Que pmsam os senhores de tufu isso? Oeeis por acaso - os senhores que sustentam a forga, o poder e a economia que jd sois emancipados, liberados, amadurecidos? Pobres d*tbost Anco palawas em pmticular, um telefonema anantmo ou umo sasib de mocumfu s6o suftcientes paru derruhi-los de cara contra os ioelhos e gm fazo com que vosso falso poda se desmanche em kigrimas. Altos ou fuixos, milicos ou comaciantes, ptetos ou banag iudeus ou dmbes, do sul ou do norte... oh; todos imbecis de um mesmc, d^tfun, todos m&cadas por uma coloniza@ vergonhov, por wn cardter prostituido e por um idioma fnigil e pobre. Que queremos? Quetemos a revohtg(b Total e Radical, aqueh Ete comega exatumente tw consci€ncia dos homeru; por agora, s6 a antropofagia nos une. Socialmmte, sexuahnente, politicanente, religiovmente, economimmente e clandestitwmefta os seus postulados a

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Ahertina da Silva a Histilria)

(por mew enos clamard

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2


Aqudm que falam de ruolu96o s de luts da cles se raferinm explicitrmonto a vida cotktiana, comprcâ‚Źndorem o que hd de subvstsivo no

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amor e de positivo na recum das coa96os, na boca um cad6vgr,

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s)(t$o ERAMANE preenclre

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Ur TAL]TI

o seu dever para com a vida

pro-

criando um fiiho. Depois afasta-se em direcgSo ao de' serto, votado ir solidSo e abnega;Eo.

A

minha

mie.-Que fizeste na

incarnaqSo anterior' des-

gragado, para o destino te maltratar desta maneira? Adivinha! Lembra-te de que fui casado conr a mulher Eu. de outro lromem e clepois me separei dela para casar com uma austriaca. Lenlbia-'ie d,.- que, a seguir, ile arrancaram essa que' rida austriaca e a 0nica fiiha que dela tive, encarcerando ambas numa enccsta da fioiesta bo6mia' Tens de ideia o her6i do rneu roniiance .{nn offever S6b; aquele que rnorre miseravelmente numa llha no rneic do mai?;;'":' A minha m6e. Basta! Basta! Eu.

Neipperg7...

N5o sabes quo

a

m6e do meu pai se chamava

A

Gala-te, desgragado! minha m6e. pareciCa corn o rrlaior " . e que a rtrinha Cliristine 6 -. cemo 6 dEspota Repara assassino deste s0culo, at6 na aud;cia? meio"' e anos ccm Cols s6 honrens, de e donrinadora A minha mie. Es louco? Sou! E vccOs' mulheres, gue pecados teriam feito Eu. para a vossa sorte ser ainda mais cruel cio que a nossa? Vâ‚Ź comc tenho razSo em chamar bs mulheres os nossos.dem6nios' l A cada guat o seu m6rito! A minha m6e.: Sim! A condigSo da mulher 6 um duplo

iu.

inferno.

Eu;*.4 mulher 6 um duplo dem6nio. E quanto a isso, da reincarnagdo, ser6 apenas unra doutrina cristi afastada pelo clero' N6o dizia Jesus Cristo que S. Jodo Baptista era uma reincamag6o de Elias? E Jesus era uma autdridade, ou nio? A minha m6e.-Com ceraeza, mas a lgreja Flomana proibe investigaq6es no ocuito!

Eu.-Mas o ocultismo

admite-as, pois toda

a ciâ‚Źncia 6

consentida!

Os espiritos da disc6rdia exercem sevicias e, apesar

do

oxacto conhecinrento que terros do seu jogo, da consciOncia da nossa inoc6ncia, os malentendidos reiterados deixam residuos de a!-rlargUrA,

4


Ccnro se n6o bastasse, ap6s a doenga da velha as duas irmis desconfiam da m6 vontade que tenho contra ela e do que ando ali ccm qualquer inteng6o. Devido ao interesse que mostro em afastar o cbst5culo que rnâ‚Ź separa da minha mulher, n6o podenr deixar de pensar (bem naturalmenie, ali6s) que a morte cia veiha nre causarla prazer. 5o a existCncia de urn tal desejo n''e faz cdioso, a scus olhos, e j6 nern me atrevo a peclir noticias scbre a doente, com receio de ser tomado por hip6crita. A Sit'-r:gio tez-se tensa e as nrinhas velhas amigas esgotam-se enr discussdes irrr,crmin6veis a meu respeito. Discutenr o nr3u caricter, os meus sentimentos e at6 a sinceridaCe do amor que dedico i miriira filha. Um dia resolvem torn3r-rne por sento e as feridas que tive nas mios pass;nr por estiglmas. De facto, as marcas que me licaranr nas palrirss parâ‚Źcenr sinais de pregos cle grande calibre. Todavia, pai'a afasiar toda a pretensSo i santidade afirmo que ndo passo c'o bcm lacirSo Cescido da cruz para uma peregrinar;Eo, b conqrrista do paraiso. Nouti'o cJia eepcculem sobre o enigma que represento e acusanr-rnc de ser Robertc o Diabo. Um ou dois incidentes destes ci:cgrm para ficar receoso de vir a ser lapidado pela populaga. Eis n'rais um facio: Ci:ristirre tern um horror excessivo ao limpa-chamin6s. Uma noiie, dura;ite a ceia, comega de repente a gritar e com o dedo rncstra algu6m, invisivel, por detr6s da minha cadeira. Exclarna: 6 o lim;;:l-chantir6s! A minha m5e, ciue acrediia na clarivid6ncia das criangas e Cos aniniais, fica m'-rito p6iida mas eu recgio, sobretudo, o sinai-da-cruz que fez sobre a cabega de Christlne, Um silGncio de mcrte sucede a este incidente quo consegue apertar-me o coragao, O outono chega com tetnpest2des, chuvas e trevas. Na aldeia e no asilo dcs pobres muitiplicanr-se os dcentes, os aEonizantes e os mortos. De ncite ouvimos a sineta do menino cle coro que precede o viirtico. De dia os sinos da igreja tocam a finados e os ent?i'ios somam-se. A vida 6 de uma tristeza rnortal, 6 ligubre, e as minhas crises nccturnas recomcAamFl6 quern reze por mim terqos inteiros e, no n.ieu quarto, fci posto unr bcnzedor ccm 6gua-benta que o padro consagrou. A m6o do pesa sobre ti! -E a minlra mEeSenhor que rne esmaga com esta sentenga. Vergo-nre e levanto-nre. Equipado com um enraizado cepti_ cismo e ligeireza dâ‚Ź espirito, l:berto a alnra dessas icieias negras e, depols de ler certas obras ocultistas, intagino-me perseguido por elementals, elementares, incubos, liminas quc pretendem im_ pedir-rne de concietizar a gr.ande obra alquir,rica. Instruido pclos iniciaCos, procuro urn punhal da Dalmicia e, com ele junto ds rnim, considcro-me bem armado contra os nraus espiritos. Acabou de morrer um sapateiro da aldeia, ateu e blasfemo. Uma chuca de cernpan6rio que era sua e agora nio tem dono, foi potrsar no telhado de um rrizinho. Du:'ants o vel6rio essa chuca apareceu no quarto do morto sem que os presentes soubessem como e, no dia do enterro, seguiu o cortejo ac cemit6rio, aonde se manteve pousade na tarnpa do caixEo.


Nestes riltimos dias, de nianhe, esse animal acompanhou-me o gue me inquieta por causa desta guiou-me pelas populag6o supersticiosa. Certa vez ontem ruas da aldeia emitindo gritos horriveis misturados com palavr6es que o blasfemo lhe ensinou. Dois outros pSssaros entraram â‚Źm

ao correr dos caminhos.

cena, por6m, um pintarroxo e uma alr,6ola. e perseguiranr a chuca

dc telhaJo em telhado. A chuca fugiu da aldeia e foi refugiar'se na cl":anrin6 de um casebre. No mesnro instante, um coelho preto saltiiou em frente dessa casa e sumiu-se na erva. Dias mais tarde veio a saber-se que a chuca morrera as mSos de uns garotcs que a detestavam pela tend6ncia que tinha

de roubar.

Corrtinuo a trabalhar, nras dir-se-ia qtle de algunr tempo a

esta parie as pctBncias me tdm em desgraga. Ao entrar em casa rnuitas vezes sou surpreenciiCc por unr ar pesado, ccmo qLle envenenado, e tenho de trabaihar com a pcrta e as janelas abe*as. Ficc a escrever d mesa metido num cepote grosso o ccm um bonâ‚Ź de pele, e iuto contra os ataques ditcs elGctricos 6


qire rie apertam o p,eito e picam as costas. E frequente ter a sensaQ;o de que se encontra algu6m atrds da minlra cadeira e em tais afturas dou. facaclas nessa direc96o; imaginando que com_ bato um inirnigo. fsto acontece.rne at6 ds cinco da tarde, Se continuo ai6m Jessa hora; a luta. ass,ume urna, fii.midfvel amplitucte e, ;'6 sen forgas, acendo a lanterna e desgo para junto da minha. rn5a e cia crianga. Em piena. corrente de ar. que, provoquei para destruir o e sufbcante cio quarto, certa vez resolvi prolcfigd: at€ is seis, o combate, com a irteng5o de terrninar um

a;:':i:iente pesada

ai-iigo sobie quirnica; Unra jbaninha preta ccrn.nnanchas ar.nareras

tr€Fou pelo rarno db flores da, iarra; inrrestigou, procurou uma sairjs 6ca53n4o por se, doixar cair no m.€u papet batendo as asas como o galo do alto da igreja de. trlossa Senhora dos Ca.mpos, em Paris. Comegou a. fi€icorrer o manus.crito, abordou. a rninha mio direita e trepou-lhe, para, cima. Depois de, o,lhar para mim voou ern eiirecgi.o d janela e, segun.do a. birssola pousada na rnesa, iomo,u. o, Norte. Seja ent6o o, Norte!., d.igo corirllgc rne.sr,no. Mas quando eu quiser e me agradar. At6, ver,, fico aonde estou. Ultr:apassadas as, sei's horas, ni.o encontro for:rna de, per. rnanecer ncsta casa assonliiradar Deseonhecidas forgas me er_ guernr da catjeir:a e vejo-me cbriga.do a abandoniija.

