Condutor de Ecoturismo - Modulo 1 - Ecoturismo e Educação Ambiental @fabiosababr

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FABIO SABA

Condutor de Ecoturismo ECOTURISMO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Atividades ao Ar livre Conceituações, características e fundamentos, Ecoturismo e Tipologias Afins

MODULO

01

Turismo Responsável Os Princípios e os Instrumentos do do Turismo Responsável

Trilhas Interpretativas Classificação e Manejo de Trilhas, Características da Interpretação Ambiental

www.fabiosaba.me


ECOTURISMO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Sumario

Modulo 01

ATRATIVO TURÍSTICO Conceito e Classificação de Atrativo Turístico. p.03

ECOTURISMO Meio Ambiente e Turismo, Conceituações, características e Fundamentos. p.11

EDUCAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL Trilhas Interpretativas, Características da Interpretação Ambiental. p.20

TURISMO RESPONSÁVEL Os Princípios es Instrumentos do Turismo Responsável. p.27


INTRODUÇÃO O Ecoturismo surge no Brasil como uma proposta de contemplação e conservação da natureza. Os debates sobre a necessidade de conservação do meio ambiente por meio de técnicas sustentáveis atingem a atividade turística e inserem uma nova maneira de vivenciar e usufruir as paisagens rurais, as áreas florestadas, as regiões costeiras, entre outros ecossistemas que são vistos como possíveis para um modelo de turismo mais responsável. Este é o momento de discutir uma nova forma de uso e fruição dos espaços pelos turistas. O turismo massivo é debatido como o agressor da paisagem natural e cultural, a vida nas grandes metrópoles (principais núcleos emissores de turistas) já exige uma nova conduta na busca pelo restabelecimento físico e emocional: buscam-se lugares remotos, de natureza preservada, paisagens bucólicas entrelaçadas com cultura e hábitos singulares. Segundo diversas instituições e operadores especializados, esse tipo de turismo vem apresentando um crescimento contínuo no mundo e o Brasil, com tamanha exuberância, apresenta-se como potencial destino de grande competitividade internacional. Considerando os aspectos peculiares que o caracterizam e lhe conferem identidade – os recursos naturais – o Ecoturismo exige referenciais teóricos e práticos e suporte legal que orientem processos e ações para seu desenvolvimento, sob os princípios da sustentabilidade.

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ATRATIVO TURÍSTICO O conceito de atrativo turístico é bastante complexo, uma vez que a atratividade exercida por certos elementos varia de forma acentuada conforme o perfil do turista. Os atrativos, então, estão intimamente relacionados com as motivações de viagens dos turistas e a avaliação que os mesmos fazem destes elementos. O Ministério do Turismo define atrativo turístico como sendo: “todo lugar, objeto ou acontecimento de interesse turístico que motiva o deslocamento de grupos humanos para conhecê-los”. O atrativo turístico possui, em regra, tanto maior valor quanto mais acentuado e desenvolvido for o seu caráter diferencial. Sabe-se que, normalmente, o turista procura sempre conhecer aquilo que mostra-se diferente dos aspectos de sua vida cotidiana. Assim, aquele atrativo que é único, sem outros semelhantes, certamente terá maior valor para o turista. 1.1 Classificação Para uma melhor sistematização e análise, os atrativos turísticos podem ser divididos em cinco grandes grupos: 1.1.1 Naturais São os elementos do espaço geográfico que constituem a paisagem. Incluem: (A) Relevo montanhoso: constituído por elevações que podem chegar ao limite de 8.000 m de altitude. Compreende vários subtipos:

(B) Planaltos e planícies: planaltos são regiões mais elevadas, delimitadas por escarpas íngremes; planícies são áreas extensas e planas, podendo ser costeiras (como no litoral brasileiro) ou continental (planície amazônica ou do pantanal). Também podem envolver: Chapadas/tabuleiros Patamares Matacões/pedras

Vales Rochedos

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Picos/cumes Serras Montes/morros/colinas


(C) Litoral ou costa: consiste no domínio geomorfológico situado entre o mar e o continente. Inclui as seguintes formações: Praias Restingas Mangues Baías/enseadas

Sacos Cabos e pontas Falésias/barreiras Dunas

(D) Terras insulares: correspondem aos territórios formados por ilhas. Ilhas Arquipélagos Recifes/atóis (E) Hidrografia: é o conjunto das águas correntes ou estáveis de uma região. Compreende: Rios Lagos/lagoas/represas Praias fluviais/deltas (F) Pântanos: são regiões inundadas por águas estagnadas. (G) Quedas d’água: as cachoeiras são quedas verticais ou muito íngremes de água no curso de um rio; as cataratas são grandes quedas d’água sobre um precipício; e saltos e cascatas são quedas menores. (H) Fontes hidrominerais ou hidrotermais: são águas ricas em sais, caracterizadas por suas propriedades terapêuticas ou de revigoramento, podendo ser ferruginosas, magnesianas, sulfurosas e radioativas. São termais as que apresentam a temperatura mais quente que a do ambiente

(J) Reservas de fauna e flora: são áreas delimitadas, nas quais existem condições primitivas naturais da fauna e da flora, destinadas à realização de pesquisas básicas aplicadas à ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista. (K) Grutas/cavernas: são cavidades de formas variadas que podem constituir, muitas vezes, verdadeiros salões ou galerias.

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(I) Parques: são áreas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais, objeto de preservação permanente. Destinam-se a fins científicos, culturais, educativos e recreativos.


(L) Áreas de caça e pesca: são áreas destinadas à permissão temporária de caça e pesca, determinadas por medidas legais para as diferentes regiões do país. 1.1.2 Histórico-culturais São manifestações sustentadas por elementos materiais que se apresentam sob a forma de bens móveis ou imóveis. Para os bens imóveis são considerados apenas aqueles ditos fixos, ou seja, aqueles pertencentes ou não a coleções ou acervos, que estejam em exposições permanentes no mesmo local. (A) Monumentos: são todas as obras – bens móveis e imóveis – produzidas pelo homem ao longo de sua história, consideradas testemunhos culturais, e que permitam a visitação pública e/ou sejam elementos componentes da paisagem e do ambiente interno dos roteiros turísticos.

