FAZENDO 21

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9 Julho 2009 Quinta-feira

Edição nº 21 | Quinzenal Agenda Cultural Faialense DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

FAZENDO Boletim do que por cá se faz.

Plantam-se sementes nos Açores e colhem-se no Continente.


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COISAS... compostas

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FICHA TÉCNICA

Crónicazinha... Perspectivar o futuro do edifício do Banco de Portugal reclama o conhecimento da sua história, do que representou e representa, ainda hoje, no contexto urbano da cidade da Horta. Este edifício marcante foi construído nos anos trinta do século XX e faz parte de “um todo coerente”*, que constitui a área urbana do centro da cidade. A fachada em pedra calcária dialoga com o basalto negro que reveste a fachada da Igreja de S. Francisco, construída no sec XVII e a leveza do Jardim Eduardo Bulcão. Enquanto interventora cultural, só posso desejar que o edifício do Banco de Portugal seja um Espaço

destinado às Artes; uma Academia de Artes. Fundamento: a dignidade do edifício justifica que o Município lhe dê um fim social e culturalmente nobre. O facto de ser constituído por dois pisos permite projectar oficinas no res-do-chão e exposições no primeiro piso, uma área completamente revestida a mármore, com uma enorme dignidade. É possível ainda projectar jardins e uma Residência de Artistas no espaço exterior, contíguo à Rua Conselheiro Miguel da Silveira. A recente exposição de pintura de Pedro Solá demonstra que a ilha é um espaço de criação, por excelência, para aqueles que

libertos da alienação do quotidiano, se entregam às artes e ao processo criativo. * in Inventário do Património Imóvel dos Açores

Maria do Céu Brito

de actividades pós-laborais, tenho mais tempo para as fazer e por isso acabo por fazer mais coisas. É tudo mais perto. E como passei cá a adolescência tenho muitos amigos aqui e sinto uma ligação muito especial com este sitio. Desde que fui para a universidade, vim cá praticamente todos os anos em Agosto passar férias e sempre que voltava, sentia uma nostalgia que me dava vontade de voltar para cá e viver aqui.

E encontraste o que procuravas?

Porque vieste?

Porque os meus pais vieram para cá trabalhar. Eu tinha 12 anos quando eles decidiram vir por um ano. Depois houve a possibilidade de eles ficarem por mais tempo e, embora a adaptção não tenha sido a mais fácil, tanto eu como a minha irmã gostámos muito de cá estar, e eles decidiram então ficar. Em Setembro de 1996 voltei para Lisboa para ir para a universidade.

Quando se está de férias ou quando se anda na escola não se tem a mesma consciência da realidade social e política do que quando se passa a fazer parte activa da sociedade... É um novo processo de adaptação ao fim de 13 anos. Mas as coisas boas têm conseguido superar as menos boas.

Quais são as maiores diferenças entre Lisboa e o Faial?

As noções de tempo e de distância. Aqui há muito tempo e as distâncias são curtas e lá é ao contrário. A natureza. Muitos elementos da na-

tureza a que estava habituado aqui e que nunca tinha valorizado muito enquanto cá cresci, sentilhes a falta quando voltei para Lisboa. Passei a dar-lhes mais valor quando me vi privado deles e isso fez-me perceber como eram realmente importantes para mim. No Faial, às vezes, sinto a falta do anonimato e de ver caras diferentes. De poder sair, ter contacto com outras pessoas e ver outros sítios. Ah, e também dos treinos de Jogo do Pau.

E quais as principais semelhanças?

Não encontro muitas. Sempre foram realidades muito diferentes para mim. Quando vim pela primeira vez, o Faial era um sítio onde eu podia brincar com os meus amigos, sair e ter liberdade, coisa que não acontecia em Lisboa. E depois passou a ser o sítio onde vinha passar férias e desanuviar do stress de Lisboa. Por isso é dificil encontrar semelhanças entre os dois sitios… Fala-se português...

Até quando queres ficar?
 Até ver...

O que gostarias de mudar aqui?
 Gostaria de ver mais vezes o sol (risos).

Aurora Ribeiro http://ilhascook.no.sapo.pt

Ínclitos Faialenses João José da Graça nasceu na Horta a 15 de Abril de 1836. Dotado de rara inteligência e muito afeiçoado aos livros, cedo começou a evidenciar-se como intelectual e pessoa voltada para o estudo. Com pouco mais de dezassete anos, na sua casa da Rua do Arco, já leccionava francês e inglês. Espírito irrequieto e atento ao que se passava no mundo, decidiu empreender a tarefa, então aparentemente impossível, de introduzir a imprensa na ilha do Faial. E em 1857, após luta tenaz, numa pertinácia sem limites, João José da Graça lançou a público um periódico noticioso e literário intitulado O Incentivo. Porém, o jornal passou de literário e noticioso a político, começando a intrometer-se nos assuntos da vida política, comentando-os e criticando-os. Desse incumprimento, resultou em Abril 1858 a suspensão do periódico e a condenação do redactor à pena de seis meses de prisão, daí a cinco meses, ainda na prisão, redigia secretamente outra folha, aptamente denominada a A Torcida, de leitura cáustica como nunca tivera O Incentivo. Esteve exilado em Lisboa, residiu em Angra e na ilha Graciosa onde foi também o introdutor da imprensa na ilha. Regressou ao Faial onde exerceu funções directivas de importância, designadamente como presidente do Município, remodelando os serviços e equilibrando as finanças e aprovando diversos subsídios para as escolas demonstrando grande empenho na causa da educação popular. Foi nomeado professor de francês e inglês do Liceu da Horta, e foi reitor do mesmo liceu nos anos de 1892 e 1893. João José da Graça faleceu nesta cidade a 14 de Setembro de 1893. Tomás Silva fonte:wikipédia

Lacuna

DIRECÇÃO GERAL Jácome Armas DIRECÇÃO EDITORIAL Pedro Lucas COORDENADORES TEMÁTICOS Catarina Azevedo Luís Menezes Luís Pereira Pedro Gaspar Ricardo Serrão Dina Dowling

Chegadas, Arrivals, Arrivées... Quando é que se deu o regresso ao FaNOME: Pedro Monteiro ial? E porquê? IDADE: 30 Voltei dia 18 de Janeiro deste ano. Surgiu a oporORIGEM: Lisboa DATA DE CHEGADA: Setembro de tunidade de vir para cá trabalhar e resolvi aceitar o desafio. É um desafio em termos pessoais e 1991 PROFISSÃO: Engenheiro e Gestor In- profissionais... Mas motivou-me a qualidade de vida que se tem cá e que não consegui encontrar dustrial em Lisboa. Embora aqui haja uma menor oferta CASA: alugada

FAZENDO Isento de registo na ERC ao abrigo da lei de imprensa 2/99 de 13 de Janeiro, art. 9º, nº2.

