Facebrasil 63 - ANO 6

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Ano 6 | Edição 63 | 2016

MEDALHA DE OURO Cerimônia de abertura leva Brasil ao topo do pódio

Coworking

Sbrubbles recria o escritório compartilhado

PARAÍSO

Polinésia Francesa encanta os visitantes



Ano 6 | Edição 63 | 2016

Coworking

Sbrubbles recria o escritório compartilhado

PARAÍSO

Polinésia Francesa encanta os visitantes

MEDALHA DE OURO

Cerimônia de abertura leva Brasil ao topo do pódio


12 Saúde

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Bem-estar longe do bisturi

10 Rio 2016

Ser feliz é uma questão de escolha e talento

14 Perfil

Janine Closs: cupido à brasileira

16 Sustentabildade Brasil e Alemanha e o jogo que nunca vira

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22 Mulheres em Orlando Tarde de networking e muita informação no Holy Grain Coffee Shop

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26 Carpe Diem

Grandes marcas a favo de um mundo melhor

36 Cultura

Sofia Coppola leva o mundo pelas alças

Frase do mês

Na vida, de vez em quando, pegue um caminho mais bonito.

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Ano VI - Edição 63

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www.facebrasil.net


Editorial EXPEDIENTE

Marco Alevato

Publisher | Editor Chefe

Eloá Orazem Editora

Tara Alevato English Editor

Bernardo Alevato Financeiro

Rodnei Medeiros Graphic Designer

3GB Consulting Revisor

Colaboradores desta edição Rodrigo Müller, Dra. lilian Alevato, Dr. Marcio Novaes, Joselito Müller, Giovani Alevato, Erika Cavalieri, lazyllama / (Shutterstock.com)

Meu Brasil brasileiro

COMERCIAL – SALES +1 (407) 842-1211 info@facebrasil.com As opiniões expressas em artigos assinados são de inteira de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da revista Facebrasil. Os anúncios são de responsabilidade dos anunciantes. A versão digital pode ser lida e baixada gratuitamente no portal: www.facebrasil.net

OrlandO 7575 Kingspointe Parkway, Suite 15 Orlando - Florida 32819

Rio de JaneirO Rua Torres Homem 888 Vila Isabel - Rio de Janeiro - RJ Brasil CEP 20.551-070

Não é preciso ir muito longe para ver que a vida nos Estados Unidos é bem diferente da que levávamos (ou levamos) no Brasil -- diria até que melhor, em muitos aspectos. Mas como nada nessa vida é absoluto, renunciar a própria pátria também tem suas dores, porque é, sim, um sacrifício. Das saudades que trazemos conosco, talvez a que grite mais alto seja a alegria e a energia do nosso povo, tão dado a afetos. Uma grande vantagem da Facebrasil é suprir essa carência: a cada edição, nossa revista conta a história de vários conterrâneos que continuam a fazer bonito no estrangeiro. Mais uma vez, seguimos essa tradição, contando o sucesso de

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grandes brasileiros, como Janine Closs, Rubia Marins e o pessoal da Sbrubles, o espaço de co-working mais badalado de Orlando. Contagiada pelo ritmo olímpico, essa edição também faz uma breve recapitulação da festa de abertura, que encheu de orgulho o Brasil e os brasileiros em toda parte deste mundo. Nosso quadro de medalhas pode até deixar a desejar frente ao nosso desempenho em Olimpíadas passada, mas, como brasileira, ainda acho que o nosso país, apesar de todos os seus tropeços, é sempre medalha de ouro.

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TUDO LIMPO

Jovem projeta sistema que pretende limpar os oceanos

MULHERES Alguns cuidados especiais para manter a saúde

Eloá Orazem / Editora

SEJA FELIZ A ciência já descobriu os caminhos para a felicidade



Orlando

Facebrasil Magazine | Edição 63

Veloz e

FUriosa

O

rlando não é para os fracos – e por muitos motivos. Desde meados de junho, a cidade ficou ainda mais emocionante com a estreia doa Mako™, uma hypercoaster de 61 metros de altura, no SeaWorld. Essa é a mais alta, mais rápida e mais longa montanha-russa de Orlando, e é a peça central de uma área de 8.000 metros quadrados, a Shark Wreck Reef, que apresenta ainda a já existente atração Shark Encounter, algumas exibições interativas e educacionais, opções gastronômicas e lojas. “A Mako e a Shark Wreck Reef reescrevem a definição de ‘entretenimento imersivo’”, afirmou o presidente do SeaWorld Orlando, Donnie Mills. “Agora nossos visitantes têm um mundo subaquático completamente novo para explorar, e ainda uma atração radical literalmente de tirar o fôlego.” A quinta montanha-russa do portfólio do SeaWorld Orlando, a Mako atinge velocidade de 118 km/h enquanto transporta os passageiros por um magnífico trilho de 1.451 metros de extensão. Seu design foi inspirado no tubarão de mesmo nome, o Mako, também chamado “flecha azul” pela sua capacidade de atingir altas velocidades e pela

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Nova atração do SeaWorld é a mais rápida, alta e longa de Orlando habilidade de rapidamente mudar de curso enquanto persegue uma presa. A nova atração é ainda uma das poucas hypercoasters verdadeiras, tipo de montanha-russa caracterizado por velocidades extremas, quedas íngremes, subidas e descidas que proporcionam a sensação de gravidade zero – a conhecida air time. Enquanto os carrinhos deslizam suavemente pelas subidas e descidas, os aventureiros – que estão presos apenas na altura da cintura – flutuam e experimentam a sensação de ausência de peso. “Por aproximadamente três emocionantes minutos, todos terão a sensação de ser um exímio predador”, disse Brian Morrow, vice-presidente de Design e Experiência de Parques Temáticos do SeaWorld. “Os passageiros surgem da água em alta velocidade, fazem mergulhos profundos e perseguem uma presa em meio a um volumoso arrecife de corais.” Com a chegada da Mako, o parque passou a ter cinco experiências de montanhas-russas para todas as idades e gostos, deixando Orlando ainda mais versátil, divertida e, claro, emocionante.



Olimpíadas

Cerimônia de abertura da Olimpíada 2016 lava a alma e a honra nacional, e lembra a todos que, entre outras mil, é uma só a pátria amada

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ma canção repetida mil vezes vira realidade – e nós tivemos a chance de ver isso bem de perto, na cerimônia de abertura da Olimpíada 2016, celebrada no Rio de Janeiro. A gente bronzeada mostrou seu valor e a festa foi mesmo uma coisa linda, cheia de graça, com direito a garota de Ipanema e o que há de melhor na nossa cultura, sempre tão rica. Dirigido por ninguém menos que Fernando Meirelles, Daniela Thomas e Andrucha Waddington, o evento foi um show de criatividade e tecnologia e girou em torno da formação da sociedade brasileira. Nas mãos de alguns dos profissionais mais talentosos do país – e com a ajuda de 30 mil voluntários, o Estádio Jornalista Mário Filho, ou simplesmente Maracanã, transformou-se em um grande teatro. Para garantir o espetáculo, foram usados 14 km de cabos, 2.000 canhões de luz e 3.000 kg de fogos de artifício. A apresentação surpreendeu ainda mais com as projeções 3D e os efeitos especiais (que não foram poucos). No palco, vimos uma grande exaltação ao Brasil, alternada com críticas sociais, tudo na medida certa. Ao som de MPB, funk e samba, o

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Isso aqui é um pouquinho de

cenário mostrou uma representação do país recheada de florestas, portugueses e escravos. O ponto alto foi o voo de uma réplica do icônico 14bis, de Santos Dumont, que sobrevoou o estádio do Maracanã; um telão mostrou seu passeio pela cidade do Rio de Janeiro, passando pelos principais pontos turísticos. Outro destaque da noite foi Paulinho da Viola, cantando o hino nacional acompanhado por uma orquestra de cordas. A apresentação emocionou e foi superelogiada. MC Ludmilla representou o funk, enquanto Zeca Pagodinho fez uma homenagem ao samba. Elza Soares, Wilson das Neves e Marcelo D2 também se apresentaram. Uma grande dança foi embalada por “País Tropical”, cantada por Jorge Ben Jor e Regina Casé, antecedendo o desfile das delegações. Anitta, Gilberto Gil e Caetano Veloso cantaram juntos ao final da festa. Por pouco mais de um minuto, a Cidade Maravilhosa era toda poesia, enquanto Gisele Bündchen cruzava o estádio num doce balanço a caminho dos nossos corações. A bordo de um vestido prateado com uma superfenda central,

do estilista brasileiro Alexandre Herchcovitch, a modelo número um do mundo caminhou ao som de “Garota de Ipanema”, cantada por Daniel Jobim, neto de Tom Jobim. Mas como toda boa história precisa de um final feliz, os diretores capricharam no desfecho da festa: Gustavo Kuerten percorreu os penúltimos 200 metros com a tocha olímpica, passando a missão para as mãos da estrela do basquete Hortência, que, finalmente, rendeu o fogo sagrado às mãos da justiça, delegando a Vanderlei Cordeiro de Lima a missão de acender a pira cinética, obra do americano Anthony Howe – a verdadeira tocha das olimpíadas. Ali, naquele momento, no topo da escada, Vanderlei vingou o pódio que lhe foi roubado anos atrás, quando um padre irlandês bloqueou o corredor rumo à primeira vitória do Brasil em uma maratona olímpica. Se o mundo – e o Brasil – está longe de ser perfeito, por algumas horas esquecemos todos os seus defeitos e passamos a limpo a nossa história de sangue, suor e muito amor, tudo isso com aquele gingado que só a gente tem. .


