#17 PROTECT EDITION

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DIRETOR DE IMAGEM E FOTOGRAFIA Pedro Afonso

DIRETOR Fábio Sernadas

COORDENADOR DE MODA Fábio Sernadas COORDENADORA DE CULTURA E LIFESTYLE Patricia Silva MODA Rafael Moreira Cristiano Teodoro Ana Patricio Patrícia Dias Rita Castro Mara Craveiro Luis Assunção Pedro Rocha Sofia Craveiro REDAÇÃO Ivânia Cardoso, Cátia Pimenta, Solange Rodrigues, Márcia Mendonça, Letícia Carvalho, Rita Luz COORDENADOR DE PAGINAÇÃO Fernando Leitão EDIÇÃO E PAGINÇÃO Luis Carlos Patricia Meinedo Daniela Faria Bruna Pires INFORMÁTICA Pedro Rocha CONSELHO EDITORIAL Fábio Sernadas, Pedro Afonso, Patrícia Silva e Fernando Leitão A FAIRE é uma revista mensal, direcionada para o público curioso, também com uma plataforma online. A FAIRE foca-se em moda, mas abrange temas como beleza, cultura e lifestyle. A FAIRE compromete-se a apoiar editorialmente a moda e projetos inovadores. A FAIRE nunca se deixará condicionar por interesses partidários ou por qualquer lógica de grupo, assumindo responsabilidade apenas perante os que pode desempenhar um papel importante ao nível da sensibilização social, promovendo uma sociedade mais informada e igualitária. A FAIRE dirige-se a um público de todos os meios sociais e de todas as profissões. A FAIRE estará sempre atenta à inovação, promovendo a interação com os seus leitores.



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Carta do Diretor KARL, MERCI SHOPPING FASHION WEEKS REPORT AMBIGUIDADE

NOBRAND MARTA PINTO RIBEIRO


O QUE ELES NOS VÃO MOSTRAR

26

ENTRUDO

28 62

CENÁRIO MONTADO E LUZES ALINHADAS

66

TIAGO GARCIA

72

ROSTOS

BORDALO II BoCA

74 78


89

COMÉRCIO TRADICIONAL

90 108 TRÊS MULHERES E MEIA O SURGIMENTO DA CULTURA 110 DE VIGILÂNCIA A LITTLE BRIGHTNESS INTO OUR LIVES


PRIMAVERA É DESCULPA, SIM SENHOR!

112

114 JÚLIO E INÊS TORCATO 116

UM DESFILE DE MODA UM MECANISMO DE GLOBALIZAÇÃO

FASHION MAGAZINES ALL THIS IS FRAGILE

118 120



CARTA DO DIRETOR

Numa edição onde os rostos são a chave primordial, que o mistério é o nosso foco. Quisemos simplesmente proteger e proteger aquilo que é nosso. Proteger o nosso produto, os nossos designers. Fomos para as ruas fotografar, abordar cada pessoa que achamos que seria a tal e pedir-lhe para perder do minutos do seu tempo por nós. E sabem, percebi uma coisa muito valiosa, as pessoas dedicam-se, as pessoas disponibilizaram-se de uma forma tão humilde e de gratidão que não há palavras para isso. E cada leitor pode perder dois minutos do seu tempo e ler o nosso conteúdo. Fomos ao calçado, à joalharia, ao interior da cidade do Porto, a cidade que abraça e faz com que a FAIRE seja a única revista portuguesa de moda portuguesa no norte. Falamos com país e filhos, não fosse março o mês do dia do Pai. Já não é a primeira vez que o digo, não gosto de escrever sobre cada edição. Não gosto de contar, gosto que os leitores entendam o nosso trabalho. Que façam eles as suas próprias conclusões. Proteger significa, defender e nós mais uma edição defendemos o que é Portugês, defendemos a moda portuguesa e enaltecemos os nossos produtos, as nossas marcas. Quero agradecer a toda a equipa, incansável edição para edição. A todos os entrevistados e a todos os colaboradores. O diretor,


KA RL , MERCI L AG E R F E LD - S O N H O S , A RT E E OT IMIS MO Lagerfeld sempre foi um visionรกrio, um pensador capaz de interpretar elementos e acontecimentos e traduzi-los em sonhos de passerelle.

por Sofia Craveiro


Optámos por não fazer mais um relato histórico do percurso incontornável e inspirador daquela que é a maior figura da moda deste século e do outro. Karl Lagerfeld não gostava de olhar para o passado. Em sua honra, não o faremos. Preferimos antes seguir o exemplo e pensar a moda como a criatura mutante que é, sempre diferente mas continuamente fascinante. A morte de Lagerfeld significa a perda de um ícone. Karl desdobrava-se em trabalho, fazendo-nos equipará-lo a um Da Vinci da contemporaneidade: multitasker, fantástico, superpoderoso e permanentemente insatisfeito. Não é assim que são os heroís? Não é assim que se criam as lendas? A sua capacidade de resiliência e constante reinvenção é o que nos faz levantar os pés da terra e continuar a sonhar com o dia em que conseguiremos fazer um terço disso tudo. É esse sonho que nos distrai da nossa mundana realidade. Mais do que o que criava, Lagerfeld era (e continua a ser) importante por tudo o que representa. Numa recente edição especial a revista TIME afirma que a arte é “antídoto para o nosso tempo”. De facto, não podiamos estar mais de acordo. Vivemos numa realidade que se encolhe cada vez

mais em políticas conservadoras, imagens fabricadas e manifestações de ativismo exacerbado naquilo que parece ser um pessimismo generalizado. Quase tudo é encarado negativamente ou como uma possibilidade de resultar em desastre. Afinal ver as coisas pelo lado negativo tem o seu quê de reconfortante (faz-nos sentir protegidos da desilusão). No meio deste desânimo negativista tem de haver algo que nos faça esquecer deste mundo malévolo e malintencionado que é o nosso. A arte é precisamente isso: “Art doesn’t just imitate life. It infuses it with a radical kind of hope.”- disse Darren Walker à referida revista Time. A arte é um mar de possibilidades, sendo nenhuma delas errada. É esta liberdade que nos traz um pouco mais de otimismo. Lagerfeld era muitas coisas, e essa era a sua arte: ser tudo sem perder a sua identidade. A capacidade de reinvenção associada a uma figura imutável de indiferença elegante inspira-nos e torna-nos otimistas de novo. Tal como a sua antecessora Gabrielle Chanel, Karl Lagerfeld é um ícone de moda em si mesmo e incorpora tudo o que ela representa. Tal como a sua antecessora Karl é uma lenda. E as lendas vivem para sempre.








por Cristiano Teodoro

M GU A ID DE A BI

Ambiguidade é uma daquelas palavras que usamos quando falamos num tom mais sério. Facilmente a substituímos por dúvida ou incerteza, que pode resultar numa confusão da qual não conseguimos sair. Não, não vamos falar neste tom “shakesperiano” durante toda esta reflexão: “To be or not to be?, That’s the question.” (haverá pergunta ambígua mais famosa que esta?). Vamos refletir e tentar responder há questão: “Será que estamos a viver uma ambiguidade na moda?”.

O local é Milão e estamos a viver a Semana de Moda de janeiro passado. Ingredientes garantidos: estilo, roupa (muita roupa), pessoas, fotografias, redes sociais, uma panóplia de fenómenos e materiais que fazem o maravilhoso bolo das passadeiras, desfiles e tendências. “É nosso dever como designers, propor algo novo ao mercado, e não apenas seguir as necessidades atuais do mercado”, disse Alessandro Dell’Acqua sobre as propostas da N21. No decorrer da semana vemos que as coleções dos diversos designers são, por incrível que pareça, diferentes e iguais como nunca. Diferentes porque cada casa tem a sua identidade e iguais porque todas estão a passar pelo mesmo processo de dúvida: estamos a criar roupa para quem? Claro que cada pessoa se identifica com determinadamarca, portanto a probabilidade de comprar essa e não outra é superior, mas as linhas, os cortes, os padrões e os tecidos gritam que são para todos. Está a viver-se uma fluidez de género na moda.


ssa realidade é alimentada, à primeira vista, pelas cores neutras: brancos, cinzas, amarelos, azuis. Miguel Vieira, o estilista português com presença na Semana de Moda de Milão, é uma das provas do fenómeno. Numa outra perspetiva, vemos que as linhas são semelhantes, de corte mais largo, não sendo identificável o género que a vai usar. Surge ou ressurge uma certa formalidade, mas sempre com uma perspetiva ambígua. Ou não. Se formos ver a coleção da Emporio Armani, vemos uma coleção mais desportiva e de formas fluídas.

Já Rocco Iannone cria para a Pal Zileri roupa para o dia-a-dia. Nalguns casos nem sabemos qual o género do manequim que está a desfilar. Obrigado N21. A Versace aposta em padrões praticamente iguais para homem e senhora, apenas com alguma variação de cor – vermelho e branco. O mesmo se passa em Londres com a Burberry ou em Paris com a Balmain. Em Lisboa temos Luís Carvalho como uma referência quando falamos na ambiguidade na moda. Na sua coleção Primavera-Verão, a Cherry, o designer brinda-nos com diferentes tecidos e com uma paleta de cores a rondar os brancos, negros, azuis e verdes tropa. Uma das peças, mostrada por uma manequim do género feminino, foi já utilizada por Conan Osíris. Estes são alguns dos exemplos dos tempos que estamos a viver. Numa perspetiva social, a moda contribui para a perceção do corpo e do género. Durantes décadas, a moda estava estereotipada com peças específicas para géneros binários: homem e

mulher. Ao longo dos últimos anos deste século, as marcas procuram cada vez mais criar peças dentro de uma não normatividade e com uma perspetiva androginia e de auto-expressão. Afinal a arte de vestir é a arte de nos sentimos bem com o que estamos a usar. Desta forma, na MISC MAGAZINE, Ilva Parkins e Laura Dempsey traçam três direções que a moda pode tomar: 1) a expressão hipergenerizada; 2) a androginia e; 3) a visão de que o género se torna um conceito fluído. Seja qual for a direção, esta vai ajudar a sociedade a luta contra as questões de género.


por Rafael Moreira

NOBRAND

“Quando pensamos no cliente, pensamos em alguém com grande precessão do detalhe e inconformado com o mercado.”

A Nobrand é uma das mais conhecidas marcas portuguesas de calçado feito à mão, uma referência mundial, surgiu em 1988 e foi desde então que sempre se destacou pela sua intemporalidade, criatividade e qualidade. O seu nome remonta à sua origem, quando “naquela altura era uma marca outsider com um espírito rebelde” e o famoso slogan veio simultaneamente para reforçar a existência de uma marca própria. Estivemos à conversa com a Nobrand e foi então que soubemos que, após mais de 30 anos, está uma marca mais sólida ao seu ADN, com um maior espírito crítico e uma especial atenção pelo detalhe que a permite estar um passo à frente no que diz respeito à elegância, à descontração e ao design. Uma marca casual que tenta sempre otimizar o produto, dedicando-se a fornecer originalidade a todas as faixas etárias.

Sempre com vontade de dar mais e melhor, pretende proporcionar ao seu cliente um andar confortável e com a devida qualidade, defendendo que “ao ter um pé no passado e outro no futuro, a Nobrand continua criando o novo, nunca subestimando o antigo”, com a consciência de que a boa aparência e o estilo são fatores importantes nos dias de hoje. O calçado português é reconhecido internacionalmente pela sua qualidade, mas poucas são como a Nobrand, uma marca lusa de dimensão internacional, o que pode estar refletido na “falta noção de marca que existe em Portugal, ter uma fábrica é bem diferente de ter uma marca, fora de Portugal somos vistos como um país que produz bons sapatos, isso cria muitos constrangimentos a quem trabalha as marcas...”.

