nยบ 13
NOV. 2018
S T R A N G E
CARTA DO DIRETOR
#STRANGE Desmistificar a palavra Estranho... Afinal de contas o que significa ser estranho? Quais são as “regras” que ditam que alto é estranho? Nesta edição o mais importante foi mostrar vários tipos de “estranhesa”, mesmo que para muitos o conteúdo não seja estranho, a ideia e a essência estão cá. É-me difícil de falar da palavra Estranho, porque durante a minha estadia em Madrid, onde a FAIRE nasceu, aprendi que não existia nada estranho e que tudo seria normal! Recordo-me como se fosse ontem, ia no metro para a faculdade e lembro-me de encontrar um rapaz que me chamou bastante há atenção. Ele era muito simples, mas tinha o cabelo comprido, muita base clara para disfarçar o acne e usava uma sombra para os olhos laranja choque. Na altura olhei uma, duas, três vezes e comentei para mim... que estranho! Até que pensei, como é que eu posso dizer que ele é estranho? Que direito tenho eu de o “julgar”. Há muito que queria fazer uma edição diferente... nos últimos tempos temos feito algumas brincadeiras e arriscado. Em todos os briefings com a minha equipa digo, Sejam OUTSIDE THE BOX, só assim venceremos. Vivemos numa epóca de constante rotação, onde o normal de hoje é o estranho de ontem e foi isso que quisemos fazer...
Brincar com bonecos insufláveis, utilizar designers de renome e brincar com as peças deles. Foi conseguido. Nesta edição fugimos um pouco ao nosso registo e convidamos uma designer estrangeira a participar na nossa revista e a ser ela a capa. Quando vi o trabalho dela, não podia deixar escapar. Para além de fazermos algo diferente e escolhendo marcas e entrevistados diferentes pelo seu excelente trabalho. Quisemos fazer algo também bastante diferente. A FAIRE infelizmente ainda não é em papel, mas não foi isso que nos privou de criar um suplemento para esta edição. Quisemos gravar as coleções da ModaLisboa e do Portugal Fashion, quisemos criar algo que ficasse marcado também no nosso percurso. Por isso mantivemos o nosso sincio no nosso website, nenhum artigo foi feito até hoje. Viajamos com todos os desginers e com eles aprendemos uma forma estranha de falar, porque nenhum trabalho é diferente. O Diretor,
3 Carta Editorial 6 Ficha Técnica
ENTREVISTAS 28 D/BACKYARD 52 André Gil Mata 60 Manuel Linhares 74 Pedro Afonso 76 Olimipia Davide 82 Renata Mayumi
AGENDA 48 Cinema 56 Teatro & Espetáculos 58 Música & Concertos 64 Arte & Exposições 70 Livros
LIFESTYLE 66 Design 68 Fornasetti 74 Comércio Nosso
FASHION 8 Nazareth Collection 107 Primavera e Verão 2019
EDITORIAIS 13 FREAKIN’ DEEP 35 LOST IT MY THOUGHTS 84 BORBALA Collection 96 Felicidade, Nervos e Amor
BELEZA 33 Maquilhagem
CAPA Paul Moldovan vestido com a coleção de Borbala Fotografia: @costrut Modelo: @paul.chiar.el Maquilhagem: @todianahata e @diana.zoicas
Fábio Sernadas DIRETOR
Vera Gomes DIRETORA DE MODA
COORDENADORA CRIATIVA Vera Gomes COORDENADORA EXECUTIVA DE CULTURA E LIFESTYLE Patricia Silva MODA Margarida Sousa : Editora de Moda ARTE Patricia Silva REDAÇÃO Patricia Silva, Ivânia Cardoso, João Marcos Moreira, Rafael Moreira, Luis Assunção FOTOGRAFIA Afonso Duarte VIDEO Patricia Meinedo Inês da Silva EDIÇÃO E PAGINÇÃO Luis Carlos Patricia Meinedo Daniela Faria INFORMÁTICA Cristiano Gomes
CONSELHO EDITORIAL Fábio Sernadas, Vera Gomes, Patricia Silva e Luis Carlos
A FAIRE é uma revista mensal, direcionada para o público curioso, também com uma plataforma online. A FAIRE foca-se em moda, mas abrange temas como beleza, cultura e lifestyle. A FAIRE compromete-se a apoiar editorialmente a moda e projetos inovadores. A FAIRE nunca se deixará condicionar por interesses partidários ou por qualquer lógica de grupo, assumindo responsabilidade apenas perante os que pode desempenhar um papel importante ao nível da sensibilização social, promovendo uma sociedade mais informada e igualitária. A FAIRE dirige-se a um público de todos os meios sociais e de todas as profissões. A FAIRE estará sempre atenta à inovação, promovendo a interação com os seus leitores.
NAZARETH
A nazarethcollection é uma empresa portuguesa que atua na área da moda focada na utilização de fotografias como padrões de moda. Márcia Nazareth é a responsável criativa da empresa que sempre teve o sonho de vestir uma fotografia. Para isso dedica cada colecção a um tema.
QUANDO OLHAS PARA UMA FOTOGRAFIA, O QUE VÊS? A NAZARETH PÔS EM PALAVRAS.
Nesta nova coleção as palavras substituem as fotografias. Palavras que transmitem a imagem que não existe. Só frases, letras, palavras. Mensagens atuais, que focam a verdade que se quer dizer. #tagmyphoto, dont shoot take a photo, Offline is the new luxury, são alguma frases que provocam o olhar de quem as veste. Um zoom à tua personalidade. A responsabilidade ambiental é um pilar chave da marca, que usa materiais têxteis sustentáveis de forma a reduzir a pegada ecológica que cada nova coleção tem no mercado. Esta colecção é toda em LYOCEL, MODAL e ALGODÃO.
FREAKINʼ DEEP FREAKINʼ DEEP FREAKINʼ DEEP FREAKINʼ DEEP FREAKINʼ DEEP FREAKINʼ DEEP FREAKINʼ DEEP FREAKINʼ DEEP .
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P E E D ʼ N I FREAKINʼ DEEP K A E FR
Designers: Estelita Mendonça / Inês Torcato / Nycole Modelo: João Pacheco, Blast Models Fotografia: Luís Carlos Edição: Afonso Duarte Produção e Styling: Vera Gomes Especial agradecimento à Showpress
FREAKINʼ DEEP FREAKINʼ DEEP FREAKINʼ DEEP FREAKINʼ DEEP FREAKINʼ DEEP FREAKINʼ DEEP .
por Fábio Sernadas
D/BACKYARD D/Backyard é a marca assinada por Diana Quintal, natural da Madeira e licenciada em Design de Moda e Têxtil pela ESART – Escola Superior de Artes Aplicadas, no Instituto Politécnico de Castelo Branco. Em 2016, participou na plataforma Bloom do Portugal Fashion com uma coleção FW16-17, com a dupla KDI; mais tarde, realizou estágio no Atelier de Susana Bettencourt e no Atelier De’Leefstijl, na Holanda. Uma pessoa curiosa e muito teimosa. Entrega-se a 100% quando não está a procrastinar. Com uma marca, acima de tudo singular, o objectivo é sem dúvida transmitir a paixão que existe por trás de todo o trabalho, para que quando alguém vista as suas peças consiga identificar essa paixão nos seus detalhes.
PORQUÊ SER DESIGNER DE MODA? “Designer de moda pelo desafio de criar!” Apaixonada com todo o trabalho que envolve uma coleção desde o conceito à parte do design até à peça realizada. Esse desafio que por muito que nem sempre seja fácil, no final é sempre prazeroso e compensador. Cinema e artes plásticas sempre foram outros grandes gostos da criadora e seria por aí que envergaria caso não seguisse moda. Sentindo que falta uma grande valorização e realçando um problema detetado por todos, “ os portugueses não consomem muita moda portuguesa, nem a seguem com muita regularidade como acontece noutros países.” “Acabo sempre por ter uma playlist associada à coleção”, a inspiração para Diana acontece instintivamente, a música é uma enorme fonte de inspiração que nos transporta no tempo. Mas a fotografia, a pintura também fazem igualmente parte da sua inspiração, assim como a história. “Tudo aquilo que existe tem o poder de inspirar” reforça a criadora. Tentando sempre transmitir um “mood”, uma sensação/reação. A criadora madeirense tenta com as suas coleções “provocar”! Trabalhando sempre na junção do design com a mensagem, tentando ser sempre agradável e equilibrada, sem que a mensagem se sobreponha ao design ou vice-versa. “A moda é feita para quem está preparado para aceitá-la. A moda é sem dúvida para todos, sem pensar em géneros, nem idades. Gosto de pensar na moda como uma linguagem universal.” Estando, de momento, focada no “womenswear”, mas nunca esquecendo o “menswear” nas suas coleções. Diana acha que o mercado masculina é aquele que cada vez mais gosta de ousar e experimentar. Para a criadora as Semanas da Moda são uma parte muito significativa enquanto marca! “Por muito que o designer tenha que trabalhar toda a parte de imagem e trabalhar nesse desenvolvimento por si, não consegue sem uma organização maior. O facto das semanas da moda apostarem em novos designers com os concursos e dar apoio aos que estão a tentar solidificar a sua marca é importantíssimo.” Se pudesses mudar a moda nacional o que farias? “Aumentar a união entre a indústria portuguesa e a moda nacional. A nossa vasta indústria têxtil que ao longo da história tem provado ser uma óptima indústria, com um trabalho de excelência e cheia de contactos internacionais, ao apoiar a moda nacional esta ganha mais força.”
por Maria Serrano A nova tendência na pele esteve em alta no Portugal Fashion e preparada para entrar em grande. Se ainda não conhece o strobing, então prepare-se para entrar na nova era: o strobing é a nova técnica que substitui o famoso contorno e que vem dar um aspecto mais natural e iluminador à pele. Esta forma de maquilhar a pele consiste em iluminar os pontos altos do rosto, a forma invertida de fazer o contorno que escurecia as zonas de sombra e ainda dá um acabamento mais natural à pele. O segredo para este acabamento perfeito é utilizar dois passos no iluminador. O primeiro é utilizar um iluminador líquido para misturar com a base e aplicar em toda a pele.
O segundo, aplicar um iluminador em pó nos pontos altos do rosto: não pode faltar luz nas têmporas, no canto interno dos olhos, no osso da sobrancelha nem na parte superior dos lábios (arco do cupido). Como iluminador líquido sugiro o bálsamo revitalizing supreme da Estée Lauder, a Double Wear Nude Cushion também da Estée Lauder ou ainda o Strobe da MAC Cosmetics. O iluminador em pó não pode faltar o Soft and Gentle da MAC Cosmetics.