Saúde

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Beleza Sem

Nem todos os procedimentos estéticos pedem técnicas invasivas, como cirurgias. Para (quase) tudo, dá-se um jeito.

Por Dr. Marcio Novaes Médico e Fisioterapeuta

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Que atire a primeira pedra quem, em algum momento desta semana, não se olhou no espelho e pensou em mudar alguma coisinha no próprio corpo. Esses pequenos incômodos com a própria aparência talvez sejam fruto de um descuido temporário, ou reflexo da idade, mas nós mudamos – inevitavelmente: a silhueta, a pigmentação da derme ou até os traços do rosto. Acrescente a essa conta situações que fogem ao nosso controle, como enfermidades e acidentes, e decisões pouco felizes, como tatuagens ou maquiagens definitivas, cujo propósito era agradar uma moda (sempre) passageira. Todos esses exemplos deixam marcas muito profundas, e só a pessoa que passa por isso sabe o peso ou a mácula que deixam. Tanto para melhorar a autoestima quanto para corrigir algumas deformidades, você pode contar com um cirurgião plástico, já que sua missão é justamente esta, amenizar e, em alguns casos, corrigir o que tanto está incomodando você física ou emocionalmente – ou ambos. Para isso temos em nossas mãos um arsenal de técnicas para alcançar os objetivos almejados, e quase sempre, quando falamos em plástica, vem sempre a nossa mente palavras como hospital, anestesia, enfermeiros, cintas, dores, ou seja, tudo relacionado a cirurgia. Mesmo sabendo que a maioria das cirurgias é de procedimentos extremamente seguros e que todas as medidas e protocolos de segurança são seguidos com o máximo de atenção, que a verdade seja dita: não deixa de ser uma cirurgia, o que gera muita ansiedade.Mas nem sempre plástica significa cirurgia. Existem técnicas menos invasivas,

e até mesmo cirurgias menos agressivas, que podem alcançar os mesmos resultados – e às vezes até melhores. Entre as técnicas pouco ou não invasivas para a remoção de tatuagens, há a obliteração dermoproteica, que apaga ou diminui os contornos em até 90% em uma sessão (até mesmo o pigmento vermelho) por uma fração do preço do laser, com duração entre 15 e 30 minutos, dependendo da área e extensão (e de quebra faz quase desaparecer as estrias). Usa-se um anestésico de uso tópico apenas para garantir mais tranquilidade para as pacientes, apesar de não ser necessário. Falo com propriedade da técnica porque (momento jabá) fui eu que a criei! Outra técnica, inventada pelo Dr. Roberto Bijos, meu amigo e mestre, é a modulação. Para você entender de um modo fácil essa técnica, imagine isto: você entra no hospital de manhã e sai com o abdômen tanquinho. Isso mesmo, 6 packs, e, dependendo do pós-cirúrgico, pode retornar à segurança e conforto de seu lar no mesmo dia! Vou destrinchar melhor essas técnicas em outro momento, na próxima edição. Então convido você a acompanhar a Facebrasil e, além disso, deixo aqui um canal aberto para qualquer dúvida que tenha sobre plástica ou outro procedimento. Caso queria tirar alguma dúvida sobre alguma técnica específica acerca de outros procedimentos cirúrgicos ou clínicos, por favor, fique confortável para entrar em contato. Será um grande prazer responder a todos. Espero que todos estejam bem, dentro e fora do espelho – mas lembrem-se de que estamos aqui para ajudá-los em, pelo menos, algumas coisas.



Perfil

A Dona

da Festa

F

aça chuva ou faça sol, o tempo nunca é ruim quando se pode contar com o profissionalismo e o otimismo (ambos incondicionais) de Janine Closs, wedding planner profissional e viajante amadora. Brasileira de corpo e alma, Janine vive agora em Los Angeles, onde leva seu conhecimento e aptidões a níveis hollywoodianos. Antes de ganhar a Cidade dos Anjos, porém, deixou sua marca registrada na Flórida – mas não sem conquistar por inteiro sua terra natal. Ao lado de sua amiga e sócia, Janine foi pioneira na arte de planejar grandes eventos hi-end com a empresa Due B, fundada por ambas anos atrás para orquestrar casamentos, cerimônias e confraternizações focadas em experiências, profissionalizando um setor marcado por improvisos. Empreendedoras de carteirinha, as sócias reconheceram o potencial dos “destination weddings” – casamentos celebrados em cidades, estados ou países diferentes, e se tornaram referência na área. A partir daí, foi um pulo para identificar nova demanda e criar um serviço até então inédito: o “wedding concierge”, que estende os cuidados e “mimos” típicos de hotéis cinco estrelas aos noivos e convidados. Ao contratar esse novo produto, os anfitriões delegam toda a parte de organização e logística de um evento de grande porte a quem, de fato, entende do assunto. “Como nossos clientes e público têm certa facilidade para se deslocar, tivemos a oportunidade de realizar cerimônias na França, na Itália, no Uruguai e em diversos outros países”, relata Janine. Entre chegadas e partidas, a incansável empresária reconheceu uma oportunidade e tanto justamente na Flórida, destino cativo de muitos

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brasileiros. “Nossa oferta era muito farta na Europa, e a minha chegada aos EUA aumentou o repertório”, diz ela. “E aqui é um ponto bem estratégico, dado o fácil acesso e a relativa proximidade do Brasil.” Aquela Flórida pouco desenvolvida do ponto de vista de eventos deu lugar a um novo polo para os destination weddings, já que o estado é conhecido pelo bom tempo e pela excelente infraestrutura. “Talvez possa dizer que a única barreira que enfrentemos aqui seja a questão dos vistos, que nem todo mundo tem, mas esse é um problema fácil de solucionar”, explica. Com muitos eventos e casamentos no currículo,


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Janine acha quase injusto apontar uma única celebração como predileta, já que todas lhe são especiais, mas se recorda com muito carinho de uma união concretizada em março deste ano, no Waldorf Astoria Orlando. “A noiva, paulista, mora em Nova Jersey; já o noivo, na Espanha, sua terra natal. Depois do casamento, eles finalmente morariam juntos – e em Orlando mesmo”, relembra. Pois as reuniões com esses clientes viajantes não poderiam dar em outra coisa senão uma boa amizade – a ponto de os recém-casados comprarem uma casa no mesmo condomínio de Janine. Embora a parceria seja eterna, a vizinhança não durou muito, já que, desde o mês passado, Janine e o marido fixaram residência na Califórnia. Em Los Angeles, a wedding planner sabe que o mercado é mais estruturado e a concorrência, mais afiada – e tudo bem, porque isso a incentiva a ser cada vez melhor. E maior. A gente pode não saber exatamente quem e como, mas a próxima grande história de amor a ser contada vai ser lá mesmo, em Hollywood, pelas mãos e genialidade de quem nunca desistiu do amor.

