PUBLICAÇÃO BIMESTRAL Nº 57 ANO 2022 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITAEM FOCO ANTIBIÓTICOS: USAR SEM ABUSAR ENTREVISTA ESPECIAL COM JORGE SERAFIM PREVENÇÃO SAÚDE INFEÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: «TRATAR É SEMPRE PIOR DO QUE PREVENIR»
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Os astros alinham-se. Não falo de mapas astrais ou de conjugações de signos, até porque não percebo nada do assunto, mas não podemos ficar indiferentes aos acontecimentos que dominam a atualidade na área da saúde. No meio do rebuliço, o surgimento de uma nova estrutura do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que vem com o objetivo de garantir a articulação dos diferentes operacionais da rede, uma gestão mais eficiente dos recursos humanos e financeiros, com o foco num melhor serviço para os utentes.
Em simultâneo, também de realçar o surgimento de uma Secretaria de Estado orientada para a Promoção da Saúde. No fundo, o reconhecimento de que a literacia e as ações promotoras de saúde assumem uma importância prioritária. Algo que nas Farmácias Holon preconizamos desde a nossa génese. Mais próximos dos utentes, com mais informação e meios para os ajudar a terem mais saúde. É disso exemplo o projeto MAMA MOVE, que apoia mulheres sobreviventes de cancro da mama e que as Farmácias Holon da Covilhã e do Fundão apadrinham ativamente, um projeto promovido pelo Departamento de Ciências do Desporto, da Universidade da Beira Interior, sem dúvida, um modelo de ação comunitária a seguir. Nos próximos meses, outras campanhas vão ter lugar de destaque na sua Farmácia Holon. O nosso papel enquanto agentes, de primeira linha, promotores de saúde, leva-nos a promover projetos de sensibilização para o uso responsável do antibiótico, a relevância da vacinação na prevenção da pneumonia pneumocócica e a importância da contraceção. Para isso, e neste último projeto, vamos estar mais próximos dos jovens e desmistificar o tema da “Contraceção sem tabus”, para acabar com as dúvidas relacionadas com os temas da sexualidade. Conte sempre com a sua Farmácia Holon para ter o aconselhamento certo, na hora que mais precisa. Queremos continuar a fazer parte da história da sua vida, com saúde!
TAVARES
ERRATA: Na edição da H56, na página 26, na Rubrica “Opinião Saúde o nome do Laboratório saiu escrito de forma incorreta. Pelo lapso, as nossas desculpas à Fresenius Kabi.
> 3 HERMÍNIO
Diretor-Geral EDITORIAL FICHA TÉCNICA • Diretor: Hermínio Tavares • Propriedade: Holon S.A. • Capital Social: 5.000,00 euros Órgãos Sociais: José Luciano Diniz Pereira e João Carlos Duarte Monteiro • NIPC: 507336453 • Telefone: 219 666 100; • E–mail: apoio.cliente@holon.pt • Edição: Hollyfar – Marcas e Comunicação, Lda. Rua General Firmino Miguel n.º 3 - Piso 7 1600-100 Lisboa • Coordenador Editorial: Natacha Pereira (Farmácias Holon), Inês Marujo (Hollyfar) • Colaboram nesta edição: Ana Sofia Ramos, Ana Teresa Gonçalves; Andreia Palma; Diana Pereira, Jorge Aldinhas, Rita Lucas, Luís Antunes • Fotografia: Cláudia Teixeira e Arquivo. • Publicação bimestral • E–mail: revistah@holon.pt • Tiragem deste número: 16.000 exemplares • Os artigos assinados apenas veiculam a posição dos seus autores. • Layout: Holon, S. A. Rua General Firmino Miguel, n.º 3 – piso 7 1600-100 Lisboa | Portugal • Paginação: Finepaper • Execução Gráfica: Finepaper – Rua do Crucifixo, 32, 1100-183 Lisboa; • E–mail: info@finepaper.pt • Impressão e Acabamento: Lidergraf Sustainable Printing Rua do Galhano, 15 4480-089 Vila do Conde; • Site: www.lidergraf.pt • Número de Depósito Legal: 361265/13
ATUALIDADE
ESPAÇO HOLON
GERIR A ANSIEDADE
DERMOFARMÁCIA
C NA PREVENÇÃO
RUGAS
ESTATUTO EDITORIAL
A H é uma revista bimestral de caráter informativo, circunscrevendo-se às temáticas da saúde e bem-estar, orientada por critérios de rigor editorial.
A H é uma revista dirigida a um público plural e é propriedade da Holon S. A. O conceito da revista H passa pela abordagem às diversas questões nas áreas temáticas em que se insere, de modo prático e útil, em respeito pelo rigor científico. A H reconhece que os leitores são a sua principal razão de existência e, por isso, a satisfação das suas necessidades de informação constitui o objetivo primordial. É, assim, uma revista idealizada e produzida com o propósito de ir ao encontro dos interesses dos seus leitores, procurando servi-los sempre de forma isenta e objetiva.
>ÍNDICE
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HOLON VITAMINA
DAS
NO REGRESSO À ROTINA HOLON CUIDA SUPLEMENTAÇÃO E VACINAÇÃO: COMPLEMENTO OU SUBSTITUIÇÃO? > 4
OPINIÃO SAÚDE PONTO DE VISTA O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS SER MAIS HOLON NA PRIMEIRA PESSOA FARMÁCIA ATUA EM FOCO HOLON CUIDA OPINIÃO SAÚDE BEBÉ E MAMÃ ESPAÇO HOLON PREVENÇÃO SAÚDE NUTRIÇÃO HOLON RECEITA SAUDÁVEL DERMOFARMÁCIA HOLON ENTREVISTA ESPECIAL AO SERVIÇO DA COMUNIDADE SAÚDE INFANTIL HOLON ATIVA 6 7 9 10 13 14 16 18 23 26 31 34 36 40 42 44 46 49 52 54 C M Y CM MY CY CMY K
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COVID-19: NOVAS ORIENTAÇÕES
As pessoas com Covid-19 já não têm de ficar em isolamento obrigatório. Esta mudança decorre da não renovação da situação de alerta em Portugal. Mas há mais alterações a ter em conta. Assim, a linha SNS24 vai deixar de passar requisições para testes e as baixas por Covid-19 passam a ser pagas de forma semelhante às baixas médicas por outras doenças. Desta forma, a Covid-19 passa a ser tratada como qualquer outra patologia. O que continuará a ser obrigatório é o uso de máscara nos estabelecimentos e serviços de saúde e nos lares de idosos.
que estão sobre uma planta», explica. A investigadora revela ainda que cada pulseira tem um raio de ação de 60 centímetros e dura 30 dias. Em comunicado, a Universidade do Minho acrescenta que a tecnologia usada (X-OCR) foi desenvolvida ao longo de cinco anos e está, atualmente, a aguardar registo de patente.
PROJETO ReADAPTAR APOIA DOENTES ONCOLÓGICOS
O Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil lançou o Programa ReADAPTAR, um banco de próteses auditivas para doentes oncológicos com perda auditiva. Este projeto, promovido pelo Serviço de Otorrinolaringologia, pretende contribuir para devolver a capacidade de audição aos doentes oncológicos, independentemente da fase da doença ou do tratamento. A dinâmica do banco de próteses auditivas, que implica a readaptação destes aparelhos para os doentes oncológicos, depende da doação de aparelhos em desuso, próteses auditivas descontinuadas ou equipamentos de campanhas de “Retoma”, cedidos por particulares, empresas ou fabricantes, assim como equipamento e software de programação.
PULSEIRA CONTRA PICADA DE MOSQUITOS
Um projeto desenvolvido na Universidade do Minho pode mudar a forma como prevenimos as picadas de insetos. A investigadora Filipa Fernandes desenvolveu uma pulseira de silicone medicinal que, no interior, é feita de cera com compostos e derivados de plantas. Perante o calor corporal, a pulseira liberta de forma controlada um odor que “confunde” os insetos. «Nós, só sentimos um leve aroma ao colocar a pulseira. Já os mosquitos, até se podem aproximar e pousar na nossa pele, mas não vão picar, pois julgam
> 6 > ATUALIDADE
> OPINIÃO SAÚDE
DRA. ANA SUÁREZ Medical Advisor Laboratórios Zambon
DOR DE CABEÇA: CAUSAS E COMO ALIVIÁ-LA
Todas as pessoas têm ou já tiveram dor de cabeça. Por vezes é frequente e até mesmo recorrente. Fundamentalmente, trata-se de cefaleia ou enxaqueca.