LOST IN MY THOUGHTS Designer: Miguel Vieira Modelo: Inês Reis, Karacter Agency Make-up: Maria Serrano Fotografia e edição: Quirinio Ribeiro Produção e Styling: Vera Gomes Especial agradecimento à Showpress e ao Negra Café (Porto)
AGENDA
CINEMA BOHEMIAN RHAPSODY
ESTREIA DIA 1 DE NOVEMBRO
Freddie Mercury (Rami Malek) e seus companheiros, Brian May, Roger Taylor e John Deacon mudam o mundo da música para sempre ao formar a banda Queen durante a década de 1970. O problema começa quando Mercury começa a sair do controlo, a banda tem que enfrentar o desafio de conciliar a fama e o sucesso com suas vidas pessoais cada vez mais complicadas.
OPERAÇÃO OVERLORD
ESTREIA DIA 08 DE NOVEMBRO
Um grupo de paraquedistas americano é lançado para França para uma missão crucial para o sucesso da invasão do país. Com a tarefa de destruir um transmissor de rádio, quando se aproximam do alvo, percebem que não se trata de uma simples operação militar e existem coisas a acontecerem no local, que se encontra ocupado por nazis. Do produtor J.J. Abrams, Overlord é uma emocionante e assustadora aventura de ação com um toque especial..
MILLENIUM: A RAPARIGA APANHADA NA TEIA DE ARANHA ESTREIA DIA 08 DE NOVEMBRO
A adaptação do quarto livro da saga “Millenium” conta a história da hacker Lisbeth Slander, do jornalista Mikael Blomkvist e a necessidade de juntarem forças para a nova e assustadora ameaça. Tudo complica quando se apercebem da existência de uma teia de corrupção, espionagem e intriga internacional.
O QUEBRA-NOZES PUZZLE
ESTREIA DIA 15 DE NOVEMBRO
Agnes, é uma mãe suburbana que dedica todo o seu tempo a cuidar dos homens da família. Quando descobre o talento para montar puzzles, toda a sua vida muda completamente, com novos horizontes, a sua família é obrigada a adaptar-se para que ela consiga começar a competir.
UMA ENTREVISTA COM DEUS ESTREIA DIA 15 DE NOVEMBRO
Paul é um jornalista ambicioso à procura de sucesso profissional e, após uma procura exaustiva, encontra um homem que lhe pode dar a melhor entrevista da vida: Ele diz ser Deus.
MORTE INSTANTÂNEA POLAROID
ESTREIA DIA 15 DE NOVEMBRO
Bird Fitcher é uma adolescente tímida e pouco social. O terror descrito comparado a The Ring, começa quando, a jovem encontra uma câmara Polaroid amaldiçoada. Toda a sua vida está prestes a mudar: inacreditavelmente, todos os que aparecerem em alguma foto tirada por aquele dispositivo têm um fim trágico e violento.
ROBIN HOOD: A ORIGEM ESTREIA DIA 21 DE NOVEMBRO
A famosa personagem que rouba aos ricos para dar aos pobres está de volta! Desta vez, Robin Hood (Taron Egerton), ao voltar das cruzadas surpreende-se com o caos. A floresta Sherwood encontra-se contaminada de criminosos e ele não pode deixar que tudo continue assim.
ANDRÉ
GIL MATA por Patricia Silva
Eis André Gil Mata, homem de poucas palavras e de sentidos bem apurados que regista emoções, sentimentos e experiências, sendo histórias ou não, constrói uma nova realidade em cada longa ou curta-metragem da sua realização.
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década de 90 ficou marcada pela sua participação no concurso aberto para a Escola de Teatro e Cinema, ainda que não tenha ficado colocado. Foi então que o estudo da Matemática se tornou o rumo de André Gil Mata, em paralelo com o Cinema, “Então, foi por isso que comecei a estudar matemática. Mas, paralelamente, fui tentando seguir no Porto, Cinema”, afirma. Sendo que o acesso ao cinema não era o melhor, o aprender através das outras pessoas em algumas instituições não se tornou tarefa fácil. Começou por se aproximar da Fotografia para se avizinhar do Cinema e foi então que começou a entrar no mundo do Teatro e descobriu o quanto estas artes se aproximavam da Sétima (arte). Foi por volta de 2001 que começou a fazer um filme com amigos que ia conhecendo – o século XXI era, sem dúvida, o seu século – “(..) estávamos todos a trabalhar sem receber. Só tínhamos o apoio de uma escola secundária, que nos deixou utilizar o estúdio. Foi então que comecei a fazer uma curta, que só vim a terminar em 2012”, revelou o realizador. Por teimosia, paixão e talvez vontade de fazer cinema, a complexidade não seria pretexto para o começo de uma construção autodidata - uma coisa de estudo numa instituição. É importante salientar que apenas em 2010 é que André Mata realizou o Mestrado na Escola de Cinema. Até então, cada produção que tecia era sinónimo de uma aprendizagem dotada, em que o entendimento e a ligação com o Cinema era cada vez maior. A passagem por diversos festivais, nomeadamente, Festival de Berlim e IndieLisboa assinalaram o percurso de André Mata. No entanto, a vontade de que os seus filmes detenham um maior alcance a nível regional é também algo que o artista gostaria que marcasse esse mesmo percurso. Diversos desses louvores recebidos têm como sobrenome “A Árvore”, a terceira longa-metragem do artista.
“A Árvore”: Uma obra “pictórica” que revive as memórias de uma Bósnia ferida Era na Bósnia que André Mata vivia. A necessidade de construir o filme adveio de certos carecimentos, vivências, sensações e pequenos factos que o artista viveu, não na guerra, mas num local onde a guerra terminou há mais de vinte anos, onde a presença sentia-se à tona. O dia-a-dia, as pessoas e as relações que traçavam entre si falavam por si, “o que me “obstinava” era o olhar para rostos de pessoas mais velhas e perceber que tinham idade de ter vivido a 2ª guerra mundial ali e terem passado por outra guerra na mesma vida”, afirmava.
Da liberdade do Cinema às “entranhas” do mundo Capitalista No que toca a questões de identidade, o autor de Arca d’Água - o seu primeiro filme como realizador por sinal – considera que só é possível criar uma identidade quando “se está diante de um contexto, ou com aquilo que estamos a viver no nosso contemporâneo, no momento. Não vou dizer presente porque o nosso presente é sempre muito difícil de definir.” Artista de poucas palavras, deixa que a sua câmara expresse tudo o que não é fácil dizer, prefere que sejam os filmes a definir. O realizador considera ainda que o facto de ter de haver uma identidade explicita, reflete-se como um problema bastante atual, “O público ou os críticos ou os curadores, ou seja, aquelas pessoas que emitem as suas opiniões sobre determinado trabalho a outras, vivem numa sociedade, principalmente em Portugal e na Europa, hoje de uma forma quase universal, de um mundo capitalista e completamente entranhado nesses princípios.”
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orquê “Árvore”? Por algo muito simples para o artista, ausente de qualquer tipo de metáfora, “Era o sítio onde alguém se protegia e tentava aquecer (…), partiu de uma fotografia que eu tirei, que tinha um vulto por baixo da árvore, na neve, na confluência de dois rios, onde nessa confluência criavam um fumo da junção dos PH da água. Quando eu tirei pensei que seria uma fogueira e que essa pessoa estivesse a aquecer-se, não consegui ter essa perspicácia científica. E foi a partir daí.”
Recorrendo à metáfora dos “cereais e à mudança no que toca aos sabores e às marcas”, André Gil Mata evidencia o facto de a sociedade ter entrado na conceção do “cinema de autor que os franceses, em meados do século passado determinaram” tem assumido uma condição de que um cineasta necessita de estar a fazer filmes iguais. A grande bagagem que o Cinema transporta consigo, segundo o artista, permite viver a dicotomia do contemporâneo ou, por sua vez, traduz uma leitura plural do que é efetivamente o cinema. E, como tal, por mais que cada artista possa ter uma cadeia de princípios que sejam o ponto de partida para cada obra que produzem, a reprodução ou reinvenção dos mesmos não deixa de ser autêntico. É isso que André Mata retrata em cada construção cinematográfica, trata-se de uma reação completamente interior que não se afasta da sua primeira essência. O realizador reconhece ainda que grande parte das pessoas ou, “uma certa fração de delas”, sofre dessa mesma categorização que os críticos exercem, “(…) sei lá, por ainda não ter códigos definidos no cinema. Eu acho que o cinema é outra forma de linguagem e se não soubermos temos de o aprender e não há essa construção, não há esse ensino. O ensino Visual teria de acompanhar o ensino da escrita ou da leitura. (…) se a ideia é criar robots pelo menos que deem aos robots ferramentas suficientes para terem uma ligeira liberdade e terem essa possibilidade de abrir o livro.”
As recordações e um “presente” em mudança No que compete a inspirações, André não acredita muito nisso. Para ele, está tudo muito mais relacionado com a máxima “viver” nas suas diversas formas. Contudo, no que toca a memórias o cenário já não é o mesmo. Nomes como, Sandra Neves (diretora de arte e cenógrafa do Porto), João Ribeiro (diretor de fotografia de “A Árvore”) e Tomás Baltazar (com quem André tem montado praticamente os seus filmes todos), foram referidos, assim como as equipas com que o artista trabalhou desde sempre - o sentimento é de gratificação, pela sua forma, pela sua generosidade e sensibilidade. A cumplicidade que criaram entre si não precisa mais de palavras – o silêncio é a voz.
No que toca a obras, o realizador recordou, com aquele brilho, O “Cativeiro”, que a nível pessoal terá sido das obras que mais o marcou pela sua “feitura”. “A Árvore” também terá sido um dos filmes que mais se distinguiu pelo facto de ter sido uma rodagem longa, durante a noite, em que a natureza os tornará refém, com uma equipa grande e com nacionalidades todas distintas. André relembrou, por último o “Coveiro”, realizado em 2013, devido à sua finalização apenas 11 anso depois, “foi algo que me marcou muito por uma questão da persistência necessária para terminá-lo e não o largar.” No que toca aos tempos de mutação constante, André Gil Mata deixa-nos a promessa de uma curta-metragem que gostava muito de realizar e o reivindicar de outros projetos que mantém, mais antigos, mas que não conseguiu concluir devido à falta de funcionamento. Ainda assim, tal como a essência do mesmo se faz ouvir, “ é a questão de não saber o amanhã”, tudo se cinge a “seguir as nossas reações.”
