TÉCNICO EM
Enfermagem
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Copyright © 2014 Yendis Editora Ltda. 1ª edição Todos os direitos reservados. _________________________________________________________________________________________ Diretora acadêmica: Simone Savarego Coordenadora editorial: Rosiane Aparecida Marinho Botelho Produção editorial: Yendis Editora Projeto gráfico e capa: Fabio Oliveira As informações e as imagens são de responsabilidade dos autores. Proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem a autorização escrita da Editora. A Editora não se responsabiliza por eventuais danos causados pelo mau uso das informações contidas neste livro.
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Sumário
1. Fundamentos do Cuidado da Enfermagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Zainet Nogimi Cleide Mazuela Canavezi Luciana Della Barba Regiane Fernandes Mirela Bertoli Passador Amparito Del Rocío Vintimilla Castro Dirce Laplaca Viana Divanice Contim
2. Biossegurança e Controle de Infecção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61 Andréa Porto Rodrigo Granzoti Tamami Ikuno Zainet Nogimi Gisleine Gomes de Riba Dal Cortivo
3. Anatomia e Fisiologia Humanas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Fernanda Jacques Calçado de Oliveira
4. Saúde Coletiva e Educação em Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152 Tamami Ikuno
5. Bases da Terapêutica Medicamentosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183 Fabíola Felipe de Melo
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fundamentos do cuidado da enfermagem Zainet Nogimi, Cleide Mazuela Canavezi, Luciana Della Barba, Regiane Fernandes, Mirela Bertoli Passador, Amparito Del RocĂo Vintimilla Castro, Dirce Laplaca Viana e Divanice Contim
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HISTÓRIA DA ENFERMAGEM A enfermagem é a arte em que se pode desenvolver uma técnica para prestar um cuidado adequado e de qualidade. Uma ciência em que os princípios fundamentais do cuidado relacionam-se ao conhecimento de outras ciências. No Brasil, a enfermagem ainda hoje é uma profissão com predominância do sexo feminino, característica explicada por sua origem. Possui ênfase em valores éticos e morais e na postura profissional.
Fase Pré-Profissionalizante Fala-se da história da enfermagem como se esta tivesse surgido com o homem e suas enfermidades; dessa forma, os cuidados eram prestados pelas mães, esposas e religiosas às crianças e idosos. Tais cuidados eram uma extensão dos deveres domésticos e, até hoje, existe um número maior de mulheres atuantes na área. Na Idade Média, surgiram locais próprios para assistência aos pobres, aos portadores de doenças e aos excluídos, uma vez que eram considerados perigosos para a sociedade. Esses locais eram sujos, sem ventilação e iluminação adequadas e abrigavam um número excessivo de doentes; os cuidados eram prestados por mulheres de moral duvidosa, leigas e sem preparo específico, cujas preocupações maiores eram a cura espiritual e a salvação eterna. Posteriormente, esses locais passaram a ser chamados de hospitais. No século XVII, a medicina passou a utilizar o hospital como local de cura e de formação de profissionais na área da saúde. Foi nessa fase que o médico tornou-se a figura central desse local. Enfermagem profissional A enfermagem profissional teve início no século XIX, com a atuação da aristocrata inglesa Florence Nightingale na Guerra da Crimeia. Florence foi convidada a organizar hospitais militares junto com 32 enfermeiras treinadas, diminuindo o índice de mortalidade durante a guerra de 42,7% para 2,2%. Em 1860, foi fundada a primeira escola de enfermagem, a partir de uma doação do governo inglês. A escola era formada por mu-
lheres ricas (ladies nurses), que custeavam seus próprios estudos e supervisionavam os cuidados e o ensino de enfermagem, e por mulheres pobres (nurses), que recebiam formação gratuita e salário para trabalhar com cuidados diretos ao cliente/paciente. O surgimento da primeira escola destinada a formar profissionais da área de enfermagem foi uma contribuição necessária para modificar a imagem, até então negativa, de quem trabalhava na área. No Brasil, merece destaque a atuação de Anna Nery, que cuidou dos feridos na Guerra entre o Brasil e o Paraguai, no século XIX. Por seu trabalho, ficou conhecida como a “Mãe dos Brasileiros”.
