Brinquedoteca 2

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SUMÁRIO

RESUMO ...................................................................................................................03 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 04 DESENVOLVIMENTO............................................................................................. 05 BRINQUEDOTECAS E BRINCADEIRAS.................................................................05 1.1 O conceito da atividade de brincar.......................................................................05 1.2 A Brincadeira do faz de conta..............................................................................07 1.3 Jogos e brinquedos na educação infantil.............................................................08

BRINQUEDOTECA....................................................................................................11 2.1 A história da brinquedoteca..................................................................................11 2.2 Os espaços da brinquedoteca.............................................................................13 2.3 Tipos de brinquedotecas......................................................................................14 OBJETIVOS...............................................................................................................16 Objetivo geral ............................................................................................................16 Objetivos específicos.................................................................................................16 METODOLOGIA....................................................................................................... 17 JUSTIFICATIVA........................................................................................................18 REFERÊNCIAS..........................................................................................................19


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RESUMO Esse projeto tem o objetivo de apresentar a brinquedoteca como um espaço que proporciona condições adequadas para o desenvolvimento infantil e a construção do conhecimento. As crianças, a partir dos brinquedos, jogos e das brincadeiras tem a oportunidade de exteriorizar o que trazem dentro de si para a sua realidade ao brincar. Brincando de faz de conta, podem vivenciar situações em que vêm à tona seus conflitos, suas fases de amadurecimento e potencialidades, desenvolvendo-se assim, integralmente em todos os sentidos, para o seu equilíbrio emocional. Os espaços da brinquedoteca são preparados para receber as crianças e deixa-las livres para adequarem-se às atividades específicas para sua idade. Além dos brinquedos e jogos, a brinquedoteca oferece cantos específicos. O mediador na brinquedoteca, denominado brinquedista, tem como função observa-las e orienta-las durante as brincadeiras e o pedagogo atua como mediador nas atividades para que os objetivos de ensino/aprendizagem. Será elaborada uma pesquisa com um questionário de caráter dissertativo. As amostras responderão, sobre a influência da brinquedoteca na educação infantil e a participação do adulto nesse processo para estimular as crianças a vivenciarem a liberdade do brincar. Para fundamentar esse projeto, pesquisamos autores como: Vygotsky (1998), Friedmann (1996), Kishimoto (2007), Gimenez (2011), Azevedo (2004). Palavra-Chave: Brinquedoteca. Brincadeiras Lúdicas. Construção do conhecimento.


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INTRODUÇÃO

Ao olhar com atenção para o mundo infantil, percebe-se a necessidade dos brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento cognitivo e social das crianças. Daí a preocupação em oferecer ao público infantil e também para o adulto, um espaço de qualidade que proporcione aprendizado e diversão, desenvolvimento cultural e social. A ideia de abordar esse tema, veio da crescente urbanização que coloca as crianças em risco ao brincarem nas ruas e avenidas, sujeitas a todo tipo de perigo. O surgimento da brinquedoteca foi um grande acontecimento histórico vindo da necessidade de disponibilizarem espaços adequados e bem projetados para esse fim. A brinquedoteca vem sendo cada vez mais conhecida e procurada no mundo todo para alegria do universo infantil. Esse projeto foi elaborado, para enfatizar a importância do brincar para o desenvolvimento infantil; em seguida os brinquedos, jogos e brincadeiras, entram como necessidade essencial para apropriação do conhecimento da criança; também aborda a brincadeira do faz de conta que desperta a criatividade, vivenciando a realidade por meio da imaginação; evidencia a seguir a brinquedoteca como uma forte aliada com recursos apropriados, proporcionando um ambiente lúdico e seguro para a criança; para finalizar, um questionário será preparado e direcionado as profissionais da educação infantil que manifestarão suas considerações.