COLABORADORES EXECUTIVOS Aurora Ribeiro Sara Soares Tomás Silva COLABORADORES Ana Correia António Jorge da Câmara Cristina Carvalhinho Ecoteca do Faial/Oma Eugénio Viana Ilída Quadrado Maria do Céu Brito Rui Assunção GRAFISMO E PAGINAÇÃO Vera Goulart veragoulart.design@gmail.com LOCAL DE PAGINAÇÃO Açores e Dinamarca ILUSTRAÇÃO CAPA Ana Correia PROPRIEDADE Associação Cultural Fazendo SEDE Rua Rogério Gonçalves, nº18, 9900-Horta PERIODICIDADE Quinzenal Tiragem_400 IMPRESSÃO Gráfica O Telegrafo, De Maria M.C. Rosa CONTACTOS Vai.se.fazendo@gmail.com http://fazendofazendo.blogspot. com DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

“De-leite”


Cinema e Teatro DESCULPA PÁ PIPOCA “A Minha Vida dava um Filme”

Projecção do filme resultante da acção de formação homónima realizada pelo Cineclube da Horta em parceria com a Câmara Municipal da Horta e a APADIF nós o outro é sempre aquilo que lhe permitimos ser. Neste caso foi permitido a um grupo de jovens que fossem os autores de um filme. E eles foram-no inteiramente e com empenho e imaginação. E o que é espantoso é que haja nisto caso de espanto. Porque o que devia espantar era o facto de ideias destas não serem tidas mais vezes, ou nem sempre resultarem tão bem quanto esta resultou. Quando o empenho, o talento e uma excelente coordenação são tão evidentes, parece claro que é um projecto a repetir...

Aurora Ribeiro

A vida deles deu num filme. Que os pôs a descoberto perante uma sala cheia, onde se sentia a curiosidade do público e o nervoso entusiasmado dos autores. As pessoas são o que pensamos delas. Ou seja, para cada um de

À VISTA

Já foi visto... Um Conto de Natal Arnaud Desplechin

Arnaud Desplechin, estudou realização na Universidadede Paris III Sorbonne Nouvelle, formando-se em 1984. Fez três curtasmetragens, inspiradas no trabalho do romancista belga Jean Ray, e tornou-se num grande admirador dos filmes de Alain Resnais. Este “UM CONTO DE NATAL”, mostra habilidade em expor a história de uma família despedaçada. O enredo gira em torno da súbita doença degenerativa da matriarca Junon (Catherine Deneuve, actuação que lhe rendeu um prémio especial por este trabalho em Cannes), que para não morrer, necessita de alguém compatível que possa lhe fazer uma doação de medula. Os seus possíveis doadores são os parentes mais próximos – ou seja, filhos e netos. Mas o facto de a família não se dar muito bem, ter ressentimentos e frustrações do passado dificulta a situação. Depois de tempos de separação, os Vuillard reúnem-se para as festas do Natal. Esse encontro justifica o filme e apresenta a desgraça que se resume a existência de cada um.

Luís Pereira

Oito e Meio

Cada Um o Seu Cinema

Federico Fellini, 1963

33 FILMES DE AMOR AO GRANDE ECRÃ FEITOS PELOS MAIORES CINEASTAS DO MUNDO CADA UM O SEU CINEMA, um filme absolutamente único, realizado por ocasião dos 60 anos do Festival de Cannes, o festival de cinema mais importante do mundo. O filme reúne o modo como 33 cineastas de 25 países olham o cinema e as salas de cinema, lugar de comunhão dos cinéfilos do mundo inteiro. Objecto cinematográfico imperdível, autêntico compêndio do estado do mundo do cinema e das singularidades de cada cineasta. São 33 filmes de 3 minutos realizados por Theo Angelopoulos, Olivier Assayas, Bille August, Jane Campion, Youssef Chahine, Chen Kaige, David Cronenberg, Jean-Pierre & Luc Dardenne, Manoel De Oliveira, Raymond Depardon, Atom Egoyan, Amos Gitai|Hou Hsiao-Hsien, Alejandro González Iñarritu, Aki Kaurismäki, Abbas Kiarostami, Takeshi Kitano, Andrei Konchalovsky, Claude Lelouch, Ken Loach, David Lynch, Nanni Moretti, Roman Polanski, Raúl Ruiz, Walter Salles, Elia Suleiman, Tsai Ming-Liang, Gus Van Sant, Lars Von Trier, Wim Wenders, Wong Kar Wai EZhang Yimou. Parabéns Pedro Borges por distribuíres o filme em Portugal. Um filme já agendado pelo Cineclube da Horta.