Felas tr6s da tarde do Dia de Finados,. o sol bri.lha e o a:: esi6 calrno, Fiecedido, do. cleror. a procissdo dos halr;tantes da

a,ldeia com' egtandartas. e miis.lca ci.lrige-se ao. cen:rit6rio para um?r saudagic aos mortos- Os. sincs da i.greja badaiarn. Sem, pre€m_

brrios, senr. qualquer nuvem, precursora. no c6u azu,l-p6liCo, rebenta lJnra ter.Rpes.tade-

Q peno das

bandeir.as agarra_se aos paus,

a roi,rpa

dos

liornens e das mulher,es ds cortejo agita.se ao, vento, m.sens de poeira levantaFn,se em turbi.lhio, as Arv,ores verga.r.n_se . ... 6. um verdadeiro naifiagre"

BeceiiE a prdxima no.ite e a miirrha. rnEe sabe-o. Deu:me ura a,;nuleto de trazer ao, pessogo, urn.a.virgem, e urfla, crue cie nracleira santa, da trave dO uma rrelha igro.ja corm rnais de mil anos.. Aceitc-os como oferta db. boa-vontaefe" mas um resto da religi5o

dos meus antepassado.s; que eu conserv€, imped.e q,ru oa -ur* Cerca. da:s oito hra'ras" dtlrante a ceia" j5: corn. o candeeiro

acesc. leina rrrna tranquifidade sinistra no nosso pequeno grupo. L6 fora esid escuro e as 6rvores man{CrR:se iim6veis HE calma em. tcdo. o lado, De r":pente ur"na rajada de. vento, urna rinica rajada, atravessa Ca, janela e d6 u,rn muglido parecido com c som de uma desafinada vioia. Depois, mais nada.

as iicndas

A miirha m6e langa-me urn nos bragos.

o,lhar

terrivel e aperta a crianga

iijunr breve segundo apreendo o que diz esse olhar: _ Vai.te, e ni.o atraias a inocentes os dern6nios vingadores.

rna.iCito,

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!

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Tudo se desmorona; a 6nica felicidade que me resta (estar

junto da minha filha) 6-me arrebatada e, num sildncio l(gubre, digo em espirito o adeus i vida. Depois da ceia vou p3ra o quarto r6seo, que agora 6 negro, e p:'eparo-me para um combate nocturno. Sinto-me ameagado, mas

por quem? N6o sei e por isso provoco o invisivel, qualguer que seja, o Dem6nio ou o Eterno, e vou lutar como Jac6 lutou conr Deus. Entretanto bi:tem i porta. E a m6e que pressente a m6 noite que vou ter e rng convida a dcrmir no canap6 da sala. A presenga da crianga salvar-te-6! -Agraciego e afirmo-lhe que nenhum perigo haver5. Nada me faz n':edo enquanto tiver a consciâ‚Źncia tranquila. Deseia-me boa noite com um sorriso. Ponho o bon6 das batathas, o bon6 o as botas, deito-me vestido e decidido a mcrrer como um bravo guerreiro que desafia a mome depois de ter enfrentado a vida' Cerca das onze horas a atmosfera ccmeQa a adensar-se e uma ang0stia mortal apodera-se da minha coragem' Abro a janela' mas a corrente de ar anleaqa apagar o candeeiro e volto a fech6-la' O candeeiro comeqa a cantar, a gemer, a piar. Depois, novamente o silOncio que vir6 a ser guebiado pctos uivos de um cao, / interpretados petas tradig6es como um cantar frinebre. 0!ho pela janela; s6 a Ursa fVlaior est6 visivel. Por baixo, no asilo dos pobres, h6 uma candeia acesa' Unra velha debrugada sobre o trabalho aguarda a libertagio receando, talvez, o sono

e os sonhos. Deito-me na cama. fatigado, e tento dormir. N5o tarda, por6m, que o velho carrocel se repita. Uma corrente el6ctrica procura-me o corag6o, os pulm6es deixam de funcionar e eu tenho de levantar-me se quero escapar d morte. Sentado nun'la cadeira demasiado esgotado paia conseguir ler, para ali fico estfpidc, durante meia hora. Decido-me, entao, a dar um passeio at6 a manh6 romper. Quando saio a noite est5 escura e a aldeia dorme. 56 nZo dormem os cies e o apelo de um deles p6e-nre uma matilha i volta, com oihos brilhantes e goelas abertas que me forgam A retirada' De volta, mal abro a porta do quarto pressinto-o habitado por seres vivos e hostis. Est5 cheio deles' tenho a sensageo de abrk caminho entre a nrultidSo. Quando chego A cama caio resignado e disposto a morrer. Mas no supremo instante em que um abutre invisivel me sufoca nas gatras, algudm h6 que me arranca do leito pnra ser reiniciada a perseguig6o das lirrias. Vencido, aniquiiado, abandono o canlpo de batalha e desisto da luta contra os invisiveis' Resotvo bater i porta da sala, do outro lado do corredor. Airrda tevantada e em preccs, a minha mae vem abrir. Quando rne v0, a expressSo do seu rosto inspira-me um horror pro{undo

a mim mesmo. O que 6 que queres, meu {ilho?

- Quero morrer e, a quero-ser quelmado vivo.

seguir, ser queimado. Ou melhor:

filem uma palavral Compreerrdeu-rne e luta contra o seu horror, nras a piedade e a miseric6rdia religiosa levam a melhor 8


e eta pr6pria vaa arraniar_me o canap6, retirando_se depois o quarto aonde dorme com a neta. por um acaso

;

;ilff

l:::":] r;#:.J:lT';:.

para

estd corocado gue neo renha cortinas de fornra ;; ;;;or directamente as tre.ras da noite. Como " U""taule, por se isto nao esta janela 6 que a rajada de ventr

euase sem

,;;.T:".:"r:'j$.

omnipresente e inevit5vel que me de acordar em minr a Descanso

",n"o' sras, mas o e spectro

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qu.,.".,po :?::#:'::^y :1; ."' invulgar' -- "-. dormito nessa postura

sofrimento?-Quu, ,.,.,u recusa a mo*e rinertalrlsrjT:"rilT:::r ro Seri ele, o Senhor da vida e da morte, ele a quem ofendi quando

me supus maduro para a u;0" uiu-u depois de A Alegria de mcrrcr, qtrrndc fiz experidncias

ter

suicidas?

Serei esse Fi6gias condenado por orgulhc ao suplicio das angistias do Tiriaro, o-u_,pro:rlet:u .lriigoo";'p.ro abutre porque revelou aos mortais o segredo Uas potGiciasi

(Ao escrever istr

em que os

;"1ff:."r0*

soldadosi{:J:",::f ff dizendo: profetiza-nos,

?il"".:#;1ilffi:

J-Cr]".,

sobre quem te

eue os meus companheiros da juventude se recordem de uma certa noite de or quando o autor deste tivro rez o 0.0", J"-"niilr:T.::;"*lmo' Quem bateu? pergunta sem resposta,

d6vida, incerteza, mist6rio. Aqui estd o meu inferno. algu6m se mostrasse haveria de lutar contra ele, d" fra:tu"'".""

Ora isso 6 Oue e]g ndo taz, para me atirar dr loucura

flagelar com a m6 cons( .^ -"'

e

tg: imisos ."o. ";11 11' ?i, "," mau-ciuerer que lhes tenho. E, cada vez- quu J".pi"to um novo inimigo, 6 porque a minha ii, trar

in

;till ::, :::J":Tl: li*jc.. "on.",!n"i.

No dia

seguinte, dep^ois de algumas com o gorgeio da minha_^Ctrristins.-Tudo horas de sono desperto urqu""ido.

:;ilff:":::inT;,""tue

Consa-

em boa ,,iu.""ii poi.-o, meus escritos sobre o

meu senso e da minha fi:,tl#:ltttando-me ".,"0o'Jo Os jornais, entretantc, espalham a nova de um s6bio ame_ ncano que descobriu um m6todo ooo" ,ron]rJrlrlar prata a ouro, o que afasta de mil em -

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consegue dissinrular a inouietaqio em ,gue vive por nio saber qlral ;a rr,rinha .cpini6o sobre o ilivro. lFico :intri,go:do, .pois desconfio eJue as Rossas ..elag5es de .armizade r;6o .ae"rpendor ,da rres'posta. A Secreta Doutrina, iaparihado de iodias as ,teorias ditas oclrl.tas, glrisado de todas ,as :h:eres:ia,s ,c'rentificas ,msdernas e antigas, nula e sem valor celqpre qu.e ,a esnritola emite ing6iruas opiniSes pessoais, 6 ,interessante pela eitagSo de autores pouco conhecidss e detesterrel ;pelas ,aidrabices, ,conscieRtes ,ou rnao, e f6buias a respeito da existEniia .dos ,flri{trnas, € ..olrta de 'urna .Einandra .aue ,pretenCen ;bate,r o ,record .do :hornem re tem a pretensEs cie devastar a c;€ncia, a reli.giSo ,a filoso:fia, de eleger uma sacerdotira de rlsis :no altar do Gruclficado

