GILLIÁRDIA FERREIRA DE MOURA
AVALIAÇÃO DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UM HOSPITAL DO INTERIOR DO BRASIL.
FACULDADE MÉTODO DE SÃO PAULO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATO SENSU) MBA GESTÃO EM SAÚDE E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
São Paulo 2015
GILLIÁRDIA FERREIRA DE MOURA
AVALIAÇÃO DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UM HOSPITAL DO INTERIOR DO BRASIL
Trabalho de MBA em Gestão em saúde e controle das infecções hospitalares apresentado à Faculdade Método de São Paulo, como requisito parcial para obtenção de grau de especialista.
Orientador: Prof.ª Ms Thalita Gomes do Carmo
SÃO PAULO 2014
FICHA CATALOGRÁFICA
Moura, Gilliárdia Ferrira de M887a
Avaliação da higienização das mãos em profissionais de saúde em um hospital do interior do Brasil. [manuscrito] / Gilliárdia Ferreira de Moura 18f.,enc. Orientador: Thalita Gomes do Carmo. Monografia: Faculdade Método de São Paulo Bibliografia: f. 18 1. Higienização das mãos 2. Profissionais de saúde 3. IRAS 4. Técnicas I. Título CDU: (043.2)
RESUMO
A higienização das mãos é reconhecida mundialmente como uma medida primária, mas muito importante, no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Estudos sobre o tema mostram que a adesão dos profissionais de saúde às práticas de higienização das mãos de forma constante e na rotina diária é baixa, devendo ser estimulada para tornar esses profissionais conscientes da importância de tal hábito. Este artigo trata-se de um estudo com o objetivo que pretendeu avaliar a adesão dos profissionais da área de saúde à prática de higienização das mãos, identificar as categorias profissionais quanto à adesão à prática e identificar as situações em que ocorrem ou não a adesão à higienização das mãos por esses profissionais. Esta pesquisa baseou-se em um estudo quantitativo com abordagem descritiva, foi realizada em um hospital do interior do Brasil, a coleta dos dados foi realizada nos setores assistenciais da referida instituição no período de Janeiro a Junho de 2013. As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) representam atualmente uma preocupação não somente dos órgãos de saúde competente, mas um problema de ordem social, ética e jurídica em face às implicações na vida dos usuários e o risco a que estes estão submetidos. Nesta perspectiva, fora traçado o perfil da higienização das mãos dos funcionários e apresentado estratégias para melhorar a adesão destes profissionais. A partir do diagnóstico realizado acerca da higienização das mãos na instituição, os resultados foram largamente divulgados e discutidos, no sentido de gerar mudanças no comportamento dos profissionais, bem como adequar os recursos para contemplar a prática de higienização das mãos, garantindo assim melhor qualidade da assistência prestada.
Palavras-chave: Higienização das mãos, profissionais de saúde, IRAS, técnicas
SUMÁRIO
FICHA CATALOGRÁFICA___________________________________________ 02 RESUMO________________________________________________________ 03 1 INTRODUÇÃO__________________________________________________ 06 2 DESENVOLVIMENTO____________________________________________ 07 2.1 Primeiros Conhecimentos _______________________________________ 07 2.2 Ignaz Philip Semmelweis _________________________________________08 2.3 Publicações sobre higienização das mãos ___________________________ 08 2.4 Evidências de transmissão de patógenos por meio das mãos ____________ 09 2.5 Produtos utilizados na higienização das mãos________________________ 10 2.5.1 Sabonete comum (sem associação de anti-séptico) ___________________10 2.5.2 Agentes anti-sépticos __________________________________________ 10 2.5.3 Clorexidina ______________________ ____________________________11 2.5.4 Iódoforos – PVPI (Polivinilpirrolidona iodo) _____________ ____________11 2.6 Técnicas de Higienização das mãos ___________________ ____________ 12 2.6.1 – Higienização simples das mãos ________________________________ 12 2.6.2 – Técnica___________________________________________________ 12 2.6.3 – Fricção anti-séptica das mãos (com preparações alcoólicas)__________ 13 2.6.4 – Técnica ___________________________________________________ 13 3- METODOLOGIA________________________________________________ 14 4 RESULTADO E DISCUSSÃO______________________________________ 15 5 CONCLUSÃO __________________________________________________ 16 ABSTRACT______________________________________________________ 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _______________________________ ___ 18