A película é de 1963, já foi exibida pelo Cineclube da Horta, e é sobre Guido Anselmi, um realizador de cinema bem-sucedido que, após concluir um filme de grande sucesso, acaba por se encontrar à beira de um colapso nervoso. O seu estado de stress leva-o a ter pesadelos que o deixam perturbado. Num desses pesadelos, ele vê-se preso no meio de um engarrafamento, sufocado, enquanto as pessoas dos carros vizinhos permanecem indiferentes. O seu médico recomenda-lhe um período de descanso e recuperação num ‘spa’, mas pressionado por produtores, argumentistas e actrizes, ávidos por um novo projecto, vê-se obrigado a discutir as suas implicações ideológicas com representantes da Igreja Católica e a enfrentar problemas de produção com os seus financiadores. Nessa delicada situação, a sua amante procura-o. A sua descontente esposa faz o mesmo. E, no meio de todo esse caos, de vez em quando ele tem umas visões de uma figura angelical que representa tudo o que ele quer da vida: beleza, tranquilidade, serenidade. Ela caminha suavemente, sem dizer uma palavra e esboçando um perfeito sorriso. Na sua mente, ele transforma-a numa Musa, e conforta-se com o seu apoio imaginário. “Fellini , Oito e Meio” é um dos mais originais, criativos e fascinantes filmes deste mestre do cinema italiano. O filme tem muito a ver com a vida do próprio Fellini, apresentando lembranças da sua infância e até sequências sugeridas pelos seus sonhos. A mestria é tanta, que se torna impossível distinguir o que é ficção e o que é real. Mastroianni está brilhante no papel do confuso realizador de cinema, Guido Anselmi. “Fellini, Oito e Meio” conta, ainda, com a magnífica banda sonora de Nino Rota. Esta película, merece ser considerada como mais uma obra-prima do cinema italiano e tem decerto, o seu lugar garantido na lista dos grandes filmes de todos os tempos. L.P.

L.P.

Zeca Trio 17 de Julho, 23h00 Pub


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COMICHÃO NO OUVIDO Música

Acordes de Violão ente Cá e Cabo Verde

À VISTA

Casa, Sábado dia 11 pelas 23 Horas

Live at The Music Hall of Williamsburg

Susana Moura, nascida na cidade de Setúbal, com ascendências Cabo Verdianas e vive no Arquipélago Açoriano há pouco mais de quatro anos. A música sempre foi e será um ponto de partida ou de chegada para o sonho; um encontro entre a saudade e o reencontro, entre o silêncio e as notas, entre mim e o outro. Este projecto musical pode-se denominar como “Música Insular”, se essa definição for realmente importante para alguém. Pois certo é que ele nasceu em tempos de memória africana em terras açorianas. Dois arquipélagos encontram-se num tempo de harmonia entre o ontem e o hoje, onde acordes e poesia celebram este trabalho original elevando assim mais uma voz das dificuldades, alegrias, anseios, medos… enfim… do desafio de ser gente em terras insulares.

Eugénio Viana

Já foi ouvido... Talking Timbuktu

Ali Farka Touré & Ry Cooder 1994 Ali Farka Touré é hoje considerado um dos músicos africanos mais conhecidos fora daquele continente. Guitarrista (está entre os 100 melhores guitarristas de sempre pela revista Rolling Stone), vocalista e percussionista é recorrentemente caracterizado como o John Lee Hooker de África pelos seus ritmos simples e despojados, guitarras sobrepostas e blues hipnóticos. Martin Scorcese referiu-se à sua tradição musical como o ”ADN do blues”. O seu primeiro disco só vê a luz o dia no final da década de 80 quando já contava com quase meio século de vida. Touré soube manter uma excelente relação entre a música tradicional do Mali e as sonoridades blues mais ocidentais o que lhe valeu reconhecimento neste lado do globo e o levou a digressões por toda a Europa e América do Norte. No início dos 90, não muito agradado pela sua nova condição, recolhe à sua terra natal para se dedicar à agricultura e, mais tarde, compelido pela comunidade, a alguma actividade política local – muitas das suas letras tratavam de temas como trabalho, educação e sociedade. “Talking Timbuktu”, em 1994, vem quebrar esse hiato musical. Acompanhado na guitarra pelo norte-americano Ry Cooder (número 8 da referida lista da Rolling Stone e autor da banda sonora de “Paris-Texas” que, enventualmente, figurará também nesta rúbrica), Ali Farka Touré tem neste disco o seu maior sucesso comercial que lhe valeu também o Grammy para Melhor Disco de World Music. Cooder é também responsável pela produção do álbum. A referida ponte entre a música africana e ocidental está aqui bastante espelhada sem no entanto deixar fugir a genuidade e singularidade da forma como o músico mali aborda a guitarra. Ouça-se a doçura de “Soukora” e “Diaraby” ou o hipnótico “Amandrai”. Após este disco volta a recolher-se para só voltar alguns anos mais tarde. Morreu em 2006, vítima de uma cancro ósseo que já combatia há alguns anos, não sem antes passar por Monsanto no verão de 2005 num concerto que o jornalista António Pires descreve assim: “Ali Farka tocou para cerca de 10 mil pessoas em transe, em encantamento (no sentido mágico da palavra) permanente perante a música deste senhor que sabia que a sua música era uma forma de expressão muito antiga mesmo quando se socorria de uma guitarra eléctrica para a fazer.”