Existem outros bens móveis fixos (exceto pintura ou escultura) ou os não-fixos, como jóias, objetos de porcelana, lustres, mobiliário, livros raros, etc

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Arquitetura civil: edificações públicas ou privadas, urbanas ou rurais, com função de residência, ou para ensino e pesquisa, serviço e comércio. Exemplos: paços municipais, casas de câmara e cadeia, casas de alfândega, solares, mansões, palacetes, casas paroquiais, chafarizes, fontes, asilos, etc. Arquitetura religiosa/funerária: são edificações construídas para abrigar funções de cultos, atividades assistenciais de proteção, amparo, arrimo, serviço médico e outros, e de homenagens fúnebres, como por exemplo oratórios, capelas, abadias, igrejas, conventos, mosteiros, mesquitas, sinagogas, mausoléus, cemitérios, etc. Arquitetura industrial/agrícola: são edificações especialmente construídas para abrigar atividades industriais e/ou agrícolas, como por exemplo engenhos, moinhos, usinas, alambiques, fábricas, etc. Arquitetura militar: são edificações construídas para suprir as funções de defesa e proteção do território nacional. Exemplos: fortes, fortalezas, quartéis. Ruínas: são remanescentes de antigas obras (de arquitetura ou escultura), recuperáveis ou não, com interesse para visitação pública. Esculturas: obras de arte representadas pela matéria-prima trabalhada em relevo ou em três dimensões. Pinturas: obras de arte realizadas em quadros, painéis ou outras composições planas, tendo a cor como elemento básico, com a finalidade de representar figuras ou formas abstratas.


(B) Sítios: são áreas consideradas como testemunho cultural do homem ao longo de sua história, pela homogeneidade e interesse especialmente artístico, histórico, científico e lendário, desde que permitam a visitação pública. Históricos: são áreas que, por motivos históricos e/ou artísticos, representam importantes testemunhos para a cultura nacional, regional ou local. Científicos: são áreas que, por motivos científicos, representam importantes testemunhos da atividade humana, prestando-se para pesquisas arqueológicas e/ou paleontológicas. (C) Instituições culturais de estudo, pesquisa e lazer: são as instituições que, de forma permanente, atuam conservando e apresentando coleções de objetos de cunho cultural e/ou científico de qualquer área do conhecimento ou atividade humana, com a finalidade de estudo, educação e satisfação, que possibilitou a visitação pública, como por exemplo os museus. Dependendo do caráter do seu acesso, podem ser históricos, científicos, artísticos ou tecnológicos. Englobam: Bibliotecas Arquivos Institutos históricos e culturais 1.1.3 Manifestações e usos tradicionais e populares São todas as práticas culturais que são tidas como específicas do próprio local ou da região, ou ainda idênticas em nível nacional como: atividades cotidianas e festivas de cunho sagrado ou profano, de caráter popular e folclórico, consideradas objeto de apreciação e/ou participação turística. (A) Festas, comemorações e atividades: são as manifestações tradicionais e/ou populares, que ocorrem em datas fixas ou móveis, caracterizadas por atos e/ou comemorações religiosas, populares, folclóricas ou cívicas.

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Religiosas: são as cerimônias em datas litúrgicas, homenagens a santos, novenas, trezenas, ladainhas, missas, romarias, procissões, jubileus e outros. Incluem também as cerimônias de outros cultos, cristãos ou não. Populares e folclóricas: incluem as apresentações de música e dança, de autos, peças e encenações, literatura (cordel e outros), e crenças e crendices (mitos e lendas). Exemplos: capoeira, carimbó, boi-bumbá, marujada, maracatu, maculelê, rodeios, folia-de-reis, mamulengo, samba-de-roda, etc. Cívicas: são as cerimônias oficiais, como feriados nos âmbitos nacional, estadual e municipal, as trocas de guarda e hasteamento de bandeira. Exemplos: paradas e desfiles militares.


(B) Gastronomia: é o conjunto de comidas e bebidas típicas e/ou tradicionais da região, que se caracterizem por suas formas peculiares e/ou exóticas de produção, apresentação ou degustação. (C) Artesanato: são objetos produzidos manualmente ou com máquinas rudimentares, em pequena escala, por artistas populares de uma localidade. As técnicas variam de acordo com a região e com a matéria-prima utilizada, sendo as mais comuns: cerâmica, cestaria, madeira, tecelagem, bordados, metal, pedras, rendas, couro, plumaria e, mais recentemente, a reciclagem de lixo. (D) Feiras e mercados: são os locais de compra e venda de produtos tradicionais da região, que podem estar instalados em locais fechados ou ao ar livre, funcionando com freqüência diária ou semanal. Exemplos: Mercado Modelo (Salvador), Feira de Caruaru (Pernambuco) e Mercado do Ver-o-Peso (Belém). 1.1.4 Realizações Técnicas e Científicas São obras e complexos científicos e/ou tecnológicos próprios para a exploração nas áreas de mineração, agricultura, pecuária ou da indústria e outras instalações que, por suas características de elaboração técnica, estimulam o seu aproveitamento como recurso de atração turística, permitindo, pois, a visitação pública. (A) Exploração agrícola e/ou pastoril: áreas rurais, como fazendas, sítios ou chácaras, públicas ou privadas, onde sejam desenvolvidas atividades e pesquisas agrícolas e/ou pastoris com técnicas ou métodos que despertem interesse e condições para a visitação turística. Podem ser: Fazendas-modelo: áreas de exploração agropecuária, normalmente privadas, que empregam as técnicas mais modernas do setor e que sejam passíveis de visitação pública. Estações experimentais: são áreas públicas nas quais o governo investe em pesquisas agropecuárias visando a melhoria da produção e que possam ser visitadas pelos turistas.

Zoológicos/Aquários/Viveiros: instituições destinadas à conservação e criação de animais e que permitam a visitação pública. Jardins botânicos e hortos: instituições destinadas à conservação e multiplicação de espécimes vegetais, visando sua preservação e a visitação pública. Planetários: são anfiteatros dotados de equipamentos que permitem visualizações e simulações da situação e do movimento do sistema solar.

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(B) Centros científicos e técnicos: são instituições, públicas ou privadas, cuja finalidade principal é o desenvolvimento de atividades de pesquisa e estudos técnicos e científicos, e que permitam a visitação pública.