“THERE’S NO BRAND LIKE NOBRAND”


A moda também é afirmação e o que a Nobrand afirmou à FAIRE, foi que o seu principal objetivo passa por evitar o “cliché” deste setor e pensar na marca “como um bem comum e nos sapatos como objetos de culto, tentar desviar a imagem de Portugal como país produtor e pensar em Portugal como indústria criativa”. O limite é a imaginação e como se costuma dizer: “Quem corre por gosto não cansa” e é ao lado de grandes marcas e costureiros que a Nobrand, ao longo da sua carreira, tem apresentado as suas coleções em vários eventos e semanas de moda internacionais e está presente em mais de 20 mercados em território estrangeiro nomeadamente China, Canadá e Alemanha conseguindo empregar mais de 120 operários.

Valorizando sempre a experiência, para o futuro, a marca pretende explorar mais a comunicação e a sua própria linguagem, garantindo bastantes colaborações com designers, artistas plásticos para fornecer a energia merecida aos seus consumidores. “É assim que vemos a Nobrand do futuro, colaborações e muita gente envolvida no bem comum que é a Nobrand.”

DE FELGUEIRAS PARA O MUNDO...


MARTA PINTO RIBEIRO A MULHER E A MARCA por Cristiano Teodoro

Estivemos à conversa com Marta Pinto Ribeiro e descobrimos a pessoa, a família, a infância e a arte. Percebemos que está quase sempre em casa, que gosta de dançar e que é social, porém recatada. No meio de jóias de autor e arte no seu estado puro fomos à descoberta da Marta, a mulher e da Marta, a marca.


Marta,

Quando vemos uma peça artística, nunca pensamos na pessoa que a criou. Vemos a beleza da peça, mas sem imaginarmos de onde vem a pessoa, a quem pertence o nome que está escrito nas redondezas do artigo. Marta Pinto Ribeiro nasceu no Porto no início da década de oitenta e é um nome de destaque quando falamos de joalharia de autor na Invicta. Assume-se como uma pessoa de sorriso fácil, apesar de não gostar de se caracterizar. Defende que a perceção do que os outros têm de nós é mais verdadeira. Os primeiros anos da sua vida foram vivido em Mindelo, a brincar na rua, irrequieta e com vontade de descobrir. “Explorávamos tudo o que havia nas redondezas: casas abandonadas ou em construção, pinhais, o que quer que fosse. Tudo acabava por ser pretexto para criar histórias ou inventar brincadeiras. Andava de bicicleta, jogava à bola, às escondidas, o que quer que fosse. Eramos um pesadelo para muitos vizinhos”, conta Marta à FAIRE. Estas brincadeiras de rua foram motivo para, hoje, Marta assumir que é

“impaciente em relação às coisas e paciente com as pessoas”, pois sempre esteve rodeada delas. Gosta de arte no estado puro: joalharia, fotografia, arte plástica. Já trabalhou e adora a área da produção e programação de eventos. Apesar de o seu avô ter uma oficina de ourivesaria, a sua infância não foi cingida a esse espaço. O gosto pela joalharia só surgiu anos mais tarde, depois da Escola de Belas Artes, onde estudou Escultura. Foi aquando a inscrição num curso noturno e Técnicas de Joalharia que surgiu este amor, “isto porque, eu e uma amiga tivemos umas ideias de produzir uma série de acessórios, já não me lembro bem com que sentido, mas foi por isso que me inscrevi nesse curso”, diz-nos. Assim, meio ao acaso, a arte das jóias tomou-lhe o pouco tempo que tinha. Conciliava com as aulas, o trabalho num teatro e a experimentação.


Falhar até acertar A oficina esteve sempre lá. Ainda está, pois é lá que trabalha. Mas até ao que sente hoje pela joalharia percorreu um longo caminho de experiências. As mãos na massa foram incentivadas pelo avô. Foi ele, que na altura do curso noturno de Marta, a ajudou e mostrou-lhe outras técnicas que ele próprio criou com as suas experiências. Orgulhoso e exigente: “não me facilitava a vida”, desabafa Marta, com um toque de saudade.

Porém, não houve amor à primeira vista com a joalharia, Marta via a arte das jóias como um trabalho sujo e demasiado mecânico. O grande fascínio era com o espaço onde o trabalho acontecia: “se calhar, mais do que a joalharia, talvez esteja no sangue o gosto pelo trabalho na oficina, pelas máquinas e pela experimenMas como é que isso se traduziu na prática? A autora tação”. explica que “na formação, para soldar, nós usávamos sempre maçarico de mão, o que agora uso. Com o Se os olhos são o espelho da alma, a marca Marta meu avô e na oficina dele, eu tinha sempre de usar Pinto Ribeiro é indissociável da pessoa que a criou. o maçarico de boca, era muito difícil”. Mas hoje assume que ainda utiliza ferramentas e técnicas que fo- Sempre a reinventar-se mantém a elegância e contemram ensinadas com o avô, apesar de utilizar outras poraneidade de sempre: “é uma marca que procura que facilitam o trabalho. Um misto de modernidade e apresentar peças elegantes e de alguma forma irrevamor familiar que resultam em peças com um visual erentes, que se destaquem em quem as usa sem se socontemporâneo. breporem à própria pessoa.

“se calhar, mais do que a joalharia, talvez esteja no sangue o gosto pelo trabalho na oficina, pelas máquinas e pela experimentação”


A MARCA Marta Pinto Ribeiro

Marta assume já ter tido vários bloqueios criativos. Assume que nessas situações o melhor é arejar, “para contornar a situação fazem-se outras coisas como ir ao cinema, ler, ver exposições, estar com pessoas e esperar que passe”. Trabalha com música e tem pausas para dançar. Agitar o corpo para que a criatividade Cada coleção é fiel a si própria, mantendo a identidade não se esgote. da marca. De nomes únicos “Rosa”, “Heritage”, “Deco” ou “Wave” surgiram ou de uma imagem ou objeto ou da tentativa-erro, de experimentação de formas. É para senhoras entre os 40 e os 60 anos, que querem mostrar-se confiantes e confortáveis consigo e com os outros. É uma marca que pretende fazer com que as pessoas que usam as suas peças se sintam confortáveis e ainda mais bonitas, como se quisessem dizer mais sobre si ao mundo”. As inspirações gerais são os elementos naturais no formato bruto que casam com a geometria.


Joalharia portuguesa: a proteção desejada

Esgotada não está a joalharia em Portugal. Marta traça o seguinte panorama: “vejo dois tipos de joalharia em Portugal, uma mais tradicional, com as técnicas e os desenhos de sempre e outra mais direcionada para o design, mais arrojada muitas vezes, mas com a qualidade da primeira”. Conta ainda que, cada vez mais, as jóias criadas em Portugal, são reconhecidas internacionalmente o que a ajuda a crescer e a ganhar notoriedade, conquistando novos públicos.

Um dar e receber entre jóia e público. O desafio é a valorização da joalharia de autor enquanto produto que concorre com marcas de fast fashion.

Marta defende que “se as pessoas começaram a valorizar e preferir os produtos que sabem de onde vêm e por quem são feitos, peças feitas em pequena escala, que as façam diferenciar de todas as outras, mesmo que seja um nicho pequeno, isso poderá fazer com que joalharia de autor seja valorizada e por A marca de Marta fortalece o objetivo da joalharia em consequência protegida”. geral. Aos olhos da artista, a auto-estima é melhorada, as relações que consigo e com os outros tornam-se Num mundo onde super-herois fazem as brincadeiras melhores, quando quem usa jóias se sente diferente, é dos mais pequenos, será a joalharia de autor a proteção como que a joalharia fosse um escudo protetor. Que dos adultos? como tudo, precisa da sua própria proteção.



O QUE ELES NOS VÃO MOSTRAR!

por Rafael Moreira

São vários os países que começam a melhorar as suas condições para receber os maiores nomes da moda a nível internacional. São vários os desfiles a acontecerem nestes dias: desde Londres, Milão, Paris, Berlim ou Nova Iorque, onde podemos encontrar inúmeros designers a inovar e outros a arriscar. Portugal, no que diz respeito a beleza, não fica nada atrás dos restantes e fomos então falar com alguns dos nossos designers para sabermos o que esperar para as coleções Outono/Inverno 19-20.


ALEXANDRA MOURA

AMBITIOUS

Para esta coleção, por parte da Ambitious podemos esperar uma coleção diversificada fruto da projeção internacional que a marca conseguiu atingir devido ao fruto do seu trabalho. As linhas muito streetwear, casuais e bastante fortes estarão bem presentes, o que se reflete num grande cuidado na escolha de materiais onde é notório o design e todos os detalhes associados. Uma marca onde a ambição se encontra na totalidade de cada peça criada para o conforto do cliente se posicionar sempre mais à frente. E são as linhas casuais e os tons escuros de inverno como por exemplo o azul marinho, preto e castanho que darão destaque aos detalhes em cores vivas e fluorescentes.

NYCOLE Esta coleção proposta para o Outono/Inverno 2018 teve como ponto de partida a consciência de que a população está a começar a saturar-se do ritmo alucinante a que avança o mundo virtual. A overdose de tecnologia que é marcada pelo excesso de informação recebida através dos suportes digitais, fazem com que se tenha perdido o contacto físico entre pessoas. Esta coleção tem como inspiração o álbum de techno/minimal intitulado de “Persona” do DJ Rival Consoles. Inspirado nos créditos de abertura do filme homônimo de Ingmar Bergman, personifica a exploração da persona, a diferença entre como nos vemos e como os outros nos vêem, A paleta de cores, é composta por preto, branco e laranja influenciada pelas cores da capa do álbum com a adição do verde kaki, cor representativa da influência retro.

Para este ano, a grande Alexandra Moura foi até ao norte de Portugal e para esta coleção decidiu homenagear Rosa Ramalho: ceramista e figura emblemática da olaria tradicional portuguesa. Numa viagem que Alexandra faz para outro mundo onde contrasta a sua visão visionária com a sua vida rural simples e a estética, a elegância e o conforto, acompanham mais uma vez os projetos da designer lisboeta. Uma coleção composta de tule, flanela de algodão, lã, veludo, jersey metálico e denim onde acontece a fronteira entre o clássico e o contemporâneo, o rural e o urbano. A paleta de cores passa por uma mistura de tons escuros das roupas tradicionais daquele tempo, onde o preto, o azul marinho, o amarelo, e os tons de terra são abundantes na delineação deste ADN tão genuíno.

OLGA NORONHA

“O Ego invisível é desvendado pela dança que poeticamente das cinzas faz brotar flores.” Para aqueles que sentem que não cabem na própria pele, esta coleção utiliza as flores como representação sexual: um estado de alma e de identidade por revelar. Elegância e originalidade montados na pele e no metal onde o nude e o cinza são as cores que abrirão o espaço necessário para o nosso verdadeiro “eu” que Olga Noronha pretende evidenciar.


ROS Cansados de os ver caídos no esquecimento, cansados de não terem valor e acima de tudo porque eles, estas pessoas, são aquelas que fazem o nosso dia a dia. São estas pessoas que vemos na rua, é esta a realidade do nosso país. Portugal, um país de velhos, de pessoas trabalhadoras, de jovens promissores e de rostos, rostos que marcam e temos obrigatoriamente de parar para memorizar cada traço e cada ruga de experiência. Fotografia de Pedro Afonso Um obrigado especial, a eles, eles que aceitaram parar e mostrar o seu rosto.


