Facebrasil 48 ANO 4

Page 1

Ano 4 - Edição 48 - 2015




faceíndice 16 ANO 4

14

2

10 M atéria de Capa Por quê os brasileiros estão se mudando? 12 Decoração Dicas para decorar sua casa

14 Saúde

Remédios tarja preta

20 E xpediente

Ginástica para o cérebro

24 Música

O que é música boa?

28 Conexão Miami Enxoval infantil

38

Be happy


e2015 26

30 Bate-papo

Aretuza Caldas Garner

42 C uca Fresca

Hora de recomeçar

44 Face do MĂŞs

Lilian Alevato

22

62 Vida + Doce

Bombom de morango

48 52 FACEBRASIL.COM

www.revistafacebrasil.com Foto de capa por Danielle Buljan

60


Não temos muito costume de parar para pensar por que fazemos o que fazemos. Por exemplo: você acorda, trabalha, come, dorme, acorda, trabalha… E continua, dia após dia. Como em um ciclo. No meu caso, a rotina é mais ou menos assim: despertador, escova de dente, café, computador, almoço, computador, praia, banho, jantar, cama. No dia seguinte, começo tudo de novo, com pequenas variações – cervejinha, boteco, cinema. Minha pergunta: por que fazemos isso? Por que precisamos de uma rotina? Não seria mais fácil deixar fluir e fazer o que der vontade? À primeira vista, sim. Mas, pensado um pouco, correríamos o risco de deixar trabalho e qualquer tarefa que exija um pouco mais de esforço de lado e passar 24 horas estirados ao sol com uma caipirinha na mão – por que não? – e simplesmente esperar que o dinheiro aparecesse na carteira, o conhecimento brotasse em nossa mente, a casa se autolimpasse, tudo se ajustando como em um passe de mágica…

48

Vivendo assim, tudo iria às mil maravilhas. Até que, em algum momento – mais rápido para alguns –, chegaríamos ao ponto em que as coisas não fariam mais sentido. Afinal, pra que correr atrás, darmos o melhor de nós, se já teríamos tudo ao alcance das mãos? Justamente aí mora a resposta para a minha pergunta – por que estabelecemos uma rotina? Assim como os pássaros, que saem do ninho toda manhã em busca de alimento para seus filhotes, levantamos das nossas camas – quentinhas, confortáveis – todo dia em busca dos nossos objetivos. Sejam eles quais forem. Diploma, carreira, virar um astro de Hollywood. Todos temos um

Caroline Marques - Editora Tara Alevato – English Version Editor Bernardo Alevato - Financeiro IdeaBrazil - Projeto Gráfico Marianella Godoy - Diagramação Jorge Souto - Editor Fotográfico 3GB Consulting - Revisão COLABORADORES

– ou vários – motivos para seguir em frente, enfrentar os dias com determinação. Eu tenho os meus, e não abro mão deles. Durante uma palestra da qual participei na semana passada sobre gratidão, escutei o seguinte: “Férias é tudo de bom, mas melhor ainda é voltar pra casa”. Então, proponho um exercício: que tal começar seu dia agradecendo tudo o que lhe espera, por ter a chance de dar seu melhor, aproveitar sua família, sua cidade e seu momento de descanso, sabendo que poderá voltar para o aconchego da sua casa toda noite? Pense nisso. Tenho meus motivos para seguir minha rotina. Quais são os seus? Beijos e até o mês que vem!

CAROLINE MARQUES

Editora

Adriana Gonçalves Barbara Schilling Carlo Barbieri Flávia Piña Giovanni Alevato Gui Cattoni Izolda Nolli Jair Júnior Pacheco Lilian Alevato Liliana Gonçalves de Freitas Mariana Tamiozzy Marina Bittencourt Marquito Santos Melissa “Moe” Feher Anato Nathalia Ziemkiewicz Nehemias Gueiros, Jr. Nolli Merrigh Renato Jakitas Rogério Abdala Bittencourt Júnior Taciana Vaz Thieny Molthin

COMERCIAL – SALES Marco Alevato – (407) 842-1211 info@facebrasil.com As opiniões expressas em artigos assinados são inteiramente de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da revista Facebrasil. Os anúncios são de responsabilidade dos anunciantes. A versão digital pode ser encontrada no portal Facebrasil no endereço: www.facebrasil.com Orlando 1411 Sand Lake Rd, Orlando, FL 32809 Coral Gables 2000 Ponce de Leon Blvd, Suite 187 Coral Gables - FL - 33314 Rio de Janeiro Torres Homem 888, Vila Isabel Rio de Janeiro - RJ - BR, CEP 20.551.070 No portion of this publication may be reproduced or distributed by any means without the express written authorization of Facebrasil Magazine and PPM Magazines. All rights reserved. Printed in the USA. Volume 37-4 ISSN 231-5482 - is published monthly by PPM Publishers.monthly by PPM Publishers. Foto por Anderson Barreto

Caroline Marques

facebrasil/editorial 6

A NATUREZA DAS COISAS

EXPEDIENTE Marco Alevato Publisher / Editor Chefe



Da Redação

BUSCH GARDENS TAMPA

8

facebrasil/comunidade

COMEMORA SUCESSO EM NASCIMENTO DE GORILA

O Busch Gardens Tampa está em festa com a chegada de um bebê gorila macho. O filhote está saudável e sob os cuidados da mamãe de primeira viagem, Pele. Esse é o segundo nascimento de sucesso dessa espécie no parque, localizado em Tampa (FL), e aumenta para seis o número de gorilas no local. Eles vivem na Myombe Reserve, uma área de mais de 12 mil m2 inaugurada em 1992. Em alguns momentos do dia, o público já consegue observar o filhote e sua mamãe circulando pela área. Bolingo, que é o possível reprodutor do novo filhote, foi o primeiro caso de nascimento do parque, em 2005. Já a mamãe Pele chegou ao Busch Gardens em 2010, vinda do Gladys Porter Zoo, em Brownsville, Texas. Esse nascimento é parte das atividades do parque em parceria com a Association of Zoos and Aquariums (AZA) na execução do Species Survival Plan (SSP), que desenvolve um plano de programas para a preservação das espécies em extinção. A missão do SSP é gerenciar de forma cooperativa as espécies ameaçadas ou em perigo, contando com a ajuda das populações que vivem nas instalações dos credenciados da AZA.

48

Desde 2004, o Busch Gardens apoia, por meio do Fundo de Conservação SeaWorld e Busch Gardens, os estudos sobre gorilas-do-ocidente realizados na remota região do NouabaleNdoki National Park, no norte do Congo, na África. A SeaWorld Parks & Entertainment é a proprietária ou licencia um portfólio de marcas como SeaWorld, Shamu e Busch Gardens. A companhia é uma das principais organizações de zoológico do mundo e líder em tratamento de animais e cuidados veterinários, além de manter um dos maiores conjuntos de animais de todo o mundo e ter liderado diversos avanços no cuidado de espécies em zoológicos e na conservação de populações selvagens. SeaWorld & Busch Gardens Conservation Fund, órgão sem fins lucrativos, já colaborou com mais de US$ 9 milhões em projetos de pesquisa e de proteção da vida animal.



Por Carlo Barbieri

facebrasil/matéria de capa 10

48

BYE-BYE, POR QUÊ OS BRASILEIROS ESTÃO SE MUDANDO?

C

om a chegada ao governo há 12 anos, o hoje hegemônico partido no poder iniciou um trabalho competente para perpetuar-se no comando do Brasil. Se analisarmos os fatos, podemos ver que, entre as medidas tomadas, praticamente todas se destinam a destruir os valores morais, conservadores e éticos da sociedade; afastar do centro de poder pessoas com essas características; criar uma sensação de impunidade para os delinquentes; destruir o parque industrial do país; destruir a competitividade do país; atrair os ricos e banqueiros com aumento do consumo e das riquezas desses mais favorecidos; e acabar com a meritocracia nos cargos públicos, escolas

e universidades. Poderíamos seguir com uma grande lista dessas intenções, na maioria das vezes, bem-sucedidas. Hoje temos uma população refém, que não pode defenderse – afinal, no Brasil, só o bandido pode ter arma. Se o policial se determinar a defender a população, ele vai ser punido. Com os baixos salários da categoria, os idealistas que estavam na polícia civil e militar foram obrigados a se afastar pois recebiam pouco e não podiam cumprir sua obrigação. Para completar, as empresas também viraram reféns. Agora elas precisam se submeter a “doar” recursos aos entes do governo para que possam participar de obras públicas, ou mesmo para obter empréstimos. Justiça e Legislativo estão desacreditados. Com a maioria dos ministros nomeados pelo partido no poder, o resultado veio rápido: praticamente todos os políticos da quadrilha criminosa que organizou o Mensalão estão soltos. Enquanto isso, os


, BRASIL que estavam a seu serviço seguem presos, com penas que podem chegar a 40 anos! O Mensalão e agora o Petrolão confirmaram o que todos já sabiam: não há mais Poder Legislativo. Ele é vilmente comprado e cooptado pelo governo. Os órgãos de Estado – como o Itamaraty, os bancos oficiais, as Forças Armadas, a Receita Federal – passaram a ser órgãos de governo. Eles agora precisam aprender a fazer a política do partido no poder e deixar de cumprir sua missão constitucional. Da mesma forma, a independência dos órgãos reguladores foi destruída.

Ora, com essa situação, fica a minha pergunta: os brasileiros estão fugindo do seu país ou dos conterrâneos que ocuparam o poder no Brasil? Eles estão abandonando a terra amada ou fugindo dos invasores bárbaros que estão saqueando e saqueando o nosso território verde-amarelo? Mas atenção, prófugos e exilados: aqui nos Estados Unidos também há brasileiros, e nem todos são como gostaríamos que fossem. Uma parte deles não é diferente dos que tomaram o poder no Brasil.

Bem, podemos não concordar com tudo o que está sendo listado neste texto, mas, seguramente, concordamos com a maioria disso.

Carlo Barbieri é CEO do Oxford Group e membro do Conselho do Brazilian Business Group,do Brazil Club, do Florida Brazil Partnership e do Conselho Local – Consulado Geral do Brazil em Miami, entre outros.


