Revista H#55 - Farmácias Holon

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PUBLICAÇÃO BIMESTRAL Nº 55 ANO 2022

- DISTRIBUIÇÃO GRATUITA -

ENTREVISTA ESPECIAL COM

JOAQUIM HORTA EM FOCO

DOENÇA DO MOVIMENTO: PERDER O CONTROLO DO CORPO GARANTIR QUALIDADE DE VIDA

HOLON CUIDA

DOENÇA VENOSA CRÓNICA MAIS DO QUE TER PERNAS CANSADAS


PARA OS EXCESSOS DO DIA A DIA

= SENÃO, NÃO HÁ FÍGADO QUE AGUENTE.

007.2022 MP01/2022 Guronsan® - Medicamento não sujeito a receita médica indicado para: tratamento sintomático das astenias funcionais; intoxicações endógenas e exógenas (tabagismo, etilismo); intolerâncias medicamentosas; anorexias. Não utilizar em caso de alergia à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. Contém 570 mg sódio por comprimido, equivalente a 28,5% da dose diária máxima recomendada pela OMS para o sódio. Pode provocar insónias. Ler cuidadosamente as informações constantes do acondicionamento secundário e do folheto informativo e, em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, consultar o médico ou farmacêutico. Jaba Recordati, S.A. • Av. Jacques Delors, Ed. Inovação 1.2, Piso 0, Taguspark 2740-122 Porto Salvo • Tel. (351) 21 432 95 00 • Fax: (351) 21 915 19 30 • www.jaba-recordati.pt Capital Social de 2.000.000,00 Euros • Contribuinte nº 500492867 matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Cascais sob o mesmo número.


EDITORIAL No arranque da 10ª Conferência Sustentabilidade em Saúde, na apresentação da edição anual do índice de Saúde Sustentável, desenvolvido pela NOVA Information Management Scholl (NOVA IMS), uma das conclusões revela o top 3 das doenças que mais preocupam os portugueses: doenças oncológicas (62,8%), as cardiovasculares (26,1%) e as relacionadas com a saúde mental (25%). Na mesma conferência, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Hélder Mota Filipe, teve oportunidade de relembrar a urgência de se assumir a prevenção enquanto a estratégia base para reduzir as estatísticas. Nas Farmácias Holon sabemos o quanto a prevenção é importante. Todos os dias, as nossas farmácias disponibilizam serviços diferenciados – Pé Diabético, Nutrição, Dermofarmácia, Consulta Farmacêutica, Serviço de Preparação Individualizada de Medicamentos, entre outros – por que sabemos que os nossos utentes merecem sempre os melhores cuidados. Por falar em prevenção, sabia que Doença Venosa Crónica afeta cerca de 35% da população portuguesa? E mais, sabia que a sua Farmácia está a promover rastreios para que deixe de subestimar os primeiros sinais - formigueiro nas pernas e sensação de calor - e ajudá-lo a aliviar os sintomas? Ainda mais simples, há quanto tempo não avalia o seu risco cardiovascular, mesmo que se sinta bem? Não adie o seu check up (saúde) através da realização da medição dos parâmetros fisiológicos e bioquímicos, como a pressão arterial e o colesterol. Outro tema na ordem do dia são as Doenças do Movimento que continuam a aumentar, pela força do envelhecimento, mas não só. Na sua Revista H vai querer entrar no mundo de António Camilo que, aos 38 anos, começou a perceber que estava a perder o controlo do seu corpo. Ainda sem curas à vista, as doenças neurológicas como a Parkinson, a Síndrome das Pernas Inquietas e o Tremor Essencial, já fazem parte dos novos tempos e merecem um olhar atento. «Conseguimos perceber o que se passa no cérebro, mas ainda não sabemos porque é que isso acontece», conta-nos a neurologista Ana Castro Caldas. Há muito trabalho de investigação pela frente, mas ninguém tem dúvidas de que o nosso estilo de vida é um fator determinante para a nossa saúde. Cuide de si! Conte sempre connosco!

HERMÍNIO TAVARES Diretor-Geral

FICHA TÉCNICA

• Diretor: Hermínio Tavares • Propriedade: Holon S.A. • Capital Social: 5.000,00 euros Órgãos Sociais: José Luciano Diniz Pereira e João Carlos Duarte Monteiro • NIPC: 507336453 • Telefone: 219 666 100; • E–mail: apoio.cliente@holon.pt

• Edição: Hollyfar – Marcas e Comunicação, Lda. Rua General Firmino Miguel n.º 3 - Piso 7 1600-100 Lisboa • Coordenador Editorial: Natacha Pereira (Farmácias Holon), Inês Marujo (Hollyfar) • Colaboram nesta edição: Ana Albernaz, Ana Sofia Ramos, Ana Teresa Gonçalves, Andreia Palma, Catarina Gonçalves, Dulce Ramos. • Fotografia: Cláudia Teixeira e Arquivo. • Publicação bimestral • E–mail: revistah@holon.pt • Tiragem deste número: 16.000 exemplares • Os artigos assinados apenas veiculam a posição dos seus autores. • Layout: Holon, S. A. Rua General Firmino Miguel, n.º 3 – piso 7 1600-100 Lisboa | Portugal • Paginação: Finepaper • Execução Gráfica: Finepaper – Rua do Crucifixo, 32, 1100-183 Lisboa; • E–mail: info@finepaper.pt • Impressão e Acabamento: Lidergraf Sustainable Printing Rua do Galhano, 15 4480-089 Vila do Conde; • Site: www.lidergraf.pt • Número de Depósito Legal: 361265/13

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>ÍNDICE

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ESPAÇO HOLON

CHECK LIST PARA AS FÉRIAS

PREVENÇÃO SAÚDE

“TESTE DO PEZINHO”: O RASTREIO SALVA-VIDAS

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NUTRIÇÃO HOLON

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

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ATUALIDADE

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OPINIÃO SAÚDE

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PONTO DE VISTA

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O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

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SER MAIS HOLON

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NA PRIMEIRA PESSOA

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FARMÁCIA ATUA

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EM FOCO

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HOLON CUIDA

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PODOLOGIA

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BEBÉ E MAMÃ

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ESPAÇO HOLON

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PREVENÇÃO SAÚDE

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NUTRIÇÃO HOLON

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RECEITA SAUDÁVEL

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DERMOFARMÁCIA HOLON

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ENTREVISTA ESPECIAL

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AO SERVIÇO DA COMUNIDADE

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SAÚDE INFANTIL

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HOLON ATIVA

ESTATUTO EDITORIAL A H é uma revista bimestral de caráter informativo, circunscrevendo-se às temáticas da saúde e bem-estar, orientada por critérios de rigor editorial. A H é uma revista dirigida a um público plural e é propriedade da Holon S. A. O conceito da revista H passa pela abordagem às diversas questões nas áreas temáticas em que se insere, de modo prático e útil, em respeito pelo rigor científico. A H reconhece que os leitores são a sua principal razão de existência e, por isso, a satisfação das suas necessidades de informação constitui o objetivo primordial. É, assim, uma revista idealizada e produzida com o propósito de ir ao encontro dos interesses dos seus leitores, procurando servi-los sempre de forma isenta e objetiva.

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> ATUALIDADE

MAIS CERTEZAS NO DIAGNÓSTICO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA Um estudo da Universidade de Coimbra (UC) revela avanços no diagnóstico da esclerose múltipla. Tudo indica que é possível classificar uma pessoa com esta doença com 80% de certeza, a partir de oito proteínas específicas. De acordo com a UC, a esclerose múltipla, uma doença inflamatória e degenerativa que afeta o sistema nervoso central, «é difícil de diagnosticar, devido à diversidade de sintomas, semelhança com outras doenças inflamatórias do SNC e ausência de indicadores específicos para a doença». Em Portugal, estima-se que a doença afete mais de oito mil pessoas. As conclusões do estudo liderado pelo investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da UC resulta de 15 anos de investigação na área dos biomarcadores, e surge da colaboração entre o CNC, o Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), o departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e o laboratório de Neurobiologia Molecular do I3S (Universidade do Porto).

VIVER (MELHOR) COM PARKINSON Em Portugal, estima-se que a doença neurodegenerativa de Parkinson afete entre 18 e 20 mil pessoas. Com os estudos a reforçarem as mais valias da prática de exercício físico no garante da qualidade de vida destas pessoas, o CNS | Campus Neurológico criou o projeto CNS Move, orientado para

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pessoas autónomas e sem risco de queda, com desejo de incorporar o exercício na sua rotina diária. Durante o ano de 2022, o projeto CNS Move lança 52 desafios de exercício físico, um para cada semana do ano. Os exercícios, preparados por uma equipa de fisioterapeutas do CNS, são publicados semanalmente nas redes sociais desta instituição. A ideia surge da necessidade de contribuir para que pessoas com doença neurológica, jovens, autónomas e sem risco de queda, adotassem um estilo de vida mais ativo. Conheça o projeto e participe em https://www.facebook.com/ campusneurologico. PORTUGUESES FAZEM MENOS RASTREIOS Estudo da DECO PROTESTE revela que entre 2020 e 2021 foram realizados menos 150 mil rastreios do cancro da mama, 166 mil rastreios de cancro do colo do útero e 180 mil rastreios de cancro do cólon e reto comparativamente com os dados de 2019. Neste período, estima-se que 4.400 casos de cancro tenham ficado por identificar. De acordo com Susana Santos, coordenadora de Saúde da DECO PROTESTE «o acesso a cuidados de saúde é um dos direitos fundamentais dos consumidores, pelo que se torna relevante salientar o impacto da pandemia na deteção de patologias que têm uma enorme incidência em território nacional». Para a responsável não há dúvida sobre as vantagens destes rastreios juntos da comunidade: «têm demonstrado uma redução de mortalidade de aproximadamente 30% no caso do cancro da mama, 20% no do cancro colorretal e 80% no do colo do útero». Por isso, não tem dúvida: «é importante sensibilizar os utentes para que haja um regresso tão célere quanto possível às rotinas de rastreio, promovendo o diagnóstico precoce», remata.