C,o:n,t'oda

a

reseru;j.e ctr,.jtclcs devidls

a

un1 arn'go,

comunico-lhe que opiniio ,tcnho G declaro que o deus colectivo Karma me desagr.ada ,n6e ,podendo, rpor €sta ,r.azio, adenr a uma seita que naga o De.us pe ssoa.l, rlnico que sa,iislaz as minhas necessiciades religiosas. Fedsrn-rne urna profr.sslr de f6 e, apasar de convencido que a .rnirrlra palavra anastara consigo rLn:ra tuptura e consequente suspensEo :de subsidios, {alo {rancamenie. O arniEo sincero e de coraqac exce?ente transforma-se, enteo, num derrr5nio vingador, lanea-rne uma excomunhEo e ameaga-rne com potencias ocuftas, iniirriida-me atiav6s de insinuag6es que anunciarn actos repressiv'..rs, vaticina conio um saciificadcr pag5o. Ternrina cita.ndo-me perante um tfibunal .oculto e jurandc qlre nunca rmais .poderei esquecer o 13 de Novembro. A nrinha situag5o 6 desgragada: ,p.erdi um anrigo e lico 'reduzido i mis6r.ia. Aqui tentJes G .qrre idle sucede at:'av6s ds 'urn'acaso diab6lico, no .meio da nossa gueri€ pcr correspondBncia: A lnitiation .publica uma critlca que :diz ao sistema astron6n'rico actual e, dias mais tarde, o direitor Tisserand do Observat6rio de Pa.ris rnorre. Num rasgo de bom humor combino estes dois factcs e conlparo-os ,com a morte de Pasieur que se deu, precisamente, no dia seguinte ao da CistribuigSc a p(r'h'lico do n',eu Sylva Sylvarum. O te6sofo neo compreende o ,gracejo e, cr6dulo conro nenhum outro, talvez mais riniciado do que eu na magia negra, comega a desconfiar ,de que pratico actos de leitigaria. {magine-se o meu terror quando o ma;s c6lebre dos astr6nor.nos da Su6cia tamb6m morre com urn ataque de 'apoplexia, depois da iltirna'cada da :nossa ,correspond6ncria! Tenho medo, e com raz5o. Ser suspeito de prAtica de feitigaria ,6 urn crime capital e, <tse o pr6prio feiticeiro morrer, nEo ser5 ainda assim bastante a honienagenr que the possamos fazeru. Para cimulo do horor, durante o m6s {alecem cinco astr6-

nomos mais ou .menos conhecidos. ,Receio esse

fanitico a .quem

atrib.uo .a crueldade

de

um

druida, aliado ao pretenso poder dos feiticeiros hindus que

6

matar d 'distSncia.

Fetrovna Blawatsky (1831-1891), te6so{a' Alistou'se (r) -,lielena no ."*6rcito de Garibaldi e {oi {erida na balaiha de 'Mentana' O dia da sua morte 6 comarnorado pelas sociedades te6sofas como sendo <o dia do l6tus branco)), (Nota do tradutor)

r0


Um novo inferno de ang6stias! A partir deste dia esquego

os denr6nios e dirijo todos os meus pensamentos para as intri_ gas nefas-ies dos te6sofos e dos seus ,miigicos :hindus dotados

de inacreciitSveis forgas. Sinto-me condenado e. para o caso de morte sfbita, meto num sobrescrito lacrado alguns pap6is em que denuncio os rneus assassinos. Fico d espera.

Dez quiir5rnetrcs a leste, .perto do Danirbio, est6 situada a pequena cidade de Crein, sede da regiio. Agora que â‚Źstefios no finr de lriovembro, em pleno inverno, vr6rn ccntar-n1e que um estrangeiro de Zauzibar ali se instalou como turista. lsto basta para .j3spertar todas as dirviCas e ideias negras no c6rebro de

um doente. fulando tirar informaQ6es sobre o estrangeiro para saber se 6 de facto africano, quais as suas intengdes e de

onde veio.

lrlada se ccRsegue saber e um v6u misterioso envolve esse ciesconhecido que me assonrbra ciias e noites. Na rlrinha extrema

mis6ria, e sempre dentro do espirito do Antigo Testaryrento, im_

plcro a proteca5o e

inirnigos.

a

vrng&-,ga

do Etemo' contra os

meus

Os sainros Ce David s6o os que rr,elhor exprimem as minhas aspirag6ss, s o meu Deus 6 o verho Jaco. o octag6simo .sexto salmo 6 o que mais se fixa no .meu espirito e nio piro de repetir: <t6 Deus, gente orguihosa h6 que se levantou contra mim e um bando de gente terrivel, que nunca te viu, atentou contra a minha vida!... Mostra-me qualquer sinal do teu ,avor para ser visto por quem me odeie; a ajuda e consolagdo qua *a deres sejam vergonha para eles.>

august strincjberq

ll i

I'



a M484ryga @@8 ry&&@@a a responsabilidade pela nossa reprodueao ^!^51rrn',em confronto coloca-nos com uma ungrsf,a bontrofui a natalidade equivale a matar nossos lif[os j? no pensa_ menio; 9psim, a id6ia, de ptanejar o nu*Jro destes 6

uma _ideia fiticida que produz angusiii, ies,st6ncia, rejeigio e at6 repugndncia religios O psicologo argentino conGmporaneo, Arnoldo Ras_ covsky, esclarece o reai significaCo do fificiCio e a sua

importdncia como expressdo cultural. ntiima- que exlste " 1ds uma poderosa resistâ‚Źncia e protunaa repugnancia.diante do pensamento dedicado de matar nossos filhos. Em suas_investigag6es, "-no"ao"-o""ejos recorda po_ r6m como exemplo, que na oinamar"ca, e-m' iso7, a metade das vitimas cie crimes de assassinato qr""" foram criangas, vitimas em oeral de seus gunii;;;;; e que nos Estacios Unidos ,""ii.lud" social tevou os cientistas a " pesquisar a "sindrome da crianEa espancada'; e a anali_ sar o comportamento dos pais espancadores; lembra que o abandono total, ou formas etenuadas de abandono, e tantos tragos de conduta di6ria constituum for*" de filicidio;.sugere que a circunscisdo Oo outr" rJm_nascloo apresenta claros elementos filicidas. Alias,

e1

Mitologia o filicidio aparece abertamente: lembremo_no,nadu Ur"no, de Tdntalo, de Laio f, a guerra, uirt" ,enomeno

"orii

f. Arncldo

Rascovskv: La matanz-a de los hiios Fdiciones Kargteman, Bue^os Aires. 1970

y olros

ensayos,

t3 ;1

_ii


6 uma clara expresseo do assassinio dos filhos. Gostaria de acrescentar As investigaQoes de Rascovsky a constataeao de que o controle da natal.idaCe posocial,

de ser: ccnsideradc como urna {orma de tilicidie' N5o querer ter iill,os corresponde ao concei',o de maiar os fiihcs

pcssiveis. Todo aio sexual. que neo tenha comc rr,etr 3 gravir3eu, representa urn filho que poderia ter nascido e q.ue d. portanto, assassi:nado.. Por este rnotirvo tantas !ie' ligides se op6ern ao contr,ole da nataliidader' SeEund:o

ela", o pbnCj,armento da, farnitia que, testringie o nfrne'ro de filhos l'erra a rnatar todos os restantes' possiveis- A ang0stia ante os impulsos filicid'a's d g,rande e se erige como uma das bar:reiras mais poderosas contra qualquer intento de controle da natalidade:

O aborto,, assinr,. repres€nta um probtenra de

emer-

g€noia para a.s fantasias filicidhs. Po'r nlais necess6rio que se iusil.re seja sob o ponlo de vista social, por ma'ls: um

tifique, em tedas' as mdes q,ue abortam gerrnanece seniimento de rernorso e de culpa, resuitado da sua aqio fillcida.

homem, primitivo" o fifi'cfdio expressa-se' abe!'taccmo,urn r.x6todo Para reduziir a po'p,ulaqeo diianle d,a escassez de alimento,. Os tabus e as tradiQdes das trlbos restring,iarn: e/'ol, iimitav'a'r* as relagEes sexuais i.ncestu,osas, proi:blam a manifestagdo da sexualidadle no periooo d:e' amameniagioda' crianga, rnas nSo Limit'avam as guerrae ilnl.er-tribais, nem impediarn qge' -a aLti'ssirn'a rnor{didace ceiifasse, as. criangas desprotegidas'' Muitos'

No

r.nrente

destes eoadumes

e

condutas man+inllaff

a

populaqdo'

cont{a}ada e at6 em nirleiS invari*veis; A revoluqEo ag,r'facla tornatr dtrsnecess6rio

o conlrole da popu,$aqec atraves do filicidio. Antes Pelo contrA: rio: o iomem. necessitava de mais homefls para o culiti'vc do so,lo e para o for,tatecim€nta da tribo (p'ara que fosse' mais apta p'ara defesa, mai.s apta p'ara o at€que e mais

apia para a con:€luista das terras de ootra* trihqs:;" Afi'6s' pariecia iiimit'ada' pois' depen'dente da quantipara cultivar a terra e da quan:tildade do honrens de dade

.'"orn'ldt

s'o.lo para

ser cultivado'

e a capacidade.da terra para

rnaior n0:rnero de pessoas parecia assim igual'"ii*uit"t n'lente iiimitada. C fili.cidio, corrlo mecanismo de con{role da popu:lac5.o, foi' assim repri'rridro: s6',ap'arecla cc:"1'tc rnecaftismo Isolado ern algumas situaq6es' es'pec(ficas' pecontrolar GOfl:to: !161s. querras, que ainda tendiam a - i5 demografia' a inconsciente modo d,e e riodicamenie qu" ut"*, os homens icvens, com potencialidade de pagenerais'reis-im' dos tlrnidade, gue riorriam por ordem a outra O atacar tribo ou sua defender aara da decis6o ""t"O"i"i il;;-;; reproduqio dependia muitas.vezesimposigao de Oos-pals que aclita*,"rl (ritualmente!) a tiseus dos alguns ou pa,la todos sexual .l"tiie"Llu perdeu sua filicfdio o dualidade, na *rcs, Qtr'anco, i6

i""Eio l.g"r"ti'"idott, a paternidade acentuadamente etn ato volu'nterio'

transf ormou-se mais

E possivel que o fi'licidi'o tenha luncionado por

mt-

como theres de anos corno um impulso aceito pela tribo'

T4


.mecanismo honreost6tico ;Dara manter .constante

pulag6o em relageo

a a pmsiurfioaoe ce p"lougio

po_

de ati_ msntos r-ompeu guando, ,com a agri- equilibrio Clue se 'ctlltura co,rxpl,ementiryldo o sietem"