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Sustentabilidade

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Um 7 x 1 Diferente

Por Giovani Alevato

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O governo interino do Brasil marcou um gol por meio do novo ministro do Meio Ambiente, assinando, no dia 29 de junho de 2016, um acordo com a Alemanha no valor de 15 milhões de euros, cerca de R$ 55 milhões. O montante, doado pelo governo alemão, deve ser usado em medidas que ajudem a combater a mudança do clima e a melhorar a gestão da zona costeira do Brasil. Tal acordo irá financiar programas como o de Proteção e Gestão Integrada da Biodiversidade Marinha e Costeira (TerraMar), atuando na costa dos corais, em Pernambuco e Alagoas, além de Abrolhos, na Bahia, e o Programa Planos Setoriais. Os projetos beneficiados por esse acordo terão duração de cinco anos, e a ideia é incentivar o desenvolvimento ambiental, econômico e social do Brasil. Como sempre digo, pequenas ações possíveis, somadas, têm penetração capilar, levando diretamente recursos aos projetos. Certamente essa será uma delas, se, e somente se, esses valores chegarem efetivamente aos projetos-fins e não forem desviados para chafurdarem na lama da corrupção. Estamos tendo um inverno no Brasil com recordes de temperaturas baixas. Em Urupema, cidade conhecida da serra catarinense, os termômetros chegaram a 8,5oC negativos. No resto do Sul e do Sudeste, o frio também fez despencar os indicadores. Enquanto isso, no hemisfério norte, temos um início de verão tórrido e a temporada dos furacões começando devagar. E lá em Mariana, a cidade que ficou famosa pela destruição causada pela lama, notícias chegam de que algumas promessas de ajuda por meio

de leilões de objetos doados por figuras da mídia e até da seleção brasileira de futebol estão engavetados, e as duas bolas e uma camisa autografadas estão em poder da federação de futebol do Espirito Santo, além de itens doados por Ana Maria Braga, Fausto Silva e Zico, que estão em poder da prefeitura de Mariana. Por outro lado, a Samarco oficializou o pedido de retomar a operação no Complexo de Germano, em Mariana, na região central de Minas Gerais. A impressão que fica é que não haverá uma conclusão favorável aos que realmente sofreram com a queda da barragem, e que tudo voltará a ser como antes.

Governo alemão doa milhões para medidas ambientais brasileiras



Turismo

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Caça ao tesouro

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oras de voo e escalas nem sempre curtas: chegar até a Polinésia Francesa parece uma tarefa difícil, mas, uma vez lá, a gente descobre que a missão impossível é (querer) ir embora. Como os tesouros valiosos das lendas que navegam em seus mares, o arquipélago com sotaque francês é também escondido e cheio de mistérios – e muito mais rico do que se pode imaginar. Não importa o mapa que se tem em mãos (se via Los Angeles ou Chile, com paradas em Santiago e Ilha de Páscoa), o X está sempre na mandachuva Taiti, a ilha que por vezes leva a fama e o nome de todas as centenas de irmãs menores. Superada a burocracia de imigração, que dispensa o visto para brasileiros, alguém não tarda em lhe colocar em volta do pescoço um colar de flores. “É para que todos se lembrem de aproveitar o presente vivo, porque amanhã essas pétalas podem não mais ter essas cores”, explica um local, depois de um sonoro “Ia Orana!” – a saudação polinésia mais famosa. Embora sua tradução literal seja “bom dia” ou “boa tarde”, o verbete expressa um desejo de boas energias, de sucesso, de felicidade. Longe do vício cortês, o sorriso fácil que sucede o cumprimento deixa claro a natureza honesta desse bem-querer do povo local.

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Porta de entrada e saída de todo o arquipélago, a comuna de Papeete, no Taiti, também paga as contas das metrópoles: há certo congestionamento, e a vida ali segue num ritmo quase empresarial/industrial. Mas, diferentemente de outras capitais, essa pelo menos tem um belo cenário: praias de águas quentes e cristalinas. Do outro lado da ilha, em comunas onde eventualmente se pode acompanhar campeonatos de surfe, as coisas desaceleram um bocado e adotam ares de férias. À noite, de volta a Papeete, a dica é aproveitar os food trucks, que ficam todos estacionados num grande pátio. Bastante procurados por polinésios e turistas, os carrinhos oferecem de pizza e hambúrguer a pratos tipicamente franceses. Embora a maioria trabalhe apenas com dinheiro, alguns disponibilizam máquinas de cartão de crédito.

Esqueça os mapas e as lendas: as verdadeiras riquezas dos oceanos estão concentradas no arquipélago da Polinésia Francesa


Turismo

Com os mesmos recursos é possível adquirir, por 3.000 francos polinésios (algo como 35 dólares), uma passagem de ferry boat para fazer o traslado entre Papeete e Moorea, em uma viagem de 30 minutos, em uma embarcação muito bem-estruturada, com direito a ar condicionado e televisores coletivos. Com grandes janelas por todos os lados, é difícil desviar o olha da bela paisagem natural para deixá-los grudar na telinha. Com bangalôs sobre águas “azul-cartão-postal”, a ilha de Moorea tem duas baías e uma série de hotéis estrelados à disposição dos hóspedes. Por ser um tanto montanhosa e muito arborizada, a ilhota pode ser percorrida a bordo de um quadriciclo, buggy ou scooter – algumas alternativas divertidas às vans e carros particulares. Disponíveis a todos os maiores de idade habilitados, os veículos mais “aventureiros” são ideais para quem quer explorar pontos mais desertos da comuna e visitar restaurantes diferenciados – quase todos com vista para o mar e uma grande variação de frutos do mar, na qual se destaca o peixe mahi-mahi, verdadeira iguaria da região. Para quem optar por deixar de lado os prodígios motorizados e ficar apenas no hotel ou resort escolhido, a novidade é que, apesar do clima pacato, o tédio é arrastado para longe com a maré

turquesa. Boa parte das estalagens oferecem passeios de stand-up paddle, jet-ski, snorkel e muito mais. Perto da praia, arraias voadoras e pequenos tubarões-galhas-pretas aparecem em missão de paz, em busca de pequenos “mimos” que guias locais oferecem para que os animais colaborem com as fotos e as experiências dos visitantes. No Intercontinental Moorea, os hóspedes podem ainda conhecer de perto um santuário de tartarugas e acompanhar a evolução do quadro dos animais, que ficam ali somente para receber cuidados médicos. Também no hotel, um golfinho solitário faz firulas em seu pequeno aquário, ao alcance dos olhos dos mais curiosos. Para quem tem a sorte de ser mais livre que o pequeno mamífero, uma recomendação é se lançar em uma viagem privativa de catamarã. Diversas operadoras têm ações na capital, mas apenas a Tahiti Yacht Center é local – e já conta com quase 15 anos de atividades. Dona de 25 embarcações que comportam de seis a oito passageiros, a empresa trabalha com diversos tipos de pacote, inclusive algumas opções especiais para os chamados “honey mooners”, os casais em lua de mel, que são maioria no arquipélago. Antes de embarcar, os interessados podem montar o seu próprio roteiro com o auxílio da equipe, que pode, por exemplo, sugerir rotas alternativas para quem sofre com o balanço do mar. Apesar das dicas e macetes, o ideal é optar por uma viagem de uma semana, na qual os navegantes podem conhecer todas as principais ilhas da região. Um passeio a bordo de um catamarã com ar condicionado e banheiro privativo começa em US$ 5.400 por casal, com refeições e outras facilidades inclusas.

continua

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Turismo

Para grupos mais animados e exigentes, a operadora disponibiliza o barco Senso, por 27 mil dólares a semana. Nele, os oito passageiros podem usufruir o que há de melhor no segmento, inclusive deck para iPod e outras facilidades. A vantagem de ter mais de cem ilhas paradisíacas é saber que ao menos uma será exatamente como o cliente quer. A comuna de Tahaa, por exemplo, é mais low profile do que sua badalada vizinha Bora Bora. Embora se encontrem no horizonte azul que as une, a irmã menos famosa é a opção certeira para quem busca sossego em todas as suas vertentes. Estrela solitária da pequena ilha, o hotel Le Tahaa honra cada uma de suas estrelas: dos quartos em bangalôs sobre a água (com direito a partes do chão feitas de vidro) ao spa tropical, com tratamentos customizáveis e essências definidas ao sabor do cliente. Nessa área de bem-estar se destaca o programa de três

Tamanha beleza fisgou os olhares e os investimentos de grandes empresários e redes hoteleiras, que dedicaram à ilha grandes apostas. Four Seasons e St. Regis disputam o protagonismo da comuna, sendo que o primeiro é um pouco mais voltado para famílias do que o segundo, praticamente dominado por casais. Autoproclamado dono do maior bungalow over water do Pacífico Sul, o St. Regis foi o cenário da lua de mel de Nicole Kidman e Keith Urban, além de abrigar celebridades como Michelle Rodriguez e James Cameron – que dizem ser o responsável pela boa qualidade da internet por ali. Impecável em todos os detalhes, que deixam escapar a influência do feng-shui, o hotel optou por não construir nada em sua face principal, porque ali as águas são tão mansas e cristalinas que fazem as vezes de piscina. Ocupando um terreno de 20 hectares, o hotel disponibiliza carrinhos elétricos e bicicletas