Por Melissa “Moe” Feher Anato

facebrasil/decoração 12

DICAS PARA DECORAR SUA CASA

Cada ano que se inicia traz novas ideias e inspirações. O mundo do design está sempre em movimento, e ano após ano vemos as tendências irem e virem. Para começar este ano da melhor maneira, recomendo utilizar esse período de novas ideias e inspirações para limpar não apenas sua mente, mas também a casa, e recriar o espaço pessoal. O seu ambiente é vital para você e para o ano que se inicia. Para 2015, a dica é reutilizar o que você já tem. Misture materiais tradicionais com detalhes modernos e crie um espaço único e versátil. Criar o espaço correto é a chave para o sucesso, a felicidade e a vida caseira prática. As tendências deste ano vão não somente ajudar você a recriar seu espaço, mas também transformar seu lar em uma obra de arte. Essa moda combina criatividade, sensitividade e conforto. Usando uma mistura de texturas e materiais, surgem espaços únicos e reinventamos um “luxo clássico”. O design de interiores moderno traz ideias elegantes e criativas que traduzem sua individualidade e exclusividade.

48

A seguir, conheça as principais tendências para este ano:

certamente será o cinza. Esse tom se adéqua perfeitamente ao plano de fundo para combinar com qualquer coloração. O cinza é conhecido por mostrar a riqueza das cores com as quais é combinado. Estilo coletivo: neste ano, esperamos ver a mistura de estilos antigos e novos em um único espaço. Esse mix de gerações cria um ambiente elegante, confortável e interessante. Elementos de decoração modernos: matérias naturais como madeira recuperada, pedra e metal estão ganhando popularidade e vão estar no topo dos elementos decorativos deste ano. Esses materiais podem ser usados para criar uma aparência elegante, única e original. Textura: o uso de revestimentos texturizado em paredes neutras cria uma paleta natural maravilhosa e pode se coordenar com a maioria das outras cores. Os revestimentos adicionam profundidade, acalentam e criam um contraste interessante para qualquer ambiente.

Tons vibrantes: a mistura de azul-escuro e tons de cores vibrantes será bem popular no ano que se inicia. Misturando essas cores intensas, criamos um ambiente esteticamente incrível.

Reconstrução: materiais de segunda mão e ideias de reutilização serão o grande diferencial em 2015. Esses projetos trazem individualidade para cada peça. Mesclando as peças certas do vintage com um design contemporâneo, criamos um espaço verdadeiramente único.

Cinza, cinza e mais cinza: a cor neutra mais popular em 2015

Melissa “Moe” Feher Anato é designer-chefe e proprietária da Trendybird



Por Lilian Alevato

facebrasil/saúde 14

REMÉDIOS TARJA PRETA É dever do médico cuidar de seus pacientes, manter a população corretamente informada sobre prevenção de doenças e uso adequado de medicamentos. Ao completar 30 anos de exercício da medicina, vejo cada vez mais pacientes usando uma quantidade significativa de medicamentos controlados, ou seja, de tarja preta. Isso realmente me assusta, não só pelo uso indiscriminado, como também pela dependência que esses medicamentos causam. O campeão absoluto de prescrições é o famoso Rivotril – clonazepam –, um medicamento utilizado como ansiolítico ou genericamente conhecido como “calmante”. A venda desse tranquilizante aumenta em alta escala a cada ano, sendo que, de 2009 a 2013, o número de caixas vendidas passou de 12 milhões para 17 milhões – um aumento de 42%.

48

Os números são assustadores. E o mais interessante é que, cada vez mais, esse medicamento é prescrito por clínicos gerais e médicos de outras especialidades que não a psiquiatria. Acreditem ou não, os psiquiatras estão prescrevendo menos ansiolíticos que prescreviam há dez anos. Segundo os psiquiatras, existe um abuso na indicação desse medicamento, já que ele traz resultados rápidos. Pacientes que chegam ao consultório com queixas de ansiedade porque trabalham muitas horas e quando chegam em casa querem dormir imediatamente são os principais usuários do Rivotril. São pessoas estressadas com a rotina do trabalho, que querem instantaneamente entrar em estado de relaxamento. Contudo, esse medicamento pode trazer efeitos colaterais indesejáveis como sonolência, dificuldade de concentração e falhas de memória. Há falta de preparo dos médicos generalistas para reconhecer outras patologias psiquiátricas que são desencadeadas pelo estresse.

Além da sensação imediata de relaxamento, o Rivotril causa dependência – bastam três meses de uso para o paciente desenvolver dependência química –, e com ela as crises de abstinência, que fazem mais difícil o processo de “desmame” da pílula. É importante ressaltar que a real indicação para o Rivotril é para tratamento de transtornos de ansiedade ou sinais de síndromes psicóticas, como delírios e confusão mental. Mas, como a fama do medicamento é grande, ele passou a ser usado para combater simples casos de ansiedade. Enquanto no Brasil as vendas e o consumo disparam, na Inglaterra e Alemanha o comércio caiu 30% na última década. A falta de controle da venda no Brasil e a automedicação (rotina comum entre os brasileiros) contribuem para que nosso país esteja na contramão de mais um indicador de desenvolvimento. Mas como evitar o uso do medicamento? Primeiro, reconhecendo as causas de estresse/ansiedade e implementando estratégias que as minimizem. Incluir exercícios físicos entre as atividades diárias, bem como atividades sociais em grupo, podem funcionar como ferramentas para liberar o estresse. Outra maneira de lidar com esses problemas é seguir uma dieta mais adequada, com alimentos que sejam ricos em triptofano, taurina, glutamina, além dos famosos chás do tempo das nossas avós. Mas isso é assunto para outro artigo… Por hora, reavalie a necessidade de usar medicação controlada – respeite seu organismo. Harmonia é primordial! Lilian Alevato é médica especializada em cardiologia, medicina interna e administração em saúde. A carioca trabalha há 15 anos na área de Managed Care, Compliance e Qualidade, tendo desenvolvido inúmeros projetos relacionados ao gerenciamento de cuidados a pacientes em estado crônico



Por Nehemias Gueiros Jr.

facebrasil/direito na internet 16

48

O PAI DA INTERNET Em 2006, sem alarde nem muita divulgação, a empresa norte-americana Western Union aposentou definitivamente uma tecnologia que funcionou eficientemente durante mais de 150 anos: o telégrafo. Os últimos telegramas americanos foram enviados há sete anos para seus destinatários, e entre as derradeiras mensagens, havia condolências pelo fim do serviço, mensagens de aniversário e comunicação de pessoas que simplesmente queriam ser as últimas a utilizar esse valoroso meio de que funcionou ininterruptamente desde o Velho Oeste americano e o Império brasileiro até o terceiro milênio. O jornalista da Associated Press que registrou a efeméride em um artigo publicado no New York Times pareceu olvidarse de que a tecnologia atual que paga as contas dele é, de certa forma, um desdobramento filial do telégrafo. Estamos falando da rede mundial de computadores, a internet. Na metade do século XIX, quando o telégrafo tornou possível enviar e receber notícias de grandes distâncias quase em tempo real, os jornais então em circulação em Nova York formaram a Associated Press como um grande conglomerado para explorar as notícias comercialmente. Na época, os correspondentes estrangeiros já eram tão pródigos em gastar o dinheiro dos seus patrões como os jornalistas contemporâneos, embora a web tenha reduzido substancialmente os orçamentos das empresas jornalísticas. Vivemos hoje uma colossal revolução de mídia representada pela internet, tão profunda e importante como a invenção do livro, da câmera fotográfica e até, talvez, da nossa própria linguagem. Qual a similaridade da internet com o velho telégrafo da era Vitoriana? Tal e qual sua congênere contemporânea, o telégrafo era uma rede mundial com fio operada por pessoas clicando aparatos com os dedos. Assim como a internet, experimentou uma fase adolescente de descrédito e pouco uso, limitado ao envio de mensagens simples e inócuas. Entre os primeiros beneficiados por seu advento estavam os homens de negócios das Bolsas americanas e europeias, que passaram a poder receber informações atualizadas sobre os valores das ações no mercado diretamente em seus escritórios. O telégrafo e a internet têm em comum o fato de que, pouco tempo após sua entrada em operação, se percebeu que a nova tecnologia possibilitava uma largura de banda bastante superior ao

que originalmente se supunha. No caso do telégrafo, foi a descoberta das transmissões duplex e quadruplex, e no caso da internet, a evolução da conexão discada para a banda larga. Em ambas as revoluções tecnológicas, os pioneiros foram agraciados com patamares nunca antes alcançados de retorno financeiro. Samuel Morse, o inventor do telégrafo e do mundialmente famoso código homônimo, recebeu US$ 80 mil (cerca de US$ 800 mil hoje) por sua invenção intelectual, uma soma espantosa para a época. Entretanto, apesar da comparação histórica entre o telégrafo e a internet revelar um desdobramento similar da tecnologia de comunicação através do tempo, a realidade é outra. Para começar, a construção da rede telegráfica global requereu façanhas de engenharia física que nenhum executivo do Vale do Silício, na Califórnia, jamais imaginou, independentemente de quantas noites em claro tenha passado no escritório criando novos códigos virtuais. A internet nasceu em berço de ouro apoiada por uma já existente – e eficiente – rede telefônica planetária, enquanto o telégrafo, para se tornar realidade, dependeu da instalação e extensão de uma vasta rede de postes e fios elétricos em nível mundial. Para se ter apenas uma ideia, o estabelecimento da conexão básica entre a Europa e os Estados Unidos representou um trabalho épico que durou décadas entre erros e acertos até entrar em operação comercial regular depois da instalação de cerca de 2.500 km de cabos no leito do oceano Atlântico entre os dois continentes. Em 1858, quando a primeira linha de encontro dos cabos entre os navios partidos da Europa e as embarcações americanas aconteceu, depois de inúmeros fracassos, canhões saudaram o feito tecnológico, sinos de igrejas dobraram e manchetes de jornais estamparam o acontecimento. Por outro lado, enquanto a internet cresce exponencialmente por força de seus próprios tentáculos eletrônicos, representados pelo número cada vez maior de computadores conectados à grande rede, o telégrafo, para desenvolver-se, dependia do advento de novas invenções para consolidar-se, tais como diferentes tipos de borracha capazes de suportar as pressões submarinas e tecnologia capaz de instalar esses cabos no fundo do oceano. Antes que as comunicações telegráficas pudessem ser


estabelecidas entre vários recantos do planeta, foi necessário desenvolver um poste de madeira imune a determinados tipos de cupins e parasitas que simplesmente destruíam a “grande rede de fios” necessária para fazer funcionar o sistema pioneiro. E mais importante, antes que o telégrafo pudesse se tornar bem-sucedido, foi necessário implantar uma codificação de mensagens, inventada por Samuel Morse, capaz de padronizar a infinita variedade concreta e abstrata das manifestações humanas e reduzi-las a pulsos elétricos, enquanto, na grande rede, nos comunicamos mundo afora em nossas próprias línguas e símbolos, escritas e faladas. A internet experimentou o privilégio de já nascer protegida pelo sucesso da comunicação telefônica, utilizando-se, nos seus primórdios, da técnica do dial-up para abrir suas portas aos usuários.