Beirut 2009

Noite de 4 de Fevereiro de 2009 no Music Hall Williamsburg em Brooklyn, o bairro onde quase todas as novas bandas do universo indie americano decidiram residir por estes dias, e lotação esgotada para ouvir o menino que sozinho toca mais instrumentos que o número total de músicos que o acompanham em palco. Gostaríamos todos de poder ter estado lá mas é f#%&()…temos a bruma! Ora então ao que intressa: o menino chama-se Zach Condon e faz-se conhecer por Beirut. Parece que ainda nem tinha 16 anos, idade em que foi passear sozinho para os Balcãs, e já tinha gravado dois álbuns (um deles de doo wop dos anos 50) lá no quarto de casa em Albuquerque, Novo México. O seu disco de estreia em 2006 “Gulag Orkestar” era um reflexo dessas viagens por terras ciganas com algum psicadelismo, pop indie e folclore à mistura. Para dar uma ideia do hiper-poli-multi-instrumentalismo do jovem, neste disco toca acordeão, saxofone, clarinete, bandolim, ukelele, sopros (o seu preferido é o fliscorne – da família dos trompetes), teclas, glockenspiel (uma metalofone) e percussões. O início de 2007 vê o EP “Lon Gisland” e o final o seu segundo disco de longa duração “The Flying Club Cup” com a sua deliciosa “Elephant Gun”. É tanta a criatividade na cabeça de Zach Condon que no ano seguinte cancela a digressão europeia (que incluía concertos no Coliseu de Lisboa e no FMM de Sines) para ter tempo de criar novas canções e reinventar as antigas. Assim se cumpriu: na mesma semana em dá o concerto que serve de mote a este artigo lança o EP duplo “March of Zapotec/Holland” tendo a sua primeira metade sido gravada em Oaxaca, Mexico, com uma banda de 19 elementos - Jimenez Band – e a segunda da autoria do seu novo alter-ego RealPeople e uma incursão por caminhos mais electrónicos. “Beirut live at The Music Hall of Williamsburg” incide sobretudo sobre este último trabalho, substituíndo-se as electrónicas pela banda no entanto. Pelo meio encontramos uma versão de “La Javanaise” de Serge Gainsbourg, já em encore “Gulag Orkestar” com dois trompetes em despique quase constante, a belíssima valsa “Forks and Knives (La Fete)” e para finalizar uma versão bastante suis generis do clássico “Aguarela do Brasil”. Trinta e sete minutos de seda para os ouvidos que por estes lados podem ser encontrados em formato digital na loja do iTunes ou através de encomenda postal para os mais puritanos (para os menos há ainda outras soluções…).

P.L.

Pedro Lucas

Skate Park no Faial? Sabias vai haver um skate parque no Faial? Eu também não, mas encontrei esta blog na internet www.skatefaial.blogspot.com e ao fazer o download desta imagem, vi que se chamava a_lagoa! Parece que vai ser junto à praia da Conceição!!.. quem me dera. Alguém tem mais informação sobre isto?

Rui Assunção ruiass1979@gmail.com Lacuna

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Arquitectura e Artes Plásticas PVC Oficina de Pintura

Irene Kohoutek ca ), fisioterapeuta de profissão, nasceu na Alemanha, no século passado e vive no Faial à 15 anos, é também conhecida por alguns como “aquela Senhora alemã que vive na Praia do Almoxerife”. Desde muito nova, que desenvolve o gosto pelas cores e pela pintura, estudou a arte da pintura, em várias Academias de Arte ( Berlim, Munique, Nuremberga, Salzburgo ). A sua Obra, tal como este texto, mostra-se despretenciosa e sem peneiras( Termo que aprendi no 2º ano de História da Arte), pinta o que vê e o que gosta e isso, reflecte-se nas suas telas. Paisagens e personagens, Acrilicos, oleos e colagens, Mixed Media, Impressionismo, Naturalismo e um quadro muito bonito com gatos. Para finalizar, gostaria apenas de deixar a minha opinião, como mero apreciador, sem formação artística, para àlem de três anos de história da Arte... Gosto ...

Eugénio Viana

Em exposição na C.A.S.A., desde o dia 27 de Junho, com fim no próximo dia 02 de Agosto, a obra de Irene Kohoutek, bem de uma parte da sua obra. Uma mostra de alguns dos seus quadros, centrada em: tema_nenhum_em_particular_mas_parece_que_ este_quadro_ficava_bem_naquela_parede. Irene Kohoutek ( o “t” lê-se “ch” nome de origem pola-

À PROCURA

Paolo Nozolino

Durante 9 dias, no Teatro Faialense, entregue-se à leveza do pincel, à magia das cores e beleza das formas. Ministrado pelo pintor Manuel João Vieira, também conhecido como músico dos Ena Pá 2000, actor e recente candidato a Presidente da República Portuguesa, este curso visa fazer “explodir” o lado criativo pessoal, através da exploração de diversas técnicas e abordagens da pintura, tendo como resultado prático final a produção de uma tela colectiva gigante de 10 metros quadrados. O formador pretende ainda explorar o universo de cada um dos participantes, de forma a potenciar ao máximo as suas capacidades. Este trabalho, complementado com uma parte teórica, antecederá a pintura da tela colectiva, e assentará na produção de vários desenhos individuais em técnicas como carvão, óleo, aguada e acrílico. Para além da aprendizagem, este curso será acima de tudo uma partilha de experiências, pelo que se destina quer a principiantes quer pintores já com obra, dos 12 aos 120 anos.

Fausto

Olhando de novo para a fotografia portuguesa, aqui fica o apontamento para Paolo Nozolino. Entre outras razões, admiro-o pela sua resistência às novas tecnologias digitais, optando não só pelo preto e branco, como também pela técnica old school. A sua obra, de carácter profundamente intimista, assenta nas viagens que faz, procurando nas pessoas, nas cidades, nos confins humanizados, momentos oportunos para transformar pedacinhos de realidade em imagens suas. Assim como Jorge Molder (já aqui referido numa anterior edição), tem uma particular sensibilidade para utilizar a luz nos sítios certos, concedendo às suas obras um carácter sedutor e misterioso. Paolo Nazolino nasceu em Lisboa em 1955. Estudou nas Belas Artes de Lisboa e daí rumou para Londres, para estudar fotografia no London College of Printing. Em Portugal estreou-se na Associação Portuguesa de Arte Fotográfica (por alturas conturbadas pela revolução de Abril) e foi revelado, em 1981, pelos Encontros Fotográficos de Coimbra. Actualmente é reconhecido não só cá, como no estrangeiro e tem sido premiado ao longo da sua carreira. Fica o depoimento. ‘Viajar tem sido sempre a minha maldição, ver a minha alegria, fotografar a minha sorte. Para sempre rasgado entre ficar demasiado tempo e partir cedo demais, decido-me pelo instante. Sou uma permanente testemunha em fuga.‘