A enxaqueca causa geralmente uma dor mais intensa num dos lados da cabeça, durante 6 a 48 horas, e pode ser acompanhada por tonturas, náuseas e fadiga. Além disso, depois de uma crise de enxaqueca, é habitual sentir-se uma sensação de peso e necessidade de dormir. Mas com maior frequência trata-se de uma dor de cabeça (cefaleia) de tensão que apresenta uma dor muitas vezes descrita como uma correia que aperta a cabeça. As causas da cefaleia de tensão são geralmente devidas à tensão excessiva nos músculos do pescoço, do rosto, derivadas de posições estáticas prolongadas, stress e dormir com o pescoço numa posição incorreta. Por conseguinte, é essencial diminuir o stress, reduzir o consumo de cafeína e de tabaco, assim como garantir um descanso saudável, sentar-se com as costas direitas, e levantar-se e fazer exercício regular, para tonificar e relaxar os músculos. Outro elemento fundamental é a luz. É importante trabalhar com luz natural ou luz artificial branca. Entre as medidas que podem aliviar as dores de cabeça estão as massagens suaves dos músculos do rosto, do pescoço, o isolamento no quarto com um pano frio na testa e, dependendo da intensidade da dor, pode ser tomado um analgésico de venda livre, como o paracetamol, ácido acetilsalicílico, ibuprofeno ou a associação de ibuprofeno com arginina.
Quando temos dor de cabeça, frequentemente recorremos ao farmacêutico que aconselha e recomenda o que entende ser mais adequado, mas, se necessário, pode também encaminhar para o médico.
O VALOR ACRESCENTADO DE IBUPROFENO-ARGININA
A associação ibuprofeno/arginina atua reduzindo a dor, a inflamação e a febre. Está indicada no alívio sintomático das dores ocasionais ligeiras ou moderadas, como dores musculares, dores de costas, dores de cabeça, dores de dentes e dores menstruais, em adultos e crianças com mais de 12 anos de idade.
Graças à associação com a arginina, o ibuprofeno é absorvido mais rapidamente do que o ibuprofeno sem a arginina. De facto, a associação ibuprofeno/arginina triplica a taxa de absorção do ibuprofeno. A velocidade de absorção é especialmente importante no caso da dor de cabeça aguda, porque permite que o ibuprofeno possa atuar mais depressa. Esta associação encontra-se disponível em comprimidos revestidos por película e em saquetas. Mas se as dores se tornarem frequentes, é aconselhável consultar um médico para avaliar a causa.
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PONTO DE VISTA
FALAR SOBRE DISLEXIA
HELENA SERRA PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA GERAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DISLEXIA
Muitos investigadores têm-se dedicado ao estudo das Perturbações de Aprendizagem Específicas (PAE). São conhecidas múltiplas teorias explicativas: lesão cerebral indetetável; malformação mínima e ou da disfunção cerebral mínima; lenta progressão maturacional; défice no processamento de informações; falha da dominância cerebral, etc.
Na Associação Portuguesa de Dislexia (DISLEX) damos relevo à seguinte definição: «As dificuldades de aprendizagem específicas dizem respeito à forma como o indivíduo processa a informação – a recebe, a integra, a retém e a exprime -, tendo em conta as suas capacidades e o conjunto das suas realizações.
As dificuldades de aprendizagem especificas podem, assim, manifestar-se nas áreas da fala, da leitura, da escrita, da matemática ou da resolução de problemas, envolvendo défices que implicam problemas de memória, percetivos, motores, de linguagem, de pensamento ou metacognitivos. Estas dificuldades que não resultam de privações sensoriais, deficiência mental, problemas motores, défice de atenção, perturbações emocionais ou sociais, embora exista a possibilidade de estes ocorrerem em concomitância com elas, podem, ainda, alterar o modo como o indivíduo interage com o meio envolvente» (Correia, 2008, p.48).
As PAE têm génese neurológica, revelam-se em indivíduos que, tendo inteligência normal ou superior, apresentam alterações ao nível do SNC: neurónios de tamanho reduzido, desconectados, ou em menor quantidade, em áreas do cérebro propícias à leitura-escrita, podendo mesmo parte das células ter-se deslocado para zonas do cérebro não vocacionadas para a leitura. Ou haver irrigação cerebral ineficiente e metabolização da
glucose mais lenta. Isto condiciona o processamento da informação, reflete-se na aprendizagem, mais em conteúdos ancorados em símbolos. Portanto, a dislexia tem origem em fatores bioneuropsicológicos. Estes alunos representam 10% da população escolar geral (65% tem dislexia auditiva, 10% dislexia visual, 25% dislexia mista).
As perturbações manifestam-se em desempenhos deficitários, sobretudo em leitura, escrita e matemática. A dislexia é: Uma desordem a nível de desenvolvimento da linguagem cuja principal característica consiste numa dificuldade permanente em processar informação de ordem fonológica. Esta dificuldade envolve codificar, recuperar e usar de memória códigos fonológicos e implica défices de consciência fonológica e de produção do discurso. Esta desordem, com frequência geneticamente transmitida, está por via de regra presente à nascença (dislexia de desenvolvimento) e persiste ao longo de toda a vida. Uma característica marcante desta desordem manifesta-se nas deficiências a nível da oralidade e da escrita. (Hennigh, 2005)
As alterações neuronais, causam perturbações instrumentais: da propriocetividade, má organização do esquema corporal, lateralidade, noções espácio-temporais; da linguagem; das competências percetivo-auditivas, fonológicas e visuais, e percetivo-motoras, mais no campo grafomotor.
A DISLEX tem como finalidade promover o estudo e formação de docentes e pais, avaliar, apoiar, orientar, encaminhar, crianças, jovens e adultos com dislexia. Estamos disponíveis para ajudar através do número (225 573 420) e do email Teresinha Fraga (teresinhafraga@gmail.com e hsf@esepf.pt).
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«Promover o estudo e formação de docentes e pais, bem como avaliar, apoiar, orientar, encaminhar, crianças, jovens e adultos com dislexia.»
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O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS
«A PREVALÊNCIA DA PNEUMONIA EM PORTUGAL É ELEVADA»
Este ano, a população portuguesa tem à sua disposição uma nova vacina contra a pneumonia. O médico Rui Costa, que coordena o Grupo de Estudo de Doenças Respiratórias, lembra que a vacinação «é o garante de uma proteção contra uma doença infeciosa evitável e causadora de uma elevada carga de doença e mortalidade».
Revista H (H) – O que é a pneumonia pneumocócica? Rui Costa (RC) – É uma inflamação dos pulmões causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae, vulgo pneumococo.
H – Quais os sintomas a que devemos estar atentos? (RC) – Os sintomas mais comuns da pneumonia incluem tosse com expetoração, febre, suores e arrepios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, vómitos, perda de apetite e dores no corpo.
H – Como podemos prevenir? RC – A vacinação antipneumocócica é a forma mais eficaz de prevenir a pneumonia e está em Plano Nacional de Vacinação para todas as crianças, nascidas a partir de 2015, bem como para alguns grupos de risco. Está recomendada pela Direção Geral de Saúde (DGS) a todos os adultos que sofram de algumas doenças crónicas ou que, por alguma razão, tenham um sistema imunitário mais fragilizado.
> 10 RUI COSTA COORDENADOR DO GRUPO DE ESTUDO DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS>
H – Quais os grupos de risco acrescido para o desenvolvimento da pneumonia pneumocócica?
RC – Falamos das pessoas com mais de 65 anos e das que, independentemente da idade, têm alguma doença crónica como: Diabetes; doenças cardíacas crónicas; doenças respiratórias crónicas nomeadamente Asma e DPOC; doença renal crónica; doença hepática crónica ou as pessoas com imunodepressão por doença ou tratamento, entre outros.
H – Qual a prevalência da pneumonia pneumocócica em Portugal?
RC – A prevalência é elevada e afeta predominantemente os mais idosos. A vacinação desta população contra as doenças infeciosas para as quais existem vacinas disponíveis, como é o caso da vacina antipneumocócica, permitem garantir uma maior proteção, reduzir a carga de doença nesta população e salvar vidas.
Farmacêuticos, é uma mais-valia importante para aumentar as coberturas vacinais na população.
H – É importante ter as Farmácias envolvidas no processo de vacinação? Em que medida?
RC – Claramente que sim. Não só pelo seu papel de proximidade das populações, mas também pela sua importante colaboração na educação, sensibilização e aconselhamento da população. Também de realçar a adoção de estilos de vida saudáveis e da implementação de medidas preventivas eficazes como a vacinação. Igualmente, desde que capacitados, podem colaborar na administração das vacinas à população.
H – Existe agora uma nova vacina contra a pneumonia pneumocócica. Quais as mais-valias terapêuticas da mesma?
RC – Trata-se de uma vacina conjugada, com uma mais ampla cobertura de serotipos causadores de doença pneumocócica, nomeadamente daqueles que são os principais responsáveis da doença em Portugal, garantindo uma imunogenicidade mais robusta e duradoura, com uma boa tolerabilidade e segurança.
H – A nova vacina, que ainda só foi aprovada para adultos, confere mais proteção?
RC – Sim, porque para além de proteger para 20 serotipos é uma vacina conjugada que induz imunidade dependente das células T, com redução da colonização pelo pneumococo ao nível da nasofaringe e com um efeito persistente e duradoiro no tempo.
H – As pessoas que já foram inoculadas com a vacina mais antiga podem fazer esta nova vacina?
RC – Sim, é possível fazer esta vacina de forma complementar de forma a alargar a mais 7 serotipos a proteção das pessoas para a doença pneumocócica.
H – Qual a momento recomendável para a vacinação antipneumocócica?