TOS


































ENTRUDO A marca portuguesa Entrudo nasce da paixão pelo Carnaval, particularmente pelos “Caretos”, Carnaval típico de Trás-os-Montes e Alto Douro de Portugal (daí cada modelo fazer referência às diferentes vilas e freguesias). Nasceu em família, aproveitando o meu curso de estilismo, o gabinete de modelação de calçado do meu marido, o facto de sermos da Terra do Calçado de Felgueiras e o espírito de união, criatividade e pro-atividade em que estamos inseridos. Pelos seus trajes franjados e muito coloridos,

confecionados com materiais naturais, máscaras de madeira esculpidas por artesãos e cintos em pele cruzados com chocalhos, é designado por “Entrudo Chocalheiro”. Fonte de inspiração transposta para uma coleção de sapatos, confecionada no Norte de Portugal, usando materiais naturais de qualidade combinados com diferentes cores e texturas, onde a confeção e aplicações são totalmente manuais, não esquecendo o conforto e o design para que cada par seja único, diferente e muito alegre.


“Fonte de inspiração transporta para uma coleção de sapatos, confecionada no Norte de Portugal”


CINEMA

CAPITÃ MARVEL

Direção: Anna Boden e Ryan Fleck Estreia: 7 de março

Carol Danvers é piloto da Força Aérea dos Estados Unidos e adquire os seus poderes ao ser salva da explosão de uma maquinaria criada pelo primeiro Capitão Marvel. A radiação que atinge o seu corpo a nível celular transforma Carol numa híbrida genética kree e humana ao mesmo tempo. Com a sua super força, o poder de voo e um sétimo sentido mais poderoso que o sexto fazem com que a personagem se torne numa heroína integrante do grupo Vingadores: a Capitã Marvel. A Capitã Marvel é uma nova aventura dos anos 90 que pretende mostrar um período inédito na história do Universo Cinematográfico da Marvel.

SUPREMA

Direção: Mimi Leder Estreia: 14 de março O filme relata a história de vida de Ruth Bader Ginsburg que luta pela conquista dos direitos igualitários para se tornar juíza da Suprema Corte. Ginsburg é nomeada para o Supremo Tribunal em 1993 pelo Presidente Bill Clinton, sendo assim a segunda mulher juíza depois de Sandra Day O’Connor.


A CINCO PASSOS DE VOCÊ Direção: Justin Baldoni Estreia: 21 de março

Stella com quase dezassete anos viveu a maior parte da sua vida num hospital. Lá encontra Will Newman, também paciente com fibrose cística, e embora surja uma paixão instantânea entre os dois as suas condições de saúde impedem SUSPÍRIA - A DANÇA que eles se aproximem um do DO MEDO outro. Quando Stella tenta ajudar Direção: Luca Guadagnino Will percebe que ele é contra os Estreia: 28 de Março próprios tratamentos médicos. Uma jovem americana e dançarina de ballet viaja até uma prestigiada escola de dança na Europa onde descobre a existência de algo mais sinistro e sobrenatural. Ela fica cada vez mais assustada assim que começam a surgir uma série de assassinatos terríveis e segredos sombrios da escola são desvendados.

VINGANÇA A SANGUE FRIO

Direção: Hans Petter Moland Estreia: 14 de março Nels (Liam Neeson) é um homem tranquilo e de família que trabalha como motorista de um removedor de neve e vê o seu mundo virado de cabeça para baixo quando o seu filho é assassinado por um poderoso traficante de drogas. Impulsionado pelo desejo de vingança e sem nada a perder, ele vai fazer de tudo para destruir o cartel responsável pela morte do seu filho.


por Márcia Mendonça

CENÁRIO MONTADO E LUZES ALINHADAS É assim que maior parte da vida de André Gonçalves tem sido passada, a fazer o que mais ama. Sem filtros conta-nos um pouco da sua vida como ator. Um amante de literatura e dos ares da praia encara o Teatro como um dos seus refúgios e das coisas que mais gosta de fazer afirmando que é “feliz a representar, é um sentimento indiscritível”. André Gonçalves, um jovem ator português, parece ser muito fiel às experiências que o dia a dia lhe dá e, assim, iniciar em televisão foi o momento certo para se apaixonar pelo mundo da representação. Nunca deixa nada por fazer. Chega a prescindir das horas de sono para fazer algo melhor pelos outros. Algo em que se sinta vivo. Diretamente em conversa com André Gonçalves começa a sua peça, no palco da vida. A procura e a vontade em fazer algo de forma diferente e profissional foram buscas que, desde cedo, delinearam o ator. O facto de poder ser todos os dias uma personagem diferente, cativa-o. Quando assume a personagem, o estudo que faz para conseguir chegar ao objetivo, os ensaios e o treino do tom de voz, revelam-se uma constante evolução para o jovem ator. “O facto de também não ser igual, dá-me a oportunidade de hoje ser um polícia, amanhã um advogado ou até mesmo ser uma mulher se for preciso... é tudo super diferente e isso, também que me cativou.” comenta André, explicando que dá tudo muito trabalho, no entanto, o resultado final é o mais gratificante. Com apenas 18 anos, inscreveu-se numa agência e começaram os primeiros castings e vários trabalhos de moda e publicidade. “E, um certo dia, no meio de tantos castings e tanta coisa, eu acabei por fazer um casting de representação para uma série que ia estrear na RTP, T2 para 3.”, explica André. Com 21 anos, chegou ao casting meio apavorado, pois tinha caído naquele mundo de paraquedas. Todos os que tinha realizado outrora não tinha a dimensão deste.

O principiante não sabia muito do mundo artístico, não sabia representar e no que toca às diversas artes, não sabia cantar, não sabia dançar e era um pouco fechado na parte artística. Ainda assim, o André manteve-se lá, sem medos ou receios e, nos cinco minutos que tinha, decidiu contar uma anedota improvisada, conseguindo transmitir um acting ao júri que o estava a avaliar e ainda conseguir “com que achassem imensa graça à minha anedota”, confessa. Esta primeira série “T2 para 3” em que o artista participou, teve milhões e milhões de visualizações na internet, algo que na altura seria grandioso, pois não havia tanta facilidade e/ou acesso às redes sociais, como Instagram, Twitter e Facebook. Nesta altura, novato nestas andanças, não tinha grande experiência na representação. Foi então que decidiu apostar na sua formação, durante cerca de um mês e meio, com o realizador e com atores da série que ia realizar, para que assim lhe fossem dadas algumas noções. Após terminar a sua primeira série, na qual conseguiu um papel como protagonista, André pensava voltar finalmente à vida normal, quando lhe foi proposto um novo casting. Desta vez para a maior série juvenil e a mais famosa da altura, os Morangos com Açúcar. Realizou um workshop durante dois meses, intensivamente, 12 horas por dia, de canto, voz, expressão corporal e técnicas de iniciação ao teatro. Nessa altura, o jovem ator não ficou na série, que seria a 7a temporada, acabando por ficar parado cerca de nove meses.


Começou a fazer espetáculos de teatro e formação mais a nível teatral do que de televisão, pois sentia que em televisão tinha mais prática do que propriamente formação. O jovem ator começou por fazer formação na área básica, isto é, a base do teatro. Quando acabou os Morangos com Açúcar, André tinha 23 anos, atualmente tem 31 anos. Passados cerca de oito anos foi complementando a formação com o trabalho. O ator gravava uma novela três, quatro, cinco ou até nove meses e parava outros tantos. Depois fazia três meses de formação em teatro, com espetáculos a decorrer. “Mesmo quando tinha gravações, à noite tinha ensaios e fazia espetáculos de teatro, fui fazendo curta-metragens, fui experimentado coisas diferentes, fui fazendo coisas que dentro da área me fossem possíveis experimentar.”

Nesses nove meses “decidi investir nessa área em que iniciei, ou seja, comecei a fazer vários workshops de voz, de teatro porque sentia que essa parte era uma lacuna que tinha e, como eu não tinha ferramentas para colmatar, fui à procura dessas ferramentas e de pessoas que me pudessem ajudar nesse campo”, revelou. Esteve em formação durante seis meses e, passado esse tempo, foi chamado diretamente para o elenco principal da série juvenil da TVI, gravando cerca de quatro a cinco meses, entre Lisboa e o Algarve. Foram os Morangos com Açúcar que impulsionaram o jovem artista e o fizeram-no acreditar que “é isto que eu quero realmente fazer”, relembrou. André começou a investir o máximo que podia nesta área “e, foi então, que descobri o Teatro. A base da representação. E é por isso, que toda a gente gosta de representar e toda a gente gosta de fazer novelas, cinema ... tudo por causa do Teatro.”, afirmou.


Depois fazia três meses de formação em teatro, com espetáculos a decorrer. “Mesmo quando tinha gravações, à noite tinha ensaios e fazia espetáculos de teatro, fui fazendo curta-metragens, fui experimentado coisas diferentes, fui fazendo coisas que dentro da área me fossem possíveis experimentar.” Hoje em dia, André faz uma série de espetáculos de teatro profissional, numa companhia independente, a 5 Sentidos Produções. Neste momento prepara-se para um novo espetáculo com a mesma companhia, com uma adaptação da peça “As Rãs” de Aristófanes, a estrear no inicio de abril, no Centro Cultural Malaposta. No entanto, a estreia oficial darse-á no dia 8 de março, estendendo-se assim pelo fim de semana, em Riachos, terra natal do encenador Rui Lemos.

Ser ator é um mundo encantado para André no qual a ficção e a realidade se difundem. O seu “Eu” profissional constrói-se através das experiências que vai adquirindo na formação e no trabalho e que vai partilhando com outras pessoas e outros atores. Tudo o que faz encara com extrema dedicação e profissionalismo. Esta é a base de uma história cujo palco é o percorrer da vida de André Gonçalves e, a sua peça, está longe de terminar. As referências e inspirações artísticas do ator destacam-se essencialmente na formação profissional. Os Teatros, os professores, as academias, os workshops realizados nas mesmas e, toda a escola das Artes, são parte de uma bagagem essencial para a construção do artista. “Temos de começar por algum lado e, são as altas figuras e as altas patentes, cá em Portugal, que nos inspiram e nos fazem ter vontade de querer ser como eles. A termos também a experiência que eles têm a nível artístico, não só em Portugal para elevar o Teatro, mas a própria Cultura toda.”, afirma. Mentores como João Mota e João de Brites, diretores de teatro, foram alguns dos nomes que o artista considera relevantes. Todo o enredo da sua história é caraterizado pela paixão teatral que, tal como o mesmo refere, está na base de qualquer arte. Existem pessoas que o marcaram por essa mesma linguagem.


O ano que o mais marcou foi a transição entre a primeira série que fez e os Morangos com Açúcar. Um ano em que viveu muito. Passou de uma novela para a outra, teve o seu primeiro contacto com o Teatro e com toda a gente da área e lidou pela primeira vez com a fama. O ator teve de gerir e balancear tudo o que vivia com o seu mundo recatado. O sentimento de realização era nítido.

Depois de contracenar com atores mais velhos e atores mais jovens, há uma pessoa que destaca prontamente: Eunice Munõz, onde contracena com a atriz, ainda que a mesma não esteja fisicamente em palco, tudo se realiza através de video. Antes de entrar em palco a célebre expressão de boa sorte não pode falhar, assim como a reunião em grupo de todo o elenco em círculo. Aquele pequeno momento de reflexão e de união de equipa, onde todos dão as mãos de uma maneira específica para que as energias fluam e todos se sintam, tal como são, em palco. Todos os espetáculos, na sua génese, detêm uma mensagem subliminar. O facto de cada pessoa retirar a sua mensagem e entendimento daquilo que está a acontecer é algo que o fascina. Saber cada detalhe, a opinião crítica e todo o leque de afazeres a melhorar, são a capacidade de recolher a mensagem que André quer e tenta sempre transmitir. Conseguir interpretá-la é o mais gratificante para o artista.