Hoje, em plena era da poderosa banda-larga, que cresce exponencialmente, não podemos deixar de situar o telégrafo como a primeira grande rede de comunicação global da história da humanidade nem de louvar os pioneiros que o desenvolveram, mesmo diante do incomparável poder da grande rede mundial de computadores, que nos legou a maior biblioteca instantânea do mundo contemporâneo. Nehemias Gueiros Jr. é advogado especializado em Direito Autoral, Show Business e Direito da Internet, professor da Fundação Getúlio Vargas-RJ e FGVSP e da Escola Superior de Advocacia (ESA), AB/RJ, membro da Ordem dos Advogados dos Estados Unidos e da Federação Interamericana dos Advogados em Washington, D.C., e sócio do escritório ATEM & SÁ no Rio de Janeiro


Por Giovanni Alevato

18

facebrasil/sustentabilidade

FALTA DE ÁGUA, POLÍTICAS DE CONSERVAÇÃO E POLÍTICA EXTERNA, TUDO JUNTO E MISTURADO!

O ano acabou e a conta chegou. 2014 foi, segundo a Organização Mundial de Saúde, o ano mais quente da história, e tudo indica que 2015 tem tudo para ser ainda pior. Então vou dar um update com relação a três blocos distintos, Brasil, Europa e Estados Unidos. No Brasil, nada foi feito em relação à catástrofe que se instalou com relação à falta de água, principalmente no Sudeste, onde residem mais de 40% da população brasileira (IBGE 2010). No Nordeste, onde estão 14% da população (IBGE 2010), não deveria, mas as pessoas já parecem conformadas com essa realidade nefasta. A segunda parte da fatura chegará em breve: a falta de luz. O apagão é iminente e certo como amanhã vai nascer o sol.

48

O que acontece no Brasil, além de uma condição climática, é fruto de uma política equivocada com relação ao cuidado com a água: desperdício, falta de controle no consumo de água e de energia, esquecendo que, quanto maior o consumo de recursos hídricos, seja para geração de energia, seja para consumo, essa conta ficará ainda pior. Enquanto isso, no inverno europeu, a falta de neve acarreta vários fenômenos bastante interessantes. Os produtores agrícolas estão aproveitando para plantar mais uma safra, mas são sabedores de que a falta de neve no inverno

representará falta de água no verão, pois a água é também fruto do degelo. Porém, nossos amigos europeus não estão preocupados com falta de energia elétrica, porque têm uma matriz energética muito diversificada, fortemente apoiada em energias renováveis, o que vinte anos atrás seria impensável. Foram realizados fortes investimentos em usinas eólicas e solares por toda a Europa ocidental, e isso já começa a se espalhar também pelos países do leste. Os Estados Unidos estão nadando no “shale gas”, tão combatido pelos ambientalistas, e usando-o inclusive como política externa – pois, empurrando o preço do petróleo para baixo do valor de U$ 50, começam a inviabilizar a produção de petróleo no Mar do Norte e no pré-sal brasileiro, além de apertar o orçamento de vários desafetos que vivem de vender petróleo caro e armar exércitos antiamericanos. As agressões ao meio ambiente vão fazendo suas vítimas. A diferença é que, em alguns países ou bloco de países, estão sendo adotadas políticas de remediação para minorar os efeitos danosos, e em outros, em especial no hemisfério sul, ficamos na retórica viciada e danosa da incompetência, corrupção e evasivas. Giovanni Alevato é empresário, formado em gestão ambiental pela COPPEUFRJ. Adora viajar, cozinhar e, acredite se quiser, trabalhar



Por Renato Jakitas

facebrasil/expediente 20

GINÁSTICA PARA O CÉREBRO Se você acha que o trabalho está “fritando a sua cabeça”, espere um pouco. Um estudo publicado pelo jornal Neurology identificou que profissões complexas e desafiadoras, além de não fazer mal para ninguém, ainda são capazes de nos deixar mais inteligentes com o passar do tempo. Conduzida por um grupo de cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, a pesquisa identificou que algumas atividades profissionais “turbinam” nossas conexões neurais, preparando a mente para uma jornada mais ativa, lúcida e hábil, inclusive na velhice. Nesse sentido, arquitetos, assistentes sociais e designers gráficos, que não costumam liderar as estatísticas de melhores salários do mercado, operam como verdadeiras academias de ginástica para a mente. Completam a lista os advogados, médicos cirurgiões, magistrados e membros do Ministério Público.

48

Na outra ponta, trabalhos menos instigantes intelectualmente, nos quais a rotina consiste em reproduzir instruções dadas por outros, contribuem pouco para a mente. Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram um grupo com 1.066 voluntários, todos nascidos em 1936 e, em sua maioria, já aposentados. Foram aplicados testes de memória, rapidez de raciocínio e capacidades cognitivas gerais. O que se viu é que voluntários que trabalharam profissionalmente com análise e sintetização de dados obtêm performance superior em habilidades cognitivas. Resultado semelhante é observado com aqueles que desenvolveram tarefas complexas envolvendo outras pessoas, como instruir, negociar ou realizar mentorias. Nesse campo específico, destacam-se advogados, assistentes sociais, médicos cirurgiões e funcionários que atuam

envolvidos com a Justiça (magistrados, promotores e outros). Já voluntários que fizeram carreira em trabalhos menos complexos obtiveram resultados insatisfatórios para a pesquisa. A conclusão é que pessoas que passaram mais tempo seguindo instruções dadas por outros ou copiando dados, em vez de manipulá-los, deixaram de exercitar uma parte importante do cérebro. “A conclusão está em linha com a teoria que nos obriga ‘usar ou perder’ o nosso cérebro”, afirmou ao Neurology o pesquisador Alan Glow, que é professor assistente do Departamento de Psicologia da Universidade de Edimburgo e integrante do grupo de cientistas incumbidos da pesquisa. “Quanto mais você enfrentar problemas difíceis (em sua vida profissional), é menos provável que o músculo cognitivo decline com o passar do tempo”, define. A pesquisa não deixa claro como funcionam os mecanismos desencadeados com o impacto dos trabalhos complexos em nossa mente. Há, entretanto, uma hipótese: “Trabalhos mentalmente mais estimulantes podem ter permitido que esses profissionais acumulassem algumas transformações estruturais em seus cérebros, como melhores e mais rápidas conexões neurais”, observa Alan Glow. No futuro, esses mesmos pesquisadores querem ampliar o estudo e avaliar a relação entre trabalho e as funções cognitivas com voluntários de 73 a 76 anos. A estratégia é verificar como os dados coletados agora se comportam com o passar dos anos. Renato Jakitas é jornalista especializado em economia e negócios. Escreve para O Estado de S. Paulo e é autor do blog economia.estadao.com.br/blogs/ expediente



Por Liliana Gonçalves de Freitas

facebrasil/lfacebrasil/gastronomia 22

FILÉ DE PEIXE GRELHADO INGREDIENTES:

MODO DE FAZER:

• ½ copo de requeijão cremoso

• Sal

Tempere os filés com cebola, sal e manteiga derretida em uma travessa pré-untada com azeite. Asse por 20 minutos. Aqueça, em uma panela, o creme de leite e acrescente o requeijão até a mistura ficar cremosa. Despeje sobre os filés, salpique o queijo ralado e asse por mais 15 minutos.

• 1 colher de sopa de manteiga

Retire do forno e sirva.

• 1 colher de sopa de azeite

Liliana Gonçalves de Freitas é formada em artes e adora preparar delícias da cozinha mineira e heranças de sua origem italiana

• ½ lata de creme de leite • 50 g de queijo ralado • 800 g de filé de peixe mahi-mahi

48

• Cebola ralada

Bom apetite!



24

facebrasil/música

Por Gui Cattoni

O QUE É MÚSICA BOA?

O

E a letra das músicas? Sabe quando uma letra faz todo o sentido pra você? Você diz: essa música foi feita pra mim... Putz, tem letra que arregaça. Ela pode colocá-lo pra cima, ou trazer lágrimas aos olhos em um piscar desatento. Confesso que xingo e faço declarações de amor com as minhas frases favoritas... Tem letra que cabe até na hora do “rala e rola”... Imagina quantos bebês foram feitos ao som de Tim Maia ou Barry White?

Música é o componente principal da minha vida. Você conhece alguém assim? Eu vivo os meus dias ao som da minha trilha sonora. Minha playlist é vasta e quase um moderador de humor. Quando acordo de manhã, antes de fazer o café, toco no meu som a “pílula” da cor que o meu corpo pede. Tem dia que é música clássica, tem dia que é rock, sambão, reggae... Não importa. O importante é ficar na vibe pra começar a pensar direito.

Mas atenção: música de vizinho pode ser um pé naquele lugar, a pain in the X... (lol). Gosto não se discute – já falamos isso –, mas cada um tem o seu, e a gente tem que respeitar o dos outros. Então, queridos leitora e leitor, cuidado com o volume. Ele pode deixá-lo surdo ou muito bravo quando não foi você que escolheu o repertório. Da próxima vez, lembre-se da máxima da vovó e grite da janela: o meu ouvido não é penico. Ou então: toca Raul... Mas isso é um assunto para o nosso próximo encontro. Aguardo você aqui.

que é música boa? Tudo bem: vamos partir do pressuposto de que gosto não se discute. Será? Cada um tem um tipo de música preferido. Alguns só escutam um estilo, enquanto outros ouvem de tudo: canções diferentes para momentos diferentes.

48

Música de festa, de praia, de fazenda, pra namorar, pra estudar matemática... Isso mesmo. Eu sou daqueles que colocam música rápida porque ela ritma o meu raciocínio.

Não consigo entender como tem gente que não liga o rádio ao entrar no carro. Aposto que você também não, afinal, está lendo esta coluna. Somos, eu e você, apaixonados por música. Se você já curtiu uma fossa ouvindo Brian Adams, música country ou pagode, se dançou na rua com os fones no ouvido, sem se preocupar se alguém estava olhando, fique em paz. Tem mais gente como você. Gente doida. Completamente louca por música.

Ah, música, você é tudo de bom! Acho que o caminho para uma vida saudável vai muito além de comer bem e se exercitar. Tem que ter música. Muita música.