ECOTURISMO Os temas ambientais ganham espaço nas discussões científicas e nos âmbitos político e social, surgindo uma nova ética do desenvolvimento que incorpora a qualidade ambiental e a inclusão social. É fundamentado nessa premissa que se compreende o Ecoturismo, como uma atividade que se materializa pela interação e experienciação do ambiente de forma sustentável. 2.1 Meio ambiente e turismo

A partir da década de 1970, as preocupações com o desenvolvimento econômico, a degradação do ambiente e as questões sociais alcançaram a atividade turística. Com a Conferência de Estocolmo, em 1972, e a Rio 92, ampliaram-se os debates que se

O setor de turismo tem a “consciência de que a palavra ecologia pode ser utilizada como argumento eficiente para gerar novos fluxos de visitantes para atrativos naturais”. É preciso, portanto, encontrar o ponto de equilíbrio dessa inter-relação turismo e meio ambiente, de modo que a atratividade dos recursos naturais não seja a causa de sua degradação: “A natureza e todos os seus componentes tornam-se pretextos para a descoberta, a iniciação, a educação, o espírito de observação e integração e, dessa forma, dá origem a um novo mercado”. 2.2. Conceituações, características e fundamentos 2.2.1 Conceituações O termo Ecoturismo foi introduzido no Brasil no final dos anos 80, seguindo a tendência mundial de valorização do meio ambiente. A EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo iniciou em 1985 o “Projeto Turismo Ecológico”, criando dois anos depois a Comissão Técnica Nacional constituída conjuntamente com o IBAMA

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A questão ambiental inicialmente debatida na visão da ecologia geral ampliou as discussões para os sistemas ambientais, surgindo novos processos em que os sistemas humanos – as economias, populações, culturas, governos e organizações – podem fazer escolhas tecnológicas visando à conservação e à sustentabilidade. Sob essa ótica, o meio ambiente não é uma esfera desvinculada das ações, ambições e necessidades humanas – conservá-lo e preservá-lo inclui, necessariamente, considerar a interação homem e natureza.

transformaram nos pressupostos da Agenda 21, que abordam os processos de desenvolvimento enfocando temas como ecotecnologias, requalificação do trabalho humano, desenvolvimento técnicocientífico e sustentabilidade. Nesse contexto, a Agenda aponta o Ecoturismo como uma prática conservacionista, comprometida com a natureza, com a responsabilidade social e com o desenvolvimento local.


– Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, primeira iniciativa direcionada a ordenar o segmento. Ainda na mesma década foram autorizados os primeiros cursos de guia especializados, mas foi com a Rio 92 que esse tipo de turismo ganhou visibilidade e impulsionou um mercado com tendência de franco crescimento. Em 1994, com a publicação das Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo pela EMBRATUR e Ministério do Meio Ambiente, o “turismo ecológico” passou a se denominar e foi conceituado como: Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações. Entre diversas interpretações e definições para Ecoturismo, a conceituação estabelecida continua sendo referência no País. Para melhor entendimento, são esclarecidos alguns termos e expressões que a constituem: Segmento da atividade turística A segmentação do turismo, embora possa ser definida por diferentes elementos e fatores, nesse caso é definida a partir das características da oferta, em função da motivação do turista, e em relação à atitude do prestador de serviços, da comunidade receptora e do turista, sob os seguintes aspectos:

Incentivo à conservação do patrimônio natural e cultural e busca de uma consciência ambientalista pela interpretação do ambiente Esse tipo de turismo pressupõe atividades que promovam a reflexão e a integração homem e ambiente, em uma inter-relação vivencial com o ecossistema, com os costumes e a história

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Utilização sustentável do patrimônio natural e cultural A prática do Ecoturismo pressupõe o uso sustentável dos atrativos turísticos. O conceito de sustentabilidade, embora de difícil delimitação, refere-se ao “desenvolvimento capaz de atender às necessidades da geração atual sem comprometer os recursos para a satisfação das gerações futuras”. Em uma abordagem mais ampla, visa a promover a harmonia dos seres humanos entre si e com a natureza. Utilizar o patrimônio natural e cultural de forma sustentável representa a promoção de um turismo “ecologicamente suportável em longo prazo, economicamente viável, assim como ética e socialmente eqüitativo para as comunidades locais. Exige integração ao meio ambiente natural, cultural e humano, respeitando a fragilidade que caracteriza muitas destinações turísticas”.


local. Deve ser planejado e orientado visando o envolvimento do turista nas questões relacionadas à conservação dos recursos que se constituem patrimônio. Promoção do bem-estar das populações A distribuição dos benefícios resultantes das atividades ecoturísticas deve contemplar, principalmente, as comunidades receptoras, de modo a torná-las protagonistas do processo de desenvolvimento da região. O estabelecimento desse recorte conceitual diante da amplitude de interações entre meio ambiente e turismo é primordial para o direcionamento das políticas públicas integradas entre os dois setores. Tal recorte delimita o que se compreende por Ecoturismo, cuja análise do desenvolvimento teórico e prático ao longo da última década permite tecer considerações fundamentadas em aspectos que se referem à natureza da atividade turística, à sustentabilidade, ao território e à motivação do turista. Reconhece-se que o Ecoturismo “tem liderado a introdução de práticas sustentáveis no setor turístico”, mas é importante ressaltar a diferença e não confundi-lo como sinônimo de Turismo Sustentável. Sobre isso, a Organização Mundial de Turismo – OMT e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA referem-se ao Ecoturismo como um segmento do turismo, enquanto os princípios que se almejam para o Turismo Sustentável são aplicáveis e devem servir de premissa para todos os tipos de turismo em quaisquer destinos. Sob esse enfoque, o Ecoturismo caracteriza-se pelo contato com ambientes naturais, pela realização de atividades que possam proporcionar a vivência e o conhecimento da natureza e pela proteção das áreas onde ocorre. Ou seja, assenta-se sobre o tripé interpretação, conservação e sustentabilidade. Assim, o Ecoturismo pode ser entendido como as atividades turísticas baseadas na relação sustentável com a natureza, comprometidas com a conservação e a educação ambiental. O Ecoturismo assenta-se no tripé: interpretação, conservação e sustentabilidade.

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Necessário se faz, portanto, tentar explicitar as delimitações conceituais entre Ecoturismo e Turismo Sustentável pela análise retrospectiva desses termos. Parte-se dos idos de 1960, com a eclosão do turismo massivo, quando se registraram e foram reconhecidos os impactos negativos da atividade turística, levando à desmistificação da idéia de “indústria sem chaminés”. Já no início dos anos 70 começaram as discussões sobre “gestão de turistas”, consolidando o entendimento do turismo como atividade econômica potencialmente poluidora, a depender da maneira como ocorre. Nesse ínterim, a temática passou a ser insistentemente debatida pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1983 no âmbito da Organização das Nações Unidas – ONU, de onde surgiu a acepção de Turismo Verde, que na década de 90 se amplia para a noção de Turismo Sustentável.