RC – Apesar de poder ser realizada em qualquer altura do ano, há uma oportunidade acrescida de as pessoas a fazerem durante os meses de vacinação antigripal (outubro e novembro), devido à sua maior sensibilização para a prevenção das infeções invernais. Assim, conseguimos de forma cómoda numa única ocasião fazer ambas as vacinas.
– Qual a mais-valia de ter as Farmácias Holon a trabalhar ativamente na sensibilização da população para a necessidade da vacinação antipneumocócica?
H
RC – O papel dos profissionais de saúde, incluindo os
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SER MAIS HOLON
ANA RITA GASPAR CABRAL
Farmacêutica - Farmácias Holon Covilhã e Fundão
GARANTIR A QUALIDADE DE VIDA DOS UTENTES
A Farmácia Covilhã pretende no seu trabalho diário incorporar e materializar a missão, visão e valores do Grupo Holon, de forma a alcançar a excelência em todos os serviços prestados.
De forma a promover uma melhoria contínua da qualidade de vida dos utentes, a Farmácia Covilhã tem vindo a evoluir, desempenhando um papel cada vez mais proativo na prestação de cuidados de saúde e de envolvência na comunidade onde se insere. Com o objetivo de servir as pessoas e proporcionar-lhes um acompanhamento diferenciado e de qualidade, com foco na sua saúde e bem-estar, a Farmácia Covilhã disponibiliza vários serviços, cuidados de saúde e apresenta uma equipa multidisciplinar focada, dinâmica, qualificada e competente.
Acreditamos que para realizar um bom atendimento ao utente não basta procurar solucionar a sua queixa ao balcão. É essencial entender a origem do problema, as causas associadas, esclarecer dúvidas, desmistificar ideias, bem como orientar o utente no
acesso aos diversos serviços e cuidados de saúde mais adequados às suas necessidades.
O sucesso no acompanhamento do utente está muitas vezes relacionado com o desenvolvimento de um plano estratégico e multidisciplinar, de acordo com as necessidades específicas de cada um e objetivos a alcançar. A maior parte das vezes, esse plano não passa apenas pelo controlo de doenças, mas também pela sua prevenção. Acreditamos que a aposta na prevenção é a chave para a manutenção da qualidade de vida.
O compromisso que também assumimos com a comunidade onde estamos inseridos faz com que estejamos atentos a ouvir e interpretar as necessidades, analisando os contextos e assim construir respostas colaborativas em que o foco são e serão sempre as pessoas.
A saúde, confiança e qualidade de vida dos nossos utentes são a nossa prioridade.
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«Acreditamos que a aposta na prevenção é a chave para a manutenção da qualidade de vida.»
NOME:
GRACINDA HENRIQUETA ZACARIAS
IDADE: 76 ANOS
LOCALIDADE: FUNDÃO OBJETIVO: INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA NA DIABETES MELLITUS
> NA PRIMEIRA PESSOA
«CONSEGUI MELHORAR A TENSÃO ARTERIAL, O COLESTEROL E CONTROLAR A DIABETES.»
Gracinda Zacarias (76 anos) já era bem conhecida pela equipa da Farmácia Diamantino, no Fundão. Ao saber que Gracinda sofria com asma, a farmacêutica Natália Craveiro sugeriu à utente uma análise mais detalhada da sua condição. Foi assim que percebeu que as falhas na toma da medicação crónica diária poderiam estar na origem da sua pressão arterial descontrolada e dos valores aumentados de glicemia e colesterol no sangue.
Pouco depois de ter sido encaminhada para consulta médica e de ter conseguido contornar alguns problemas relacionados com a sua terapêutica, Gracinda foi diagnosticada com Diabetes mellitus do tipo II. Por se tratar de uma utente polimedicada e com outras doenças crónicas já diagnosticadas, a farmacêutica propôs a sua integração nas Consultas Farmacêuticas da Diabetes, no âmbito do programa Diabetes Check . Com este acompanhamento personalizado e especializado no apoio à gestão da Diabetes mellitus , a farmacêutica teve oportunidade de avaliar a evolução dos valores de glicemia e de outros indicadores importantes.
Na Farmácia Diamantino, Gracinda encontrou uma equipa multidisciplinar disposta a apoiá-la a cuidar da sua saúde, constituída por farmacêuticos, um enfermeiro e uma
nutricionista. Para o sucesso da intervenção farmacêutica, muito contribui a sua disciplina no cumprimento da medicação prescrita e do plano alimentar que foi estabelecido de acordo com as doenças crónicas já diagnosticadas.
Para além do farmacêutico, a intervenção do enfermeiro foi fundamental na avaliação do grau de risco para o aparecimento de complicações da Diabetes (ex.: feridas ou úlceras), e na implementação de pedidas preventivas (ex.: cuidados de higiene e hidratação dos pés).
Gracinda reconhece todo o apoio que a farmacêutica Natália e a sua equipa lhe têm dado desde maio de 2021, quando começou a ser acompanhada. «Consegui melhorar a minha tensão arterial, o meu colesterol e controlar a minha Diabetes com a ajuda que me deram na Farmácia Diamantino», conta Gracinda. Hoje, Gracinda sabe que manter estes parâmetros dentro dos valores de referência recomendados é a chave para prevenir complicações ou outros problemas de saúde (ex.: eventos cardiovasculares). E é também por isso que a farmacêutica Natália Craveiro e a sua equipa continuam a vigiar de perto a saúde desta utente, em consulta farmacêutica, que acontece, pelo menos, a cada seis meses.
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Especialista em peles felizes
DE PEQUENINO SE PROTEGE A PELE
No dia 17 de junho, a Farmácia Vitória, em Paredes, foi ao Centro Escolar de Bitarães para uma palestra sobre os cuidados a ter com o sol e como usar a proteção solar. A sessão contou com os olhares atentos dos alunos do 1º ciclo que aproveitaram a oportunidade para colocar as suas dúvidas. A sessão foi dinamizada pela Dra. Diana Pereira e a Dra. Ana Rita Pinto, farmacêuticas, que partilharam com os mais pequenos informação sobre proteção solar, como usar corretamente os cremes solares e os seus benefícios. «Um trabalho sempre gratificante pela sempre calorosa receção e por contribuirmos para o bem-estar e saúde da comunidade», reforçam as farmacêuticas.
> 16 > FARMÁCIA ATUA
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FOCO
FOCO
ANTIBIÓTICOS: USAR SEM ABUSAR
Os antibióticos vieram revolucionar a medicina e já salvaram milhões de vidas.
Contudo, nos últimos anos, o seu uso pouco responsável tem levado a um aumento das infeções causadas por bactérias resistentes. Cabe a todos nós, alterar este ciclo.
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Ao longo da sua vida, já tomou algum antibiótico prescrito pelo médico? Ao fim de uma semana sentiu-se melhor? Este é o procedimento e um resultado normal quando se toma corretamente um antibiótico. Ou seja, a toma por prescrição médica resulta em eficácia do medicamento!
Os antibióticos são fármacos destinados apenas ao tratamento de infeções causadas por bactérias, não atuando sobre infeções causadas por vírus, como é o caso das constipações e gripe.
Na prática, quando toma um antibiótico para tratar um resfriado está, por um lado, a inibir o crescimento das bactérias (antibiótico bacteriostático) e, por outro lado, a eliminá-las (antibiótico bactericida), sem conseguir combater a verdadeira causa da patologia (causada por vírus). Assim, no final, o mal-estar persistirá, mas as defesas do seu organismo, contra as bactérias, ficarão mais fragilizadas.
A Direção-Geral de Saúde (DGS) recorda: «os antibióticos salvam vidas, quando usados para tratar infeções graves, mas não têm qualquer utilidade para tratamento de infeções causadas por vírus, como gripes e constipações. Os antibióticos são para tomar como o médico indicar, e nunca sem o médico receitar. As medidas individuais para prevenir infeções (como por exemplo a lavagem das mãos e a etiqueta respiratória - uso de máscara) são muito importantes».
BACTÉRIAS MAIS FORTES
A toma indevida e em excesso de antibióticos, ao longo dos tempos, tem contribuído para um grave problema de Saúde Pública: o aumento da resistência das bactérias aos antibióticos, o que se traduz num cenário preocupante de progressiva perda da sua eficácia.
Dados do Eurobarómetro continuam a colocar Portugal abaixo da média europeia no que diz respeito ao conhecimento da população sobre os antibióticos, pelo que «é fundamental a promoção de campanhas de consciencialização do cidadão, enquanto parte ativa na tarefa de preservação da efetividade do antibiótico através do seu uso responsável e sensato», anota a DGS.
Perante este cenário, as entidades de saúde não se têm poupado em esforços para sensibilizar a população. Neste sentido, em 2021, a DGS promoveu a campanha “PORCAUSA” em que o objetivo principal era sensibilizar para a problemática da resistência aos antibióticos e para a utilização segura e adequada dos mesmos. O lema da campanha era claro: “Antibióticos é tudo ou nada, Não Tome por Tudo e Por Nada”.