ALEXANDRA PETINGA Formadora Pierre Fabre Dermocosmetique

> OPINIÃO SAÚDE

COMO RESOLVER PROBLEMAS GENGIVAIS A grande percentagem de produtos pedidos ao balcão da farmácia está relacionada com sangramento gengival. É um problema que afeta cerca de 80% dos portugueses. A causa mais comum é a acumulação de placa bacteriana que se forma com os restos de comida, saliva e bactérias que fazem parte da nossa flora oral, formando uma massa que é altamente adesiva e que se deposita junto dos dentes, gengiva, próteses dentárias, língua, entre outros locais. Se não for bem removida, através de uma correta higiene oral diária, provoca a doença nas gengivas chamada de gengivite. Esta caracteriza-se pelo aparecimento da inflamação gengival e hemorragia (sangramento) à escovagem. É uma doença reversível que se trata com a remoção dos depósitos moles (placa bacteriana) ou através da destartarização – remover o tártaro (placa bacteriana calcificada) no consultório dentário. Para a remoção da placa bacteriana deve utilizar-se uma correta técnica de escovagem, com movimentos curtos de vai e vem ou circulares alcançando sempre a gengiva. Escolher uma escova com cerdas suaves ou ultra-suaves, a utilização diária do fio ou fita dentária ou escovilhão. O dentífrico a utilizar deve ter ação anti-inflamatória ou

antissética e, por fim, bochechar com um colutório para tratamento com clorohexidina. Todos estes procedimentos são muito importantes para tratar a gengivite e evitar progredir para uma periodontite. Esta doença afeta as estruturas à volta do dente, osso alveolar e o ligamento periodontal que prende a raiz do dente ao osso alveolar. Por vezes, este diagnóstico só é efetuado através de radiografia porque os sinais e sintomas são semelhantes aos da gengivite. No caso de haver retração gengival, já há destruição dos ligamentos periodontais, portanto, já se consegue perceber que há perda do osso alveolar e estamos perante uma periodontite que pode ter várias fases. A perda das estruturas não é recuperável, mas pode evitar-se a progressão da doença que leva à perda de dentes. Como conclusão, poder-se-á afirmar que quanto mais cedo for detetada uma periodontite, maior a probabilidade de sucesso no tratamento, que deverá ser feito num consultório dentário.

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> PONTO DE VISTA

LURDES SILVA Coordenadora da Associação Nacional de Esclerose Múltipla

REDUZIR O ISOLAMENTO SOCIAL E COMBATER O ESTIGMA SOCIAL «Desenvolvemos projetos direcionados para a reabilitação do cuidador e do doente no domicílio, promovendo a autonomia e literacia em saúde.» A ANEM- Associação Nacional de Esclerose Múltipla, é uma IPSS, sediada em Gondomar mas que presta apoio a todo o território de Portugal e Ilhas. A Esclerose Múltipla é uma doença crónica, degenerativa e de carácter evolutivo. Desta forma, torna-se imperativo o desenvolvimento de ações e atividades que promovam a saúde e qualidade de vida dos doentes dos seus familiares e cuidadores. Temos em funcionamento um CAARPD (Centro de Atendimento e Acompanhamento e Reabilitação para Pessoas com Deficiência e um Espaço de Reabilitação Física Funcional). Desenvolvemos as nossas atividades de forma a contribuir para a redução do isolamento social e combate ao estigma da doença. Para isso, contamos com uma equipa multidisciplinar que dá resposta à resolução de problemas físicos, psicológicos, familiares, socioeconómicos e jurídico-legais. A nossa visão é sermos reconhecidos como uma instituição de referência a nível nacional no apoio aos doentes, bem como dos seus familiares, cuidadores e comunidade em geral com a prestação de um serviço de excelência, promovendo sempre a melhoria contínua e ainda apoiamos projetos de investigação e pesquisa na EM. Os nossos objetivos passam por organizar seminários e simpósios para sensibilizar e promover a divulgação da doença e a sua terapêutica; intervir junto das entidades patronais e sindicatos, sensibilizando-os para a doença, assim como as

suas possíveis incapacidades e efeitos secundários derivados da medicação; apoiar e auxiliar na resolução dos problemas físicos, psicológicos e socioeconómicos decorrentes da EM, disponibilizando apoio através de uma equipa multidisciplinar constituída por psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e fisioterapeuta, juristas e voluntários; colaborar ativamente com outras Associações e Entidades Públicas e Privadas, realizando ações conjuntas em prol dos portadores de EM; colaborar com os serviços de saúde (hospitais, centros de saúde, clínicas, entre outros), sensibilizando os médicos para a patologia, proporcionando uma maior rapidez de diagnóstico e uma vigilância sistemática da sintomatologia da doença; apoiar a investigação e pesquisa no âmbito da EM, promovendo assim o aperfeiçoamento dos tratamentos e uma melhoria significativa da qualidade de vida dos doentes. Atualmente, desenvolvemos “As oficinas de cuidadores”, sessões que contam com a ajuda de uma modista e que visam a produção têxtil através da costura. Em paralelo, os cuidadores participam em sessões onde desenvolvem as suas capacidades. Um momento em que equipa cuida da pessoa que cuida. Desenvolvemos ainda projetos direcionados para a reabilitação do cuidador e do doente no domicílio promovendo a autonomia, a literacia digital e em saúde.

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> O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

RICARDO GOUVEIA Especialista em Medicina Geral e Familiar

DOENÇA VENOSA CRÓNICA

«PREVENIR E ATUAR PRECOCEMENTE» Ricardo Gouveia defende que é fundamental informar o utente para que este identifique os sintomas e perceba as suas necessidades. Deixar agravar a doença tem custos de Saúde que podem ser evitados. H – O que é a doença venosa crónica? Em que consiste e como se caracteriza? Ricardo Gouveia (RG) – Na doença venosa crónica (DVC) existe uma alteração da função e das paredes das válvulas das veias, sobretudo nas pernas, nos membros inferiores. Essa alteração vai dificultar a circulação do sangue e causar maior pressão nas paredes das veias. Estas passam a ter maior dificuldade em acomodar este aumento e dilatam-se, formando aquilo a que, normalmente, as pessoas conhecem como varizes.

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A DVC tem vários estadios, começando no grau zero, em que não existem sinais visuais da doença, mas por vezes, já existem queixas. Nos últimos estadios, 5 e 6, já existem feridas abertas, por exemplo. H – A que sintomas devemos estar atentos? RG – Os sinais e sintomas, por norma surgem de forma difusa. Os mais conhecidos são a dor, sensação de peso nas pernas, calor, inchaço ao nível dos tornozelos e, por vezes, prurido (comichão).


umas pernas com varizes exuberantes. E isto pode ter, também, um grande impacto na sua vida social. Também podemos falar de consequências económicas. Se a pessoa tiver uma doença muito sintomática vai ter um maior absentismo e menor produtividade. Os sintomas podem ainda ter um forte impacto na qualidade de vida. Se a pessoa sente dor e peso nas pernas, a sua qualidade de vida vai necessariamente diminuir, não vai estar tão confortável.

Ao nível da consulta, a principal queixa é a sensação de pernas pesadas e cansadas. É fundamental tentar identificar a DVC numa fase precoce, antes de se instalar com uma gravidade tal que implique tratamentos mais invasivos, como seja a cirurgia vascular. H – A prevenção é essencial. Qual a relevância das ações de rastreios na comunidade? RG – Prevenir e atuar de forma precoce é fundamental. Os rastreios são importantes, principalmente, as ações de sensibilização para a doença, campanhas e alertas para os sintomas da doença. A educação para a saúde é uma área muito importante em que cada vez se investe mais. É importante apostar no empoderamento do utente, ou seja, dar ao utente as ferramentas adequadas para ele perceber quais são os seus problemas e as suas necessidades de saúde. H – Como podemos tratar a patologia? RG – Ao nível do tratamento, distinguiria três fases. Uma primeira fase de medidas higienodietéticas (com foco na alteração do estilo de vida). Depois, o tratamento farmacológico e, por fim, os tratamentos cirúrgicos. Esta patologia acontece muitas vezes em pessoas com comportamentos sedentários, que passam muitas horas sentadas ou em pé (estáticas). Às vezes, alterações simples, como beber água ou levantar-se de meia em meia hora, têm um grande impacto. Por exemplo, no caso das pernas cansadas, se não nos hidratarmos bem ao longo do dia, no final do mesmo vamos sentir ainda mais esse cansaço. H – Não prevenindo, não tratando a tempo, quais as implicações na vida das pessoas? RG – A DVC pode ter implicações ao nível pessoal, da autoestima da imagem que a pessoa tem de si pelo facto de ter, por exemplo,

H – Quais os fatores que predispõem a patologia? RG – Existe uma componente genética na doença. Ou seja, havendo histórico familiar, existe uma probabilidade maior dos descendentes terem também DVC. Por outro lado, e ainda que seja uma doença que também afeta os homens, o sexo feminino tem maior tendência para a patologia. Depois, há profissões que conferem mais fatores de risco, nomeadamente, profissões que fomentam o sedentarismo, a posição sentada ou a posição em pé (estática). Pessoas com excesso de peso são também mais propensas a ter doença venosa crónica. H – Qual a prevalência da DVC em Portugal? RG – Estima-se que, à semelhança de outros países ocidentais, atinja 35% da população adulta. Sendo uma doença crónica, haverá sempre um aumento da prevalência, com o aumento da idade. Esta é uma doença de países industrializados, sem dúvida. Tem sobretudo a ver com os nossos estilos de vida.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO Ricardo Gouveia deixa algumas diretrizes que pode adotar para prevenir a doença venosa crónica, em especial, no verão: - Fazer exercício físico, marcha, andar de bicicleta, natação, passeios na praia; - Evitar longos períodos numa posição estática; - Optar por lugares frescos; - Evitar roupas apertadas; - Prevenir o excesso de peso; - Usar meias de compressão com pressão adequada ao estadio da doença; - Reforçar a hidratação.