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horas, seguido por uma singe napés e champanhe. Todo o hotel foi arquiteta homenagear os barcos e o m damentais para o funciona ilha. Uma das partes onde mais evidente é no restaura cularmente animado nas n quando dançarinos mostram coreografia tradicional ao so sia. Para fechar a noite em gr show de pirofagia arranca ap Ponto de escala para uns outros, Bora Bora é, sim, pa algum momento da viagem à Somente estando lá a gente todas as publicidades que c gião: a realidade é muito m tação inédita na maioria dos

para que os hóspedes possam transitar entre qualquer uma das 91 vilas e os três restaurantes de fine dinning, além de dois bares – entre eles o Aparima, onde trabalha o bartender eleito o melhor da Polinésia em 2014. As diárias no St. Regis Bora Bora começam em 1.250 euros, mas variam de acordo com a categoria da acomodação – que são nove ao todo, sendo a menor delas de 144 m², e a maior de 1.200 m², mas essa não fica sobre a água. Fora as hospedagens dignas de cinema, a ilha mais famosa do arquipélago também é a mais agitada: dezenas de experiências podem ser facilmente compradas ali, com o apoio do staff do hotel. As operadoras pegam os visitantes de barco, pela manhã, e os levam até o local combinado. Entre as sugestões de passeios apontadas pela Designer Tours, agência brasileira especializada no destino, as mais bacanas são o passeio de jet-ski, que dura algumas horas e faz pausas


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Turismo

ela degustação de ca-

ado e decorado para mar, dois itens funamento e sucesso da essa inspiração fica ante, que fica partinoites de terça-feira, m os movimentos da om da batida polinérande estilo, um belo plausos da plateia. e destino final para rada obrigatória em à Polinésia Francesa. consegue desmentir circulam sobre a remelhor – uma constas casos, como o meu.

estratégicas em belas praias – em uma delas a gente aprende até a extrair leite de coco – e no badalado restaurante Bloody Mary’s, dono de um cardápio enxuto, mas de atmosfera vibrante; e o tour que permite alimentar arraias e tubarões, que também vale o “medo”, porque o cenário é deslumbrante e a adrenalina corre solta quando se avista um tubarão-limão nadando exibido entre os turistas. Ainda na linha de exploração submarina, o mergulho com capacete nos leva para dentro de um filme ou desenho animado. Peixinhos coloridos ficam bem em frente aos seus olhos, mordiscando um pedaço de pão que é estrategicamente amarrado na altura do visor. Aviso: arraias bem-educadas costumam prestar visitas nesse passeio também. Crianças a partir de 6 anos podem participar dessa atividade, que dura aproximadamente 30 minutos. Já as tartarugas são mais facilmente encontradas no Le Meridian Bora Bora, que mantém um santuário todo dedicado à preservação da espécie. Hóspedes e visitantes podem experimentar nadar com as grandalhonas, desde que estejam sem nenhum tipo de protetor e respeitem todas as instruções dos guias e cuidadores. Essa experiência de nadar com as tartarugas acontece apenas duas vezes ao dia, sendo que, no máximo, oito pessoas podem nadar por vez. Passeio mais do que indicado para crianças e adultos, é necessário fazer reservas com certa antecedência. É importante frisar que, enquanto quem está alojado no Le Meridian não desembolsa nada pela atividade, os visitantes precisam comprar um day pass de 10 mil francos polinésios, e todo o dinheiro é revertido para o cuidado das tartarugas, que também ficam ali de passagem; só enquanto precisarem de cuidados médicos.

Quem conseguir se cansar do “glamour” de Bora Bora encontra refúgio no distante atol de Rangiroa, onde o hotel Kia Ora é o único personagem. Com vilas com direito a piscina privativa, é raro encontrar quem tenha coragem de deixar o conforto do quarto para explorar as instalações do hotel, que tem spa e fitness center. As únicas exceções, como se poderia esperar, são a praia e a piscina comum, com borda infinita: lá tem sempre algum casal ou grupo disposto a fazer amizade. Pequeno para quem vê, gigante para quem sente, Rangiroa é um dos melhores pontos para mergulho profundo da região – e é de lá que saem os barcos rumo à Blue Lagoon, uma ilha literalmente deserta e paradisíaca, onde os guias fazem uma espécie de churrasco e pequenos tubarões blacktip parecem se multiplicar na margem. Para completar essa experiência, que pede quase um dia inteiro, um mergulho de snorkel pelo chamado “aquário”: uma parede de coral riquíssima em vida marinha. Quem preferir desvendar essas belezas sem se molhar pode optar pelo Acqua Scope, um semissubmarino que permite que aventureiros conservadores observem toda a movimentação do mar do conforto de um barco, onde ficam sentados e refrigerados. Antes de pegar um dos muitos aviões que interligam as ilhas e voltar ao aeroporto de origem, em Papeete, os locais, sabendo de sua partida, trocam os colares de flores por um de conchas. “É para que os visitantes regressem um dia”, explicam, de novo com um sorriso nos lábios. Mesmo quem resistiu às investidas da beleza das pérolas da Polinésia Francesa, uma das mais aclamadas do mundo, volta para casa muito mais rico. E mais cheio de saudades também. Maururu, Taiti.

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Mulheres em Orlando

Superpoderosas Mulheres de Orlando têm tarde de aprendizado, networking e diversão

Não é preciso pesquisar muito para ver cenas que honrem a palavra “da vez”: sororidade. Segundo o dicionário, o termo designa “a aliança entre mulheres, baseada em empatia e companheirismo, em busca de um objetivo em comum”. Na prática, quem nos ensina esse belo e urgente conceito são as Mulheres em Orlando, que a cada semana agregam novas integrantes entorno de um assunto pertinente para a comunidade brasileira na Flórida. Desta vez, o grupo liderado pela promoter Erika Cavaliere se reuniu no Holy Grain Coffee Shop, e todas as presentes tiveram a oportunidade de esclarecer suas curiosidades e dúvidas importantes com a médica Lilian Alevato, uma das profissionais mais credenciadas da região. Em um misto de lazer e trabalho, as mulheres puderam estreitar seus laços, fazer networking e reter informação qualificada com quem entende do assunto -- foi uma tarde de e para mulheres superpoderosas, em todos os sentidos da palavra.

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Drinkologia

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PARA BEBER COM OS OLHOS Armazenado em um frasco exclusivo, o conhaque Ellipse é o centro das atenções

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Dona de mais de 40% do mercado de conhaque mundial, a Hennessy, uma das pioneiras no mercado de bebidas, criou o conhaque Ellipse, uma bebida diferenciada que propõe a comunhão entre paladar e visão. Com aroma de frutas cristalizadas e de rosas bravas, esse conhaque se destaca por ser comercializado em um decanter elíptico, especialmente projetado pelo designer premiado Thomas Bastide para a marca francesa. O frasco, todo feito em cristal Baccarat, foi concebido para ficar de pé em duas posições diferentes, o que garante que o produto seja o centro das atenções, não importa onde a bebida seja exposta. Com design claramente inspirado nos mais refinados frascos de perfume, a embalagem do Hennessy Ellipse apresenta linhas limpas, vidro transparente e detalhes em baixo-relevo estrategicamente posicionados. Cada produto é decorado com sete pontos especiais, realçando a exclusividade da bebida. Uma garrafa de Hennessy Ellipse pode ser adquirida por US$ 6.500. Mais popular entre os homens, a fabricante francesa é citada por rappers consagrados mundialmente em suas canções, que exaltam a qualidade e exclusividade da bebida.



Carpe Diem

O preço de fazer o bem

P

or trás da etiqueta de cada produto, uma empresa tenta superar sua meta pela enésima vez, lucrando mais que no ano anterior e do que os que vieram antes dela. Para tanto, cada companhia investe alto em design, novas tecnologias, campanhas atraentes e materiais diferenciados – equação que sempre funcionou bem até aqui. O raciocínio óbvio passa por uma reviravolta quando David Jones, executivo da agência de publicidade Havas, afirma que fazer algo positivo pelo mundo, em um futuro nada distante, é a melhor maneira de conquistar um novo consumidor. Autor do livro “Empresas que cuidam prosperam – por que os negócios que praticam o bem são os melhores negócios”, Jones enumera bons argumentos para mostrar que as pessoas estão mais conscientes quanto aos problemas do mundo e, por isso, tendem a valorizar fabricantes e negociantes que se mostrem igualmente cautelosos. Da mesma forma com que reconhecem um esforço nesse sentido, os clientes estão dispostos a “castigar” marcas que caminhem na direção contrária. Antes mesmo de o assunto virar tema de livro, ele já era tópico tratado com prioridade nos escritórios de grandes e tradicionais empresas. Confira a seguir os esforços e as ideias de grifes que entendem que nem tudo tem um preço.