ENFERMAGEM NO BRASIL 1890: criação da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, no Rio de Janeiro. 1914: tem início a 1a Guerra Mundial, com a participação da Cruz Vermelha Brasileira. Inicia-se então o preparo de voluntários para trabalhar em enfermagem. 1923: primeira escola de enfermagem baseada na adaptação do modelo nightingaleano, a Escola Anna Nery redimensionou todo o modelo da enfermagem brasileira. A instituição selecionava moças da sociedade para a prática, com o apoio de uma política interessada no desenvolvimento da profissão, passando a ser reconhecida como padrão de referência para as demais escolas. 1926: fundação da Associação de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras, atual Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN), entidade cultural que tem por finalidade o desenvolvimento profissional dos associados pelo aprimoramento científico-cultural. 1949: pela Lei n. 775, passou-se a exigir que a educação em enfermagem fosse centralizada em núcleos universitários. 1961: a Lei n. 2995/56 passou a exigir dos estudantes o nível secundário completo (hoje níveis fundamental e médio). 1962: criação do curso superior de Enfermagem.
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o hospital é o local onde se exige maior número de profissionais da área da saúde, e a enfermagem tem um papel fundamental no atendimento ao paciente e em sua recuperação. Hospital Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o hospital é o elemento de uma organização de caráter médico e social. Sua função consiste em assegurar assistência médica completa, curativa e preventiva à população, e os serviços externos prestados irradiam-se até a célula familiar considerada em seu meio, sendo também um centro de medicina e de pesquisa biossocial. Tabela 1
Serviços de atenção à saúde
Serviços de saúde
Unidades de atendimento Unidades básicas de saúde
Primários
Pronto atendimento Pronto-socorro
Secundários Terciários
Hospital geral Ambulatório de especialidades Hospitais especializados Hospitais universitários
O hospital tem como principais funções: Prevenção: principalmente por meio de orientação e controle ambulatorial. Educação: pela educação sanitária e prática de saúde pública, centrada no paciente, na família e na comunidade, formando e aperfeiçoando profissionais de saúde e colocando em prática os conhecimentos teóricos e as inovações relacionadas à saúde. Pesquisa: serve como campo de pesquisa científica relacionada à saúde. Reabilitação: visa a proporcionar condições para o paciente retornar ao seu meio e às suas atividades. Cura: quase sempre possui um serviço de emergência, bem como de diagnóstico e tratamento de diversas moléstias. Classificação Os hospitais são classificados conforme suas finalidades (missão), os serviços de que dispõem, seu porte etc. Para tanto, são utilizados vários parâmetros, como:
Quanto à especialidade » Geral: destina-se a atender portadores de doenças de várias especialidades médicas. Por exemplo: Santa Casa de Misericórdia, Hospital das Clínicas (HC), Casa de Saúde Santa Marcelina. » Especializado: destina-se a atender portadores de determinadas doenças ou de grupos etários específicos. Por exemplo: Hospital do Câncer (AC Camargo), Instituto do Coração (InCor), Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Quanto ao número de leitos » Hospital de pequeno porte: possui capacidade normal de até 49 leitos. » Hospital de médio porte: possui capacidade normal de 50 a 149 leitos. » Hospital de grande porte: possui capacidade normal de 150 a 499 leitos. » Hospital especial: possui capacidade acima de 500 leitos. Quanto à entidade mantenedora » Oficial: pertence a uma instituição pública (municipal, estadual ou federal). Por exemplo: Hospital das Clínicas, Tide Setúbal, Conjunto