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SER MAIS HOLON

ANA BERNARDES Diretora Técnica da Farmácia Senhor dos Milagres

SEMPRE PRÓXIMOS DA COMUNIDADE «Colaboramos com as instituições escolares dos Milagres, com o intuito de educar as crianças na promoção da saúde oral, nos cuidados a ter com a pele no verão, entre outras temáticas.» A Farmácia Senhor dos Milagres abriu portas há 22 anos, fazendo parte do Grupo Holon há nove anos. Desde o momento da abertura que a nossa missão foi disponibilizar um serviço de saúde de excelência na freguesia de Milagres e freguesias limítrofes. É com essa missão e compromisso que nos mantemos e comprometemos para o futuro. O facto de estarmos localizados numa zona central – com estacionamento e horário alargado - permite-nos oferecer aos nossos utentes um acesso rápido e seguro ao medicamento e a outros serviços de saúde, tais como, Dermofarmácia, Pé Diabético, Enfermagem, Consulta de Cessação Tabágica, Preparação Individualizada de Medicamentos, Fisioterapia e Osteopatia e Consulta Farmacêutica. Estes serviços são possíveis com a integração no Grupo Holon, que nos disponibiliza profissionais de saúde qualificados e alinhados com a nossa missão. Procuramos, sempre que possível, trabalhar com a comunidade local. Com este princípio, tivemos recentemente a oportunidade de colaborar com o Instituto de Solidariedade Social dos Milagres, na apresentação dos nossos

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Serviços e Produtos Holon, com o mote de consciencializar os cuidadores formais e informais. Também colaboramos com as instituições escolares dos Milagres, com o intuito de educar as crianças na promoção da saúde oral, nos cuidados a ter com a pele no verão entre outras temáticas. Junto da população, em geral, realizamos vários workshops, no âmbito de diferentes temas de saúde. Durante a pandemia da Covid-19, apesar do distanciamento imposto, trabalhámos sempre para garantir o contínuo acesso dos utentes aos medicamentos e realizámos diariamente testes rápidos antigénio à Covid-19, de forma a acelerar o diagnóstico e o alívio do SNS. A fidelização de utentes tem sido conseguida não só pelo nosso aconselhamento, como pela diversidade dos nossos serviços e pelos produtos que temos disponíveis, mas também pela confiança que têm na nossa equipa. Em resumo, tem sido um prazer contribuir diariamente para a melhoria dos serviços de saúde da população de Milagres e arredores.



NOME: MARIA JOSÉ FAJARDO IDADE: 47 ANOS LOCALIDADE: MONTIJO OBJETIVO: INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA NO HIPOTIROIDISMO

> NA PRIMEIRA PESSOA

«PARA MIM, VIVER COM HIPOTIROIDISMO NÃO É UM PROBLEMA. A FARMÁCIA AJUDA-ME MUITO A CONTINUAR A MINHA VIDA NORMAL.» Maria José Fajardo tem 47 anos e há mais de dez anos que foi diagnosticada com hipotiroidismo. A vontade de se manter informada levou-a a agendar uma Consulta Farmacêutica Holon diferenciada, com aconselhamento especializado para utentes com hipotiroidismo, que decorreu no âmbito do projeto “Conversas de Mulheres sobre Hipotiroidismo”. Na Farmácia Corvo, no Montijo, a Dra. Beatriz Marques e a Dra. Maria João Chagas conduziram a consulta com foco na avaliação e acompanhamento da doença, incidindo nos sinais, sintomas e na terapêutica do hipotiroidismo. Apesar de viver com a patologia há alguns anos, Maria José pretendia esclarecer dúvidas relativas à medicação, de forma a confirmar que estava a seguir corretamente a terapêutica já instituída. O facto de já ter o diagnóstico há 10 anos, permitiu que a consulta fosse orientada para uma revisão e acompanhamento detalhados, sempre com um reforço da importância da toma correta dos seus medicamentos, com o mínimo de risco relativo a interações com outros fármacos. Na consulta, Maria Fajardo pôde ainda conversar com a Dra. Beatriz e com a Dra. Maria João sobre alguns incómodos decorrentes do hipotiroidismo e de como conseguir amenizá-los. Através de um questionário desenvolvido para o efeito, foi

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também possível reavaliar os parâmetros das últimas análises e perceber se a terapêutica que Maria Fajardo segue está a ter a eficácia desejada, trazendo qualidade de vida e bem-estar à sua rotina diária. Para além do acompanhamento no espaço da farmácia, Maria José ficou a saber que é possível receber acompanhamento telefónico, caso inicie uma dose nova do medicamento para a tiroide. Pelo facto de ser ainda muito nova, a equipa da consulta farmacêutica teve oportunidade de informar sobre os sinais e sintomas que poderão surgir mais tardiamente, de forma a garantir que a utente consegue relacionar facilmente esses sintomas com o hipotiroidismo e agir com celeridade. Este acompanhamento diferenciado é uma mais-valia e uma porta para um encaminhamento precoce para os serviços de Nutrição e Dermofarmácia, já que alguns sintomas do hipotiroidismo incidem sobre a pele e cabelo, e que passam muitas vezes despercebidos. São estes serviços diferenciadores específicos para patologias crónicas que permitem que utentes como Maria José sejam informados e que façam uma boa gestão da sua medicação, ganhando também mais qualidade de vida.


Comprimidos, 1000 mg

7 EM CADA 10 MULHERES, COM MAIS DE 30 ANOS, SOFREM DE PROBLEMAS DE CIRCULAÇÃO VENOSA. SENSAÇÃO DE PERNAS PESADAS, INCHADAS E CANSADAS?

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ESTES SÃO ALGUNS DOS SINTOMAS DESTA DOENÇA. FAÇA A SUA AVALIAÇÃO CONNOSCO!

NOME DO MEDICAMENTO: FLABIEN 1000 MG COMPRIMIDOS. CADA COMPRIMIDO CONTÉM 1000 MG DE DIOSMINA MICRONIZADA. INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: FLABIEN É INDICADO EM ADULTOS PARA: TRATAMENTO DOS SINAIS E SINTOMAS DE INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÓNICA, TAIS COMO DOR, SENSAÇÃO DE PESO, PERNAS CANSADAS, PERNAS INQUIETAS, CÃIBRAS NOTURNAS, EDEMA E ALTERAÇÕES TRÓFICAS E TAMBÉM PARA O TRATAMENTO DOS SINTOMAS RELACIONADOS COM A CRISE HEMORROIDÁRIA AGUDA. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE UTILIZAÇÃO: NÃO TOME FLABIEN SE TEM ALERGIA À DIOSMINA OU A QUALQUER OUTRO COMPONENTE DESTE MEDICAMENTO. FALE COM O SEU MÉDICO OU FARMACÊUTICO ANTES DE TOMAR FLABIEN. INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÓNICA: SE A SUA CONDIÇÃO PIORAR DURANTE O TRATAMENTO, O QUE PODE MANIFESTAR-SE ATRAVÉS DE INFLAMAÇÃO DA PELE OU VEIAS, ENDURECIMENTO DOS TECIDOS DEBAIXO DA PELE, DOR INTENSA, ÚLCERAS CUTÂNEAS OU SINTOMAS ATÍPICOS TAIS COMO INCHAÇO REPENTINO DE UMA OU AMBAS AS PERNAS, DEVE CONSULTAR O SEU MÉDICO IMEDIATAMENTE. O TRATAMENTO COM FLABIEN É MAIS BENÉFICO QUANDO ACOMPANHADO DE UM ESTILO DE VIDA EQUILIBRADO: DEVE EVITAR A EXPOSIÇÃO SOLAR E EVITAR PERMANECER EM PÉ DURANTE MUITO TEMPO; DEVE MANTER UM PESO ADEQUADO; EM ALGUNS DOENTES, A UTILIZAÇÃO DE MEIAS ESPECIAIS PODE MELHORAR A CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA. FLABIEN NÃO IRÁ AJUDAR A REDUZIR O INCHAÇO DOS SEUS MEMBROS INFERIORES SE ESTE FOR PROVOCADO POR DOENÇAS CARDÍACAS, RENAIS OU HEPÁTICAS. CRISE HEMORROIDÁRIA AGUDA: SE TIVER UMA CRISE HEMORROIDÁRIA AGUDA, APENAS PODE TOMAR FLABIEN DURANTE UM PERÍODO LIMITADO DE 15 DIAS. SE OS SINTOMAS NÃO DESAPARECEREM DURANTE ESTE PERÍODO, CONSULTE O SEU MÉDICO. SE OS SINTOMAS PERSISTIREM, DEVE SER REALIZADO UM EXAME PROCTOLÓGICO E O TRATAMENTO DEVE SER REVISTO, CONSULTE O SEU MÉDICO. O TRATAMENTO COM FLABIEN NÃO É UM SUBSTITUTO PARA O TRATAMENTO ESPECÍFICO DE OUTRAS PERTURBAÇÕES ANAIS. A UTILIZAÇÃO DE FLABIEN EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NÃO É RECOMENDADA. DEVE TOMAR FLABIEN DURANTE AS REFEIÇÕES. NÃO É RECOMENDADA UTILIZAÇÃO DE FLABIEN DURANTE A GRAVIDEZ OU AMAMENTAÇÃO. SÓDIO: ESTE MEDICAMENTO CONTÉM MENOS DO QUE 1 MMOL (23 MG) DE SÓDIO POR DOSE DIÁRIA, OU SEJA, É PRATICAMENTE “ISENTO DE SÓDIO”. LER CUIDADOSAMENTE AS INFORMAÇÕES CONSTANTES DO ACONDICIONAMENTO SECUNDÁRIO E DO FOLHETO INFORMATIVO E, EM CASO DE DÚVIDA OU PERSISTÊNCIA DOS SINTOMAS, CONSULTE O SEU MÉDICO OU O FARMACÊUTICO. PARA MAIS INFORMAÇÕES CONSULTAR O TITULAR DA AIM: KRKA D.D., NOVO MESTO OU O DISTRIBUIDOR: KRKA FARMACÊUTICA, SOCIEDADE UNIPESSOAL, LDA. NIF:507981227; AV. PORTUGAL 154 PISO 1, 2765-272 ESTORIL. TEL.: +351 214 643 650, FAX: +351 214 643 659, E-MAIL: INFO.PT@KRKA.BIZ. WWW. KRKA.PT. MEDICAMENTO NÃO SUJEITO A RECEITA MÉDICA. MEDICAMENTO NÃO COMPARTICIPADO. DATA DE REVISÃO DO TEXTO: SMPCPIL162950_1


> FARMÁCIA ATUA

A CONVERSAR É QUE SE APRENDE

PEQUENOS-SUPER HERÓIS VÃO AO JARDIM DE INFÂNCIA

A Farmácia A. Medicinal, em Viseu, aproveita as redes sociais para, de forma simples e esclarecedora, elucidar os seus utentes mais curiosos sobre como ultrapassar algumas patologias com o apoio dos alimentos. No passado mês de março, na última sessão da rubrica #maisquenutrição, o nutricionista Marcelo Dias falou sobre infeções urinárias, as cistites. Num minuto, explicou de que forma é possível prevenir ou reduzir os sintomas desta infeção do trato urinário, através de algumas orientações nutricionais: beber muita água, aumentar o consumo de probióticos, de alimentos ricos em antioxidantes e em vitamina C. Veja ou reveja esta sessão no Facebook da Farmácia A Medicinal.