Ah, e para não ficar só no falatório, decidi sugerir uma música no final de cada coluna. Vai aí primeira: “Um dia de domingo”, do Tim Maia. Beijos sonoros! Gui Cattoni é cantor, compositor, artista e contestador. Vocalista da banda Chaparral, acredita que a música é sua poesia, uma necessidade, um estilo de vida



Por Jair Júnior Pacheco

facebrasil/esportes 26

48

O

rlando foi escolhida por inúmeros jogadores profissionais brasileiros pela sua tranquilidade e clima tropical. Entre os craques que aqui residem, vale destacar Bosco (goleiro do São Paulo), Leandro Amaral (Vasco da Gama), André Santos (exjogador do Flamengo) e André Lima (ex-jogador do Grêmio e do Botafogo). Este último passou uma temporada em Orlando jogando como artilheiro no time da Associação Brasileira da Flórida Central, o Orlando Strikers – com uma excelente média de dois gols por partida. O time, que representa a comunidade brasileira, é campeão do primeiro turno da Central Florida Soccer Ligue, que acontece de seis em seis meses e conta com a participação de 50 times de diversas nacionalidades e categorias. O segundo turno do campeonato teve início no dia 1º de fevereiro, e o time já começou com uma vitória. O goleador André Lima se despediu no último mês, após ser contratado pelo Havaí de Santa Catarina – time da primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Profissionalmente – e pessoalmente – muito talentoso, além de um grande companheiro, o jogador já deixa saudades. Como coach do Orlando Strikers, falo em nome do time: “Obrigado! Desejamos muito sucesso a você, André Lima! Nossas portas estarão sempre abertas”.

A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA FLÓRIDA CENTRAL COMEÇA O ANO REITERANDO SEU OBJETIVO SOCIAL, CULTURAL E EDUCACIONAL. PARA TANTO, PRETENDE CRIAR UM NOVO CLUBE DE SOCCER. PODEM SE CADASTRAR CRIANÇAS ACIMA DE 10 ANOS QUE DESEJAM APRENDER OS FUNDAMENTOS DO FUTEBOL. O OBJETIVO É FORMAR JOGADORES COM DISCIPLINA E APTOS A SE TORNAREM PROFISSIONAIS. PARA ISSO, OS JOVENS ATLETAS PRECISAM ESTAR INDO BEM NA ESCOLA E EM CASA. Jair Júnior Pacheco é presidente da Associação Brasileira da Flórida Central, jogador de futebol e coach do Orlando Strikers


Pizzaria

brasileira

Brazilian Pizza

O ponto de encontro dos brasileiros em Orlando

(407) 345-5566

5700 International Drive, Orlando - Fl, 32819


Por Barbara Schilling

ENXOVAL INFANTIL Hoje vou falar um pouco sobre as melhores (e mais fofas!) lojas para fazer o enxoval do bebê, e também de algumas lojas infantis. Comprar carrinhos, babás eletrônicas, roupinhas, brinquedos, não é uma tarefa muito fácil. Pensando nisso, resolvi facilitar a vida das futuras mamães e papais destacando as melhores lojas.

28

facebrasil/conexão miami

BUY BUY BABY É a loja mais completa e a primeira parada obrigatória. Lá você encontrará a maior variedade de carrinhos das marcas Chicco, Bugaboo, Peg-Pérego, Maclaren, Joovy, Stokke, Graco, além de cadeirinhas para o carro, babás eletrônicas, cabides, roupinhas, chupetas e mamadeiras de todas as marcas possíveis e imagináveis! Apesar de a loja ser maravilhosa, com toda essa variedade, não é o melhor lugar para comprar as roupas mais lindas para o bebê. Compre apenas peças básicas, como bodies e macacões mais simples.

BABIES R US

bem discreto e perfeito para o bebê. A minha dica é comprar os itens básicos de marcas mais baratas, como Carter’s e Oshkosh, e finalizar nessa loja, para dar aquele toque especial.

PILLI CARRERA Essa loja é muito especial e vende roupas lindas. Desde aquelas para o dia a dia supercharmosas, até as mais arrumadas, perfeitas para batizado, casamentos e aniversários. Tem roupas infantis sofisticadas de qualidade, com tecidos e cortes impecáveis.

JANIE AND JACK Loja com vestidos lindos para meninas e roupinhas arrumadas para os meninos. Não tem roupas para ocasiões tão especiais como casamento, mas as da Janie and Jack são alegres e ao mesmo tempo elegantes. Barbara Schilling é blogger do miamitips.com.br, adora conhecer novos lugares e experimentar novos sabores!

Bem parecida com a Buy Buy Baby (um pouco menos sofisticada), mas lá você também irá encontrar variedades de carrinhos, cadeirinhas, berços, pratos, mamadeiras, chupetas e roupinhas.

GENIUS JONES Para os pais descolados! A loja é pequena, com peças de design diferenciado. Lá você vai encontrar uma ótima seleção de carrinhos de edição limitada.

NINI AND LOLI Semelhante à Genius Jones, com design moderno e peças diferenciadas: carrinhos da marca Bloon, Bugaboo, Stokke, Quinny e alguns modelos de carrinhos retrôs, e até cadeirinhas que ninam a criança. Os acessórios para cama, mesa e banho são lindos e de ótima qualidade.

Fotos:

LIAPELA MODERN BABY Loja linda com acessórios supermodernos. Lá você encontra chupetas fofas com as da marca WubbaNub – que já vêm com um bichinho de pelúcia acoplado – mochilas, bolsas, carrinhos, cadeirinhas para o carro e alimentação, cercadinhos, jogos de cama e móveis com design arrojado.

POTTERY BARN KIDS A loja mais fofa e charmosa dos EUA para montar o quarto do bebê. Entrar nela é como entrar num conto de fadas, tudo é muito lindo e especial! Lá você vai achar tudo para o quarto, desde lençóis, edredons, travesseiros, almofadas, toalhas, etc., até os móveis maravilhosos da loja!

48

BABY COTTONS Loja que vende roupas feitas com algodão orgânico. Já vou avisar que não tem nada barato, mas é tudo lindo e muito macio – bodies, calças, macacões, blusinhas, pijamas, tudo

Lea T



Por Caroline Marques

facebrasil/bate-papo 30

ARETUZA CALDAS GARNER Para inaugurar a coluna Bate-Papo, convidamos a bailarina, coreógrafa e professora de ballet clássico Aretuza Caldas Garner. A carioca de 36 anos mora em Orlando há quatro. “Me mudei para a Flórida para continuar com minha carreira artística dançando, dando aulas de ballet e coreografando para competições nacionais e internacionais.”

DE ONDE VEIO SEU AMOR PELA DANÇA? Começou muito cedo. Minha mãe foi bailarina e professora de ballet flamenco e moderno e me deu aulas quando eu tinha quatro anos.

COMO FOI SUA FORMAÇÃO? Meu ensino de ballet clássico profissional começou com Eugenia Feodorova (bailarina ucraniana radicada no Brasil em 1954, que se tornou um dos maiores nomes do ballet brasileiro). Também recebi ensinamentos de Tatiana Leskova (de origem russa, ela ingressou na Opéra de Paris aos 15 anos e, depois de dançar internacionalmente, radicou-se no Brasil). Também trabalhei com Bertha Rosanova (primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro), como assistente e professora de ballet em sua academia.

E DEPOIS DE TANTO ESTUDO, QUAL FOI O PASSO? Depois de me formar pelo sindicato dos profissionais da dança, dancei, trabalhei e participei de inúmeros festivais nacionais e internacionais, competições, novelas, grupos e companhias, uma delas incluindo o ballet contemporâneo do Rio de Janeiro.

48

VOCÊ TERMINOU SEUS ESTUDOS NA ALEMANHA... Exatamente. Fui para a Alemanha e, depois de fazer uma aula na Universidade de Dança e Música em Cologne, me

ofereceram uma bolsa de estudos. Fiz aulas de ballet clássico, contemporâneo, pilates, moderno, character, pax de deux e variações de repertório clássico, além de estudar história da dança.

SUA VOLTA PARA O BRASIL, COMO FOI? Regressando ao Brasil, fui escolhida em um teste para ser Dance Captain no Caribe em apresentações incluindo República Dominicana, Venezuela e Turks e Caicos. Anos mais tarde, abri a Academia Aretuza’s School of Dance, na qual tive em torno de cem alunos, coreografei para o Miss Universe Turks and Caicos Islands e participei de shows com Alicia Keys, Lionel Richie, Michael Bolton. Na academia também criei o Adopt a Dancer Program Scholarship, para crianças carentes. Tive a academia por sete anos, foi uma experiência maravilhosa, e hoje tenho alunos dançando e trabalhando internacionalmente.

COMO VEIO PARA ORLANDO? A mudança para Orlando aconteceu muito rapidamente. As portas foram abertas de tal forma que eu não pude dizer não. Enviei meu currículo e logo consegui trabalho de professora de ballet e diretora em academias e apresentações. Tenho planos de abrir minha própria academia aqui em Orlando em um futuro próximo.

E HOJE, COMO É SUA ROTINA? Continuo dançando profissionalmente, dou aulas, coreografo, treino meninas para competições locais, nacionais e internacionais e dou aulas particulares. Sou casada e tenho uma filha bailarina (risos) de dez anos, chamada Ariadne. No momento, sou diretora de ensaios para o show Project Eden, A Modern Retelling Of The Story Of Eve, com os coreógrafos Dawn Branch e Dawnhone Perry. A estreia está marcada para 12 de abril no The Mandell Theatre, em Orlando.