Como existem pontos comuns na idéia de Turismo Sustentável e na de Ecoturismo a partir dos princípios da sustentabilidade, estabeleceu-se essa sobreposição nas definições conceituais. O elemento de diferenciação do Ecoturismo reside no enfoque da sustentabilidade evidenciado na conservação, interpretação e vivência com a natureza como fator de atratividade. Conforma-se, desse modo, como um segmento da oferta turística que, afora o social, institui-se e se caracteriza fundamentalmente em dois pilares da sustentabilidade – o ambiental e o econômico, carregando como premissas o cultural e o político no sentido da complementariedade. Já o Turismo Sustentável confere a cada um desses aspectos a mesma intensidade, impregnando-os na atividade turística como um todo, e empresta à segmentação da oferta requisitos que podem determinar alguns tipos de turismo, como é o caso do Ecoturismo. Turismo Sustentável é o que relaciona as necessidades dos turistas e das regiões receptoras, protegendo e fortalecendo oportunidades para o futuro. Contempla a gestão dos recursos econômicos, sociais e necessidades estéticas, mantendo a integridade cultural, os processos ecológicos essenciais, a diversidade biológica e os sistemas de suporte à vida. 2.2.2 Atividades praticadas As atividades do segmento Ecoturismo como oferta turística correspondem à complementaridade das atividades tradicionalmente ditas turísticas (hospedagem, transporte, alimentação, recreação, entretenimento, operação, agenciamento, recepção, guiamento, condução e outras) e das práticas que as geram, ou seja, as atividades de experienciação da natureza e que dão consistência ao segmento, tidas como tipicamente ecoturísticas. Ao serem contempladas no âmbito desse segmento, quaisquer dessas atividades devem considerar:

As atividades tipicamente ecoturísticas devem ocorrer estrita e necessariamente seguindo premissas conservacionistas. Podem realizar-se concomitantemente ou em conjunto com outras, de formas e por meios diversos, e devem ser estruturadas e ofertadas de acordo com normas e certificações de qualidade e de segurança de padrões reconhecidos internacionalmente. De modo geral, as atividades ecoturísticas buscam atender às motivações específicas por meio de atividades passíveis de serem praticadas com outras

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Aspectos construtivos das instalações em relação ao porte, ao estilo arquitetônico e aos materiais utilizados, técnicas e procedimentos adotados. Meios e vias de transporte de baixa potencialidade de degradação e poluição e adequados ao ambiente. Serviços e produtos harmonizados aos princípios da qualidade, da sustentabilidade e da cultura local.


finalidades, configurando outros segmentos. Porém, o que caracteriza o segmento são as atividades resumidas em observação e contemplação da natureza que podem ocorrer de diversas formas e meios.

ATIVIDADES PRINCIPAIS MEIO FORMA

OBSERVAÇÃO

Fauna

Aves, mamíferos, cetáceos, insetos, répteis e anfíbios, peixes.

Flora

Exuberância paisagística, plantas medicinais, ornamentais e utilitárias.

Formações Geológicas

Área de ímpar diversidade geológica que oferece locais estratégicos para discussão da origem dos ambientes, sua idade, entre outros fatores.

Caminhadas

Percursos a pé para fins de contemplação com possibilidade de interpretação.

Mergulho

Submersão em ambientes aquáticos de alto valor ecológico.

Safáris Fotográficos

Fotografar paisagens singulares ou animais, feitos a pé ou outro meio de transporte.

Trilhas Interpretativas

Conjunto de vias e percursos com função educativa e vivencial.

CONTEMPLAÇÃO

a) Observação – exame minucioso de aspectos e características da fauna, flora, formações rochosas e outros, que exigem técnicas de interpretação ambiental, guias e condutores especializados, equipamentos e vestuário adequados.

Existe uma diversificada e significativa gama de outras atividades que, embora possam caracterizar outros tipos de turismo, podem também ser ofertadas em produtos e roteiros desse segmento: atividades de aventura, de pesca, náuticas, esportivas, culturais e várias outras, desde que cumpram as premissas, comportamentos e atitudes estabelecidas para o Ecoturismo.

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b) Contemplação – apreciação de flora, de fauna, de paisagens e de espetáculos naturais extraordinários como as Cataratas do Iguaçu, os Lençóis Maranhenses, o Delta do Parnaíba, a Floresta Amazônica, entre outros. As atividades relacionadas são:


2.2.3 Ecoturismo e Tipologias Afins Para efeito do planejamento e organização dos atrativos e produtos turísticos capazes de motivar o deslocamento de pessoas a fim de conhecê-los, não significa que os mesmos só possam contemplar atividades relacionadas a um segmento de oferta ou de demanda. Isso por que, entre diversas interpretações e definições para o ecoturismo, a conceituação estabelecida pela Política Nacional de Ecoturismo esclarece tratar-se de “um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentivando sua conservação e buscando a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente”. Este conceito compreende o Ecoturismo como atividades práticas capazes de promover a reflexão e a integração homem e ambiente, em uma inter-relação vivencial com o ecossistema, com os costumes e a história local, visando o envolvimento do turista nas questões relacionadas à conservação dos recursos que se constituem patrimônio, caracterizando-se pelo contato com ambientes naturais, pela realização de atividades que possam proporcionar o conhecimento da natureza pela proteção das áreas onde ocorre (Ministério do Turismo, 2008). Estabelecendo-se sobre o tripé: interpretação, conservação e sustentabilidade, o ecoturismo pode ser entendido como toda e qualquer atividade turística baseada na relação sustentável com a natureza, comprometida com a conservação e a educação ambiental. Assim, existem diferentes níveis e formas de relação dos segmentos turísticos, sejam eles ligados às atividades oferecidas ou ao local onde se realiza.

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Por isso, as atividades de ecoturismo podem ocorrer no contexto de outros segmentos, agregando-lhes atratividade e valor adicional ao produto. Esclarecendo melhor as tipologias afins do ecoturismo, devemos tomar como orientação inicial as características essenciais do ecoturismo, fundamentadas nas atividades de observação e contemplação da natureza, citadas anteriomente. Considerando o conceito central do ecoturismo e suas características fundamentais, e com a função principal de agregar valor aos produtos e diversificar a oferta, apresentando ao consumidor oportunidades de experiências diferenciadas, um produto ecoturístico pode reputa-se a outros tipos de turismos que possam ser ofertados ao mercado,

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O Ecoturismo se diversifica numa gama de atividades (de aventura, culturais, técnicocientíficas, rurais, pedagógicas e outras) que, embora possam caracterizar outros tipos de turismo, podem também ser ofertadas em produtos e roteiros desse segmento, desde que cumpram as premissas, os comportamentos e as atitudes estabelecidas para o ecoturismo. (ICE, 2011)


com qualidade, segurança e respeito ao ambiente e às comunidades, desde que sejam mantidas as características do segmento principal, imprimindo identidade ao produto comercializado. Com vistas na interpretação dos produtos, roteiros produzidos e indicações potenciais utilizados pelos estudos de formatação de roteiros de PEIC Mata Atlântica, relacionam abaixo as tipologias afins e seus respectivos conceitos e atividades, identificadas nos estudos do referido trabalho.