Ana Correia

Resultado do Concurso “Banco de Artistas” Aos oito dias do mês de Junho, pelas nove e trinta, reuniu o júri do 1º Concurso/exposição de Artes Plásticas, constituído por um representante da Cãmara Municipal da Horta, o artista plástico Roberto Santandreu, um representante da Direcção Regional dos Assuntos Culturais, Dr. Luís Menezes e um representante do Museu Jorge Vieira, Dr. Rui Pereira. O Júri deliberou, por unanimidade, atribuir o 1º prémio na modalidade de desenho ,à obra “Sex Protector II” de Francisco Oliveira e Silva (a publicar na próxima edição do Fazendo), pela maturidade pelo rigor da composição e pela originalidade simbólica. Na modalidade de pintura foi atribuído o 1º prémio à obra “Deleite” de Ana Filipe Correia (ver a capa desta edição), pela harmonia da composição e da forma. Foram atibuídos as seguintes menções honrosas: “O enigma do tempo” - Tatiana Pototskaya “Sem título” - Mário Alexandre Silva “Sem título” - Inês Cunha “Sem título” - Pedro Xavier Mesquita O júri justificou o elevado número de menções honrosas pela diversidade de estilos e formas de representação e pelo facto do nível geral dos trabalhos ser surpreendentemente elevado. O director do Museu Jorge Vieira convidou todos os autores/ concorrentes a participar na “Galeria Aberta”, organizada pelo Museu Jorge Vieira, no mês de Setembro, tendo o Município assumido o compromisso de custear o transporte das obras de e para a Horta.

Realmente Aparente Encontro e perco prazer nas coisas que ouso tentar quando acho que posso ver por trás de cada olhar Ouço falar alemão e saio desse tom entrando de empurrão pela coluna de som Rolam de dia no ar e à noite no riacho todos os que vão ficar de cabeça para baixo Virão tempos difíceis quando a luz se apagar dentro dos sonhos inúteis que dançam ao luar

Extracto da Acta do Concurso

António Jorge da Cânara Lacuna


6 -ENDOS -ANDOS -INDOS Literatura Viagem à Roda dos Livros: A China

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No século XIX, Xavier de Maistre, um escritor francês marcado pelo diletantismo e pelo sentido de humor, publicou o livro Viagem à roda do meu quarto em que, por oposição às histórias de viagens tão em voga na época, opta por criar um romance anti-viagem. Centrando-se na descrição do seu quarto dá livre curso à sua imaginação e prova-nos como a literatura pode ser uma outra forma de viajar. Talvez já muito poucos tivessem vontade de ler o que Maistre escreveu mas o seu livro é uma boa forma de iniciarmos uma viagem à roda do mundo graças aos livros. Comecemos pela China, país gigantesco mas cuja literatura conhecemos muito pouco, não só porque durante séculos a China foi um país fechado mas também pelo facto de ser uma literatura pouco traduzida. Aliás, muitos dos escritores chineses que conhecemos são expatriados e construíram a sua obra a partir de uma visão marcada pelo exílio. Não se pode falar da literatura chinesa sem se falar de ideogramas pois estes constituem um sistema muito diferente da maior parte dos sistemas de escrita e são marcados por um peso simbólico – inicialmente ligado aos ritos de adivinhação - que explicam o seu carácter quase sagrado e a associação destes à noção de uma filosofia de vida. É esta ligação íntima com o simbólico que explica que durante séculos não se falou propriamente de uma literatura mas antes de filosofia e que o romance, até uma época tardia, tenha tido um peso muito menor do que as obras que traduziam correntes de pensamentos. Por outro lado, a literatura chinesa nunca se distanciou muito da realidade histórica e social que vivia, sendo que as diferentes épocas literárias quase correspondem às grandes rupturas políticas que o país atravessou. Três figuras, três visões Confúcio Considerado como um dos expoentes máximo do pensamento na China, os seus ensinamentos deram origem a uma doutrina político-social que durante séculos foi religião de estado. Claro que a versão que chegou até nós passou por inúmeras mudanças marcadas pelas sucessivas adaptações feitas pelos que transcreveram

a sua obra, mas nos diálogos que mantém com os seus discípulos (uma estratégia que reencontramos em Platão, por exemplo) é possível adivinharmos uma doutrina: é necessário viver em paz com os nossos semelhantes e o objectivo do Homem deve ser encontrar a harmonia (o que é uma premissa curiosa numa época em que a guerra e a morte marcavam o quotidiano). Apesar de não tencionar dar origem a uma religião, o facto é que as suas “regras de vida” (“não faças aos outros o que não queres que te façam”, entre outras) acabaram por tornar-se um guia para um número incalculável de pessoas. No entanto, as suas ideias são sobretudo interessantes por considerar que todos devem ter espírito crítico (o mestre levanta um canto do véu mas cabe ao discípulo descobrir o resto), pelo seu amor pelo mérito (e não pelo nascimento ou pela condição, uma ideia muito avançada para a época e que na Europa só aparece com a Revolução Francesa) e pela importância que dava ao exemplo (numa época corrupta entendia que todos os governantes deviam ter uma vida exemplar para que os cidadãos seguissem o seu exemplo. Esta teoria acabou aliás por ser nefasta para alguns dos seus seguidores que se atreveram a criticar o Imperador). Hoje, reencontramos a obra de Confúcio sobretudo sob a forma de máximas que não perderam o seu carácter universal.

mostra-nos uma outra visão da Revolução Cultural. Situado nos anos sessenta, o romance conta a história de dois adolescentes que vêm a sua vida totalmente alterada quando descobrem, dentro de uma velha mala, romances que a Revolução baniu de todas as bibliotecas. Através do seu encontro com Balzac (que aliás dá o nome à obra, Balzac e a Costureirinha chinesa), Baudelaire, Dumas, Dostoievski, Dickens – os terríveis símbolos da decadência ocidental – e com uma engraçada costureira, os jovens (que se encontram num campo de reeducação para intelectuais) descobrem o poder de evasão que lhes confere a leitura e a imaginação, o que lhes permite suportar as condições em que vivem e perceber que a sua vida não se limita às restrições e aos condicionamentos físicos. Marcado por uma vertente auto-biográfica (Dai Sijie também foi mandado para um campo de reeducação) o romance permite-nos perceber melhor o que foi a Revolução Cultural na sua vertente humana sem estar preso a ideologias ou à defesa deste ou daquele valor moral.