TRO & ESPETÁCULO TEA TRO & ESPETÁCULO TEA TRO & ESPETÁCULO TEA ANNE TERESA DE KEERMAEKER & SALVA SANCHIS/ROSAS 01 E 02 DE NOVEMBRO NO TEATRO MUNICIPAL RIVOLI
Um quarteto criado por Salva Sanchis e Anne Teresa De Keersmaeker, “A Love Supreme” tem como base o aclamado e galardoado álbum homónimo de John Coltrane. Esta colaboração, iniciada em 2005, resulta de um encontro entre dois coreógrafos que partilham o mesmo fascínio pela icónica peça musical. Em “A Love Supreme”, Coltrane e os seus músicos desenvolvem uma estrutura melódica enganadoramente simples para permitir uma completa - e até complexa - liberdade de improvisão, destruindo os limites impostos para cada registo musical.
MAYERLING
21 DE NOVEMBRO NO CENTRO CULTURAL DE BELÉM Desejos perigosos, segredos de família e intrigas políticas dão o mote à ousada coreografia de Kenneth MacMillan, inspirada em histórias verdadeiras da corte austro-húngara e do príncipe Rudolf e da amante Mary Vetsera.
DO YOU REMEMBER THAT TIME WE WERE TOGETHER AND DANCED THIS OR THAT DANCE? 23, 24 E 25 DE NOVEMBRO NA RUA DAS GAIVOTAS 6
Esta performance apresenta uma publicação imaterial. Em vez de forma impressa, a publicação foi decorada por um performer e é dita oralmente, em em sessões individuais, com a duração de 30 minutos.
O QUEBRA-NOZES
24 DE NOVEMBRO NO COLISEU DO PORTO Um sonho de Natal com bonecos animados, criaturas maléficas e um herói improvável - o príncipe Quebra-Nozes. Repleto de romance e fantasia, “O Quebra-Nozes” exalta a capacidade de sonhar das crianças e a genuinidade dos seus sentimentos - o primeiro amor de Clara.
ICA & CONCERTOS MUSICA & CON
WOLF ALICE
01 de Novembro no Coliseu dos Recreios Depois de um concerto extraordinário na edição 2018 do NOS Alive, os Wolf Alice anunciam um concerto em nome próprio dia 01 de novembro, no Coliseu de Lisboa. A banda vai apresentar “Visions of a Life”, lançado em 2017, que se tornou um sucesso, aclamado pelos críticos da música e tendo angariado nomeações para os Brit Awards, Global Awards, Grammy Awards, NME Awards e ainda ganhou o prémio Mercury Prize pelo seu segundo álbum.
RODRIGO LEÃO - O ANIVERSÁRIO
08 de Novembro no Coliseu Porto 09 de Novembro no Coliseu dos Recreios Em 2018, Rodrigo Leão comemora 25 anos de carreira a solo. O Aniversário será um espectáculo que contará com a formação alargada de dez músicos e duas cantoras. O trabalho técnico deste espectáculo será extremamente cuidado, de forma a que a amplificação sonora funcione tanto nos grandes espaços como nas salas mais exigentes, garantindo que todos possam ouvir cada pormenor da instrumentação.
JORGE PALMA
19 de Novembro na Casa da Música
A viver um dos seus melhores momentos, Jorge Palma tem partilhado com o público mais de 40 anos de carreira e é em palco que o vemos no seu esplendor. No espectáculo que preparou para encerrar 2018, “Expresso do Outuno”, Jorge Palma vai misturar a música eléctrica com músicas mais acústicas, numa viagem de longo curso com paragens nas diferentes sonoridades que constituem o universo do músico e compositor.
MATIAS DAMÁSIO
24 de Novembro no Altice Arena
Matias Damásio sobe ao palco da Altice Arena dia 24 de Novembro, para um concerto único. Pela primeira vez na maior sala de espetáculos do país, Matias Damásio vai reunir nesta noite os maiores êxitos da sua carreira e também muitos amigos e convidados, a serem revelados brevemente.
MANUEL LINHARES
Nasceu na Horta em 1983 apesar de viver desde muito novo no Porto, cidade onde começa os seus estudos musicais quando entra em 2002 para a “Escola de Jazz do Porto”. Para além da licenciatura em Canto Jazz pela “Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto”, o seu background musical é também marcado pela passagem por cidades como Barcelona, onde estuda na escola “Taller de Muzics” em 2006, e Berlim, onde em 2010/2011 frequentou o “Jazz Institute of Berlin”.
Estivemos à conversa com Manuel Linhares
por Ivânia Cardoso
DE FORMA A TRAÇARMOS O TEU PERCURSO, FALA-NOS UM POUCO DELE. O QUE TE LEVOU, INICIALMENTE, A INGRESSAR NA ESCOLA DE JAZZ DO PORTO? COMO NASCEU ESTE ‘BICHINHO?’ A música sempre esteve presente na minha vida, desde cedo frequentei o coro da escola e os meus pais puseram-me a ter aulas de piano já desde a primária. Não consigo destacar propriamente um momento para o nascimento deste “bichinho” porque acho que desde sempre esteve lá, agora sem dúvida que a entrada na Escola de Jazz do Porto veio intensificar a minha relação com a música. Na altura estava a tirar o curso de Arquitectura e comecei a sentir-me cada vez mais dividido entre estas duas partes da minha vida. Rapidamente percebi que a música tinha um lugar mais importante e acabei por tomar a decisão de ir para a Barcelona onde fui estudar para a escola Taller de Musics. Depois as coisas foram acontecendo, seguiu-se o curso de Jazz da ESMAE (Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto) e em 2010 vou para Berlim estudar no Jazz Institute of Berlin onde termino a minha licenciatura em Canto Jazz.
DESDE ESSA ENTRADA ATÉ HOJE, JÁ PASSASTE POR VÁRIAS CIDADES, VÁRIAS REFERÊNCIAS MUSICAIS. O QUE MAIS TE MARCOU ATÉ AGORA? QUAL FOI A ‘LIÇÃO’ QUE MAIS TE VALEU ATÉ HOJE? Não é uma pergunta fácil. São tantas as referências! Mas talvez esta minha procura por conhecimento e vontade de aprender com outros grandes músicos levou-me a não ficar aqui estático, mas ir à procura deles, ouvi-los e estudá-los. E na realidade tenho tido muita sorte em poder estudar com estes artistas que admiro. Endividei-me umas quantas vezes para o fazer mas não me arrependo de todo! Estudar com o Bobby Mcferrin ou com a Meredith Monk foram experiências inesquecíveis e que marcaram profundamente o meu trabalho. Mas talvez a maior lição tenha sido quando estudei com a improvisadora vocal Rhiannon no Havai. Para além de ter sido uma grande viagem onde conheci muitos sítios e pessoas, a Rhiannon mostrou-me que cantar é muito mais que ter uma boa voz, técnica e conhecimento mas aceitação do que somos e do que queremos contar.
PRESTES A LANÇAR O TEU NOVO ÁLBUM BOUNDARIES, O QUE ESPERAS? COMO TE SENTES EM RELAÇÃO AO TRABALHO QUE FOI FEITO? Neste momento estamos a terminar a edição do álbum e apesar de ainda não estar totalmente finalizado estou muito, muito contente com o que temos até agora. Estou a trabalhar com uma equipa extraordinária e está a soar mesmo muito bem. Agora em termos de expectativas não sei bem o que esperar. A indústria discográfica está em plena transformação, o streaming tornou tudo mais rápido e consumível. Da minha parte sei que tenho que continuar a produzir e editar apesar de em termos monetários não haver um retorno directo, já que não se vendem practicamente álbuns. Ou seja, cada vez mais encaro os álbuns como um cartão-de-visita, uma forma de divulgar o meu trabalho e que me permitem fazer tournées para a apresentação das suas músicas.
QUAL É A PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE ESTE NOVO ÁLBUM E O TRACE OF CITIES? ASSEMELHAM-SE DE ALGUMA FORMA? Passaram cinco anos e acho que aprendi e cresci muito desde então. Penso que este novo álbum reflecte esse percurso não só em termos musicais mas também nas próprias letras e na sua concepção. Ambos os álbuns partem do universo do Jazz embora neste novo trabalho tenha explorado muito mais as vozes como efeitos e sobreposições criando uma linguagem um pouco mais contemporânea e talvez por isso mais próxima do Jazz Fusion relacionando-se com outros géneros musicais como o Rock ou o RnB.
A IMAGEM DO BOUNDARIES É SIMPLES, MAS AO MESMO TEMPO PARECE-ME EXTREMAMENTE CARACTERÍSTICA. O QUE ESTÁ POR “TRÁS” DELA? Este álbum junta composições minhas dos últimos três anos com temas em Inglês e Português. Estas músicas reflectem algumas das minhas preocupações e inquietações sobre o mundo actual e tentam pensar o papel que cada um pode ocupar numa sociedade atravessada por fronteiras, separações e limites. É impossível ser indiferente à crise dos migrantes que tem assolado a Europa e às desigualdades crescentes da sociedade contemporânea. Por outro lado, esses limites referem-se também às condições da nossa própria existência, de uma vida que procurando encontrar o espaço da sua liberdade, não deixa de se confrontar com o seu isolamento e com os seus limites. Penso que enquanto gesto de criação artística, talvez pertença à música a função de não deixar de estar atenta a este ruído do mundo, reflectir sobre ele e fazer dele música.
PARA ALÉM DESTE LANÇAMENTO, QUAIS SÃO OS TEUS PRÓXIMOS OBJETIVOS, AMBIÇÕES? A par deste projecto tenho um duo com um excelente cantor e guitarrista de São Paulo, o Pedro Iaco, com o qual tenho feito concertos pelo Brasil, Europa e Estados Unidos. No próximo ano estamos a tentar gravar o nosso primeiro álbum juntos e a organizar uma nova tournée. Para além destes dois projectos musicais lidero no Porto um Laboratório de Improvisação Vocal, que ocorre às quartas-feiras no espaço Yoga Sobre o Porto, e que tem como objectivo impulsionar a criação de uma comunidade de cantores e improvisadores vocais. Todos estes projectos dão-me imenso prazer e trabalho mas nem sempre é fácil articular todas estas frentes. Para o futuro gostaria de tentar delegar algumas das partes de produção e agenciamento para poder libertar algum tempo para a parte musical e criativa. Hoje em dia, um músico independente tem que despender muito tempo nestas partes da comunicação e produção, o que não me permite ter o ritmo de criação musical que desejaria.