Por Nathalia Ziemkiewicz

facebrasil/sexualidade 32

48

MURO CHEIO DE CACOS: “NINGUÉM ENTRA NO MEU JARDIM” Essa gente que constrói muros cheios de cacos. Elas me ferem – nunca resisti a espiar seus jardins. Inventei uma vida com janelas escancaradas. O que está dentro é (quase) tudo o que se avista do lado de fora. Se não ofereço mistério, imprevisibilidade é especialidade da casa. As visitas que entram e saem sem cerimônia logo descobrem que a geladeira nem sempre está abastecida. Intimidade tem dessas. E porque as minhas portas desconhecem chaves, fui incontáveis vezes surpreendida. Sabe aquela gente que chega com um despretensioso bolinho da tarde e fica? Não falo só de amores – principalmente deles. Claro que alguns aproveitaram a ausência de cercas, me furtaram e bagunçaram de todas as formas. Graças a eles, aprendi a varrer o que já não tem serventia e a rearranjar os móveis. Descobri que coração é teimoso: quebra, mas aos poucos se regenera. Talvez por isso esses muros cheios de cacos me rasguem de curiosidade. O que, exatamente, eles tentam proteger? É fácil reconhecer um tipo assim. Eles não agem, reagem. “Tô com saudade”, você sempre tomando a iniciativa. “Também.” Eles não conseguem lidar com a espontaneidade do outro, precisam de estratégias o tempo todo. “Acho que eu me apaixonei”, você confessa. O que passa na cabeça deles: “Fodeu, não me preparei pra me expor agora” (timing não é o

forte, já que pensam demais). O que respondem: “Espero que isso seja bom”. Eles fogem de conversas francas com frases evasivas ou retórica. “Queria entender como você encara essa coisa de a gente se pegar toda semana há meses porque eu tô meio confusa”, você ali, carne-viva. “Entendo o que você está pontuando” ou “O que exatamente você espera de mim?” Nada é tão cômodo quanto uma não resposta. Nem tão cruel. Por experiência própria, pelas histórias de amigas e leitoras. A estratégia é ferir antes de ser ferido? Dê um pé na bunda, mas não deixe no vácuo. Não basta demonstrar ou tentar demonstrar. Às vezes a gente precisa ouvir com todas-as-letras. Desenhe, se for o caso. Joguinhos cansam, brincar de interpretar atitudes também. E desliga a porra desse alarme à la Car System que toca sempre que eu me aproximo: “ATENÇÃO!!! Este território está sendo invadido”. Amansa esses cachorros loucos pela minha jugular, que eu vim desarmada. Não sou de nenhuma instituição beneficente pedindo esmola nem Testemunha de Jeová pra te fazer fiel das minhas crenças. Destrava essas sete trancas, sai do olho mágico pra olhar nos meus. Começa me contando do que é que você tem tanto medo? Nathalia Ziemkiewicz é jornalista e autora do blog napimentaria.com.br. Aposta que informação pode ser mais transmissível que muita doença



m E el l de ho eit O rR oo rla od nd Ă­z o io





38

facebrasil/adooooro!

Por Nolli Merrighi

AS RECEITAS DA VOVÓ ESTÃO DE VOLTA

Nada melhor do que aquele segredinho de família para renovar o visual. Cem por cento naturais, simples de usar e altamente eficazes, as dicas de beleza de antigamente estão em voga. Lembro quando era adolescente e viajava de férias pra Floripa. Passava o mês todo torrando no sol! Naquela época usávamos óleo bronzeador para “queimar”. Não existia (ou não se ouvia falar do uso) protetor solar, shampoos sensacionais para proteger os cabelos, nem mesmo cremes pós-sol e hidratantes para o corpo que mantêm a cor, firmam a pele e ajudam a eliminar a celulite.

48

No máximo, usávamos o famoso Kanechom, para proteger e hidratar os cabelos, depois de entrar no mar. As meninas mais chiques e descoladas usavam o Kanechom colorido, e olhe lá! É um milagre a minha geração ter sobrevivido aos anos 80 com a pele e cabelos lindos e sem danos irreversíveis. Mas nem tudo era esse desastre total. Como dizia no começo da nossa conversa, algumas receitinhas ajudavam a mudar o visual com segurança e eficácia. Dedico esta receita a todas as meninas que podem aproveitar o sol de Miami para clarear suavemente os cabelos. Não importa se você quer mexas, pontas ou em toda a sua extensão alguns tons mais claros. Louras, castanhas, ruivas... esta dica só não ajuda as morenas, infelizmente.

Estou falando do chá de camomila. Fácil de fazer! Ferva um litro de água. Já com o fogo desligado, coloque quatro saquinhos de chá de camomila, misture bem e cubra – você também pode usar a planta seca, é até melhor. Use duas xícaras de chá para cada litro. Deixe o chá em infusão até que a água esfrie. Coe. No banho, lave os cabelos normalmente e jogue o líquido neles. Massageie e vá para o sol. Trinta minutos são suficientes para começar o clareamento. Após o uso da camomila, lave e hidrate bem as madeixas. Repita o procedimento por mais alguns dias e você notará a diferença. Adooooro! Nolli Merrighi é vocalista da banda Chaparral e autora do canal Adooooronolli no YouTube



Por Thieny Molthini

facebrasil/comportamento 40

AUTOCONHECIMENTO Você se conhece? Você aceita quem você é? Mas é sério. Conhecer e aceitar de verdade, entender o que lhe faz bem, aceitar seus limites, conviver bem consigo mesmo, sozinho em seu mundo, sem precisar de alguém com você para se sentir completo. Difícil, né? Acho que o mais difícil de se conhecer é saber aceitar quem você é. Não sei se me conheço bem mesmo e, sinceramente, algumas vezes não tenho certeza de querer me conhecer tanto assim. Francamente, aqui entre nós, melhor assumir quem é você, com todos os seus pontos “positivos” e negativos, sucessos e fracassos, ou vangloriar-se dos ganhos e encontrar culpados pelas perdas? Acho que o autoconhecimento me ajudaria a entender o motivo de me chatear em ver um grupo de amigas bebendo cerveja e não terem me chamado, ao mesmo tempo em que a última coisa que eu gostaria de estar fazendo era estar na rua bebendo cerveja com as minhas amigas. Já passou por algo do tipo? Você nem queria aquilo, mas se chateia por não ter. Não faz sentido algum. Por que raios se importar com uma coisa que para você não faz sentido? Sei lá, talvez isso seja uma grande besteira e só eu já tenha tido esse tipo de pensamento. Talvez não. Conhecer-se não é fácil, mas talvez seja o estudo mais fascinante de todos, acho que é por isso que sempre me interessei pelas questões espirituais e, ao mesmo tempo em que curtia as festas e os momentos com os amigos, fazia questão de ficar no meu canto, curtindo meu sofá, meu quarto, meu casulo. Foi pensando nisso que resolvi ir a uma numeróloga.

48

Foi incrível enxergar outro ponto de vista de coisas que sempre vivi e senti ao longo da vida. Descobri, por exemplo, que tenho meu número da Alma e meu número de Lição de

Vida: o primeiro, de acordo com a especialista, veio comigo de outras vidas; já o segundo faz parte das minhas “missões”, do que eu preciso viver e aprender nesta passagem. Foi interessante saber que todo o meu interesse por assuntos do cotidiano, minha curiosidade pelas histórias das pessoas, meus questionamentos e até mesmo minha sensibilidade, que me faz chorar vendo propaganda no YouTube, estão sincronizados com uma energia forte que faz parte da formação da minha personalidade, por exemplo. Sei que não há uma verdade absoluta. Saber da energia dos números em minha vida fez com que fosse possível entender e conhecer um pouco mais das minhas dificuldades e facilidades e o que eu devo trabalhar para prosperar ainda mais. No entanto, tudo faz parte de um grande conjunto de fatores. E o que seria das grandes descobertas se não fossem os questionamentos? E se existe uma importante descoberta, é conhecer mais e melhor a mim mesma. Neste ano comecei determinada a investir mais no meu crescimento. Cuidar ainda mais da minha saúde, ficar de bem com o espelho pela minha felicidade e bem-estar, investir na minha carreira, ampliar meus conhecimentos, ler mais, me amar ainda mais. Vou sem medo, porque se há uma coisa da qual devemos nos orgulhar é da nossa trajetória, das nossas conquistas e superações. E olha que já estava com essas resoluções antes mesmo de a numeróloga me dizer que este seria um ano de autoconhecimento. Não tenho dúvidas de que será um ano de sucesso. E aí, que tal investir um pouco mais em você? E não estou falando de dinheiro, não, basta olhar mais para si mesmo, afinal, quem é mais merecedor de seu amor do que você? Thieny Molthini é repórter, autora do blog mudancadehabito.net e descobriu, há pouco tempo, uma nova forma de ver a vida e superar seus limites


ROAD

5% OFF

ENVIAMOS PARA O BRASIL

BIKES

VISITE-NOS PARA MAIS INFORMAÇÕES

5640 International Dr. Orlando, FL 32819 www.usaprocycle.com • Facebook/procycleshop • +1.800.429.0005


Por Marina Bittencourt

facebrasil/cuca fresca 42

48

HORA DE RECOMEÇAR

O

início de um novo ano é o melhor momento para passarmos uma borracha em situações que não foram saudáveis para nosso corpo e alma no ano que se passou, e recomeçarmos de forma diferente, revendo nossos planos de vida e aprimorando as ferramentas e estratégias para alcançá-los.

Dessa forma, quais ferramentas e estratégias podemos usar para conseguir alcançar essas situações de vida tão sonhadas? É claro que cada situação que buscamos para nossa vida requer algumas ações específicas, como iniciar uma alimentação saudável em busca do corpo ideal; porém, há algumas estratégias de que podemos lançar mão para nos fortalecer mentalmente e nos preparar para a batalha em busca dos nossos sonhos. Acredito que o primeiro passo que devemos tomar é escrever, em algum local ao qual temos acesso diário, aquilo que desejamos conquistar neste novo ano. Dessa forma, possibilitamos que esses desejos mantenham o nosso pensamento

focado nas estratégias específicas que deveremos usar, diariamente, em busca da conquista de cada um de nossos desejos. Outra estratégia interessante para nosso fortalecimento mental, em busca de uma vida nova e feliz, é a conexão com nós mesmos, ou seja, termos um tempo a sós que possibilite o nosso autoconhecimento, pois dessa forma passamos a ter consciência de sentimentos e pensamentos que possam estar nos impedindo de seguir em busca de nossos desejos, e identifiquemos aquilo que devemos fortalecer para seguirmos em frente ainda mais fortes e seguros de nós. Uma forma interessante de conexão com nós mesmos e autoconhecimento é a prática da meditação. Por fim, encontre situações, músicas, atividades, pessoas que o permitam ser inspirado de forma positiva. Isso porque, uma vez que nos sentimos inspirados, elevamos nossa consciência e passamos a tomar decisões com mais paixão. A tomada de decisões com sentimentos elevados faz com que nos aproximemos daqueles sonhos que ficam muitas vezes escondidos no nosso subconsciente. Vamos praticar, pois um novo ano sempre é a esperança de uma vida melhor e feliz! Marina Bittencourt é enfermeira, mestre e doutoranda em Cuidado em Saúde pela USP. Ama a pesquisa, pois acredita que com ela poderemos alcançar um mundo melhor


Español, English e Português

Temos Financiamento!


Por Marco Alevato

A

Facebrasil neste mês traz uma de nossas colunistas para ser homenageada no Face do mês, Lílian Alevato, que hoje está no controle de uma das maiores instituições de saúde dos Estados Unidos.