O projeto “Pequenos Super-Heróis”, promovido pela Farmácia Covilhã, visitou em março, o Jardim de Infância “Porta Aberta”. Durante uma manhã, os mais pequenos tiveram oportunidade de, com a ajuda dos Bombeiros de Fundão, aprender mais sobre como reagir através de ações e gestos que salvam vidas, em casos de emergência médica. Fique atento pois estão previstas outras ações para os próximos meses. Este projeto, vencedor do prémio “Farmácia Portas Abertas”, atribuído pelas Farmácias Holon, contou ainda com o apoio da ACES COVA DA BEIRA e a UCC Fundão. A CUIDAR DOS ANIMAIS DE COMPANHIA A Farmácia Oeiras Figueirinha, em Oeiras, sabe o quanto os animais de companhia são importantes na sua comunidade envolvente. Por isso, promoveu um passatempo junto dos utentes que têm amigos de quatro patas. Os utentes foram convidados a partilhar uma fotografia do seu PET e a iniciativa revelou-se um sucesso, com a partilha de muitas fotografias divertidas. No fim, o Aramis foi o feliz completando com um KIT Mundo Animal. Esta foi apenas uma de muitas iniciativas que a equipa promove para dar a conhecer o espaço Mundo Animal na farmácia, um segmento onde poderá encontrar todos os produtos dedicados e o aconselhamento personalizado de sempre!

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DOENÇAS DO MOVIMENTO

PERDER O CONTROLO DO CORPO As doenças do movimento estão a aumentar e a afetar pessoas cada vez mais novas. Ainda sem curas à vista, estas doenças neurológicas acabam por limitar vidas e apenas as terapêuticas personalizadas conseguem oferecer a desejada qualidade de vida.

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> EM FOCO

António Camilo, 59 anos, natural de Lisboa, só começou a reparar nos sinais que o corpo lhe estava a dar por insistência dos colegas e clientes. «Diziam-me que não parecia o mesmo e questionavam-me se estaria doente», conta. Ao início desvalorizou, mas a frequência com que estes comentários eram feitos, levaram-no a estar mais atento ao seu estado de saúde. Foi reconhecendo a apatia, o malestar geral e a lentidão dos seus movimentos que, naturalmente, o levaram ao médico. Entre exames e despistagem de diagnósticos, no fim, o veredito: Doença de Parkinson. Na altura, tinha apenas 38 anos. Recorda-se de perguntar, de imediato, ao médico: «E o cérebro? Vou perder capacidades?». O neurologista soube descansá-lo, mas só até certo ponto. Saiu do consultório preocupado com o seu futuro, agora que fazia parte das pessoas que, de surpresa, são apanhadas por uma Doença do Movimento. SINAIS QUE SE ATRAPALHAM O neurologista Joaquim Ferreira define as Doenças do Movimento como «doenças neurológicas que se caracterizam pelo facto de os doentes apresentarem movimentos involuntários», os quais assumem diversos nomes – tiques, tremores, coreias, ataxia ou distonias – e que, consoante as suas características, são associados a diferentes patologias.

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Ainda que a lista destas doenças seja extensa, o diretor clínico do Campos Neurológico Sénior destaca as três mais frequentes: a Síndrome das Pernas Inquietas, o Tremor Essencial e a Doença de Parkinson. Na primeira, «os doentes sentem um desconforto nas pernas, nomeadamente à noite e ao deitar, que se pode manifestar com dor ou dormência, melhorando quando se levantam e andam», explica. «Alguns estudos epidemiológicos revelam que cerca de 10% da população geral sofre da Síndrome das Pernas Inquietas», sublinha o especialista. No caso do Tremor Essencial, pelo nome, é fácil perceber qual o movimento involuntário que lhe é associado. «Ocorre quando as pessoas estão a mexer as mãos e, em geral, diminui quando estão em repouso», explica o neurologista. O tremor é, de igual forma, característico da Doença de Parkinson, a terceira doença mais frequente e que afeta cerca de 20 mil portugueses. Contudo, e no caso do Tremor Essencial, «as pessoas tremem em pausa e, ao realizarem tarefas, os tremores tende a diminuir». A IMPARÁVEL PROGRESSÃO A diversidade de sinais leva Ana Castro Caldas, coordenadora clínica do Campus Neurológico, a afirma que as Doenças do Movimento são um grupo de patologias bastante “heterogéneo”, com um elemento comum: resultam de lesões cerebrais.


«A origem do movimento involuntário nem sempre é da exclusiva responsabilidade cerebral. Contudo, na sua grande maioria, é como se o cérebro tivesse um bug – como se de um computador se tratasse – o qual se manifesta através de movimentos involuntários”, acrescenta Joaquim Ferreira Hoje, sabe-se, que existe uma estrutura cerebral, os gânglios da base, que está profundamente envolvida no desenvolvimento das Doenças do Movimento. Na Parkinson, por exemplo, «existe uma perda de neurónios dopaminérgicos numa zona concreta dos gânglios da base – a substância negra – que acontece porque nesse mesmo local se acumula uma proteína», explica Ana Castro Caldas. É esse depósito que conduz à morte das células cerebrais que produzem a “dopamina” e, consequentemente, ao início das manifestações físicas. O DIAGNÓSTICO DE PARKINSON No caso da Doença de Parkinson, não são os tremores que assumem a manifestação mais óbvia. António Camilo, por exemplo, nunca sentiu esse movimento involuntário. «O tremor não é obrigatório. Aquilo que a define é uma lentidão motora, que se pode manifestar por alterações da marcha, da escrita - fica mais pequena -, pelo arrastar de uma perna, a perda de balanceio de um braço, a voz mais baixa ou ter menor expressão facial», reforça o neurologista Joaquim Ferreira. Já muito se sabe sobre a Doença de Parkinson. Contudo, são ainda muitos os mistérios por desvendar o que complica a tarefa de se encontrarem armas mais eficazes para o seu tratamento e, o que todos desejam, uma cura. Uma das incógnitas está em conhecer a origem dessas lesões cerebrais ou em saber como evitá-las. «Conseguimos perceber o que se passa no cérebro, mas ainda não sabemos porque é que isso acontece», diz Ana Castro Caldas. O que para já se sabe é que, em cerca de 5%, existe uma causa genética. CONTORNAR AS LIMITAÇÕES António Camilo descobriu cedo que tinha esta patologia, mas este não é o cenário mais comum. De acordo com os especialistas, a maior incidência ocorre pelos 55 anos, no entanto, em 5 % dos casos os sintomas aparecem antes dos 40 anos. Nem sempre o diagnóstico é imediato e perante um veredito, sabe-se que não existe uma cura. A aposta numa terapêutica personalizada acaba por ser a melhor forma de parar a sua progressão e controlar os sintomas. «Perdi toda a minha qualidade de vida. Fiquei dependente para tudo: cortar a carne ou comer a sopa,

não conseguia levantar-me da cama, apertar os sapatos ou um botão», relembra. Isto acontece porque, com o passar do tempo, outras áreas do cérebro são afetadas. Rapidamente, outras funções vão sendo prejudicadas, reduzindo a eficácia dos tratamentos. «Existe uma maior dificuldade na locomoção o que aumenta o risco de quedas. Por outro lado, ocorrem alterações bruscas da pressão arterial, do comportamento – com alucinações - e pode ainda notar-se um declínio cognitivo», acrescenta o diretor clínico do Campus Neurológico. ENCONTRAR A TERAPÊUTICA Ainda que António Camilo tenha deixado de conseguir fazer tarefas simples, nunca se conformou com este seu destino. A busca por soluções e medicamentos que lhe garantissem alguma qualidade de vida, levou-o a nunca desistir. Em 2010, acabou por encontrar um apoio multidisciplinar – medicação e fisioterapia – que fez a diferença. Desde então, diariamente, faz, como lhe chama, o seu “shot matinal” de comprimidos que, atualmente, são 15. «Demoro sempre mais tempo do que o ‘normal’, mas recuperei alguma autonomia que hoje me permite andar de bicicleta e de patins, jogar pingue-pongue e ter aulas de música». Ainda assim, o que lhe traz maior felicidade é ter conseguido voltar a pescar. Porque não há duas pessoas iguais, a personalização das terapêuticas complementares é determinante para travar a evolução da patologia. Ainda sem cura, o neurologista Joaquim Ferreira reforça as mais-valias de uma terapêutica que combina várias vertentes. «A forma mais adequada de controlar a doença, pode passar pela combinação de tratamentos: cirúrgicos – como a estimulação cerebral profunda, usada para diminuir os sintomas –, e os não farmacológicos, nos quais se inclui a terapia da fala, nutrição e psicologia», adianta. NÚMEROS A CRESCER Ana Castro Caldas não tem dúvidas: «até 2050 a prevalência da Doença de Parkinson vai duplicar, não só pelo efeito do envelhecimento da população, mas pelo estilo de vida da sociedade». Sem forma de prevenir ou travar totalmente a progressão desta Doença do Movimento – ainda que o exercício físico pareça ser uma boa arma –, António Camilo foi aprendendo a viver e conviver com a patologia: «deixei de andar sozinho, agora ando sempre com ele. A uma determinada altura a doença disse-me que eu devia ficar em casa, mas eu fiz uma contraproposta: ou vens comigo ou ficas tu aí, porque eu não fico!»