ONDE OU EM QUEM TE INSPIRAS? Esta é uma pergunta recorrente mas nem por isso se torna uma resposta fácil. As inspirações são imensas e vão mudando com o tempo. Estou sempre a encontrar e conhecer novos músicos que admiro pelas suas capacidades técnicas ou artísticas mas talvez os que resistam à passagem do tempo sejam os que mais marcas deixam na minha inspiração e aprendizagem. Falo sempre de aprendizagem porque para mim um músico é um estudante para a vida e a estagnação é algo que não desejo. Mas mais importante do que referir outros músicos penso que a inspiração para as minhas composições vem essencialmente das circunstâncias do dia-a-dia, sejam elas questões sociais, preocupações com a condição humana, a forma como habitamos o planeta, retratos de lugares, lembranças de viagens. Ou seja, as composições acabam por ser uma forma de expressão destas minhas preocupações diárias e é aí que a minha inspiração ou reflecção encontra a sua melodia.
XPOSIÇÕES ARTE & EXPOSIÇÕE XPOSIÇÕES ARTE & EXPOSIÇÕE XPOSIÇÕES ARTE & EXPOSIÇÕE
DA COLEÇÃO NO AEROPORTO DO PORTO: DANH VÕ até dia 30 de novembro, Fundação Serralves, Porto
We the people (detail) [Nós, o povo (pormenor)] — cujo título cita as três primeiras palavras da Constituição dos Estados Unidos da América — faz parte de um projeto iniciado em 2010 em torno da Estátua da Liberdade. O objetivo de Danh Võ não era erguer uma nova estátua, mas apropriando-se de uma obra alheia, reconstruir os seus elementos individuais e dispersá-los por diferentes coleções de todo o mundo.
O FOGO DAS IDEIAS - DE MARCELO BRODSKY até dia 6 de novembro. Museu Coleção Berardo, Lisboa No projeto artístico 1968, Brodsky propõe uma revisão histórica das ideias dos finais dos anos ‘60, ainda tão pertinentes nos nossos tempos. O projeto torna-se agora um ensaio fotográfico de 50 imagens de arquivo em torno dos protestos sociopolíticos de estudantes e trabalhadores daquele período em todo o mundo.
Atravessando Culturas Através dos Tempos Inaguração a 17 de novembro Museu Caloustre Gulbenkian, Lisboa O Museu Caloustre Gulbenkian lançou o mote «Atravessando culturas através dos tempos», que, de certa forma, resume aquilo que o torna tão especial. Os suportes são diversos, incluindo azulejos, miniaturas, veludos, tapeçarias, pinturas, gravuras e esculturas com origens na Turquia, na Síria, na Índia, no Japão e em França. POSES E VARIAÇÕES - ESCULTURA EM PARIS NO TEMPO DE RODIN até 04 de fevereiro de 2019 Museu Caloustre Gulbenkian, Lisboa Cerca de três dezenas esculturas das coleções do Museu Calouste Gulbenkian e da Ny Carlsberg Glyptotek de Copenhaga integrarão uma exposição inédita dedicada à pose na escultura francesa do século XIX. Um conjunto de artistas maiores, onde se incluem Jean-Antoine Houdon, Aimé-Jules Dalou, Paul Dubois, Jean-Baptiste Carpeaux, Edgar Degas, Denys-Pierre Puech e, naturalmente, Auguste Rodin, unifica assim, nesta apresentação itinerante, a decorrer em Lisboa e Copenhaga, uma seleção porventura inesperada de obras reunidas em vida por dois grandes colecionadores de arte do século XX: Carl Jacobsen (1842-1914) e Calouste Sarkis Gulbenkian (1869-1955).
STRANGE Por JoĂŁo Marcos Moreira
Quando o estranho e o invulgar tomam conta da nossa curiosidade. Deixe-se conquistar pelas propostas mais arriscadas, arrojadas e diferĂŞnciadoras que a Faire preparou para si.
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O design é sinónimo de experimentação, singularidade e invulgaridade, que resulta em objectos únicos e capazes de comunicar por si.
01 | Abre cartas Crocodile, L’Objet, 150€ 02 | Vela Cubisme, L’Objet, 150€ 03 | Espelho Quartz, Muranti (preço sob consulta) 04 | Jarrão Teo, L’Objet, 495€ 05 | Ampara-livros Cubisme Two, L’Objet, 215€ 06 | Ampara-livros Cubisme One, L’Objet, 215€ 07 | Espelho Convexo Celestial, L’Objet, 530€ 08 | Taça Celestial, L’Objet, 1.382€ 09 | Formation , Malabar (preço sob consulta)
ATELIER FORNASETTI por Rafael Moreira
Nascido em Milão, o pintor, escultor e designer de interiores, famoso por imprimir em inúmeros objetos a cara de Lina Cavalieri (cantora de ópera), Piero Fornasetti transformou-se num ícone do design onde a arte e a técnica são intemporais. Conta com mais de 11 mil criações e em todas estão o reflexo das características que o consagram: o humor, a irreverência, ousadia e surrealismo, fazendo dele um especialista em técnicas de impressão, aplicando-as em objetos usuais e trazendo arte à vida quotidiana. Com 37 anos fundou o Atelier Fornasetti, que rapidamente se destacou internacionalmente pelo design e decoração de peças de mobiliário finamente trabalhadas, uma oficina extravagante, cheia de ideias e objetos que ganham vida todos os dias. De forma surreal e espirituosa, o artista pintava à mão a superfície de móveis, utensílios de mesa, têxteis e até mesmo salas inteiras. Sem seguir as regras comuns de um designer modernista, o seu nome acaba por ser deixado um bocado de parte na história do design italiano, mas em contrapartida, a extraordinária gama de produtos por ele produzidos atesta a popularidade assim como a sua imaginação. Viveu até 1988, que foi quando o seu filho, também designer Barnaba Fornasetti continuou o seu legado com uma equipa dedicada a trabalhar em madeira, cerâmica, pintura e envernizamento que transformou o Atelier num laboratório de criatividade e inovação, fazendo com que 20 anos após a morte do artista, as suas peças contem como um importante capítulo da história do design. A maioria dos móveis e objetos produzidos no mesmo são verdadeiras reedições dos modelos originais criados por Piero, reinvenções de Barnaba usando elementos decorativos e imagens encontradas no gigantesco arquivo do seu pai, evoluções da sua produção exclusiva.
L E T R A S E L I T E R AT U R A L E T R A S & L I T
COM CERTEZA MALUCO BELEZA – RUI UNAS Com Certeza Maluco Beleza apresenta o melhor de 35 conversas sem guião, espontâneas e genuínas. Os comentários inéditos de Rui Unas em cada entrevista reúnem uma obra repleta de humor onde pode ficar a conhecer um pouco mais sobre a intimidade, o quotidiano e as histórias de vida dos famosos.
THE CRIMES OF GRINDELWALD J. K. ROWLING A obra original de J.K. Rowling apresenta acontecimentos anteriores que ajudaram a moldar o mundo mágico, com alguns acenos surpreendente, das histórias de Harry Potter. As linhas são traçadas à medida que o amor e a lealdade são test dos, mesmo entre os amigos e a família num mundo mágico cada vez mais dividido.
MEDO: TRUMP NA CASA BRANCA – BOB WOODWARD «Poder real é – eu nem quero usar a palavra – medo.» “Medo” é o retrato mais íntimo de um presidente norte-americano em funções durante no cargo, mais propriamente, Donald Trump. Woodward baseia-se em centenas de horas de entrevistas com fontes de informação em primeira-mão, notas de reuniões, diários pessoais, ficheiros e documentos oficiais. O livro apresenta igualmente os debates explosivos e as tomadas de decisão na Sala Oval, na Situation Room, no Air Force One e na residência oficial da Casa Branca.
A Provadora – V.S. Alexander Em plena Segunda Guerra Mundial, uma jovem encontra refúgio ao lado do homem mais perigoso do mundo. O livro “A Provadora” desenrola-se no momento mais negro e turbulento da humanidade, oferecendo-nos uma trama plena de intriga e terror, mas também de extraordinária coragem, sacrifício e amor.
DEZANOVE MINUTOS – JODI PICOULT
Em Sterling, New Hampshire, Peter Houghton, um estudante do liceu de dezassete anos, suportou durante anos abusos verbais e físicos por parte dos colegas. A sua melhor amiga, Josie Cormier, sucumbiu à pressão dos colegas e agora dá-se com os grupos mais populares, que muitas vezes instigam o assédio. Entretanto, um incidente marcante de bullying leva Peter a cometer um ato de extrema violência, que vai mudar para sempre a vida dos residentes de Sterling. “Dezanove Minutos” é intoleravelmente um romance fascinante, pungente e provocador que tem no centro uma questão inquietante.
REPLETO DE INFLUÊNCIAS, DÉCADAS E SABORES
O COMÉRCIO PORTUGUÊS: Ser diferente passa por arriscar olhares confusos, por descartar uma imagem comum. Faz parte da nossa necessidade de expressão individual. Para muitos comerciantes que têm particular gosto pela sua actividade, ter portas abertas significa também dar-se a conhecer. No caso de estabelecimentos mais antigos, podemos apreciar os insólitos de antigamente. Outros há ainda, que prestam homenagem à sua cidade para trazer algo diferente aos seus clientes.
Tudo aos Molhos | desde 2014
É
o caso do restaurante Tudo Aos Molhos, em São João da Madeira, que baseia o seu conceito de gastroformas na história da cidade da indústria, cujos principais ícones são apresentados sob a forma de vários pratos - um rissol em forma de sapato, um pudim em forma de chapéu, cordon bleu em forma de lápis. É, sem dúvida, um conceito inovador que certamente trará alguns ‘wows’ a quem aqui entra para degustar a excelente gastronomia apoiada em fornecedores locais. Do Porto, chega-nos a inesperada história de um amor exótico entre Cecília de Mariz e o índio Peri, um romance de José de Alencar, que mais tarde foi adaptado a ópera-ballet e que inspirou a criação do café Guarany, refúgio de músicos, intelectuais e homens de negócios, em 1933. Em 1982, Agostinho Barrias, apaixonado por cafés históricos, adquire o luxuoso café e em 2003, com a ajuda do filho Fernando, ressuscita este ícone portuense Numa Lisboa em pleno século XXI, ainda é possível encontrar locais que preservam toda a riqueza de um passado longínquo, como se de máquinas do tempo se tratassem. Um perfeito exemplo é a chapelaria Azevedo Rua, com os seus balcões e estantes novecentistas de madeira lustrada, que se afiguram como uma das mais sumptuosas decorações da baixa. .