Facebrasil - O que fez uma médica de sucesso se aventurar na América como imigrante?

44

facebrasil/face do mês

Lílian Alevato - Quatro anos antes de me transferir para Orlando, comecei a estudar administração em saúde. Quando concluí o MBA na Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Johns Hopkins University, cheguei à conclusão de que o sistema de saúde brasileiro não se encaixava com o meu modelo ideal e que muitas mudanças seriam necessárias para que se aproximasse do sistema americano, no qual a informação é ferramenta fundamental para seu funcionamento. Eu me apaixonei pelo sistema e por sua transparência, assim, juntei minhas coisas e vim aprender. FB - Então você resolveu sair do Brasil em busca de conhecimento? LA - Sim. O destino contribuiu para isso, já que, em 2000, recebi dois convites para palestras, um seminário em saúde em Miami que estudava a possibilidade dos planos de saúde americanos serem implantados no Brasil – fato que aconteceria posteriormente com a compra de planos de saúde por companhias americanas – e outro evento no Banco Mundial, em Washington. Nesse ano, tive meu primeiro contato com a empresa que controla qualidade aqui nos EUA e vi que qualidade seria minha “superespecialidade”. FB - Qual foi o tema de sua palestra em Washington? 
 LA - Bem, quando eu fiz minha palestra no Banco Mundial, falei sobre o financiamento do sistema púbico de saúde. Eu estava no topo da administração em saúde no Brasil, mas tomei consciência de todas as barreiras que teria de enfrentar para implementação de um sistema que eu considerasse justo. Após comparar com o sistema americano, resolvi que teria mais satisfação profissional por aqui. Quando retornei para Orlando, pensei: com nossa casa aqui desde 1996, tenho minha base já formada, quero continuar por aqui e trabalhar naquilo em que acredito. Assim, resolvi ficar, e lá se vão quase 15 anos...

48

FB - Como é trabalhar nos Estados Unidos?
 LA - Muito gratificante. Tudo e superorganizado. Os objetivos são claros, trabalhamos com dados em tempo real e os resultados são constantemente monitorados e reavaliados. Se algo não dá certo, analisamos a causa e deflagramos uma nova estratégia. Em saúde, a cada dia temos uma informação

nova, e isso é extremamente estimulante. Meu trabalho é baseado em constante aprimoramento de processos visando a melhoria da saúde da população em geral. FB - O que você acredita que deveria ser modificado no Brasil para a saúde dar certo?
 LA - Somente transparência e a vontade de que dê certo. FB - Qual a importância da telemedicina hoje?
 LA - Hoje sem ela ficaria muito mais difícil fazer e praticar medicina. Investem-se milhões em tecnologia e informação, além de equipamentos, medicamentos e suprimentos que são entregues nas casas de nossos pacientes. Tudo isso para evitar que o paciente seja internado e aumente o custo do sistema de saúde como um todo, da forma que o presidente Obama quer. Prevenção é a palavra-chave. FB - Falando nele, como está a famosa reforma de saúde de Obama?
 LA - Transparência é o que o governo quer e precisa. O presidente quer que todos tenham acesso a saúde – incluindo a faixa de trabalhadores informais, que sofrem mais com a falta de plano de saúde. Com a criação dos planos chamados “ObamaCare”, todos têm acesso a plano de saúde e plano dental – foi uma grande conquista para o povo americano que não tinha condições de pagar um plano comercial poucos anos atrás. FB - Qual a sua visão do sistema de saúde quanto ao atendimento ao paciente? O que aqui é melhor do que no Brasil?
 LA - Existem bons profissionais aqui e lá. Lá os médicos são mais próximos, aqui são mais defensivos. Mas a vantagem é que aqui eles fazem tudo pelo protocolo – a chamada medicina baseada em evidência; no Brasil ainda encontramos os “achistas”, que não estudam e praticam medicina como curandeiros... mas isso é uma outra história. FB - Esse seu lado zeloso, meticuloso e executivo também funciona em casa, com seus filhos? LA - Como executiva que sou, tenho meus mecanismos de controle. Funciono exatamente igual aqui, não preciso saber exatamente o que está acontecendo; observo os sinais, as evidências, primeiro o comportamento, e os resultados,
as notas, os programas. Quando meus filhos eram adolescentes, ajudava a fazer dever de casa, participava muito da vida acadêmica, mas sempre dando a independência na dose certa. Não poderia fazer o curso por eles, mas sempre vibrava com as vitórias e apoiava quando as coisas não transcorriam da melhor maneira. De uma forma geral, eles se acostumaram a conviver com a mãe médica e executiva, já nasceram nesse cenário, e foi fácil para eles e para o marido. A melhor parte do processo é que me mantive atualizada com as mudanças tecnológicas, e isso fez com que os meninos me admirassem bastante.


LILIAN ALEVATO 45

facebrasil/face do mĂŞs

Fotos por George Souto


FB - Você fala com seus filhos por MMS, mensagem de texto?
 LA – Prefiro. É a forma mais fácil e certamente a ideal, já que tenho reuniões durante todo o dia e muitas vezes à noite, mas pelo menos uma vez ao dia nos falamos – o diálogo é essencial. FB - Então você estabelece objetivos para seus filhos?
 LA – Sempre! Nós temos que ter objetivos na vida, já que são eles a motivação para seguir em frente. Fui criada com objetivos claros e metas definidas. Minha mãe buscava a excelência em tudo, e acho que isso acabou me direcionando para qualidade. Profissional e executiva à parte, toda mãe quer que seus filhos sejam os melhores em tudo e que alcancem seus sonhos. Cabe aos pais ser competentes na forma de orientar e contribuir para que tudo aconteça. Acho que cumpri bem a missão de mãe – filhos formados e bem encaminhados.

46

facebrasil/face do mês

FB - Como os meninos veem essa política?
 LA - Acredito que o verdadeiro segredo seja gerar os objetivos sem o estresse, mostrar que nada é impossível e que uma coisa é consequência da outra. Quando damos um passo errado, não significa que não podemos corrigir a rota – é só reajustar e voltar para o caminho correto. Problemas sempre acontecem. Eu passei por tantas coisas que até daria uma novela, mas sempre acreditei que haveria um dia melhor, e sempre foi assim; no final da tempestade, o sol sempre brilhou – e muito forte! FB - Como você aplica isso na vida prática?
 LA - Existe uma teoria em que eu creio segundo a qual mandamos “vibrações” para o universo e ele devolve o que desejamos em todos os sentidos, mas o problema é como você carrega essa vibração/emoção ou a sua expectativa. Minha carreira nos EUA começou como gerente médica em outra empresa. Há dez anos, eu começaria a trabalhar numa das áreas mais especializadas e difíceis da saúde – o famoso Managed Care, com total risco. Me encontrei nessa área, na qual aprendi muito e tive que fazer mais cursos de especialização para me manter no mercado de forma competitiva. Hoje, depois de quase 15 anos trabalhando nesse país, cheguei à posição que eu tinha em meus sonhos. Nunca deixei de acreditar, mas adicionei a meus sonhos muito estudo e dedicação – e achei a receita certa.

48

FB - O mundo é machista, mas você, mulher, imigrante brasileira, se vê na sua posição?
 LA - Isso foi uma prova divina de humildade. Uma prática diária de fé e dedicação à profissão. Nesses 15 anos, desenvolvi muitos projetos de qualidade e passei a ser respeitada no meu campo profissional, além de obviamente conhecida. Hoje trabalho numa empresa para a qual fui convidada, em vez de me candidatar a ela. No último ano, passei de diretora de qualidade para vicepresidente, e no início deste ano cheguei ao cargo mais alto da companhia – Chief Quality Officer. É muito interessante ser a

única mulher executiva da chamada C-Suite da companhia, e ao mesmo tempo bastante desafiante, já que tenho de mostrar que sou competente para ocupar o cargo que me foi delegado. Foi uma aventura e tanto, com muitos prêmios, inclusive a Medalha Ronald Reagan, em 2004, e muitos títulos, que hoje demonstro na minha assinatura profissional. FB - Qual para você é a grande prova para o imigrante?
 LA - Saber que aqui o que se valoriza é o trabalho, e não o status. O filho de um médico pode trabalhar em qualquer emprego que isso não o desqualifica; no Brasil, isso não é visto com bons olhos. Enquanto o imigrante não entender
que tem de aprender, ele sofre querendo fazer da forma que fazia lá no Brasil. FB - Quais os planos para o futuro? Aonde você ainda quer chegar?


LA - Mais importante que o sucesso, quero ter o reconhecimento pelo meu trabalho. Já escrevi meu nome na história de várias empresas aqui nos EUA. Fui responsável por vários processos de transformação em qualidade, e é muito gratificante ver seu trabalho dar frutos e mudar o comportamento de muitos médicos. Atualmente sou convidada para apresentar várias conferências durante o ano, e isso é reconhecimento do meu trabalho. Quero ver minha empresa bem-sucedida e promovendo saúde de excelente qualidade para meus pacientes – esse é meu objetivo. FB - Você pensa em se aposentar?
 LA – Médico nunca se aposenta. Não deixamos o cérebro em casa. Sempre teremos o pensamento do diagnóstico e cura.

Não me vejo aposentada, mas sim com um ritmo de trabalho mais leve – trabalhando apenas em algumas consultorias, mas não sei precisar quando seria hora de diminuir meu ritmo... FB - Onde Deus entra nessa história?
 LA - A cada minuto, trabalho para Deus – acredito que a minha profissão é uma missão, um compromisso com meus pacientes. Sem Ele, meu trabalho não funciona, já que testemunho milagres a cada dia, a cada caso que dou como profissional. Deus sempre me guiou e continuará guiando minha vida pessoal e profissional – essa é a receita do meu sucesso. Quem não tem fé não caminha na luz.


Por Flávia Piña

DA PASSARELA PARA A VIDA REAL

48

facebrasil/moda

Um dos grandes dilemas que surgem quando o assunto é moda são as tais tendências e must-haves da estação. Não é incomum ouvir perguntas sobre o assunto ou pedidos de dicas de “como usar”. Quando falarmos de tendências de moda, não canso de repetir que estar alinhada ao momento é, sim, importante, mas que não é nem um pouco necessário tentar estar sempre na “moda”. O mais valioso é sempre lembrar que a moda deve servir para você, e não o contrário. Por essa razão, algumas dicas podem ajudar na hora de fazer a tradução das passarelas para as ruas. Hoje encontramos por aí inúmeros estilistas, diversos fashion shows espalhados mundo afora... Ou seja, nem para as fashionistas de plantão fica fácil acompanhar tanta novidade o tempo todo. Por isso, o primeiro passo é focar apenas nos estilistas ou marcas de que gostamos. Pouco importa se você compra ou não aquela marca específica, vale utilizá-la como inspiração.