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1 INTRODUÇÃO
A higienização das mãos é reconhecida mundialmente como uma medida primária, mas muito importante, no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Por esse motivo, tem sido considerada como um dos pilares da prevenção e do controle de infecções nos serviços de saúde, incluindo aquelas decorrentes da transmissão cruzada de microrganismos multirresistentes. As mãos são consideradas as principais ferramentas dos profissionais que atuam nos serviços de saúde, pois é através delas que eles executam suas atividades. Assim, a segurança dos pacientes, nesses serviços, depende da higienização cuidadosa e frequente das mãos desses profissionais. Estudos sobre o tema mostram que a adesão dos profissionais de saúde às práticas de higienização das mãos de forma constante e na rotina diária é baixa, devendo ser estimulada para tornar esses profissionais conscientes da importância de tal hábito. Diferentes motivos são relacionados à negligência dos profissionais de saúde à técnica de HM, algumas vezes relacionada às suas crenças e mitos, ausência de pias próximas ao cliente e recursos adequados, reações cutâneas nas mãos, falta de motivação, tempo, recursos humanos, preparo e consciência sobre a importância das mãos na transmissão de microrganismos. As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) representam atualmente uma preocupação não somente dos órgãos de saúde competente, mas um problema de ordem social, ética e jurídica em face às implicações na vida dos usuários e o risco a que estes estão submetidos. Diversas são as publicações científicas que demonstram a correlação entre a higienização das mãos e a redução na transmissão de infecções. Estudos tem mostrado a importância da implementação de práticas de higienização das mãos na redução das taxas de infecções e a maioria dos especialistas em controle de infecções concorda que a higienização das mãos é o meio mais simples e eficaz de prevenir a transmissão de microrganismos no ambiente assistencial.
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A portaria do Ministério da Saúde (MS) nº 2.616, de 12 de maio de 1998, estabelece as ações mínimas a serem desenvolvidas sistematicamente, com vistas à redução da incidência e da gravidade das infecções relacionadas aos serviços de saúde. Esta pesquisa pretendeu avaliar a adesão dos profissionais da área de saúde à prática de higienização das mãos, identificar as categorias profissionais quanto à adesão à prática e identificar as situações em que ocorrem ou não a adesão à higienização das mãos por esses profissionais, tendo como base funcionários do serviço de controle de infecção hospitalar deste hospital. Nesta perspectiva, pretende-se traçar o perfil da higienização das mãos dos funcionários e apresentar estratégias para melhorar a adesão destes profissionais.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Primeiros Conhecimentos
A prevenção e o controle das infecções relacionadas à assistência à saúde constituem grandes desafios da medicina atual. Desde 1846, uma medida simples, a higienização apropriada das mãos, é considerada a mais importante para reduzir a transmissão de infecções nos serviços de saúde (CDC, 2002). A história das infecções hospitalares acompanha a criação dos primeiros hospitais, em 325 d. C. Por determinação do Concílio de Nilcéia, os hospitais foram inicialmente, construídos ao lado das catedrais. Normalmente, porém, não havia separação por gravidade de doença nem técnicas de assepsia que evitassem a disseminação de infecções.
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2.2 Ignaz Philip Semmelweis
Foi o médico húngaro Ignaz Philip Semmelweis (1818-1865) que, em 1846, comprovou a íntima relação da febre puerperal com os cuidados médicos. Ele notou que os médicos que iam diretamente da sala de autópsia para a de obstetrícia tinham odor desagradável nas mãos. Semmelweis pressupôs que a febre puerperal que afetava tantas parturientes fosse causada por “partículas cadavéricas” transmitidas da sala de autópsia para a ala obstétrica por meio das mãos de estudantes e médicos. Por volta de maio de 1847, ele insistiu que estudantes e médicos lavassem suas mãos com solução clorada após as autópsias e antes de examinar as pacientes da clínica obstétrica. No mês seguinte após esta intervenção, a taxa de mortalidade caiu de 12,2% para 1,2% (Macdonald, 2004). Dessa forma, Semmelweis, por meio do primeiro estudo experimental sobre este tema, demonstrou claramente que a higienização apropriada das mãos podia previnir infecções puerperais e evitar mortes maternas.