;;;i;; e de caga, antes exc'lusivo, o homem p6de atimeniai um ;nfrnero cresc€nte de filtos. Agui surge rjm fenbmeno cu.rioso: ao se reprir,n.irem . os-eoni,6ie""a;' impulsos filicidas o iilii i-olE3'?,ifT"9,l,i [3, f %,fr?t?# ?,?i",%?l rep:rirnida, co:rno se, .para conlrolai a pogutag6o, fosse necessdr'io aceitar os imputsos filicidas. quer p€r meio ,Ca reieigio rjs von:ade Oe mariiesraCos tel. iittios, o.r,€f pot meio do deseio de :rnat6_:ios. ContuOo, 6 iaro ind;scr:ri_ vel q,ue o trlrcrcjio cjejxuu riu exisl;.i ccne caslu!nn insti_ tucional flagra,nte e abgltc. ,Uas enqualnli aume,nla a duragQp de vida e se relorga a t"nd;;;; jJ crescirnenro -Oe .pcpul.acional ca6tico e rilimitado, e controte nascimen_ t?:,entle os hornens {16 que entre eles nao-eiiste nenhum rnecanisrno €utornttico, cor:no .sucede co.m atg,urnas es_ p€c'ies .ani,mais) ,corresponrte & per.,pet*S* Oo tilicidio consciente ,e del.iberado, {nesfno que oculioReaoarece o ,circulo vicioso:'" ,cte popula_ 95o faz r€ss:a,Jtar ,o es,papo lirnitadq "urn*riu Oolmundo habit6vel ,ri.u,itos em relagao i ,capacidacte de lerra para -nossernos .urna situagdo serne_ .supodar, o que nos coloca em jjTlr::_?:_r_rli b.os p.ri m itivas, cuio ro*t. depend aa capacrdade de arirnentagS0, guando "*r"io firicridio rornou-a se u.rn dos nrecanisrnos de cont,iole. Teria sido por isto gue, n-a atual;dade, reapaiecerarn os inrpulsos filicidas.in_ i

conssientes?.A repressS0 ao firicidio esta contrlouinoo par.a o cresci.mento veloz da populagio, mas, .por outro tado, como 6 ,possivet nao do,rirititti-;";o' vidvel? E, rnesrno que n6o ,adm.iiido, n5c .6, por racaso, ,praticado? E grave que, ccmo indiyiduos, neo tenhii,nos a per_ cepgSo do problema ecol6Eico. A atitude de cada urn de n,cs e sirnp.iisla .e ego,iita: qo" Irnporf.a-urn rneis eRtre quat,ro bilhdes de habitantes, qt,e {ilho a o imparta mais, especialmente se e gerado por mim? :l_s-e]._l Aremortzamo-nos a tal ponto diante da conscientizagao de .nossos impulsos filicidas, qu" puraurnoa'" n"g", o problema da Terra, dando r6dea impulsos "nit" "-no.ros fiticiOa reprimido. :^.ji11 que compensam o impulso

uomponamq.nos com a ir.responsabilidade do delinq0ente enocberto pela bcndade do amor paterno-

Em aiguns animais, este controle da populagao

6 coinpietamente auiometico, a conCuta e frid-aoa. Os ani_ rnais t6m uma reaq,ac .de resposta Uiof6gica ; Censidade d_a populag,6o, os'coelftos e .as laposas red.uzem

Q,eo e h6 casos de cfestruiga.o-.-a"* si'tuaE6es de p!.essao.

a ovula_

l.r" *'ijtero

em

No homem, o conlrole da populagao neo 6 autome_ ljco. Neo sac sut;cieiltL-s:nem as g,ue.rras .ond,e matanlos nossls f;;hos. .nem as pragi.is (lue nos virimem. llas o

triunfo de sermos mais numero:os e viverm45 mr;e lcm.^

6 momentdnec e

ilusorio.

t5


De um modo agressivo e sinistro, a solugao do genociJio paira de modo latente na mente .de muitos hoha munr. puta os sulistas (qualquer que seia o pais)' gente no.tittua em demasia; para os montanheses, h6 popudemais na p{anicie; para os litoraneos, hA exagero iationat no interior - e vice-versa' EntSo os ricos e os poderosos fazem campanhas entre os pobres' e estes tatvez nao sem raz6o), que o filicidio reprsL.n."t (e genocidas .dos ;;;t"d; 'pela pilula responde a impulsos t19 os rlcos ricos. Os pobres pensam igualmente qye. pilula filicida' a demais, dos antes qr" J"u"t'tomar, Assim, o problema de como, onde e quando exercer politica o controle da natalidade pode-se tornar uma arma quepaises ricos os Se importante. murto e economica paises pobres, os paises dos i"rn- O"tut o crescirnento e oobres podem encarar com receio estas considerag6es podem legitimamente pobres paises Os i"*t"'io"eoes. qu" se trata de um genocidio resultante de consie de "i"i 4"i""*. econdmicas, de lormulag6es estatisticas nitanlos em coloca-se problema o i""rl"ti.-""orosicos. dos emaranhado ao. ligado lortemente ;;i", t estd tio quanto o prointeiesses, que tanto o elemento ecocida

dernogr6fico como lundamentais desaparecem' ou ou sao slmpiesmente relegados ao segundo plano'

;1";;

negadcs.

â‚Ź muito fAcil utilizar politicamente um problema desta grandeza quando, criada a ang0stia filicida unilateral' a quantidade de seus o rico Oiz ao pobre que controle pr6pria atitude pessoal sua da tittroi; inOependentemente questao. oerante esta '-" g-pioblerira da situagao do planeta 6 tao real e im-

facilmente em arma usada para que oortante, -"-"uU.iaaao, se converte geradora de sentimentos Per{onte e em politica das t""rtotio". Fossivelmente irata-se da arma at6 pressbes m"i" poOetosas de nossa 6poca, iustificand.o desiguab poderio de na96es as econ6micas entre

F

CESARMAN

6 preferivel um fim esponloso que urn es'ponto sem fim. esle d o lestomenlo de todo closse ogonizonle' ""'-

l6


{

C^

..$""$

a- a(/

Juon Boch

( El hombre fino de cardctei es capaz de mostrar encrespamientos sublimes, como el ocdano;

en los ten)perarnentos domesticados, todo i

parece

quieta suricrficie, como en las ciâ‚Źnagas! La lunci6n capital del hombre mr:diocre es ia pacicncia i-n-,itltiva; la dcl hombre supcrior es la irnaginaci6n crcadora!

Los rutinarios razonan con la l6gica de los .demds, son ddciies a la presi6n dcl con;urrto, maleables bajo el peso de ie opinion priblica que los acliata; lcs hombres exceleittes, en carrrbio, desriefran la opini6n ajcna en la JUSl'r\ proporcion en que resl):Jlan la propia o la de sus iguales! El mediocre aspira confundirsc con los que le rodcan; ei original tiende a diferenciarse de ello;! La vanidad enrpuja nl hombrc vulgar a perscguir un emplco cspcctable cn la adrninistraci6n

ES'l'AI)O, indigrrarncnLc si noccsario. Sabc que su sornbra lo nccesita; cl hombre cxcclcnte se recon()ce\ I)orque es (.apaz tlc rcnunciar a toda preIrenda q_uc tenga conto prccio una particula de su ci.rl

dienidad!

El genio se mucve en su 6rbita propia, sin espcrar sanciones liciicias dc ordcn politico, acadimico o mundano; cl mcdiocrc, se. entrcga al crror

colcctivo que le arrastra! i,os hombres superiorcs s<ilo confiarr en si mismos,. luchan, salt:rn los obstdculos, sc inrponen, el mediocre, confia cn todos los que ticncn tlinero!

trll homltre honcsto aguanta cl yugo que

te

unccn sus c6nrplices; cl hornbrc virtuoso, se-eleva sobrc ellos con un golpe de ala.. La honestidad es una imitaci6n, la virtud cs una originaliad! EI hombrc' mediot're atravicsa cl'ntundo cui4ando de su sombnr e ignorando su pcrsonalidad. Nunca. Ilcga a individualizrrsc, ignora cl placcr de exclamar: YO SOy, frente ii lo,i rle,lis. ijntra eu el mundo como un siervo y sigue srenrlo servil -en

hasta la muertc. Los cardctircs'excelentes. cambio, son indonresticables!

t7


de lo gerontocroclo

pueblos ". ,.gron inrcnsciencic cs gobernorquiton ol lc enJcmedad o lc vc-jcr oodo hoobre el gobielno de si mismo"' JOSE INGENIEI(Os

(')

il'";l,Tj;h,ja qu,, };iT: - Lo, ,'"t,ut olrstruirles. las ccrotici:ts como' este?

sl

fueran tulro" dc cls.rs ai'andottadlrs' ci('!oj' SorLlcF' i"roa,t.tit,'t !-ara tl iarr'rr) y para- ei.artc' l gobctttrndo i,rt,,itt,l"t: l,as arrugas dc Ir. clra no sott nt'utcnas' ;*aI;- ,; tt lacion a lirs arlugss tic lr" (:i nlti(ltodel corazrin 1' dcl espiritul littrojtt'r

rltl a dra riclante r'r:' .ede Todo juvt'nl'd no ";l*tll'"."ti"rJarse,'c1el;iliiatsc la cn i"'l"iJrr" 4"", un tcacjoven incvital;lr:mcnltr stri i=uotu.ion"ilo v' cuanrlo ;;;;;;i;";;^i;'vejez lGoethe v Papi'i;. solamento un ,*-i'i"t. "u" t .iliu, su ceiellrrlad es"lJasaclo"'^lx'co str iir.:.'a" r" ju"eniud quL', por vale. J6vcnes ateos scrin vicjos bcrttos '\n?r-

iold.n burocratas. CLisicos se:'itr rontinli;;lt;"t nf a*p,iscuio que ios arrastta lrara las tunt' en carneros: [i]L;. t*;"-"i poder ie convertirlos cttnuco!

a="a.

iiedao. 1' resignados al pastor Oue naradoia!

due ?atalidid llegar al poder algunc:i moffiâ‚Źn: tos aites de ir para h cucva. " La vejez trae con.io" l-' tii^"ia, la avaricia y la lucha inutii dc mando. r' iodo hombre que ticnc poclcr sol)re otro' un verdugol es. -"' oara-nri. 'U; 'h;;L;" intellgcntc, al llcgar ccrcano a ]a uui"tl uf"iu tlc si !a trirba rcl:eidc dc Ia juventutl; ;;;;'.;," a travis dc su coraz6tr, quc unn aricri.dctemrinar el lusilamicnto dc- miili;t;;il pueJe .Sahe t6;;-;; 'hombres talento'sos 5' saiLrdabies' uitiiti* puede ser la ciusa de lcves inhu;;;;;

Psicologicamente los il*ut, .-"t"s 5' arbitrarias' G"j". ." alirneritan Ce los jovenes (hijos, nictcs o *"ilt"al,'Ligenerand'o asi, un ciclo cerrado..de debil'an-

iiara"t.

veiez torna al hombre insensible,

(') Ingeniercs., Jos6. "EL

HO}.4BRE MDDtOCilE,,

aimnas Unldosi S. A t976,

IB

D.