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DESENVOLVIMENTO

CAPÍTULO I BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS

1.1 O conceito da atividade de brincar Conforme Meyer (2008), A criança, para ter um desenvolvimento cognitivo, social e ter liberdade para expor a sua criatividade e vivenciar novas experiências, necessita de um espaço lúdico como um facilitador desse processo. Segundo Cunha (1994), brincar faz com que a criança enfrente desafios se sentindo feliz pelo seu desempenho. É fazendo, que ela aprende e amplia seus conhecimentos com prazer e mesmo que ela erre não se importará com os resultados. Todo esse prazer de brincar faz com que ela aprenda a respeitar o outro, as regras e a ter um convívio social com o grupo. É necessário considerar sempre, o brincar como um ato de grande importância, que oportuniza à criança a escolha entre os múltiplos tipos de brinquedos oferecidos na sociedade. Podemos afirmar, sem dúvida, que tanto as brincadeiras de rodas cantadas, as dramatizações como os brinquedos industrializados e artesanais são, todos indispensáveis na vivência infantil (SANTOS, 1995, p.5).

“A brincadeira é um espaço de inovação para a criança que experimenta comportamentos novos para ela, desenvolvendo a sua criatividade, que é essencial para a descoberta de suas competências” (CUNHA, 1994, p.41). De acordo com Gimenes (et al., 2011), quem trabalha com criança sabe o quanto é importante que elas tenham tempo e

um espaço adequado para que

possam brincar e para que o relacionamento professor/ aluno, aluno/ aluno seja satisfatório. E os brinquedos são parceiros silenciosos que desafiam a criança, possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressão. É preciso haver tempo para eles, e espaço que assegure o sossego suficiente para que possa haver um aprofundamento na brincadeira [...] (CUNHA, 1994, p.12).

Segundo Cunha (1994), a criança não pode ser considerada como um pequeno adulto sempre obedecendo a ordens e determinações, porque ela precisa desenvolver responsabilidades e autonomia. Portanto, suas descobertas devem ser


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respeitadas para que aprenda de maneira prazerosa e construa seu conhecimento com interesse. O ato de brincar permite ao ser humano conhecer seu semelhante e aprender a conviver em sociedade. Assim que faz novos amigos, você brinca com eles e tem a oportunidade de conhecê-los melhor. Pelas ruas das cidades, nos quintais das casas e nas aldeias indígenas, as crianças aprendem a viver e a conviver, brincando. Assim, de uma forma gostosa, conhecem e entendem melhor o mundo (ROSA, 2001, p.31).

A importância do brincar para o desenvolvimento infantil reside no fato desta atividade contribuir para a mudança na relação da criança com os objetos, pois estes perdem sua força determinadora na brincadeira. Muitas brincadeiras preservam sua estrutura inicial, outras modificam-se, recebendo novos conteúdos. A força de tais brincadeiras explica-se pelo poder da expressão oral. Enquanto manifestação livre e espontânea da cultura popular, a brincadeira tradicional tem a função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver formas de convivência social e permitir o prazer de brincar. (KISHIMOTO, 2010, p.43).

De acordo com PRADO (1998), logo ao brincar a criança pode dar outros significados aos objetos, adequando seu espaço com novos cenários, com criatividade, dando-lhes sentido conforme os modelos sociais. Alguns materiais que para os adultos não expressam muita importância, para a criança pode se transformar em diferentes situações. Uma tampa pode representar um avião ou um pássaro. Quando está brincando, a criança pode, então, se tornar algo que não é, ou melhor, que ainda não é, porque, por meio da brincadeira, ela pode tudo que imaginar, agir com objetos substutivos, interagir segundo padrões não determinados pela realidade do espaço social em que vive e ultrapassar os limites que lhe são apresentados (apud TEIXEIRA, 2010, p. 47).

Em conformidade com o Referencial Nacional para a Educação Infantil (BRASIL 1998), para a criança desenvolver a sua identidade e autonomia, é importante que ela brinque. Sabe-se que a criança se comunica por sons e gestos e durante o seu desenvolvimento, ela vai aprendendo a representar nas brincadeiras usando

sua

criatividade

e

adquirindo

habilidades

como

a

concentração,

representação, imaginação e a capacidade de memorizar situações, interagindo, dessa maneira com o outro na convivência social.


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Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas mesmas, as crianças podem acionar seus pensamentos para a resolução de problemas que lhe são importantes e significativos. Propiciando a brincadeira, portanto, cria-se um espaço no qual as crianças podem experimentar o mundo e internalizar uma compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos (BRASIL, 1997, v.1, p. 28).