RECUPERAR BOAS PRÁTICAS
A resistência aos antibióticos e a banalização da sua toma acabou por se transformar num problema global. Como resultado, algumas bactérias já se adaptaram e desenvolveram mecanismos de defesa que as tornam resistentes a estes medicamentos. «Quando estas se tornam resistentes à maioria dos antibióticos, são chamadas de bactérias multirresistentes. Quanto mais usarmos indiscriminadamente os antibióticos, mais oportunidades têm as bactérias de se tornar resistentes», frisa o organismo de saúde estatal.
As repercussões desta falta de controlo estão à vista: as infeções causadas por bactérias multirresistentes são mais difíceis de tratar, levando a internamentos hospitalares mais longos e ao aumento dos custos económicos e sociais relacionados com os tratamentos. Em casos mais graves, pode mesmo ocorrer a morte devido à infeção, que acontece quando os antibióticos deixam de ser eficazes. «Uma grande preocupação é, no futuro, deixarmos de ter antibióticos suficientemente eficazes para combater as bactérias mais frequentemente causadoras de infeção».
MUDAR COMPORTAMENTOS
A Ordem dos Farmacêuticos (OF) também tem vindo a alertar para os riscos da utilização incorreta de antibióticos e para o problema das resistências antimicrobianas. «Os dados mais
> 20 > EM FOCO
recentes confirmam que o número de doentes infetados por bactérias resistentes está a aumentar na União Europeia e que a resistência aos antibióticos constitui uma grave ameaça para a saúde pública. O uso prudente dos antibióticos pode ajudar a impedir o desenvolvimento destas bactérias resistentes e a manter os antibióticos eficazes para o uso das gerações futuras. Farmacêuticos, profissionais de saúde, da agricultura e da veterinária, decisores políticos, todos temos o dever de contribuir para a preservação da eficácia dos antibióticos. O uso indevido de antibióticos coloca-nos a todos em risco», finaliza a entidade.
ANTIBIÓTICO: SÓ COM RECEITA MÉDICA
A DGS lembra alguns dos procedimentos a ter em conta para que os antibióticos não se tornem um problema (ainda mais sério):
1) Use os antibióticos apenas quando prescritos pelo médico;
2) Cumpra o esquema de toma — duração do tratamento e horário das tomas — tal como o médico prescreveu, mesmo que os sintomas tenham diminuído;
3) Não partilhe antibióticos com outras pessoas, nem use as sobras dos medicamentos que lhe foram prescritos anteriormente, pois esses medicamentos podem não ser adequados para diferentes tipos de infeção; 4) Não pressione os médicos para a prescrição de antibióticos; 5) Vacine-se, cumprindo o calendário das vacinas recomendadas, medida fundamental para reduzir o risco de infeções;
6) Cumpra as boas práticas de higiene para evitar a propagação de bactérias, através da higiene das mãos e da etiqueta respiratória, evitando assim infeções;
7) Devolva todas as sobras de embalagens de antibióticos às farmácias (não as deite no lixo normal);
8) Tenha sempre hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis.
DIA EUROPEU DO ANTIBIÓTICO
Na Europa, e por iniciativa do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças, no dia 18 de novembro assinala-se o Dia Europeu do Antibiótico. Um dia dedicado à sensibilização para o uso correto como forma de evitar o aparecimento e disseminação da resistência aos antibióticos.
A União para o Controlo Internacional de Cancro (UCIC) estima que 750.000 pessoas morrem anualmente de infeções resistentes a medicamentos e, até 2050, esse número pode chegar a dez milhões e custar mais de 100 biliões de dólares (mais de 935 mil milhões de euros) se nada for feito.
A Direção-Geral de Saúde e o Infarmed avançam alguns dados que importa ter em atenção para travar o que já é considerado um problema de saúde pública:
A resistência aos antibióticos pode afetar qualquer pessoa, de qualquer idade, em qualquer país;
As consequências fazem-se sentir pelos internamentos mais longos, custos mais elevados e aumento da mortalidade;
Aumento do número de infeções e tratamentos menos eficazes perante as pneumonias, tuberculose, gonorreias e salmonelas;
Todos temos um papel a desempenhar. Lembrese: antibiótico, só se o médico o prescrever.
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COMPLEMENTO OU SUBSTITUIÇÃO?
A vacinação constitui o meio mais seguro e eficaz de proteção contra múltiplas doenças. Os portugueses confiam nas vacinas, o que explica a elevada taxa de vacinação. Mas será esta a única forma de se proteger?
A resposta é: não! Os suplementos alimentares podem e devem, em determinados casos, ser incluídos no nosso dia a dia, de forma a complementar a prevenção de algumas patologias. Os suplementos alimentares são géneros alimentícios e não medicamentos, que apresentam na sua constituição fontes concentradas de nutrientes ou outras substâncias com efeito nutricional ou fisiológico. Como o
próprio nome indica, devem complementar ou suplementar o regime alimentar normal. Podemos encontrar no mercado uma variedade de suplementos alimentares, mas na maioria, a composição passa por vitaminas, minerais, plantas e extratos botânicos. Atualmente existem muitos suplementos alimentares, contudo é importante refletir sobre o porquê da sua toma: quais os sinais e sintomas?
> 23 DIANA PEREIRA Farmacêutica
> HOLON CUIDA
Que carências ou necessidades apresentam? Dessa forma poderá direcionar a sua escolha para o suplemento mais adequado: Cálcio e Vitamina D: associado à prevenção de osteoporose (o cálcio é fundamental para manter a densidade óssea e a vitamina D aumenta a sua absorção); Glucosamina e Condroitina: auxilia na formação de colagénio para o funcionamento normal das cartilagens e ossos; Magnésio: essencial a quem pratica desporto. Assume relevância na prevenção das lesões musculares; Ginkgo biloba: promove uma boa função cognitiva e circulação sanguínea; Ómega-3 e 6: associado à prevenção de problemas cardiovasculares; Selénio, Zinco e Vitamina C: promove o normal funcionamento do sistema imunitário, prevenindo doenças oportunistas.
Com a chegada das estações mais frias do ano, é fundamental a proteção de determinados indivíduos contra as infeções respiratórias. Este é um dos melhores exemplos de como podemos complementar a vacinação com a suplementação: sabemos que as gripes e pneumonias são causadas por agentes patogénicos (vírus e bactérias, respetivamente). A vantagem da vacinação, principalmente em idosos e doentes crónicos, é exatamente a prevenção que a mesma confere da doença grave. A suplementação assume a função de manter o sistema imunitário forte e saudável, prevenindo que os tais agentes patogénicos se instalem no nosso organismo. Assim, se consegue uma dupla proteção – a transmissão fica dificultada e o organismo preparado para se defender!
SE ME VACINAR, EVITO A DOENÇA?
Podemos encarar a vacinação como um escudo: protege contra a doença, mas não tem a capacidade de prevenir a sua transmissão. Isto é, um indivíduo vacinado pode ter a mesma probabilidade de contrair a doença do que um indivíduo não vacinado, mas a vacina protegê-lo-á da doença grave e das complicações que a doença acarreta.
POSSO TER UMA REAÇÃO ADVERSA A UM SUPLEMENTO ALIMENTAR?
Não sendo a situação mais comum, pode, por vezes, relacionar-se uma reação adversa com o consumo de um determinado suplemento alimentar. Ao contrário dos medicamentos, aprovados e regulados pela Autoridade Nacional do Medicamento e produtos de Saúde (INFARMED), os suplementos alimentares são regulados pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e têm a particularidade de não ser obrigatório apresentarem ensaios de eficácia e segurança. Assim, sempre que existir uma suspeita de reação adversa a um suplemento alimentar, a mesma deverá ser notificada ao DGAV.
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> OPINIÃO SAÚDE
PREPARE O SEU SISTEMA IMUNITÁRIO PARA O INVERNO
O sistema imunitário é um conjunto de órgãos, tecidos e células responsáveis pelo combate a microrganismos, vírus, bactérias, fungos, impedindo o desenvolvimento de doenças e funcionando como um escudo protetor. Quanto mais saudável estiver, menor é a probabilidade de ficar doente e mesmo se tal acontecer, a recuperação será mais rápida. A chegada do frio e o uso prolongado das máscaras debilitam o sistema imunitário e deixam-nos vulneráveis às doenças do inverno.
Para tornar o corpo imune ou pelo menos reduzir a incidência de doença, há uma série de medidas que se podem tomar e que se revelam eficazes para o fortalecimento do sistema imunitário e ajudá-lo a funcionar melhor:
- Exercício físico é importante para a produção de glóbulos brancos e para aumentar a imunidade;
- Uma dieta equilibrada e variada, rica em antioxidantes, vitaminas e minerais;
- Sono em dia, pois a privação do mesmo é nociva para o sistema imunitário. O ideal é dormir 7 a 8 horas;
- Reduzir o stress, já que pode aumentar a suscetibilidade para as constipações e gripes;
- Evitar a ingestão de álcool, pois tem um efeito adverso no organismo e a ingestão exagerada suprime a imunidade humoral e celular que são as células com capacidade para combater as infeções;
- Ingestão de água é fulcral, pois ajuda a limpar as toxinas do organismo.