F

Ed.

ME


to fisica como cspiritualntcntt,. \, (,stn os la

dc. taut:ts barbarit's prilcticil(iir:; i,rr

causu

nrr,,strl civiliza-

clon-, dondc las "gerotrtocracr.us.' son intcnninables!

Que l'.ergiicnza 0h jiuventu(lt!

tl'esd,b liu.cc.mut.lio :r, r.ir:jos, espec: . Tu-aplaudes tros, rlifu-nt,os tiranos rlurl sc a,l:in:rrr,rion ilc n*l^. gent-iluzas; v rh,. rrrporrrrjcs. y?-l eue juvcn:"f*lti.:,.du tu rt

f a I lid r, i n", a, t ul.,i i;' ai,i,ir,',11,1*'niii" Dres-de vrelos decri,pitos ('onlo "r1"r:onxl sl si, |stu.\i('ril r,stii.vioire a gritar sri[ar .

por h6rocs!:

La na.riz crcce, las orr,jas ,lcs(.i(,n(L,l), los capi_

, llrel,sc

olrstnr5'cn, rlis:rrirrur.r, t,l Ilujo slrngrrinco, SlstCma nert'lns,) t,t,nlrnl st, r(,(iu(.{,, l.r mUsCU-,iri""r.iri"":f* lat_u.rit sc, torna fl,iici.rla 5, pir:rtlt,n 1,,. ag.ilidad. Las pcnmrtas -n'.ltoi,lir". .r"f .:*i"iiin-ii.r

t

rninul,'en v. deg,encrarr, Les. cilu.las ,",i- "n"irf.*." . . entonccs, sigur:u las dJrsoLur.ionrs ,l.r t;.la ,;i.il-;si.

quica'; alcctiva rlue irrrposilrilit,,,i-,,i",ii,.i^i.r.'i,rtcresarsc rualmente por el artr,, 1,,,r ln t.soncia cle u-na vrda. t|rre.ntr y por llrs lrlrn:,muta,:irrrtcs natu-

raics (lc krs '"alnrcs ccts[11p11y11,* rkl la hu,nr:rn,idad: -v Parael ancianq la l;ucha.s st_,l,r,po.r il;iilt;;;;il" . Qtre paracl.oja!

Qttc ironi;r prsar , YliliI.('n oe

los arlos l;;rlrr<lalrlcs v llrrros i)r(,sllL,ul()s, t,ll t;rlr.rr):r.;, t,n cirartelc:. v en unrverstdadcs rrrr.<iit,r.:rl3s, I):u.:r dt.sl.ru[,s. cuan. rio la rnucrt* 1.a h.hita .-l' ;;;:;;,;'.iil;,1... '-- "--' v;r-

ll(:isc a rlirigir

"r, rnultitutlt,sl!!

Oh;r juverrturl.:s dcsnaturalizadas!.

ffran,

tsastl,ldos }Ioj.os etr. podtril

y

p,,.r.rn ,l.,o,",,ticados! Asu_

.-. l.

olr;. a.ncil.n.os. nban<lorratlbs 1;or la vitlal Ar.r,qrrit'n tt,ngr_r t,L ..rlr"to V .mris proiun,to '!"r/v!v carirrni Abandonen cl podcrl El, pcrdcr y c[ Estado no son los ntcjor:cs clangs. pr.'f

res para rnorir. Ilna (,asa (lu (.rn)l)o, st,ricilla lu2;av sin l,rorl1t, una i:arcje tlc gatos, u,,,i ,n,i,.i." ,.1"'1""rr,

{'l canlill' ciul lit'ntt.r noctur rto . . irlt: , ,,,i" ,,,,r,',,,,,_ jor.-c_ousunr.rci6n rlrrt: csta? \,anr,r*i

taclones son ct0l,nas.

t;;"d;: ll;:

Pcr lo dt:nrds, eslo_c; prccisorncnli: lo,p.riicrr rnql.ri( Lrq.q qu;, conlc,rrnc q nue-!rlre:j d,rscos. foJq io urrloriJul, t-clos lrs dcrc"hos y r,.,lo ci-po,;;"..;; bnllalmcnlc olrqnqqdos -" I undos y ."'r"q"r"" i""''ii"lr.. l''jl, t""i^,:: ronlq onos. ("Lo que r,os s.ln.,r de l-,"f T::_ fscrito <lc Mqrincti.'.n ncnrLrc' a"f i:r,,,,,",, rr.i.i. c

"'iilii.

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vrlcntir dc scr rlsllutrmente ncqrlivr'

tcrd frrgr Plr. crirr r novo


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23


ilrutg qut fnutrl o o

mas sostava Percjoe-me o leitor,

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oasOLlNl

ao problema

""ll:1.111:vo discl:6o sobre o aborto a

do aborto, ou antes' t" ;;";i; que'i'nporta sdo os problemas do o tem suscitado' Com efeito' aborto' . do problemas nao os ^-:^^ que desencadeia si q'lalquer coisa "oito. Mas o aborto cont6m em 6 o nosso pr6prio-coito: uni*'io"' ao em n6s forgas absurdou' p,oo,io Eros no

',T-:.:"tJ:[':::: 8:ilfna iffi:.';fi'ii? forma ofensiva em

;:: il*J"t,'T'.1"";";;';;;";"' u"to ut*uut Esse carScter ofensivo

que 6 geralmentt "n""''O-o'o que o anula' Tudo se passa terna o acto sexuai tto o"torOgl"o copo de oot tut bebido um como se a mulher t'"*tt"nti"iiu mais simples 6gua. Esse copo de

o"t""t=ttente' 6 a coisa

'n"' domundoparaquem.".u"u,.oaela;masquemestejas6no ofendido e. tudo' e sente'se meio cic deseno """ ;;;";;aguu nudu' que n6o que dizem p"t

? -^-^ tisto 6 quase todos at6 ao exagero'"Or","t Os que defendem o aborto aborto como e as feministat-'^9li- do os intelectuais <iluminados> com o seu sozinha est6 a mu;t.ter duma tragSdia fumininull-rn iue se naquele momento o mu;tdo terrivel proble'u' o'ut"- "o]to acresCo;npreentJo' Mas poderia inteiro a tivesse ut'anlonaao' na sua calna nao estava

a mulher estava que os extre' go"uuu d"- ttb:l-o-::que 6 clisso' Al6rn sozinha. a ret6' repugnincia com t6o ostensiva mistas do abono ,""ulum que aceitam com tempo mesmo ao rica <6pican Cu *ate'nitiude' aborto' ret6rica <<apocaliptica>r do

centai que quando

a atituCe per-{eitamenre acritica

24


;II

Para o rnacho o aborto assumiu um significado simb6lico de libertagEo: ser incondicionalmente a lav$ do aborto parece_the um certificado de ilurninismo, progressismo, ausencia de precon_ ceitos, desafio aos tabus. E em suma um belissimo brinquedo, que lhe causa uma certa satisfaqeo consigo pr6prio. Eis a razEo de

tanto 6dio contra tudo o que faga lembrar que uma gravidez n6o desejcda 6 sempre, se n6o culpada. pelo menos culposa. E que se a praxis aconselha justarnente a descuipabilizar o aborto, ele n3o deixa por isso de ser crirne pe!.ante a consci6ncia. NEo

h6 anticonioirrismo que o justifique. lsto n6o pode deixar de irritar e aborrecer aqueles que se julgam anticonformistas s6 por_ que defendem fanaticamente o aborto. Recorrem enteo aos m6todos mais arcaiccs para se libertarem do advers6rio que os priva

do piazer de se seniirem emancipados e sem preconceitos. Esses m6todos arcaiccs s5o os da mais infame caqa As bruxas: instigaqdo i linchagem, insergio numa lista de <indesej6veis>, propo-

T il, !

sig6o ao desprezo priblico. A caga is bruxas 6 um fen6meno tipico das culturas intoleranies, istc 6, clericais-fascistas. Num contexto repressivc, o objecto Ca caga is bruxas, o cdiferente;>, 6 em lriimeiro lugar destituido da sua humanidade, c que Cepois vir6 a tornar legitima a ;'ecusa de qualquer gesto de frater.nidade ou de piedade: e geraimente aniicipa. na pr6tica, a sua supress6o fisica (Himmler, os campos de concentragdo). lr4as eu ja disse e rep3ti v6rias vezes que a socie' Cace dc hc;e j5 nEo 6 clerical-fascista; 6 consurnistica e perrnissiva. O faetc pois que nela possa desencadear-se uma campanha persccut6ria com caracieres clericais_fascistas arcaicos parece coniradizer essa minha afirmag6o. Mas trata_se de uma contrao;g3o s6 apare nte. primeiro, os atrasados mentais autores iessa grosseira e desprezivel campanha contra quem 6 <diferente> s5o quase todos homens velhos, cuja formagao data de antes da ldade dc Consumo e da sua pretensa permissivicJade; segundo, como siempre disse e repeti, o Consumo, nos seus efeitos, nEo i6 senSo uma nova forma de totalitarismo, alienante at6 ao extremo limite Ca degradaq6o antropot6gica, at6 ao Eenocicjio (Marx). A sua permissi'ridade 6 falsa; 6, na verdade, a m6scara da pior repressio que jamais algum Poder exerceu sobre as massas. Com efeito: <<Numa sociedade onde tudo 6 proibido, tudo se pode fazer; numa sociedade onde qualquer coisa permitida, 6 s6 se pode fazer essa qualquer coisa.l (R6plica duma personagem do meu pr6ximo filme, inspirado em Sade e passado na Rep0b"lica

de Sal6.) E o que permite essa sociedade permissiva? permite a proliferaqSo do casal heterossexual. E muito e 6 justo. fu1as preciso 6 ver como 6 que as coisas se passam realmente: passam-se real-

?5


t-nente em. funEdo cio hecjonismo da socieciade de consumo, que acentua, at6 ao, seu extrenro linrite o carScter socia! do coito. Al6ri1 disso, o coito torna-se obrigat6rio: quern n5o faz parte de um cas,a!: n6o 6 um homem mode,rno, co,qto quem ndo bebe Carnpari ou" Pepsi-Col'a. Mais: a socledade. de consumo imp6e uma precocidade ger:a.dora de neuros.es: Rapazes e raparigas que mal atin-

giram. a puberdaie no espago compuls6rio, de uma perrnissividade que torna paroxistica a normalidade tem uma experiOn-

- no pr6orio eampo cia do sexo qu: sLrprime qualquer: exaltaE6.o sexua.l, a qualg.ue i' possibilidade de

sublimacio nos ouiros carnpos.