Guarany | desde 1933 Azevedo Rua desde 1886
Os chapéus, esses, mantiveram-se sempre a par das tendências ao longo de 131 anos e a sua qualidade é apenas rivalizada pela diversidade que aqui se pode encontrar. A marca foi criada, em 1886, por Manuel Aquino Azevedo Rua, produtor de vinho do Porto, que certamente não contou que a sua loja se transformasse no impressionante legado que hoje é, tanto para sua família que sempre tomou conta do negócio, como para a própria cidade Foi ao regressar de S. Tomé e Príncipe, com as malas cheias de aspirações, que Susana e Tomoko trouxeram para Portugal um prazer a que poucos ficam alheios - o chocolate. O simples aroma que emana da loja é o suficiente para deixar água na boca a qualquer um. Tal irresistibilidade torna-se mais compreensível quando consideramos o facto de que a marca já ganhou duas medalhas de Ouro no Concurso Nacional de Chocolates Tradicionais 2017 e um prémio de Prata no Academy of Chocolate Awards 2017. O segredo parece ser a sensibilidade feminina e trabalho árduo.
Restaurante Diana desde 2015
Em Braga, Fernando Caridade, proprietário do Diana Restaurant, conseguiu algo surpreendente: mesclar a sua experiência em restauração, adquirida em Inglaterra, com iconografia alusiva à deusa pagã romana da caça, numa cidade com um grande cariz católico. O resultado porém, não poderia ser mais harmonioso: pratos que desafiam a imaginação e o palato, além de primarem pela qualidade de apresentação. Se, por exemplo, ainda não provou bacalhau com camarão vai ficar deliciado. De geração em geração, o comércio português vai-se desdobrando em ofertas que atestam sobre a capacidade inventiva lusitana. O que era invulgar há anos atrás, torna-se, através de mérito e perseverança, o novo padrão. O que era a norma no passado, acompanha a evolução do comércio e cimenta a sua posição na história de uma cidade. O que é desconhecido torna-se Feitoria do Cacao | desde 2015 repentina novidade, mediante as eternas deambulações da natureza errante lusitana. Algumas das marcas e negócios portugueses podem parecer um pouco incomuns num relance, mas todos eles são fruto da mais genuína vontade em preservar a diversidade do nosso comércio. Citando Fernando Pessoa: primeiro estranha-se, depois entranha-se.
PEDRO AFONSO
por Fábio Sernadas
Contrastando-se com uma teimosa persistência, Pedro Afonso vê-se como um verdadeiro perseverante e determinado. Recorrendo a imagens ricas na cor e nunca esquecendo que no seu percurso não existe um ponto final. Pedro fotografa aquilo que é e o que já foi ao longo da sua vida. “Consumimos coisas novas, aprendemos com as pessoas e com os momentos. Descobrimos novos artistas, aprendemos a gostar de novas músicas e mudamos hábitos. É nesta curva crescente onde um rol de vivências facultam-nos a capacidade de mudar a nossa forma de ver o mundo e consequentemente da nossa fotografia.” Desde toda a preparação, aos briefings, da discussão de ideias e de todo o processo até ao resultado final é o que faz Pedro ser um apaixonado pela Moda. Realçando que o maior problema na área que se apaixona é sem dúvida, a falta de oportunidades. “Somos um país pequeno e existem muitos bons profissionais emergentes desde fotógrafos, stylists, maquilhadores, etc que apenas precisam de um ‘empurrão’ e alguém que acredite no trabalho” diz Pedro Afonso. Desde locais, músicas e estados de espirito, Pedro é muito abrangente no que diz respeito a sua inspiração, não esquecendo claro, que existem trabalhos que é necessário seguir “regras” para que tudo seja cumprido. Relembrando a icónica música, “Deixei tudo por ela”, Pedro também deixou tudo, abdicou da sua formação académica e profissional e dedicou-se de corpo e alma, aquela que é a sua menina, a fotografia. Quando lhe perguntamos o que queria transmitir com o seu trabalho a resposta foi clara, empatia estética. “Quando alguém disponibilizou tempo e cuidado ao ver as minhas imagens é porque despertou algo na pessoa. Obviamente que para o “meu” trabalho contribuíram outros profissionais, peças fundamentais nesta empatia estética”, explica o fotógrafo. O caminho percorrido até agora deu-lhe a oportunidade de trabalhar e privar com pessoas de diferentes áreas e é nesse sentido que gostaria evoluir. Não ter um limite ou uma meta, mas sim, um caminho de aprendizagem constante e ilimitada.
Refugiando-se na sua área, a moda é o resultado da capacidade de visão, sentido de estética e de aceitação de um grupo de criativos que marcam e transformam a sua linguagem dentro do período/momento em que estamos. Pretende direcionar o seu trabalho, num único propósito, “ irmos mais além, para termos o direito de sonhar porque já atingimos o que queríamos, tenho que ter vontade de continuar a aprender com os demais profissionais da área e não só.” afirma Pedro. Sabendo que haverá sempre algo a retirar e a aprender com algo que não correu tão bem como se esperava e destas “piores experiências” conseguir evoluir e crescer quer profissionalmente quer pessoalmente é o que faz de Pedro Afonso a pessoa que é.
“O meu objetivo enquanto designer da Olímpia Davide é chegar às pessoas, e que elas percebam a identidade da marca, porque uma peça de roupa é muito mais que um bocado de tecido, tem uma historia por trás.”
QUEM É A OLIMPIA DAVIDE? por Fábio Sernadas
Sara Marques nasceu em 1994. A paixão despoletada pelo vestuário e pela ilustração aconteceu logo em criança. No 10º ano, enveredou pela área que lhe permitiria, mais tarde, seguir o seu sonho. Foi sem hesitação que, no final do Ensino Secundário, ingressou na licenciatura de Design de Moda da ESAD, a qual concluiu em 2015. Em setembro de 2015, obteve o 2º lugar no concurso de Jovens Criadores PFN (Modtíssimo). Ainda em representação da ESAD, apresentou uma coleção individual primavera/verão 16-17 na plataforma Bloom do Portugal Fashion. No mesmo ano, participou no concurso Bloom, temporada outono/inverno 16-17, no qual obteve o 3º lugar e lhe foi garantida a presença nas duas edições seguintes do Portugal Fashion. Após o sucesso nestes eventos de Moda, Sara Marques começou a idealizar a sua marca, que nomeou de Olimpia Davide e que espelha muitas memórias e guarda um grande significado. A sua marca assume um estilo descontraído, que se pauta pela elegância e irreverência da mulher atual. As suas criações são inspiradas nas memórias que evoca das viagens realizadas e apela aos cinco sentidos, relembrando o cheiro e o toque dos transeuntes. Em conversa com a criadora, falamos de vários temas e um deles foi o porquê de escolher moda e não outra área completamente diferente. A resposta foi clara e decisiva, “a moda tem uma história, porque tem um passado, presente e vai ter sempre um futuro e para mim é fascinante.” No entanto se não se tivesse de dedicar à moda, escolheria viver de viagens e fotografia, mas que a moda, de certa forma, estaria sempre presente.
“O meu objetivo enquanto designer da Olímpia Davide é chegar às pessoas, e que elas percebam a identidade da marca, porque uma peça de roupa é muito mais que um bocado de tecido, tem uma história por trás.” Sendo a moda para si, um sentimento e uma forma de libertação, Sara diz-nos que neste momento a moda é para todos, mas no entanto pretende um dia iniciar-se no vestuário de homem, uma vez que só criar roupa de mulher, promete fazê-lo com muita dedicação. Não achando que as semanas de moda sejam o fundamental, Sara partilhar connosco que a sua pior experiência no mundo da moda, foi a rejeição de algumas empresas em dar apoios. Quando lhe perguntamos se pudesse mudar a moda nacional o que faria, a resposta foi esta: “Gostava que a moda nacional chega se de uma forma mais natural às pessoas, e que as pessoas dessem mais valor ao que nós pudemos dar.”
RENATA MAYUMI RENATA MAYUMI A MODA DE JOALHARIA EM PAPEL A MODA DE JOALHARIA EM PAPEL
por Cátia Pimenta Renata Mayumi, nascida em São Paulo e com ascendência japonesa, graduada em Relações Públicas e com 10 anos de trabalho na área do cinema e televisão é a responsável pela marca Renata Mayumi, nascida em São PauloLisboa e com foi ascendência japonesa, pela graduada Relações Mayumi Origami lançada em 2013. o terreno escolhido artistaem para combinar Públicas e com anos de manual trabalhocom na área do cinema e televisão é a responsável pela marca o gosto pelo10trabalho a sutileza da estética oriental das suas peças. Renata Mayumi Origami lançada em 2013. Lisboa foi o terreno escolhido pela artista para combinar Mayumi identifica-se com a fluidez e o possível trabalho em papel, sendo este a sua principal o gosto pelo trabalho manual com aa leveza sutilezae odavolume estéticaatravés oriental das suasdopeças. Renata obra-prima, procurando contrastar da técnica Origami. Mayumi identifica-se com a fluidez e o possível trabalho em papel, sendo este a sua principal obra-prima, procurando contrastar a leveza e o volume através da técnica do Origami.
A marca surge com o desafio de trazer uma nova visão conjugando a criação de acessórios em papel artesanal de máxima qualidade – como o Whashi, de origem japonesa, e o Lokta vindo do Nepal – com a técnica da dobra do mesmo em pequenas dimensões. As peças são cuidadosamente criadas uma a uma pela artista a partir de formas quadradas e finalizadas com uma camada de verniz não tóxico e sem ácidos possibilitando uma maior resistência à água.
A coleção Kyoto aparece com a primeira experiência da artista em fundir o Origami e a Joalharia criando peças delicadamente dobradas em chapas de metal apresentando uma espessura bastante fina. Nesta coleção vê-se claramente o interesse pela expansão da técnica. A estratégia da marca assenta na importante seleção das colaborações e dos pontos de venda estando representada em Lisboa no Museu do Oriente e no Museu Berardo e em Londres no British Museum. A artista dedica-se inteiramente à marca desde 2016 e acredita ter conquistado o respeito do público acerca da joalharia em papel. O material selecionado, o seu acabamento e o design apelativo das suas peças são cuidadosamente pensados para o público com o intuito de levar a marca a uma maior aceitação a nível mundial. A marca Renata Mayumi Jewellery surge em 2018 com o lançamento da primeira coleção Passing Clouds identificada por uma linguagem mais artística e orgânica. Nesta coleção o elemento principal mantém-se – o trabalho em papel – e são exploradas novas formas, mais livres, da técnica do paperpulp. Estas peças podem ser visitadas na Galeria Collectiva, no Porto. Renata Mayumi frequentou diversos cursos de joalharia em papel no Japão, Reino Unido e Alemanha, estudou ainda no Centro de Joalharia em Lisboa mantendo o objetivo de continuar a gerir as duas marcas em simultâneo: a Mayumi Origami e a Renata Mayumi Jewellery.