Quando falamos de reforço imunológico são vários os nutrientes imprescindíveis, como a vitamina C, a vitamina D e o mineral Zinco. Além destes, existem substâncias naturais como a equinácea, o alho ou os cogumelos shiitake e reishi que ajudam a potenciar a função imunitária.
A Vitamina C reduz a duração e severidade dos sintomas das constipações e o risco de ficar doente. Aumenta a resistência do organismo contra agentes infeciosos.
A equinácea é recomendada para estimular as defesas do organismo e diminuir a duração dos sintomas de gripes e constipações, além de que os seus compostos ativam o sistema imunitário. O Zinco é essencial para a normal função e desenvolvimento das células que regulam a imunidade. A Vitamina D diminui o risco de infeções do trato respiratório, pois aumenta as defesas nas mucosas. O alho tem uma função imunoprotetora e previne problemas respiratórios. Os cogumelos shiitake e reishi estimulam a atividade das células do sistema imunitário, possibilitando o rápido reconhecimento e resposta ao agente patogénico. Reforce os hábitos saudáveis e assim reforçará o seu sistema imunitário, a sua saúde e a sua vida. Fale com o seu farmacêutico.
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RAQUEL CARDOSO Medical Sales & Training Perrigo
O frio e o uso prolongado de máscaras debilitam o sistema imunitário e deixam-nos mais vulneráveis às doenças de inverno. Mas, é possível fortalecer-se!
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ANDREIA PALMA Farmacêutica
> BEBÉ & MAMÃ HOLON
GRAVIDEZ DE MÊS A MÊS O PESADELO DAS CÓLICAS
Um verdadeiro tormento. É assim que os pais avaliam as cólicas dos seus filhos. Mais frequentes nos primeiros 3 meses, embora sejam dolorosas para o bebé, por norma são passageiras e não estão associadas a um problema de saúde.
Não há uma explicação exata para a causa das cólicas nos bebés. Admite-se que sejam desencadeadas por alguns fenómenos como a imaturidade do sistema gastrointestinal, a ingestão de ar durante o aleitamento ou uma reação à alimentação da mãe. Por estas razões, as cólicas podem acontecer até aos 3 ou 4 meses, podendo durar até aos 6 meses, dependendo do tempo que o organismo do bebé demorar a amadurecer e a habituar-se à digestão. Utiliza-se o termo “cólicas” quando o bebé tem uma dor na zona abdominal e mostra sinais por via de um choro
alto, agudo e intenso ou de movimentos de contorcionismo dos braços e das pernas.
PORQUE SE FORMAM OS GASES?
Ao longo do dia, o bebé vai engolindo ar enquanto mama, bebe no biberão ou quando chora. Enquanto os gases que são produzidos durante a digestão se fixam no intestino, este “ar” acaba por se alojar no estômago. Quando se acumula em
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demasia, o bebé sente dor e desconforto. Felizmente, existem técnicas que pode aplicar para o ajudar a aliviar a dor e a expulsar os gases, estes, muitas vezes, os grandes responsáveis pelo mal-estar. Por norma, o ar que entra no estômago sai em forma de arroto. Já o “ar” que se forma no intestino saí em forma de “pum”, daí as técnicas de alívio serem tão importantes. Cada técnica pode funcionar melhor em cada bebé, pelo que o ideal é aplicá-las até que encontre a que melhor funciona. Podem ser realizadas isoladas ou em conjunto. Tome nota! Se o bebé estiver muito irritado é muito importante acalmá-lo antes de lhe aplicar alguma das técnicas.
QUE SINAIS PODEM INDICAR CÓLICAS NO BEBÉ?
• O choro do bebé inicia abruptamente;
• O bebé chora sempre no mesmo período do dia;
• Choro intenso e por grandes períodos de tempo;
• O bebé tem inchaço abdominal, significando ter gases intestinais;
• O incómodo e choro terminam após a libertação dos gases ou evacuação.
PODERÁ A ALIMENTAÇÃO DA MÃE AGRAVAR AS CÓLICAS?
Cada bebé é um bebé e poderão existir díades mãe-bebé que necessitem de adaptar a sua alimentação. O que se sabe é que se deve evitar o uso abusivo de cafeína, por ser estimulante, e abolir a ingestão de álcool, alimentos com grande potencial alergénico, como os frutos secos e alimentos compostos por grandes quantidades de gordura e açúcar. Poderão existir outros alimentos que provoquem cólicas ao bebé e por isso o acompanhamento pelo pediatra é indispensável.
4 DICAS PARA ALIVIAR AS CÓLICAS DO BEBÉ:
• Faça movimentos nas pernas do bebé como se estivesse a pedalar numa bicicleta;
• Faça massagens suaves, com movimentos circulares, na barriga do bebé;
• Aplique compressas mornas na barriga do bebé;
• Deitar o bebé de barriga para cima, empurrando as suas pernas em direção ao abdómen, comprimindo ligeiramente a barriguinha.
CÓLICAS: QUANDO IR AO
PEDIATRA?
As cólicas são um distúrbio que se resolve por si só e, habitualmente, não trazem complicações nem estão associadas a patologia. Assim, apenas se o bebé não melhorar com nenhuma das técnicas de alívio, poderá ser necessária uma avaliação médica. Bebés com mais de 6 meses que continuam com cólicas também devem ser avaliados, uma vez que pode tratar-se de um outro distúrbio gastrointestinal.
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JORGE ALDINHAS
Farmacêutico e Responsável Produtos Holon
> ESPAÇO HOLON
GERIR A ANSIEDADE NO REGRESSO À ROTINA
Sabemos que, com o regresso às rotinas, ao trabalho e com dias mais frios e cinzentos, podemos começar a sentir-nos mais ansiosos, que pode manifestar-se sob a forma de nervosismo, medo, preocupação, desconforto e até tristeza. Em simultâneo, alguns sintomas físicos também podem surgir, tais como tremores, suores ou aumento da frequência cardíaca.
Se sentir que estes sintomas se tornam cada vez mais frequentes, intensos ou incapacitantes, procure o auxílio médico. É importante identificar a causa que está na origem da ansiedade (trabalho, problemas financeiros, de saúde ou traumas, por exemplo) e definir uma terapêutica adequada.
REDUZIR O STRESS
Existem, contudo, várias estratégias genéricas que pode colocar em prática para controlar a ansiedade. As atividades de relaxamento, por exemplo, são uma boa prática a adotar: Ioga, meditação, passear, ouvir música, fazer exercícios de controlo da respiração ou ler um livro.
O exercício físico é igualmente um aliado muito importante, com impacto na saúde física e mental. Praticar exercício 3 vezes por semana é uma meta adequada ao efeito pretendido. Inicie a
sua prática de forma gradual, com objetivos diários, pequenos e realistas, para manter sempre a motivação. Correr ou andar de bicicleta são boas modalidades, mas o mais importante é escolher exercícios que goste!
Paralelamente, mantenha o seu sono equilibrado, procurando dormir entre 7 e 9 horas por noite. Defina prioridades nas suas tarefas diárias, nomeadamente no trabalho. Por vezes, fazer tudo ao mesmo tempo e de forma rápida, pode não ser tão produtivo quanto pensa. Evite também refugiar-se em substâncias como o abuso de álcool, tabaco e drogas, ou a ingestão de comida em excesso e modere o consumo de café. Estas práticas podem piorar a sua saúde física e mental.
Alimente a sua vida social! Procure conviver com a família e amigos, e partilhe as preocupações com pessoas da sua confiança ou com o seu profissional de saúde. De realçar que existem várias terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas, como medicamentos sujeitos e não sujeitos a receita médica, suplementos alimentares ou psicoterapia que podem ser armas poderosas para controlar a ansiedade. Consulte o seu médico ou farmacêutico Holon para saber mais. Cuide de si e desfrute do bem-estar que a tranquilidade lhe oferece!
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Voltar ao trabalho e à nossa rotina habitual, pode não ser fácil. Algumas pessoas experimentam sintomas de ansiedade que prejudicam o seu bem-estar geral. Ajudamo-lo a ultrapassar esta fase e a ganhar o equilíbrio que tanto precisa!
> PREVENÇÃO SAÚDE
INFEÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS «TRATAR É SEMPRE PIOR QUE PREVENIR»
As infeções sexualmente transmissíveis não desapareceram. Aliás, estão a aumentar, junto dos mais jovens. As Farmácias Holon assumem o compromisso de ser um agente ativo na promoção da saúde.
As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são aquelas que se transmitem, tal como o nome indica, através de contacto sexual. Qualquer pessoa sexualmente ativa, seja homem ou mulher, pode ser infetado por uma ou mais infeções sexualmente transmissíveis (IST). Entre as mais comuns, encontram-se as infeções por VIH/ SIDA, gonorreia, clamídia, sífilis e a Hepatite B.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que no mundo, todos os anos, mais de 250 milhões de pessoas adquirem uma nova IST. Nos Estados Unidos são infetadas anualmente cerca de 20 milhões de pessoas e destas cerca de metade têm entre 15 e 24 ano. O aumento destas infeções prende-se, de acordo
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com Cláudio Rebelo, médico de ginecologia e obstetrícia, com o decréscimo do uso do preservativo. «Tínhamos uma percentagem de utilização mais alta, mas, atualmente, a utilização de métodosbarreira é residual».