Diversas foram as coisas que nunca pensou alcançar. Passando pelos momentos em que contracenou com a Eunice Munõz e com muitas outras referências para si, o outro momento que teve de enaltecer foi o facto de ter participado numa produção portuguesa da TVI a “Ouro Verde”, galardoada com um Emmy no ano de 2018, em Nova Iorque, “Nunca esperei entrar numa produção que pudesse ser galardoada. Fizemos por isso sim, fazemos em todas e cada vez melhor”, revela. Os objetivos a alcançar são muitos, assim como a vontade e a motivação de continuar a trabalhar com diversas inspirações que, para o jovem artista, são experiências muito importantes. Paralelamente, o ator pretende estar e integrar-se em mais projetos, em Portugal, ainda que gostaria igualmente de trabalhar fora do país. A aprendizagem contínua também está presente nas suas tarefas obrigatórias, o qual não prescinde no que toca a alcançar mais ferramentas para melhorar o seu trabalho. O ator admite que toda a gente tem o Teatro dentro de si e reconhece que a parte artística da vida tem que perdurar em toda a gente. Para ele é isso que faz o mundo avançar, o criar, o ajudar o próximo, o melhor a vida de alguém.


EXPOSIÇÕES CARTAS DE MADEIRA de Keli Freitas LU.CA Teatro Luis de Camões, Lisboa De 6 a 17 de Março de 2019 Keli Freitas propõe uma instalação participativa através da exposição de carimbos em madeira com trechos de cartas trocadas por cidadãos anónimos que estarão a uso de todos. Cartas de Madeira é uma criação do projeto Carimbaria, que parte de uma coleção particular de cartas de desconhecidos compradas em feiras de antiguidades, em Portugal e no Brasil, pela própria artista.

SUBWAY LIFE de António Jorge Gonçalves Jardim da Liberdade de Santarém De 11 de Março até 1 de Maio Tudo começou em Londres, onde António Jorge Gonçalves desenhava a pessoa que se sentasse à sua frente no Metro. Ao regressar a Lisboa, decidiu levar o jogo a outras 9 cidades: Lisboa, Berlim, Estocolmo, Nova Iorque, São Paulo, Tóquio, Atenas, Moscovo e Cairo. O resultado do projeto apresentado no site oficial foi premiado no Flash Film Festival pelos milhões de visitas. Subway Life é uma seleção desses desenhos ampliados à escala humana, criando um efeito surpreendente de proximidade com estes desconhecidos, que serão expostos em espaço público.


JOSÉ MARQUES – FOTÓGRAFO EM CENA Teatro Nacional D. Maria II, Lisboa De 27 de Março até 28 de Junho José Marques, fotógrafo incontornável da cena teatral portuguesa do século XX, estabeleceu uma relação privilegiada com a companhia Rey Colaço - Robles Monteiro desde o final da década de 1950 até à sua extinção em 1974. A exposição lança um primeiro olhar sobre o trabalho do fotógrafo e evidencia o caráter singular da sua obra, com incidência na colaboração com a companhia Rey Colaço Robles Monteiro. A sua obra é maioritariamente caracterizada pela modernidade, convocando conceitos de dramaturgia da imagem, cinematografia, fragmentação da cena ou o fotógrafo no palco, fazem ainda deste momento uma oportunidade para olhar para a fotografia de teatro e refletir o seu papel e da sua capacidade discursiva.

SUSAN HILLER – COLEÇÃO DE SERRALVES Fundação de Serralves, Porto De 28 de Fevereiro até 1 de Julho A obra de Susan Hiller foi objeto de uma exposição monográfica em Serralves, em 2005, que traduziu a importância histórica do seu trabalho que se iniciou em 1970, a par das suas pesquisas mais recentes no domínio do vídeo, do som e da ficção. Recentemente, a Fundação de Serralves integrou na sua coleção uma das obras com impacto extraordinário da artista. A instalação interativa de Susan Hiller Die Gedanken sind frei [Os pensamentos são livres], de 2012, foi originalmente apresentada na Documenta 13, em 2012. A partir de uma jukebox, o público pode escolher ouvir, sentado em bancos desenhados pela artista e na ordem que entender, 100 canções de teor político colecionadas por Susan Hiller. As músicas são originárias de várias geografias e culturas muito diversas, desde a Guerra dos camponeses na Alemanha (1524) até à Primavera Árabe de 2011. As letras das canções podem ser encontradas nas paredes que rodeiam a jukebox e também é disponibilizado ao público um livro “cancioneiro” que compila letras de músicas, textos e imagens selecionados pela artista.


por Solange Rodrigues

TRÊS EM UM

TIAGO GARCIA Num artigo que pretende refletir valores e padrões relacionados ao ato de proteger, dou-vos a conhecer um artista, de 31 anos, natural de Lisboa. Ele é Pintor, ele é Técnico de Conservação e Restauro, ele é Vegan.

C

RIAR

O seu interesse pela arte surgiu no fim da sua adolescência, após ver um documentário sobre a história de um artista que se tornou falsificador de pinturas de quadro imitando na perfeição pintores como Picasso. Este documentário de alguma forma despontou o seu interesse sobre a pintura e o desenho. Quando começou a pintar não tinha qualquer tipo de técnica e era, lentamente, que ia criando os seus primeiros desenhos. Num curto espaço de tempo decidiu fazer um pequeno curso de desenho, onde lhe foram apresentadas as técnicas de desenho a carvão e óleo. Ao mesmo tempo que o seu interesse pela pintura aumentava, as suas

as suas relações familiares foram fundamentais para consolidar o que estava por vir. Ao conhecer o trabalho artístico de um tio afastado, na altura já falecido, o Pintor Vitor Câmera, descreve esse momento como “avassalador”. Nesse dia em que a sua tia o presenteou com a possibilidade de ver esses quadros, Tiago diz que sentiu “respirar aquelas pinturas”. Haviam obras terminadas, haviam telas inacabadas, ou telas que só sentiram tinta durante segundos, foram exatamente essas condições de uma perfeição imperfeita que lhe impulsionaram a seguir um caminho que passava nesse momento a ser o seu caminho.


Os resultados do seu empenho diário e da continua aprendizagem, não tardaram a dar frutos, e em 2007 vendia os seus primeiros quadros. “Sempre tentei não defraudar a minha potencialidade e todos os dias tentava me superar e fazer melhor”.

C

Tiago considera que o conceito de arte é amplo e vasto, e que metaforicamente falando a arte é uma opinião, cada um tem a sua. Porém, há certos critérios que acredita que devem ser comuns a cada artista, a criação de arte em consciência, com o prepósito de transmitir uma mensagem e causar uma reação.

ONSERVAR

P

Ao terminar o 12º ano continuou os seus estudos na Fundação Ricardo Espírito Santo Silva. Decidiu alargar as suas possibilidades futuras no mundo do trabalho e escolheu a área de conservação e restauro, passando numa fase inicial pela área de marcenaria e talhador. No segundo ano de curso vendeu a sua primeira peça talhada em madeira. No que diz respeito à conservação e restauro de peças, Tiago entende que estas, de um modo geral, traduzem a cultura e hábitos de cada povo. “Na lógica de perpetuar as nossas tradições e as nossas artes, faz todo o sentido conservar peças de modo a que perdurem o mais possível no tempo”.

ROTEGER Tiago estava muito longe de pensar que alguma vez se tornaria vegan e até considera que era pouco sensível a este tema.

Foi novamente a partir de um documentário que se instalou em si uma nova possibilidade, a possibilidade de se tornar vegan. O documentário era sobre o uso que o ser o humano dá aos animais nas mais variadas circunstâncias e formas. Tiago partilha que as imagens que viu eram bastante violentas e ao mesmo tempo esclarecedoras o suficiente para fazê-lo ter vontade de mudar os seus hábitos alimentares. Inicialmente pensou evitar comprar produtos que fossem testados em animais, e evitar certos locais, como os circos ou as touradas, mas sentia que era difícil não comer carne, partindo do princípio que o ser humano necessita de proteínas que só se encontrariam na carne. Contudo, encontrou fontes de informação sobre alimentação vegan que provaram que é possível fazer-se uma alimentação saudável e equilibrada sem recorrer a carne ou outros derivados de origem animal. Com toda a informação que recolheu, tudo fazia sentido para que se tornasse vegan, escolha essa que dura há quase dois anos. Para Tiago o ser vegan representa uma tomada de consciência, visto que ninguém nasce vegan. “Ser vegan não é estar na moda, é termos consciência que não estamos a comer nada que tenha passado por um processo de dor ou crueldade”. Numa perspetiva voltada à proteção dos direitos dos animais, Tiago afirma que “os animais perante as potencialidades do Homem, é um ser indefeso, logo, concebe ao ato de proteger os mesmos, ser um gesto nobre”.


por Rita Luz

BORDALO II O ARTISTA QUE TRANSFORMA O LIXO EM ARTE

“Nas minhas obras tento abordar pontos sensíveis e relevantes, que fazem parte da consciencialização e, fazer parte da mudança do mundo para algo melhor”.

Muito lixo, atividade e cor é o cenário que serve de fundo no atelier de Bordalo II em Lisboa. O local está repleto de todo o tipo de desperdícios do Homem que Bordalo II transforma em figuras de animais. O lixo é humano e os animais uma representação da poluição que os maltrata. Através das suas obras de arte, que t uma espécie de jardim zoológico feito de detritos, Bordalo II tenta representar uma imagem da Natureza, neste caso com animais, como forma de mostrar aquilo que os destrói “o lixo, a poluição, o desperdício e a contaminação”, e criticar a sociedade consumista. Para-choques de carros amolgados, contentores de lixo partidos, teclados de computadores utilizados, móveis velhos, ripas e pneus de bicicletas vazias. Estes são alguns dos materiais reutilizados por Bordalo II para criar as suas instalações com grandes animais que estão espalhadas por fachadas de todo o mundo. O impacto visual das criações de Bordalo II distinguem-no dos restantes artistas. Animais em grande escala, criados a partir de restos de plásticos, metais e materiais eletrónicos, moldados, soldados e aparafusados entre si e mais tarde pintados, criam as texturas e relevos da fisionomia dos animais. Estas peças tridimensionais denotam uma forte conotação ecológica, ambientalista e social, e pretendem ser uma espécie de crítica ao mundo em que vivemos.


Os animais são os grandes protagonistas das obras de Bordalo II, pois este vê-os como “a forma direta de retratar a Natureza, uma vez que têm expressões, movimento, sentimentos e agem de uma forma que nos podem sensibilizar”. O artista considera que estes são o melhor meio para pintar e modelar quando se pretendem abordar questões ambientais. Em relação ao Homem “está sempre presente na minha obra... com o lixo que utilizo”, refere o artista. O espaço público é o local escolhido por Bordalo II para desenvolver o seu trabalho artístico, focado na sociedade materialista e gananciosa. Este descreve-se como ativista e utiliza as suas obras para alertar para a produção excessiva de lixo e o consumo exagerado que leva à consequente destruição do Planeta Terra. De acordo com o artista, “Nas minhas obras tento abordar pontos sensíveis e relevantes, que fazem parte da consciencialização e, fazer parte da mudança do mundo para algo melhor”. A sua criação “Big Trash Animals”, um conjunto de cerca de 130 obras, decoram paredes de 19 países em três continentes. Em Portugal, podemos ver os animais de Bordalo II em 15 cidades, de entre elas: Lisboa, Bragança, Porto, Oeiras, entre outras. A ligação ao lixo tratou-se de um percurso natural. Foi fazendo experiências, explorando diferentes temáticas e composições e, em 2013, a sua primeira obra materializou-se no Walk and Talk Art Festival nos Açores. A maior parte do lixo “vem de locais abandonados, centros de reciclagem, oficinas de

automóveis, praias e até da rua”, conta. O seu grande objetivo é “utilizar material desprezado para que possa ser apreciado de outra forma, dando-lhes assim, uma segunda oportunidade”, explica. Artur Bordalo nasceu em Lisboa em 1987 e é conhecido artisticamente como Bordalo II. O nome artístico é uma homenagem ao avô, o pintor Real Bordalo que para Artur “foi uma inspiração e um professor: muito do que aprendi com ele, e os valores que me transmitiu, refletem-se hoje no meu trabalho”, afirma. O artista passou a juventude rodeado das aguarelas do avô e das latas de tinta com que fazia grafiti. Andou na faculdade de Belas Artes em Lisboa e foi aí que descobriu a escultura e a experimentação com diversos materiais, que acabaram por o distanciar do objetivo inicial que era a pintura. Apesar de não ter terminado o curso por ter sido expulso, Bordalo conta que trabalhou “muito para desenvolver mais o meu trabalho”. Bordalo II conta com várias exposições. Do Latim “Desperdiçar”, surge a exposição ATTERO como uma retrospetiva e uma representação de novos corpos. Esta foi a primeira grande exposição a solo de Bordalo II e de acordo com o artista, “teve uma adesão muito significativa por parte do público”.