Conforme Meyer (2008), a criança, para ter um desenvolvimento cognitivo, social e ter liberdade para expor a sua criatividade e vivenciar novas experiências, necessita de um espaço lúdico como um facilitador desse processo.

1.2 A brincadeira do faz de conta

O faz de conta surge de forma natural como parte do desenvolvimento da criança, principalmente nos anos iniciais da educação infantil, porém é necessário que seja um estímulo por parte dos pais e educadores que a partir da brincadeira livre a criança tenha a liberdade de criar e imaginar sem imposições, somente brincando por prazer. A brincadeira de faz de conta, também conhecida como simbólica, de representação de papéis ou sócio dramática, é a que deixa mais evidente a presença da situação imaginária. Ela surge com o aparecimento da representação e da linguagem, em torno de 2/3 anos, quando a criança começa a alterar o significado dos objetos, dos eventos, a expressar seus sonhos e fantasias e assumir papéis presentes no contexto social. (KISHIMOTO, 2010, p. 43/ 44)

A brincadeira de faz de conta possibilita que a criança se adapte a realidade, soltando sua imaginação nas várias situações criadas por ela, observando e representando a vida do adulto. Conforme citado no Referencial Curricular para a Educação Infantil (BRASIL, 1998) Quando utilizam a linguagem do faz de conta, as crianças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens. Na brincadeira, vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras de convivência,assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos, das emoções e das construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da brincadeira é sempre individual e depende dos recursos emocionais de cada criança que são compartilhados em situações de interação social. Por meio da repetição de determinadas ações imaginadas que se baseiam nas polaridades presença/ausência, bom/mau, prazer/desprazer, passividade/atividade, dentro/fora, grande/pequeno, feio/bonito etc., as crianças também podem internalizar e elaborar suas


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emoções e sentimentos, desenvolvendo um sentido próprio de moral e de justiça. (BRASIL, 1998, v. 2 p. 23).

Segundo Azevedo (2004) entre todas as brincadeiras, observa-se a do faz de conta, como a que mais evidencia a entrada da criança no mundo dos adultos. O que é mais encantador de ver é que a criança está toda ali, inteira, imersa em sua brincadeira, seja ela qual for. Pode passar um longo tempo concentrada fazendo bolinhos na areia, ou completamente ao criar um diálogo entre seus bonecos de plástico. Pode chorar ou ficar muito aflita pelo medo que diz que a boneca sente, e dar gostosas gargalhadas ao achar engraçado o modo com o bicho de pelúcia tombou na frente da mesa. Há uma espontaneidade contagiante na brincadeira da criança (GIROTTO, 2014, p.19).

De acordo com Vygostsky, (1991) afirma que em uma brincadeira de faz de conta, a criança imagina e prontamente direciona seu comportamento do momento e interpretando como uma realidade imediata do seu mundo imaginário. Nota-se, assim, que brincar desenvolve a iniciativa, o intelecto, a curiosidade e o interesse, o corpo e a estrutura psíquica, o censo de responsabilidade individual e coletiva, a cooperação, o colocar-se na perspectiva do outro, a capacidade de lidar com limites, a memória, a atenção e a concentração por longo período de tempo (Drauzio Viegas, p.35,2007).

Conforme Bomtempo (1998) brincar desenvolve habilidades como a criatividade e imaginação, desperta a curiosidade, autonomia e necessita de muita concentração envolvendo aspectos intelectuais, corporais e emocionais do universo infantil. É a partir da brincadeira, que a criança se apropria de regras e princípios para viver em sociedade (AZEVEDO, apud 2004, p.60).

1.3 Jogos e brinquedos na educação infantil

Conforme afirma Rizzi (et al., 1987), para o ser humano, jogar é natural. A criança se envolve nas atividades e liberta seus sentimentos e emoções quando está brincando e jogando. Desenvolve sua motricidade, constrói relacionamentos sociais, afetivos e cognitivos. Vivenciando experiências, aprende a agregar valores, imitando e criando o mundo em redor.