Produção e Coleção: @b_o_r_b_a_l_a_ Fotografia: @costrut Modelo: @paul.chiar.el Maquilhagem: @todianahata e @diana.zoicas
FELICIDADE N E R V O S A M O R
É o que verá nas próximas fotografias através do olhar de João Bettencourt Bacelar no Backstage do Portugal Fashion
MODA NACIONAL
uma viagem pelas semanas de moda portuguesas
ALEXANDER PROTIC
ARCHEN DICKENS ‘Forma de Vida’ é uma resposta criativa e subtil à atual política britânico-europeia - I am one of the 48%. O criador juntou o conceito da evolução do traje da viúva com a forma de um ovo de tubarão que descobriu nas suas férias de 2017, brincando com a descontrução das formas e volumes desse traje. A coleção é de knitwear, predominantemente masculina (no entanto considerando ungendered).
ARCHIE DICKENS
ALEXANDER PROTIC
O designer inspirou-se nos heróis das novas gerações das metrópoles brasileiras. Recorrendo ao futuro, à liberdade e à renascença.
STYLING AWAYTOMARS a ser pintadas cuidadosamente uma a uma, começando assim a era de filmes a cor. A cor, esta é inspirada nos primeiros desenvolvimentos de corantes de anilina sintéticos, como o corante roxo Mauveine criado em 1856, pelo químico britânico William Henry Perkin. Todo o processo de impressão foi feito a partir de métodos sustentáveis.
AWAYTOMARS
Como sempre o projecto Awaytomars não desilude. SS19 foi co-criada por 809 designers. Surge na análise da filmografia e na forma de como as imagens podem ser documentadas através da luz. Exploraram como é que a luz se reflete e refrata através de superfícies como o diamante, traduzindo essas linhas num padrão digital. Tudo surge na viagem ao século XIX onde as películas de filme começam
CAROLINA RAQUEL
CAROLINA RAQUEL
‘Wanted and unwanted garments’ é o mote para a coleção ‘Induviae’. A criadora explora a capcidade do ser humano em se conectar com o seu vestuário, focada em três temas chave: o deslocamento, o erro e a memória, conceitos esses que influenciam a vida no quotidiano.
CAROLINA MACHADO
CAROLINA MACHADO
Viaja até Cuba nos anos 50, onde se vive o típico ritmo de Verão. O sentimento amargurado de nostalgia, num estilo sépia que nos deixa sempre com saudade onde a paleta que sobressai é a da pintura ‘Kiss Me’ da pintora Inês Longevial, pintura essa onde a artista trabalha a silhueta da mulher através da distorção e da fragmentação.
OPIAR ‘Rapture’ , a cidade voadora onde o Artista não temerá a censura, o Cientista não será restringido, onde os Menores não serão limitados pelos Maiores. Com influência na subcultura steampunk e nos edifícios Neoclássicos, esta coleção representa a capacidade deste local ficar a pairar no ar devido à Levitação Quântica.
STYLING PU TIANQU
PU TIANQU
Enquanto se questionava sobre a forma como o ser humano se comporta e o que realmente é, Pu Tianqu leu uma entrevista sobre adultos bebés. A seriedade apresentada aquando o início do seu novo emprego, remete o criador aos colegas de trabalho da mãe na área financeira. Os grafismos apresentados são os de gráficos e tabelas, coisas com as quais esses seres em estudo trabalham no imaginário do criador.
PIAR
Convocada a reunião teatral! O jardineiro do paraíso, Marie Antoinette, a rainha das fadas, St. Veronika, o carrasco, o fantasma do lençol e claro, o génio da garrafa juntaram-se para de forma metafórica explorar as dimensões da imortalidade da moda.
FEDERICO PROTO
FEDERICO PROTTO
ANDREW COIMBRA
CONSTANÇA ENTRUDO ‘Uma pergunta é uma resposta mas uma resposta não é uma pergunta’. é o universo criativo que toca nos limites da arte e que provoca uma reacção questionável. Desafia códigos pré-estabelecidos pela sociedade apresentados através de paródia, do humor e da inversão, sempre com o elemento de performance. É uma coleção unissexo e as parcerias são de alto relevo. Para a designer, as colaborações são aquelas que permitem conhecer mais: mais pessoas, mais linguagens, mais culturas e referências. COLOMB D’HUMIERES, MARIE HAZARD, NADIA WIRE. Jóias (neste caso os botões), tecelagem (para contradizer todo o sistema de fast fashion presente no mundo) e criação de malhas experimentais foram as colaborações desta apresentação.
ANDREW COIMBRA
Inspirou-se em artistas contemporâneos como Jean-François Lauda, Keith Coventry e John Zabawa, misturando texturas, cores e estados de espírito influenciados por locais urbanos.
RITA CARVALHO
STYLING SASKIA LENAERTS
SASKIA LENAERTS
A diversidade das origens da criadora e o seu fascínio pela tentativa de entender como as pessoas seguem em frente, formam inevitavelmente identidades que se expressam através moda na sua cabeça. “Rare Fruit” é uma celebração da diversidade, uma armação de que hoje todos os seres são híbridos de alguma forma. Questiona a sustentabilidade da circulação global de vestuário e levanta ainda questões humanitárias.
RITA CARVALHO A recriação de um universo nunca vivido, apenas imaginado através de fotografias antigas e histórias contadas. A ligação de todas a gerações de uma família sentindo a responsabilidade de não a deixar desaparecer, nunca esquecendo que existirá um futuro.
VICTOR HUARTE “Estudar o passado, observar o presente para projetar o futuro”, palavras do designer que critica o sistema académico, que em muitos casos considera desatualizado, arcaico e infelizmente autoritário. A coleção Britannia é inspirada na festividade da procissão de barcos realizada anualmente no dia 4 de junho pela escola Eton, em Inglaterra. A coleção foi apresentada no Sangue Novo e no Bloom, ambas plataformas para jovens criadores.
Ansiedade, condição psicológica que limita quem tem de lidar com ela diariamente. É a epidemia desta geração. Atualmente os jovens têm tanta ou mais ansiedade do que o comum paciente de um hospital psiquiátrico dos anos 50. Na coleção usam-se camisas de forças e elementos que dificultam os movimentos de forma a mostrar a incapacidade gerada pela doença.
DUARTE
VICTOR HUARTE
THE CO.RE
DINO ALVES
A ânsia de um pequeno inocente e inexperiente que se muda para uma grande capital em busca do triunfo. Debate-se com problemas de interesse, dinheiro, fama, drogas, sexo e poder. No seu íntimo, o peso dos seus pecados e o limite dos seus sacríficios deixam-no preso a uma luta corrosiva entre o que é certo ou errado.
THE CO.RE
VITOR ANTUNES
VITOR ANTUNES
STYLING
DUARTE Inspirada no Monaco GP, a coleção sportswear luxury da criadora encaminha-nos para um ambiente vibrante e de adrenalina. Os tecidos delicados remetem para o luxo de todo o ambiente da envolvente e quanto que os tecidos técnicos o de cada equipa adversária.
DAVID FERREIRA Encontrou a elegância na decadência. Inspirado no documentrário de Albert e David Maysles, na obra Grey Gardens de 1975, inspirou-se na vida glamourosa de algumas mulheres e que perderam tudo, não conseguindo sustentar a vida que levavam.
DINO ALVES De fora para dentro. A beleza não são as roupas e jóias que as pessoas usam. A beleza é sim, o carácter e a forma de viver que cada ser revela. Falar do interior já é comum, mostremos assim o que de mais genuíno existe num ser humano. O avesso das peças é o mostrado, prefurados e transparências que deixam ver o interior embrulham cada pessoa que desfila.
Filipe Faísca
FILIPE FAÍSCA
‘’Abelha, Borboleta. Libelinha, Flor’’, Mário de Carvalho M. usa estas quatro palavras para definir a mulher, uma coleção baseada no tradicional Bordado da Madeira, cuja origem remonta ao século XV, descoberto pelas fidalgas que exploravam a ilha, no entanto no século XIX é que começou a circular e a fazer parte do vestuário da mulher moderna.
RAFAELA SANTOS
GONÇALO PEIXOTO
ESAD - RAFAELA SANTOS
ALEA, assume a imaturidade e a inocência de uma infância congelada. Moralidade/ bondade, sexualidade/obscenidade, feminino/ frágil são conceitos contemporâneos abordados de forma subtil pela criadora.
IPCB / ESART - PEDRO ROCHA
MINDLESS é inspirada no holocausto, período de terror durante a 2.ª Guerra Mundial, onde simples estampados de riscas dão vida às peças, através da sobreposição de diferentes comprimentos de tecidos. Formas soltas de preconceitos e os comprimentos irregulares conduzem a uma coleção de senhora mais elegante.
IPCB / ESART - DIANA SOARES
DIANA SOARES
STYLING
GONÇALO PEIXOTO Como se comporta e como é vista a mulher hoje em dia pela sociedade? O criador informou-se das relações e conjunturas criadas à volta deste tema. Nã podendo ser de outra forma, o streetstyle de Gonçalo é desafiado pela desconstrução e reintrepretação de clássicos intemporais.
OLGA NORONHA Usando um material em extinção de 1800, a celuloide e técnicas da estética do século XVI e XVII como a marchetaria (arte de ornamentar superfícies planas tornando-as ainda mais decorativas com o uso de materiais como a madeira, metal, pedras e plástico) com referências do renascimento italiano e asiático. A artista molda o material rígido ao corpo, provocando assim o sentimento de movimento, despertando um imaginário de criação de imagens que não pertencem ao mundo real.
“Genesis is a Snake”, coleção que retrata a criação do mundo segundo a visão bíblica. As cores dão vida à turbulência de algo novo perante uma sociedade, onde blocos de preto remetem a cobras traiçoeiras e ainda delicados dilúvios de cores fazem contraste.
OLGA NORONHA
PEDRO ROCHA
Patrick de Pádua A coleção ‘SHE’ apresentada pelo criador tem como base as cores que melhor caracterizam a mulher. Preto remete à elegância e o branco à pureza, sendo estas as cores que representam a marca. O vermelho é a atração, o amarelo a energia, o roxo a ambição, laranja significa alegria e o azul confiança. Tudo conjugado com o estilo sportswear que o criador apresenta, as sobreposições tornam as silhuetas alongadas e de cariz oversize.
STRUCTURE tem como principal inspiração a proporção áurea com referência à arquitetura de James Eames. A proporção áurea, também designada por número de ouro, está envolvida com o crescimento da Natureza e muitos autores consideram que é sinónimo de perfeição e o facto de ser apoiado pelos diversos estudos matemáticos, torna-o mais fascinante.
CENATEX - LÍCIA SILVA
PATRICK DE PÁDUA
LÍCIA SILVA
LUÍS CARVALHO Inspirado nas cerejeiras, Luís Carvalho faz uma viagem ao oriente (lado esse bem presente nos cortes e detalhes das peças). Brinca com os antónimos micro/XL e o reto/oversize.