Pode.dizer.se; tiepeti'ndo u.m r:rdiculo <<slcgan>> fasciSta, que a socieda:dâ‚Ź r:epress;va precisav: de soldadbs, iento como de santos e da a.rtiStas: enquanto que a, socieclade de consumo s6 precisa de consrurnicicres. De qualquer n iodo, tudo o que n5o se.!a aquele <lo'u,aIquer coisa)) qLrer a sociedade per:misslva permite â‚Ź. lancado no infer:no db. n6o-perm,itiCb, do tabu que provoca riso. e 6dio prara humilha96o dos ideais prog.re.ssistas. e da luta. cios despio-

-

dls que s:o (iiifilrcnicst) ca t'l a r.esi-ia brut;lidaie dc que na epcca clericai-fa:cista: s'5 ini:lizmei,ie essa blutal!cJad: auniontcLi na razao dir'ecta Co

tcgiclos. Pode contirruer-se a falar

a.r:r3r:tc da permissiviciaie em reiaq.-ro ac coito nolmal' J6

26.


ocasiao de d:izer que; p€rar compensar a exis encia de uma certa 6lite de, pe.ss.oas to'lerantes (q;ue assirn lfson11'b,iarn a. s,ua consci6n-

cia de

dermo.'"ratas)j

Mras hoie quer.,.

acrescenti'eu*

€sSo

€iite de pes.soas torlerantes denrons:ralam. clerantente qLle a sua toier:6.ncib. 6 s6 ver,bal'; que na real.idadb' ficam pienamente satisieita,s com a, ide,ia db um <<Ehetto,>rr. pa.ra onde rfientalmen,is rele' ga.riarn esses, q.ue. s.6o (diferentes> (e. que fariam amor com q,uern?'), e onde seriam exibidos como ({tnonstros)) tolertadbs. ace.rca dos qua,is seriarn, perm,itidhs as: brinca.ds,irasr mais gilosseiras.

J6, disse q,ue o facto cte. se ser i,ncon.dicional,me,nte, favordvel a,bor:to co.nfere urn ceftificado de, racio.nalismo,, ilu.minismo, moder:nidade; etc. Ne.ste. cas_o especifico, garanter u.ma <s.uperion> falra de, sentirnentos.r coisa que enche de satisfaQ.ao os inte ectuais (cha:rnemos-lhe assirn,), pseu.doprogressistas mas: n6o, decerto os cornunistas s.6rnios ou os radicais;

ao

A aii,r:mag6o dbssa <s,upe,r,iorn falta de. sen.timen,rcs a. p,rop6sito do aborto fo.ii lanq.a,da, co,ntra rnim despu:dbra"damenie, h,istericamenie e i'r.respons;avel'rnente, pe,la maior parte dos r,neus adversSriss, A 6nica in'terveng6o civillzada, E verda,cje.irarne.ntei inteligente foi o arti{3o de lta,lo Calvirro' e, 6 sobre ele. que quero falar. Calvino. pass.ou, ccmo eu; ar sua adolesc6ncia e. p.ode dizer-se, a, sua, v:ida: sob. reqirngs de. tradieio. clerical-fascista. Quando 6r;mos jovens, era o' fa,scismo; dep.ois.. a pr:ime.ir,a Dcmocracia

ioda

Crista, que,toi a con,tin,uagSo. liter:al, do fascisms.

que recorrds.semos

i

razia

Er:a.

pois norrnal

a merda

que cle.rical.-{asciltars '.inhe.rn. sacr.ajizado. Era pois normal que f6ssemos la,ibos, il'u,m,injsta.s, progressis.ta.s, acontecesse o que aconpe.ra cjbssacr.alizar toda.

os

tecess€;

Ora Calvino,. ernbora, indirecta,rnente s com o respeito que caracteriza uma pol€nr,ica eivilizada,, acusarme de um certo senti' rne,ntc <irracio.nalistan e uma certa tend6ncia igualmente ritrracionalistar> pa:ra cooferir A vida u.ma. sacralridade injustifica.da. Para r'nanter: u.ma, discussSo direcE e lirnitada ao abcrto, go.sta.ria de lernb.rar: a Calvino' q,ue nunca falei da; v,ida em geral, mas sem,pre desta vi'da, desta m6e, deste ventr:e,. dasta c.rianga gue vai

na.scer. Evitei senrpr:e generalizar e se, usei a prop6sito da vida o q'ualificativo der <rsagradar). tratou-se evidentemente ie uma, cita96o,.

n5o desprovida, de ir:onia. Mas n.6o 6 isso que importa.

O

problema 6 bem, mais vasto e coniporta toda uma concepgSo da nossa rnaneira.de ser cie intel€ctuais. q.ue consiste,, antes do mais, em ten de pdr co.ns,tantemente em, causa a nos-sa pr,6pria fungSo no que ela tem de mais indise.utive,l. isto 6; nos. se,us pressupostos de ilumin,ismo, de. iaicidade e de nacionalisrno. pelo .dever fatal Por ihSrcib, pon p,re,gtrila, p.o.r inconscjAncia - como rnuilos intelectuais de realiza.r-se coerentements Calvino por uma hist6ria real que os e eu arriscam-se a ser ultrapassados envelhece de repente, tra.nsformando-os em estatuas de cero de

si

proprios.

27


rO Poder, de facto, j6 nao 6 cierical-fascista, jA n6o 6 repressivo.

J5 nio podemos empregar contra ele os argumentos a que est6vamos habituados e quase afeigoados, e que tantas vezes adop_

t5mos ccntra o Poder cier.ical-fascista, contra o poder repressivo. O Poder da nova sociedade de consumo pei.missiva serviu-sc precisarnente das nossas conquistas mentais de !aicos, de ilum;nistas, de !'acionalistas, para construir a sua estrutura Ce falso laicism,c, cie faiso iiuminismo, Ce falso racionalisrro. Scrviu-se das nossas dessacralizac6es para se libertar de um passado que. com as suas sacralizag6es atrozes e imbecis, j6 lhe nio era 6til. lv'las enr ccmpensl95o esse novo Poder dese:r.yolveu at5 limiic ir:ixirro a sua ilnica sacraiiza95o possivei: a sacr;iizeqio

ao cio

consrjn-lo corno rito e, naturalmente, da rnercacioi-ia coriro fetiche.

J6 nida se op6e a isso. O novo Pod.;r

ji nio tenr nenhum inle-

resse. nem necessicjacje de n':ascarar, ccm ReiigiSes, ldeals e coisas cjc 96nero, aquilo que I\1a:x tinha cjesniascarado.

Ccmo frangos de avi5rio, os homens absorvem de repente a nova iCeolcgia anti-religiosa e anii-seniimental do Pocjer: ral 6 a fcrgr ie atracgio e de convicglo cia norra qualidacie de vicia que o Poier prornete e tai .3, ao mesrno tempo, a forge dos moios de cornunicaq5o (escecielrnente a televisZo) cie que o poder dispoe. Como fra;rgos cje avi6rio, os homens aceitaranr depois a nova sacralizagio, oculta, da mer-cadoria e cjo seu consumo. )i:ste conrexto, oS i-,ossoS velbos argumentos cje laicos, ilurninistas. racionaiisias, n.-ro s6 se revelam enrbotados e in6teis, comc at6 {azcm o jogo Co PoCer. Dizer qtre a vida ndo 6 saqrada e que cs sentimentos sio estupidos 6 tazer um enorme fai,or acs pi'cduioi'es. E o'e resto 6 a isso que se chama chover no molhadc. Os ncvos italianos n5o t6m nada a ver c3m o s3graoo: s5o ioilos mujtissimo mcCerncs, se nio na consciOncia, pelo menos piagmaticamente; e quanto ecs sentimentos, tendem a libe:tar-se delcs o mais depressa possivsl. O que 6 que, efectivarnen!e, to:-n3 ;eeliz5veis concr.eto, -..nc uma \_rez nas acgdes, na sua execuqSo os atentados poliiicos, ccnceblCos? I t;r";iveirnenta 6bvio: a faita dc scnticlo de s;ci.aiidace Ca vidc dos ouiics e o fim Ce qualquer sentimento na sua pr6oria viCa. O que 6 gue tofna reclizdveis cs actos atrozes o'acu:ig ie:rir,-,eno impcrenie e Cecisivo que 6 a nova cr.irninaliriade? â‚Ź tarnbSm terrivelmente 6bvio: o iacto de considerar nula a viCa

ios ouiros e o pi6prio coraqio nada mais que um mrisculo, ccrrro d;r u:n ciesses intelectuais que rr:is chove no:-".i:i,rado,

consideranc'r com a t.anqui idade, a coniiseraE6o e o oespie:o de quern esiS no segredo dos deuses aqueies desgraqao'os como eu que vagueiam, desesperados, pela vic:'a.. E por firn quero Cizer que, se da maioria siienciosa houvesse Ce renascer ucna forrna de fascismo arcaico, ele s6 podei:a renas-

28


cer Ca escolha escandalosa que essa maioria silenciosa faz. j5 nesie momento, entre o cai-6cier sagrado da vida e os sentimentos por um iadc, e o dlnheiro e a prcpriedade privada por outro, favorecendo sempre o segunCo termo do drlema. Ao contrSrio de Caivino, e sem menosprezar a nossa tradiqSo intelectual de humanismo e racionalismo, eu penso pois que nao se deve ter medo como precisa:-nente aconteceu em tempos de acreditar no sagrado ou de ter coragSo a

..-quorida imaginag6o, o que gosto em ti, 6 quâ‚Ź nao pedoas.