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ANA SOFIA RAMOS Farmacêutica

> HOLON CUIDA

DOENÇA VENOSA CRÓNICA: MAIS DO QUE TER PERNAS CANSADAS! A doença venosa crónica afeta cerca de 35% da população portuguesa, porém a maioria não procura ajuda de um profissional de saúde. Não subestime os sintomas. Qual o fator que lhe pesa mais? A doença venosa crónica (DVC) pode ter consequências negativas que afetam a qualidade de vida dos doentes e que vai muito para além do aspeto estético. Para melhorar o prognóstico é fundamental conhecer a doença e estar atento aos primeiros sinais e sintomas. O tratamento adequado é a melhor ferramenta

para atrasar a evolução da doença e para ajudar no alívio dos sintomas. Em condições normais, o sangue flui livremente através das veias distribuídas por todo o corpo. Os músculos e válvulas venosas das pernas ajudam a contrariar o efeito da gravidade, empurrando

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TRAVAR AS QUEIXAS O agravamento continuado da doença venosa crónica traz consequências para a vida dos doentes. Se por um lado, as dores e o inchaço das pernas acabam por comprometer a agilidade na locomoção, já as alterações cutâneas podem afetar negativamente a autoestima. Situações mais difíceis podem originar uma lesão típica da doença venosa crónica – a úlcera de estase. Tratar é a forma mais eficaz de retardar a progressão da doença e aliviar as queixas. A compressão elástica, conseguida com o uso das meias compressivas, não só previne como ajuda a contrariar o inchaço das pernas. Nunca é demais recordar a importância de manter uma alimentação e estilo de vida saudáveis. A prática de desporto leve a moderado contribui para o reforço muscular e para prevenir a acumulação do sangue nos membros inferiores, evitando assim a dilatação das veias. O tratamento farmacológico pode ser usado isoladamente ou como complemento de qualquer uma destas últimas medidas. Este tratamento tanto pode ser recomendado com o objetivo de prevenir a doença venosa crónica, como pode ajudar a retardar a progressão da doença e dos sintomas.

o sangue em direção ao coração. A doença venosa crónica diz respeito a uma deterioração contínua e progressiva deste mecanismo, que acaba por afetar negativamente a circulação venosa. NÃO IGNORE OS SINTOMAS Um dos principais sintomas é a sensação de pernas pesadas e cansadas, que tende a agravar-se com o aproximar do final do dia. Geralmente, estas queixas afetam os membros inferiores de forma difusa, não localizada. Algumas pessoas manifestam também prurido associado às alterações da circulação venosa. Outros sinais e sintomas a que deve ficar atento(a): – Formigueiro nas pernas; – Sensação de calor; – Cãibras noturnas; – Surgimento de manchas na pele (hiperpigmentação); – Inchaço; – Aparecimento de derrames e sinais.

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COMO PREVENIR A DOENÇA VENOSA CRÓNICA Ajudamo-lo a prevenir as alterações da circulação sanguínea e, em particular, a doença venosa crónica: • Evite usar roupa apertada, que comprime as veias e prejudica a circulação sanguínea; • Beba, pelo menos, 1,5l de água todos os dias, sem exceção; • Procure locais frescos e afaste-se da exposição solar e de calor. O calor contribui para a dilatação das veias; • Não fique muito tempo na mesma posição; • Reserve alguns minutos, ao final do dia, para elevar as pernas. Para tornar esta prática ainda mais eficaz, realize alguns movimentos que simulem o pedalar, mesmo antes de adormecer; • Massaje as pernas de baixo para cima, prática à qual pode associar um creme apropriado para o efeito.



> OPINIÃO SAÚDE

VANESSA MELO Medical & Sales Training Perrigo Portugal

NA HORA DO VERÃO, CELULITE É QUE NÃO! É com a chegada do bom tempo que começam as principais preocupações com o aspeto estético do nosso corpo. A celulite é um dos principais motivos de desconforto das mulheres, mas que pode ser ultrapassado. A textura irregular da pele, a retenção de líquidos, a sensação de pernas cansadas e o aspeto inestético da pele casca de laranja são os fatores que mais desconforto e insegurança causam às mulheres no verão. A celulite, ou lipodistrofia ginóide, afeta cerca de 8 em cada 10 mulheres portuguesas e está associada a fatores como a predisposição genética, alterações hormonais, má circulação sanguínea, vida sedentária ou má alimentação. Resumidamente, a celulite aparece pela acumulação de gordura subcutânea e diminuição da microcirculação vascular e linfática que, por sua vez, leva à acumulação de líquidos e toxinas. Isto gera uma resposta de defesa do organismo que desencadeia a formação de tecido fibroso e alteração da rede capilar e de fibras de colagénio da pele, comprometendo a microcirculação e conferindo-lhe uma textura irregular. Embora não se possa erradicar definitivamente a celulite, existem vários procedimentos que podem melhorar muito o seu aspeto. Sem fazer grandes alterações de vida, existem pequenos hábitos diários que muito podem colaborar para esta melhoria.

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São eles: beber pelo menos 1,5 litros de água por dia, fazer 15 minutos de exercício, reduzir o consumo de sal e de açúcares refinados e dormir cerca de 8 horas por noite. Contudo, se estas medidas não forem suficientes, existem também vários produtos disponíveis ao balcão da farmácia. É importante perceber que existem vários graus de celulite e é fundamental que as mulheres consigam identificar corretamente o seu para que possam escolher o “tratamento” mais adequado, sendo que este é um dos principais motivos que determinam a sua eficácia e resultado final. O ideal será optar por um plano integrado que atue em duas frentes. Em primeiro lugar, de dentro para fora, através de suplementos alimentares, escolhidos de acordo com o grau de celulite da mulher que atuam na raiz do problema e na verdadeira causa da celulite. E depois também à superfície da pele, com uma gama de aplicação tópica que através dos seus agentes ativos e emolientes melhoram a firmeza da pele e permitem a redução de volume nas zonas problemáticas. Esta associação é aquela que permite a obtenção de melhores resultados e de forma mais breve.


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ANDREIA PALMA Farmacêutica

> BEBÉ & MAMÃ HOLON

GRAVIDEZ DE MÊS A MÊS OS DESAFIOS DA AMAMENTAÇÃO A amamentação é considerada, o maior desafio do pós-parto. A ajuda certa permite superar o desafio com sucesso e aporta ganhos para a mãe e para o bebé. Num momento de recuperação e perante a nova realidade da família, a amamentação, que pretende ser um ato natural e carregado de benefícios, pode tornar-se um momento difícil e de insucesso. A falta de apoio e de informação levam muitas mães a desistir do aleitamento. Os primeiros dias são um desafio, mas, o apoio certo, ajuda a ultrapassar as dificuldades. O primeiro passo é perceber se o bebé faz uma pega correta. Uma pega incorreta pode causar dor e potenciar o gretar do mamilo ou, ainda, impedir o esvaziamento da mama, levando ao ingurgitamento, dor e desconforto. Cada bebé e cada mãe são únicos e o mais importante é adequar a amamentação a cada família. Estar informada e ter ajuda

de um profissional de saúde logo ao primeiro desconforto é determinante. Existem algumas dicas valiosas, tais como: – Escolher uma posição confortável que lhe permita relaxar e desfrutar do momento; – Garantir que o bebé faz uma pega correta; – Deixar o bebé mamar até ficar completamente satisfeito; – Oferecer primeiramente a mama em que o bebé não mamou da última vez ou a que mamou em último, de forma a esvaziá-la completamente; – Dependendo de cada bebé, inicialmente, aconselham-se mamadas de 3 em 3 horas; – Não interromper a mamada e deixar que seja o bebé a fazê-lo.

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NÃO TER RECEIO DE PEDIR AJUDA E se os mamilos gretarem? Nesta situação é obrigatório pedir ajuda! A amamentação deverá ser um processo indolor. Falar com um profissional é essencial para ultrapassar e aprender a prevenir estes episódios. Estes conselhos podem ajudá-la nestes momentos: – Inicie a amamentação pelo mamilo que não tem gretas; – Antes e após cada mamada, aplique 2 a 3 gotas de leite materno no mamilo e massaje (função cicatrizante); – Aplique uma pomada cicatrizante e hidratante (lanolina) – esperando sempre que seque antes de colocar o bebé na mama; – Se necessário, recorra a mamilos de silicone para proteger o local afetado ou almofadas de hidrogel frescas para alívio da dor. Quando não são aplicadas medidas de alívio para os mamilos gretados ou correção das causas que levaram a essa situação, a dor e o desconforto podem ser gatilhos para que o bebé não mame o suficiente e não haja esvaziamento completo das mamas. Esta situação pode levar a um acúmulo de leite, uma vez que a mama continua a sua produção, com consequente desconforto e sensação de petrificação da mama. Este fenómeno designa-se ingurgitamento. O ingurgitamento pode ser resolvido amamentando o bebé o maior número de vezes possível. O ideal é começar na mama mais cheia, com objetivo de esvaziá-la, ou extrair o leite em excesso com recurso à bomba extratora até a mãe se sentir confortável. A aplicação de compressas quentes ou a massagem debaixo de água morna facilitam o processo de libertação do leite. O RISCO DAS MASTITES

UM PROCESSO NATURAL Sabia que é o bebé que durante a amamentação, estimula a produção de leite através da sua sucção? É verdade! A mama tem terminações nervosas que, ao serem estimuladas pelo bebé, desencadeiam o processo de produção de leite através de reflexos das hormonas ocitocina e prolactina. Por isso, quanto mais o bebé mamar, maior será a produção de leite.

impreterível pedir ajuda a um profissional de saúde, já que pode ser necessário tratamento farmacológico. A mastite é a inflamação da mama e está associada ao seu esvaziamento insuficiente. Uma mastite pode ser o motivo para o abandono da amamentação, pela dor que causa. Sendo de fácil resolução, o aconselhamento certo pode evitar o pior desfecho. Na verdade, nesta situação, deve sempre continuar a amamentar, mesmo com a mama que tem a mastite. Começar pela mama não afetada facilitará o processo. No fim, e caso a mama não esvazie completamente, é benéfico esvaziá-la manualmente, mais uma vez com a ajuda da bomba ou massajando durante um duche com água morna. Para prevenir as mastites é essencial que se evite a ingurgitação, a compressão excessiva durante a amamentação e a utilização de roupas apertadas.

Em algumas situações, os ingurgitamentos não resolvidos evoluem paramastites. Nesta situação, mais uma vez, é

MITO OU VERDADE TRABALHO DE EQUIPA Conseguir uma pega correta do bebé aumenta o sucesso da amamentação. Deixamos algumas orientações: • O lábio superior do bebé deve estar completamente encostado à mama; • O mamilo e a auréola devem ficar na boca do bebé; • O lábio inferior deve ficar voltado para fora e o queixo encostado à mama.

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As mamadas devem ser muito espaçadas, para permitir que a mama aumente a maior produção de leite. MITO! Para além de armazenarem o leite materno, as mamas estão em constante produção. O bebé vai sempre mamar o que necessitar. Se passar muito tempo sem amamentar, o organismo vai assimilar que está a produzir leite a mais e vai reduzir a sua produção. Pode e deve amamentar sempre que for necessário.