A coleção tem como inspiração principal o vestuário militar, quer pela sua funcionalidade e praticidade face às necessidades do dia a dia, quer pelo seu aspeto casual que permitem o seu enquadramento em diversos ambientes.
LUÍS CARVALHO
CENATEX - LEANDRO DE SOUSA
LEANDRO DE SOUSA
KOLOVRAT
STYLING
Dizem que o sonho comanda a vida. E parece que para Kolovrat isso aconteceu mesmo. Sonhou com a liberdade, com a inexistência de controlo na identide de cada ser. O contraste entre o que é sonhado e o que é real é transportado para o universo da criadora de forma a que cada cor, padrão e/ ou cor remeta para uma experiência diferente.
ALEXANDRA MOURA KOLOVRAT
Saudade, aquela palavra tão portuguesa. Lembrança da ida para casa dos avós na aldeia em Trás-os-Montes. A romaria trazia roupas especiais à rua. A alegria da menina da cidade que visitava o mundo rural. O sentimento da cidade mantém-se; o sportswear da criadora é um dos focos juntamente com cores vintage, padrões florais que remetem ao Impressionismo e bordados retro onde se pode ler ‘Resplendor’. “Heirloom” é isto tudo, a herança e as sementes que todas as pessoas levam dentro de si.
IMAUVE
A criadora teve como fonte de inspiração as esculturas gregas e neoclássicas especificamente nas roupas compostas por pregas que deixavam observar a silhueta do corpo. O artista Daniel Arsham também ajudou a aprimorar o tema, ajudando na parte de conceptualização, confrontando expectativas do espaço e da forma da actualidade.
ALEXANDRA MOURA
IMAUVE
RICARDO ANDREZ
EMP - MARCO CESÁRIO
Todo o styling apresentado na passerele demonstra o que passou pela cabeça do criador na execução da coleção: padrões loucos, patchs em demasia e sobreposições provocam o sentimento de pânico, o acreditar do ‘fim do mundo’ apresentou-se como algo inofensivo e estimulante.
“Onde o clichê se torna lixo. Onde a liberdade se torna crucial. Onde os tabus se tornam mundanos. Trash é uma interpretação dos comportamentos noturnos, dos egos que vivem de fetiches, sexo e drogas, em fuga da tentativa de um mundo utópico. Um mundo underground sem normas, onde o vestuário, género e orientação sexual não tem relevância. Uma busca constante pela sensação de liberdade que torna decadente e causa um processo de destruição das formas anatómicas.”
RICARDO ANDREZ
MARCO CESÁRIO
STYLING JOSÉ VIEIRA ORLANDO[A] questiona uma dualidade de personalidade, que conforta as interpretações de conformidade de género.ORLANDO[A], drama de Sally Potter, foi o mote para a criação desta coleção, que retrata um jovem nobre do final do século XVI, ordenado pela Rainha Elisabeth I a viver para sempre.
Anos 20, Revolução Industrial. influências da Arte Deco na arquitetura. O criador faz esta junção usando materiais naturais e nobres como a madeira, organza, latão, cobre, alumínio, tartaruga e âmbar.
EMP - JOSÉ VIEIRA
VALENTIM QUARESMA
VALENTIM QUARESMA
FILIPE AUGUSTO
FILIPE AUGUSTO Já é usual o criador trazer costumes portugueses para as suas criações. Carácter forte e espírito alegre, MARIA é a mulher transmontana que dedica parte do seu dia a cuidar do seu jardim. O padrão xadrez da sua bata mistura-se com cores e padrões variados.
NUNO GAMA
NUNO GAMA Em 1434, esta minúscula nação encurralada entre o Atlântico e a Ibéria atirou-se ao mar numa maravilhosa migração de tolerância que mudou o mundo e a humanidade para sempre. Comemorando os 25 anos da marca, o criador deixa assim uma reflexão à redescoberta multidisciplinar que fala à alma da génese humana. O mar continua repleto de monstros marinhos mas, a aventura humana não pára e o espaço que “divide” a humanindade já não se resume ao umbigo, à rua ou cidade.
STYLING
RICARDO PRETO A roupa é uma segunda camada que cada ser tem, respondendo assim a um estado de espírito. A intimidade e o movimento que cada um tem com a sua peça de roupa é reportado pelo criador com silhuetas sofisticadas e assimétricas para a mulher contemporânea.
JOÃO OLIVEIRA
JOÃO OLIVEIRA
RICARDO PRETO
‘Se Trout Mask Replica é capaz de furar o tímpano do ouvinte mais conservador, assim Desculpado pretende ferir a retina do observador: “That’s what I want!”’ arma o criador. Do impulsivo criativo, quase infantil e livre de preconceitos, existe um foco na oposição entre reflexão e intuição, a sobreposição de memórias e imagens, a atração obsessiva pelo bizarro e grotesco, a provocação de espanto e repulsa. A coleção DESCULPADO é inspirada no álbum de 1969 Trout Mask Replica da banda Captain Beefheart & His Magic Band.
RITA SÁ
MEAM
RITA SÁ
“Out of Service” é definida por uma narrativa simples, onde a personagem principal devido a situações inesperadas e caricatas vê a sua aparência desconstruida e a sua imaginação desordenada.
TIAGO LOUREIRO
MEAM
TIAGO LOUREIRO
Dia de romaria. Toda a organização envolvente da festa: desde a decoração da igreja, o linho bordado, as toalhas de pic-nic , as colchas de crochet nas janela dos vizinhos, o cheiro a mar e sardinhas misturado com a essência do sândalo indiano. Conversas entre vizinhos, fogo de artifício e música dos cantares populares.
A obra ‘Jardim das Delicias Terrenas’ do artista Bosch foi o ponto de partida para uma série de questões propostas pelo criador. Intrepretando as delícias como pecados, o designer questiona-se sobre os maiores pecados dos nossos tempos, concluindo que gentrificação, desflorestação, sociedade hiper securitária e o aquecimento global. O ambiente geral reporta a uma garden party nos anos 30.
STYLING MIGUEL VIEIRA
MIGUEL VIEIRA
O movimento Pop Art e ilustrações vintage foram o foco do criador. Cores primárias nos estampados combinados com grafismos modernos resultam num conceito de srteewear couture, mostrando certa rebeldia por parte da marca.
MODATEX Fase de mudança e planeamento do futuro nunca esquecendo o passado. O que foi, é e vai ser feito por cada indivíduo criativo que passar pela escola. Assim sendo, esta apresentação envolve peças de coleções de criadores formados no MODATEX desde 2011 até 2017, refeletindo dinamismo, multidisciplinaridade e flexibilidade através de variadas energias criativas e explorações têxteis. A moda tem realmente um papel transformador.
NYCOLE A criadora desenvolve a coleção SS19 com base nos anos 70 onde o universo dos uniformes das equipas de baseball e a banda de rock psicadélico Led Zepplin se encontram, onde a aparência da banda influência a paleta de cores e as matérias.
30, São 30 anos de carreira, 30 pessoas que marcaram momentos deste intervalo de tempo. Cada convidado intervém numa peça com liberdade total, reinventando-a sem regras. A colecção é assim complementar a estas peças surpresa, minimal, num conceito urbano de alfaiataria clássica em unissono com a linguagem workwear. Momento de reflexão, de procura de novas linguagens, de evolução e mudança. Foi, é e será sempre assim a marca Júlio Torcato.
JÚLIO TORCATO
NYCOLE
JÚLIO TORCATO
SOPHIA KAH Inspirada pelas riquíssimas paisagens portuguesas, Ana Teixeira de Sousa, “Homenagem a Portugal” revela a vivacidade dos pinhais selvagens, as praias da costa e funde-as com as técnicas de bordados e rendas tão típicas do nosso país. As cores do pôr do sol em contraste com cortes que realçam as curvas do corpo feminino. Vestidos plissados compridos,em tecidos finos, marcam a gama de noite da Sophia Kah.
‘Obrigada Isabel!’ É o que se lê na memória descritiva do criador. Como se de uma homenagem se tratasse. A poesia brasileira e o uso da palavra durante a ditadura militar no Brasil são os alicerces da nova coleção de Nuno Baltazar, “Tatuagem”. Constrastes inesperados de materiais e cores, tonalidades militares combinadas com cores vibrantes, toques de workwear, volumetrias em oposição a efeitos twist. Algodão, seda e lurex coexistem no mesmo visual.
SOPHIA KAH
NUNO BALTAZAR
NUNO BALTAZAR
PÉ DE CHUMBO
O Minho e a “palhinha” usada na cestaria portuguesa servem de inspiração para esta coleção, através de uma abordagem contemporânea. O ouro, o preto, o vermelho MARIA GAMBINA e o branco, juntamente com as formas cheias,trazem a A sustentabilidade ambienriqueza dos costumes do tal é necessária. O desgaste de tinta remete ao gasto ou Minho. inacabado dos processos de construção que expressam uma inquietação contemporânea. A coleção desenvolve-se à volta de desperdícios como por exemplo detalhes de bomber jackets que se transformam em acessórios. Os estampados são feitos de forma sustentável. onde a sinalética de construção são associados à letra Stop the Name of Love das Supremes.
SARA MAIA
MARIA GAMBINA
STYLING
PÉ DE CHUMBO
Deixar registado a forma de viver no mundo atual, mas projetando um modo de vida do futuro, é a proposta de Sara Maia. Tornando o vestuário masculino mais simples, acrescentando-lhe elementos metálicos. Cortes contemporâneos e uma paleta de tons areia, ampliam o público-alvo, servindo assim ambos os géneros sem divisões.
A abordagem contemporânea do estilo british faz com que os criadores apresentem duas linhas: uma mais sosticada, de inspiração vintage onde o cor de laranja e o índigo ganham relevo, a linha mais desportiva, de inspiração náutica, apresenta-se com peças relaxadas onde estampados e bordados inovadores são o foco.
LION OF PORCHES
SARA MAIA
LION OF PORCHES
HUGO COSTA
INÊS TORCATO ALMA’ é o nome da coleção SS19 de Inês Torcato. Transmite o que é interior, a fragilidade e a força. É assim o ser humano. O perfeito que se quer mas não se ouve. A imperfeição do ser humano, a assimetria visível e invisível, o que não se vê para além do corpo.
MARQUES ALMEIDA Liderar uma verdadeira mudança ao concentrar-se nas pessoas à sua volta. As raízes servem para experimenttar, mudar novos horizontes e novos caminhos para o futuro. A marca prima pela celebração da individualidade no seio de uma comunidade de amigos e família. Para os criadores, o povo português é muito auto depreciativo no entanto, quando apanhados por sorrisos sinceros e rostos honestos cam com a vontade de verem ainda mais.