29


9

brboru

-di#mE !O

matrim6nio, do mito farso e

iftt'r."11i.#, 0", Oo,

i

ff t [",n',#: e"::fllr ai#"]!:

ofl#';t:":h?:',x$;3:s ,fj.l,,nto

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academias, das ioreias,

I

dos assaltantes e assassinos, dos alei.i6es.

I

judeus. I produtivo, duor....^n"rr_ I

AboligSo dos tesouros dos cristdos e

. Abolicdo do trabalho

rumruruffim$*l g:","."ffi

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30

iJ"if,.##,xd:.".':..#,,:fl.jJ,[il{tr1

li?Tffi,.3;'r1Tl,Lll3,f l;i?,'"Hi:r ".

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u,,,'".

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Seriores: t-a Lcy yt fta Castarnb.re con:ccdcn,a ustedes el waluarriias nrenfcs humanas. Se supone que ustedes eilgte&a,, esta soberan a y' tentwe potes-

d e rech o, ete

tad ean dilwen:firniento. /.r/o se rnolesler? si nos reimas. la ared'ufidad de, /as gentes citrilfzdas, profesoras yadarfnr*f radores, atriib'uye a la psiq.uiatria una sabiduri:a ilitrn,itadh, eqbrenattunal., El caso de la profesldn de ursfedi?s est& jluzgada de an,teman.a. Na lâ‚Źrncflfio$ ni tra menar intenciin de disc.utir aqui la vahiidez db su: cie:ncfa, ni la dudasa existencia de /as enf,enn&:ades men:taLe,s:. Fero par cada eien preteno'sos drr'agtndstibos pa to ECnic os, en a s q u e r e i n a l a r e e'l espi:nitu y I a n at e r i a, po r c ad a c ie,n ctasifieaelte,,ncs, de: lias euales solarn,,ente las rnds va-

ei c

L

onfasidn,ent

E[as

se rnantiemen tadw,ia eft a/erto uso, l,cudntos

nobles

rrn&entos

se han hech.a de apraxinarse al

del: esprir'ffu, en el: que viven tantos de /rrs Fri:sjsnesqtde ustedes? Por elemplo, Ipara cu&ntas d.e usfreoies son alEo mds que un revolititlo de palarmu:n:do

b,ras

fcssr,rtrlesdeu,n

esq

u:izatrdnicay las irndgenes

que fe asedian? ANTON.IN ARTAUD (De la carta a los direclores

de los, manicomios)


os reservos impostos oo prozer de exislir, excilo o prozer de viver sem reservos.

32


0 Qutltttfo !o ilfieo rtl

(. nquantc os drabos retiveram o seu deg:adado cardcter neoplatdnico, nao constitu{am ameaqa para a Igieja. Por€m, com

o advento do Sata medieval, tudo mudou

de figura, ainda que tambdm este fosse um deies. Ao conceberem Satan;is, o rinico dem6nio, os tedlogos en€minharam a religiSo para o antigo dualismo e o poder do diabo toinou-se mais importante do que nunca. Ele exigiu o seu quinhdo, que ihe havia sido atribuido segundo a <iecisio divina; radicou-se na terra e habitara em toCa a naiurtza, pcio qrre as coiss deste nundo se tornaram suspeitas ou atd nedonhas. Sati adquirira uma pcisonalifucie, que horren<ia ou bela, formiddvel ou beneficente, se reves;ia de menor importincia que a sua exist€ncia real ou c seu poder, com o qual muitos estavam prontos

a

transigir.

Quardo a Peste Negra aniquilava populag6es inteiras, Satands sobre a terra adquiriu uma Ieiqdo de indisput;biiidade e o seu pocier fez vacilar a autoridade da Igreja. A teoio-qia pretendia irnperar exclrrsivamente, nas deparava-seJhe ent{o na sua prdpria criagSo

o donrfi;io de

um tem{vel riva!. Ndo foi sem satisfaqio que muitos servos tomaran consci3ncia dessa nova situagio. Ainda que a Igreja aproximasse as classes elevadas das humildes-senhores e servos enioavam iuntos os seus canticcs devotos na capela Co castelo; todos se curvaeam ao levantar da a ciescente desordem e opressio que reinavam hdstia -, levavam os camponeses ao desespero . Tinham na Europa de mourejar ao serviqo de monges e nobres e vivian numa misdria irconcebivel para n6s hoie em dia. Durante a Idsd: Midi:, os campcneses sabiam que as tentativas de reyoi*.a aberta nao titham €speranqa: uina ap6s cu:ra, todas as insurreig6es haviam sido cruelmente esmagad.as pelas autoridades seculares e eclesidsiicas unidas. Desesperado, o seno refugiava-se no mundo dos sonhos. Clamava pelas antigas divindades, as quais tinham sido forgadas a adoptar uma vida clandesiina, misteiicsai mitas dessas divindades viviam como gncmos debaixc <ia lma ter;a. Exdbora muito pequenos e r,nitos feios, estes uerciam diversas actividades bene{icentes e tinham

37


afeigdo pelo bomem huriide, cujJ pele era teo tjsnada e enrugeda como a dejes. As faCas, que viviam em dr-

vores

e nascentes, eram belas dSmas sobrenaturais, muito mais poderosas e formosas do q.ue as arrogantes castelAs, as quai6 riam as Sargalhadb,s: quando. o senhor dc castelo relitava as cruel.dades e humil.haq6esr causadas pelos

pr6prios h:om€ns. es mulheres dt a,ldeia. As principais rerrollas haviam rer:elado,

de grandes

massas

seus

a

exist€ncia com a.td a rnorte por uma

tao profu,ndamente i,nsatisfeitas

a Igreja que estavam prontas a lutar

tmnsformagio. Todav:a, o poder secular aliou.se i Igreja na defes da sociedade estabelecida e na erradicagio-das revoltas, sem que os humjldes de.ixassem. de ansiar por uma nudan9a radical. Nos contos de fad.as, a transfor_ maCio.eoxstitui, o elem€nto fulcral do maruvilhosoi a ab6_ bora neta,morfoseia.se numa carruagem; as roupas no fio tr.ar.sformam-se em. \.estes resplandecentes e a comida Irosseira, numa refeiiio requintada Uma velha bruxa lem u.ma predilecqao p.or carne humana e vivg ng42 sg5E feita de mramelo. Ndo ser{. eia a dru.ida de t"mpo, ,"_otos que vi!'e no. seu temptro da floresta, onde realiza os ritos do, sacri{icio humano e aond,e acorrem. cs devotos com as su.as. oferend:s de alimentos?.

A an.tiga fd sobreviveu no conto dc fildis. A. gente do campo adbria a estas imagens, apesar de o J.Jr"

sxstentar que se tra,ta{,am d;e i:lu:s6es foriadas pelo derno Os deuses do passado serviam melhor

ou.ron. iu_

nildes do qxe o recenie, cuios represenuntes ", elam os sus senhores severos. e cuj,o Simbolo era o derrama.menfo

de sangue e, sofrimento. Cbrta bruxa confessou a De Ilrncre que o seu diabo dnha dbis rostosi um na parte ante* rior-d-a_.9qbeea e outro na parte posterior, tal como 6 rcpresentado o deus Jano, 6a;;;d;;;. o erudiro jui!)' Outra bru:r ooou"ttuu quc Ji., rl-iil"" o seu *manre

;;;,

d.enonfaco,parecia-se urr".n,,*

humarc.

Nio

,. *,,""" .-ill:T::frJT.::i:rde

rosro

Com o esmbelccitrento do podter d-o aia.fro,as antig* reminiscdncias; os djvertimentos dos servos ;;';;;centes hist6rjas passra.rn a ser Ftan;.cas; " "" p", outro ludo, aquelas mulheres qu:e €stavan ao corl€nte dbs antigas lcn{ias € l.adj.q6es: m{gicas foram trans.forrnadas .. b;;;;;" fadas mds, com.o. €ram apelidadas nas aatrg;s il;;;: As reunioes tradicionais, e fbstiva.l d". ;;";;"';1;_ pera do prin:eiro dia de Maio; as bacamis, ;";;"';; honra de. Diam, converter ";.

a

vassoura, sJinbo{o do

t",

;};:,.,:":.".tXtr.T"j-il::;

o seu siglificado sexual, converteu_se nom do mai. Os atrtiEos ritos sexuais, destinrri.. instrumento ; ;;;;;;; a fcrtjlidade da

nalu.reza.,. eramr agora

as m:njfestaeoes-^.,] de un:r scnsualidade proibida De.libcraran o. i,,i*" o

aes:lamcnto indiscrirninado, reminiscencia';;";J;

mes mmunajs mais antigos do que -caso V"lh" 7".;";;:;: cons,derados infracc6es teis' riais :r*";":: f\emr .rudvlar os canponeses ndo pcnsal,am do mesmo modo a essas tradicoes anrigas. Or r.rp".*i"* r.. :f^-r"lT:" nnores havhr-lhes ensinado a dominar o rr-ruu', mulheres e fiihas estnarn i rnerci "i,i*", do nob.re. se €ste as dcseiasse. Para o qahlo1is, 3s pesses que frequentavaEr as reuni6es no.cturms *am. posto a rudo paltithar, m€srna maileira que os povos prirnitivos

,";.i:'":.::J"1:::, ;;:L-:'; das ilhas

38

;";;;:


Nio era uma perverres do Sul as acâ‚Źitam' ou aceitavam' No sabat' ele inocente' e primitivo costu:ne t;;,;-; por outro lado' .1"'rit:." de fazer o que lhe aprouvesse: vida de opres' ,"-ie*a. tornava temido, porquanto a sua um certo .ao.ontinua conferialhe uml certa dignidade' is ..i,ii" a" liberdade, Ai, no sabat' podia entregar-se pretendia qual a da Igreja' .*"i,"c0", sem a interferâ‚Źncia preferoncia era atâ‚Ź retular as emog6es humanas' Se tal parz aderir a Satd' razE.o uma mais ele, aatani"", pensava aos inconO sabat e a bruxa devem a sua exist6ncia vftimas de v{rias opresque' embora ewopeus, formistasdo passado' seus s6es, aderiram aos deuses derrotados de opressio' Nos nossos dias' somos leva'

de a nova "o-ptnitairo, A*'" nao dar a devida importincia ao facto os aDiigos que passo ao religiio ser estranha 1 Europa' ra{zes no pr6prlo solo tinham ,=l999quu"-t do, :;;;t;"t

39


Gm qxe

sen?:c llnham vllido. f.m lar8a Inedida, o res-

!cr!:nc:to

que a re:r'4:Jo

foi graniernCo resultou do

sen-

:r=cn:o dc que se tratava de algo estrangeiro. vindo dc m3 terra long{nqua, do Oriente. A antig aversio subsirtia ainCa na nossa {poca, como pudemos verificar quanrlo determinada nacao, cristianiada durante um rnilinio, roltou a adoptar os seus costunes Pageos, recordando aos cidadaos a sua vincula.tio ir terra em quc haviam vivido os seus avoengos. As perseguig6es geraram resist6ncia e tamHm chefes psra cssa resistâ‚Źncia; do mesmo nodo, Satan{s, que re' presentava a nature?a, a liberdade, o 6dio votado-i ordem estabelecida, tornou-se uma figura polfdca' SeS,undo a

legislagio adoptada comumfirente por cat6licos e protestantes, e ainda pelos governantes temporais, a bruxaria passou a ser consideraCa delito penal. Onde quer que sc fizesse ouvir a voz da liberbade ou se exprimisse uma ideia original, as autoridades detP.ctavatn a actiYidade de Sata.