Pearl Buck Pode parecer estranho citar uma escritora americana quando se fala de literatura chinesa mas o facto é que Pearl Buck cresceu, estudou e passou grande parte da sua vida na China e que contribuiu, através dos seus romances, de forma decisiva para a imagem que os ocidentais têm dos chineses e da sua cultura. Vencedora do Pulitzer e do Prémio Nobel da Literatura, Buck centrou-se em temas que ainda hoje nem sempre são abordados – a estrutura medieval da sociedade rural, marcada por uma hierarquia rígida e pelo domínio do pater familias (em Vento Leste, Vento Oeste), o desprezo pelas mulheres, o amor inter-racial (em Flor Escondida), a deficiência mental - e que na época comunista eram francamente banidos (aliás teve de deixar a China na década de vinte e nunca mais lhe foi permitido regressar sobretudo por se ter tornado muito crítica em relação ao governo e às suas acções no pós-guerra).

E hoje ? Para a geração que nasceu depois da morte de Mao, as convulsões políticas e sociais como a Revolução Cultural ou a colectivização não são interessantes e chegam a ser totalmente ignoradas. Os jovens autores chineses preferem centrar-se em temas como a passagem da adolescência para a idade adulta, o amor (fazendo referências explícitas à sexualidade, à droga e ao álcool o que nem sempre é bem aceite. Shangaï Baby de Wei-Hui, por exemplo, foi proibido e alguns exemplares chegaram a ser queimados numa triste recordação de outros tempos) ou o dinheiro (um valor emergente numa sociedade que se vê confrontada de forma cada vez mais frequente com o consumo e com o poder que o dinheiro traz. Murong Xuecun, um escritor cujo sucesso se deve à internet, escreve mesmo uma frase terrível “Não há nenhum crime que o dinheiro não possa redimir”)

Dai Sijie Chinês mas a viver em França há quase duas décadas, Dai Sijie

Catarina Azevedo

Mãe, não tenho nada para ler... O Caloiro de Kate McMullan Imagina que te aceitavam na Academia Caça-Dragões, uma escola muito especial onde se aprendem todos os truques para conseguir vencer estes monstros terríveis, uma escola onde os professores são bastante estranhos e onde até há um porco que fala latim… Agora imagina que te chamas Cenourinha e que um trovador anuncia que vais ser um grande herói. Será que o Cenourinha vai conseguir aprender alguma coisa na Academia? E como vai ele conseguir vencer um dragão se nem consegue matar uma mosca? Se queres saber o que acontece ao Cenourinha e à sua porquinha de estimação, lê O Caloiro, de Kate McMullan. C.A.

Já foi lido... Felizmente Há Luar de Luís de Sttau Monteiro Seguindo as características do teatr o brechtiano, este texto dramático, escrito na época da ditadura, não pôde ser levado à cena, pois, apesar de retratar a tentativa frustrada de revolta liberal, em 1817, encabeçada pelo General Gomes Freire de Andrade, o leitor não deixa de se aperceber das semelhanças entre esse período de repressão do Absolutismo e o tempo em que a obra foi escrita. São dois actos que revelam como a Regência do reino tentou amordaçar uma revolta que “felizmente” trouxe um novo “luar” para todas as vítimas da opressão que, com mais vigor, lutaram pela liberdade. Ilídia Quadrado

À CONQUISTA O Senhor Swedenborg e as investigações geométricas de Gonçalo M. Tavares Mais um habitante no bairro de Gonçalo M.Tavares, O Senhor Swedenborg e as investigações geométricas. Desta vez, Gonçalo M.Tavares acrescenta um personagem ainda mais estranho ao seu bairro, Swendenborg (na vida real um dos cientistas suecos mais importantes, que se interessou pela Química, pela Matemática, pela Astronomia, pela Geologia e pela Anatomia mas que acabou por ser conhecido sobretudo pela sua obra teológica que pôs em causa os princípios do Cristianismo e que levou a que muitos duvidassem da sua sanidade mental. Contudo, muitos escritores – Baudelaire e Borges, entre outros – inspiraram-se na sua visão do mundo espiritual). Tal como já nos tinha habituado, Gonçalo M.Tavares junta novamente a um texto lapidar inúmeras reflexões que nos levam da geometria à reflexão sobre o “eu” e às suas relações com os outros e com Deus (ou qualquer entidade que assim se queira designar).

C.A.


Ciência e Ambiente APAGA A LUZ

Exploração de Recursos Marinhos: O Paradigma das Lapas

Desenho de Les Gallagher

As lapas ocupavam em 1984/85 o sexto lugar entre as espécies com valor comercial, no conjunto das espécies de pescado declaradas nas lotas dos Açores. Em 1986 ocorreu o colapso total dos mananciais de lapas nas ilhas onde a exploração era mais intensa. A investigação então realizada permitiu avaliar que a fragilidade do recurso estava associada à sua ecologia. As lapas têm hábitos relativamente sedentários. Os indivíduos estabelecem pequenos territórios alimentares sobre as rochas onde pastam. Durante as suas digressões alimentares exercem uma selecção efectiva de alguns “rebentos” de algas. Sabemos hoje que as lapas são eficazes “horticultoras”. Os territórios individuais que as lapas ocupam sobre as rochas são zonas de crescimento controlado de algas. Se se retiram as lapas de forma não sustentada, como aconteceu, as algas crescem de forma profusa. Esta profusão de algas acaba por entrar em conflito com a história vital das lapas. Zonas com grande profusão de algas impedem a fixação das mais recentes gerações de lapas. A sobreexploração das lapas provocou um efeito em catadupa. Retiradas as lapas, cresceram as algas que ganharam a