TIPOLOGIA CONCEITO ATIVIDADES

CULTURAL

Compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.

Visitas aos sítios históricos, sítios arqueológicos, manifestações populares, comunidades tradicionais.

ESTUDOS E INTERCAMBIO

Constitui-se da movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação, ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e profissional.

Visitas técnicas nas Unidades de Conservação, Fazendas experimentais e Projetos técnico-científicos.

Agroturismo, Gastronomia típica, Artesanato, Agroecologia.

RURAL

Conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade.

AVENTURA

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Caminhadas (de curta e longa distancia), Montanhismo, Cicloturismo, Rapel, Escalada, Canionismo, Cachoeirismo Fora-de-estrada, Boia-cross, Canoagem, Mergulho, Rafting, Parapente.

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Movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo.


A associação entre as atividades de ecoturismo e turismo de aventura já são amplamente aceitas pelo mercado turístico nacional, desde que sejam respeitados os princípios estabelecidos pelo o ecoturismo. No âmbito do turismo cultural, destacam-se ainda os deslocamentos para fins religiosos, místicos e esotéricos, e de visitação a determinados grupos étnicos e atrativos cívicos, podendo constituir outros segmentos (subtipos) para fins específicos: turismo cívico, turismo religioso, turismo místico e esotérico, turismo étnico, turismo gastronômico, entre outros. O que constitui essencialmente as atividades concentradas sobre a ótica conceitual do turismo de estudos e intercâmbio, são as visitas técnicas de cunho educacional direcionado às áreas legalmente protegidas, aos sítios históricos, às comunidades tradicionais e aos projetos científicos regulamentados, onde se adota também a sub-tipologia de turismo pedagógico, direcionado a grupos de estudantes do ensino médio e fundamental (maiores de 12 anos), ensino superior e pós-graduação. (ICE, 2011) Considerado uma derivação do turismo rural, o termo agroturismo é amplamente adotado no Espírito Santo, compreendendo as atividades turísticas internas à propriedade, que geram ocupações complementares às atividades agrícolas, as quais continuam a fazer parte do cotidiano da propriedade, em menor ou maior intensidade. Os estudos do PEIC Mata Atlântica definiram os seguimentos de mercado apresentados em cada região turística dos Corredores Ecológicos do Espírito Santo, fundamentada em qual demanda turística cada região ou zona turística pretende atender, servindo como subsídio para ações futuras direcionadas aos esforços de promoção e comercialização. (ICE, 2011) 2.2.4 O Ecoturista

Geralmente, os turistas desse segmento querem ver, sentir, cheirar, tocar e comer o inusitado; lêem muito sobre o destino antes de planejar a viagem; anotam perguntas e querem respostas dos guias e do pessoal que os atendem; querem um tratamento personalizado e prezam pela segurança. Entretanto é possível observar alguns elementos comuns e classificar como características do perfil de maior incidência no segmento os indivíduos:

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Tendo em vista as diferentes motivações e comportamentos do ecoturista, é muito difícil a definição de um perfil único para esse turista. Os adeptos do Ecoturismo apresentam perfis diferenciados em função das diversas atividades motivacionais que determinam as características de cada público, abarcando, principalmente, uma faixa etária abrangente.


Entre 25 e 50 anos. Poder aquisitivo médio e alto. Escolaridade de nível superior. Profissão de caráter liberal. Viaja sozinho ou em pequenos grupos. Permanência média no destino: – Nacional: 4 dias. – Internacional: 10 dias. Procedência de grandes centros urbanos. Desejo de contribuir para a conservação do meio ambiente.

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Esse tipo de consumidor, de modo geral, importa-se com a qualidade dos serviços e equipamentos, com a singularidade e autenticidades da experiência, com o estado de conservação do ambiente muito mais do que com o custo da viagem.


EDUCAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL O modelo de desenvolvimento estabelecido a partir da Revolução Industrial gerou um aumento quantitativo e qualitativo no processo de destruição da natureza. Isso desencadeou reações, provocando organização de uma parcela da sociedade, preocupada em conservar a natureza. Começaram a surgir os movimentos ambientalistas, e na década de 70 houve um fortalecimento desses movimentos em defesa do meio ambiente, o que pode ser notado devido aos inúmeros encontros internacionais, intergovernamentais e interinstitucionais que começaram a ocorrer. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇ O, 2001)

Considera a educação ambiental como um processo de aprendizagem permanente, e que a preservação para as mudanças necessárias depende da

Ou seja, estimular o conhecimento ambiental, através dos aspectos biológicos, culturais e geológicos dos locais visitados, tanto na capacitação dos condutores, quanto na interpretação ambiental, indo de encontro aos princípios e diretrizes da educação ambiental. Já o conceito de Educação Ambiental teve sua origem vinculada a idéia de natureza e de como percebê-la, mas atualmente vem incorporando as dimensões socioeconômica, política, cultural e histórica. Desta maneira, o conceito de educação ambiental utilizado aqui é o da Lei Nº 9.795189, onde (1999, p.01) Art. 1º - Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

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Durante a Rio 92, foi feito o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (1993), onde foram instituídos 16 princípios de Educação Ambiental a serem seguidos no sentido de nortear a aprendizagem que pode “gerar com urgência, mudanças na qualidade de vida e maior consciência de conduta pessoal, assim como harmonia entre os seres humanos e destes com outras formas de vida”.

Utilizando este Tratado como referência, destaca-se aqui o 15º principio onde “A educação ambiental deve integrar conhecimentos, aptidões, valores, atitudes e ações. Deve converter cada oportunidade em experiências educativas de sociedades sustentáveis.” E neste mesmo contexto no que diz respeito a esta pesquisa, destacamos a 6ª diretriz, onde é sugerido “Promover e apoiar a capacitação de recursos humanos para preservar, conservar e gerenciar o ambiente, como parte do exercício da cidadania local e planetária”.


E no caso da educação não formal, (BRASIL, 1999 B, p.03) Art. 13. Entende-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente. A educação ambiental pode ser utilizada para incentivar o interesse da sociedade e visitantes pela história da Terra, auxiliar na criação de uma consciência social que sirva para a proteção dos Patrimônios Culturais e Naturais e promover a inclusão destes em atividades relacionadas ao meio ambiente natural. Deste modo, a utilização de UCs é apontada na literatura como importante pelas diversas possibilidades pedagógicas que pode propiciar, assim sendo, são vitais para a disseminação e concretização dos projetos de Educação Ambiental. (MOREIRA, 2006). A educação ambiental é considerada a via para introduzir na sociedade esses conceitos e significados, que poderão ser trabalhados com o auxilio dos meios interpretativos (interpretação ambiental), como as “trilhas ecológicas”, ou Trilhas Interpretativas, localizadas principalmente dentro de Unidades de Conservação destinadas, também, para praticas de educação ambiental. 3.1 Interpretação Ambiental A Interpretação Ambiental se apresenta como uma forma de estimular e fazer as pessoas entenderem e interagirem com seu o entorno ecológico e/ou histórico-cultural, afim de leválas a uma mudança de comportamento procurando preservar e conservar o meio, com o intuito de colaborar na busca de melhor qualidade de vida. Seu inicio se deu no final do século passado e está relacionada à atuação de guias e guardasflorestais dos Parques Nacionais na América do Norte. Estes guias pioneiros acompanhavam os grupos de excursionistas por trilhas e rotas transmitindo mensagens sobre o encanto e os valores da natureza.