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Jogo supõe relação social, supõe interação. Por isso, a participação em jogos contribui para a formação de atitudes sociais: respeito mútuo, solidariedade, cooperação, obediência às regras, senso de responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal. É jogando que a criança aprende o valor do grupo como força integradora e o sentido da competição salutar e da colaboração consciente e espontânea (KISHIMOTO, 2010, p.15).

Entende-se que o papel pedagógico do brinquedo, vai além das expectativas esperadas, pois o brinquedo tem papel de grande ajuda em todo o desenvolvimento da criança em todas as fases da sua vida. É necessário considerar sempre, o brincar como um ato de grande importância, que oportuniza a criança a escolha entre os múltiplos tipos de brinquedos oferecidos na sociedade. Podemos afirmar, sem dúvida, que tanto as brincadeiras de rodas cantadas, as dramatizações como os brinquedos industrializados e artesanais são, todos, imprescindíveis na vivência infantil. (SANTOS, 1995, p. 05).

Segundo Teixeira (2010), a Pedagogia estuda e analisa os brinquedos, os jogos e as brincadeiras, preocupados em como podem ser utilizados no ensino e aprendizagem das crianças. É durante o brincar que elas entendem os significados afetivos existentes no meio social e o que isso pode contribuir para a formação e desenvolvimento de seus conhecimentos. Brincando e jogando a criança aplica seus esquemas mentais à realidade que a cerca, apreendendo-a e assimilando-a. Brincando e jogando, a criança reproduz as suas vivências, transformando o real de acordo com seus desejos e interesses. Por isso, pode-se dizer que, através do brinquedo e do jogo, a criança expressa, assimila e constrói a sua realidade (RIZZI; HAYDT, 1987, p.15).

De acordo com Macedo (2005), para se realizar os jogos é necessário que haja regras, responsabilidades, organização, tempo e objetivos, além das peças, o tabuleiro e o revezamento entre os jogadores. Essas condições, no entanto não são importantes nas brincadeiras onde a criança não necessita necessariamente de companhia e adversário para brincar. Ela pode ser a única autora de suas fantasias nas atividades. A criança não é um adulto em miniatura, nem deve crescer só atendendo às solicitações dos adultos, pois assim não desenvolverá autonomia nem senso de responsabilidade. Se for respeitada em seus interesses e subsidiada em suas buscas, certamente manterá vivo o prazer de aprender e fará da construção do seu conhecimento uma deliciosa aventura. O


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brinquedo proporciona o aprender-fazendo e... brincando. Através de jogos e brincadeiras, a criança pode aprender novos conceitos, adquirir informações e até mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA, 1994, p.25).

Conforme Lima (2015), na história da humanidade os jogos e brincadeiras para as crianças foram produzidos pela cultura e essas atividades lúdicas são muito importantes para o desenvolvimento infantil, tornando-se assim indispensável da humanidade. O brinquedo é uma ferramenta muito importante para que a criança tenha uma ligação com o mundo ao seu redor e seu interior. Através desse acessório, ela cria muitas possibilidades para o desenvolvimento da imaginação, tudo pode ser modificado a partir da brincadeira e do jogo (LIMA, 2015, p.8).

Segundo Friedmann (1996), para que ocorra a aprendizagem, é importante, respeitar a criança em suas preferências para que desperte nela a curiosidade e o desejo em executar uma atividade, com iniciativa, acreditando ser capaz de assumir suas próprias criações, expressando todo seu potencial inerente

a sua

personalidade. A observação da escolha e da forma como as crianças brincam pode fornecer informações importantes sobre as características dos brinquedos, tais como: qualidades do brinquedo (cores, forma, grau de desafio); preferência por tipo de brinquedo (escolha restrita ao sexo ou não); tempo de permanência no brinquedo (brinquedos mais coloridos, com variabilidade de formas, os jogos tradicionais e os brinquedos há mais tempo no mercado parecem ser os que entretêm as crianças por mais tempo); número de brinquedos com os quais a criança brinca ao mesmo tempo (crianças mais novas brincam com poucos brinquedos de cada vez, enquanto as mais velhas dão atenção simultânea a vários brinquedos); tipo de material do brinquedo (se os brinquedos manipulados pelas crianças preenchem a sua função, se elas preferem os descartáveis ou os mais duráveis) (AZEVEDO, 2004, p. 73).