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DVF Awards Abdicar do título de princesa não é grande esforço para quem não precisa de coroa ou trono para se fazer majestade. Diane von Fürstenberg já não pertence mais a uma família real, mas nem por isso foi destituída do status de alteza da alta-costura mundial. Depois de ganhar as passarelas mais importantes do cenário fashion com peças clássicas como o vestido-envelope, Diane investiu toda a sua influência em causas nobres, atraindo holofotes para situações antes esquecidas à sombra. Fazendo as vezes de símbolo e fã do poder feminino, a estilista criou, em 2010, o DVF Awards, premiação que homenageia mulheres-exemplos: comprometidas socialmente, usando seus recursos, empenho e visibilidade para transformar a vida de outras pessoas. Sobre a premissa “Be the woman you want to be” (“seja a mulher que você quer ser”, em português), o evento acontece anualmente e conta com cinco categorias, dentre as quais se destaca a People´s Voice Award, em que o público elege a vencedora, contemplada com US$ 50 mil – valor financiado pela “Diller-Von Furstenberg Family Foundation” para sustentar e expandir os projetos humanitários da campeã.


Grandes marcas enxergam o mundo além do lucro e lideram campanhas humanitárias

Save your logo Talvez nenhuma outra marca esteja tão associada à imagem de um animal como a Lacoste, que fez do crocodilo seu logotipo, tornando-o um símbolo de status e sofisticação. O pequeno réptil representa a marca desde a inauguração, em 1933, quando o tenista francês René Lacoste – apelidado de “O Crocodilo” por seu estilo agressivo – deixou as quadras para dedicar-se ao mundo da moda. Todo o pioneirismo diluído na raiz da grife veio à tona com o anúncio da participação da empresa na campanha “Save your logo”, encabeçada pelo Global Environment Facility (GEF), pelo Banco Mundial e pela International Union for Conservation of Nature. Essa iniciativa inédita e original visa convidar empresas e instituições a zelarem pelo bem-estar do animal ou planta encontrados em seus logotipos, contribuindo para a proteção da biodiversidade e chamando a atenção pública para causas mais nobres. Segundo informações, a Lacoste doou mais de 700 mil euros para proteger o crocodilo que corre risco de extinção e há décadas é estampado nas várias peças da marca. Tod’s traz vida nova ao Coliseu Rendido à própria sorte desde sua fundação, no ano 80 d.C., o Coliseu teve a estrutura fragilizada pela ação implacável do tempo, que levou à ruína boa parte das paredes colossais do monumento símbolo da cultura romana. Para salvá-lo de um desfecho aparentemente inevitável, a marca italiana de sapatos Tod’s destinou 25 milhões de euros à restauração do anfiteatro, cujas obras foram concluídas em meados de 2014. A nobre iniciativa partiu do próprio detentor

da grife, Diego Della Valle, que afirma sentir-se responsável por entregar esse “presente” a sua cidade natal, que é também berço da empresa por ele fundada na década de 70.

Pink Pony Fund Na linha de frente da guerra contra o câncer de mama, a Ralph Lauren muniu-se de sua arma mais poderosa: a moda. Lançada em 2000 a partir de uma iniciativa do próprio fundador da marca americana, a campanha Pink Pony Fund compreende a doação de 10% de toda a verba arrecadada com a venda de produtos da linha Pink Pony – criada especialmente para o programa beneficente. Todo o dinheiro coletado com a campanha é destinado a pesquisas, tratamentos, educação e diagnóstico precoce do câncer de mama, além de estimular e apoiar centros de tratamento médico e outros programas do gênero em comunidades carentes. Belvedere for RED Todos os anos, milhares de africanos são contagiados pelo vírus da Aids, que leva a óbito centenas de pessoas, muitas ainda crianças. Para mudar o futuro, a Belvedere, vodka premium do grupo LVMH, decidiu agir no presente, estabelecendo parceria com a fundação (RED), que visa a arrecadação de donativos para as vítimas do HIV na África. O acordo compreende a doação de parte da verba proveniente da venda de uma edição especial da bebida, a (BELVEDERE) RED Special Edition Bottle, que será disponibilizada em mais de 50 países em lojas, nightclubs, bares, restaurantes e aeroportos.

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Para anunciar: (407) 842-1211 27


Design

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LIGHT, OCEAN AND ACTION O azul do oceano e a luz dos raios solares são a inspiração para a nova série Blue Collection da Panerai. Conhecida por seus projetos sofisticados, a marca mergulha nas cores do mar e apresenta quatro modelos exclusivos de relógio com acabamento soleil satiné, que produz um efeito de difusão da luz semelhante ao observado no encontro do brilho do sol com as ondas marítimas. A paixão é parte fundamental da história e do sucesso da Panerai: para atender às necessidades militares da Marinha Real Italiana, a empresa criou instrumentos de alta precisão. Antes da Segunda Guerra Mundial, a marca apresentou os primeiros protótipos do modelo hoje conhecido como Radiomir, especialmente desenvolvidos para o Primeiro Comando do Grupo Submarino italiano. Em tempos de paz, para celebrar a forte ligação entre o mar e a Panerai, a marca nos presenteia com modelos como o novo Radiomir 1940 10 Days GMT Automatic Oro Rosso 45 mm – o relógio mais precioso da recém-lançada série Blue Collection. Seu fino e elegante mostrador azul com numerais arábicos luminosos é apresentado em uma

Tradição naval dita as regras na Panerai, que anuncia mais um modelo dedicado aos mares 28

surpreendente estrutura com 45 mm de diâmetro e acabamento polido feita de ouro vermelho – que contém elevada concentração de cobre, o que dá o tom avermelhado, e uma pequena porcentagem de platina, que impede a oxidação. Especialmente útil para aqueles que sempre viajam, é possível ver no mostrador um segundo fuso horário. A janela de safira na parte de trás do relógio permite a visão da sua sofisticada estrutura, e o modelo é equipado com o calibre P.2003/10, que garante dez dias de autonomia. Além disso, o novo Radiomir 1940 10 Days GMT Oro Rosso vem com uma bela pulseira azul feita de couro de jacaré com fivela de ouro vermelho.


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Editorial

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Negócios

O futuro é compartilhado

E agora

E

les falam de muros, nós construímos pontes – e abrimos portas, porque acreditamos que o futuro é colaborativo, sustentável e compartilhado. Talvez a melhor síntese do que está por vir seja mesmo um espaço de coworking como o Sbrubbles, que reúne em um mesmo ambiente profissionais de diferentes países, talentos e ambições – trabalhando juntos em um mesmo espaço e, às vezes, em um mesmo projeto também. Por trás desse escritório colaborativo recém-inaugurado em Orlando estão os cariocas Glauco Pochine, de 43 anos, e Leonardo Martins, de 45. Amigos de longa data, os dois sempre acompanharam de perto grandes tendências sociais, sobretudo a revolução proposta pela empresa americana WeWork, a, digamos, “mãe” do segmento de coworking. Com um crescimento exponencial, a gigante estadunidense é hoje avaliada em 16 bilhões de dólares e reconhecida como a mais bem-sucedidas do setor – mas nem por isso merece levar o crédito pela ideia toda. “Não houve uma pessoa que criou o coworking, porque, de uma forma ou outra, ele sempre existiu, mas alguém teve a sensibilidade (e sagacidade) de reconhecer a demanda e catalisar em um produto pertinente

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aos dias atuais, reunindo o melhor dos ambientes home-office, share-office spaces, e workcafés num único lugar, agregando o conceito de comunidade”, pontua Pochine. Sua reflexão acerca desse (não tão) novo mercado é resultado de vasta experiência: por quase uma década, Glauco Pochine atuou na área comercial do jornal O Globo, e deixou o conglomerado midiático apenas para voar mais alto – e solo. No mesmo Rio de Janeiro em que se criou, o executivo inaugurou também sua agência de publicidade, que por 13 anos testou todos os seus limites e o amadureceu, sobretudo como empreendedor. Quem também conta com essa experiência desafiadora de ser dono do próprio negócio é o outro sócio do Sbrubbles, Leonardo Martins, que dedicou 12 anos de vida ao mercado de comunicação digital – e antes disso atuou como executivo da área financeira de multinacionais como IBM, Guardian Industries e Brascan por cerca de dez anos. Seus caminhos, tão diferentes e parecidos, se cruzaram em 2013, mas a sintonia era tanta que já em 2014 rendeu fruto: juntos abriram uma agência de publicidade na Flórida, um negócio que permitia a ambos exercer suas habilidades.


