19 Março 2009 Quinta-feira
Edição nº 13 | Quinzenal Agenda Cultural Faialense DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
FAZENDO Boletim do que por cá se faz.
“Pai, quando crescer gostava de ter um planeta para viver.”
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COISAS... compostas FICHA TÉCNICA
Crónicazinha... PEDIDO À CÂMARA MUNICIPAL Seguindo o repto da Câmara Municipal da Horta, desde há um ano que separo escrupulosamente todos os resíduos que produzo. Para um lado vão os vidros, para outro os resíduos de embalagens plásticas, para um terceiro grupo, o papel e o cartão, e para um final os chamados indiferenciados. Por aquilo que consegui observar no último ano, em termos de volume, cerca de um terço dos meus lixos vão para o aterro e os outros dois terços vão para a Central de Triagem. Em termos de peso, não é assim. Tirando o vidro, de facto, as embalagens são, por definição leves, portanto, em termos de peso, o resultado é o inverso. Talvez não seja relevante, mas é apenas para termos uma ideia. Porque o meu trabalho me permite saber isso, posso partilhar que este padrão se repete por todos os Açores. Um terço dos nossos resíduos são realmente indiferenciados. Não gosto da palavra “indiferenciado”. É um pouco estranho falar em “indiferenciados”... Dá ideia que somos incompetentes. Nada é indiferenciado. O que lá está pode ser distinguido facilmente, basta olhar para identificar os sub-componentes. É apenas uma forma confortável de dizer que isto já não dá para mais nada. Inverdade! Estava então eu aqui a pensar com os meus botões “o que é que vai para os indiferenciados?” ou “porque é que não posso aproveitar um pouco melhor ainda os chamados indiferenciados?”
Para encontrar a resposta tive que fazer um trabalho sujo... Mergulhei no caixote do lixo e comecei a verificar o que é que lá estava dentro. Como dizem os americanos, “é um trabalho sujo, mas alguém tem que o fazer!”. Por falar nisso, e já que estou a falar na Câmara Municipal da Horta, aqui vai o meu muito reconhecido e agradecido “muito obrigado” para os seus trabalhadores que recolhem o lixo e os que trabalham no Centro de Triagem e no Aterro Sanitário. Não é um trabalho fácil e, graças a vós, temos uma grande qualidade de vida! Estava então eu a abrir o saco de plástico com os meus lixos e a fazer o respectivo inventário. Encontrei muitas fraldas de bebé... usadas... Bahhh, que nojo. Odeio aquele cheiro! Havia também areão de gato, tecidos velhos, um botão partido, pó e pelos de gato, resultado da limpeza da casa, e resíduos orgânicos. Primeira constatação: bela triagem! Este é um lar ecológico, não havia qualquer resíduo que pudesse ter aproveitamento pelas outras vias. Em termos do que está institucionalizado pela Câmara Municipal, estou a cumprir. No entanto, será que podia ir mais longe? Estamos numa ilha pequena e, portanto, não há grandes hipóteses de aproveitar energeticamente os pelos de gato, o pó, o botão partido e os velhos tecidos. Lamento, mas no Faial, essa parte terá mesmo de ir para o aterro. Já em relação às fraldas do bebé, sei que estão empresas a tentar entrar no mercado para assegurar o seu processamen-
to. Tenho dúvidas que comecem pelo Faial, visto que o mercado é pequeno (temos poucos bebés...), mas logo que entrem nos Açores, por favor, cativem-nos para virem também ao Faial recolher fraldas usadas. A outra componente é constituída pelos chamados “orgânicos”. Para reduzir esta componente, ela terá que ter um destino útil. Sei que a Câmara Municipal tem compostores em alguns dos seus jardins públicos. Ou seja, há locais disponíveis na nossa cidade em que são colocados alguns dos resíduos orgânicos que são depois transformados em solo ou fertilizante. Excelente! Agora, aqui vai o meu pedido: “por favor, indiquem-me que resíduos posso colocar nos vossos compostores e onde é que eles estão colocados?” Por favor, digam-me. Já agora, digam também aos restantes faialenses que estejam (ou estão?) tão obcecados com a redução de “indiferenciados” como eu, talvez colocando um anúncio no jornal ou na rádio. Sei que coisas, como por exemplo restos de carne, não podem ir para os compostores, mas, curiosamente, os restos de café podem. Confirmam? Qual é o meu objectivo pessoal? O meu objectivo é atingir as metas europeias. Quero ter apenas 13% dos meus resíduos classificados como indiferenciados e depositados em aterro. Até lá, vou integrar a BALA, um grupo de acção directa urbana cujo o acrónimo significa Brigadas Anti Lixo dos Açores.
Frederico Cardigos
Gatafunhos e Mata Borrões
FAZENDO Isento de registo na ERC ao abrigo da lei de imprensa 2/99 de 13 de Janeiro, art. 9º, nº2. DIRECÇÃO GERAL Jácome Armas DIRECÇÃO EDITORIAL Pedro Lucas COORDENADORES TEMÁTICOS Catarina Azevedo Luís Menezes Luís Pereira Pedro Gaspar Ricardo Serrão Rosa Dart COLABORADORES Ana Correia Aurora Ribeiro Ecoteca do Faial Fernando Menezes Frederico Cardigos Ilídia Quadrado Inês Martins Maria Carreiro e Silva Teatro de Giz Tomás Silva GRAFISMO E PAGINAÇÃO Vera Goulart veragoulart.design@gmail.com Ken Donald ILUSTRAÇÃO CAPA Pedro Gaspar PROPRIEDADE Associação Cultural Fazendo
Tomás Silva http://ilhascook.no.sapo.pt
Chegadas, Arrivals, Arrivées... NOME:Eva Giacomello IDADE: 38 anos ORIGEM: Verona, Itália DATA DE CHEGADA: Julho de 2002 PROFISSÃO:Bióloga CASA: Alugada
Porque veio?