Distinguidos com o Prémio 5 Estrelas* 2021 nas categorias:

*ATL sabonete e ATL creme gordo não estão abrangidos pelo Prémio 5 Estrelas. Laboratório Edol - Produtos Farmaêuticos, S.A. AV. 25 de Abril, n 6º6A, 2795-225 Linda-a-Velha, Portugal Tel.: +351 214 158 130 | Contrib. Nº 507072642 | DMK ATL 45/20 Nov.20


> ESPAÇO HOLON

CATARINA OLIVEIRA Farmacêutica e Gestora Produtos Holon

Check list para as férias Com a chegada do tempo mais quente, todos sonhamos com a Bola de Berlim à beira-mar, um piquenique no parque ou com a viagem que não podemos mesmo perder. Sejam quais forem os planos para as férias, há essenciais que vai ter que levar na mala! A contagem decrescente já começou. Qualquer que seja o seu destino de férias de verão, além de todos os cuidados a ter, reunimos abaixo os essenciais desta estação, para que as tão ansiadas férias corram da melhor forma. Começamos com a dupla: chapéu ou boné e os óculos de sol. Estes utensílios são essenciais na proteção dos fortes raios ultravioleta (UV), presentes na radiação solar. Apesar de não penetrar em profundidade na pele, a radiação UV pode ter efeitos graves através do desenvolvimento de queimaduras solares, envelhecimento precoce e cancro da pele. Já os óculos protegem os seus olhos dos danos associados à exposição solar como, por exemplo, cataratas, caracterizadas pela perda progressiva da transparência do cristalino, e ceratites oculares (inflamações da córnea provocadas pela exposição prolongada a Radiação UV sem proteção). O protetor solar não pode faltar! Com aplicação regular, leve na mala o Solero 50+, com tripla foto proteção, resistente à água, sem ingredientes de origem animal e indicado para proteger a pele de toda a família. Deve, da mesma forma, certificar-se de que leva consigo a Holprotect Loção Apaziguante, uma loção que

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apazigua, alivia e refresca a pele em situações de desconforto como, por exemplo, as picadas de inseto frequentes no verão. A exposição da pele ao sol e ao tempo quente faz ainda com que esta fique mais seca e desidratada. Por isso, é essencial a utilização diária de um creme hidratante como o Holderma Creme Hidratante 500g. Proporciona um cuidado hidratante diário, ideal para a pele seca e sensível do corpo e do rosto de toda a família, incluindo bebés e crianças, a partir dos 6 meses. Coloque também na mala um Kit de Primeiros Socorros com pensos à prova de água e para bolhas, soro fisiológico em unidoses, compressas esterilizadas e iodopovidona, para acesso rápido caso ocorra algum percalço durante as férias. A gama Holbasic, exclusiva das Farmácias Holon, disponibiliza variados produtos de primeiros socorros, a preço acessível, que pode levar na sua viagem. Essencial é também reforçar a ingestão de muitos líquidos (preferencialmente dois litros de água por dia) e evitar a exposição solar entre as 11 e as 17 horas. Mesmo nos dias de vento e nevoeiro, todos os cuidados devem ser mantidos, uma vez que o sol queima sem darmos conta. Para finalizar, votos de boas férias! Encontramo-nos à beira-mar!



> PREVENÇÃO SAÚDE

“TESTE DO PEZINHO” O RASTREIO SALVA-VIDAS Há 40 anos que o “teste do pezinho” é uma rotina que salva a vida de muitas crianças. E evita atrasos neurológicos irreversíveis. O Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (PNDP), coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana, realiza desde 1979 testes a algumas doenças graves em todos os recém-nascidos. Se na primeira colheita, realizada a 14 de maio de 1979, na maternidade Júlio Dinis, no Porto, só se rastreou a fenilcetonúria, atualmente, o painel das doenças rastreadas é constituído por 26 patologias: hipotiroidismo congénito, fibrose cística e 24 doenças hereditárias do metabolismo. «No início estávamos com muito receio. Não sabíamos como é que o rastreio iria ser recebido em Portugal», contou à agência Lusa o médico Rui Vaz Osório, um dos impulsionadores do rastreio

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neonatal nacional, a propósito da celebração das quatro décadas de “teste do pezinho” em Portugal. «Tivemos de vencer todas essas objeções, mostrando claramente que ficava muito mais barato ao Estado prevenir doenças que provocam atraso mental do que suportar depois os custos do doente» ao longo da vida, afirmou o médico. Que adianta: «o que se gastava com o rastreio era dez ou vinte vezes mais barato do que suportar o encargo do doente». GANHOS EM SAÚDE «O Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (PNDP) permite, através do rastreio e da confirmação do diagnóstico,



Entre as doenças rastreadas estão o hipotireoidismo congénito, fenilcetonúria, anemia falciforme e fibrose cística, assim como doenças hereditárias do metabolismo, diferentes tipos de aminoacidopatias, de acidúrias orgânicas e de doenças hereditárias da ß-oxidação mitocondrial dos ácidos gordos (ver caixa). Embora os nomes pareçam complexos e pouco comuns, o importante é perceber que, «para todas as doenças, estudadas neste rastreio, existe tratamento», pelo que «as vantagens para o bebé e para todo o ambiente em que está inserido são claras e evidentes», pode ler-se no site da instituição.

o encaminhamento dos doentes para a rede de centros de tratamento, sediados em instituições hospitalares de referência, contribuindo para a prevenção de doenças e ganhos em saúde», pode ler-se no site do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Rui Vaz Osório adiantou que, ao longo das quatro décadas, foram rastreadas cerca de 3,8 milhões de crianças e detetados mais de 2.000 casos. O médico realçou que «se não fosse o rastreio, todas estas doenças eram diagnosticadas tardiamente» e «as crianças já teriam morrido ou tido atrasos neurológicos irreversíveis». O conhecido “teste do pezinho” é realizado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança. Este exame permite detetar algumas doenças graves que, clinicamente, são muito difíceis de diagnosticar nas primeiras semanas de vida e que, mais tarde, podem provocar atraso mental, alterações neurológicas graves, alterações hepáticas e até situações de coma. O exame deve ser realizado, preferencialmente, até ao sexto dia de vida do recém-nascido – antes do terceiro dia os valores dos marcadores existentes do sangue do bebé podem não ter valor de diagnóstico e, após o sexto dia, alguns marcadores perdem sensibilidade, havendo o risco de atrasar o início do tratamento. NÃO OBRIGATÓRIO, MAS CONSENSUAL O “teste do pezinho” não é obrigatório, no entanto, poucos anos depois do arranque do programa, a cobertura já era de 80% e, atualmente, é de quase 100%. De acordo com o INSA, «os resultados deste rastreio têm sido muito positivos. Mais de 1600 crianças doentes foram rastreadas e tratadas logo nas primeiras semanas de vida, em centros de tratamento especializados, evitando-se graves problemas de saúde».

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DIAGÓSTICO PRECOCE O “teste do pezinho” é útil para identificar diversas doenças, sendo as principais: • Fenilcetonúria: Alteração genética rara, caracterizada pela acumulação de fenilalanina no sangue, que se pode tornar tóxica para a criança, podendo comprometer o desenvolvimento neuronal; • Hipotiroidismo congénito: É uma situação em que a tiroide do bebé não consegue produzir quantidades normais e suficientes de hormonas, interferindo no seu desenvolvimento do bebê e podendo provocar atraso mental; • Anemia falciforme: Problema genético caracterizado por alteração na forma das células vermelhas do sangue, reduzindo a capacidade para transportar oxigénio para as várias partes do corpo, podendo provocar atrasos no desenvolvimento de alguns órgãos; • Hiperplasia adrenal congénita: Doença que faz com que a criança tenha uma deficiência hormonal de algumas hormonas e um exagero na produção de outras, que pode provocar crescimento excessivo, puberdade precoce ou outros problemas físicos; • Fibrose cística: Produção de uma grande quantidade de muco, comprometendo o sistema respiratório e afetando também o pâncreas, sendo importante a deteção precoce.



> NUTRIÇÃO HOLON

DULCE RAMOS Nutricionista

INTOLERÂNCIA À LACTOSE Um terço da população portuguesa sofre de intolerância à lactose. Esta intolerância alimentar está associada a alguns sintomas gastrointestinais que incluem dor e inchaço abdominal, diarreia e náuseas. Saiba como se proteger deste desconforto. A intolerância à lactose está relacionada com a má digestão da lactose, um açúcar naturalmente presente nos laticínios. A principal causa desta intolerância alimentar é a ausência ou deficiência da lactase - uma enzima intestinal responsável pela

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digestão da lactose. A lactose é um dissacarídeo composto por duas moléculas de açúcar ligadas entre si, glucose e galactose. Apenas quando a ligação entre estas duas moléculas é quebrada pela lactase é que é possível digerir corretamente a lactose.


ATENTO AOS SINTOMAS A má digestão da lactose provoca, maioritariamente, sintomas gastrointestinais que incluem dor e inchaço abdominal, diarreia, obstipação, flatulência e náuseas. A intensidade destes sintomas depende, geralmente, da quantidade de lactose ingerida, do grau de deficiência da lactose e do tipo de alimento ingerido. Considerando que a lactose se encontra exclusivamente presente em laticínios, a intolerância à lactose pode levar à diminuição do consumo destes alimentos. Esta redução acaba por originar um menor aporte de nutrientes essenciais como proteína de elevado valor biológico, cálcio e vitamina D. Por isso, é fundamental adotar uma dieta equilibrada que permita assegurar a obtenção diária destes nutrientes nas quantidades adequadas. DIFERENTES NÍVEIS DE INTOLERÂNCIA Os indivíduos intolerantes à lactose podem apresentar diferentes níveis de sensibilidade, que podem alterar-se ao longo do tempo e consoante o estado de saúde dos indivíduos. Tal, poderá condicionar, ou não, a ingestão de determinados alimentos. No caso de indivíduos com sensibilidade moderada à lactose, o iogurte ou o leite fermentado, podem ser uma boa alternativa, possibilitando um consumo adequado dos nutrientes fornecidos pelos laticínios. No caso de indivíduos com sensibilidade elevada à lactose, estes devem evitar estes alimentos ou optar por versões sem lactose. Procure sempre aconselhamento junto de um nutricionista de forma a garantir que o consumo destes alimentos e as suas escolhas sejam ajustados às suas necessidades individuais.

De forma a evitar excluir totalmente os lacticínios da alimentação, outra alternativa consiste em suplementar com probióticos ou prébióticos e suplementos de enzima lactase, os quais ajudam na digestão da lactose e na melhoria dos sintomas gastrointestinais.