2.3 Publicações sobre higienização das mãos
Entre 1975 e 1985, foram publicados guias acerca de práticas de lavagem das mãos em hospitais pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, 2002). Esses guias recomendavam lavar as mãos com sabonetes não associado à anti-séptico antes e após contato com paciente e lavá-las com sabonete associado a anti-séptico antes e após a realização de procedimentos invasivos ou promoção de cuidados a pacientes de alto risco. O uso de agentes anti-sépticos não hidratados, como soluções à base de álcool, era recomendado apenas em emergências ou em áreas onde não houvesse pias. No período entre 1988 e 1995, guias para lavagem e anti-sepsia das mãos foram publicados pela Associação de Profissionais em Controle de Infecções e Epidemiologia. As indicações recomendadas para lavagem das mãos eram similares
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àquelas listadas nas orientações dos CDC. Em 1995 e 1996, o Comitê Consultivo em Práticas de Controle de Infecções do CDC recomendava que um sabonete associado a anti-séptico ou um agente não hidratado fosse usado para higienizar as mãos daqueles que saíssem
dos quartos
de
pacientes com
patógenos
multirresistentes . Em 2002, o CDC publicou o “Guia para higiene de mãos em serviços de assistência à saúde”. Nesta publicação, o termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência desse procedimento. De acordo com esse documento, a fricção anti-séptica das mãos com preparações alcoólicas das mãos pelos profissionais que atuam em serviços de saúde (CDC,2002). A importância dessa prática foi reforçada pelo Ministério da Saúde, quando incluiu recomendações para lavagem das mãos no anexo IV da Portaria MS 2616/98, a qual instruiu sobre o programa de controle de infecções nos estabelecimentos de assistência à saúde no país. 2.4 – Evidência de Transmissão de Patógenos por meio das mãos
A contaminação das mãos dos profissionais de saúde pode ocorrer durante o contato direto com o paciente ou por meio do contato indireto, com produtos e equipamentos ao seu redor, como bombas de infusão, barras protetoras das camas e estetoscópio, dentre outros. Bactérias multirresistentes e mesmo fungos como Candida parapsilosis e Rodotorula spp. Podem fazer parte da microbiota transitória das mãos e assim se disseminarem entre pacientes. As mãos dos profissionais de saúde já foram implicadas como fonte de surtos causados por bactérias Gram-positivas, bactérias gram-negativas e fungos, usando tipagem molecular que evidenciou o mesmo clone nas mãos desses profissionais e nos pacientes infectados. A transmissão do C. difficile que é um importante agente de diarreia hospitalar, por meio das mãos dos profissionais da saúde, também já foi documentada.
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2.5 – Produtos utilizados na Higienização das Mãos
Para prevenir a transmissão de microrganismos pelas mãos, três elementos são essenciais para esta prática: agente tópico com eficácia antimicrobiana, procedimento adequado ao utilizá-lo (com técnica adequada e no tempo preconizado) e adesão regular no seu uso (nos momentos indicados).
2.5.1 – Sabonete comum (sem associação de anti-séptico) Os sabonetes para uso em serviços de saúde podem ser apresentados sob várias formas: em barra, em preparações líquidas (as mais comuns) e em espuma. Favorece a remoção de sujeira, substâncias orgânicas e da microbiota transitória das mãos pela ação mecânica. Em geral, a higienização com sabonete líquido remove a microbiota transitória, tornando as mãos limpas. Esse nível de descontaminação é suficiente para os contatos sociais em geral e para a maioria das atividades práticas nos serviços de saúde. Porém, a eficácia da higienização simples das mãos, com água e sabonete, depende da técnica e do tempo gasto durante o procedimento que normalmente dura em média 8 a 20 segundos, sem contar o tempo necessário para se deslocar para e retornar da pia. O processo completo leva muito mais tempo – estimado em 40 a 60 segundos.
2.5.2 – Agentes anti-sépticos Os agentes anti-sépticos utilizados para higienização das mãos devem ter ação antimicrobiana imediata e efeito residual ou persistente. Não devem ser tóxicos, alergênicos ou irritantes para pele. Recomenda-se que sejam agradáveis de utilizar, suaves e ainda, custo-efetivos. A atividade antimicrobiana em geral dos álcoois se eleva com o aumento da cadeia de carbono, porém a solubilidade em água diminui. Somente os álcoois alifáticos que são completamente miscíveis em água, preferencialmente o etanol, o isopropanol e o npropanol, são usados como produto para higienização das mãos.