A sua mais recente exposição chama-se “Acordo de Paris” e surge em continuidade com a ATTERO, mas focada em questões atuais. A exposição reúne 30 obras do artista na capital francesa, sendo a exposição um alerta para os animais em vias de extinção e para os problemas de sustentabilidade do planeta. O grande objetivo é “chamar a atenção para o problema do desperdício e da poluição e não apenas uma coisa bonita feita de lixo”, afirma Bordalo II.

consciência do mundo em que vivemos, que façam os mínimos em relação a reciclar e não desperdiçar: reduzir o consumo de água, separar resíduos para reciclagem, adotar atitudes mais ponderadas e sustentáveis, e não consumistas. É preciso participar de forma ativa”, alerta o também ativista.

Questionado sobre projetos futuros, Bordalo II não desvendou surpresas mas garante: “A agenda está bastante preenchida, por isso é surpresa. Fiquem Como forma de alertar para a atual situação do atentos!”. planeta, Bordalo deixa um apelo: “Espero que tenham


BoCA Biennial of Contemporary Arts / 2ª edição

O Teatro Nacional D. Maria II foi ontem palco da apresentação pública da 2ª edição da BoCA - Biennial of Contemporary Arts. Este é o evento que, desde 2017, estrutura uma série de actividades continuadas ao longo de cada dois anos, compostas por residências artísticas, programação, produção, circulação nacional e internacional, e programa educativo, colocando em diálogo as artes visuais, as artes cénicas, a performance e a música. Pela voz de John Romão, o director artístico, foram dados a conhecer os 52 artistas que, de 15 de Março a 30 de Abril, irão mostrar as suas criações. Nesta 2ª edição, às cidades de Lisboa e do Porto juntase Braga, como cidade convidada, num gesto que propõe a descentralização da oferta cultural através da expansão da representatividade e visibilidade dos artistas e dos seus projectos.

discurso de empoderamento sobre os marginalizados e esquecidos, particularmente as mulheres negras - as suas vidas, os seus corpos e as suas vozes; o escritor Gonçalo M. Tavares & Os Espacialistas partem do título “Os Animais e o Dinheiro” para apresentar três performances sobre as potencialidades artísticas do quotidiano; o conceituado fotógrafo Wolfgang Tillmans arrisca o seu primeiro live-act em Portugal; Ainda mais comprometida em reforçar o seu carácter Jonathan Uriel Saldanha estreia uma nova criação em de transversalidade promovendo a sinergia entre parceria com a Universidade Católica do Porto; as territórios artísticos, entre instituições culturais, entre INMUNE estarão, pela primeira vez no Porto, na mala públicos e entre cidades, a programação da BoCA voadora e Maus Hábitos; Tania Bruguera apresenta o deste ano apresenta 22 estreias mundiais e 15 estreias seu trabalho pela primeira vez em Lisboa: uma nova nacionais de obras que apresentam escalas e formatos instalação pensada para o espaço público; o Coro diversos. Gulbenkian irá interpretar uma peça de Stockhausen no Lux. Ao nomes já anunciados de Marlene Monteiro Freitas, Pedro Barateiro, Angélica Liddell e Gabriel São muitas as propostas de uma programação Ferrandini, todos com novas criações construídas transdisciplinar que desafia linguagens artísticas, em contexto especial - juntam-se mais 48 dos quais campos artísticos e os seus respectivos públicos Marina Abramovic com a instalação “Spirit House”. colocando ênfase nas políticas de identidade, de Em cada edição da BoCA, é apresentada novamente raça e de género, continuando a reflectir sobre as em Portugal uma obra que tenha uma relação dimensões ritualistas e do sagrado presentes na nossa histórica, longínqua, com o país. Agora, em 2019, contemporaneidade. a proposta é repôr em Lisboa uma obra que nasceu há 22 anos, num matadouro municipal das Caldas Mais uma vez, a BoCA propõe um conceito da Rainha, Em estreia nacional, Beyoncé Mass, de colaborativo entre instituições culturais - teatros, Yolanda Norton, celebração religiosa de adoração museus, galerias, centros culturais mas também feminina que usa a música e a vida pessoal de discotecas, igrejas e espaço público, consideradas na Beyoncé como uma ferramenta que promove um sua dimensão cultural e artística.


ARTISTAS RESIDENTES

continuará no foyer do TNDMII estende-se este ano ao Centro de Documentação do Mosteiro S. Bento da A BoCA a cada biénio estabelece uma relação Vitória / TNSJ (Porto). com quatro artistas que desenvolvem trabalho em diferentes territórios artísticos ou pelo menos Ainda as actividades do BoCA Sub21, um grupo em suportes bastante diferentes, e com quem constituído por jovens entre os 16-21 anos, que se pretende uma relação de longa duração. consiste num laboratório artístico onde se vive a Pensando em conjunto, conhecendo em maior construção de uma bienal e das obras dos artistas que detalhe as suas motivações criativas, ajudando a a integram. Em 2019, este grupo continua a ter lugar produzir novas criações em estreia em Portugal, na cidade de Lisboa, mas também se irá expandir promovendo a circulação nacional e internacional para as cidades do Porto e de Braga, trabalhando com das suas obras e facilitando o contacto entre as jovens dessas cidades. suas práticas artísticas e os contextos académicos. Os artistas residentes da BoCA no biénio 20192020 são Marlene Monteiro Freitas, Horácio Frutuoso, Diana Policarpo e Gerard & Kelly.

PROGRAMA EDUCATIVO O programa educativo da BoCA 2019 tem várias actividades com destaque para a que teve início em Dezembro de 2018 e estende-se ao longo de 2019, através de projectos de diferentes escalas e com impacto em diferentes cidades. Concebido por John Romão, o projecto “Sente-me, Ouve-me, Vê-me” parte da série homónima de Helena Almeida, de 1978-1979, e visa homenagear através da música contemporânea uma das maiores artistas do século XX e XXI. Em parceria com 3 universidades de música, de 3 cidades (Lisboa, Porto e Braga) e reunindo 3 curadores (Ana Cristina Cachola, Delfim Sardo, Filipa Oliveira) e 2 compositores (Dimitrios Andrikopoulos e Diogo Alvim) que assinam a tutoria do projecto, “Senteme, Ouve-me, Vê-me” tem como objectivo apoiar e promover a nova criação contemporânea portuguesa, centrada na relação entre as artes visuais e a música contemporânea, e permitindo tecer novas relações entre ambas. No final de abril de 2019, será apresentado o concerto concebido pelos alunos de composição das 3 universidades de música. Previstos estão ainda vários workshops, a Videoteca BoCA - onde se pode tomar contacto com registos integrais de obras anteriores dos artistas apresentados durante a bienal e outros artistas visuais e das artes performativas relacionados com a programação -

SOBRE A BoCA

BIENNIAL OF CONTEMPORARY ARTS A BoCA teve a primeira edição em 2017 e contou com a participação de 59 artistas nacionais e internacionais, 22 instituições culturais, 52 actividades - 37 em estreia, das quais 19 são mundiais e 18 nacionais. Tal como aconteceu no período entre edições - que levou as actividades da primeira BoCA às cidades de Castelo Branco, Viseu, Braga, Évora, Loulé, Montemor-o-Novo, Paris, Bruxelas, Hamburgo, Lausanne, Valência, Santiago do Chile e Buenos Aires - também na segunda edição está prevista a circulação nacional e internacional que reflecte o interesse em contribuir, de forma continuada, para uma abrangente visibilidade dos diferentes criadores e formatos artísticos produzidos e apresentados.


MÚSICA C4 Pedro 08 de março no Coliseu do Porto Ageas Depois de ter esgotado o Coliseu de Lisboa (2013), Campo Pequeno (2016) e Altice Arena (2017), C4 Pedro regressará ao Coliseu Porto Ageas a 8 de março de 2019 a pedido dos seus fãs e em formato diferente do que nos tem habituado: “Acústico”. Esta vai ser certamente uma noite recheada de grandes canções, energia e emoções, num momento de partilha com o público.

Carolina Deslandes 15 de março no Coliseu dos Recreios Um ano depois de editar Casa, Carolina Deslandes estreia-se ao vivo em nome próprio nos Coliseu de Lisboa, a 15 de março de 2019. Editado em abril deste ano, Casa é disco de ouro e nele estão incluídos dois dos temas com maior sucesso nos tops de vendas e streaming em Portugal: A Vida Toda e Avião de Papel, com a participação de Rui Veloso.

Mishlawi 09 de março no Coliseu dos Recreios Com apenas 22 anos e já com atuações nos maiores festivais portugueses na bagagem, Mishlawi avança para o Coliseu de Lisboa, um dos maiores desafios até à data. O artista irá apresentar temas do seu próximo álbum que será editado pela Island Records – editora responsável pelo catálogo de artistas como Drake, Ariana Grande, Kid Cudi, entre outros – e que está actualmente em fase de composição em parceria com o produtor português Prodlem.


Mariza 14 de março no Coliseu dos Recreios e 17 de março no Coliseu do Porto Ageas Mariza sobe ao palco do Coliseu dos Recreios a 14 de março e ao Coliseu do Porto Ageas a 17. A cantora irá apresentar ao vivo o seu sétimo disco de estúdio, Mariza. Atualmente, a artista encontra-se em digressão europeia a promover o seu novo trabalho e a língua portuguesa nas mais prestigiadas salas da Europa, com passagem por Alemanha, Espanha, Inglaterra, no London Jazz Festival, Espanha, França, Suíça, entre outros.

“Boundaries” de Manuel Linhares em apresentação 15 de março no Passos Manuel Manuel Linhares prepara o lançamento do seu novo álbum “Boundaries” já no próximo dia 15, no Passos Manuel. Os bilhetes têm um custo de 12 euros na Porta e 10 euros em venda antecipada. Poderão ser adquiridos no próprio Passos Manuel ou na Academia Valentim de Carvalho- Porto. Neste novo álbum “Boundaries” o cantor Manuel Linhares apresenta composições, ora em Português ou Inglês, que tentam refletir sobre as preocupações e inquietações do mundo actual e o lugar que cada um pode ocupar numa sociedade atravessada por fronteiras, separações e limites. Por outro lado, esses limites referem-se também às condições da nossa própria existência, de uma vida que procurando encontrar o espaço da sua liberdade, não deixa de se confrontar com o seu isolamento e com os seus limites.

Twenty One Pilots 17 de março na Altice Arena Formados em 2009 em Ohio, o duo constituído por Tyler Joseph e Josh Dun conquistou uma legião de fãs em todo o mundo, tendo editado quatro álbuns: Twenty OnePilots (2009), Regional at Best (2011), Vessel (2013) e Blurryface (2015). A 17 de março, o grupo estreia-se ao vivo em Portugal, num concerto que serve de apresentação ao quinto disco, Trench, a editar em outubro deste ano.