Negócios

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Como bons brasileiros – e empreendedores –, os amigos e sócios não conseguiam, contudo, ficar parados em um mundo que muda tanto. Olhavam as cafeterias cheias de laptops abertos, reuniões abafadas pelo movimento e um mercado inteiro prontinho para ser abocanhado. Pois morderam. Inauguraram a Sbrubbles há dois meses e, para isso, contaram com a entrada do sócio-investidor, que viria a ser peça fundamental: o também carioca e engenheiro Rodrigo Berretta, com experiência corporativa em diversas empresas, incluindo passagens por Angola, antes de decidir mudar era vice-presidente da MH-Wirth, empresa norueguesa atuante no ramo de óleo e gás. O projeto ganhou mais força, e Berrett, que tem cidadania italiana, viabilizou seu visto E2 graças à 1a unidade do Sbrubbles, que garante sua permanência legal nos Estados Unidos. Embora seja recente, a inauguração do escritório compartilhado ganhou destaque na cidade de Orlando, tanto pelas instalações quanto pela localização. “Downtown é o coração financeiro da região, e é estratégico. Diversas empresas de tecnologia estão se instalando nos arredores, o que nos coloca no epicentro de uma revolução local”, explica Martins. As rotas de saída facilitadas são quase desnecessárias: os ambientes no Sbrubbles são tão bem desenhados e executados que nem dá vontade de sair. Ali os membros podem usufruir de dois lounges, cafeteria, salas de reuniões, serviço de front desk e mais, tudo isso 24 horas por dia, sete dias por semana. Os mimos continuam com frutas, snacks, bebidas quentes e geladas e a organização de eventos e festas que incentivem a integração dos profissionais alocados. Como acontece em

outros lugares semelhantes, esse também se tornou uma grande comunidade, com alto nível de engajamento e sociabilização. Vindos da Rússia, da China, da Índia, da Venezuela e de outros países, além de americanos e, claro, brasileiros, os membros do Sbrubbles têm o melhor dos dois mundos: a malemolência brasileira e o profissionalismo comprometido dos americanos. O espaço de coworking em Downtown Orlando é só o primeiro de muitos que estão por vir sob a mesma bandeira. “Queremos nos tornar referência aqui na Flórida, então nossos primeiros passos devem ser nos arredores mesmo, mas sonhamos em explorar novos horizontes também”, conta Pochine. As vantagens da inauguração de novas unidades são muitas e agradam a todos, uma vez que o público ganha mais opções, a empresa mais um poderio de ação, e os sócios, ferramentas para colaborar com estrangeiros que nutrem o sonho de migrar para os Estados Unidos – investir no projeto de expansão do Sbrubbles garante a aplicação aos vistos E2, como o de Berretta, e L1. As ambições grandes têm razões de ser: a demanda social já existe, e o formato do negócio está bastante difundido, num mercado jovem, de forma que não é necessário educar o cliente nesse sentido; a ponte já está construída, falta só quem a atravesse. Ou faltava, nesse caso. De pouco em pouco, os brasileiros vão ganhando o mundo como o conhecemos e criando outro: multidisciplinar, participativo e miscigenado – a cara do futuro.

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Negócios

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empresários

SÃO BEM-VINDOS

Rubia Marins tem ajudado pequenos e grandes empresários a conseguir sucesso em seus negócios nos Estados Unidos

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Não é apenas um trabalho, é um chamado – um amor inescapável: Rubia Marins, dedicou boa parte de sua carreira ao setor bancário, e depois de um rápido flerte com outra área, voltou aos braços aos quais pertence. Hoje parte integrante e fundamental da equipe do Seacoast Bank, Rubia resume bem seus talentos e responsabilidades: “Eu seguro na mão dos pequenos negócios e os ajudo a tornar-se bem-sucedidos”, explica. Formada em engenharia de informática, a baiana deixou sua terra natal para morar nos Estados Unidos há 17 anos. Aqui, como boa brasileira, tem os braços sempre abertos e as mãos sempre estendidas para ajudar o próximo – sobretudo na área que lhe compete, de administração e finanças. “Vejo muitos conterrâneos com boas ideias tentando investir na Flórida, mas quando não buscam ajuda e não estudam direito o mercado, acabam gastando muito dinheiro no lugar errado, e o negócio não vai para a frente”, explica. Lamentar a cena que se repetia com mais frequência que o aceitável não surtia efeito, então Rubia partiu para o ataque: fez diversos cursos, frequentou incontáveis seminários – inclusive alguns ministrados por grandes nomes, como Tony Robbins – e passou a auxiliar diversos empreendedores, não apenas os brasileiros. “Tenho ferramentas e conhecimento que beneficiam empresários de qualquer nacionalidade, mas sou especializada no mercado brasileiro, por questões óbvias”, pondera. A segurança na fala e nas atitudes da baiana tem sua razão de ser – Rubia viu de perto alguns dos cenários mais tenebrosos, como a crise de 2008, e garante que o jogo sempre pode virar a nosso favor, contanto que saibamos enxergar as oportunidades no caos. “Lembro de

uma empresa, a Construemax, que ‘aproveitou’ o crash do mercado imobiliário americano para investir na área de recuperação residencial – e eles nunca faturaram tanto”, exemplifica. Segundo a especialista, todos que desejam abrir um negócio, em qualquer parte do mundo, precisam de um estudo profundo, ou da consultoria de quem realmente entende do assunto. “Quem pretende abrir uma empresa ou inaugurar um projeto aqui nos Estados Unidos tem que entender a realidade e a rotina do povo americano, não é só replicar uma ideia que deu certo em outro lugar, com outra cultura”, pondera. Apesar das ressalvas, Rubia volta a insistir em que esse é um bom momento para se investir na Flórida, “mas não em qualquer coisa, e sobretudo em nada exclusivamente focado para o mercado brasileiro da região, que tem amargurado a alta do dólar”. Nos negócios, há mais mistérios entre o sucesso e o fracasso do que supõe a nossa vã filosofia, e ter alguém como Rubia na equipe faz toda a diferença.



Motor

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homenagem TAG Heuer e Triumph criam moto em

a Steve McQueen

Lançamento oficial da Bonneville Heuer em Paris com a presença de Lewis Hamilton Batizada de Bonneville Heuer, a motocicleta criada para homenagear o ator Steve McQueen é o resultado de uma parceria bem-sucedida entre a fabricante de motos italiana Triumph e uma das maiores produtoras de relógios, a suíça TAG Heuer. A sociedade entre as duas empresas ocorreu graças ao fato de ambas admirarem e respeitarem o trabalho de Steve McQueen, que era declaradamente fã dessas marcas. As cores usadas na moto, azul e laranja, foram inspiradas no modelo esportivo da Porsche que o personagem de McQueen dirigia no filme Le Mans (1971). Ademais, o relógio modelo TAG Heuer Mônaco, usado pelo ator no mesmo filme, comemora, em 2016, 46 anos. O relacionamento entre McQueen e as motos Triumph é nítido nas telonas, como observado no filme The Great Escape (1963), e fora delas.

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A montadora italiana lança, ainda neste ano, uma coleção de roupas que inclui uma jaqueta e uma camiseta que remetem a quando McQueen, montado em uma Triumph, competiu no Six Days Trials, na Alemanha. “Estamos felizes com o nosso papel nesse projeto tão excitante. A Triumph e a TAG Heuer Mônaco são objetos atemporais e celebram, respectivamente, seu 50° e 40° aniversário neste ano”, disse Neil Morley, porta-voz da Triumph, que continuou, afirmando que “A conexão entre o ator e as empresas foi algo muito natural”. A Triumph Bonneville foi criada em 1959 como reconhecimento aos recordes de velocidade batidos por Johnny Allen em Bonneville Salt Flats. As motos do modelo foram um sucesso instantâneo nos EUA e na Inglaterra e, mesmo depois de 50 anos, continuam sendo um ícone no segmento.



Cultura

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Arte com

alça

O mundo é portátil para quem não tem tempo a perder. A rotina deve, portanto, caber em uma bolsa – de preferência, discreta e elegante, que é para se adaptar às mais diferentes situações. Ou seja, o tipo de modelo que quase não se vê no mercado – aliás, não se via, porque Sofia Coppola resolveu ir à luta e desenhar a bolsa pela qual ansiava. Mais do que atender suas necessidades femininas de eficiência, praticidade e estética, desenhar essas bolsas foi um ato de obediência à artista que vive em nela – quase como o faz quando dirige um filme. Os processos de criação são tão semelhantes que, de acordo com a cineasta, as bolsas também contam uma história, uma muito especial: “Tem muito a ver com intuição criatividade, e com a inventabilidade”, pondera. Embora recente, a colaboração entre Louis Vuitton e a diretora foi tão bem-sucedida que outras parcerias talvez venham por aí – Coppola não descarta essa hipótese. Apesar das muitas investidas pelo mundo fashion, a artista não dedica muito tempo para pensar seu tão proclamado título de “ícone da moda”. “Eu só sei que tenho saudades de quando as coisas eram mais divertidas e nem tudo era criticado”, desabafa. De fato, desde que a cineasta conheceu e se apaixonou pelo maravilhoso mundo das bolsas, graças a ninguém menos que Marc Jacobs, muita coisa mudou: a moda, o mundo e ela mesma. De novo, para nossa sorte: a coleção Coppola da Louis Vuitton era tudo o que a gente queria e precisava, mas não sabia.