GUIA PRÁTICO PARA EVITAR A LACTOSE No nosso dia a dia alimentar são inúmeros os produtos que podem conter lactose na sua composição. Siga o nosso guia prático e, lembre-se, leia sempre a informação nutricional que consta das embalagens. ALIMENTOS: Leite de vaca; Leite de cabra; Leite de ovelha; Leite condensado; Leite evaporado; Leite desnatado; Leite em pó; Iogurtes; Queijo; Manteiga; Natas; Papas lácteas com leite para crianças. PREPARAÇÕES CULINÁRIAS: Puré, empadão, bacalhau com natas, gratinados com molho bechamel, strogonoff, carne e peixe frito ou panado, bolos, sobremesas, crepes, batidos. ALIMENTOS PROCESSADOS QUE PODEM CONTER O ALERGÉNIO: Produtos de pastelaria, gelados, semifrios, chocolate, pudins, margarina, bolachas, pão de leite, cereais de pequeno-almoço, molhos industriais, carnes processadas (salsichas, fiambre, linguiça), refeições pré-confecionadas. INGREDIENTES NA ROTULAGEM: Leite evaporado, leite desnatado, leite em pó, soro, soro de leite, proteína de soro de leite, caseína, hidrolisado de caseína, caseinato, coalho de caseína, lactoalbumina, fosfato de lactalbumina, lactoglobulina, lactulose, lactose, lactato de sódio/cálcio, manteiga.

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> RECEITA SAUDÁVEL

DULCE RAMOS Nutricionista

INGREDIENTES (6 PORÇÕES) 3 BANANAS CONGELADAS 2 COLHERES DE SOPA DE MANTEIGA DE AMENDOIM ORIGENS BIO 60 ML DE BEBIDA VEGETAL DE AMÊNDOA ORIGENS BIO 100 G DE CHOCOLATE 80% DE CACAU 2 COLHERES DE SOPA ÓLEO DE COCO ORIGENS BIO

Informação Nutricional por porção: Calorias (Kcal) 207 | Lipídios (g) 13,5 | Hidratos de Carbono (g) 18,5 | Proteínas (g) 3,3 | Fibra (g) 3,5 | Sal (g) 0,05

GELADO DE BANANA E MANTEIGA DE AMENDOIM MODO DE PREPARAÇÃO: Num processador de alimentos juntar as bananas congeladas, a manteiga de amendoim e a bebida de amêndoa e triturar até obter um creme homogéneo. Encher as formas de gelado com o creme. Colocar os paus de gelado em cada forma. Congelar durante 8 horas. Derreter o chocolate com o óleo de coco em banho-maria. Quando o chocolate estiver totalmente derretido transferir para um copo. Desenformar o gelado, mergulhar no chocolate e deixar escorrer o excedente.

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MANTEIGA DE AMENDOIM: OPÇÃO, MAS MODERADA

Apresenta um elevado valor calórico devendo por isso ser consumida com moderação. É fonte de proteína, tem um elevado teor de fibra e gorduras insaturadas. É rica em minerais como o magnésio, fósforo, potássio, zinco, cobre e manganésio, e em vitaminas, com destaque para a vitamina E, que ajuda na prevenção do envelhecimento das células, e vitaminas B3, B6 e B9, fundamentais para o bom desenvolvimento do sistema nervoso.


1EM CADA 3 PESSOAS

É INTOLERANTE À LACTOSE

SE COSTUMA SENTIR INCHAÇO, INDIGESTÃO OU MALESTAR, É POSSÍVEL QUE TAMBÉM O SEJA FIQUE A SABER SE É INTOLERANTE

SUPLEMENTO ALIMENTAR


ANA TERESA GONÇALVES Farmacêutica

> DERMOFARMÁCIA HOLON

PELE SAUDÁVEL NO VERÃO Os dias mais longos e as temperaturas mais altas são um desafio para manter a pele saudável e protegida. Saiba como aproveitar o melhor do sol, sem prejudicar a sua pele. A pele é o maior órgão do corpo humano. Para além de proteger-nos contra bactérias ou vírus, tem funções sensoriais (tato, frio, dor) e excreta substâncias que precisam ser eliminadas do organismo. Portanto, é essencial cuidar dela, especialmente durante o verão, quando os níveis de radiação ultravioleta (UV) são mais altos e podem danificar mais a pele. A exposição solar tem benefícios, entre eles estimular a produção de vitamina D e a melhoria do humor, mas, ao longo do tempo, pode ser prejudicial. A Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo estima que, em Portugal, os vários tipos de cancro de pele resultem em mais de 400 mortes por ano. Outro dos efeitos negativos da exposição prolongada à radiação UV é o envelhecimento precoce da pele, causando rugas e manchas.

protetor solar deve também ter qualidades como a resistência à água, ter fator de proteção solar (FPS) 30 ou superior e proteger contra UVA e UVB. O couro cabeludo e as orelhas devem ser protegidos com chapéu, prefira os de abas largas, e use roupas que evitem a exposição direta da pele ao sol, de preferência t-shirts com mangas, de cores escuras e com malhas mais apertadas, que oferecem maior proteção. Os lábios são frequentemente esquecidos, procure bálsamos ou sticks labiais com FPS 30 ou superior. E não se esqueça dos óculos de sol (com proteção UVA e UVB), quanto maiores, melhor!

CUIDAR, CUIDAR, CUIDAR! O uso de proteção solar, mesmo em dias nublados, bloqueia os raios solares. Os raios solares estão presentes em todas as estações (não só no verão!) e a pele acumula danos ano após ano. Porém, a maior parte dos danos causados pelo sol ocorre nos meses de verão, sendo a altura do ano em que os cuidados devem ser redobrados. Escolha um protetor solar que lhe agrade, pois isso vai fazer com que o use mais. Aplique uma quantidade suficiente para cobrir toda a pele descoberta, meia hora antes da exposição solar e reaplique a cada duas horas ou depois de nadar ou suar. O seu

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FOTOPROTEÇÃO ORAL Não substitui a aplicação do protetor solar, nem os cuidados com o sol, mas fornece à pele mecanismos de redução de alguns efeitos nocivos da radiação UV. Substâncias como os beta-carotenos, o licopeno e o extrato de Polypodium leucotomos, têm propriedades que podem reduzir estes efeitos.



> ENTREVISTA ESPECIAL

JOAQUIM HORTA «FUI-ME APAIXONANDO» PELO TEATRO A primeira experiência no teatro aconteceu quase por acaso, por insistência de um colega de faculdade. Hoje, Joaquim Horta considera-se um privilegiado por gostar tanto do que faz. H – É conhecido da grande maioria dos portugueses pela sua profissão: ator. Ser ator é um sonho de criança? Joaquim Horta (JH) – Não, não é um sonho de criança. Foi uma paixão que descobri mais tarde. Estava a estudar Geografia, quando um colega insistiu comigo para me inscrever no grupo de

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teatro da Faculdade de Letras. Foi aí que tudo começou. Passava mais tempo no auditório da cantina velha do que no curso e, como resultado disso, chumbei o ano. Resolvi candidatar-me à Escola Superior de Teatro e Cinema, entrei e aqui estou.


H – Numa entrevista, revela que na infância houve uma altura em que queria ser palhaço. Conte-nos tudo! JH – Sim, em criança houve uma altura que dizia que queria ser palhaço. Isto porque gostava dos palhaços, gostava de rir e a ideia de rir e de fazer rir parecia-me divertida. Tornei-me ator. Não está muito longe! H – Foi “amor à primeira vista” ou foi-se apaixonando por esta arte? JH – Não, não foi amor à primeira vista. Fui-me apaixonando. Lembro perfeitamente que, no grupo de teatro Letras, havia quem tivesse essa paixão. Mas, na altura, eu pensava que aquilo era mais uma experiência. Com o passar do tempo, veio a revelar-se que não era assim. Hoje, acho que sou um privilegiado, por gostar tanto do que faço. H – Este é um meio exigente. O que é preciso para vingar? JH – Trabalho. É claro que é preciso alguma sorte. É preciso que as oportunidades apareçam. É preciso talento. Mas o fator determinante é o trabalho. H – Teatro, televisão ou cinema? Qual prefere e porquê? JH – A minha preferência é o teatro, foi aí que tudo começou. Acho que é a essência e é sem dúvida onde eu tenho mais prazer. O processo de trabalho no teatro é diferente, é tudo feito com outro tempo, com outra forma de estar. Há mais tempo de ensaios, em que vamos experimentando, testando, com base em muita tentativa e erro. Muita discussão coletiva e todo esse processo agrada-me. H – Que projetos tem atualmente “em cena”? JH – Agora, estou a integrar a novela “Rua Das Flores”, que está neste momento a passar na TVI, no horário das 7 da tarde. É um projeto muito bem-disposto e divertido. E também tenho um projeto de teatro “Memórias de Uma Falsificadora”, que esteve em cena no Teatro São Luiz e que está agora disponível para circular. H – O que gostaria de fazer, profissionalmente, que ainda não fez? JH – Não sei. Confesso que não penso muito nisso. Felizmente, tenho tido a sorte de poder fazer projetos muito variados e acho que isso é um privilégio muito grande. Não tenho assim “um projeto” com o qual sonhe realizar um dia. H – Tem 3 filhos. Quais os “truques” para conciliar a vida profissional exigente de ator e a vida familiar? JH – Eu acho que o trabalho e a família não se conciliam, ou se está a trabalhar ou se está em família. Aquilo que tenho tentado fazer

é trabalhar menos, para poder estar mais tempo com a família, porque acho que é muito importante especialmente nestes primeiros anos. É claro que gosto muito do que faço e tenciono voltar a fazê-lo no horário mais alargado no futuro, como é óbvio. H – A Saúde é uma preocupação para si? Em que medida? JH – Saúde não é uma preocupação, porque felizmente não tenho nenhum problema de saúde. Claro que tento ter alguns cuidados, procuro levar um estilo de vida saudável. Algum cuidado com a alimentação e fazer exercício físico. H – Têm algum hobby? Qual? JH – Sim, as motos! São uma paixão que descobri, também já mais tarde, e por causa da minha profissão. Tive de fazer um personagem que andava de moto, por isso resolvi tirar carta e descobri que aquele era o meu veículo de eleição. Tornou-se também numa grande paixão. Andar de moto, viajar de moto. Tanto que até acabei a organizar um evento em torno da cultura motociclista, o Lisbon Motorcycle Film Fest, que aconteceu no último fim de semana de maio, no cinema São Jorge. H – O que o faz feliz? JH – Eu sou fácil de contentar. Não preciso de grandes coisas para ser feliz. Sou muito apaixonado pela vida, muito apaixonado pelo que faço e isso deixa-me muito feliz. A família também é um sítio onde me sinto muito feliz, portanto acho que, felizmente, tenho boas e grandes razões para viver feliz. H – O que é que o tira do sério? JH – A falta de educação. Tenho muita dificuldade em compreender porque é que as pessoas faltam ao respeito às outras. Não consigo perceber, porque é que algumas pessoas têm muita dificuldade em deixar de olhar para o seu umbigo e olhar à volta, tentar compreender e colocar-se no lugar do outro. Acho que é isso que me tira do sério.