TEATRO & DANÇA SOLOS DE VERA MANTERO Teatro-Cine de Torres Vedras 15 de Março “Para mim a dança não é um dado adquirido. Acredito que quanto menos o adquirir mais próxima estarei dela. Uso a dança e o trabalho performativo para perceber aquilo que necessito de perceber. Deixei de ver sentido num performer especializado numa disciplina (um bailarino ou um ator ou um cantor ou um músico) e passei a ver sentido num performer especializado no todo. A vida é um fenómeno terrivelmente complicado e rico e vejo o trabalho que faço como uma luta contínua contra o empobrecimento do espírito, o meu e o dos outros, luta que considero essencial agora e sempre.” – Vera Mantero

Espetáculo Guiado – André Murraças 09 de MAR a 14 DE ABRSão Luiz Teatro Municipal, Lisboa Depois de Os Dias do Público o Espetáculo Guiado, de André Murraças, regressa ao São Luiz. Um espetáculo guiado ao pormenor que destaca o mundo além do humano. Os fantasmas que aqui habitam e falam de quem lá trabalham. Um percurso acompanhado para se saber isto e aquilo sobre um Teatro que já teve três nomes e sobreviveu a um incêndio.

Moving with Pina – estreia nacional - Cristiana Morganti 22 e 23 de MAR Teatro Municipal do Porto, Rivoli, Porto A peça inspirada no trabalho da artista Pina Bausch destaca a figura, o gesto e o discurso que a mesma atribuía ao imaginário da dança. Cristiana Morganti, bailarina da companhia Tanztheater Wuppertal, de Pina Bausch, recorda diversas peças em que dançou com a artista, nomeadamente, a do o vestido florido, do cabelo encaracolado e das sapatilhas de pontas recortadas sobre a paisagem industrial de Wuppertal. A intérprete convida o público para uma conferência-performance que é uma viagem intimista aos ensaios intensivos do ponto de vista de um bailarino. “Moving with Pina” aviva uma lembrança íntima desta personagem que se tornou icónica, ao mesmo tempo que a humaniza na sua partilha com o público.”


DISNEY ON ICE Altice Arena, Lisboa De 21 a 24 de Março A coragem é a guia para os mais pequenos explorarem o seu mundo no Disney On Ice - Conquista os Teus Sonhos. Pela primeira vez na Europa, a destemida Vaiana e o melhor semi-deus de sempre – Maui, embarcam numa viagem cheia de ação para recuperar o coração roubado de Te Fiti, ao vivo no gelo. Deixa cair o cabelo, entrelaça-o e conquista os teus sonhos com a Rapunzel. Viaja numa aventura épica com a Anna, a Elsa e o Olaf enquanto eles aprendem que não há magia maior que o verdadeiro amor. Quando se sonha em grande há todo um mundo novo com a Jasmine, a Ariel, a Aurora e a Cinderela que te lembram que tens que ser sempre forte, corajoso e gentil. E tens que chegar cedo para te juntares à festa especial em honra do verdadeiro e original – Mickey. Saltos incríveis, patinagem de cortar a respiração e os teus queridos amigos da Disney fazem desta experiência um momento que a tua família não esquecerá. ROBYN ORLIN – AND SO YOU SEE Fundação Serralves, Porto 19 de Março Robyn Orlin, controversa e provocadora, tem alargado de forma persistente as fronteiras da arte da performance e da dança ao longo dos 20 anos do seu trabalho criativo. A coreógrafa dedica-se a diversas disciplinas, com destaque para o cinema, teatro, dança e ópera analisando e refletindo sobre questões culturais, históricas e da identidade. Na sua mais recente criação “And so you see…” mostra uma figura de pele azul vestida com uma túnica, flutuando como uma divindade contemplativa num fundo de paisagens e arquitetura desertificada. Essa silhueta e a sua “procura por um lugar”, como um ícone artístico ingénuo implantado no meio de ruínas de diversas paisagens, é a de Albert Khoza, um jovem intérprete sul-africano cuja condição cristaliza as questões que Robyn Orlin coloca de forma persistente à sociedade pós-apartheid da África do Sul. Danças de guerra, servidão e outras ostentações desprendem-se deste solo extraordinário. Khoza torna-se uma diva, um ditador, um sensualista. Na sua crisálida em celofane, surge no ecrã de costas para o público, invertendo o equilíbrio de poder colonialista ao transportar tradições ancestrais e uma esperança de modernidade. O Dia da matança na história de Hamlet – estreia – António Júlio e TEP (Teatro Experimental do Porto) 15 a 17 DE MAR Teatro Municipal do Porto, Rivoli, Porto “O dia da matança na história de Hamlet”, com encenação de António Júlio, prolonga um olhar sobre o passado com uma visão do presente. O texto de Koltès foi o eleito pelo encenador para estruturar esta peça que, por sua vez, reescreve a tragédia de Shakespeare. A ação concentra-se num só dia, evidenciando a velocidade dos acontecimentos e a violência dos atos. Hamlet e Ofélia, Gertrudes e Cláudio, são as únicas personagens que sobrevivem à história original, sendo as condenadas. Com objetivos distintos e com fim anunciado, defrontam-se, combatem, lutam pelo poder e pelo amor.

Romeu e Julieta 10 de MAR Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa A célebre obra de William Shakespeare chega ao grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian. A dimensão emocional do autor originou duas obras em solo russo, assinadas por Tchaikovsky e Prokofiev. Com uma essência que capta a amor, a paixão e a perfeição do romance mais reconhecido da literatura, a peça conta com a participação da Orquestra Gulbenkian, dirigida pelo Maestro Lorenzo Viotti.


LITERATURA

“A Força de uma Mulher” de Winston Graham Demelza, a filha de um mineiro que Ross Poldark resgatou da miséria, acaba de dar à luz a filha de ambos. A pequena Julia traz-lhe uma felicidade imensa, mas essa alegria é assombrada pela sua dificuldade em se adaptar aos novos costumes… do marido e da aristocracia. Também o fantasma de Elizabeth, a noiva perdida de Ross, continua muito presente na vida de ambos, ameaçando a frágil união. Ross que decide dedicar-se de corpo e alma à luta pelos direitos dos mais pobres ganha um poderoso inimigo: o temível George Warleggan. Conseguirá a força de vontade de Demelza penetrar as profundezas do coração do seu marido? Serão estes ventos de mudança suficientemente fortes para alimentar a débil chama de felicidade que Ross tanto lutou para acender?

“A Outra Mulher” de Daniel Silva Enquanto Gabriel Allon, agora chefe da agência de inteligência israelense — o “Escritório” —, perde um dos seus maiores contactos dentro da KGB depois de uma missão fracassada, uma misteriosa francesa escreve um livro de memórias sobre o homem que amou e o filho que lhe foi tirado dos braços. À primeira vista parecem não ter nenhuma ligação mas a sua conexão vai até ao mais lugar profundo pois a mulher guarda um dos maiores segredos da antiga inteligência soviética: a chave para Allon desmascarar uma das maiores conspirações do Ocidente. Esse segredo, se revelado, colocará o destino do planeta em risco.

“Manual de Estilo para Eles” de Paulo Battista É um livro para o homem que gosta de roupa e para o que não gosta, mas não tem outro remédio. Um guia para usar e abusar quando não sabe o que vestir ou calçar numa entrevista de trabalho, no primeiro encontro ou no casamento da prima que não vê há dez anos. Sem papas na língua nem politicamente correto, Paulo Battista dita as regras da arte de bem vestir. O que está certo e o que está errado sem olhar a tendências, apenas ao bom gosto para conseguir o guarda-roupa certo.


“Tenho Alergia Alimentar – E Agora?” de Inês Pádua

“Objetos Cortantes” de GillianFlynn “Marcelo – Presidente todos os dias” de Felisbela Lopes e Leonete Botelho Poucos políticos portugueses alcançaram a sua popularidade e com ele a Presidência da República foi para a rua ao encontro do povo, quebrando assim formalismos e protocolos. Marcelo Rebelo de Sousa é a prova de como os afetos contam em política e de como podem ajudar a travar outros populismos, ainda que corra o risco de ser acusado de banalizar a função. Sem deixar de ser um homem de consensos, Marcelo também não deixou de pressionar o Governo e de condicionar a oposição, nem de marcar pontos na política internacional. Seguindo Marcelo Rebelo de Sousa no terreno, consultando centenas de trabalhos que relatam o seu percurso e falando com muitos dos que o acompanham, este livro é o retrato vivo de um Presidente da República singular, que já marcou a forma como se faz política em Portugal.

Após um breve internamento num hospital psiquiátrico, Camille Preaker tem um trabalho difícil à sua espera. O jornal onde trabalha envia-a para a sua cidade natal com o propósito de cobrir um caso de homicídio de duas raparigas. De volta reencontra a mãe, conhecida como uma mulher neurótica e hipocondríaca, e com quem mantém pouca ligação e a sua meia-irmã de 13 anos que exerce um estranho fascínio sobre a cidade. Agora, instalada no seu antigo quarto na mansão vitoriana da família, Camille dá por si a identificar-se com as vítimas. As suas pistas não a conduzem a lado nenhum e Camille vê-se obrigada a desvendar o quebra-cabeças psicológico do seu passado para chegar ao cerne da história. Assombrada pelos seus próprios fantasmas, terá de confrontar o que lhe aconteceu anos antes se quiser sobreviver a este regresso a casa.

«A alergia alimentar é atualmente um problema de saúde pública, cuja prevalência e persistência está a aumentar. Estes números crescentes fazem com que quase diariamente ouçamos falar de alergia alimentar. Existe sempre o caso de alguém conhecido, uma notícia num jornal, uma conversa num programa de televisão ou uma publicação nas redes sociais. O que será ou não verdade? Estar-se-ão a perpetuar ideias erradas? O que é mesmo uma alergia alimentar? Só se desenvolvem alergias alimentares em criança? A alergia alimentar tem cura? A alergia alimentar não provoca apenas “comichões”? É verdade que pode ser fatal? Não existirá um excesso de zelo por parte dos doentes? Afinal uma alergia ao leite é ou não o mesmo que a intolerância à lactose? Estas são muitas das perguntas que ouço diariamente e foram, inclusivamente, o ponto de partida para este livro. Livro que foi pensado para ser prático e simples, mas esclarecedor. Livro que, espero, venha a esclarecer muitas das suas dúvidas, permitindo que possa, consequentemente, esclarecer as de outros.»


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COMÉRCIO TRADICIONAL GINJINHA SEM RIVAL | DESDE 1890

COUTO | DESDE 1918

Se há um livro que nunca se pode dar por concluído é a história da nossa cultura. Em constante evolução e descoberta, englobando gastronomia, técnicas ancestrais ou novos conhecimentos, a riqueza da história e costumes portugueses é algo que recentemente parece ter ganho visibilidade e muitos são os que a acarinham e preservam, através de um comércio tradicional que olha para o passado com nostalgia. Mas, por vezes, é o próprio comércio que, com produtos e serviços testados pelo tempo, estende a sua asa protetora sobre quem consome o que de melhor se faz em Portugal. Assim acontece com a Couto, uma marca que há mais de um século olha pela saúde dos nossos dentes e pela beleza dos nossos sorrisos. A famosa pasta dentífrica não é, contudo, o único produto da marca e, presentemente, esta conta com toda uma linha de produtos de higiene e beleza, tais como tónicos capilares e sabonetes. Recentemente a marca abriu uma loja na Invicta, que, tal e

UM OLHAR PROTETOR SOBRE QUEM TAMBÉM OLHA POR NÓS qual um pequeno museu, nos revela através de artefactos farmacêuticos, fotografias e apontamentos de fórmulas, como tudo começou. Já em São João da Madeira, a clínica de fisioterapia Fisiopinho, foca-se na saúde do resto do corpo. Na correria da sociedade moderna, muitas vezes procuram-se soluções milagrosas que funcionem instantaneamente, mas neste gabinete, os tratamentos só recorrem a medicação quando estritamente necessário. Os proprietários, Ricardo e Sandra, preferem apostar na correção contínua de más posturas e hábitos, por forma a providenciar aos seus utentes uma melhoria duradoura da qualidade de vida. Se é daquelas pessoas que gosta de um pão quentinho, acabado de cozer, logo pela manhã, então saiba que este conceito foi desenvolvido pelo Grupo Celeste. O negócio principiou com vendas em feiras e festas populares e hoje em dia conta com inúme-


LS MEDICALL | DESDE 2009

FISIOPINHO | DESDE 2015

GRUPO CELESTE | DESDE 1968

ras padarias e pastelarias em Portugal e Luxemburgo. A marca foi expandindo a sua área de atuação para integrar nas suas lojas pizzas, gelados artesanais e refeições rápidas. O crescimento do negócio deve-se a uma vontade indomável em criar estabilidade para as gerações futuras e à extrema dedicação dos seus mais de 500 profissionais. Quem passa nas portas de Santo Antão, em Lisboa, dificilmente resistirá a parar num pitoresco estabelecimento que serve a famosa Ginjinha Sem Rival. Este é um negócio familiar, cujas origens remontam a 1890. João Manuel Lourenço Cima, criador da marca, tinha absoluta confiança no néctar que tinha criado e decidiu dar-lhe um nome à medida. As gerações vindouras, que ainda hoje levam o negócio a bom porto, preservaram religiosamente a receita original e quem prova a bebida fica imediatamente a saber porquê. A LS Medicall, em Aveiro, é uma loja que fornece soluções para ortopedia, mobilidade, aparelhos de diagnóstico, podologia, calçado, prevenção, primeiros socorros e para outrassituações que podem condicionar o nosso dia a dia.