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Não há arte que lhe escape - e a sorte é toda nossa: depois de nos presentear com obras atemporais no cinema, Sofia Coppola assina uma coleção de bolsas Louis Vuitton que dialoga com a mulher moderna e seu tempo escasso


Apoio:


Solidariedade

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Gastromotiva virando o jogo no Rio de Janeiro

Olimpíada é bom e todo mundo gosta, mas medalha de ouro não enche barriga. Para esse mal, porém, entra em campo uma seleção afiada de chefs renomados – e a dupla de ataque é composta por ninguém menos que Daniel Hertz e Massimo Bottura, responsável pelo melhor restaurante do mundo. Os cozinheiros estrelados dão novo tempero a uma ideia saborosa, colocada em prática no ano passado, na Itália, quando os chefs aproveitaram o volume excedente de alimento para criar o Reffetorio Ambrosiano, que servia a comunidade. No Rio de Janeiro, os craques lideram o ReffetoRio Gastromotiva, que visa servir mais de 5.000 refeições nutritivas para quem precisa. “A ReffetoRio Gastromotiva irá trabalhar somente com ingredientes que estão prestes a ser desperdiçados… como frutas e vegetais em má condição ou iogurte que irá vencer em dois dias se você não comprá-lo”, disse Hertz à Thomson Reuters Foundation. Localizado no bairro da Lapa, o projeto não será extinto ao apagar da tocha olímpica – a ideia é que, com a ajuda de empresas parceiras, o refeitório comunitário dê continuidade a suas ações diárias. O sucesso da iniciativa passa pelas mãos do chef francês Alain Ducasse, do brasileiro Alex Atala e dos espanhóis Andoni Luis Adurezi e Joan Roca – todos com participação garantida no Gastromotiva.

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O projeto encabeçado por Massimo Bottura e Daniel Hertz combate o desperdício e a fome

Massimo Bottura

Durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o “Gastromotiva” oferecerá jantares somente às pessoas carentes. A partir do dia 19 de setembro, o restaurante abrirá ao público ao meio-dia com o conceito “pague o almoço e doe o jantar”. No final das contas – e dos Jogos –, parece que a nossa maior herança olímpica nada a tem a ver com esporte.


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Editorial

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Crônica

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Os guariteiros

Por Joselito Müller Jornalista Destemido

www.joselitomuller.com

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Chegou no fim da tarde ofegante, ainda que não tenha corrido mais que a distância entre o local em que havia estacionado o carro, do outro lado da rua, até o portão do fórum, onde foi barrado pelo guariteiro, que, tentando demonstrar educação, advertiu o doutor que precisaria verificar a documentação caso o motivo da entrada fosse fazer protocolo. – Só tem papel aqui, homem de Deus – disse o advogado empunhando um calhamaço enquanto fazia menção de ultrapassar o vigilante que obstruía o caminho. – São ordens, doutor – disse o homem estendendo a mão, na qual o suarento causídico entregou seus documentos. Enquanto Doutor Palhares, o advogado, tentava debalde abanar com uma das mãos suas adiposas carnes de cinquentão sedentário, o vigilante folheava os documentos por ele trazidos, como se estivesse a analisá-los. – O doutor vai me desculpar, mas a documentação aqui não vai poder ser recebida, porque faltam dados da qualificação civil do constituinte de Vossa Excelência – disse o funcionário com ares de magistrado. – Amigo, não estou para brincadeiras. O protocolo encerra em cinco minutos e hoje é meu último dia do prazo, portanto me devolva os papéis e libere a passagem, respondeu impaciente o advogado, que a essa altura já havia recuperado parcialmente o fôlego. O guariteiro pediu um minuto e interfonou para outro setor. Do local em que se encontrava, Palhares notou que o homem informava ao interlocutor o teor de sua petição e fazia questionamentos ininteligíveis. Não tardou e outro vigilante se fez presente no local. Demonstrando já saber do que se tratava a situação, pegou os documentos das mãos do

primeiro, olhou ligeiramente e balançou a cabeça negativamente. – Não vai poder ajuizar. – Mas que porra está acontecendo aqui? - perguntou o advogado impaciente. – O doutor deve ter conhecimento de que a comarca está fazendo uma força-tarefa para dar andamento mais célere aos processos, não é? – E o que uma coisa tem a ver com a outra, meu camarada? – Pois bem, o juiz determinou que a triagem começasse já no portão do fórum, para evitar que chegassem até ele pedidos sem cabimento. Isso vai evitar que ele perca tempo tendo que fundamentar pedidos que até nós, vigias, já sabemos que vão ser negados. No caso aqui – apontou para os papéis – falta um dos requisitos exigidos pela lei processual, então estou indeferindo o protocolo e infelizmente não há mais nada o que eu possa fazer – disse as últimas palavras já se virando para retornar para o interior da repartição. – Isso é sacanagem, não é não? É algum tipo de brincadeira, por acaso? Amigo, o protocolo vai fechar e eu preciso dar entrada na porra dessa petição! – Olha, falar desse jeito só vai piorar o problema. Isso é desacato, e o senhor pode ser preso – falou o primeiro guariteiro, que perguntou ao segundo se o que dissera estava correto, recebendo a confirmação com um aceno de cabeça. Palhares perscrutou o interior do fórum e notou que as luzes internas estavam sendo apagadas. Logo em seguida, os serventuários saíam em fila, como se a sirene da escola tivesse soado ao fim da aula. Olhou o relógio e viu que já havia perdido a hora. Não conteve a raiva, e antes de receber voz de prisão por “desacato à autoridade”, proferiu contra os guariteiros os impropérios mais sinceros de toda a sua vida.



Receitas

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Repolho

Recheado LIGHT Se o espírito olímpico acendeu a chama de uma vida mais saudável por aí, então queremos ajudá-lo a conquistar a medalha de ouro no quesito alimentação. A receita fica pronta em 30 minutinhos, rende 10 porções e é um show à parte quando o assunto é nutrientes e vitaminas. INGREDIENTES • 1 repolho • 1 cenoura grande ralada no ralo grosso • 1 cebola média picada • 2 tomates picados • 1/2 pimentão picado • Vagem picada e cozida no vapor (a gosto) • 1 a 2 latas de sardinha light • Sal a gosto • 1 colher (sopa) de azeite de oliva MODO DE PREPARO 1 - Despetale o repolho e coloque as folhas inteiras para cozinhar em água e sal. 2 - Amasse as sardinhas com um garfo e não se esqueça de retirar a espinha; em seguida, aqueça o azeite em uma frigideira e acrescente a cebola, os tomates, o pimentão, a cenoura e a vagem até que fiquem aquecidos. 3 - Em seguida, escorra as folhas do repolho e recheie com o refogado de sardinha, faça trouxinhas e sirva com molho, se desejar. 4 - Fica uma delícia com molho branco ou molho de tomate pronto. Donnell Medeiros adora experimentar e testar a culinária brasileira e regional.

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Tecnologia

Facebrasil Magazine | Edição 62

Capacete ThermaHelm

uma vida de diferença

ThermaHelm é o nome de um revolucionário capacete que, com sua tecnologia exclusiva, pode fazer a diferença na hora de salvar uma vida. Lesões na região da cabeça ocorrem em 80% de todos os acidentes que envolvem motocicletas. E, em ocasiões como essa, o inchaço do cérebro dentro do capacete e o tempo de socorro são decisivos. Este capacete ajuda a minimizar esse problema ao esfriar a cabeça do piloto logo após o acidente. Capacetes comuns agem como isolantes térmicos, pois contêm espuma de poliestireno em seu revestimento, mesmo material encontrado em refrigeradores, por exemplo. Em outras palavras, o capacete pode elevar ainda mais a temperatura corporal, causando danos cerebrais permanentes em casos de acidentes. O novo dispositivo, inventado por Jullian Preston-Powers, provoca uma reação química endotérmica no momento do impacto, fazendo com que o capacete esfrie a cabeça do motociclista, mantendo-a em uma temperatura segura e aumentando as chances de um resgate bem-sucedido.

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Em um acidente, o dispositivo esfria a cabeça do motociclista, mantendo-a em temperatura segura O produto foi submetido aos mais rigorosos testes de segurança e apresentou excelente desempenho em todos. Espera-se que a versão final seja equipada com GPS, câmera e Bluetooth. Será vendida por aproximadamente US$ 800.