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Numerosos estudos têm documentado a atividade antimicrobiana in vivo dos alcoóis, e efetivamente reduzem a contagem bacteriana das mãos. Os álcoois podem prevenir a transferência de patógenos hospitalares. Em um estudo, bacilos Gram-negativos foram transferidos da pele colonizada do paciente a um pedaço de material de cateter, por meio de mãos de enfermeiros, em 17% das vezes após fricção de mãos com preparação alcoólica. Em contraste, a transferência dos agentes ocorreu em 92% das vezes em que se utilizou a higienização das mãos com água e sabonete comum à contagem bacteriana de mãos. 2.5.3 - Clorexidina O gluconato de clorexidina, biguanida catiônica, foi desenvolvido na Inglaterra no início dos anos 1950, e foi introduzido nos EUA, nos anos 70. A base clorexidina é pouco solúvel em água, mas a forma digluconato é solúvel em água. A atividade antimicrobiana da clorexidina provavelmente é atribuída à ligação e subseqüente ruptura da membrana citoplasmática, resultando em precipitação ou coagulação de proteínas e ácidos nucléicos. A atividade antimicrobiana imediata ocorre mais lentamente que os álcoois, sendo considerada de nível intermediário; porém, seu efeito residual, pela forte afinidade com os tecidos, torna-o o melhor entre os antisépticos disponíveis. A clorexidina tem efeito residual importante, em torno de 6 horas. A adição de baixas concentrações desse anti-séptico (0,5% a 1%) às preparações alcoólicas resulta em atividade residual dessas formulações proporcionada pela clorexidina. O uso de clorexidina para a higienização das mãos nos serviços de saúde é seguro e a absorção pela pele é mínima, senão nula. A ocorrência de irritação na pele é concentração dependente, com probabilidade maior para produtos que contém 4% de clorexidina e quando utilizados com freqüência para higienização das mãos, sendo que reações alérgicas são raras.
2.5.4 – Iodóforos – PVPI (Polivinilpirrolidona iodo) O iodo é um anti-séptico reconhecido pela sua efetividade, desde 1821. Entretanto, devido às propriedades de causar irritação e manchar a pele, foi substituído por PVPI ou iodóforos nos anos 1960.
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O iodóforo é rapidamente inativado em presença de matéria orgânica, como sangue e escarro e sua atividade antimicrobiana também pode ser afetada pelo pH, temperatura, tempo de exposição, concentração e quantidade/tipo de matéria orgânica e compostos inorgânicos presentes (e.g., álcool e detergentes). Um grama de hemoglobina pode inativar 58 g de iodo. Os iodóforos causam menos irritação de pele e menos reações alérgicas que o iodo, porém, causam mais dermatite de contato irritativa que outras soluções anti-sépticas comumente utilizadas para higienização anti-séptica das mãos. 2.6 – Técnicas de Higienização das mãos Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminados. Ainda, recomenda-se que familiares, acompanhantes e visitantes higienizem as mãos antes e após contato com o paciente, nos serviços de saúde. 2.6.1 – Higienização simples das mãos Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de microrganismos duração do procedimento: 40 a 60. 2.6.2 – Técnica: Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se a pia. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo fabricante). Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se movimento circular e vice-versa.
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Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular e vice-versa. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabonete. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira. Secar as mãos com papel toalha descartáveis, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos. No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel toalha. 2.6.3 - Fricção Anti-séptica das Mãos (com Preparações Alcoólicas) Reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades). A utilização de gel alcoólico preferencialmente a 70% ou de solução alcoólica a 70% com 1-3% de glicerina pode substituir a higienização com água e sabonete quando as mãos não estiverem visivelmente sujas. Duração do Procedimento: 20 a 30 segundos. 2.6.4 – Técnica Aplicar na palma da mão quantidade suficiente do produto para cobrir todas as superfícies das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo fabricante). Friccionar as palmas das mãos entre si. Friccionar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa. Friccionar a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados. Friccionar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos e vice-versa. Friccionar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se movimento circular e vice-versa. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fazendo um movimento circular e vice-versa. Friccionar os punhos com movimentos circulares. Friccionar até secar. Não utilizar papel toalha.
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3 Metodologia
Esta pesquisa baseou-se em um estudo quantitativo com abordagem descritiva, foi realizada em um hospital do interior do Brasil, a coleta dos dados foi realizada nos setores assistenciais da referida instituição no período de Janeiro a Junho de 2013.
Teve como população analisada os profissionais como: Médicos, Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem por apresentarem a maioria, constituindo uma amostra analisada de 300 oportunidades no total.
Utilizou-se como instrumento para coleta de dados um formulário de observação segundo o Instrumento de Auto - Avaliação de Higienização das mãos elaborada pela OMS, contendo indicações para a ação de higienização das mãos. A observação foi realizada duas vezes por semana nos setores assistenciais durante uma hora, e consistiu na observação da técnica de higienização das mãos executadas pelos profissionais, de acordo com os 5 momentos para higienização das mãos: Antes de contato com o paciente, Antes da realização de procedimento asséptico, Após risco de exposição de fluidos corporais, Após contato com o paciente, Após contato com as áreas próximas ao paciente.