De acordo com Kishimoto (2010), desde que sejam preservados os objetivos de brincar e jogar, o profissional da educação estará ampliando as condições de aprendizagem.

A

utilização

de

jogos

na

educação

infantil

proporciona

possibilidades de crescimento e desenvolvimento do conhecimento, a partir do lúdico, da satisfação pessoal e motivacional da criança.


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CAPÍTULO II BRINQUEDOTECA

2.1 A História da Brinquedoteca

De acordo com Cunha (1998), foi no século XX que surgiu a brinquedoteca, para proporcionar à criança um lugar alegre e lúdico especialmente preparado para que ela pudesse brincar. Em 1934, um comerciante de brinquedos de Los Angeles reclamou junto ao gestor de uma escola pública sobre o desaparecimento de alguns brinquedos de sua loja. Foi a partir deste ocorrido, que se idealizou a primeira brinquedoteca com o objetivo inicial de emprestar brinquedos para as crianças do local. Atualmente essa atividade permanece em vigor com o nome de Toy Loan. Em 1963, a primeira Ludoteca surgiu em Estocolmo na Suécia, para orientar os pais de crianças excepcionais e emprestar brinquedos com a intenção de auxiliálas no processo de aprendizagem. Uma pessoa capacitada é determinada para levar os brinquedos até suas casas, continuando dessa forma um tratamento terapêutico e preventivo. Em 1967, foi criado um espaço denominado Toys Libraries, onde as crianças pudessem brincar livremente com os brinquedos preferidos podendo levá-los para casa. Em 1976, em Londres um Congresso, considerado o primeiro, foi realizado abordando o tema sendo discutido o empréstimo de brinquedos e em 1987, em Toronto no Canadá, esta atividade ampliou-se agregando mais serviços sociais oferecidos á população. A partir desse evento, a brinquedoteca se expandiu por toda a Europa (AZEVEDO, apud, 2004, p. 48-49). A brinquedoteca é o "Esforço de salvaguarda a infância, nutrindo-a com elementos indispensáveis ao crescimento saudável da alma e da inteligência da criança”, com respeito ao ser humano, seguindo uma filosofia que acometem através das brincadeiras. (CUNHA, 2001, p.38)

Segundo Santos (1995), no Brasil, a brinquedoteca surge pela primeira vez em 1981 na Escola Indianópolis-SP, usada com uma concepção diferente dos modelos existentes até o momento. As Toys Libraries eram fundadas nos brinquedos emprestados e a brasileira, no ato de brincar, na humanização do


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atendimento, sob a coordenação de Nylse Helena Silva Cunha. Na década de 80 surgiu a Associação Brasileira de Brinquedoteca (ABBri). Gimenez (2011), afirma que após 2001, teve início um período novo na instituição com a realização de vários cursos para formar profissionais capacitados para exercer a função de brinquedistas promovendo movimentos em prol da infância. Em 2003, a ABBri firmou parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM). A brinquedoteca é uma nova instituição que nasceu neste século para garantir à criança um espaço destinado a facilitar o ato de brincar. É um espaço que se caracteriza por possuir um conjunto de brinquedos, jogos e brincadeiras, oferecendo um ambiente agradável, alegre e colorido, onde mais importante que os brinquedos é a ludicidade que estes proporcionam. (SANTOS, 1995, p.7/8).

De acordo com Santos (1995), o brinquedista precisa ser um profissional com formação específica e sendo um educador, une habilidades teóricas e práticas equilibrando a brincadeira com o simples ato de brincar com o aprender. A referida autora descreve a brinquedoteca como um instrumento muito importante para estimular o desenvolvimento da criança, incentivando a imaginação, criatividade e dramatização. A partir de atividades diversas ampliam-se possibilidades para soluções de problemas, motivando-a a expressar-se, individualmente ou em grupo. A brinquedoteca é um espaço criado para favorecer a brincadeira. E um espaço aonde as crianças (e os adultos) vão para brincar livremente, com todo estímulo e manifestação de suas potencialidades lúdicas. Muitos brinquedos e materiais permitem a expressão da criatividade. Embora os brinquedos sejam a atração principal de uma brinquedoteca, ela pode existir, até mesmo, sem brinquedos, desde que outros estímulos às atividades lúdicas sejam proporcionados (AZEVEDO, 2004, p.52).