Durante a Idade l${dia, em que ainda parecia acessfvel um ideal de ordem e unidade, as perseguig6es movidas is bruxas revestiam-se ainda de um cerdcter relativamente moderado. Com a crescente perturbeceo da ordem social em iDocas postcriores. os governantes revelavam o seu desespero nos meios emptegues na defesa da religiio e do estado, ao mesmo tempo que as execuq6es de bruxas na fogueira degeneravam em orgias de insuperivel horror. Nio obstante a autoridade da antiga lgreia anreacar rufna, a f6 reformada nEo deixou de perseguir as feiticeiras, O calvinismo foi ao ponto de denunciar toda a felicidade como pecado . Na Escdcia calvinista, os ju{zes nEo deixavam de conduzir os seus processos sempre com crescente ardor, mas todos estes ideais de rigor sustentavam uma batalha de antemeo perdida contra a crescente atracaio que a natuiea banida exercia sobre o esplrito humano. Ainda que os seus primciros passos tivessem sido tfmidos e por vezes conduzidos ao acaso, a invesllgstlo das coisas da natureza produziu um novo mundo, do qual a feiticeira com as suas plant?s curativas e simples mezinhas poderC ser invocada coalo pregursora. K.

SELICMATIN

Neo iliste arma alguma da tua vontade irdividual que maneiada por outros, ngo volta imâ‚Źdiatammt8 contra ti.

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A vida uma nascente de prazei; mas, onCe bebe tambim . a carralha, todrs as fonres est6o envenenrdas.

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Enleva-r.-re tudo o que puro; mas ndo suFâ‚Źrto vâ‚Źr os {ocinhos e os dentes arreganhldos e a sede dos irnpuros. Lanqaram o olhar ld embaixo, para o pcgo; agora, brilha

seu repugnante sorriso subindo do pogo para min-

r

A igua sagrada envenenaram, com sr:a concuplscâ‚Źncia; e, qucndo chan:aram prazer seus sonhos imundos, envenenararn tarnbdm as palavras. Rerrai-se a chama, quando eles p6em ao fogo seu 6mido coragZo; o prdprio espiriro borbulha e desprende furnaga, quando a crnalha se acerca do fogo. Adccicado e sorvado, torna.se o fruto em suas mfios; carunchosa e 6rida, faz seu olhar a irvore frudfera. E, mais de um que deu as costas vida, deu as costas somenle I canalha. Nlo queria partilhar pcqo e chama e fruto

i

com a canalha. E mais de um que foi para o deserro e sofreu seCe com as feras, queriir apenas nio sentar-se etn torno da cisterna na complnhia dos suios cameleiros. E mais de um que c!:egcu como um destruidor e como granizo para todos os crmpos fecundos, queria somente p6r o pi na goela de canalha e, assim, enrupir-lhe as fauces. E nio foi o bocado que mais me engasgou, essc de saber que a pr6pria vicla precisa dc inimizade e morte e cruzes de sacrificio: Senio- que, um dia, perguntei e quase me sufoquei com a pergunta: como? Tambim a canalha 4 necessiria i, vida? Serfro neccssririos poqos enverrenados

e fogos malcheirosos

e sonhos emporcalhodos c pio da vida bichadc.?


NIo e neu 6dio, nras o rneu asco roeu-me, farninto, a vidal Ah, gualgs vezcs nio me ca:tsei cio espirito, quando achava

que

gr.bim a crnalha tem espirito! E roltei as cosias aos dominado_res, quando vi o

apra, chamam donrinar: regatear e rraficai pelo poder e canalha.

que,

_ ;;

il-lorei entrc .povos de idiomas que me erarn eslringeiros, prre que nre iontinuasse;n esrr."rigeiroi ,ouvidos: os ldromxs de scus regareios c de seus rr:ificos nclo poder] - E, :rpertrrndo o nlriz, percorri contmriado'todo, oa on,arn e,hoie; ern verdade, roCoJos onrenr e hoje ferJenr a canrlha

mry3do os

plunritivrr.

Cos,o unr a.leijlcio que sc houvesse rorna,lo surdo e cego e mudo: assim r.ivi longo tenrpo, parr nio viver com a c"nalf,a do poder, do cscrever e do prrzer, Conr. esiorgo, subiu cscid,rs..o meu espiriro, e caureloso; esmolas do ptazer, foram seu bilsanro, . j;;;-i. s.l, b"stao transcorreu, arrastanC<l-se, r vida do ceuo.mc sucedcu, afinal? .Corno me'libertei do asco? eue .-, que -QucreJuvcncsccu meus olhos? tol Corno arin3i, voando,-as ahurns ondc nio hti mris cano_lha ,fniada a U.i.o'Jo pogol ascc. rer-nre-i da.Jo as,rs c fo.fri-ji"inrr&i", , Iontes/ .O n16n1io oe l-rn vcrdrrdc, Lrara a rnais excelsa rltura tive de vonr, er)res de achar dc no'o a nascenre .lo pi.r.ir o.i,ii-a, merls irmaos! Aqui, n. rniir-."..ira altura, ,_^^-Ohl,. Drora para mlm a nilscenre do prazerl E hd uma vida i quai

a canalha nio bebe conosco.

qunse dern,rsiado impetuosa, 6 rninha fonte de prazerl .E, mulies vezes, csvazias de novo o copo, ao querefes anah6.lo!

" _l::,::

E ainda preciso aprend., , o..ri"i_rn.T.'iilorn ,.io. cornedlnlento: por demais s6{rego corre o meu coragio ao teu

encontro.

O coraqio em que arde,o

cilido, trisre,

,meu.estio,_esse breve estio,

transbordanre t. f.iida.a..'Oi,'.o"*o o ,n.u coragio estival anela ao reu frescor! Terminou a tirubianrc angdsria Ca minha primavera! Terminou a rneldade Cos mcus (locos de n.". .ri, pl.no juntJ Esrio, lornei.me por inieiro, e estival meio-dia!

Urn estio ne mlis excelsa lhura, -bem.avenrureda c:rlm,r; oh,.r'inde,

fiirs

nascentes

meus amigos,

f^r" qu.

com

e u

callua sc iorne arnda mats bem-lvcntureda! . Porque esra i a lorla altura e a nossa pitrir; por demais elevada e ingremg d a nossa morada, rqui, p"rr' todos os impuros c sur seJe, p.urcs para a nascentc do meu prazer, - I:rnqli r,<.rssos.ollios 6. amigos! isro podcri,r enrurvila?.Acolhe<iora,'hri de .Como nr psia vos, com J,l' Purez3.

Na irvore do fururo, consrruamos o nosso ninho;

para

n6s, solitirios, dguias deverio rrczer alirneoto crn seus'bicos! _ Nio, na verdacle, um alimento de qle possrm pariilhar os impuros! Fnnrlsiariam que e:;rlo comenio {ogo e qulima,rdo

o

focinho.

_ Em verd,rdc, nio manrcrnos prontas, aqui, nroradas para os impurosl !.ar,5rna de gelo pareceria, a seus lorpos e espiriros,

a nossr ielicidadel E, como forres ventos, queremos viver ccima deles, vizi-

43


r I

nhos

Jis iguias, vizinhos da ireve, vizinl:os

Co sol: rrssim vivetn

os ventos fcnes. E, tei conro unl ve:rto, ciu!'ro, alg.lni dia, soprar ao meio deles e, aoin o mcu espirito, tirar o respiro ao seu espirito: assirn quer o nreu fuluro. Em verd.iCe, um fo.re vento d Zaraiustrx para todas as i:aixuras; e esie conseiho cle di aos seus inimigos e a tudo o que cospe e egcarra: "Guardai-vos de cuspir cotttru o vento!"

Assim falou Zaratusltal

O AvEtilTuRE|RO SO SE SUPORTA PROSTITUINDO'POIS SUA PROST|TU|CIb f panaDoxALrErrE ullA GARAIITIA DE Lg cr0Ez:

44


6o que cont6m todos os

Cliberdade

"rinfl

ESTIMADO LEITOR:

REVISTA DEVERA PREENCHER ESTE SE VOCE DESEJA RECEBER ESTA CHEOUE DE Cr$ 10 0oo'oo cupoM E DEVOLVE-LO luNrrnvrErtrrE coM uM ouAL LHE GARANTIRA o viBoRA', DE rtrort're (DEZ MIL cRUZElRos) rrvr

5 nrCrerrtlrNTo

DE 5

(clNco) REVlsrAs EM suA cASA

FAVOR DEVOLVER ESTE CUPOM PARA:bnxn posrnL 152977 - cEP 7o91o BRASiLIA-DF NOME: PROTISSAO: ENDEREQO:

CIDADE:

ESTADO '".........'"..

ANEXO CHEOUE POSTAL REFERENTE A UMA ASSINATURA ViEORN. NO

PAIS VALOR



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