Hospitalar do Mandaqui. » Particular: pertence à iniciativa privada, podendo ter finalidade lucrativa ou não (filantrópica). Por exemplo: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa, Hospital Santa Catarina. » Autarquia: na administração pública brasileira, autarquia é uma entidade auxiliar da administração pública estatal autônoma e descentralizada. Trata-se de um dos tipos de entidades da administração indireta, com patrimônio e receita próprios, mas tutelados pelo Estado. O Decreto-Lei n. 200, de 1967, em seu art. 5o, I, define autarquia como “serviço autônomo criado por lei, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da administração pública, que requeiram para seu melhor funcionamento gestão administrativa e financeira descentralizada”. As autarquias têm a função de executar, de maneira descentralizada, atividades típicas
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da administração pública. Seu patrimônio é composto por recursos próprios. Sua organização interna se dá por meio de decretos (emanam do poder executivo), portarias (ministérios, secretarias etc.), regimentos ou regulamentos internos. São exemplos de autarquias as universidades federais. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello: “são pessoas jurídicas de direito público de capacidade exclusivamente administrativa. Diversos são os exemplos de autarquias, federais, estaduais ou municipais, em nosso ordenamento, como: Banco Central, UFRJ, CBMERJ, INSS, Anatel, Anvisa, Hospital das Clínicas”. » Filantropia: no Brasil, a forma de relação mais antiga, tradicional e, possivelmente, ainda a mais institucionalizada, entre Estado e terceiro setor, é a filantropia. Na saúde, entidades filantrópicas detêm historicamente um papel relevante na assistência hospitalar. Nos dias atuais, esse segmento se responsabiliza por cerca de um terço da capacidade instalada hospitalar, além de apresentar amplitude geográfica e capilaridade de rede (único estabelecimento de saúde em municípios de pequeno porte) que o credencia a cumprir papel relevante nas políticas públicas de universalização do acesso aos serviços de saúde. Especialmente para o segmento filantrópico, o status de parceiros preferenciais do Estado concedido às organizações sem fins lucrativos foi confirmado, em 1988, pelo art. 199, § 1o da Constituição Federal. E, na década de 1990, as instituições filantrópicas que acompanharam a modernização de gestão e o padrão de venda de serviços de alta complexidade para o setor público continuaram a receber incentivos financeiros, qualificando-se como retaguarda do sistema de saúde. Quanto ao tipo de construção » Monobloco: é o hospital cuja construção consiste em um só bloco, podendo ser vertical ou horizontal. Por exemplo: Hospital Brigadeiro.
» Pavilhonar: é o hospital construído em diversos pavilhões, que podem ou não ser ligados. Por exemplo: Hospital das Clínicas e Hospital São Paulo. Estrutura organizacional A organização de um hospital é muito complexa, pois envolve uma grande variedade de atividades, o que exige uma departamentalização de sua estrutura funcional. Por exemplo, um hospital geral pode ter a seguinte estrutura: direção; corpo clínico (com os diversos serviços clínicos); serviços de apoio clínico, como os serviços auxiliares de diagnóstico e tratamento; serviços técnicos, como os de enfermagem, nutrição e dietética, serviço social, farmácia, serviço de arquivo médico e estatística (SAME) etc.; serviços de apoio administrativo, como os de finanças, contabilidade, engenharia e manutenção hospitalar, lavanderia etc. Toda a vida do paciente dentro de uma instituição de saúde, seja em uma unidade básica, seja em um hospital ou em uma clínica ambulatorial, deve ser registrada em documento específico, denominado prontuário médico.