DE DOENÇA FATAL A DOENÇA CRÓNICA
O preservativo sempre foi o método mais consensual de proteção contra as IST´s. Um consenso que ganhou ainda mais força com o surgimento dos primeiros casos de infeção por VIH/SIDA.
«A evolução da ciência permitiu um bom controlo da infeção, transformando-a numa doença crónica. O problema é que o “bicho papão” do VIH deixou de meter medo», afirma Cláudio Rebelo. E continua, «aquilo que nós (médicos) verificamos nos últimos anos é que há um crescimento elevado de infeções por clamídia, por gonorreia, por sífilis, as DST mais frequentes», continua.
E dá outro exemplo de como a evolução da ciência ajudou a desvalorizar os perigos e a aumentar os comportamentos de risco: «A vacina contra o cancro do colo do útero criou a sensação de que este vírus desapareceu. Antes de existir a vacina para a HPV, as jovens exigiam aos seus parceiros o uso do preservativo. Com a vacina, deixaram de o fazer porque sentem menos o risco». Consideradas um problema de saúde pública – pela doença que provocam e pelas complicações que podem ocasionar –, Cláudio Rebelo acrescenta, «o tempo que decorre entre a infeção até ao tratamento, permite que aquele jovem infete mais parceiros ou, em muitos casos, venha a sofrer as consequências futuras de uma IST, nomeadamente infertilidade». E prossegue: «Nas consultas de ginecologia, apercebemo-nos que muitas das obstruções das trompas de Falópio, e outras causas da infertilidade, estão relacionadas com doenças como a clamídia ou a gonorreia, que provocam lesões para a vida no aparelho reprodutor, causando uma lesão crónica». Ou seja, existem tratamentos eficazes para estas patologias, mas os malefícios e as lesões permanecem nas doentes. «A prevenção é essencial. Não é porque estas doenças já têm tratamento, que não devemos insistir e lutar pelo uso do preservativo. Muito pelo contrário. Este é o único método-barreira que impede a transmissão das IST», afirma.
PREVENIR, INFORMAR, PREVENIR
Com o número de casos de IST a aumentar, nomeadamente nos grandes centros urbanos (Lisboa e Porto), o médico reforça a importância da prevenção, «tratar é sempre pior do que prevenir. Os comportamentos de risco devem ser evitados e prevenidos.»
Para Cláudio Rebelo, falar deste tema em casa e nas escolas, é urgente. Assim, e na sua opinião, é preciso ser mais grave quando
se aborda o tema nas escolas, «não se aborda a gravidade destas doenças, nem tão pouco como é podem ser evitadas. Não podemos fugir da necessidade de informar, informar, informar».
“CONTRACEÇÃO SEM TABUS”
As Farmácias Holon lançam uma campanha para acabar com os tabus relacionados com os temas da sexualidade. Diretamente junto dos jovens, nas escolas, e através das redes sociais, o objetivo é consciencializar os mais novos para as Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST). Cláudio Rebelo não poupa elogios a esta ação: «As farmácias são um posto de informação privilegiado para as questões da saúde. Para além de estarem perto da população, também funcionam como um centro de “consultas”, um “posto de colheita”de informação. O facto de terem sempre as portas abertas, permite que sejam pontos de contacto com os jovens, que se sentem mais à vontade e menos constrangidos do que se tivessem de ir ao centro de saúde». Para o especialista, quanto mais profissionais de saúde falarem destes assuntos, mais resultados iremos obter na prevenção das IST, «temos a certeza de que a informação prestada tem qualidade e que irá ajudar a evitar a propagação deste tipo de doenças», finaliza.
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NUTRIÇÃO HOLON
RITA LUCAS Nutricionista
VAMOS DESCOMPLICAR A LEITURA DE RÓTULOS!
Saber ler e interpretar rótulos alimentares ajuda-o a fazer escolhas alimentares mais informadas e mais saudáveis.
Quando vai ao supermercado fazer as compras alimentares, sente-se confortável a ler os rótulos nutricionais? Vamos ajudá-lo a descomplicar a leitura dos rótulos nutricionais para que possa fazer escolhas conscientes e saudáveis, sem perder muito tempo. Na prática, a informação nutricional é uma lista de todos os ingredientes do género alimentício que constituem o produto, sendo que no topo está o que foi utilizado em maior quantidade. Para além da identificação dos ingredientes, a lista destaca a eventual presença de alergénios alimentares e de aditivos alimentares. No caso dos alergénios, estes podem vir descritos,
por exemplo, enquanto glúten, leite, soja, ovo, amendoim, frutos de casca rija, peixe, crustáceos, moluscos, sulfitos, mostarda, sementes de sésamo, aipo e tremoço. Quando falamos em aditivos alimentares, falamos de substâncias que são adicionadas ao alimento com o objetivo de melhorar o seu aspeto, durabilidade e outras características. E aqui podemos estar a falar de conservantes, antioxidantes, emulsionantes, espessantes, gelificantes, estabilizantes, corantes ou edulcorantes, entre outras designações.
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SOPA DE CASTANHAS
COENTROS
MODO DE PREPARAÇÃO:
Descasque a cebola e corte em rodelas finas.
Corte o alho francês em rodelas.
tudo numa panela e leve ao lume com o azeite
as castanhas. Tempere com sal e outros temperos a gosto, e tape a panela.
Misture a água e deixe cozinhar durante 30 minutos. Triture a sopa com a varinha mágica (pode colocar mais água se achar que ficou muito espessa).
num prato e polvilhe com coentros picados.
RITA LUCAS Nutricionista
CASTANHA, O FRUTO DESEJADO
Outono é tempo de castanhas. Apesar de ser um fruto sazonal, colhido entre meados de outubro e finais de dezembro, na verdade já podemos encontrar castanhas todo o ano. Nutricionalmente, apresenta um elevado teor de hidratos de carbono e uma quantidade apreciável de fibra, tornando-a uma ótima fonte de energia. É um fruto pobre em gordura e rico em vitaminas (nomeadamente a vitamina C e folatos), minerais (essencialmente potássio, fósforo e magnésio), e antioxidantes, em particular, polifenóis.
> 42 > RECEITA SAUDÁVEL
E
Informação Nutricional por 1 dose (250ml): Valor energético: 142kcal | Proteína: 2g | Gordura: 7g | Hidratos de Carbono: 18g | Fibras: 2,9g |
Coloque
e
Distribua
INGREDIENTES 100G DE CEBOLA 250G DE ALHO FRANCÊS 250G DE CASTANHAS SEM PELE (PODEM SER CONGELADAS) 3 COLHERES DE SOPA DE AZEITE 1,5L DE ÁGUA SAL QB COENTROS QB (OPCIONAL)
> DERMOFARMÁCIA HOLON
VITAMINA C NA PREVENÇÃO DAS RUGAS
A vitamina C é um ingrediente importante na manutenção da saúde da pele. Para além de atenuar as rugas, melhora a textura e a aparência geral da pele, tornando-a mais luminosa.
A nossa pele precisa de cuidados diários. Para manter a epiderme (a camada visível) saudável e protegida, é essencial garantir cuidados quotidianos que a ajudem a estar sempre bem hidratada e bonita. Para isso, existem dois elementos essenciais: a vitamina C e o colagénio. Se a manutenção da firmeza da pele depende muito do colagénio, já a vitamina C tem um papel importante no combate às rugas, marcas e outros sinais de envelhecimento precoce da pele. Falar em vitamina C é sinónimo de falar em ação antioxidante. Todos os dias, a nossa pele está exposta aos conhecidos radicais livres gerados pela poluição ambiental ou pelo próprio organismo (resultado de processos metabólicos). Os antioxidantes são substâncias ativas que atuam para neutralizar esses malfeitores da pele. Para além de ajudarem a atenuar as rugas, melhoram a textura e a aparência geral da pele, tornando-a mais luminosa. Quando combinada com proteção solar elevada, também protege dos raios ultravioleta nocivos.
SAIBA O QUE ESCOLHER
Com o passar dos anos, o aparecimento de manchas escuras na pele é outra manifestação frequente. Também aqui a vitamina C tem um papel importante já que inibe a produção de melanina (pigmento responsável pela cor da pele).
Para além de estar presente, naturalmente, nos alimentos, é possível encontrar vitamina C em fórmula tópica, em séruns e outros cosméticos. Deixamos uma dica: se a pele não for muito sensível, escolha produtos que contenham ácido ascórbico, a forma
mais eficaz de vitamina C, basta consultar a lista de ingredientes.
CUIDADO PERSONALIZADO
Os produtos com vitamina C são adequados a todos os tipos de pele, bastando optar pela textura, concentração e forma de vitamina C mais adequadas. Uma pele mais oleosa e resistente pode preferir séruns com, por exemplo, 10% de ácido ascórbico, enquanto para uma pele mais seca e sensível, pode ser mais adequado optar por um creme com uma maior concentração de um dos derivados de vitamina.
SABIA QUE…
Quando escolher um cosmético com vitamina C deve preferir produtos em bisnaga ou frasco doseador, opacos ou de vidro escuro, ou mesmo em unidose. Este tipo de embalagem garante a estabilidade da vitamina C durante mais tempo.