Quando vemos os desfiles com tantos elementos de styling, dificilmente conseguimos imaginar aquele look sendo usado nas ruas. Para isso, o segundo item mais importante é não pensar no look como está sendo apresentado, mas nas texturas, materiais, cores, modelagens... Essas, sim, irão para as lojas. Outra dica importante para quem tem vontade de estar com um pé na moda é observar os eventos de cinema, música, e assim por diante. As atrizes e cantoras geralmente são vestidas pelas grandes maisons com as peças “ícones” das tendências que virão. E, por fim, quando as peças já estiverem nas prateleiras das lojas, vale a pena pensar no custo X benefício daquele item para sua realidade. Ou seja, pode até ser a última moda, mas, se for muito marcante ou muito incompatível com seu dia a dia, não será um investimento muito assertivo. E, claro, sempre é preciso considerar, antes de qualquer outra coisa, qual o seu estilo e seu tipo físico. Estar na moda pode até ser interessante, mas estar bem no seu próprio estilo é ainda mais. Siga a sua moda e, acima de tudo, divirta-se!

48

Flávia Piña é stylist, consultora de moda, palestrante e professora de criação de imagem. Acredita em moda e estilo acessíveis, feitos para vestir pessoas reais. flaviapina.com.br



Por Rogério Abdala Bittencourt Júnior

facebrasil/direito 50

BRASILEIROS COM EXPERIÊNCIA NA ÁREA RURAL PODEM TRABALHAR TEMPORARIAMENTE NOS EUA O USCIS (Serviço de Imigração dos EUA), em sua página na internet, descreveu novas regras para o visto H-2A, o qual permite que empresas e empreendedores americanos contratem pessoas de outros países para trabalho temporário na zona rural. A fim de cumprir os requisitos para a obtenção do visto, o pretenso empregador, interessado na mão de obra qualificada estrangeira, deve preencher requerimento do USCIS em favor da pessoa que deseja contratar. O trabalhador, por sua vez, tem direito a levar consigo filhos solteiros menores de 21 anos e cônjuge, todos sem autorização para trabalhar.

48

Em tal pedido, devem constar a prova de uma vaga disponível em seu empreendimento e a demonstração de que não há cidadãos americanos suficientes disponíveis no local e aptos à vaga, o que pode, de certa maneira, dificultar o acesso a locais com melhor infraestrutura e maior população. O pedido deve também conter o prazo da vaga, com base no

qual o serviço de imigração define o período de validade do visto de trabalho temporário a ser concedido. O prazo máximo do visto temporário de trabalho é de três anos, e, se inferior, pode ser renovado, até alcançar o limite. Vencido o prazo do visto, o trabalhador deverá permanecer fora dos EUA por pelo menos três meses caso deseje requisitar nova entrada, a qualquer título, isto é, por qualquer tipo de visto. Em razão dos cuidados que devem ser tomados pelo imigrante e pelo americano que deseja contratá-lo, recomenda-se a contratação de advogado que tenha costume em atuar em direito internacional, para formalizar de maneira correta e eficaz o pedido ao serviço de imigração e intermediar profissionalmente a relação entre o imigrante e o empreendedor americano. Rogério Abdala Bittencourt Júnior é advogado nas áreas tributária e de contratos internacionais e sócio do Rabelo, Moreira & Bittencourt Advogados



Por Adriana Gonçalves

facebrasil/vida + doce 52

BOMBOM DE MORANGO INGREDIENTES: • 1 caixa de morangos • 2 latas de leite condensado • 1 lata de creme de leite • 200 g de chocolate ao leite • 2 colheres (de sopa) de manteiga

MODO DE FAZER: Coloque o leite condensado e a manteiga na panela e cozinhe até soltar das bordas. Coloque este creme em pequenos potinhos e, por cima, os morangos cortados. Derreta o chocolate em banho-maria e misture o creme de leite. Jogue essa calda por cima dos morangos. Decore com morangos cortados e leve para a geladeira para esfriar. Aproveite esta sobremesa maravilhosa e até a próxima receita!

48

Adriana Gonçalves é formada em estudos sociais e trabalha há oito anos como gerente de vendas. Sua especialidade? Inventar quitutes doces e outras gostosuras



Por Izolda Nolli

facebrasil/defesa animal 54

TRISTÃO, O MENSAGEIRO Tristão nasceu de uma ninhada de quatro gatinhos siameses, os primeiros filhotes do Francisco e da Zuzu. Foi a minha primeira experiência com bebês e mamães e confesso que me apaixonei perdidamente. Nunca havia me envolvido com os animais de estimação que meus filhos tiveram durante a infância, e foram muitos. Para mim, eram como brinquedos sofisticados com os quais não houve nenhuma conexão mais profunda. Recebiam tratamento adequado e eram tratados com o distanciamento necessário.

48

A chegada daquela ninhada mudou para sempre a minha vida. Era como se eu tivesse despertado para uma realidade estranha e maravilhosa que, apesar de corriqueira e quase invisível para toda a população mundial, era a maior novidade do século para mim. Como era possível um milagre daquele quilate simplesmente acontecer serenamente sob os meus olhos atônitos e deslumbrados? Era como se eu estivesse recebendo um presente de valor inestimável. A delicadeza e a fragilidade daquelas criaturinhas escondiam uma força estupenda. A força da vida que palpitava naqueles coraçõezinhos recém-nascidos, naquelas patinhas inquietas que buscavam o alimento nas tetinhas da mamãe com a segurança de experts. Aquilo me atingia com força. Mas o que me encantava e me emocionava era a perfeição. Quem poderia ter criado tal obra de arte? Com que propósito? Muitas vezes, deitada no chão para estar mais próxima deles, fiquei horas admirando e absorvendo o amor que irradiava daquele ninho. Minha família pensou que eu estivesse ficando maluca, tal a emoção que aqueles gatinhos me provocavam. Passei a considerar Deus muito mais sofisticado e perfeito, e a

cada momento meu coração só tinha gratidão em relação a Ele por tanta beleza. Algo dentro de mim mudou e mudou radicalmente. Os animais passaram a ter um lugar de honra no meu coração e na minha vida. Entre os quatro havia um gatinho que, apesar de lindo e saudável, tinha um olhar tristonho. Era tão evidente a tristeza que o apelidamos de Tristão. Todas as manhãs eu descia com o Francisco (o pai daqueles filhotinhos) para o jardim do prédio, para que ele brincasse na grama. Naquela manhã havia muitos passarinhos, e ele miava agitado. Da janela do meu quarto, no quarto andar, pendia uma toalha de banho que a empregada estendera para secar, contra todas as minhas recomendações. Até hoje eu ouço o ruído do baque do corpinho dele no chão, bem na minha frente. Ouvindo o pai miar, ele subiu pela toalha e se atirou pela janela. Tristão morreu na hora, suas pupilas se dilataram assim que eu o levantei do chão, e a respiração cessou. Foi de uma violência indescritível. Fiquei em choque. Chorei rios de desespero. Não conseguia entender a razão para tamanha violência. Passei a indagar incessantemente o motivo. Tinha que haver um porquê. Por quê, meu Deus? Por quê? E a resposta veio no meu coração. Não sei explicar de que forma ela chegou, mas eu a recebi como se fosse um pacote de informação que clareou minha consciência como um raio, e eu entendi. “Você descobriu o quanto é sagrada a criação. Sinta a violência com que ela é tratada à sua volta.” Nunca mais comi carne. Tristão deu o seu recado, e sou grata a ele pelo seu sacrifício. Izolda Nolli é advogada e presidente da Associação Protetora dos Animais (Abrigo Mãos de Assis), em Araxá (MG)





Por Mariana Tamiozzy

facebrasil/personal organizer

48

COMO ORGANIZAR O BANHEIRO

CORRETAMENTE Por ser uma área usada pela família inteira, em geral, o banheiro acaba sendo uma das partes mais bagunçadas da casa. Todo mundo entra, joga a toalha, troca de roupa, escova os dentes, e assim, acaba parecendo impossível colocar uma ordem naquele canto da casa. Mas por mais que pareça difícil, com apenas algumas mudanças pode-se transformar o ambiente em um lugar limpo e organizado. Afinal, nada melhor que tomar um banho relaxante em um lugar tranquilo e sem bagunça, certo? Para começar, é comum deixarmos coisas na pia: escova de dentes, pasta, pente, cotonete, fio dental. Isso acaba deixando uma impressão de que está tudo fora do lugar. Resolver é fácil! Se você tiver um armário, organize todas essas coisas em copos, ou recipientes próprios para organização. Caso não tenha, use esses mesmos potes para acomodar, em cima da pia, os objetos em pé. Assim, ocupa-se menos espaço e tudo fica organizado. As toalhas são outro problema. Ou estão jogadas pelos quartos, ou amontoadas no banheiro. A solução aqui é colocar um gancho para cada pessoa que usa o chuveiro. Assim, acabado o banho, a pessoa já coloca sua toalha em seu próprio gancho. No caso das toalhas secas, você pode usar uma parte do armário embaixo da pia para colocá-las dobradinhas. Desse modo, evita-se aquela gritaria quando alguém entra no banho e se esquece de pegar a toalha no guarda-roupa. Se você não tiver um armário de pia, a solução é uma mesinha charmosa que fique entre a pia e o chão. Com ela, você pode organizar as toalhas em um lado e os cosméticos de outro.