Serviços de Atenção à Saúde Prontuário do paciente O prontuário do paciente é definido pelo Ministério da Saúde como: “Um documento constituído de formulários padronizados destinados ao registro da assistência prestada ao paciente.” Finalidades do prontuário Reunir informações de todos os profissionais do hospital que atendem o paciente, proporcionando comunicação entre todos os serviços; proporcionar continuidade ao atendimento; fornecer informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento do paciente; e oferecer dados para estudos, pesquisa e arquivo. O prontuário constitui-se em um documento legal e, portanto, deve conter todas as informações relativas ao tratamento do
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Consiste na decisão médica que determina o encerramento da modalidade de assistência prestada ao paciente naquela unidade, podendo, se necessário, receber outra modalidade de assistência no mesmo estabelecimento ou em outro local. A alta pode ocorrer nas seguintes situações: Alta hospitalar: quando há cura, melhora ou estado de saúde inalterável do paciente. Alta condicional: quando concedida ao paciente em ocasiões especiais, com a condição de que retorne em data estabelecida (aniversário dos filhos, Natal etc.). Alta a pedido: quando há solicitação da família ou do próprio paciente (nesse caso, deve-se providenciar documentação isentando o hospital e os profissionais de qualquer responsabilidade). Alta por evasão: ocorre quando há fuga ou indisciplina grave. Para realizar a alta, o profissional deverá ter: prontuário do paciente; aviso de alta; pertences do paciente; receita médica e orientações sobre o retorno (devem ser feitas pelo enfermeiro). Assistência de enfermagem 1. Verifique se a alta está assinada pelo médico e se consta a identificação da modalidade (alta hospitalar, alta a pedido, alta por evasão). 2. Verifique se os impressos de solicitação de alta estão preenchidos e assinados. 3. O paciente deve ser avisado e orientado (pelo médico ou pelo enfermeiro). 4. Os pertences devem ser devolvidos ao paciente. 5. Ajude o paciente a vestir-se, caso seja necessário. 6. Encaminhe-o até o enfermeiro para ser orientado quanto às medicações, cuidados específicos e retorno. 7. Os demais serviços do hospital devem ser informados sobre a alta do paciente (inclusive o pessoal de limpeza). 8. A assistência de enfermagem deve ser prestada até a saída do paciente, seguindo a prescrição médica.
9. Se necessário, o paciente deve ser acompanhado até a saída do hospital, em maca ou cadeira de rodas, pela enfermagem ou de acordo com a rotina do hospital. 10. Realize a anotação de enfermagem. Transferência Consiste na mudança do paciente de clínica, quarto, unidade ou hospital, nas seguintes situa-ções: solicitação médica e/ou da enfermagem, quando há necessidade de tratamento específico, a pedido do próprio paciente, a pedido da administração, por necessidade de vaga ou por falta de tratamento especializado no hospital. Para realizar a transferência, o profissional deverá ter em mãos: impresso de transferência; prontuário do paciente; pertences do paciente. Assistência de enfermagem 1. Confira o preenchimento do impresso, observando os números do quarto, do leito e do andar. 2. Antes de iniciar a transferência, certifique-se de que a unidade que irá recebê-lo está devidamente preparada. 3. Informe a chefia da unidade receptora quanto aos dados de maior relevância sobre o estado de evolução do paciente. 4. Avise o paciente e a família sobre a transferência e dê as orientações necessárias. 5. Anote a transferência no prontuário e encaminhe-o junto com o paciente. 6. Conduza o paciente em cadeira de rodas ou maca, junto com seus pertences. 7. Apresente o paciente aos novos companheiros de quarto e às dependências da nova unidade. 8. Em caso de transferência de hospital, deve seguir junto com o paciente uma relação de todos os medicamentos administrados, tratamentos e exames realizados. Óbito Consiste na constatação médica do falecimento do paciente. Para realizar os encaminhamentos necessários no caso de óbito, você deverá ter em mãos:
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impresso referente ao aviso de óbito; prontuário do paciente; pertences do paciente. Após a confirmação do óbito pelo médico, o corpo deve ser preparado conforme as técnicas específicas, observando-se o seguinte: 1. Anotar no prontuário a hora da morte. 2. Identificar o corpo. 3. Preparar os pertences do paciente para serem entregues aos familiares. 4. Preencher os avisos de óbito e encaminhá-los, segundo a rotina do hospital. 5. Encaminhar o corpo ao necrotério. 6. O atestado de óbito só será fornecido após 48 horas de internação, sabendo-se qual a causa da morte, ou se o médico tiver conhecimento anterior do diagnóstico do paciente. De acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM), quando não se tem conhecimento da causa básica, o óbito é registrado como sinais, sintomas e afecções mal definidas. Um óbito pode ser registrado como caso de polícia sempre que estiver envolvido em situações de violência, como por exemplo, casos de estupro ou homicídios.