História dos Cães

Segundo http://www.pedigree.com.br/historia-doscaes, existem, actualmente mais de quatrocentas raças diferentes de cães, mas todos eles, independentemente da raça a que pertençam hoje, descendem dos lobos que começaram a ser domesticados por caçadores humanos há cerca de 12.000 anos, no final da Era do Gelo. Nessa época, o humano caçador e o lobo competiam pela mesma caça, e foram formando, gradualmente, uma aliança. Jovens filhotes lobos eram introduzidos em comunidades de caçadores humanos e, ocasionalmente, um filhote de lobo de natureza tranquila e submissa chegava à fase adulta aceitando os humanos como parte da matilha. Por mais que estes lobos tenham ficado mansos e sociáveis em companhia humana, estavam muito longe de serem domesticados - o processo de domesticação foi lento e desenvolvido, passo a passo, ao longo de várias gerações. Enquanto lobos com temperamentos mais calmos procriavam junto à comunidade humana, os seus filhotes cresciam num ambiente protegido. De geração em geração, os lobos mansos foram sofrendo alterações genéticas em relação aos seus primos selvagens, seguindo um processo de evolução e selecção natural respondendo a factores do ambiente humano: se o cão nos fizesse certas tarefas, teria direito a comida e água, abrigo, companhia e cuidados. No estádio final da domesticação, os humanos começaram a criar diferentes tipos de cães através de processos de selecção artificial de cor, tamanho, tipo de pelo, formato das orelhas e rabo, temperamento, etc. As tarefas que os cães têm tido a seu cargo são muitas e variadas: guardar casas, proteger pessoas, ajudar na caça, destruir pragas, puxar trenós, detectar drogas, guiar cegos, socorrer vítimas, perseguir criminosos, actuar em filmes, competir em exposições caninas e até viajar no espaço! Ao longo de milhares de anos, o Homem, de acordo

competição pelo espaço. O sistema nunca se restabeleceu apesar das medidas de conservação ensaiados e dos modelos de gestão. As lapas devem ter sido um dos primeiros balões de ensaio para a investigação no âmbito da conservação marinha. Mas modelos não iriam faltar daqui para a frente. Durante a última década houve mudanças significativas nas pescas dos Açores. As mais importantes dizem respeito à pesca demersal tradicional. Observou-se um aumento da intensidade e esforço de pesca, acompanhados da exploração de novas áreas de pesca e de novas espécies. Disto resultaram impactos reais nos mananciais de pescado da Região. A investigação em curso na Região está em posição de demonstrar que os montes submarinos contidos dentro das 200 milhas da ZEE dos Açores, têm limites de sustentabilidade da sua exploração. Há vários tipos de medidas que podem ser implementadas para conservar os ecossistemas marinhos. Nas perspectivas em estudo as reservas marinhas são medidas precaucionais que devem ser implementadas independentemente de outras medidas de gestão que sejam activadas. Haverá sempre necessidade de definir um sistema de quotas de pesca. Mas, na incerteza intrínseca aos modelos matemáticos de avaliação e gestão, a prudência avisada exige soluções de conservação mais radicais, e porventura mais criativas. As reservas marinhas, são primeiros passos óbvios para providenciar medidas de protecção que podem beneficiar um alargado número de espécies, pelo menos, até que mais conhecimentos estejam disponíveis. Desde os biólogos pesqueiros até aos economistas, todos trabalhamos com graus de incerteza.

Ricardo Serrão Santos/DOP &UAç

com os seus interesses concretos, foi manipulando as raças de modo a ser servido pelos cães. Hoje, algumas das tarefas para as quais os cães foram manipulados foram perdendo a utilidade (continuando, no entanto, muitas delas a serem utilizadas!) e um dos efeitos secundários da grande popularidade destes animais e irresponsabilidade dos humanos foi o crescimento da população canina abandonada e maltratada. Os humanos são especialistas em orientarem a sua agressividade para subordinados (pense-se nos patrões ou chefes prepotentes, na violência domestica, etc.), assim, sobretudo quem não tem subordinados que lhe cheguem, maltrata os nossos companheiros caninos. Os cães, com pedigree ou de raça indefinida (queridos rafeiros!), podem dar-nos tanto! Para além de companheiros divertidos quando queremos brincar, continuam a cumprir o seu dever de nos alertar contra intrusos. Segundo Desmond Morris (1986), as pessoas que têm cães (ou gatos), vivem, em média, mais tempo que as que não os possuem! Parece que a influência calmante da companhia destes animais reduz a tensão arterial e, consequentemente o risco de acidente cardíaco!!! Independentemente da opinião deste zoólogo quanto à influência destes animais na nossa saúde, na minha opinião e na opinião da AFAMA, temos responsabilidades. No próximo Domingo, dia 12 de Julho, no Parque da Alagoa, pelas 17h, realizar-se-á um concurso (“Faça do seu Rafeiro um Campeão”) para promover a dignificação dos nossos “amigos de 4 patas”. (No próximo artigo, escrever sobre responsabilidade civil e institucional.) Morris, Desmond, (1986), Guia essencial do Comportamento do Cão, Publicações Europa-América http://www.pedigree.com.br/historia-dos-caes

Cristina Carvalhinho

Duas unidades de Turismo em Espaço Rural no Faial recebem diploma “Chave Verde” No passado dia 30 de Junho foram galardoadas 23 unidades hoteleiras a nível nacional com o diploma “Chave Verde”, seis das quais situadas nos Açores, designadamente: o “Hotel Comfort Inn”, em Ponta Delgada; a “A Abegoaria”, em S. Roque do Pico; a Casa da Torre no concelho das Lajes do Pico; a “Quinta do Martelo” em Angra do Heroísmo, e também os empreendimentos “Casas d’Arramada” e “Quinta das Buganvílias” (v.d. foto),