É uma história longa. Vim fazer trabalho de campo para o meu doutoramento. O meu companheiro Mirko estava cá a fazer o seu doutoramento e eu vim para cá nos verões de 2002, 03, 04 e 05. Era um trabalho sobre a reprodução do caboz e mergulhávamos na
rampa da doca, onde há uma comunidade de cabozes. Tínhamos que mergulhar muito cedo porque “infelizmente” a caboz reproduz-se de manhãzinha.
Porque ficou?
Eu ficava só esses meses do verão e depois voltava para Itália. Depois de 2005 fiquei dois anos em Itália, trabalhava lá e fazia pesquisa na universidade. Mas sentia muito a falta desta ilha e já estava um bocado farta da vida stressada de Itália. E além disso sempre tinha pensado que gostava de viver perto do mar e em Verona não é possível. Depois o Mirko arranjou trabalho no DOP em abril de 2008 e eu deixei tudo para vir com ele procurar trabalho cá. E em fevereiro deste ano comecei a trabalhar no DOP, num projecto sobre montes submarinos, que são muito comuns aqui nos Açores. Estamos a estudar o monte Condor de Terra, a sudoeste do Faial.
O que gostas mais aqui?
É a natureza. Este é um dos sítios mais lindos
que eu nunca vi na minha vida: tem flores, tem verde, tem o oceano e o contacto com a natureza é muito forte. E gosto muito da vida simples. É fácil falar com pessoas e há mais contacto do que numa grande cidade. Também estou a gostar bastante da vida cultural da Horta. Houve uma evolução grande desde 2002. Há mais sítios, como a CASA e a biblioteca, que eu gosto muito, e há mais oportunidades de ouvir música ao vivo, de ir ao teatro e ao cinema. Ao mesmo tempo têm desabrochado novas bandas. Quando tu vives numa cidade grande tens a impressão de que há muitas coisas para ver e fazer mas não tens tempo para elas. Aqui dá para fazer mais coisas do que no continente.
Até quando?
Não faço ideia. Por o momento vai ser concerteza alguns anos. Depois vamos ver o que acontece!
Aurora Ribeiro http://ilhascook.no.sapo.pt
SEDE Rua Rogério Gonçalves, nº18, 9900-Horta PERIODICIDADE Quinzenal Tiragem_400 IMPRESSÃO Gráfica O Telegrafo, De Maria M.C. Rosa CONTACTOS Vai.se.fazendo@gmail.com http://fazendofazendo.blogspot. com DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Cinema e Teatro DESCULPA PÁ PIPOCA Desventurado filme de Anthero
TANXARINA (20 e 21 de Março) Teatro de Fantoches,Workshop e Espetáculo de Sombras Chinesas, dias 20 e 21 de Março
Não sou conhecedora de Anthero nem nunca tinha visto nenhum filme do Zeca Medeiros. Nem sequer sou açoriana. Mas este olhar puramente cândido pode ser útil para uma crítica honesta e distanciada do filme. O problema deste filme não é a falta. A este filme não lhe falta talento, nem conhecimentos nem sequer dinheiro. Por outro lado sobra tudo por todos os lados. O talento começa na pedra basilar do filme e é aliás a sua salvação: Raúl Resendes é a melhor junção de técnica e entrega, em cujo rosto e corpo passam as mais humanas e dramáticas expressões, ele é absolutamente, Anthero. E é Anthero de uma forma tão coerente e constante que me deixou a questão de como seria possível que tão espantoso protagonista nunca tivesse protagonizado nada de conhecido antes. Mas há mais talento e arte: temos a Maria do Céu Guerra, só que muito mal aproveitada, com o rosto quase sempre preso no mesmo enquadramento e na mesma expressão contida, como se de um único sentimento fosse construída a sua personagem. E por muitos outros rostos também há laivos de entrega e de técnica. Mas as direcções que tomam são de tal forma opostas e confusas, que a sua beleza acaba por se esvair, perdida. Tentam encontrar-se soluções para o filme que não passam de construções recorrentes e que só realçam o vazio da ideia chave que é essencial em qualquer obra. Não há espaço para a coerência, nem para um enchimento interior que descasque o exterior. É tal a vontade de querer enfiar ideias e é tão desengonçada a mistura de linguagens e estilos, que o que soçobra aqui é a sensação de salganhada. E uma salganhada nunca é um resultado da falta. É sempre um resultado da sobra. Sobram soluções, sobram linhas narrativas, sobram planos, sobram roupas, sobra de tudo um pouco. É verdade que em Portugal há pouco dinheiro para o cinema. Há mesmo pouquíssimo dinheiro para o cinema. Mas também é verdade que não há nenhuma garantia de bom aproveitamento do dinheiro no caso remoto de grandes quantias serem injectadas no cinema português. Por isso as queixinhas da falta de orçamentos já chateiam um bocadinho. Mas o que é mesmo inaceitável é construir um filme de duas horas, com mais do que duas mãos cheias de actores, com incontáveis décors e de localizações, e ainda ter a lata de conceber e incluir infinitas cenas de má qualidade estética e dramatúrgica com o único intuito de justificar os problemas do filme com a falta de orçamento. Não há paciência... Paris!? Nem precisavam de sair sequer de Ponta Delgada para se fazer um bom filme sobre Anthero. Talvez nem fosse preciso sair do rosto de Raúl Resendes!