UNIDADE DE INTERNAÇÃO E UNIDADE DO PACIENTE Unidade de Internação Podemos dizer que a unidade de internação é o conjunto de elementos destinados à acomodação do paciente internado, que engloba facilidades adequadas à prestação dos cuidados necessários a um bom atendimento. A unidade pode apresentar alterações de área física, dependendo da forma de agrupar pacientes (quarto/enfermaria), do tipo e da complexidade da assistência requerida e do número e qualificação de especialistas. Por exemplo: Unidade de Terapia Intensiva e berçário.
Figura 2
Unidade do paciente.
Essa unidade tem os seguintes objetivos: proporcionar ao paciente um ambiente adequado à sua rápida recuperação e oferecer à equipe de enfermagem condições para um bom desempenho de suas funções. Cada hospital possui características próprias quanto à estrutura física e às rotinas de funcionamento; porém, existem elementos básicos que são comuns e indispensáveis a qualquer tipo de unidade de internação, listados a seguir: quarto destinado à internação, com capacidade para 1 ou 2 leitos; enfermaria destinada à internação, com capacidade para 3 a 6 leitos; posto de enfermagem, destinado à execução de atividades técnicas específicas e administrativas; rouparia destinada à guarda de roupa proveniente da lavanderia; sala de utilidade ou expurgo: unidade destinada à limpeza, desinfecção e guarda dos utensílios utilizados na assistência ao paciente (comadre, papagaio); copa destinada à distribuição dos alimentos e ao preparo eventual de pequenas refeições do paciente; banheiro dos pacientes, que pode ser individual (quarto/enfermaria) ou coletivo (no corredor central da unidade); banheiro de funcionários. Dependendo da estrutura organizacional e/ ou da especialidade médica do hospital, a unidade de internação poderá ter as seguintes denominações: unidade de internação de clínica médica; clínica cirúrgica; unidade feminina ou masculina; unidade de tratamento intensivo; unidade de moléstias infecciosas etc.
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Unidade do Paciente A unidade individual do paciente consiste no espaço físico e no mobiliário necessário para sua acomodação durante a internação. Esse conjunto é composto por: cama hospitalar com colchão, mesa de refeição, mesa de cabeceira, escadinha, cadeira, ponto de oxigênio, campainha, ponto de vácuo e luz de cabeceira. Limpeza da unidade do paciente É a técnica de lavagem e desinfecção do mobiliário e do material que compõem a unidade do paciente, visando a proporcionar conforto, segurança e bem-estar ao paciente, reduzindo o risco de infecções pela diminuição dos micro-organismos e das sujidades existentes no ambiente hospitalar. A limpeza da unidade do paciente é realizada de duas formas: limpeza diária ou limpeza concorrente e limpeza de unidade terminal. A limpeza imediata é a realizada logo após intercorrência. A limpeza de manutenção ocorre entre a concorrente e a terminal. Limpeza diária ou limpeza concorrente Realizada diariamente após a arrumação da cama, consiste na limpeza de parte do mobiliário da unidade do paciente, observando os seguintes cuidados: explique o procedimento ao paciente; lave as mãos; prepare o material: pano úmido para limpeza e luva de procedimento; abra porta e janelas para renovar o ar ambiente; calce as luvas; passe o pano úmido na cabeceira e nos pés da cama; limpe a mesa de refeição; retire objetos da mesa de cabeceira, colocando-os na mesa de refeição, e proceda à limpeza; recoloque os objetos nos seus devidos lugares; retire as luvas e lave as mãos; mantenha o material em ordem. Limpeza terminal de unidade Realizada após alta ou transferência do paciente e em situações como permanência