ambos sitos no concelho da Horta. O “Chave Verde” é um “programa de qualidade ambiental, de âmbito internacional, que pretende acolher na sua rede todas as estruturas hoteleiras que se preocupam com a melhoria do ambiente, e que acreditam que, ter boas práticas ambientais, é um desejo cada vez maior dos seus clientes”. Os empreendimentos galardoados terão direito a ostentar uma bandeira e um diploma “Chave Verde” pelo período de 12 meses. Para além do galardão atribuído, o empreendimento é divulgado nas páginas do projecto a nível nacional e internacional. Este projecto nasceu na Dinamarca no ano de 1984 e encontra-se implementado em onze países. Em Portugal, o “Chave Verde” encontra-se na 2ª edição, sendo coordenado pela ABAE (Associação da Bandeira Azul da Europa) e assenta numa metodologia contínua, com os respectivos critérios de atribuição divididos por doze áreas temáticas: gestão ambiental, envolvimento dos colaboradores, informação aos clientes, água, energia, resíduos, higiene e limpeza, alimentação e bebidas, ambiente interior, ambiente exterior, actividades ao ar livre e gestão de topo. As unidades hoteleiras interessadas em participar neste programa devem apresentar uma proposta de inscrição à ABAE, através do e-mail chave.verde@abae.pt. Nos Açores, toda a informação relativa a este programa é facultada pelo Gabinete de Promoção Ambiental da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar e também pela Rede Regional de Ecotecas dos Açores, em colaboração com Direcção Regional de Turismo da R.A.A..

Dina Dowling/Ecoteca do Faial

AQUELA DICA

Não deixe beatas de cigarros na areia! O verão é sinónimo de férias e muitos elegem a praia para gozar o merecido descanso. Assim, é importante lembrar que o Ambiente “não vai de férias”, por isso não se esqueça de continuar a preservá-lo. Deixe as praias limpas, recolha todos os resíduos que produzir, utilizando os contentores de lixo da zona balnear e ecopontos para a sua deposição. As beatas e cinzas do tabaco também devem ser colocadas no lixo e não deixadas na areia como acontece frequentemente, utilize um cinzeiro: existem no mercado diversos modelos de cinzeiros de praia, mas também poderá improvisar um, com uma lata de refrigerante ou com papel de alumínio (por exemplo o que utilizou para as sanduíches). Seja como for, nunca deite as beatas para a areia nem para a água. Uma beata de cigarro demora cerca 5 anos até decompor-se completamente, prejudicando a vida animal e bacteriana. Todos os anos, muitos animais terrestres e marinhos morrem devido à ingestão acidental de pontas de cigarros.

Dina Dowling/Ecoteca do Faial


#8

FAZENDUS Agenda Igreja da Praia do Almoxarife, 21h00

Até 17 de Julho

Exposição de Pintura: “Percursos” por Florimundo Soares Sala Polivalente da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça

Até 2 de Agosto

Exposição de Pintura por Irene Kohoutek C.A.S.A., 14h00-00h00

Até 8 de Setembro

Exposição de Pintura: “Azul Profundo” por Pedro Solà Biblioteca pùblica e A.R.J.J.G

10 de Julho

Cinema: “Velozes e Furiosos” Teatro Faialense, 21h30 (repete dias 11 e 12) Concerto: bANdARRA Bar da Piscina, 23h00 (em caso de más condições metereológicas o concerto tem lugar no Bar do Teatro)

11 de Julho

S. João Pequenino Parque Florestal do Cabouco Festival de Bandas da Nova Artista Flamenguense Polivalente dos Flamengos (continua no dia 12) Concerto: Quarteto para Flauta e Cordas Mikhayl Roussal (Flauta), Elena Kharambura (Violiono), Orest Grytsyuk (violoncelo)

Concerto: Acordes de Violão entre Cá e Cabo Verde CASA, 23h00 (pág. 4)

13 de Julho

Numa organização da Ecoteca do Faial e do Observatório do Mar dos Açores, com o apoio da MEO, realizar-se-ão diversas actividades de sensibilização ambiental de Segunda a Sexta Feira (13 a 25 de Julho) pelas 10:30 na Praia de Porto Pim, integradas no Programa Eco-Férias da OTLJ. Convidamos os pais e crianças de todas as idades a participarem, sendo que para qualquer informação adicional poderão contactar-nos via e-mail: geral@oma.pt ou pelo telefone: 292 292 140 ou 292 392 389.

Oficina de Pintura por Manuel João Vieira (pág.5) Sala Multiusos do Teatro Faialense, 18h-21h (até dia 23 de Julho) Oficina de Expressão Plástica: Sereias, Mitos e Ambiente Marinho – 2ª Fase Antigo Banco de Portugal (até dia 24)

Cinema: Bashir

Teatro Faialense, 21h30

15 de Julho

Eco Férias

14 de Julho

Intrigado por este enigma, decide entrevistar velhos amigos e camaradas por todo o mundo. Ele precisa de descobrir a verdade sobre essa altura e sobre ele próprio. Enquanto Ari se envolve cada vez mais no mistério, a sua memória começa lentamente a despertar imagens surreais…

Dança: Chamarrita com o Grupo Folclórico de Pedro Miguel Praça do Infante D. Henrique, 13h00

17 de Julho

Cinema: Anjos e Demónios Teatro Faialense, 21h30 (repete dias 18 e 19) Concerto: Zeca Trio CASA, 23h00

18 de Julho

Noite do Chicharro Parque de Campismo do Salão

19 de Julho

Festa de Sant’Ana Capelo

21 de Julho

Cinema: Os Três Macacos

Valsa com

Sinopse: Uma noite num bar, um velho amigo de Ari Folman conversa com ele sobre um pesadelo recorrente no qual é perseguido por 26 cães enraivecidos. Todas as noites, o mesmo numero de monstros. Os dois homens chegam à conclusão que há uma ligação com o exército israelita, durante a sua primeira missão na primeira guerra do Líbano no início dos anos 80. Ari fica surpreendido pelo facto de já não se lembrar de nada desse período da sua vida.

Sinopse: Uma família desmembrada por força de pequenos segredos que se tornam em enormes mentiras tenta desesperadamente permanecer unida e recusa-se a aceitar a Verdade. Para evitar fazer face a pesadas provas e responsabilidades, eles escolhem ignorar a Verdade, e recusam ver, ouvir ou falar sobre ela, como na fábula dos Três Macacos. Mas evitará este jogo o confronto com a Verdade?

Teatro Faialense, 21h30

Gatafunhos e Mata Borrões

Tomás Silva http://ilhascook.no.sapo.pt


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