Para Teixeira (2008), a brinquedoteca vem sendo utilizada como uma grande parceira contribuindo para o ensino/ aprendizagem na Educação Infantil e tornando cada vez mais acentuada a procura por locais onde possam ser instaladas brinquedotecas com esse objetivo, escolas particulares, públicas ou em comunidades. As crianças vivem, na maior parte do tempo, confinadas em apartamentos, na frente da TV ou do computador como atividades de lazer. E a violência é outro fator que contribui para diminuição dos espaços do brincar nas


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grandes cidades. Assim, o crescente número de brinquedotecas no Brasil aponta a importância desse espaço como um lugar privilegiado de encontro com a criança, onde ela tem acesso a um grande número de brinquedos variados,... (GIMENES, 2011, p.8).

Segundo Martins (2013), a brinquedoteca é um local de grande necessidade onde a criança tem a oportunidade de desenvolver-se, pois nesse espaço as brincadeiras são livres, porém específicas também dependendo do ambiente em que está instalada.

2.2 Os diferentes espaços da brinquedoteca

Conforme Gimenes (2011), distribuir os espaços da brinquedoteca nos chamados “cantinhos” contribuem para que a criança se organize em sua mente para perceber a realidade e ordenar-se conforme o seu desejo e querer. Pode-se encontrar nesses locais, a utilização de vários cômodos para estimular a criatividade. Subdividir a brinquedoteca em espaços denominados cantinhos ajuda a criança a se organizar mentalmente, por meio da percepção da realidade, e a reorganizar-se de acordo com sua imaginação e vontade. Podemos encontrar uma grande diversidade de situações no interior dos espaços com o aproveitamento dos cantos dos cômodos, para definir estímulos que serão enriquecidos pela criatividade dos brinquedistas (GIMENES, 2011, p.217).

Segundo Cunha (1994) a criação desses cantinhos surge de acordo com a finalidade o cantinho do “faz de conta”. É especialmente preparado com mobílias em miniatura, para que a criança sinta-se a vontade para representa em seu imaginário a realidade do adulto, canto da leitura ou canto de contar história, canto das invenções, a sucateca, teatrinho, mesa de atividade, estantes com uma grande variedade de brinquedos, novos e também usados, de madeira, plásticos, metal, de várias cores e texturas, brinquedos que vão realizar sonhos, desmistificando fantasia ou simplesmente estimular a criança a brincar livremente. A observação da escolha e da forma como as crianças brincam pode fornecer informações importantes sobre as características dos brinquedos, tais como: qualidades do brinquedo (cores, forma, grau de desafio); preferência por tipo de brinquedo (escolha restrita ao sexo ou não); tempo de permanência no brinquedo (brinquedos mais coloridos, com variabilidade de formas, os jogos tradicionais e os brinquedos há mais tempo no mercado parecem ser os que entretêm as crianças por mais tempo); número de


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brinquedos com os quais a criança brinca ao mesmo tempo (crianças mais novas brincam com poucos brinquedos de cada vez, enquanto as mais velhas dão atenção simultânea a vários brinquedos); tipo de material do brinquedo (se os brinquedos manipulados pelas crianças preenchem a sua função, se elas preferem os descartáveis ou os mais duráveis) (AZEVEDO, 2004, p. 73).

Conforme Meyer (2008), A criança, para ter um desenvolvimento cognitivo, social e ter liberdade para expor a sua criatividade e vivenciar novas experiências, necessita de um espaço lúdico como um facilitador desse processo. A criança não é um adulto em miniatura, nem deve crescer só atendendo às solicitações dos adultos, pois assim não desenvolverá autonomia nem senso de responsabilidade. Se for respeitada em seus interesses e subsidiada em suas buscas, certamente manterá vivo o prazer de aprender e fará da construção do seu conhecimento uma deliciosa aventura. O brinquedo proporciona o aprender-fazendo e brincando. Através de jogos e brincadeiras, a criança pode aprender novos conceitos, adquirir informações e até mesmo superar dificuldades de aprendizagem (CUNHA, 1994, p.25).