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Atualmente a Interpretação Ambiental é empregada em vários parques do país e do mundo como, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Canadá, França, Costa Rica entre outros.

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A Interpretação Ambiental foi sistematizada por Tilden em seu livro: Interpreting Our Heritage (Interpretando nosso Patrimônio), obra na qual apresentou os conceitos, princípios e temas gerais da Interpretação, com exemplos práticos e numa linguagem de fácil entendimento.


3.1.1 Conceitos e Características

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A idéia da interpretação ambiental nasceu nos Estados Unidos, com a publicação de um artigo em um periódico, sugerindo a publicação de alguns panfletos que auxiliassem o turista a entender aspectos da natureza, entre eles, um fenômeno geológico que ocorria no Parque Nacional de Yellowstone que estava sendo erroneamente interpretado pelos visitantes. Após o sucesso da idéia, apareceram outras excursões guiadas por guarda-parques e depois foi criado o primeiro programa de interpretação da natureza pelo Serviço de Parques Nacionais Norte-americanos (NUNES, 1991). É considerada como uma parte da Educação Ambiental, sendo o termo usado para descrever as atividades de uma comunicação realizada para a melhor compreensão do ambiente natural em parques, museus, centros de interpretação da natureza, entre outros. Tilden foi o primeiro a defini-la, em 1957, como sendo “uma atividade educacional que tem o objetivo de revelar os significados, as relações ou os fenômenos naturais, por intermédio de experiências práticas e meios interpretativos, ao invés da simples comunicação de dados e fatos” (TILDEN, 1957, apud SALVATI, 2001; HAM, 1992). Auxilia no incremento da satisfação do visitante e na sua conscientização, contribui para a obtenção dos objetivos inseridos no Plano de Manejo das Unidades de Conservação e, principalmente, tem a função de conciliar a recreação com a educação. Isso quer dizer que a Interpretação Ambiental facilita o conhecimento e a apreciação da natureza, pois é uma tradução da linguagem da natureza para a linguagem comum das pessoas, ou seja, traduz a linguagem técnica, para os termos e idéias do público em geral, que não são científicos201. Assim, para poder entreter, deve estimular, transmitir, revelar e ser coerente. (VASCONCELOS, 1997; HAM, 1992; MITRAUD, 2001).

A Interpretação Ambiental mescla doses diferentes de vários ingredientes, tais como: pedagogia, filosofia, vivência, arte, ciência, comunicabilidade, receptividade, cuidado, interesse e uma alta dose de amor pelo trabalho que se realiza. Ela investe seus esforços em fazer da visitação e da experiência do visitante uma oportunidade para o desenvolvimento humano (GUERRA, 2005). Portanto, a Interpretação Ambiental objetiva a conservação dos recursos naturais, e procura aumentar a satisfação do visitante, servindo como uma ferramenta de manejo. Pretende

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Ela se constitui como uma arte que combina com outras artes, independente dos materiais serem arquitetônicos, científicos, ou históricos. Tilden ainda coloca como princípio que o objetivo fundamental da interpretação não é a instrução, mas a provocação; ela deve despertar curiosidade, ressaltando o que parece ser, a princípio, insignificante.


sensibilizar os visitantes para que vejam, explorem, observem, analisem, compreendam e sintam o patrimônio natural que estão visitando. É por meio de atividades de sensibilização, que se aproxima da desejada “consciência ambientalista”, aquela que promove mudanças de comportamento. A interpretação tem entre suas funções principais a de auxiliar os visitantes a perceberem o significado do local que estão visitando (Hose, 1997) e apresentam os seguintes meios interpretativos para serem abordados: Personalizados: Trilhas Guiadas (com o auxílio de condutores capacitados); Excursões e roteiros geológicos e Palestras; Não-personalizadas: Trilhas auto-guiadas (utilizando material interpretativo impresso); Folders; Guias de Campo (de bolso); Painéis interpretativos; Vídeos; Website; Jogos e outras atividades lúdicas 3.2 Características da Interpretação Ambiental Tendo em vista os princípios básicos propostos por Tilden, as atividades de Interpretação Ambiental devem ter como características serem significativas, provocantes, diferenciadas, temáticas, organizadas e principalmente prazerosas. Uma informação para ser significativa deve fazer sentido para o visitante. Deve ser referenciada às situações já vividas pelo público visitante. A nova informação deve passar pela bagagem de experiência do visitante, tornando, assim possível, relacioná-la com algo vivido/experimentado e possibilitando ampliar os conhecimentos de maneira mais individual.

Na Interpretação Ambiental os termos técnicos devem ser evitados, entretanto quando utilizados estes, devem ser explicitados com o uso de analogias, ligando a informação a fatos do cotidiano do visitante.

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Sobre as técnicas para se fazer uma Interpretação Ambiental significativa e mais pessoal Lopes e Vasconcelos, (1997: 4), de Atividades Ecológicas II: Trilhas Interpretativas aponta os seguintes caminhos: Pense na última vez que você...; Alguma vez você já...; Em um momento ou outro a maioria de vocês já...; ou ainda, Nós que entendemos o valor de uma floresta sabemos que...