Aurora Ribeiro http://estranho-amor.blogspot.com
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Integrado no III Festival de Teatro do Faial, o Teatro de Giz tem a honra de anunciar a presença do Grupo de Teatro de Marionetas Galego “Tanxarina”, no próximo fim-desemana, 20 e 21 de Março, na Horta. Desta feita o fim-desemana é dedicado às famílias e temos dois espectáculos e um workshop dirigidos aos mais miúdos mas também aos mais graúdos. Na sexta-feira os Tanxarina apresentam, no Teatro Faialense, pelas 21:30h, o espectáculo de fantoches “Os Narigudos”. No Sábado as actividades começam pela manhã entre as 10:30h e as 12:30h com uma oficina de construção de fantoches dirigida a pais e filhos (inscrições pelos telefones 962880801 e 968856308, ou teatrodegiz@gmail.com). À noite os “Tanxarina” prometem deliciar-nos com o espectáculo de sombras chinesas “Sombeiros sen Chapéu”. Contamos com a vossa presença.Saudações teatrais! Teatro de Giz
Já foi visto... “Silvestre”
Uma película de João César Monteiro Apesar das más línguas, o que é certo é que Manoel de Oliveira e João César Monteiro conseguem ser dos poucos realizadores portugueses que mais se aproximam de ter uma “legião de fãs”- estrangeiros e não só. Coisa que outros, que pretendem ser mais populares, não conseguem. Porque tentar agradar às Massas é estúpido e ingrato. João César Monteiro - “Silvestre”, 1982 Melhor é tentar agradar às Musas. “Silvestre” é o nome masculino de uma princesa que vai à guerra, conto tradicional contado numa linguagem teatral, poética, quase mágica. Com raízes nos cancioneiros e nas pinturas medievais, e a pincelada fotográfica de um dos melhores directores de fotografia que Portugal já teve: Acácio de Almeida, um senhor que bem merecia ser nomeado para o Óscar. Mas as Musas não se metem com os Óscares.
Aurora Ribeiro http://estranho-amor.blogspot.com
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COMICHÃO NO OUVIDO Música
A FÍSICA E A QUÍMICA DA MÚSICA (II)
Para além dos processos físicos de produção de som, a música também tem muito de matemática. O ouvido humano consegue identificar 1400 intervalos diferentes na amplitude audível dos 20
aos 20000 Hz, mas as diferenças entre intervalos são tão insignificantes que teve de ser criar um padrão. Os estudiosos aperceberam-se que numa oitava, se poderia criar uma subdivisão de 21 notas, onde qualquer som do espectro de 1400 intervalos se aproximaria de alguma dessas notas com uma margem de erro mínima. E assim nasceu a primeira escala cromática Ocidental – A escala justa. Em linguagem corrente, os sustenidos e bemóis não coincidiam - Um Do sustenido não era o mesmo do que um Re bemol. Assim, entre o Do e o Re, havia três intervalos – Do/ Do #, Do # / Re b, Re b/Re. No entanto, esta primeira escala era confusa, e apesar de pura nos intervalos numa determinada tónica, quando se efectuava uma transposição esses mesmos intervalos já não soavam bem. Surgiu então a necessidade de simplificar a oitava para 12 notas, através do aumento dos intervalos cromáticos até à sobreposição dos sustenidos com os bemóis (Do / Do # = Re b / Re). Esta simplificação criou a escala cromática ainda hoje utilizada na música – a escala temperada. Uma particularidade curiosa é o facto de o intervalo entre as notas não ser todo igual, não sendo portanto uma divisão exacta. Por exemplo, o intervalo de meio-tom entre o Si e o Do é superior ao intervalo de meio tom entre o Mi e o Fa. Obviamente que esta diferença não é perceptível ao ouvido humano normal, apesar de ainda termos a capacidade de subdividir os meios-tons existentes em quartos de tom. A escala temperada permite fazer transposições onde os mesmos intervalos soam bem, pois apesar de não serem puros, criam o melhor compromisso em termos de harmonia nas diferentes escalas. Mas outros temperamentos têm vindo a ser explorados na história da música. Bach, no Séc. XVIII, escreveu uma série de 24 prelúdios e fugas, cobrindo as 24 tonalidades maiores e menores, chamada de O Cravo Bem-Temperado. Este está referenciado como o primeiro trabalho que se tem registo que explora todas as tonalidades. Hoje
em dia, temos a escala indiana que é composta por 22 tons, todos eles baseados em intervalos acusticamente puros. Existem ainda outras escalas micro tonais alternativas, baseadas em intervalos acústicos perfeitos, como a escala de Partch, com 43 sons em intervalos puros, e as escalas propostas por Wendy Carlos: alfa (17 tons), beta (20 tons) e gama (36 tons). Ao longo do tempo, tem-se procurado uniformizar o fraccionamento da oitava no sentido de permitir uma mesma linguagem universal, uma melhor comunicação e uma simplificação dos instrumentos musicais. Imagine-se o que seria adoptar uma escala justa no piano, que é um instrumento temperado. Ou ficaria com o dobro do comprimento, ou apresentaria uma amplitude muito menor em termos de oitavas. Já o contrabaixo ou o violino são instrumentos não temperados, podendo o músico adaptar as notas a qualquer escala racional ou irracional. Muitos milhares de páginas seriam necessários para explicar a relação da física e da matemática com a música, mas talvez não seja assim tão importante para o músico, sê-lo-á mais para o cientista. O músico, profissional ou amador, tomará este texto como uma mera curiosidade, mas acima de tudo, aumentará o respeito pela construção e composição musical, ao se aperceber da dimensão da teoria que poderá estar por detrás de uma simples melodia. Talvez este texto não sirva mesmo para nada, pois muitos começarão a lê-lo e talvez nenhum chegue a esta frase. Mas a mim interessou-me ler alguns artigos sobre este assunto, e decidi partilhar com os leitores do jornal. Apenas isso. Quanto à química da música, ela não se explica. sente-se.