Cunha (1994), afirma que e o ambiente da brinquedoteca, deve ser alegre e descontraído com muitos enfeites coloridos, para que a criança seja contagiada pela alegria e curiosidade para descobrir os cantos que mais lhe chame a atenção e onde possam sentir-se a vontade para criar e explorar cada espaço.

2.3 Tipos de brinquedotecas

Conforme Azevedo (2004) as brinquedotecas são construídas de acordo com os objetivos e necessidade da população local, da localização em que estão inseridas e dos serviços que querem prestar. Mas, terá sempre um objetivo determinante entre todos, que é proporcionar à criança a oportunidade de brincar em ambientes lúdicos e seguros. “O empréstimo de brinquedo foi à característica inicial das brinquedotecas, mas sua difusão aconteceu rapidamente, e outros serviços adotados por esta instituição diversificaram sua dinâmica, criando tipos variados” (SANTOS, 1995, p. 9). Azevedo (2004) destaca os tipos mais comuns de brinquedotecas: - Brinquedotecas escolares: funcionam para auxiliar no processo de aprendizagem e o desenvolvimento da criança na educação infantil, usando muitas vezes a própria sala de aula para brincar e aprender.


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- Brinquedotecas de bairro: formada com a participação de toda a comunidade, com a parceria de colaboradores, associações, prefeituras ou organização filantrópicas. -

Brinquedotecas

hospitalares

ou

clínicas:

criadas

para

atender

as

necessidades da criança, durante seu tratamento no ambiente hospitalar. - Brinquedotecas de universidades: projetadas por educadores, com o objetivo essencial do estudo, fornecendo elementos de pesquisas para alunos e professores. - Brinquedotecas circulantes: são conhecidas como ambulantes, pois funcionarem em utilitários móveis, para facilitar seu trajeto aos lugares com poucos recursos e de difícil acesso. - Brinquedotecas rodízios: que trabalham na forma de empréstimos, sem ter um ponto fixo, ou determinado. Tem um período para devolução dos brinquedos, agendado previamente com as crianças. - Brinquedotecas temporais: são instaladas geralmente em local de grande movimento, preferencialmente em ocasiões comemorativas, onde as crianças brincam e os pais ficam livres para participar de outros eventos programados no local. Além dos locais já mencionados, Gimenes (2011) afirma que há várias situações em que a brinquedoteca pode funcionar como alternativa de espaço recreativo, tais como: - Brinquedoteca em clubes, onde os associados deixam suas crianças com profissionais preparados para atendê-las com recreações lúdicas. - Brinquedoteca em entidades religiosas, oferecem atividades com temas bíblicos para as crianças que, por meio de jogos e brincadeiras, aprendem enquanto os pais participam do culto. - Brinquedoteca em moradias são montadas em condomínios e prédios para recreação das crianças. Esse tipo de brinquedoteca está em evidência por profissionais da construção civil por favorecer ambientes seguros e humanizados aos moradores do local. - Brinquedoteca particular para a comunidade, é mais um espaço alternativo de aprendizado para as pessoas da região, oferecendo atividades em espaços abertos nos períodos de férias, como workshops, gincanas e oficinas. Essas atividades são cobradas por hora de acordo com o tempo gasto para a realização do evento.


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OBJETIVOS

Objetivo geral

Enfatizar a importância da brinquedoteca, dos brinquedos e das brincadeiras para o desenvolvimento infantil.

Objetivos específicos 

Compreender a importância da brinquedoteca, dos brinquedos e das brincadeiras, para desenvolvimento infantil;

Possibilitar o acesso a variedades de brinquedos específicas para cada faixa etária;

Proporcionar o desenvolvimento integral da criança, a socialização desfazendo preconceitos;

Colaborar para que a criança brinque espontaneamente;

Educar os pais para a escolha dos brinquedos.