Os aspectos éticos foram baseados na Resolução nº 196 de 1996 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta sobre pesquisa envolvendo seres humanos, garantindo o anonimato e o respeito aos valores culturais, sociais, morais, religiosos como também costumes e hábitos particulares dos participantes, tendo sido o projeto aprovado pela Diretoria do hospital.
Os resultados foram tabulados e inseridos em tabelas no programa de Excel, mediante análise estatística descritiva.
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4 – RESULTADO E DISCUSSÃO Do total da amostra, pode–se observar um destaque na categoria de Enfermeiros em relação aos demais. Evidências mostraram que 81,9% higienizaram as mãos antes dos procedimentos, tendo como menor adesão o profissional médico em um total de 72,7%. (GRAF. 1).
27,3%
Médicos
72,7% 26,3%
Téc. Enfermagem
73,6%
18,1%
Enfermeiros 0
20
81,9% 40
Não realizado
60
80
100
Realizado
GRÁFICO 1- Higienização das Mãos por categoria de profissionais de saúde. Antes de contato com o paciente e Antes da realização de procedimento asséptico.
Ao observar os profissionais em relação à higienização das mãos após os procedimentos, evidências mostraram que o profissional médico pela segunda vez consecutiva apresentou menor adesão à prática em um total de 64,7% durante a observação realizaram a higienização das mãos. Em destaque a categoria dos profissionais de técnicos de enfermagem onde 77,9% realizaram a higienização das mãos. (GRAF. 2).
16
35,3%
Médicos
64,7%
22,1%
Téc. Enfermagem
77,9% 33,2%
Enfermeiros 0
20
40
Não realizado
66,8% 60
80
100
Realizado
GRÁFICO 2- Higienização das mãos por categoria de profissionais de saúde. Após risco de exposição de fluidos corporais, Após contato com o paciente, Após contato com as áreas próximas ao paciente.
5 CONCLUSÃO Os
resultados apresentados nesse
estudo
evidenciam
a
avaliação
da
higienização das mãos dos profissionais de saúde em um hospital do interior do Brasil, levando em consideração algumas categorias de profissionais como descritas acima. Conclui-se que o desempenho dos profissionais desta instituição no processo de higienização das mãos, embora encontra-se acima da média referida na literatura (50%), porém , é necessário avaliar a melhor estratégia de incentivo a ser abordada, pois a educação como a principal de divulgação e multiplicação do conhecimento e informações não tem conseguido modificar comportamentos e condutas específicas. Espera-se que as ações educativas possibilitem a reflexão da atuação de cada sujeito, propiciando a aprendizagem e modificando as práticas instituídas. A partir do diagnóstico realizado acerca da higienização das mãos na instituição, os resultados foram largamente divulgados e discutidos, no sentido de gerar mudanças no comportamento dos profissionais, bem como adequar os recursos para contemplar a prática de higienização das mãos, garantindo assim melhor qualidade da assistência prestada.
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HYGIENE ASSESSMENT OF HANDS ON HEALTH PROFESSIONALS IN A BRAZIL INTERIOR HOSPITAL.
ABSTRACT
Hand hygiene is recognized worldwide as a primary measure, but very important in the control of infections related to health care. Studies on the subject show that the accession of health professionals to the hygiene practices of hands steadily and daily routine is low and should be encouraged to make these conscious professionals of the importance of the habit. This article it is a study in order that aimed to evaluate the adherence of health professionals from area to practice hand hygiene, identify the professional categories of adherence to practice and situations in which they occur or not joining the hand hygiene by these professionals. This research was based on a quantitative study with descriptive approach was performed in a hospital in the Brazil, the data collection was performed in care sectors of the institution in the period January to June 2013. The related infections assistance to health (IRAS) currently represent a concern not only of the competent health agencies, but a problem of social, ethical and legal implications in the face of the lives of users and the risk to which they are subject. In this perspective, tracing out the profile of hand hygiene of staff and presented strategies to improve adherence of these professionals. From the diagnosis made about hand hygiene in the institution, the results were broadly disseminated and discussed in order to generate changes in the behavior of professionals and direct resources to cover the practical hand hygiene, thus ensuring better quality care delivery.
Keywords: Hand hygiene, health professionals, IRAS, technical.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde. Manual de segurança do paciente – higienização das mãos em serviços de saúde. Brasília: ANVISA/MS; 2010.
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