INÊS TORCATO
HUGO COSTA
‘As imperfeições são especiais’, afirma o criador. São elas que dão vida e contam histórias com o decorrer do tempo. Somos todos humanos, somos todos imperfeitamente iguais é a defesa da máxima ditada pelo criador nesta coleção através da estética da técnica japonesa Kintsukuroi, restauro através do ouro, ensinado a olhar para as imperfeições com outros olhos.. A mistura de cores e padrões com uniões duras, como se de porcelana se tratasse, foi o mote para a coleção SS19 do criador.
KATTY XIOMARA
STYLING LUÍS BUCHINHO
KATTY XIOMARA Inspirada numa exposição focada na produção artística dos anos do fascismo que viu em Milão, a designer dá ênfase ao trio feminino Paula Scher, Barbara Stauacher e Carmen Herrera. A abordagem diferente ao construtivismo, bastante colorido e gráfico. O trabalho da tipografia tornou-se artístico, sendo este a base da coleção. Estampados vibrantes, contrastes de cor, aplicações e bordados, volumes mostram a diversidade de mulher. BEBOLD quer demonstrar à mulher como ser inovadora e segura de si mesma ao mesmo tempo.
LUÍS BUCHINHO
As gravuras Gyotaku (método tradicional japonês da gravura de peixes originalmente utilizada pelos pescadores para resgistar e comemorar as suas capturas) foram a isnpiração para a coleção do criador. A morfologia e fisiologia dos peixes é analisada sobre o corpo da mulher e as silhuetas baseiam-se no movimento destes seres vivos ao logo do seu corpo longo e esguio.
Resiliência é a palavra de ordem. Encorajar à luta contra desigualdades sociais da atualidade é um dos objetivos desta coleção. A multiculturalidade transposta através da fusão de texturas, volumes e silhuetas e o uso convicto da malha são um passo arrojado de Susana em direção a uma nova aventura. “Resilient Individuality” é um espaço seguro, onde se misturam culturas, partilham-se vivências e se ouvem opiniões, sem distinções, nem preconceitos.
STORYTAILORS
STORYTAILORS
222 é uma evolução da coleção 111. Responde à equação gerada pela dupla de criadores ‘arte + artesanato + tecnologia = intemporalidade Storytailors.’. É a multiplicidade de entidades numa só. As peças são manipuláveis através de fechos, podendo ser conjugadas com peças da coleção anteiror. Surge como complemento, onde impera a liberdade criativa, a intrepretação das emoções, expressão e partilha.
SUSANA BETTENCOURT
SUSANA BETTENCOURT
STYLING
DANIELA PEREIRA
DANIELA PEREIRA Pina Bausch é o centro das atenções para a proposta SS19 da criadora. Peças como Orfeu e Eurídice, Café Muller, Cravos e A Sagração da Primavera foram as maiores influências. Na sua arte, Pina tem sempre como foco uma contradição ao género, trazendo assim a designer essa ideologia para o vestuário na junção de tecidos fluídos com tecidos mais rijos.
JOANA BRAGA Procrastinar, liberdade de fazer nenhum, saltar compromissos. Inspirada na linguagem do filme ‘Le Collectionneuse’ de Éric Rohmer num verão quente na costa francesa. Os fatos de banho dos anos 60 são peça principal e o sentimento de passar à frente tarefas levando ao arrependimento e sentimento de culpa são trabalhados através de peças oversize, relaxadas e fluídas .
TM TERESA MARTINS
JOANA BRAGA
TM TERESA MARTINS
A necessidade de um modo de viver consciente, de uma jornada para expressar a nossa plenitude. A par de SS18 Silent Revolution e FW18 Forest Path, a “Desert Eves” completa assim a triologia, cujo o foco é partilhar com o coletivo a “viagem” interna, através de dualidades constantes.
Pescadores Intha, ‘Filhos do Lago’, trabalhadores no lago Inle Lake na Birmânia que demonstram lifestyle, uma cultura, um rendimento cada vez mais ameaçado face ao quotidiano mais comum do ser humano. A forma peculiar de pesca não deixou o criador indiferente: eles utilizam os pés para remar e as mãos para pescar. Em média conseguem 10 peixes por dia. A ameaça do lodo que se encontra neste lago devido à agricultura flutuante é a maior ameaça para eles. A limpeza das redes quando apanham qualquer tipo desse lixo pode chegar às quatro horas. A questão que permanece na coleção é: ‘Se num dia normal sem lixo, os pescadores pescam em média 10 peixes, como se sustentarão com menos quatro horas de cada vez que apanhem algo prejudicial ao seu trabalho?’
ESTELITA MENDONÇA O que é o uniforme nos dias de hoje? Estelita Mendonça apresenta a sua intrepretação. Confortável e minimalistas mas sempre com um toque especial, neste caso exaltado pelo dourado e verde fluorescente.
ESTELITA MENDONÇA
JOÃO SOUSA
JOÃO SOUSA
STYLING DAVID CATALÁN A personagem intrepretada por Elvis Presley em King Creole, um musical dos anos 50 foi a inspiração de Catalán para a próxima estação. O ambiente é o do fim da era dourada de Hollywood e o início da corrida espacial. Os looks são desportivos, onde as camisas e as camisolas sem mangas em malha são as peças-chave.
DAVID CATALÁN
Egon Schiele, artista austríaco que explora o corpo humano como expressão, mutação e movimento. Nas suas obras a criadora encontrou detalhes de força e fragilidade, tais como estrias, manchas, renovação da pele (esfola e fica mais clara). Renovação sobre renovação. Os materiais escolhidos representam bem esta regeneração: malhas muito elásticas e texturadas, cores fortes e aplicações plásticas sempre utilizando as cores da paleta base do artista (azul forte, tangerina, caramelo e cobre).
CARLA PONTES
CARLA PONTES
LUÍS MIGUEL SANDÃO O espectáculo e lme ‘Hedwing and The Angry Inch’ e os gémeos siameses são a base desta coleção. A união física dos corpos é transportada para o universo do vestuário, num exercício de oposição entre sensualidade e desconforto em conjunto ainda com a mitologia da origem do amor.
A simbiose entre o trabalho e o ócio, a comparação entre a praia e os arranha-céus de Benidorm. Existe o uniforme de trabalho e existe o vestuário relaxado, desafiando o fitting através de drapeados despreocupados e espontâneos misturados com cortes oversize.
MARIA MEIRA
MARIA MEIRA A mudança e transformação de um momento negativo para positivo através dos neutros preto e branco, baseada no trabalho da artista Yellin, que trabalha os corpos de disformes feitos em couro. A criadora inspira-se neste trabalho com o intuito de extrapolar a volumetria e criar movimento.
LUÍS MIGUEL SANDÃO
MARA FOLRA
MARA FLORA
STYLING DIOGO MIRANDA
DIOGO MIRANDA
Diogo Miranda inspirou-se no trabalho fotográfico de Irving Penn. Era fascinado pela natureza morta e produziu uma série de fotografias onde mudou o conceito tradicional de beleza, criando arte com pontas de cigarros, fruta podre e flores mortas. As silhuetas delicadas transmitem sensualidade, porém contida, de uma mulher independente, austera e imaculada. De relevo são os efeitos 3D conseguidos através do tafetá de seda e dos brocados.
CARLOS GIL ‘A cor é vida da coleção O corte é alma O corpo é fantasia’
CARLOS GIL
Apaixonado pela técnica de pintura aguarela, o criador mostra na passerele a leveza de uma silhueta feminina sobre uma tela com desenhos de pinceladas. Tons fortes e cintilantes brilham na fluidez dos vestidos, com volumes e cortes elegantes nas mangas. Os drapeados são criados através de nós e laçadas tecnicamente estudados.
CONCRETO
ALVES/GONÇALVES Olhos no futuro. Mudanças de atitude. O inusitado, a amplitude e a transformação. As novas tecnologias são de alto relevo então, o uso de tecidos manipulados, plissados em várias vertentes técnicas aliados aos brilhos do foil que acrescentam emoção à coleção.
ALVES GONÇALVES
CONCRETO
Côte D’Azur é a inspiração para esta colecção. A malha tricot de ponto de rede é a peça-chave, sendo adornada com efeitos metálicos ou com cores perfeitas para um sunset. Como a marca já tem vindo a vingar no luxo, as matérias usadas não poderiam ficar para trás: voile de algodão e jersey linho são os de maior enfâse.
STYLING
DECENIO
DECENIO
Lifestyle mediterrânico, ‘Bons Vivants’ do Sul da Europa foi o espírito que a marca apresentou para a próxima estação. Silhueta relaxada e elegante consegue-se através da junção de peças tailored e slim-fit, com a ajuda de matérias-primas nobres que evocam o luxo descontraído, conforto e funcionalidade.
AMBITIOUS
AMBITIOUS
AMBITIOUS
AMBITIOUS
J REINALDO
Uma coleção com personalidade, inspirada nas tendências mais atuais e com abertura para o futuro. A ambição da marca está no detalhe de cada modelo. A cultura de rua Japonesa e a multiculturalidade vivida está na génese desta coleção.
J REINALDO
J. REINALDO
THE BARONS CAGE
THE BARON’S CAGE Mr. Baron, um homem sofisticado e excêntrico que viaja pelo mundo à procura de inspiração para as suas obras de arte. Considera que o sapato é uma obra de arte; como se fosse uma jóia que compõe todo o outfit que demonstra a sua personalidade e força. Esta coleção é inspirada nas noites de verão, pelo copo de vinho à beira-mar, música e festa, onde os tons escuros são realçados com tons mais claros.
Sofisticação e personalidade é o que respira o calçado da marca. Cada sapato é a consequência de um trabalho cuidado e atento a cada detalhe. Nesta coleção estão presentes peles de piton gravadas, camuflado e vernizes numa paleta de cores intemporal.
STYLING
NOBRAND
NOBRAND
NOBRAND
NOBRAND
SAND MEMORIES. Os anos 90 estão de volta, num encontro entre as primeiras idas à praia e as noites quentes de verão. Tons pastel, pinceladas ousadas e cores desbotadas pelo sol contrastam com os calmos e tranquilos fins de tarde quentes de verão.
LUÍS ONOFRE
LUÍS ONOFRE
LUÍS ONOFRE
SPONDYLOUS é o nome da coleção, inspirada no vermelho dos incas. O objeto de prestígio, tem tanto de natural como de sagrado, o calçado viaja ao Velho Oeste. O vermelho é a cor de eleição e o novo logótipo da marca ‘LO’ surge para fazer frente à logomania atual.