A Interpretação Ambiental envolve a tradução da linguagem técnica de uma ciência natural, ou outro campo relacionado, em termos e idéias, para que as pessoas em geral, não cientistas, possam facilmente compreender. E isto implica fazê-lo de uma maneira divertida e interessante para essas pessoas. (HAM, 1992 apud CARVALHO et. al., 2002: 14)

A característica provocante baseia-se na maneira com que se instiga o visitante. Não significa deixar o visitante irritado, mas incomodá-lo levando-o a refletir sobre determinada situação ecológica. No caso das trilhas guiadas é a atuação do intérprete/guia que vai provocar o visitante e persuadindo-o a dar suas próprias soluções para problemas ambientais. A Interpretação Ambiental diferenciada refere-se aos diversos perfis dos visitantes que a área recebe e aos múltiplos tipos de atendimentos direcionados a esses. Como a Interpretação dirigida a crianças, que é diferente daquela direcionada aos adultos. Para se elaborar roteiros adequados de Interpretação Ambiental é preciso levar em consideração a diversidade do público. Assim como, para se fazer uma boa interpretação deve-se escolher os métodos, técnicas e meios apropriados para a transmissão da mensagem. Esta escolha deve ser adequada ao tema e ao ambiente. A Interpretação Ambiental deve, ser temática, ou seja, deve ter uma idéia central ou um tema principal para ser apresentado ao público. Esse item será abordado mais adiante com maior detalhamento. Uma interpretação organizada não demanda muito esforço dos visitantes, se caracteriza por ser de fácil entendimento, buscando evitar a dispersão. As idéias devem ser encadeadas de maneira lógica com princípio, meio e fim, de maneira que o visitante consiga perceber, facilmente, o que é principal e o que é secundário na atividade interpretativa.

3.3 A Interpretação no Ecoturismo A importância da eficácia das atividades de interpretação gera também a preocupação com a preparação dos intérpretes (Silva, 2006), como os condutores que são responsáveis pelo guiamento dos visitantes nos atividades e atrativos ecoturísticos, revelando a paisagem e seus aspectos ambientais e culturais.

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Enfim, para ser prazerosa a Interpretação Ambiental não pode se prender a formalidades, mas deve proporcionar uma atmosfera alegre, divertida, participativa, interessante, cativante, amena, ao mesmo tempo deve conseguir prender a atenção da audiência.


Um sistema de trilhas é formado por um conjunto de caminhos e percursos construídos com diversas funções, desde a vigilância até o turismo. Dentre os objetivos está à interpretação da natureza, indispensável para o manejo de Unidades de Conservação, pois desperta nos visitantes a idéia de importância da Área Silvestre (DUTRA & HERCULIANI, 1990). As trilhas interpretativas não servem apenas para a comunicação de fatos e datas, mas também para compartilhar experiências que levem os visitantes a apreciar, entender e cooperar na conservação de um recurso natural (HYPKI & LOOMIS 1981). A Interpretação Ambiental é uma técnica didática, flexível e moldável às mais diversas situações, que busca esclarecer os fenômenos da natureza em linguagem acessível e adequada, utilizando os mais diversos meios. Procura promover no público o sentimento de pertinência à natureza, através da sua transformação íntima em relação aos recursos naturais, sua compreensão e entendimento, na esperança de gerar interesse, consideração, respeito pela natureza e, conseqüentemente, pela vida (GUIMARÃES, 1998). Uma forma descontraída e informal de se praticar Educação Ambiental encontra-se nas trilhas interpretativas da natureza, de forma que os intérpretes, com seu importante papel de multiplicadores da valorização e conservação do meio ambiente, devem cativar e ganhar a admiração dos visitantes, como forma de ter nestes potenciais aliados no trabalho de preservação. 3.3.1 Trilhas interpretativas

Entretanto, a efetividade da interpretação ambiental em trilhas depende da capacitação e do interesse do condutor, pois há a necessidade de que a pessoa que fará a interpretação tenha sido treinada, para que ao acompanhar os visitantes, possa levá-los a observar, sentir, experimentar, questionar e descobrir os fatos relacionados ao tema estabelecido (Jasmine Moreira, 2008).

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Um dos meios interpretativos mais eficientes são as trilhas interpretativas conduzidas, pois têm a finalidade de enriquecer as experiências dos visitantes, podendo favorecer a conscientização ambiental de todos, visto que o condutor pode realizar um trabalho educativo voltado para as questões ambientais. O condutor, fazendo o papel de intérprete, proporciona a vantagem do contato pessoal, a formulação de perguntas e um maior controle do comportamento do público. Além disso, as trilhas interpretativas servem como meio de acesso para grande parte dos atrativos naturais e podem funcionar como instrumento para minimizar impactos negativos.


3.3.1.1 Manejo de Trilhas Provavelmente as mais antigas trilhas surgiram como conseqüência direta dos movimentos migratórios dos grandes mamíferos, principalmente herbívoros, fugindo do inverno rigoroso. O ser humano começou a utilizar e/ou estabelecer trilhas para vários fins, desde a simples procura de alimento (trilhas para caça) e água, até peregrinações religiosas, viagens comerciais e ações militares. A principal função das trilhas sempre foi suprir a necessidade de deslocamento. No entanto, pode-se verificar que ao longo dos anos houve uma alteração de valores em relação às trilhas. De simples meio de deslocamento, as trilhas surgem como novo meio de contato com a natureza. A caminhada incorpora um novo sentido, passa a ter um sentido em si própria e recebe um grande número de adeptos. BELART (1978), considera que "andar, caminhar, passear, escalar, excursionar, longe do atropelo, da aglomeração, do ruído e do tráfego de veículos é, hoje em dia, um dos passatempos favoritos da maior parte das pessoas. É a forma de recreação mais econômica, mais sadia e que maiores oportunidades oferece à observação, pesquisa, tranqüilidade e devaneio". 3.3.1.2 Classificação das Trilhas Podemos classificar as trilhas quanto à função, forma e grau de dificuldade. *Quanto à função

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Trilhas de curta distância apresentam caráter recreativo e educativo com programação desenvolvida para interpretação do ambiente natural. Já as de longa distância apresentam caráter recreativo como viagens de travessia pela região (um exemplo clássico em nosso pais é a travessia Petrópolis-Teresópolis, através do Parque Nacional da Serra dos Órgãos no Rio de Janeiro.

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As trilhas em Unidades de Conservação são utilizadas em serviços administrativos normalmente por guardas ou vigias, em atividades de patrulhamento (a pé ou a cavalo) ou pelo público visitante - em atividades educativas e/ou recreativas. Nestes casos, podem ser divididas em trilhas de curta distância, as chamadas trilhas de interpretação ("Natural Trails") ou de longa distância ("Wilderness Trails").


*Quanto à forma (A) Circular: oferece a possibilidade de se voltar ao ponto de partida sem repetir o percurso ou cruzar outros visitantes.

(C) Linear: É o formato de trilha mais simples e comum. Geralmente seu objetivo é conectar o caminho principal, quando já não é o próprio, a algum destino como lagos, clareiras, cavernas, picos, etc. Apresenta as desvantagens do caminho de volta ser igual ao de ida, e a possibilidade de cruzar outros visitantes

(B) Oito: São muito eficientes em áreas limitadas, pois aumentam a possibilidade de uso destes espaços.