Fausto
Já foi ouvido...
À DESCOBERTA
HEAVEN OR LAS VEGAS Cocteau Twins 1990
THE PAINS OF BEING PURE AT HEART
The Pains of Being Pure at Heart 2009
The Pains of Being Pure At Heart viajam pelo universo indie da música, percorrendo uma melancolia harmoniosa e envolvente. Um certo ambiente psicadélico a fazer lembrar Mazzy Star transporta-nos para um clima de mistério e encantamento, algo que as mulheres conseguem fazer muito bem. Com um predominante registo de teclas, os temas apresentam refrões fortes, e bem construídos, explorando temáticas por vezes depressivas e profundas do comportamento humano, decorrentes do simples acto de viver. As vozes femininas em constantes sobreposições criam uma tridimensionalidade sonora quase viciante, como se nos falassem perto do ouvido ao mesmo tempo que nos envolvem com os seus braços longos e esguios. Nota-se também alguma intimidade neste trabalho, como se se abrissem as portas dos corações e nos permitissem entrar e conhecer todos os seus dramas. A ouvir. F.
GRRR...
Bishop Allen 2009 Este novo trabalho apresenta um som cristalino, limpo. As guitarras têm brilho, a bateria tem firmeza, e as harmonias são dinâmicas. O conjunto de guitarras, shakers e sopros formam um todo homogéneo interessante. Grrr…, de raiva, ou talvez não. O som é energético mas não agressivo, e as melodias são tão simples, que até podem servir para acalmar criancinhas obstinadas. Este novo trabalho tem 13 faixas muito boas, e constitui para os músicos uma espécie de libertação estilística do álbum anterior (Charm School). Para quem ouve e não conhecia (o que é o meu caso), apercebe-se de uma sensação estranha: ao mesmo tempo que as músicas parecem familiares e próximas, o álbum respira novidade e uma sonoridade única. Acima de tudo, é divertido e bastante criativo, numa abordagem à música que me agrada – simplicidade. F.
No Fundo do Baú deste número, trazemos mais um disco de referência mundial, ou mesmo universal, pois a música das Cocteau Twins por vezes toca as estrelas. Heaven or Las Vegas é um disco quase perfeito lançado pelo grupo escocês em 1990. E este facto deve-se precisamente à intemporalidade das músicas e de algumas referências sonoras que para a época em que nasceu já se poderiam considerar do passado e futuro ao mesmo tempo, mas não eram. As batidas electrónicas crispantes conjugadas com os sintetizadores monolíticos dos anos 80, e sublimadas com a voz angélica e doce de Elisabeth Fraser, criam ambiências de puro êxtase, densas e envolventes. Uma das particularidades deste álbum, talvez o mais marcante da carreira das Cocteau Twins, é o facto de grande parte das músicas se referirem ao nascimento da filha de Fraser, Lucy Belle, tais como “Pitch the baby” ou “Fifty-fifty Clown”. Este trabalho conseguiu alcançar os tops britânicos após o seu lançamento, mas não passou de um 7º lugar. Não é de estranhar, pois se ainda hoje se pode considerar uma sonoridade alternativa, ainda mais o seria em 1990, tendo criado uma natural relação amor/ódio com o público. Um factor relevante na carreira dos Cocteau Twins continua a ser a sua originalidade. Nada mais neste mundo é parecido com Heaven or Las Vegas, que parece continuar a ter uma gaveta muito própria no armário gigante da história da música.
F.
Arquitectura e Artes Plásticas PVC CONTA-ME COMO VAI SER
Kishi Kurokawa - “Floating City”, Kasumigaura Perspective, 1961
Chego ao Faial, aterrando de helicóptero na cobertura do museu dos Capelinhos, aquele que outrora esteve enterrado: o betão é natureza, tal como o Ilhéu dos Capelinhos que já esteve ligado a terra. Tudo se transforma. Entro no carro, ligo os painéis solares, iço a eólica e vou em direcção aos Cedros, cidade germânica do início do século XXI. Passo sem parar, numa cidade sem zonas pedonais não se pára. Passo o Salão, a Ribeirinha, Pedro Miguel, vilas com pouca arquitectura. As pessoas optam cada vez mais por viver no centro da Horta que já avisto. É aqui na ponta da Espalamaca que estão a construir a ponte para o Pico, a primeira ligação entre ilhas
açorianas construída acima do nível do mar. A descida em direcção à Horta é uma encosta virada a sul onde só é permitido construir eco-casas, enterradas no verde, só com os vidros de fora e com uma ventoinha na cobertura de relva, todas com vista para a Horta e todas nesta encosta que, cheia de betão, continua verdejante como antes. Chego à Horta pelo túnel que passa por baixo do parque desportivo da Alagoa e só depois de sair e olhando pelo espelho retrovisor consigo ver o tão falado estádio do Fayal Sporting da Horta. Aí, do lado esquerdo, reparo que ainda está em construção o terminal de cruzeiros onde já aportam os ultra rápidos barcos que interligam os Açores. Sigo pela Marginal junto às casas. Na Avenida, bicicletas, tricicletas, crianças e esplanadas ensombradas pelos salgueiros contorcidos convivem harmoniosamente num passeio único junto ao mar. Do outro lado, casas antigas são também ensombradas pelos edifícios de sete e oito pisos que vão construindo uma muralha e não deixam ver a ilha que está por trás. Viro à direita para o Largo do Duque, dividido em dois andares por uma placa de Zelion que se prolonga até ao fim da Rua Conselheiro Medeiros. Por baixo circulam os carros e por cima passeiam-se os