Os cosméticos são outro problema aqui. Se você tiver crianças, o conselho é não deixar nada ao alcance delas. O ideal é colocar uma ou mais prateleiras para manter os produtos no alto. Caso os moradores sejam apenas adultos, não tem problema, os cosméticos podem ficar no armário ou na mesinha, ou podem ser colocados em uma caixa organizadora transparente, que mantém tudo arrumado de pé – e dá um charme! Os rolos de papel também ficam interessantes nessas caixas organizadoras. Outra ideia é usar um balde de alumínio como portapapel, fica bem moderno. Na parte do banho, é legal deixar apenas os produtos que estão sendo usados, como shampoo, condicionador, sabonete, óleo de banho. Nada de ficar colocando mil coisas, porque, no final, os produtos envelhecem e você acaba não usando. Se você tem uma janela com um peitoral bacana, não tem problema colocar seus produtos lá. Se não, existem no mercado suportes interessantes, de diferentes materiais, que podem se encaixar em um canto e não incomodar em nada o seu espaço. Por último, vamos falar da decoração do banheiro. Ela sempre fica em segundo plano, mas esse ambiente merece, sim, ser decorado com quadros, ou um tapete colorido, ou um móvel mais retrô. Objetos menores também são bem-vindos, como velas, vasos e, quem sabe, até algumas pedras. Agora que você já sabe, que tal usar essas ideias para deixar o seu cantinho mais aconchegante? Mariana Tamiozzy é personal organizer, personal stylist e autora do site maritamiozzy.com/organizer. Seu objetivo? Facilitar a vida dos leitores



Por Marquito Santos

UM MITO QUE VIROU CLÁSSICO A história deste drink é tão inimaginável que bartenders do mundo inteiro discutem se é real ou mito. Vamos embarcar numa viagem que nos leva ao antigo Egito, suas riquezas e excentricidades.

60

facebrasil/drinkologia

Diz a lenda que certo dia Marco Antônio (meu xará), um célebre militar e político romano, apostou com Cleópatra, a última rainha do Egito, que ela seria incapaz de gastar 10 milhões de sestertius, moeda daquele império, em uma única refeição. A bela e indomável rainha não se conteve e resolveu bancar a aposta. Segundo o filósofo Plínio, Cleópatra tinha em sua coleção as maiores pérolas do mundo. Duas delas formavam um par de brincos no valor equivalente a 1.600 kg de ouro. Só por curiosidade, um grama de ouro hoje vale em torno de 105 reais – desisti de fazer essa conta! Enfim, Plínio conta, em suas escrituras, que à noite, no jantar, a rainha pediu um copo de vinagre, mergulhou um dos seus brincos, esperou que a pérola fosse corroída e tomou de uma só vez, para surpresa de Marco Antônio e todos presentes. Não precisamos de muito esforço para perceber as semelhanças desse drink faraônico com um dos coquetéis mais clássicos de todos os tempos: o Dry Martini. Há quem diga que a receita foi inspirada nessa lenda intrigante. Seco, rascante, poderoso, o líquido representa o vinagre, e a azeitona, a pérola de Cleópatra. O preparo dessa bebida apreciada por muitos, que em princípio parece simples, requer cuidados minuciosos. Para não amargar demais, a dosagem deve ser perfeita. Detalhe: a azeitona não é um mero enfeite, ela agrega sabor, e a taça deve estar gelada. Bem, vamos ao que interessa... Ingredientes: a receita tradicional leva uma dose e meia de gin, três gotas de vermute dry e uma azeitona graúda de boa procedência, pois ela ajuda a dar um sabor especial à bebida. Modus operandi: em uma coqueteleira, coloque gelo, o gin, adicione o vermute e “shake it, baby”. Use o coador e sirva numa taça de Martini previamente resfriada, e por último espete a azeitona em um palitinho bem charmoso, deixe-a deslizar suavemente até o fundo da taça, e voilà. Com o tempo, essa receita clássica ganhou vida própria. Novos ingredientes e personagens entraram para história. Um deles fez sua receita particular tornar-se conhecida no mundo inteiro: Bond, James Bond. Falaremos sobre isso na próxima matéria.

48

Agora vamos combinar uma coisa? Só não vale misturar vinagre com pérola. Marquito Santos é músico, compositor e produtor musical. Adora bebericar. Destilado por uns e fermentado por outros, tem como objetivo compartilhar suas incursões no universo etílico



Por Taciana Vaz

facebrasil/educação 62

REINVENTAR-SE

Quando nos tornamos pais, mães, tios, tias, irmãs, irmãos, avôs, avós, professores, recebemos uma grande função: reinventar-se. Esse será mais um papel que você exercerá na vida e na sociedade, e é um bastante desafiador, porque significa que terá de se reinventar inúmeras vezes, por dia, por semana, por mês... num processo de reflexão e autoconhecimento eterno. O prefixo “re” anda na moda já faz um tempo, com a onda do ecologicamente correto. Muitas vezes ensinamos a nós mesmos e aos nossos filhos e alunos a reciclar seu lixo, seus brinquedos, roupas, etc. E quando esbarramos na tarefa de reciclar nossas rotinas, fica mais difícil aderir à moda. Mesmo com toda a boa vontade que temos no início do ano, nem sempre conseguimos de fato manter nossa palavra.

48

Mas e quando o desafio é ser um educador? Como abandonálo, desistir no meio do caminho? Impossível, claro. Então precisamos talvez não reciclar hábitos, mas sim nos reinventar. Precisamos ressignificar nossas relações com o mundo, para que consigamos ser melhores a cada dia nessa função tão recompensadora e bonita que é ser educador. E nesse sentido mais amplo, ser educador é praticamente sinônimo de ser humano, porque cada pessoa que vive em sociedade é um aprendiz e um educador, 24 horas por dia. A gente aprende e ensina o todo tempo. Observamos, analisamos e copiamos uns aos outros, somos modelos e cópias. Então, imagine uma criança em desenvolvimento, descobrindo como viver em sociedade, atenta a cada gesto, cada palavra, cada situação, para tirar suas conclusões de como agir no mundo? O que será que elas estão vendo por

aí? E como será que nós, educadores, as estamos ajudando a significar ou ressignificar o mundo que lhes é apresentado das mais diversas formas? Cansados só de pensar? Pois é, é exaustiva essa função, com certeza. E esperamos conseguir fazer um bom trabalho, claro. Então, como dar conta disso tudo? Como orientar nossos filhos sem ficarmos todos exaustos – cansados uns dos outros e de nós mesmos? Como promover em casa uma reciclagem geral para iniciarmos o ano melhores e com energia? Posso lhes dar a minha sugestão. Eu acredito que o velho e bom diálogo é a melhor saída, ou entrada (com o pé direito)! Estabelecer novos acordos que melhorem a vida de todos, em conjunto, a partir de conversas e debates que cheguem a propostas que façam sentido para todos. Difícil, claro, mas só assim o ano pode seguir sem tantos conflitos, acredito. E o que proponho aqui é estabelecer a rotina do diálogo, dos combinados, das reflexões e adaptações, da revisão das regras, da reciclagem das normas, do reinventar a si próprio e as relações dentro e fora de casa, do estar aberto para ser melhor, e ser feliz! Não seria esse o melhor ensinamento? Não seria esse o melhor exemplo que podemos dar – sermos abertos ao diálogo, aptos a ouvir o outro e a justiçarmos a nós mesmos? Eu acredito totalmente que este é o melhor caminho para uma casa/vida feliz e harmoniosa: a capacidade de reinventarse suavemente sempre que preciso! Taciana Vaz é formada em Letras e dá aulas de idiomas. Autora do blog namochiladataci.blogspot.com.br, gosta de ler e escrever sobre educação, viajar e trocar conhecimento mundo afora



Por Marco Alevato

facebrasil/face a face 64

U O G E H TURO C

O FU

arcas. das suas m a m u m te . re” a nenhuma to the futu lme “Back lmente nada com cois a a Orlando fi o , 15 0 2 Em isit Rea tem a ver? 1995, tirada em uma v s, eu era O que isso o e n d e u to q e mp uma fo Mas achei us filhos era ma possibilidade para e M . ia íl m fa u com minha em, e não havia nenh i escrevendo esta u v q jo a is a a ri m ta s bem e hoje e u q e s s a in que imag , amigos. tos se para vocês ileiros e tan também mensagem s ra b s to n ta tos Boa leitura! chegada de ando quan frio Hoje, com a or aqui, fiquei imagin ado que naquele dia s p s o a d p n o a Marco Alevato mbrar enraiz to para rele o çã têm uma fo nte. a v o in a Publisheros, MBA, se feliz com n era tão pre çando, e fico um de nós, em 20 a e m co te n e a d m o ca s e u tá O futuro es mas elas impedirão q você e os sonhos. uecê-las em ”, m smente esq carta, abrir o le das “selfies veta e se encontre co p im s ra a s, p uma a abra uma g as boas foto como quem manda ir m ri p im os ssim e deveríam e um dia, a ocê era. Acredito qu guardar em um livro v e u m 20 q a o s r, pes para que, e a – ca o p é a algum luga ncontrar aquela linda s s e no ou filh e apanhado d reciada por seu filho ocumento m u envelope e r e z fa rá um d endo ap cebrasil, i, e você te outra vez s issão da Fa Esta é a m blicação possa estar tar para você como fo hoje. e un pu anos, esta eu neto? Ele vai perg to do seu presente d linda, s fo , os meses, a e s b m o a u d s e to m u s e q o u o q zem a e do uito mais d sim como fa s brasileiros da Flórid e tudo s a , il s ra impresso, m b 48 da Face dia a dia de todos o as histórias, artigos os a edição ss do Completam endo parte da vida e nquistados com as no da. a z ir co fa m s d o cê a o ig am ezes com v ssinantes milhares de revista seja tantas v m o C . o m nossos a nte d n co ta s to mu e n e ju u l q e ta z com mundo mu em o possív mais que fa ciantes faz engatinhando neste trado ou em que, por n u n a e s re ocinado os ainda nhã. ndo mos Nossos patr er perpetuada. Estam mpre é o que está se ediato quanto o ama e s s im ra o m para a ob ocê vê ne do algo tã ntástica, e que o que v pre estamos buscan ição está fa r incentivadora digital em m d e e s , A o . ã e z ip ra u a q tr gem à maio il e a a nossa e uma ou ou ória de tod os fazer uma homena bra que é a Facebras it v a m co z o li m a e fe d lv n o li o it s u ta re ndo, ra des Fico m mos lembra , a fundado porque esta licação, Lilian Alevato nossas vidas. de ub de nossa p turo a melhor parte fu o d que fará

!

a r u t i e Boa l

vato MarPcuobliAshle er

48

MBA,



L o g i s t i c a - Tr a n s p o r t e - D i s t r i b u i ç ã o

Rápido e Barato!

Cansado de ser taxado?

Imposto Pago e Frete international

Orlando, FL para Rio de Janeiro, RJ • Games • Oculos • Perfumes • Tenis • T-Shirts

U$9.00 U$39.00 U$17.00 U$49.00 U$9.00

Receba suas compras no Brasil

39

$

PORTA A PORTA

Quilo a partir de

Garantimos 100% a entrega em sua casa com os impotos pagos

Venha nos visitar

5419 International Dr #B Orlando, FL 32819 NO MALL DO BANCO DO BRASIL

407.844.5115

www.skyboxfree.com • contato@skyboxfree.com










Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.