Editorial Crítica literária

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Leitura obrigatória da literatura marginal

Por Cristian Fernandes

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Marina Filizola nasceu em São Paulo, em 1981. De espírito irrequieto, atuou em diversos campos profissionais – de modelo a artista circense, de campeã de canoa havaiana a atriz de minissérie global. Apresentou programas de TV, participou do reality show Hipertensão, na Globo, e encarnou a primeira personagem brasileira relacionada ao mundo da internet, a Internética, dos programas H e O Superpositivo, da Band. Nos últimos anos, decidiu enfrentar a montanha-russa das drogas com a literatura. Sua obra de estreia é “Leite em pó – crônicas de um vício” (Editora Planeta), apresentada como ficção explosiva, baseada na experiência da autora no mundo das drogas. Nesse livro de crônicas, o leitor vai se deparar com a prosa e a poesia ácida e sem filtro de Marina. Dependente química, a paulistana traz para as páginas impressas o delírio, a euforia e a loucura que as drogas lícitas e ilícitas imprimem no dia a dia de quem as consome. Seu papel de profissional, filha, irmã, tia e mãe é borrado, em alguns momentos, pelo efeito dessas substâncias. Mas Marina não se intimida e coloca tudo pra fora. Como uma metralhadora – por vezes sem vírgula, sem ponto, sem rédeas –, ela cospe no papel sua verborragia aturdida e atormentada, intercalando o psicodélico e o cotidiano. É difícil detectar as fronteiras

entre o real e a alucinação. Apesar da dura realidade de quem luta contra a dependência química – incurável, mas tratável –, o senso de humor também faz parte, principalmente nos textos em que ela faz referência ao filho Logan (como em “Mãe-polvo” e “Aceita que dói menos”). “Dezenove anos atrás, eu jamais poderia imaginar que um dia faria parte da gorda fatia de dependentes químicos da nossa sociedade”, escreveu Marina em um artigo da revista Trip. E continua: “A dependência química é uma das doenças mais solitárias e tristes que existem. Os portadores de outras doenças progressivas e incuráveis têm, na maior parte das vezes, o auxílio, a solidariedade e o apoio de familiares e amigos. Mas quando o assunto é drogas, a sociedade ainda é bastante ignorante. Esse universo é sombrio e distante para muitas pessoas, até mesmo para aquelas estudadas que dizem ser solidárias, mas que, ao ver que a falência espiritual é muito mais profunda do que se pode imaginar, se assustam”. Marina saiu de casa aos 17 anos, mas já fumava maconha na escola aos 14, na época do handebol, no recreio com os amiguinhos, e fez de tudo um pouco na vida, afundando-se cada vez mais em todo tipo de drogas pesadas que lhe foram apresentadas. Quando estava


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no auge de seu ofício de atriz e aparições no show business, viu de tudo. “A droga está em todo lugar. Nas festas, nas produções ou nas igrejas. Eu vi todo tipo de gente famosa se drogar pesado, mas não vou dizer os nomes.” A realidade das drogas, pelo menos por um período, estava dentro de uma vida aparentemente funcional. Marina comenta que cresceu “uma menina ativa, atleta, ligada à arte da escrita, da interpretação, às artes circenses, à música brasileira. Sempre muito bem engajada socialmente. Comecei a trabalhar como modelo aos 14 anos e nunca mais parei. Participei de inúmeras campanhas de sucesso, propagandas, catálogos e desfiles. Sempre fui uma modelo muito bem cotada, sempre indicada para campanhas de esporte, muito reconhecida entre os produtores de cinema. Era um mercado fascinante e perigoso para um dependente químico, permeado de festas e flashes”. Em tudo o que fazia na vida, Marina estava sempre rodeada pelas drogas. Foi atleta e passou anos competindo em diversos tipos de esporte. Além disso, foi trapezista aérea em circo, nessa busca constante de ir além dos limites. “A obsessão na minha vida mudava de foco de tempos em tempos, mas sempre estava presente em tudo o que eu fizesse”, comenta. E se lembra de um episódio marcante dessa fase: “Minha mãe, uma vez, num campeonato de canoa havaiana em Santos, depois de eu ganhar o pódio em três categorias diferentes, ao me dar parabéns me disse: ‘E das drogas, quando você vai ganhar?’. Isso ficou marcado para sempre na minha memória. Me lembro como se fosse hoje. Eu

Crítica literária

nunca mais consegui parar de pensar nisso”. Apesar disso, a situação continuou até ficar incontrolável. Marina começou a ficar cada vez mais isolada da família, passando inclusive noites e fins de semana em favelas. Teve dois princípios de overdose, uma tentativa frustrada de se suicidar, crises de alucinação. “É um desespero indescritível perder o controle sobre as próprias escolhas.” O clique para deixar esse mundo veio com Chico, um inseparável golden retriever. “Foi um momento impactante quando Chico passou a não comer e vomitar. Ouvi de um veterinário que ele estava imitando o meu comportamento padrão”, lembra. Esse foi um dos motivos que a levaram a procurar ajuda. Marina sabe que tem uma predisposição genética incurável, mas percebeu a tempo que tinha que se tratar. “Eu estava no isolamento total, virada havia 12 dias. Aí peguei meu carro, usei mais droga, larguei, peguei a bike e fui até o Narcóticos Anônimos. Hoje aquela toalhinha azul do N.A. (referindo-se a um símbolo do grupo) é a imagem da salvação pra mim”, conta, enchendo a boca pra dizer que está há três anos, cinco meses, dez dias e pouco mais de 24 horas “limpa” depois que começou a frequentar os N.A., jogando tudo para o alto em troca de sua sobrevivência. “Eu só queria dizer que foi lá que salvei minha vida. Descobri uma nova forma de viver. E mudei meu destino para sempre”, conclui Marina.

Leite em pó – crônicas de um vício (Editora Planeta) Marina Filizola Ficção explosiva, baseada na experiência da autora no mundo decadente das drogas.

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Editorial Face To Face

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Assim

seja

Quando a gente entra em contato com um novo idioma, descobrimos novas palavras difíceis de traduzir, mas fáceis de entender. Saudade é um exemplo que a gente conhece bem: em qualquer outra língua, temos de nos contentar com expressões semelhantes para reproduzir um pensamento (ou sentimento) tão familiar.

Marco Alevato MBA Publisher www.facebrasil.net

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O que significa? No árabe, a expressão “maktub” se enquadra bem nessa categoria. Embora não tenha uma tradução exata, ela quer dizer algo como “estava escrito” – o nosso bom e velho “era para ser”. Mas o motivo pelo qual vos escrevo isso passa longe de questões linguísticas. Apelo à sabedoria “maktub” para tratar de uma questão que tem ganhado fôlego: brasileiros recém-chegados aos EUA enfrentando problemas com brasileiros já estabelecidos por aqui. Sei na pele que a adaptação em terras estrangeiras é complicada e, sem tomar partido de um ou de outro, apenas como observador, acredito que muitos desses problemas têm raízes na formação do povo brasileiro – mas provar esse ponto de vista requer grande estudo, e não é esse meu objetivo. O que gostaria é tão simplesmente que o respeito de quem chega espelhasse o respeito de quem já está. Talvez falte um pouco de maturidade. De qualquer forma, vale dizer mais uma vez que vida de imigrante não é nada fácil: muitos que aqui chegam, por muitos motivos, não ficam – uns por conta da saudade, outros por conta do idioma, outros por conta do dinheiro. Isso sempre foi assim e sempre será. Nos meus muitos anos de imigrante, cheguei à conclusão de que os que conseguem ficar são os sem limites ou, como se diz aqui, os “limitless”.

Recentemente, porém, passamos a ter de nos relacionar com os famigerados grupos do Facebook, que são mais ou menos como a vizinha fofoqueira: ninguém dá muita atenção, mas todo mundo comenta e abre as portas e os ouvidos para saber da desgraça alheia. Outra verdade é que os que ajudam(-se) são muito poucos – mas isso é outra história.

Jogos Olímpicos 2016 O show de abertura dos Jogos de verão no Rio de Janeiro, minha cidade natal, no novo Maracanã, foi espetacular. Independentemente dos problemas do entorno, se a última coisa que sobrasse da humanidade fosse uma cópia do show, poderíamos nos orgulhar de nossa espécie, foi um milagre. Não na minha opinião, foi a prova de que a competência faz a diferença – e assim é também a Facebrasil: um milagre de Deus, realizado por muitas mãos competentes, que todos os meses conseguem se reinventar e ser, a cada edição, a revista mais bonita de nossa comunidade. Mais do que todo o conteúdo original aqui nestas páginas, levamos ao ar nosso novo website – que está lindo e merece a sua visita! Outro milagre que também é fruto de muito trabalho diário é a nossa nova página do Facebook, que passou a ser gerida à luz de novos conceitos. Começamos tudo do zero, para fazer bem feito – e ainda tem muita coisa boa por vir. A Facebrasil é assim: respeita quem está de passagem e quem veio definitivamente, porque, no final das contas, todos construímos uma comunidade brasileira com o melhor de cada brasileiro – mas isso é sorte. Maktub! A festa continua. Até a próxima!




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