peões, no largo e pela rua estreita cheia de lojas. Chego à Praça Genuíno Madruga, antiga Praça do Infante, onde o Museu das Novas Artes se eleva nos céus. Suspenso por balões de hidrogénio, este museu todos os Verões voa até ao Pico onde fica durante uma semana, um espectáculo de inigualável beleza e que traz ao Faial mais turistas numa só semana do que habitantes durante o ano inteiro. Continuo o meu passeio descendo pela Rua Peter de onde vejo a estrutura militar que encima o Monte Queimado: uma esfera negra que muitos dizem que nos protege contra tudo mas que outros afirmam estar totalmente vazia. Um centro comercial decadente ocupa o espaço onde antes foi o Largo Manuel de Arriaga e eu, para apagar tão assustadora imagem, sigo para Porto Pim, zona pedonal, onde estaciono o carro e sigo caminho na tricicleta que transporto na mala frontal do carro. Chego ao lugar onde o peão é livre, livre para correr até no areal que se mantém graças à areia vinda directamente de Marrocos. Os inúmeros e ruidosos desportos que se praticam na baía mal me deixam ouvir o que quer que seja. O Monte da Guia, encimado pelas esculturas do simpósio, está cada vez mais esburacado; o recorte contemporâneo paga-se caro. Sigo até ao Pasteleiro e chamo o carro: “Encontramo-nos nas Fábricas Artísticas”. Com ele segui para Castelo Branco onde o antigo e inútil aeroporto dá agora lugar ao porto de mercadorias. Da Lombega ainda consigo vislumbrar o Ilhéu Branco, onde vive o ermita, e sigo pelo Capelo até chegar de novo aos Capelinhos onde já aterrava o helicóptero que me levou de novo até aos dias de hoje.
Tomás Silva http://ilhascook.no.sapo.pt
À PROCURA
Gil Teixeira Lopes Natural de Mirandela, terra onde nasceu em 1936, Gil Teixeira Lopes apresenta-se como pintor, escultor, desenhador e gravador, autor de uma obra de força e carácter, que tem tanto de agressiva como de sensual. Criado entre artistas (seu pai e seu irmão), recorda como desde cedo desenhava com restos de madeira queimada. Quem vê a sua obra reconhece raízes profundas, que lhe conferem uma firmeza e segurança assentes no desenho, na cor, no traçado forte e na abordagem clara à figura humana. Gil Teixeira Lopes é professor catedrático jubilado de Pintura da faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Aí estudou e aí exerceu a sua carreira docente. Antes disso foi aluno da Casa Pia, reconhecendo-a como um ponto fundamental na sua formação. Desde 1955 participou em mais de 90 exposições e já obteve mais de 40 prémios e distinções, tanto em Portugal como no estrangeiro. O seu reconhecimento deve-se não só à sua obra plástica, mas também ao seu contributo como docente e ao seu esforço no domínio da investigação. Reconhecendo não ser capaz de produzir sob pressão, neces-
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sitando de inspiração para que a obra tenha qualidade, a década de ’70 foi aquela em que mais produziu, dizendo-se fortemente impulsionado pela revolução de Abril.
Ana Correia
E porque Abril é oficialmente o mês de inauguração da Primavera, o Fazendo escolheu o seu primeiro fim-de-semana para dar as boas-vindas à nova estação. Assim, no dia 4 do próximo mês, espera-se um dia de verdadeira festa cultural com o cunho da recente associação cultural criada para albergar esta publicação, e uma parte integrante da programação do III Festival de Teatro do Faial. Para este evento, que se pretende multi-disci-
plinar e, porventura, multi-espacial, podem-se esperar instalações, exposições de fotografia, vídeo e actuações musicais. Ainda sem a programação fechada, nem espaço(s) confirmado(s), deixamos desde já um convite a toda a comunidade para integrar este acontecimento não só como espectadores, mas também como participantes activos através do envio de susgestões. Certo, certo, será a presença do DJ lisboeta Mike Stellar (www.myspace.com/mikestellar), um ilustre desconhecido do grande público mas com um percurso invejável: de entre a extensa lista de artistas com quem actuou podemse encontrar Peter Kruder, da dupla Kruder & Dorfmeister, Lee “Scratch” Perry, um gigante da música jamaicana e antigo produtor de Bob Marley, Questlove, músico da banda americana The Roots ou o radialista da BBC Gilles Peterson. Mais informações em breve.
A Direcção
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-ENDOS, -ANDOS, -INDOS Literatura
A propósito de jazz… Luís Villas Boas, o pai do Hot Club de Portugal, morreu há dez anos. De uma vida inteira dedicada ao jazz restou o próprio Hot Club, que continua a ter um papel essencial na divulgação do jazz e até na formação de músicos, e um espólio incomensurável, não só áudio mas também escrito, sobre a história do jazz e sobre os seus diferentes intérpretes. Tal como ele, também Boris Vian era um amante incondicional de jazz e, muitas vezes, nos seus livros parece pairar o som de um trompete (que ele próprio tocava frequentemente nas caves de Saint-Germain-des-Prés), uma música de fundo que pulsa por detrás das palavras. Vian, que se desdobrava em heterónimos como Vernon Sullivan,
foi um escritor eclético que se ilustrou em inúmeros géneros e artes (foi músico, compositor, escritor, tradutor, jornalista,cronista e até actor) e a sua obra mais conhecida é, sem dúvida, A Espuma dos Dias, uma história de amor, que se deve ler ouvindo Nina Simone ou Count Basie pois os acordes dolentes do jazz e os seus ritmos frenéticos podem dar vida à tristeza infinita que habita as personagens e ao seu niilismo. Centrado nas relações entre quatro personagens – Alise, Chloé, Colin e Chick, o romance faz constantemente referência às coisas que tornam a vida melhor, apesar de o fazer de uma forma metafórica e irónica, como se quisesse retirar o peso da seriedade das suas próprias palavras. Contudo, é impossível ver na tentativa desesperada de Colin para salvar Chloé da doença – um nenúfar que lhe cresce no pulmão – uma mera história de amor, dado que esta vontade de a salvar vai deformar a sua própria visão do mundo e arrastá-lo para a ruína e para a destruição. Paralelamente, o casal Alise e Chick permite-nos descobrir o mundo do existencialismo e a explosão de ideias e debates que
Mãe, não tenho nada para ler...