A preservação do bem-estar do cliente é a maior preocupação da proprietária. Para que isto aconteça, Liliana Santos, conta com uma equipa dedicada de profissionais com formação em áreas específicas e exclusividade de algumas marcas com que trabalha. Podemos encontrar, espalhados um pouco por todas as cidades portuguesas, exemplos semelhantes de produtos e serviços que melhoram significativamente a nossa qualidade de vida. Mas o que seria deste comércio sem os sorrisos calorosos por trás do balcão? Talvez seja por isso que os portugueses continuem a proteger esse tesouro chamado comércio de proximidade...


A LITTLE BRIGHTN

Fotografia: Pedro Afonso Modelo: Federico Rodrigues, ELITE LISBON Styling: João Carvalho Especial Obrigado The Feeting Room


NESS INTO OUR LIVES



Camisa:The Board - The Fetting Room Malha: Susana Bettencourt - The Fetting Room Calças: Luís Buchinho - The Fetting Room Sneakers: Patrick de Pádua - The Fetting Room


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Malha: Gonçalo Peixoto - The Fetting Room Calças: Luís Carvalho - The Fetting Room


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Malha: Susana Bettencourt - The Feeting Room Calรงas: Joรฃo Barriga


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Malha: Susana Bettencourt - The Feeting Room Calças: Luís Buchinho


Malha: Susana Bettencourt - The Feeting Room Calças: Luís Buchinho


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Desde os anos 90 que os dias deixaram de ser iguais. O conto de fadas que a os Silva tinha até então recebeu mais um membro. A dez de abril de 1991 dava-se as boas-vindas a Ana, a filha de Isabel e António. Chegou o termo “família” há casa branca de Soutelo, em Amarante.

Com carisma um tanto desinibido e de “pipo cheio”, sete anos depois, a pequena Ana viu-se obrigada a dividir as atenções. Nos contos de fadas dir-se-ia que as irmãs mais velhas tornam-se as vilãs da história. Engraçado, este é um relato da vida real. E a Ana mais nova que o diga! Localizados na história perante um amor que dura há cerca de trinta anos e que se transformou num grande universo de vivências quase inexplicáveis, atualmente, esta família de mulheres já atingiu a idade adulta. Contudo, a árvore genealógica está longe de acabar.

TRÊS MULHERES (e m


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A herdeira mais nova, Letícia, com menos de uma década de existência é, talvez, a chegada que torna o termo “família” mais claro que nunca. Diz-se que as crianças fazem milagres. A família Silva afirma que sim. Acredita que o melhor está sempre a chegar quando menos esperamos. Este é um esboço de vida com um discurso voltado a “elas”. O “ele” está por territórios franceses. Durante treze anos a vida foi assim, uma presença involuntariamente ausente. Parece que a Europa não é mais o poço de dinheiro que muitos julgam ser. Voltemos ao foco, elas. Durante vinte e um anos a vida foi dura. Provavelmente implícita e pouco clara. A Ana mais velha só percebeu com esses tantos que o melhor de si estaria para chegar a essa idade. A Letícia bateu à porta e teimou em entrar. Inesperadamente e sem rodeios. A pequena flor que trazia consigo era um sinal - costuma-se dizer que “depois da tempestade vem a abundância”. Esta pequena criança é a golfada de ar fresco que a família Silva precisava. Era o rumo até então quase perdido. A alma que ninguém tinha. Saramago afirmou uma vez “em nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”. Em tempos difíceis foi a inspiração que se perdeu durante cinco anos da vida desta família.

S meia)!

O cinza era a cor predominante nos olhares trocados, e as gargalhadas viraram motivo de choro. Por momentos, perdeu-se a essência que esta família tinha. Nos filmes de terror o suspense é a base de um enredo cinematográfico perfeito. Talvez virasse um bom argumento esta história. Ainda assim, desconfia-se que fosse de um género tão dramático e vertiginoso. Há pessoas que chegam até outras com um intuito pouco autêntico. Estamos perante uma realidade que tinha quase tudo para ser perfeita. Aqueles contextos do “Quando” são um tanto caricatos quanto metamórficos: “quando o céu for o limite o amor render-se-á; quando a história for o ponto de partida – ao invés de saída – a paz chegará. quando as melhores desculpas se reafirmarem com soluções, a eficácia terá o seu mérito.” O mês de dezembro… nunca mais será o mesmo mês. No instante em que se tornou no pior momento daquela família, despertou a força que aquela família pensava não ter. Aquelas três mulheres, que mais tarde passaram a ser quatro, uniram-se mais do que nunca. Diz-se que a força do Homem é, de longe, a força viva. Eu diria que é de todo verdade. O poder maternal colhe bem fundo, nas entranhas que ninguém pensa ter. Isso, meus caros, é tudo o que uma família necessita para ser perfeita. Foram preciso cinco anos para que os dias fossem reflexo de alegria, amor e satisfação. As notas começaram a alinhar-se com o tempo e tudo começou a fazer sentido. Em dias de chuva já se dançava ao som dos Queen, um tanto ficcional quanto verdadeiro. Foram anos complicados, não mais perdidos. A Isabel, a Ana e a Letícia são claramente um exemplo de como é possível derrubar barreiras e ultrapassar quaisquer que sejam os limites. Foi assim durante quase treze anos em que a vida diária se resumia apenas a três mulheres e uma criança. A propósito, eu também sou Ana - Ana Patrícia Silva, a mais nova.


por Mara Craveiro

MODA O SURGIMENTO DA CULTURA DE VIGILÂNCIA

As plataformas digitais apareceram nas nossas vidas de modo a facilitar o nosso conhecimento face a inúmeros assuntos, sendo a moda um dos temas mais explorados no meio digital é importante conhecermos ambos os lados desta matéria. De maneira a ser possível não só criar conteúdo relativamente à moda, mas também proporcionar um espaço para criticas à moda atual, as plataformas digitais podem ser úteis ou prejudiciais para este ramo. Sejam críticas construtivas ou não, as plataformas digitais e alguns sites em específico procuram trazer ao de cima as inspirações dos designers para as conceções de moda e também criticar o ciclo vicioso da imitação de marcas conceituadas a nível mundial.

Plataformas digitais: prejudiciais ou úteis?

Deste modo, surge a chamada cultura de vigilância por parte das pessoas que gerem estas páginas e são capazes de informar o público através da sua visão ativa na moda. Como exemplo de plataformas digitais que possuem uma enorme influência no público temos como referência as contas do instagram “Diet Prada”, critica de vestuário e moda de marcas como Saint


algo prejudicial, mas isso existe em todas as redes sociais.”. Ainda assim, acredita que é ótimo em muitos sentidos, pois permite “expor vários assuntos que a maior parte das pessoas não tem noção que acontece e existe no mundo da moda”. Esta nova cultura de vigilância por parte das pessoas que gerem estas plataformas digitais faz com que elas sejam vistas como os “cães de guarda” da moda, pois permitem que o público tenha acesso a todo o tipo de informações relativas aos designers, às novas conceções e até a imitações que passam despercebidas no nosso meio. Estar em contacto com estas plataformas digitais fornece-nos, sem dúvida, um maior acesso à moda atual.

Laurent, Celine, Valentino, Gucci, entre outras, com 1,1 milhões de seguidores e em permanente expansão. A “Estée Laundry” é uma plataforma que surgiu após a “Diet Prada”, o seu conteúdo baseiase essencialmente na critica de maquiagem e conta com 50,4 milhões de seguidores. Pedro Neto considera-se um “Dieter lover” e apresenta uma opinião muito vincada sobre o conteúdo destas plataformas digitais. “O intuito que a dupla “Diet Prada” tem é algo que não se pode chamar de prejudicial. É uma conta onde conseguimos ter acesso às várias referências que os designers hoje em dia buscam para as coleções atuais. E também expor certas cópias literais que algumas marcas fazem, e às vezes são marcas que estão com imenso “hype” no momento e aí ficamos desiludidos e deixamos de ter tanto interesse na marca, ou pelo menos eu.”, afirma. Em contrapartida acredita que “há pessoas que tiram partido de deitar abaixo certos designers sem motivo algum, um problema que também hoje em dia, cada vez mais, as pessoas criticam de maneira agressiva e apontam o dedo sem terem o mínimo de conhecimento sobre moda, e aí sim, acho que é


BELEZA MASCULINA

PRIMAVERA É DESCULPA, SIM SENHOR! por Cristiano Teodoro

Março é mês de início de primavera. O sol brilha com mais força, as aves migratórias voltam aos céus e as árvores começam a ganhar o verde e o colorido das flores. Visões “cor de rosa” à parte, o mês de março e a primavera são as melhores desculpas para começarmos a preparar o nosso rosto para o verão quente que vai chegar. Deixamos uma lista com os melhores produtos a utilizar do pescoço para cima.

Contorno de olhos House 99 – Truly Brighter Balm Vamos esquecer os olhos com olheiras até ao joelho. Está calor e temos de manter uma pele fresca e saudável. O bálsamo da marca do inglês mais português do mundo, David Beckham (ele come pastéis de nata praticamente todos os dias, segundo a imprensa cor-de-rosa), é enriquecido com spirulina e quinoa que ajudam a minimizar os sinais de fadiga, suavizam e reduzem olheiras, pés de galinha e linhas pronunciadas para um aspeto brilhante e fresco. Promete-se uma pele macia e renovada.


Gel de limpeza – Kiehl’s Age Defender Cleanser O gel de limpeza da Kiehl’s pode tornar-se o seu novo melhor amigo nesta primavera. O Age Defender Cleanser é enriquecido com Rhassoul, uma argila purificante que ajuda a equilibrar a gordura e a eliminar impurezas, e com ácido fítico proveniente do Japão, ajuda a que a pele fique limpa e suave. Utilização diária. P.S.: é obrigatório.

Acessório Erva Moura Rolo de Jade Vivemos numa aldeia global pelo que podemos utilizar nos cuidados da pele os melhores produtos de todo o mundo. O Rolo de Jade é usado na China há centenas de anos e nós andávamos a perdê-lo. É a mais recente tendência para o tratamento do rosto pois tonifica a pele, favorecendo a circulação e reduzindo inchaços. Faz massagem, é o spa em casa, ou seja, homens que andam sob stress, está aqui o vosso amigo. Basta ter o rosto limpo e fazer movimentos ascendentes. A Erva Moura recomenda a que no fim se respire fundo e sorria. Afinal é primavera!