> 44 ANA TERESA GONÇALVES Farmacêutica
JORGE SERAFIM «FASCINA-ME COMUNICAR»
H – Humorista e contador de história. De onde vem esta paixão? O que mais o fascina nesta arte? Jorge Serafim (JS) – A arte de contar contos tradicionais do mundo inteiro teve origem na Biblioteca Municipal de Beja. Foi aí que tudo começou. As histórias como ferramentas para a mediação do livro e da leitura foram um recurso que definiram o meu percurso profissional. Mas esta pesquisa pelo cancioneiro tradicional conduziu-me às particularidades do humor na tradição oral, nomeadamente do Alentejo. Portanto são percursos distintos, mas que se cruzam e se confundem no meu dia a dia. Fascina-me a possibilidade de comunicar com o outro, num contexto de proximidade. Os contos encerram
em si a dicotomia amor-ódio, humildade-arrogância, bondademaldade, sonho-pesadelo, vida-morte. Ensinam-nos a lidar com a complexidade das emoções e das situações, porque neles estão contidos os obstáculos que temos de ultrapassar para que haja um percurso na vida de cada um. O universo simbólico é revelado e ao falarmos dos nossos medos e das nossas aspirações fica aberto o caminho para um caminho mais sólido e saudável. Por outro lado, contar um conto humaniza o momento e o contexto. É o ato de apagar fronteiras. De separar o que importa do que não. É sempre pela palavra que se encontram as semelhanças e se abrem as portas que diluem as ignorâncias invasivas.
> 46 > ENTREVISTA ESPECIAL
Humorista, contador de histórias, escritor, artista plástico. Jorge Serafim usa e abusa da palavra para chegar ao outro. Para este bejense, «a cultura, a educação e a ciência são fundamentalmente fatores diferenciadores na promoção de um território».
H – Trabalhou 12 anos na Biblioteca Municipal de Beja. Que memórias guarda?
JS – Gratidão. A Biblioteca Municipal de Beja-José Saramago é a casa mãe da minha vida profissional. Guardo a memória de uma Biblioteca frequentada por muita gente, ruidosa e extremamente dinâmica. Uma casa que desafiou o próprio conceito de Biblioteca, que tinha como lema e ainda tem: “Numa cidade acordada, uma biblioteca sem sono”. Foi uma instituição que contrariou a ideia do interior rural e endógeno que leva a vida apregoando queijos e enchidos. Fez-me acreditar que a cultura, a educação e a ciência são fundamentalmente fatores diferenciadores na promoção de um território e que, acima de tudo, criam desassossego saudável na mentalidade das pessoas.
H – Os livros sempre estiveram presentes na sua vida?
JS – Sim, sempre. Não sei se foi uma paixão de infância, se uma necessidade precoce, como pão para a boca. Sempre houve hábitos de leitura na minha casa. O meu pai era um grande leitor. A minha mãe sempre manteve a rotina de ler jornais diários e semanários. Os hábitos de leitura começam e incutem-se em casa. Hoje quer-se atribuir exclusivamente esse papel à escola. Errado, a leitura começa no afeto, na partilha e na proximidade. A descodificação dos signos é para mais tarde.
H – Quando começou a escrever as suas histórias?
JS – Escrevo por necessidade. Não sou capaz de precisar quando escrevi as primeiras linhas. Mas é uma terapia. É como desaguar para o papel uma vastidão de ideias que me revoluteiam constantemente no pensamento. Então, enquanto não as materializo num poema, num conto, ou num romance não me dou por sossegado.
H – Gosta mais de escrever para crianças ou para adultos?
JS – Acima de tudo gosto de escrever. Nunca sei a direção que tomo. Sinto que há uma ideia que tenho de efetivar na forma de escrita. Às vezes penso que vou por um caminho e acabo por tomar outro. Quero com isto dizer que gosto de escrever sem distinção de públicos. Para todos.
H – Como apareceram as artes plásticas na sua vida?
JS – Sempre gostei muito de pintura e de ilustração. Sempre me despertou especial interesse o universo da ilustração infantil. A sua enorme plasticidade e objetividade fascinam-me. Foi durante a pandemia que decidi experimentar-me neste outro caminho. Através da técnica mista e do uso da palavra como alerta e alarme social tentei construir um jogo simbólico que confere uma unidade singular a cada uma das minhas ilustrações. A palavra desnuda, desconstrói territórios pessoais. Interroga as fronteiras nas quais se alicerçam o comodismo e o conformismo. Através do uso de
diversos materiais, aguarelas, acrílicos, guache, jornais, caixas de medicamentos, boletins de jogos de sorte, frases poéticas e da técnica da colagem, criei a partir da observação do quotidiano um sentido narrativo no qual as histórias, de cada quadro e ilustração refletem as origens e os motivos pelos quais as emoções e as razões estão delimitadas. Palavra e imagem complementam-se como um manifesto. A afirmação de que o mundo interior nunca será enclausurado enquanto a arte e a linguagem se assumirem como a voz de cada ser humano.
H – Que projetos tem atualmente ou em carteira?
JS – Vários. Voltar a editar um novo livro. É um romance que ainda estou à procura de editora. Mantenho a atividade diária de contador de histórias e de mediador do livro e da leitura. Continuo em palco com os meus espetáculos de Stand Up Comedy. A minha exposição de artes plásticas “A Palavra Não Confina” segue a sua itinerância (inaugurou no final de setembro em Aljustrel). Pertenço ao grupo musical “Tais Quais”, cujos elementos que o compõem são alguns dos nomes mais sonantes da música portuguesa, Tim, João Gil, Vitorino, Celina da Piedade, Paulo Ribeiro, Sebastião Santos e Vicente Palma. E tenho, conjuntamente com a minha esposa, o pomar de marmelos.
H – Como é que um homem das artes passa a agricultor?
JS – A paixão e devoção pela terra e pela atividade agrícola é da minha esposa Aurora. Foi ela que me convenceu a embarcar nesta enorme aventura, um pomar de quatro hectares. Os “Marmelos Aurora – A Fruta do Coração” são a continuidade de um projeto familiar iniciado no sítio “Ao Bicho do Mato”, na proximidade da cidade de Beja, em 2013. Lançámos-nos de pés e cabeça na epopeia de transformar um terreno baldio em algo enriquecedor. A necessidade de partilhar esta paixão pelo marmelo, teve como consequência a criação de uma gama de produtos, todos derivados do marmelo: GIN, Licor, Marmelada e Compota. Que podem ser adquiridos na nossa loja online: www.marmelosaurora.pt.
ANTÓNIO JORGE TEIXEIRA SERAFIM
Idade: 51 anos
Filme: “The Straight Story”, David Lynch
Livro: “Alfabetizar em Democracia”, José Morais
Viagem: Veneza
Comida preferida: Bacalhau de toda a maneira e feitio
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AO SERVIÇO DA COMUNIDADE
MAMA MOVE APOIO ÀS MULHERES SOBREVIVENTES DE CANCRO DA MAMA
MAMA MOVE é um programa de exercício físico supervisionado que procura diminuir os efeitos colaterais dos tratamentos do cancro da mama. As Farmácias Holon da Covilhã e do Fundão apadrinham e participam ativamente neste projeto.
O cancro da mama continua a ser um dos tumores que ceifa mais vidas entre as mulheres. Em 2020 morreram, em Portugal, 1800 mulheres com esta patologia. Em contraponto, todos os dias, surgem inúmeros casos de sucesso no tratamento desta doença oncológica. O único senão é, por vezes, o surgimento de sequelas físicas e psicológicas nos doentes, derivadas dos tratamentos. Foi justamente a pensar nestas pessoas que nasceu o projeto MAMA MOVE, um programa promovido pelo Departamento de
Ciências do Desporto, da Universidade da Beira Interior (UBI), em articulação com outras entidades locais, entre elas as Farmácias Holon Covilhã e Fundão que apadrinharam este projeto.
TERAPÊUTICA DO EXERCÍCIO FÍSICO
A iniciativa é pioneira em território nacional e tem tido uma boa recetividade por parte da comunidade. «Vários estudos referem que o exercício físico desempenha um papel fundamental,
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como coadjuvante terapêutico dos tratamentos oncológicos, na melhoria da funcionalidade e aptidão física e na qualidade de vida», explica Andreia Martins, gestora de responsabilidade social do grupo das Farmácias Holon Covilhã e Fundão, uma das entidades parceiras desta iniciativa da UBI. O objetivo do projeto MAMA MOVE é trazer mais motivação às sobreviventes do cancro da mama, através da implementação de um programa de exercício físico, ajudando-as a recuperar o controlo das suas vidas, a melhorar a sua aptidão física e estado de animo, muitas vezes perdidos em resultado dos efeitos colaterais da terapêutica adotada. Dois dias por semana, segunda e quinta-feira, o ginásio da UBI, do Departamento Ciências do Desporto, recebe especificamente mulheres com diagnostico de cancro da mama. Com a duração de uma hora, o esquema de exercícios realizados está focado na melhoria da capacidade aeróbia, da funcionalidade e amplitude do movimento do membro superior operado e da força muscular.
cancro», refere Andreia Martins. Assumindo desde sempre um papel de promotor de saúde, a responsável admite que apoiar estes projetos faz parte do ADN das Farmácias Holon. Por isso, é essencial «abranger o maior número de acompanhamentos a sobreviventes do cancro da mama na região, alargando futuramente o projeto a outras regiões do país», revela.