Catarina Azevedo
Uma palavra sobre tradutores - nem sempre é fácil traduzir a obra dos surrealistas e muito menos obras como a de Vian, recheadas de trocadilhos linguísticos, por isso é aconselhável escolher a edição da Relógio de Água que é acompanhada de notas e explicações.
À CONQUISTA
A Odisseia
Mr. Pip
Há muitos, muitos, muitos anos atrás, Ulisses, um grego, partiu para o cerco da cidade de Tróia, uma célebre cidade a Ásia Menor . Quando regressava a casa, viveu aventuras extraordinárias e conheceu personagens muito estranhas. Se queres saber o que aconteceu, como venceu Circe ou Polifemo e o que o esperava quando chegou a casa, lê A Odisseia de Homero. (Uma palavrinha aos pais – optem pela versão adaptada. A Odisseia de Homero , contada às crianças e ao povo, numa adaptação em prosa do poema de Homero por João de Barros com ilustrações de André Letria, Editora Sá da Costa ).
C.A.
Nascido do Magma de Ruben Rodrigues
Há algum tempo atrás o Ruben entrou-me casa adentro trazendo debaixo do braço um livro que me ofereceu com dedicatória e tudo. São assim os amigos! Li o livro de uma ponta à outra e gostei. Acompanhando a vida e as atribulações de Manuel, picaroto da fronteira, o autor descreve o quotidiano destas ilhas irmãs, Pico e Faial, durante um longo período do séc. XX e atravessa o tempo da segunda guerra mundial. Através das palavras de Ruben Rodrigues percebemos os sobressaltos da natureza tão frequentes nestas ilhas, a dor e o sofrimento, a pobreza e as dificuldades daquele tempo, o árduo trabalho do campo, o isolamento, as alegrias, as paixões, os amores e a fuga para as “ Califórnias perdidas de abundância” como diria Pedro da Silveira. Bem escrito, o livro deixa-nos um registo precioso das nossas mais relevantes tradições e costumes, da música, do folclore e dos falares da nossa gente. Sintomático, para quem viveu dos dois lados do canal, é a constatação que o
alimentaram os anos cinquenta, mostrando-nos os exageros que provocavam as discussões entre defensores e opositores de JeanPaul Sartre (um dos “papas” do existencialismo). Vian, adepto do surrealismo e acérrimo crítico da sociedade que o rodeava, não se priva, ao longo do romance, de ironizar sobre os excessos que cada um comete quando deixa a paixão, qualquer que ela seja, dominar a sua vida, e sobre todas as instituições (o Estado e a Igreja em particular, o que lhe valeu a incompreensão de muitos).
autor faz da ligação tão forte e perene que sempre existiu entre estas duas ilhas. Pelo meio ficam as contradições sociais, politicas e religiosas tão ao gosto do autor que sobre elas vai reflectindo através sobretudo de algumas personagens como o professor e o José do Alferes. Exaustivo em algumas descrições históricas, percebe-se em todo o livro uma preocupação didáctica, talvez excessiva em certos momentos, a que certamente não é alheia a formação de Ruben Rodrigues, que ensinou durante muitos anos no Faial, Pico e Terceira. Definitivamente Nascido do Magma, homem de causas e com um notável percurso cívico, Ruben Rodrigues lega-nos uma obra que merece ser lida e que se lê com prazer. Chegados ao fim e com os olhos postos neste canal, fica-nos o gosto de uva e figos maduros e o cheiro a roupa da América.
Fernando Menezes
de Lloyd Jones Matilda e Mr.Watts são o par central desta história em que, numa ilha assolada pela guerra e pela destruição, um livro – Grandes Esperanças, de Charles Dickens – e, sobretudo, a sua personagem principal, Pip, vão conseguir abrir uma porta para aqueles que perderam tudo, permitindo-lhes acreditar que a imaginação é o que essencialmente nos define pois não nos pode ser retirada nem sequer pela força.
Opondo o único branco que habita a ilha e os negros, a cultura literária à cultura popular, o saber dos pais e o dos filhos, a oralidade e a escrita, Lloyd Jones leva-nos a descobrir o poder de cada livro e a capacidade de resiliência do Homem. Romance sobre a cultura e sobre o poder da palavra, esta história é também o retrato do conflito entre uma mãe e a sua filha quando a segunda deixa de aceitar como certa a sabedoria da mãe.
C.A.
Já foi lido... Uma Família Inglesa de Júlio Dinis
Nesta obra vamos encontrar a cidade do Porto, na 2ª metade do sec. XIX. Nesta altura, a classe mais alta da sociedade era constituída por ingleses, que desempenharam, nesta cidade, um papel fundamentel não só no campo cultural como a nível socio-económico. Assim, o romance gira em torno
de Carlos, o filho de um comerciante inglês, e Cecília, filha do guarda-livros deste. Deparamos não só com o enredo sentimental como também com o percurso de redenção de Carlos através do trabalho, que se apresenta como fonte de harmonia entre indivíduos de meios sociais diferentes. De realçar, a forma perspicaz como os ambientes e a psicologia das personagens são captadas.