prolongada do paciente na unidade e óbito. Consiste na limpeza de todo o mobiliário da unidade do paciente, incluindo teto, paredes e tudo que houver nelas e piso (é realizada pela equipe de limpeza). Assistência de enfermagem 1. Lave as mãos. 2. Providencie o material necessário (jarro com água, bacia, balde, sabão, hamper, panos de limpeza e luvas). 3. Leve o material à unidade. 4. Abra porta e janelas para renovar o ar ambiente. 5. Desocupe a mesa de cabeceira. 6. Calce as luvas. 7. Retire a roupa de cama e coloque-a no hamper, evitando movimentos bruscos. 8. Coloque o material sobre a cabeceira. 9. Coloque o balde sobre a escadinha. 10.Limpe a mesa de cabeceira e a mesa de refeição por dentro e por fora. 11. Limpe um dos lados do travesseiro e coloque-o sobre a mesa de cabeceira (mantendo parte limpa sempre em contato com parte limpa). 12. Abra o impermeável sobre o colchão e limpe a parte exposta. Dobre o impermeável, limpe e coloque sobre o travesseiro (obedecendo ao princípio de parte limpa sempre em contato com parte limpa) e limpe o restante do impermeável (evitar sujar as partes limpas). 13. Limpe a parte superior e lateral do colchão, no sentido da cabeceira para os pés da cama; dobre-o e limpe a parte exposta. 14. Limpe a cabeceira da cama, o estrado e a parte interna da cama. 15. Vire o colchão e limpe a outra metade. 16. Limpe os pés da cama e o estrado e acione a manivela ou o controle remoto para limpar a parte interna. 17. Coloque o material de limpeza sobre a escadinha. 18. Limpe a cadeira e a escadinha (coloque o balde sobre o pano para limpar a escadinha). 19. Reposicione o mobiliário da unidade, recolha, lave e guarde o material utilizado. 20. Retire as luvas e lave as mãos. 21. Mantenha o material em ordem.
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Sufixos Algia: dor
Atresia: estreitamento, sem abertura
Cele: relativo a hérnia ou tumor
Centese: punção
Dese: imobilização
Ectasua: dilatação, expansão ou distensão
Ectomia: remoção de um órgão
Emese: vômito
Exerese: retirada de tumores, nódulos
Fasia: relativo a fala, linguagem
Fobia: medo
Ite: inflamação
Lise: quebra
Ose: doença crônica ou afecção não inflamatória
Ostomia: fazer cirurgicamente uma nona boca, abertura
Otomia: abertura de um órgão com ou sem drenagem, incisão
Pepsia: conjunto de fenômenos da digestão
Pexia: fixação de um órgão
Plasia: crescimento, formação
Plastia: reconstrução plástica
Plegia: paralisia
Pneia: referente a respiração
Prolapso: queda
Ragia: perda, fluxo violento
Rafia: sutura
Reia: descarga, corrimento
Scopia: visualização instrumental
Terapia: tratamento
Tomia: corte, abertura
Tripsia: esmagamento
Uria: relativo a urina
ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM Elementos das Anotações de Enfermagem O que anotar?
Informações subjetivas, problemas, preocupações do paciente, sinais e sintomas, eventos ou mudanças significativas no estado de saúde, cuidados prestados, ação e efeito das intervenções de enfermagem baseadas no plano de cuidados e respostas apresentadas
Como fazer?