CONHECER PARA VALORIZAR
Até ao momento, o projeto MAMA MOVE já acompanhou e melhorou a qualidade de vida de 30 participantes, mas é objetivo abrir mais 20 vagas para sobreviventes de cancro da mama. Andreia Martins não se cansa de relembrar as mais-valias do programa: «Quem nos procura encontra ajuda através de um programa de exercício fisco adaptado às suas necessidades e o apoio de uma equipa multidisciplinar que permite articular uma intervenção física e psicológica, com recurso a equipamentos e avaliações diversas. De forma complementar, existem no grupo vivências, experiências, empatia e entreajuda entre os próprios beneficiários que, ao viverem situações semelhantes, conseguem compreender e apoiar de uma forma próxima, o que faz toda a diferença».
Para além do trabalho realizado junto da comunidade, o projeto MAMA MOVE assume um cariz de investigação, «promovendo o conhecimento, melhorando a implementação de novos programas em todo o mundo. Sem nunca esquecer que, a investigação é em prol de todos», finaliza Andreia Martins.
PORTA ABERTA PARA TODOS
O ADN DE QUEM CUIDA
Desde cedo que as Farmácias Holon Covilhã e Fundão apoiam esta causa, uma parceria que ultrapassa largamente a vertente institucional: «Conseguimos ter um papel ativo na divulgação do projeto junto dos nossos clientes, oferecendo-lhes a oportunidade de participar e ter acesso a uma rede de apoio e suporte que fará toda a diferença na batalha contra o
O MAMA MOVE é já um caso de sucesso entre a comunidade destas cidades da Beira Interior. «A comunidade transmite-nos um feedback bastante positivo, realçando sobretudo a partilha de experiências entre participantes, com ganhos diários para a qualidade de vida», conta Andreia Martins, gestora de responsabilidade social do grupo das Farmácias Holon Covilhã e Fundão. Apesar de o projeto estar a ser dinamizado na região da beira interior, na verdade qualquer pessoa pode recorrer ao programa. Para isso, basta contactar diretamente as Farmácias Holon Covilhã e do Fundão, para obter mais esclarecimentos. Outra opção é contactar diretamente os promotores do projeto: www.ubi. pt/Pagina/mama_move, ou através do email mama. move.ubi@gmail.com, ou do telefone (962 076 801).
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> MONTRA EM DESTAQUE
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Valdispro Natur Sono são gomas naturais para dormir com gelatina de origem vegetal, melatonina extraforte 1,9 mg, extrato de erva cidreira. Não contém corantes artificiais nem gelatina animal e não causa habituação.
ARNIDOL
Arnidol é a marca indicada para a pele quando ocorrem pequenas mazelas. A sua fórmula natural à base de arnica e harpagófito suaviza, reconforta, refresca e produz sensação de bem-estar e conforto. Arnidol, além de outros ingredientes ativos, apresenta na sua composição: Arnica e o harpagófito que têm ação reparadora, suavizante e hidratante; Arnidol é a companhia de todas as casas e famílias portuguesas que têm crianças brincalhonas e ativas, mas não se esqueça, qualquer produto Arnidol também dá para a pele da mãe, do pai, dos irmãos mais velhos, dá para a tia, prima, avó, avô… para toda a família!
Produto Cosmético. Para mais informações contactar Laboratórios Vitória, tlf. 21 475 8300
FLUIMUCIL
A solução para a tosse com expetoração? Fluimucil contém acetilcisteína que facilita a eliminação da expetoração e contribui para melhorar a respiração. Devido à sua ação antioxidante, contribui para uma maior proteção da função respiratória. Fluimucil dissolve o muco e ajuda a desobstruir as vias respiratórias. Facilita a eliminação do muco em gripes e constipações:
• Indicado para crianças > 2 anos, jovens e idosos
• Sem glúten e sem lactose Fluimucil, 600 mg, comprimidos efervescentes, 1 comprimido por dia (>12 anos) Fluimucil 4 %, solução oral, 1 vez por dia; Fluimucil 2 %, solução oral, 2 - 3 vezes por dia. Informações essenciais compatíveis com o RCM disponíveis na imagem acima (G4353 Sep2022)
BRONCHODUAL – INFANTIL
Bronchodual® Infantil alivia o reflexo da tosse em diferentes fases de tosse seca e produtiva ao revestir os recetores da tosse com uma camada protetora em crianças a partir de 1 ano. Isento de lactose, glúten e corantes artificiais.
Bronchodual Infantil é um dispositivo médico para alívio da tosse associada à constipação. Não utilizar em crianças com menos de 1 ano. O aconselhamento médico é recomendado em crianças entre 1 e 3 anos de idade. Não utilizar se estiver grávida, a amamentar ou se for alérgico a qualquer um dos componentes. Manter fora da vista e do alcance das crianças. Ler cuidadosamente a rotulagem e as instruções de utilização.
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> SAÚDE INFANTIL
FRANCISCA LÉ Customer Marketing Manager Junior Haleon
A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE NASAL DO SEU BEBÉ
A função principal das fossas nasais é atuar como um filtro protetor do ar. Tal como nos adultos, as impurezas presentes no ar que inspiramos podem causar diversas situações nos bebés, desde irritação nasal a constipações, alergias ou rinosinusites.
Dado que os bebés com menos de 6 meses não sabem respirar pela boca, a acumulação de mucosidades pode dificultar-lhes a respiração. Nestas situações, o bebé, que ainda não consegue eliminar a secreção nasal assoando-se sozinho, tem dificuldade em respirar, em comer e em dormir, ficando irritável e agitado.
Por isso, a higiene nasal do seu bebé através da lavagem regular com água do mar é muito importante, uma vez que os seus mecanismos de defesa ainda são imaturos, tornando-o mais suscetível às infeções e constipações. Consequentemente, estas infeções nasais aumentam a produção de muco nas vias nasais, o que dificulta a respiração do seu bebé.
Para o ajudar, pode utilizar um método que consiste em dois passos simples para o ajudar a respirar melhor pelo nariz, desobstruindo as fossas nasais: Limpeza Nasal + Aspiração Nasal.
A Limpeza Nasal do seu bebé ajuda a prevenir e a aliviar a congestão nasal e em alguns casos, pode ajudar a prevenir
a ocorrência de complicações como sinusites ou otites. A utilização de um spray nasal composto a 100% por água do mar contribui para suavizar as mucosidades, facilitando o assoar do nariz ou o uso de um aspirador nasal, bem como restabelecer a respiração pelo nariz, quando este está bloqueado, e proteger contra constipações ou outras infeções do sistema respiratório superior (otites, bronquiolites), que são muito comuns em bebés.
A Aspiração Nasal é recomendada sempre que o seu bebé tenha o nariz entupido, tantas vezes quantas necessárias e especialmente antes de alimentar o seu bebé e antes do seu bebé ir dormir. Fácil e higiénico de usar, o aspirador nasal foi desenvolvido para ajudar a limpar o nariz do seu bebé, removendo delicadamente as secreções nasais e ajudando-o a sentir-se melhor
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novamente. PM-PT-RHINO-22-00014 – 09/2022.
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ATIVA
1. Sopa de letras
Descubra as 10 palavras, na horizontal, vertical e diagonal, relacionadas com Saúde e Bem-estar.
Lavar as mãos Vacinação Laranja Meditação Farmacêutico
Cuidar Escola Castanha Ovos Preservativo
> 54 > HOLON
Soluções 2. 1.
Com a chegada do outono, os dias ficam mais curtos e mais frios. Resguarde-se em casa, mas mantenha a mente ativa com os nossos passatempos.
2. Descubra as diferenças São 5 as diferenças. Será que as descobre?
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J N C U I D A R H B K T I D X G H T E V Ê X U F E P R E S E R V A T I V O N D F U F A R F R H D C V E I Ã T N U R R L N C U J Y P S T D A F W R Ê E I U I V A H A D I F J I H C M R I R S W S M Y Y R F T S W U A U I W Ê H V C A U W V A Ã A Ê P R E S E N D Ç B V O U F H E J B Q N R Q Ç X I A Ç S Y O L Ã P L K Q M U D J D T E L Ç E H D H A B D X D Ã D U C A A B J A Ã I H O K B X M T M K Ç I Q K E H N R O J Ã H B E J I L A V A R A S M Ã O S J Ç V H E U Ç D H Q I Ã G E F W V D Ç A B D M G I T E V E F E B U G M O V T R Q Ã W D M Q F U V M E D I T S U I N T V T H O V O S C A S T A N H A D Ã U J P K A H C U I J R U B T X I E U Y W P M H O Y U G E N U D S H F M V I Ê F R N T X S V D N Y H J T B U L F A R M A C Ê U T I C O
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