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METODOLOGIA Será aplicado um questionário de caráter investigativo e qualitativo com cinco (05) questões dissertativas, para quatro (04) professores da escola de educação infantil, da região sul, da cidade de São Paulo, para identificar qual a relação da brinquedoteca com o desenvolvimento infantil e quais são suas contribuições para um melhor aprendizado das crianças. Neste questionário, constarão dados essenciais dos entrevistados como: idade, formação acadêmica, tempo de exercício na função e nome. Segue abaixo as perguntas relacionadas ao questionário: 1. O que você acha sobre o uso de recursos lúdicos na brinquedoteca e como os brinquedos e brincadeiras podem contribuir para o desenvolvimento da criança?Dê exemplo. 2. Como as crianças se relacionam nos espaços da brinquedoteca? Dê exemplo. 3. Qual o papel do educador, ou brinquedista no ambiente da brinquedoteca? Dê exemplo. 4. Qual o motivo que leva pais e educadores procurarem a brinquedoteca como espaço seguro para a criança brincar? Dê exemplo. 5. Que tipo de intervenção pedagógica é promovido na brinquedoteca?Dê exemplo.


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JUSTIFICATIVA

Espera-se com este projeto pesquisar a brinquedoteca como uma grande parceira na contribuição para o desenvolvimento da criança e a construção do conhecimento desde os primeiros anos iniciais da educação infantil. A partir da brincadeira, a criança tem a possibilidade de processar uma série de situações do seu cotidiano e demonstrar por meio do faz de conta, onde pode expressar seus sentimentos,

construir

seu

mundo

imaginário

e

revelar

seus

anseios,

compreendendo o mundo e adaptando-se ao meio em que vive. Pretende-se, por meio da pesquisa a ser desenvolvida, justificar a necessidade do espaço lúdico da brinquedoteca e identificar o desenvolvimento da criança, tendo como aliados os brinquedos, os jogos e as brincadeiras, pois esse ambiente alegre, colorido e cheio de possibilidades, influencia e oportuniza a exploração de vários materiais lúdicos alcançando objetivos almejados, como o equilíbrio emocional, desenvolvimento cognitivo e interação social. Por intermédio dos brinquedos, jogos e das brincadeiras, a criança tem a liberdade de escolher o que e com o que quer brincar, podendo ser sozinha ou interagindo com outras crianças ou adultos, manuseando os brinquedos agregando conhecimentos específicos, como autoestima, amadurecimento e visão de mundo. Pensar o mundo sem crianças e sem brincadeiras é senti-lo vazio e sem cor, sem sorrisos e nem a alegria, que lhes são peculiares. Quando brincam encantam a todos a sua volta, nos remetendo à nossa infância, trazendo-nos à lembrança, os bons momentos vividos. O exercício do brincar faz parte da história da humanidade, sendo importante para o seu desenvolvimento integral, pois possibilita apropriar-se de suas próprias produções e lhe assegurar liberdade para viver.


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REFERÊNCIAS

ANTUNES, C. jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Petrópolis, Rj: Vozes, 2010. AZEVEDO, A. Brinquedoteca no Diagnóstico e Intervenção em Dificuldades Escolares. Campinas: Alínea, 2004. BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. v.1.Brasília: MEC;SEF, 1998 ________. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. v.2. Brasília: MEC; SEF, 1988. CUNHA. N. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. São Paulo: Maltese, 1994. DRAUZIO, V. (org). Brinquedoteca hospitalar: isto é humanização. Rio de Janeiro, Wak Ed., 2007. FRIEDMANN, A. Brincar: crescer e aprender- o resgate do jogo. São Paulo: Moderna, 1996. GIMENES, B. Brinquedoteca: Manual em educação e saúde. v.1. São Paulo: Cortez, 2011. GIROTTO, D. Direcional Educador. 119 ed. São Paulo: Leitura Prima, 2014 . KISHIMOTO, T. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 10 ed. São Paulo: Cortez,2010. LIMA. E.Direcional Educador. Junho 2015 edição 126 p.8. São Paulo: Leitura Prima MACEDO, L. et al.., Jogos e o lúdico na aprendizagem escolar.Porto Alegre: Artmed, 2005 MARTINS,

M.

Artigo

31

da

Convenção

dos

Direitos

da

criança:

o

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