Hidratante – Biotherm Homme – Aquapower Daily Defense SPF 14 Water lovers é o mote da Biotherm Homme e por aqui conseguimos adivinhar o que aí vem. Este gel hidratante à base de água é infundido com antioxidantes. A pele fica hidratada e protegida contra raios UV que começam a ganhar força nesta altura do ano. É ideal para campo e cidade pois protege a pele contra a poluição.

Barba Castelbel – Sabão de Barbear Portus Cale Black Edition Diz-se, na gíria, que o homem é como o vinho do Porto. Quanto mais velhos somos, melhor ficamos. Tendo isto em mente viajámos até à Castelbel, no Porto, para vos trazer o Sabão de Barbear Portus Cale Black Edition. É um sabonete artesanal que proporciona uma barbear profissional, pois é enriquecido com lanolina, uma cera ultra hidratante. O melhor é conjugar com o Bálsamo After Shave Portus Cale Black Edition para resultados perfeitos.

Perfume Papillon – Grove É o mais recente lançamento da marca, portanto é o ideal para a estação. De acordo com a marca este é o perfume para o homem no seu estado mais puro. Com notas de saída de pimenta rosa, tangerina, alecrim, termina com um toque amadeirado, com amber, musgo e almíscar branco.


por Ana Patricio

UM DESFILE DE MODA, UM MECANISMO DE GLOBALIZAÇÃO Passerell, Manequins, Designers e uma Narração de marcas.

De imediato somos transportados para um outro local: um desfile de moda. Nos bastidores contam-se histórias, entre estilistas trocam-se contactos, entre os que assistem, impressões. Originalmente, estes encontros sociais ocorriam de forma ocasional e eram criados como vitrines, que tinham como objetivo primordial apelar à compra pela criação de novas tendências. Peças usadas em movimento refletiam o que potenciais compradores poderiam vir a adquirir e transportavam os seus clientes para uma mescla de imaginação e realidade através do desejo de obter o que contemplavam. Atualmente as atenções desviaram-se pelo caminho traçado pela profissionalização das marcas e as roupas deixaram de ser protagonistas. A conceção de um desfile reverte-se em torno de todo um espetáculo teatral, recorrendo à emoção. Juntamente com as roupas, o foco destes encontros

socias está na criação do desejo pelas marcas por parte dos consumidores, através da aliança entre um produto e a eficiência da sua apresentação. O objetivo fulcral passa a ser a transmissão do conceito de um designer e da mensagem da coleção assente no processo de criação, produção e montagem. Não se rege apenas à divulgação de tendências, mas à criação de um ambiente para profissionais do mundo da moda, propício para o conhecimento de novas marcas com antecedentes de publicidade, e possibilidade de estabelecer novos vínculos. Mariama Barbosa, relações públicas da agência Showpress e da ModaLisboa considera que “Muito mais do que apresentar coleções, estes dias servem também para dar a conhecer aquilo em que acreditamos, a nossa ideologia, e com sorte, podemos encontrar alguém que acabe por completar o nosso trabalho, a algum nível. Ter e saber criar uma rede


de contactos é também das coisas mais importantes neste mundo. Temos que aprender a fazer por nós!” Vestuário, calçado e acessórios são acompanhados pelos olhares de fashionistas, imprensa, celebridades e criadores. Marcados pela exacerbação de detalhes para traçar o tema da coleção e visuais utópicos, contrários à ideia de usabilidade, ganham forma como expressão de algo onírico. Transformados em espetáculos performativos e públicos, os desfiles de moda permitem divulgar quem é o público presente, que dita uma hierarquia ilusória de moda. Com a presença de personalidades significativas neste mundo, os olhares já não recaem somente nas peças exibidas, mas também no público que se veste a rigor para a situação. Mariama Barbosa

“Um desfile de moda com técnicas de marketing, que coexiste com um mecanismo de globalização.”


JÚLIO E INÊS TOCARTO duas gerações no mundo da moda nacional

“A moda é comunicação e identidade. Para nós é um exercício criativo em constante mutação.”

Júlio Torcato, designer português, vencedor do prémio Portex no ano de 1989 e do 1º prémio Design para a indústria Portex. Trabalha atualmente com a sua própria marca “Júlio Torcato” direcionado para a indústria têxtil e de vestuário. Para além de ter sido responsável pelo design e imagem de várias empresas e marcas nacionais como Decénio, Queens, Lion of Porches, Salsa e Red Oak, participa também como Júri em diversos concursos de moda, inclusive em conferências de prestígio referentes ao design sustentável, à engenharia têxtil e a novas experiências e desafios no domínio da moda nacional.

Inês Torcato, jovem licenciada em Design de Moda pela Escola Superior de Artes e Design, vence em 2013 o prémio de segundo lugar no concurso Nespresso Designers Contest. Em 2015 vence o prémio Melhor Coleção e Melhor Par de Calçado Feminino. E em 2016, revela-se como uma das vencedoras do Concurso Bloom no Portugal Fashion, sendo, atualmente, uma designer portuguesa de renome. Júlio Torcato define-se como uma pessoa exigente, subversiva, que aprende todos os dias algo novo e que questiona constantemente a “normalidade”.


por Rita Castro

Inês Torcato identifica-se como uma pessoa rigorosa no que diz respeito ao seu trabalho, atenta aos pormenores e em constante procura pelo que é novo. A designer confessa ainda não sou é “igual a ninguém para além de mim mesma”. A sucessora do estilista Júlio Torcato salienta que não estava previsto seguir as pisadas do pai. Naquela altura, antes de enveredar pelo Design, a jovem estudava artes plásticas e tinha a fotografia como principal objetivo. Ainda assim, o designer português acrescenta que é com orgulho que reconhece o trabalho da sua filha que apresenta as suas coleções ano após ano, praticamente a seu lado. Júlio refere que acompanhar o percurso de Inês permite comprovar que existem ainda jovens talentosos com grande carga cultural que podem levar a moda portuguesa muito mais longe do que a sua geração tem vindo a conseguir, ultimamente. Se não tivessem seguido pelo mundo da moda, Júlio confessa que optaria por outra área criativa, onde pudesse ter maior controlo sobre todo o processo de criação, como, por exemplo, as artes plásticas. Em contrapartida, Inês Torcato dedicar-se-ia à ilustração, associada à fotografia ou ao cinema. Relativamente aos designers e à moda de autor, Júlio e Inês Torcato revelam que as principais falhas da moda nacional correspondem à dimensão do mercado, aos canais de distribuição e principalmente no que diz respeito ao entendimento do público acerca daquilo que é a moda e o valor da etiqueta, “em Portugal valoriza-se sempre o que vem de fora em detrimento daquilo que é nosso”. A designer reconhece que o nome Torcato sempre influenciou o seu percurso, principalmente enquanto estudava. Por esse motivo, desde sempre sentiu a obrigação de ser a melhor e de corresponder às expectativas. No entanto, quando realizava trabalhos na área da moda surgia automaticamente uma pressão de que o pai teria exercido alguma influência , “quando comecei a concorrer a concursos nacionais usei sempre o nome da minha mãe para não existir esse preconceito de avaliação”. Ainda assim, a designer revela que, atualmente, não se preocupa minimamente com esse fator , “temos trabalhos

diferentes, linguagens diferentes”. Ambos salientam que Portugal não é ainda um país de tradição de moda, mas começa a dar os primeiros passos nesse sentido pelo grande potencial criativo. Na perspetiva dos designers portugueses, a moda funciona como uma forma de comunicação e revela sempre identidade. É uma arte criativa, provavelmente a mais próxima do público, porque interage com todos os sentidos do indivíduo, “para nós é um exercício criativo em constante mutação”. No geral, os portugueses precisam de estar mais presentes, não só nos eventos internacionais, mas também em eventos que permitam alargar as vendas e dar a conhecer a moda que se tem vindo a desenvolver no país. Segundo os designers Torcato, é necessário desenvolver projetos que consigam aglutinar e estreitar os laços entre os investidores, a indústria e os designers para que possa surgir um maior reconhecimento da moda nacional. Júlio Torcato confessa que o reconhecimento que tem atualmente lhe custou muito tempo e, acima de tudo, muito investimento pessoal, “é uma luta constante por amor à área, grande parte das vezes sem retorno e apoios”. Se pudessem “transformar” a moda nacional, os designers optariam por investir num evento único para criar sinergias, com especial destaque no marketing internacional, agentes, canais de distribuição e cativação dos espaços de venda mais importantes nas grandes cidades. O objetivo seria criar meios para garantir a sustentabilidade de cada designer, tanto produtivo, económico, como a nível de distribuição. Relativamente à importância das semanas de moda, estas revelam-se fundamentais para ambos os estilistas, principalmente porque funcionam como montra de trabalho e como local onde se criam sinergias. Como designers, como portugueses e como pai e filha ligados ao mundo da moda, os principais conselhos que evidenciam é procurar dar sempre o melhor, mesmo nas alturas de mais sacrifício. Acreditar. Evoluir. E ser paciente.


FASHION MAGAZINES

A era do digital está afirmada! Vive-se um período em que toda a informação está à distância de um clique e as revistas devem acompanhar.

por Patricia Dias

Sabia que a sociedade nunca consumiu tanta informação através dos media como atualmente? A imprensa foi ofuscada pelas plataformas digitais. Um estudo realizado pela empresa americana Ativate revelou que 48% dos leitores recorrem a computadores e smartphones para se manterem informados. Curiosamente, as estatísticas revelam também que, cerca de 43% nunca leram websites de revistas de moda. Isto propõe uma reflexão sobre o seu progresso no digital e o potencial que podem ter ao estarem a par e passo às evoluções tecnológicas. Amy Odell ainda acredita no sucesso e qualidade da imprensa de moda. Defende que êxito das empresas não está no formato com que é publicado, mas sim nos profissionais e na informação de referência das revistas. Aliás, sublinha mesmo que quanto mais

vasta a variedade dos media menor a qualidade da informação. Atualmente as revistas de moda são quase que obrigadas a manterem-se atuais e a acompanhar as evoluções do digital - a forma como a sociedade consome informação. Têm-se servido das várias plataformas que a web vem a afirmar. Instagram, Twitter, Facebook, Snapchat, Youtube e Soundcloud são exemplos da diversidade do mundo virtual. É provável que se sinta familiarizado com um destes sites. As redes sociais, websites, apps e os diferentes formatos em que podem ser apresentados – vídeo, áudio, fotografia, texto – determinam a configuração do conteúdo das fashion magazines. Cada plataforma


tem características e métodos de comunicar distintas. Por isso mesmo, o consumidor já sabe o que espera de cada uma. O futuro está no online e é inegável a sua ascensão. De tal forma que o crescimento do digital tem provado que é capaz de sustentar monetariamente uma revista. Se pensar nos anúncios publicitários, nas subscrições de websites e na compra de aplicações tem a resposta ao constante desenvolvimento dos media digitais. A revista New York estabeleceu até um mecanismo que recolhe os hábitos de consumo dos leitores, e depois lhes facilita conteúdos e serviços pelos quais têm interesse. Um dos objetivos é estudar as táticas de marketing que as próprias empresas devem

seguir- como comunicar o produto de modo a que a revista seja sustentável, ter a consciência de que um podcast tem um valor diferente do que um artigo, por exemplo. Se a era do ciberjornalismo facilitou a aquisição da informação também há que referir que os desafios acresceram. O mundo do online está em constante atualização e inovação e as revistas impressas estão a perder força. Em função disso têm pensado no público, na geração do hoje – mais tecnológica.


ALL THIS IS...

Produção: Fábio Sernadas e Pedro Afonso Fotografia: Pedro Afonso Modelo: Mafalda VilaNova, BLAST MODELS Especial obrigado à Showpress Sapatos de Luís Onofre Jóias de MUTT, COLLECTIVA, Joalharia de Autor Body de Lola Wants








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