Ilídia Quadrado
Ciência e Ambiente APAGA A LUZ
As alterações climáticas e o futuro dos recifes de coral Os recifes de coral tropicais criam habitats essenciais para mais de 25% das espécies marinhas conhecidas, sendo considerados como os ecossistemas marinhos com maior diversidade biológica. Estes ecossistemas são cruciais para o sustento de milhões de habitantes das áreas costeiras do mundo inteiro, que deles dependem para a pesca, indústria turística, e protecção costeira. Contudo, as alterações climáticas, causadas principalmente pelas emissões de dióxido de carbono, como resultado da queima de combustíveis fósseis, ameaçam a existência dos recifes de coral, e a sobrevivência das sociedades que deles dependem. Estima-se que 19% dos recifes de corais do mundo foram destruídos, e os restantes estão cada vez mais vulneráveis à pesca excessiva, poluição e aos efeitos das alterações climáticas. O aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera afecta os corais através do incremento da temperatura e da acidez dos oceanos. Os corais tropicais são muito sensíveis às variações de temperatura,pois a subida de apenas 1oC acima da temperatura máxima tolerada pode provocar a perda das microalgas que vivem nos seus tecidos e lhes conferem cor e alimento. A este fenómeno chama-se lixiviamento (do inglês ‘bleaching’) pois sem estas microalgas simbióticas, os tecidos dos corais ficam praticamente transparentes e revelam o esqueleto branco subjacente. A perda destas microalgas pode resultar na morte dos corais se o aumento da temperatura da água do mar se mantiver por mais de 4-8 semanas. O maior evento de lixiviamento ocorreu em 1998 e matou 16% dos recifes de coral de todo o mundo. Por outro lado, o aumento da acidez da água do mar, devido ao aumento da concentração de dióxido carbono, pode afectar os corais ao travar o processo de calcificação dos seus esqueletos calcários. Isso significa que os corais poderão crescer mais lentamente, e/ou os seus esqueletos poderão tornar-se menos densos. Como resultado, a integridade estrutural dos recifes é ameaçada, pois os corais podem ficar incapazes de construir recifes a uma velocidade que compense a erosão que os desgasta. Actualmente, os cientistas debatem se os recifes de coral conseguirão adaptar-se às alterações climáticas ou se estão em risco de extinção. A opinião mais generalizada é que os corais não
terão tempo para se adaptar às novas condições climáticas e deixarão de formar recifes, caso as emissões de dióxido de carbono continuem a aumentar e com elas prossigam as alterações globais. Os efeitos das alterações climáticas são mais evidentes e estudados nos recifes de coral tropicais, no entanto, pensa-se que estas alterações também possam ter impactos negativos nos corais de águas frias. O Departamento de Oceanografia e Pescas em colaboração com o Oceanário de Lisboa está neste momento a montar um laboratório com vários sistemas de aquários para a manutenção e experimentação de corais de águas frias recolhidos na região. Nestes sistemas iremos cultivar corais simulando condições de temperatura e acidez idênticas às previstas para o futuro, com o objectivo de estudar os seus efeitos no processo de calcificação dos esqueletos e taxa de sobrevivência destes organismos. Os resultados deste estudo contribuirão para a elaboração de politicas de gestão e conservação destes ecossistemas na região.
Maria Carreiro e Silva/DOP
Já está a funcionar o Cantinho da Amamentação do Hospital da Horta no gabinete de consultas de enfermagem da Unidade de obstetrícia. Este espaço está aberto a todas as mães que pretendem iniciar a amamentação ou encontram dificuldades em fazê-lo durante o decorrer da mesma. Esta iniciativa veio na sequência da formação em aleitamento materno em que participaram voluntários do Núcleo de Voluntários SOS Amamentação da Horta, membros do Hospital da Horta e do Centro de Saúde da Horta. O Núcleo de Voluntários SOS Amamentação da Horta teve início em Novembro de 2008, conta com a participação de 20 voluntários e tem a coordenação do grupo nacional SOS Amamentação. Tem como principais objectivos promover e apoiar o aleitamento materno através do apoio a grávidas e mães. O atendimento no Cantinho da Amamentação é feito pelos voluntários do Núcleo SOS Amamentação com formação em Aconselhamento em Aleitamento Materno, segundo as orientações da Organização Mundial de Saúde e da UNICEF. O leito materno é um alimento natural com todas as vantagens para o bebé e para a mãe. Contem factores de crescimento e nutricionais, lactose, ferro, vitamina A, água, enzimas e gordura indispensáveis ao bom desenvolvimento do
bebé. Para além disso é a melhor via de transmissão de anticorpos que protegem a mãe, importantes no fortalecimento do sistema imunológico do bebé. Para a mãe o aleitamento permite uma melhor recuperação pós-parto, é um óptimo método contraceptivo, diminui a probabilidade de contrair o cancro da mama e dos ovários e a osteoporose. Em termos práticos, é um alimento sem custos, com a temperatura certa sem precisar de preparação, livre de bactérias e está sempre disponível para quando o bebé precisa. Apesar das vantagens, a falta de informação e de apoio prático, levam a que muitas mães não consigam superar as dificuldades com que se deparam no decorrer da amamentação. Deste modo, em vez de um prazer, a amamentação torna-se numa situação desesperante, levando ao seu abandono precoce. Não hesite, procure-nos no Hospital da Horta, em frente ao consultório médico da obstetrícia de 5ª feira a 6ª feira das 13:00 ás 18:00 e ao Sábado das 13:00 ás 17:00. Existe também apoio telefónico para as mães em amamentação, as listas de contactos podem ser obtidas junto da Unidade de obstetrícia do Hospital da Horta ou consulta de saúde infantil do Centro de Saúde. .