JOAQUIM MIGUEL LOPES HORTA Idade: 48 anos Filme: “Blade Runner” Livro: “Admirável Mundo Novo” Viagem: Fiz os Estados Unidos, costa a costa, de carro. Comida preferida: Gelado

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> AO SERVIÇO DA COMUNIDADE

FUNDAÇÃO DO GIL «O LUGAR DE UMA CRIANÇA NÃO É O HOSPITAL» A unidade de Cuidados Domiciliários Pediátricos, da Fundação do Gil, é a resposta que muitas famílias encontram para lidar com a doença crónica dos mais novos. Um projeto multidisciplinar que já apoiou mais de 5 mil crianças. O projeto dos Cuidados Domiciliários Pediátricos nasceu com um pedido específico do Hospital de Santa Maria: apoiar as crianças com doença crónica que passavam períodos muito prolongados nos hospitais. Patrícia Boura, Presidente Executiva da Fundação do Gil, explica que a doença crónica é multidimensional, «para além da questão clínica, existem questões sociais que

vêm acopladas à doença e que afetam as crianças e as suas famílias». Tendo isto em conta, a Fundação do Gil criou, em 2006, os Cuidados Domiciliários Pediátricos que, no entender da responsável, «pode evitar internamentos desnecessários e prevenir, na origem, a degradação psicossocial da criança e da família».

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CUIDAR SEMPRE MAIS Em 16 anos de história foram realizadas quase 30 mil visitas domiciliárias e apoiadas mais de 5 mil crianças, e respetivas famílias. Os benefícios são variados: a gestão da Saúde, «com a estabilização da doença, a redução do número de internamentos, e a melhoria do bem-estar físico da criança»; a gestão Social, «através do reforço da capacitação do cuidador principal e autonomização da família, a prevenção de situações de degradação psicossocial e de exclusão social, a promoção do regresso à vida ativa e a viabilização do regresso à escola»; benefícios emocionais, «com o aumento da autoestima do cuidador e da família, a melhoria das relações parentais e dinâmicas familiares e o aumento do sentimento de apoio através do acompanhamento técnico e do contacto com grupos de pais». MENOS INTERNAMENTOS Esta iniciativa pioneira no apoio à reinserção destas crianças nos seus ambientes de origem veio permitir: «levar o hospital a casa, ou seja, capacitar a formação e autonomização da família e a reintegração no mundo exterior e na vida escolar», até porque, como sublinha, «o lugar de uma criança não é o hospital». APOIO MULTIDISCIPLINAR Assente numa abordagem multidisciplinar, o trabalho das equipas de Cuidados Domiciliários Pediátricos da Fundação do Gil, em parceria com os hospitais, «aumenta os níveis de conforto, atuam no controle dos sintomas e administram as terapêuticas necessárias, num ambiente mais protegido e adaptado à criança doente», descreve. Num vídeo disponível no site da instituição, a enfermeira Filipa Vieira, especialista em Saúde Materna e Infantil no CMIN, acrescenta «é preciso muito empenho e dedicação dos pais para ajudarem a fazer o tratamento em casa». Atualmente, o serviço funciona em parceria com alguns hospitais públicos: Hospital de Santa Maria e Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e Hospital de S. João e Centro Materno Infantil do Norte – CMIN, no Porto. No final de 2017, entraram em funcionamento as primeiras unidades de Cuidados Pediátricos Integrados (CPI), nas quais se incluem os Cuidados Paliativos Pediátricos (CPP), em parceria com o Hospital de S. João e o CMIN. Já, em 2020, o apoio foi alargado ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, e, atualmente, a Fundação do Gil tem a ambição de criar o primeiro Hospital Domiciliário Pediátrico. «Podemos levar o hospital a casa», explica a médica pediatra Susana Pinto, do CMIN, reforçando: «Há muito trabalho a fazer e há muito mais crianças às quais podemos chegar. Se todos trabalharmos no mesmo sentido, podemos dar uma melhor qualidade de vida ao tempo de vida destas crianças».

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Sem os Cuidados Domiciliários Pediátricos da Fundação do Gil muitas crianças seriam obrigadas a permanecer hospitalizadas, por períodos longos e indefinidos. A instituição garante que, com este programa, já conseguiu «a redução de 45% da frequência de reinternamentos, o aumento do bem-estar emocional da criança em 62%, o aumento da saúde física das crianças em 48%, o aumento da autonomia clínica das famílias em 46%, e o aumento do grau do sentimento de apoio clínico das famílias em 42%», segundo os dados de uma avaliação Social Return on Investment.

EFEITOS DA COVID-19 A pandemia da Covid-19 «acentuou e agravou as necessidades sociais de muitas famílias abrangidas pelo projeto. Em resposta, a Fundação do Gil reforçou o apoio clínico com a teleconsulta e apoio psicológico, através de visitas presenciais «permitindo às famílias continuarem a receber o apoio adequado para lidar com a doença crónica em tempos de pandemia». O apoio social ficou assegurado por via da entrega de medicação e material essenciais ao dia a dia destas famílias. Esta intervenção «trouxe benefícios na diminuição do isolamento social das famílias e mostrou que os cuidados de proximidade são uma mais-valia para o controlo sintomático das crianças e para a qualidade de vida dos cuidadores».


> MONTRA EM DESTAQUE

VALDISPRO Valdispro Natur Sono são gomas naturais para dormir com gelatina de origem vegetal, melatonina extra forte 1,9 mg, e extrato de erva cidreira. Valdispro Natur Stress Relax são gomas naturais para gerir o stress com gelatina de origem vegetal, GABA, ácido fólico e extrato de rodiola. As gomas Valdispro não contêm corantes artificiais nem gelatina animal e não causam habituação. Produtos Vegan. Suplementos alimentares.

CALADRYL GEL DERMA SOS Gel Com Aloé Vera, Glicerina e Mentol Utilizar em caso de: • Exposição exagerada a fontes de calor • Exposição excessiva aos raios solares • Incómodo provocado por insetos

LISOLAC Sabia que 1 em cada 3 pessoas é intolerante à lactose? A intolerância à lactose traduz-se na incapacidade do organismo digerir a lactose, o açúcar naturalmente presente no leite. Explica-se pela perda total ou parcial da capacidade do organismo produzir a enzima lactase, responsável pela digestão da lactose. Lisolac é um suplemento alimentar composto pela enzima lactase, que melhora a digestão da lactose reduzindo, assim, os sintomas associados à intolerância à lactose.

SPIDIFEN EF Sabe que há uma solução para aliviar as dores mais depressa? Spidifen EF contém ibuprofeno e arginina. A arginina, que é um aminoácido e como tal faz parte das nossas proteínas, acelera a absorção do ibuprofeno que é um analgésico anti-inflamatório (combate a dor). Com a arginina o Ibuprofeno é absorvido 3 vezes mais rápido! Por isso…Spidifen EF atua mais depressa! Spidifen EF está indicado em:  dor de cabeça  dor de dentes,  dor de costas  dores musculares  dores menstruais  gripes e constipações Spidifen EF, 1 comprimido até três vezes por dia. Spidifen EF é mais rápido no alívio da dor!! Informações essenciais compatíveis com o RCM disponíveis na imagem acima.

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> SAÚDE INFANTIL

Jaba Recordati

AFEÇÕES DA BOCA NOS BEBÉS OU SAPINHOS A candidíase oral ou doença dos sapinhos, como também é popularmente conhecida, é uma infeção fúngica comum no primeiro ano de vida das crianças. É uma patologia facilmente tratada, embora possa levar a complicações graves quando sistemática ou identificada em crianças imunocomprometidas. O que é a doença dos sapinhos? É uma infeção fúngica causada pelo aumento excessivo de candida spp, sendo a estirpe mais responsável por infeções orais nas crianças: a C. albicans. A candida spp está presente na pele, na boca, no trato intestinal e na área genital de todas as pessoas, sendo até um dos agentes patogénicos mais frequentes, no entanto em valores controlados. A infeção por candidíase pode ser aguda ou crónica, manifestar-se de forma mucocutânea, cutânea ou sistémica e levar a lesões superficiais ou profundas. A candidíase mucocutânea é a que aparece na cavidade oral da criança. O sapinhos é contagioso? O fungo que provoca sapinhos é transmissível, havendo duas formas de contágio: vertical ou horizontal. A infeção é vertical quando é transmitida da mãe para o filho durante o nascimento ou através da amamentação, já que, como foi visto, o fungo existe no corpo da mãe; ou pode ser identificada como horizontal quando a contaminação ocorre a partir do meio ambiente, como por exemplo, material não higienizado (chupetas, biberons). Qual a causa do sapinhos? Os bebés podem desenvolver candidíase na boca de várias formas. No entanto, a principal deve-se à imaturidade do sistema imunológico, que ainda não está suficientemente forte para combater infeções, daí haver

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um risco maior em bebés prematuros. Outros motivos como os fatores ambientais, antibióticos, corticoides, alimentação parental, infeção hospitalar, restrição do crescimento intrauterino e hipertensão materna, também podem levar a criança a ter sapinhos na boca. A candidíase apresenta-se maioritariamente assintomática quando identificada em adultos, porém, em bebés, os sintomas são visíveis. Sintomas de sapinhos no bebé: Língua branca ou amarelada; Manchas brancas nos lábios, gengivas, bochechas internas e céu-da-boca; Dor de garganta; Vermelhidão na boca; Ardor na boca; Fissuras nos lábios. Como tratar o sapinhos? Para haver um diagnóstico é essencial que a criança seja consultada por um profissional de saúde (médico ou farmacêutico). Após uma análise adequada, o possível tratamento para candidíase oral passa por antifúngicos tópicos, em gel ou líquidos. Para mais informações consulte https://www.bolasdesabao.pt/



> HOLON ATIVA A mente ativa é uma mente com mais saúde. Aproveite todas as oportunidades para tirar alguns minutos para se distrair e desfrute dos passatempos que lhe propomos. 1. Sopa de letras Descubra as 9 palavras, na horizontal e vertical, relacionadas com Saúde e Bem-estar. D B H U Ç O C A O D

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