(D) Atalho: Seu início e fim estão em diferentes pontos de uma trilha ou caminhos principais

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TURISMO RESPONSÁVEL 4.1 Os Princípios do Turismo Responsável O turismo responsável, no contexto de uma estratégia para a sustentabilidade ampla dos destinos turísticos, é aquele que mantém e, onde possível, valoriza as características dos recursos naturais e culturais nos destinos, sustentando-as para as futuras gerações de comunidades, visitantes e empresários (WWF, 2001). Para sustentar este conceito, foram sugeridos um conjunto de princípios e diretrizes, assim descritos: O turismo deve ser parte de um desenvolvimento sustentável amplo e de suporte para a conservação:

O ordenamento territorial, o monitoramento contínuo dos impactos ambientais, e o respeito às paisagens naturais e às áreas protegidas podem ajudar a evitar impactos negativos em áreas sensíveis. Sempre que apropriado e possível, deve-se usar instrumentos e incentivos econômicos para alcançar o turismo responsável. O turismo deve apoiar a conservação da natureza, especialmente a proteção da vida selvagem nos ecossistemas terrestres, aquáticos, costeiros e marinhos e evitar contribuir para a fragmentação e a degradação das paisagens naturais, que reduzem a qualidade da experiência do visitante e impactam negativamente o ambiente. O turismo deve ser planejado de modo a prevenir a degradação de sítios arqueológicos, históricos, pré-históricos, científicos e remanescentes e deve apoiar ativamente a sua conservação. O turismo deve obedecer a convenções internacionais e as leis nacionais, estaduais e locais que apóiam o desenvolvimento sustentável e a conservação. Onde tal regulamentação não existir, o setor do turismo deveria tomar a iniciativa de incentivá-las ou criá-las.

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O turismo deve ser compatível e fazer parte de planos em níveis internacional, nacional, regional e local de desenvolvimento sustentável e de conservação. Deve ser planejado, administrado e empreendido de modo a evitar danos à biodiversidade e ser ambientalmente sustentável, economicamente viável e socialmente eqüitativo. Todo o desenvolvimento do turismo deve ser empreendido com uma visão preventiva. O turismo não deve comprometer as oportunidades de uma economia local diversificada, deve ser empreendido dentro dos “limites

aceitáveis de mudança” e em preferência a outras formas de desenvolvimento potencialmente mais prejudiciais. No caso de o próprio turismo ser a atividade mais prejudicial, ele deve então ser evitado.


O Turismo deve usar os recursos naturais de modo sustentável A conservação e o uso sustentável dos recursos naturais são essenciais para um meio ambiente sadio em longo prazo. A concentração de visitantes no tempo e no espaço o de impor um sacrifício muito pesado a recursos naturais como a água. Sistemas de manejo turístico devem se esforçar para distribuir, da melhor forma, os fluxos turísticos ao longo do ano e a renda obtida deve apoiar tecnologias e estratégias de uso sustentáveis. Esportes e atividades ao ar livre, incluindo caça amadora e pesca em áreas ecologicamente sensíveis, devem obedecer aos regulamentos existentes em conservação e uso sustentável de espécies e habitats. Onde os regulamentos são ineficazes, as atividades turísticas devem buscar orientação de especialistas e o conhecimento da área de interesse. O Turismo deve eliminar o consumo insustentável e minimizar a poluição e o desperdício Reduzindo a poluição e o consumo, os danos ambientais também serão menores, melhorando a experiência do turismo, reduzindo os custos operacionais e de recuperação do ambiente. O consumo de combustíveis fósseis e o transporte motorizado, dentro e no entorno dos destinos, devem ser evitados sempre que possível. É preciso ter atenção articular aos impactos ambientais causados pelo tráfego aéreo, especialmente em áreas ecologicamente sensíveis. A busca por fontes de energia mais limpas e o uso eficiente do recurso são essenciais. O Turismo deve respeitar as culturas locais e prover benefícios e oportunidades para as comunidades locais As comunidades locais têm o direito de manter e controlar a sua herança cultural e assegurar que o turismo não tenha efeito negativo sobre ela. O turismo deve, então, respeitar os direitos e desejos dos povos locais e prover a oportunidade para que amplos setores da comunidade contribuam nas decisões e nas consultas sobre o planejamento e a administração do turismo. ECOTURISMO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL | 26

Deve-se levar em consideração as tradições locais nas construções, ou seja, é preciso que o desenvolvimento arquitetônico seja harmônico com o ambiente e a paisagem. O conhecimento e a experiência das comunidades locais em manejo sustentável dos recursos podem trazer uma grande contribuição para o turismo responsável. O turismo deve respeitar e valorizar o conhecimento e as experiências locais, buscando maximizar os benefícios para as comunidades e promover o recrutamento, treinamento e emprego de pessoas do lugar.


O Turismo deve ser informativo e educacional Educação, conscientização e capacitação compõem a base do turismo responsável. Todos os integrantes do setor devem ser alertados sobre seus impactos positivos e negativos e encorajados a serem responsáveis e apoiar a conservação por meio de suas atividades. Isto inclui o mercado, os governos locais e nacionais, as comunidades locais e os consumidores. Os visitantes devem receber informações sobre assuntos ambientais, culturais e sociais como ponto essencial da viagem. Sempre que possível deve haver a oportunidade de os visitantes compartilharem a cultura e as tradições locais. 4.2 Os Instrumentos do Turismo Responsável Para países como o Brasil, o turismo, em uma nova concepção estratégica, deve ser entendido como um conjunto de bens e serviços que promovam o desenvolvimento socialmente justo e economicamente equilibrado em nível local e regional, integrando o desenvolvimento urbano e rural e criando um processo de desenvolvimento econômico diversificado. Manter, valorizar e proteger as paisagens naturais e sua diversidade biológica, assim como o patrimônio histórico-cultural, é a base essencial para o desenvolvimento responsável do turismo, contribuindo para a sua manutenção em longo prazo (SALVATI, 2002). Uma variedade de instrumentos é requerida para o alcance do turismo responsável que, para serem efetivos, precisam ser integrados e combinados em uma política. Isto inclui:

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Estabelecimento de políticas e regulamentos em todos os níveis governamentais, regidos por uma Política Nacional de Turismo Sustentável; A adoção de uma visão de planejamento integrado entre os diferentes agentes do turismo, públicos, privados e não governamentais; A definição de linhas diferenciadas em incentivos e financiamentos, voltados para o pequeno e médio empreendedor; A adoção de códigos voluntários de conduta e de ética nos negócios; A promoção de campanhas de educação à operadores, guias de turismo e visitantes para atitudes de mínimo impacto da visitação em áreas naturais; Reconhecimento e o apoio a esquemas de certificação socioambiental do turismo para se estabelecer ou ampliar a qualidade e a sustentabilidade no consumo e nos negócios.


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