Inês Martins/Voluntária
AQUELA DICA
Menos Papel! Utilize papel reciclado em casa e no seu escritório. O fabrico de uma tonelada de papel reciclado, relativamente à produção de papel novo: - Permite poupar 16 árvores; - Necessita entre 50 a 200 vezes menos água; - Consome 2 vezes menos energia; - Diminui em 75% as emissões atmosféricas e em 25% as descargas para o meio aquático. Não desperdice papel, imprima nos dois lados da folha e sempre que possível reutilize-o: pode utilizar as folhas usadas de um dos lados como rascunho, e os envelopes podem ser reciclados colando-lhes um papel branco. Recuperar velhos costumes, como utilizar um pano para reduzir o uso de papel de cozinha, ou voltar aos lenços de tecido em vez dos de papel, são pequenos contributos individuais que, somados, ajudam à conservação do planeta.
Dina Downling/Ecoteca do Faial
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#8
FAZENDUS Agenda
Durante a Época Lectiva 08/09
20 de Março
Até 30 de Março
DJ Set: Septimus apresenta GroovyPim Taberna de Pim, 23h00
Projecto Teatral Infantil orientado por Anabela Morais Atelier “O Jogo Dramático”. Terças e quintas-feiras das 17 às 18 horas. Para crianças dos 6 aos 12 anos. Atelier “Leitura de Textos Teatrais”. Segundas e quartas – feiras, das 18 às 19 horas. Para jovens dos 10 aos 12 anos. Teatro Faialense
Exposição de Fotografia: “Visões Subterrâneas” de Jorge Góis Museu da Horta
21 de Março
Até 31 de Março
Até 4 de Abril
Exposição de Pintura “Na Terra a Tocar no Céu” de Margarida Alfacinha Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores Exposição de Pintura “A Pesca de Cerco” de Carlos Bros Sala Polivalente da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça
19 de Março
Ciência no Bar: “Tartarugas Marinhas nos Açores” (pág. 7) Bar do Teatro Faialense, 20h45
“Oficina de Construção de Fantoches” pelo grupo de teatro Tanxarina (pág. 3) Teatro Faialense (Sala Multiusos), 10h30 Teatro de Sombras Chinesas: “Sombreros Sen Chapéu” pelo grupo de teatro Tanxarina (pág. 3) Cine-Teatro Faialense, 21h30
24 de Março
Cinema: “Cristóvão Colombo – O Enigma”
Sinopse: Emigrado para os Estados Unidos por vontade de seu pai, nos anos 40, Manuel Luciano volta a Portugal para estudar. Regressa aos EUA já formado em medicina e, apaixonado pela investigação histórica, embrenha-se no mistério da verdadeira identidade de Cristóvão Colombo. Em Portugal, casa com a jovem Sílvia Jorge. Na companhia de Sílvia, Manuel percorre, em Portugal e nos Estados Unidos, os locais ligados aos descobrimentos portugueses, procurando desvendar o mistério que o inquieta desde a sua juventude. A demanda leva-os até à ilha de Porto Santo, onde Colombo viveu; ali, Manuel Luciano e Sílvia encontram indícios que os aproximam da verdade...
Teatro Faialense, 21h30
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Teatro: “4 Contos de Café”, pelo grupo Carrocel Sociedade Amor da Pátria, 21h00 DJ Set: Septimus apresenta GroovyPim Taberna de Pim, 23h00
Atelier de Expressão Plástica para crianças: “Animais de Pedra” - esculturas com pedras da praia com Madalena Menezes e Aurora Ribeiro Ludoteca da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, 9h30-12h00 (inscrições na biblioteca ou via mail margarida.ma.barreto@ azores.gov.pt)
Exposição de Pintura de Pedro Solà Bar do Teatro Faialense
Até 30 de Abril
Comemorações do Dia Mundial do Teatro Teatro: “É Só Paródia”, pelo grupo Teatro em Movimento da Universidade Sénior Teatro Faialense, 15h00
28 de Março
Exposição de arte de pública de Volker Schnuttgen Praça Infante D. Henrique
Exposição de Pintura “Plasmáticos” de Jorge Câmara Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça
27 deMarço
I Taça Intercontinental de Andebol da Horta Pavilhão Desportivo da Horta, 18h00 Teatro de Fantoches: “Os Narigudos” pelo grupo de teatro Tanxarina (pág. 3) Cine-Teatro Faialense, 21h30
Cinema: “O Estranho Caso de Benjamin Button”
Sinopse: Benjamin Button (Brad Pitt) tem um destino curioso e nasceu em circunstâncias pouco habituais. A sua vida é a estranha história de um homem que nasce com 80 ano e vai regredindo na idade sem conseguir, como qualquer outra pessoa, parar o tempo. O filme conta o seu peculiar percurso e as atribulações da sua vida. Desde 1918 até à actualidade, os seus amores, as suas alegrias, os seus dramas e aquilo que consegue sobreviver à passagem do tempo.
Teatro Faialense, 21h30 (repete dia 29)
31 de Março
Cinema: “In Bruges”
Sinopse: Ray e Ken são dois assassinos irlandeses enviados para Bruges, na Bélgica, numa missão que ainda desconhecem. Enquanto aguardam instruções do chefe londrino Harry, distraemse a visitar monumentos começando aos poucos a estreitar laços, não obstante a diferença de idades entre ambos. Finalmente, Ray descobre que Ken quer matá-lo a mando de Harry...
Teatro Faialense, 21h30