1. Verificar tipo de impresso a ser utilizado e as normas institucionais 2. Verificar se o cabeçalho do impresso está preenchido com os dados do paciente e a data 3. Utilizar somente caneta esferográfica com cor estipulada pela instituição 4. Todas as anotações devem ser precedidas de horário 5. A anotação deve ser descritiva e não interpretativa 6. Restringir as anotações relacionadas apenas ao paciente 7. Anotar de maneira precisa, concisa, legível, completa, correta, objetiva e clara. Observar ortografia, caligrafia e redação 8. Utilizar frases curtas e termos técnicos por extenso. Empregar apenas abreviaturas padronizadas e convencionadas. Não usar reduções que impeçam a compreensão do que foi anotado 9. Não utilizar corretivo tipo “branquinho”, não riscar, molhar ou manchar o impresso 10. Não rasurar a anotação, devido ao seu valor legal. Em caso de engano usar a palavra “digo”, entre vírgulas 11. Não deixar espaços em branco e não pular linhas entre as anotações 12. Evitar as anotações checadas no plano de cuidados, prescrição de enfermagem ou médica; somente as alterações ou intercorrências do cuidado prestado 13. Evitar expressões como: “hábitos fisiológicos normais”, “sem anormalidades”, “sem intecorrências” e “sem queixas” 14. Anotar os relatos de intercorrências e alterações feitas pelo próprio paciente ou pelo seu cuidador 15. Colocar nome legível, categoria profissional e número do registro no Conselho Regional de Enfermagem (Coren), ao final da anotação
Onde anotar?
Em impressos próprios, segundo o modelo adotado pelo serviço de enfermagem da instituição
Quando anotar?
Sempre que ações de assistência forem executadas, mantendo o planejamento de enfermagem atualizado
Como anotar?
O registro deve ser feito de forma clara e objetiva, com data e horário específicos, com identificação (nome, Coren–SP e carimbo) da pessoa que faz anotação. Quando o registro for normal, deve ser feito com letra legível, sem rasuras. Na vigência de uma anotação errada, colocar entre vírgulas a palavra “digo” e anotar em seguida o texto correto
Para quê anotar?
Para historiar e mapear o cuidado prestado, facilitar o rastreamento das ocorrências com o paciente a qualquer momento e reforçar a responsabilidade do profissional envolvido no processo de assistência de enfermagem
Quem deve anotar?
Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem
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ATIVIDADES 1. O paciente colocado na posição de decúbito dorsal na mesa de cirurgia, com elevação dos pés em 45º para aumento da irrigação sanguínea no cérebro, tratamento de choque etc., está na posição: a) Jackknife. b) Genupeitoral. c) Litotômica. d) Trendelenburg. 2. Hemorragia é a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo, veia ou artéria. Quando oriunda do pulmão, denomina-se: a) Metrorragia. b) Hematêmese. c) Hematúria. d) Hemoptise. 3. Hemoptise e hematêmese significam, respectivamente, hemorragias oriundas do(s): a) Intestinos e ouvidos. b) Nariz e pulmões. c) Estômago e pulmões. d) Pulmões e estômago. 4. A posição indicada para um paciente com desconforto respiratório é a de: a) Fowler. b) Trendelenburg. c) Decúbito lateral. d) Sims. 5. A polipneia significa que a respiração está: a) Normal. b) Acelerada. c) Lenta. d) Ausente. e) Diminuída. 6. Quanto aos objetivos do prontuário, pode-se afirmar que: a) Permite a pesquisa médica e de enfermagem. b) Funciona como documentação para fins legais. c) Fornece dados estatísticos sobre o movimento hospitalar e permite o registro dos dados necessários quanto ao diagnóstico e tratamento do paciente. d) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
e) Somente as alternativas A e B estão corretas. 7. O método de alimentar um paciente por meio de uma sonda enteral em nível gástrico é denominado: a) Alimentação parenteral. b) Alimentação por gavage. c) Alimentação enteral. d) Alimentação venosa. e) Hidratação oral. 8. Indica-se limpeza terminal, exceto quando: a) O paciente sofre êxito letal (óbito). b) O paciente recebe alta. c) O paciente vai receber visita. d) O paciente é transferido para outra unidade. e) O paciente é transferido para outro hospital. 9. Os cuidados com a pele do paciente durante o banho no leito obedecem a regras básicas de higiene, as quais devem ser observadas pelo profissional de enfermagem com o objetivo de: a) Promover conforto e aliviar áreas. b) Retirar o excesso de gordura; movimentar o paciente. c) Remover e excretar micróbios; facilitar a circulação sanguínea. d) Garantir a segurança física; proporcionar o relaxamento muscular. e) Ativar a circulação sanguínea; exercitar os membros superiores e inferiores. 10. A diminuição da diurese é chamada de: a) Oligúria. b) Anúria. c) Poliúria. d) Disúria. 11. A urina deve ser colhida em recipiente esterilizado quando o exame solicitado é: a) Teste de gravidez. b) Pesquisa de sangue oculto. c) Prova de função renal. d) Cultura. e) Presença de elementos anormais e sedimento. 12. A retirada da urina da bexiga por meio mecânico denomina-se: a) Irrigação vesical. b) Cateterismo vesical.
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c) Incontinência vesical. d) Instilação vesical. e) Continência vesical. 13. A nebulização é um tratamento prescrito para indivíduos portadores de: a) Cólica renal. b) Dor precordial. c) Asma brônquica. d) Distensão abdominal. e) Hipertensão arterial. 14. A sondagem enteral de nível gástrico tem como objetivo: a) Alimentação do paciente (gavagem). b) Administração de medicamentos. c) Esvaziamento do conteúdo gástrico. d) Lavagem gástrica. e) Todas as opções estão corretas. 15. Além de proporcionar conforto ao paciente, o banho no leito serve para: a) Aumentar o apetite. b) Estimular a circulação. c) Combater as escaras. d) Regular a respiração. e) Regular a digestão. 16. Ao banhar o paciente no leito, deve-se: a) Abrir as janelas. b) Colocar biombos ao redor do leito. c) Suspender a hidratação venosa. d) Passar a chave na porta. 17. A finalidade primordial do curativo é: a) Limpar o ferimento. b) Evitar o aparecimento de infecção nas feridas assépticas. c) Impedir a propagação de infecção nas feridas assépticas. d) Deixar o paciente confortável. e) Facilitar a drenagem. 18. Os fatores que influenciam a boa cicatrização são: a) manter a ferida fechada. b) Ausência de infecção, calor no local, soluções desinfetantes. c) Boa circulação no local, boa nutrição, soluções desinfetantes. d) Boa nutrição, manter a ferida bem fechada, calor no local. e) Boa nutrição, ausência de infecção, boa circulação no local. 19. “Cama fechada” é a denominação dada ao leito hospitalar que está:
a) Sendo ocupado por paciente ambulante. b) Sendo ocupado por paciente que não pode se locomover. c) Desocupado, aguardando a chegada de paciente admitido. d) Desocupado, aguardando o retorno do paciente da sala de cirurgia. e) Em desuso temporário. 20. Ao realizar um cateterismo vesical, deve-se ter muito cuidado para que seja mantida a esterilidade do seguinte material: a) Extremidade proximal da sonda. b) Recipiente coletor. c) Bolas de algodão. d) Luvas. e) Gaze. 21. Ao realizar limpeza da pele e mudança frequente de posição no leito em pacientes acamados, o enfermeiro evitará, essencialmente, a seguinte complicação: a) Circulatória. b) Respiratória. c) Posição viciosa. d) Úlcera por pressão. 22. O procedimento não invasivo que controla continuamente a saturação de oxigênio arterial é denominado: a) Oximetria de pulso. b) Eletrocardiograma. c) Ausculta pulmonar. d) Radiografia de tórax. 23. O material estéril, pronto para ser utilizado em um curativo, é considerado: a) Asséptico. b) Desinfetado. c) Desinfestado. d) Flambado. 24. A compressa quente visa a promover, basicamente, a: a) Vasoconstrição. b) Pneumoconstrição. c) Vasodilatação. d) Hipopirexia. e) Todas estão corretas. 25. Dentre as vias abaixo, a que apresenta uma ação sistêmica mais rápida é a: a) Intravenosa. b) Intradérmica. c) Hipodérmica.
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